Boletim diário da ONU Brasil: “Especialistas dizem que políticas de assimilação podem destruir povos indígenas” e 3 outros.
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sex, 9 de ago 18:07 (há 2 dias)
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Posted: 09 Aug 2019 10:02 AM PDT
Indígena carrega criança durante os Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, em Palmas, Tocantins. Foto: PNUD Brasil/Tiago Zenero
Em mensagem para o Dia Internacional dos Povos Indígenas, 9 de agosto, relatores da ONU alertaram para os riscos de desaparecimento das línguas indígenas. Estima-se que, de todos os 7 mil idiomas falados no mundo, 40% estão em perigo e podem deixar de existir — a maioria deles é de línguas indígenas. Para os relatores, o atual cenário é reflexo de políticas estatais de assimilação que podem “destruir uma cultura e até mesmo um povo”.
“Essa situação reflete políticas históricas de Estados e a discriminação contínua contra os falantes de línguas indígenas e com vistas à assimilação de minorias e à construção da nação. Com o tempo, tais políticas podem debilitar e destruir efetivamente uma cultura, e até mesmo um povo”, afirmaram os especialistas independentes das Nações Unidas.
“A língua é um direito, não um privilégio. A Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas reconhece o direito dos povos indígenas de revitalizar, usar, desenvolver e transmitir as suas línguas às gerações futuras. Isso inclui principalmente o direito de estabelecer e controlar as instituições responsáveis pela educação, mídia e governança.”
De acordo com a ONU, existem aproximadamente 370 milhões de indígenas no mundo, espalhados por cerca de 90 países.
O relatores explicaram ainda que as línguas indígenas são necessárias para o exercício de diferentes direitos humanos, como as liberdades de expressão e de consciência — ambas fundamentais para a dignidade humana. Os idiomas dos povos originários, segundo os especialistas da ONU, são essenciais para os processos culturais e políticos de autodeterminação.
“Eles (os idiomas indígenas) também são críticos para a sobrevivência da nossa sociedade global. Contendo a sabedoria de conhecimentos ambientais tradicionais e da comunicação intercultural, as línguas indígenas apontam o caminho para combater a mudanças climáticas e para viver em paz.”
Ensino das línguas maternas
Os analistas independentes pediram que os países deem apoio duradouro e adequado ao ensino bilíngue e das línguas maternas dos indígenas.
“Chamamos os Estados-membros da ONU a reconhecer, proteger e promover as línguas indígenas por meio de legislação, políticas e outras estratégias, em cooperação plena com os povos indígenas”, afirmaram os especialistas.
Os relatores também solicitaram que os governos garantam o oferecimento de serviços públicos de saúde, emprego e justiça nas línguas dos povos indígenas, incluindo por meio do ciberespaço e da Internet.
Relatores propõem década das línguas indígenas
O pronunciamento dos especialistas expressa apoio à proposta feita por países da ONU de declarar uma Década das Línguas Indígenas. “Dez anos dariam o tempo e os recursos necessários para reverter a destruição histórica das línguas indígenas e reconquistar essas línguas para o futuro tanto dos povos indígenas quanto da comunidade mundial”, concluíram os relatores.
A mensagem foi assinada pela relatora especial da ONU sobre os direitos dos povos indígenas, Victoria Tauli-Corpuz; pelo Fórum Permanente sobre Questões Indígenas, presidido por Anne Nuorgam; pelo Mecanismo de Especialistas sobre os Direitos dos Povos Indígenas, presidido por Kristen Carpenter; e pelo Fundo Voluntário das Nações Unidas para os Povos Indígenas, presidido por Claire Charters.
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Posted: 09 Aug 2019 08:54 AM PDT
Membro do povo Tariana na Amazônia brasileira. Imagem de 2008. Foto: Banco Mundial/Julio Pantoja
Em mensagem para o Dia Internacional dos Povos Indígenas, celebrado nesta sexta-feira (9), o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu que países garantam a essas populações o direito a determinar o seu próprio modelo de desenvolvimento, por meio de políticas que sejam inclusivas e igualitárias. De acordo com as Nações Unidas, existem em torno de 370 milhões de indígenas no mundo.
“Uma proporção significativa (desses indígenas) ainda não têm direitos básicos, com a discriminação sistemática e a exclusão continuando a ameaçar modos de vida, culturas e identidades”, alertou o dirigente máximo da ONU.
De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura ( UNESCO), os indígenas representam 5% da população mundial, mas encontram-se entre os 15% mais pobres.
Globalmente, os povos originários enfrentam uma série de desafios ao exercício dos seus direitos. Os problemas incluem a realocação forçada, as desigualdades no nível educacional e a pressão para se assimilar culturalmente. Essas populações também têm acesso limitado a serviços de saúde, emprego, serviços de informação e Internet.
Guterres lembrou que 2019 foi escolhido pela ONU como o Ano Internacional das Línguas Indígenas — um marco que chama atenção para a necessidade de preservar e promover esses idiomas.
O Fórum Permanente da ONU sobre Questões Indígenas estimava, em 2016, que 40% das aproximadamente 6,7 mil línguas faladas no mundo estavam em risco de desaparecer. A maior parte desses idiomas é indígena.
“As línguas são (o modo) como nós nos comunicamos e elas estão inextricavelmente ligadas às nossas culturas, histórias e identidade. Com cada língua que desaparece, o mundo perde uma riqueza em conhecimentos tradicionais”, enfatizou o secretário-geral.
“Conto com os Estados-membros para engajar e apoiar os povos indígenas na determinação do seu próprio desenvolvimento, por meio de políticas que sejam inclusivas, igualitárias e acessíveis. As Nações Unidas está a postos para apoiar todas as iniciativas voltadas para a realização dos direitos e aspirações dos povos indígenas.”
Povos indígenas: guardiões da natureza
Também por ocasião do dia internacional, a diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, afirmou que os povos indígenas são “detentores do conhecimento que contribuiu para a conservação e o uso sustentável da biodiversidade e dos ecossistemas do mundo”.
“A UNESCO tem trabalhado para preservar o patrimônio intangível de habilidades e know-how tradicionais, bem como para aumentar a conscientização sobre sua importância, por meio de programas como os Sistemas de Conhecimento Local e Indígena, que apoiam governos a criar interfaces essenciais entre cientistas e comunidades indígenas”, lembrou a dirigente.
Esses sistemas promovem a inclusão dos saberes indígenas em debates institucionalizados, como as conferências e painéis da ONU sobre mudanças climáticas e meio ambiente.
Sobre a necessidade de proteger os idiomas indígenas, Audrey ressaltou que o desaparecimento dessas línguas “é uma grande ameaça para as comunidades indígenas e sua singular herança, bem como para nossa diversidade global e nosso potencial de criatividade e inovação”.
Em publicação numa rede social, a diretora-executiva da ONU Meio Ambiente, Inger Andersen, enfatizou que “as comunidades indígenas são guardiães ambientais poderosas e que mais precisa ser feito para garantir que suas vozes sejam ouvidas”.
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Posted: 08 Aug 2019 03:20 PM PDT
Refugiado participa da Copa dos Refugiados de 2015, evento promovido para dar visibilidade à causa do refúgio e promover a integração desta população por meio do esporte. Foto: ACNUR / Emiliano Capozoli
O maior projeto de integração esportiva que envolve refugiados e migrantes no Brasil terá início em Brasília neste fim de semana. A etapa da Copa dos Refugiados e Imigrantes de futebol no Distrito Federal conta com a participação de 160 jogadores amadores — 20 em cada seleção. Os competidores representarão os seus respectivos países de origem: República Democrática do Congo, Cabo Verde, Gana, Paquistão, Haiti, Guiné, Colômbia e Venezuela.
A Copa dos Refugiados e Imigrantes é organizada pela ONG África do Coração e conta com o apoio nacional da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), da Organização Internacional para as Migrações (OIM), da empresa Sodexo, do Governo do Distrito Federal, do Instituto Migração e Direitos Humanos (IMDH) e da Cáritas Brasileira.
“O aspecto sociocultural muitas vezes é deixado em segundo plano na integração dos migrantes. Para a OIM, apoiar iniciativas como a Copa dos Refugiados e Imigrantes é fundamental para criar condições que garantam uma inclusão sustentável e que beneficia a todos”, destaca o chefe da missão da OIM no Brasil, Stéphane Rostiaux.
O lançamento oficial da etapa de Brasília acontece na sexta-feira (9), no auditório do Estádio Mané Garrincha, com a presença de autoridades públicas.
No sábado (10), começam as disputas na Arena 310 (QS 310, Samambaia Sul), a partir das 9h. Os times finalistas decidirão a etapa no domingo (11), no Estádio Valmir Campelo, às 15h. Os eventos são abertos ao público.
A seleção campeã desta etapa disputará a chamada Copa do Brasil de Refugiados e Imigrantes, no Rio de Janeiro, que terá a participação dos vencedores das outras rodadas regionais: Porto Alegre (a ser disputada no dia 18 de agosto), Rio de Janeiro (14 e 21 de setembro), Curitiba (14 de setembro), Recife (14 de setembro) e São Paulo (datas a serem confirmadas).
O tema da Copa dos Refugiados e Imigrantes 2019 é “Reserve um minuto para ouvir uma pessoa que deixou o seu país”. Ao todo, a competição envolverá aproximadamente 1.120 atletas de 39 nacionalidades, reunindo pessoas em situação de refúgio (solicitantes de refúgio e refugiados reconhecidos) e imigrantes.
Com a competição, as instituições organizadoras visam mostrar as realidades dessas vidas para o público brasileiro e, assim, dar mais um passo na luta contra os preconceitos, as discriminações e a xenofobia. O evento também vai chamar atenção para as necessidades de inserção dos refugiados e imigrantes no mercado de trabalho. Outro objetivo da iniciativa é reconhecer as respectivas riquezas culturais dessas pessoas.
Sobre a Copa dos Refugiados e Imigrantes
O evento surgiu em 2014 na cidade de São Paulo, como uma iniciativa da ONG África do Coração com o apoio do ACNUR.
“O evento reflete um projeto de integração de pessoas refugiadas por meio do esporte, envolvendo refugiados que representam seus países de origem e que buscam promover suas culturas, talentos e conhecimentos no Brasil. Para o ACNUR, ganham os refugiados, imigrantes e a população brasileira”, defende José Egas, representante do ACNUR no Brasil.
Promovida na capital paulista desde então, a iniciativa teve, em 2017, uma edição realizada em Porto Alegre e outra, em 2018, no Rio de Janeiro. Este ano, a Copa dos Refugiados e Imigrantes terá sua estreia em Brasília (DF), Curitiba (PR) e Recife (PE).
ServiçoCOPA DOS REFUGIADOS E IMIGRANTES 2019 – ETAPA BRASÍLIAAbertura oficial: 9 de agosto de 2019, sexta-feira Horário: 9h30 Local: Auditório do estádio Mané Garrincha, Brasília – DF
JogosFase inicialData: 10 de agosto Local: Arena 310. QS 310, Samambaia Sul – DF Horário: a partir das 9h
Decisão da etapaData: 11 de agosto Local: Estádio Valmir Campelo, Gama – DF Horário: 15h
Informações para a imprensa:
África do Coraçãoafricadocoracao.diretor@gmail.com(11) 3105 7254
Juliana Hack – OIM – ONU Migraçãoiombrazilpress@iom.int(61) 3771 3772
Victoria Hugueney – ACNURhugueney@unhcr.org(61) 9 8416-3044
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Posted: 08 Aug 2019 03:01 PM PDT
Relatório da CEPAL avalia oscilações do investimento estrangeiro direto na América Latina e Caribe. Foto: PEXELS
A Comissão Econômica da ONU para a América Latina e o Caribe (CEPAL) divulga na próxima quarta-feira (14) seu relatório anual sobre o investimento estrangeiro direto na região. Além de projeções para 2019, a publicação traz capítulo sobre como os recursos externos podem agregar valor ao setor de alimentação e agronegócio das economias latino-americanas.
O lançamento da pesquisa terá a participação da chefe da CEPAL, Alicia Bárcena, que vai apresentar o documento em coletiva de imprensa em Santiago, no Chile — o evento será transmitido ao vivo pela Internet, às 12h de Brasília.
O relatório não só examina a evolução mundial e regional das entradas de investimento estrangeiro direto, mas também avalia a contribuição desses fluxos para os processos de desenvolvimento produtivo na América Latina e Caribe.
No primeiro capítulo, são detalhados os valores recebidos por cada país em 2018 e são analisadas as perspectivas para 2019. O texto também aponta os setores mais e menos dinâmicos da região e analisa o comportamento das empresas transnacionais latino-americanas — conhecidas como translatinas.
O segundo capítulo analisa a contribuição das transnacionais da Coreia do Sul para a transformação produtiva da América Latina.
O terceiro capítulo discute como o investimento estrangeiro direto na cadeia agroalimentar traz oportunidades para que a região alcance um crescimento sustentável com maior valor agregado.
A coletiva do lançamento será transmitida ao vivo pelo site da CEPAL — http://www.cepal.org. Haverá transmissão ao vivo também por videoconferência para o Escritório da CEPAL no Brasil, localizado no SBS. Edifício BNDES, 17. Andar – Brasília – DF, onde perguntas poderão ser feitas a Alicia Bárcena.
Os meios de comunicação estão convidados a assistir à coletiva no Escritório da CEPAL no Brasil. Para confirmar presença, entrar em contato com Pulcheria Graziani.
E-mail: pulcheria.graziani@cepal.org – telefones: (61) 3321-3232 – ramal 7016/(61) 99976-8030.
SERVIÇOO quê: Coletiva de imprensa e lançamento do relatório O Investimento Estrangeiro Direto na América Latina e no Caribe 2019Quem: Alicia Bárcena, secretária-executiva da CEPAL Quando: Quarta-feira, 14 de agosto de 2019, às 11h do Chile (12h de Brasília). Onde: Sede principal da CEPAL em Santiago, Chile (Edifício das Nações Unidas, Av. Dag Hammarskjöld 3477, Vitacura, Sala Celso Furtado).
Para consultas sobre o lançamento e agendamento de entrevistas sobre o relatório, entrar em contato com Guido Camú, Chefe da Unidade de Informação Pública da CEPAL, em Santiago, no Chile.E-mail: prensa@cepal.org; telefone: (56 2) 2210 2040.
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