Boletim diário da ONU Brasil: “Manaus realiza encontro estadual de adolescentes do Selo UNICEF da Amazônia Legal” e 7 outros.
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ter, 27 de ago 18:10 (há 1 dia)
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Posted: 27 Aug 2019 01:17 PM PDT
Encontro Estadual de Adolescentes do Selo UNICEF da Amazônia Legal. Foto: Johney Lindoso Tavares
Manaus (AM) sediou esta semana (26 e 27) o Encontro Estadual de Adolescentes do Selo UNICEF da Amazônia Legal. O evento é parte de uma estratégia global do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) de engajamento e mobilização para a participação de adolescentes e jovens na defesa de seus direitos.
Em uma parceria técnica com o Instituto Peabiru e o governo do Amazonas, o evento foi destinado a cerca de 32 adolescentes e jovens dos NUCAs e JUVAs (Núcleo de Cidadania de Adolescentes e Juventude Unida pela Vida na Amazônia) de 17 municípios do estado.
Os participantes trabalharam durante dois dias sobre os temas mais relevantes no universo da adolescência e juventude atuais, tais como autoestima, autoproteção e empoderamento, além dos principais temas das políticas públicas para a proteção e promoção dos direitos de crianças e adolescentes, contando com o apoio de técnicos, educadores, assistentes sociais e equipe do UNICEF da região Amazônica.
O objetivo foi assegurar equilíbrio de participação entre meninos e meninas, além da representatividade de grupos quilombolas e indígenas.
O Encontro Estadual tem a finalidade de fortalecer os processos de mobilização de adolescentes nos municípios que participam da edição 2017-2020 do Selo UNICEF. Hoje, na Amazônia Legal, 429 Núcleos Adolescentes foram formalizados, e mais de 5 mil meninos e meninas estão mobilizados por meio dos núcleos.
Nesta edição, se exige que em cada município participante seja criado o NUCA ou o JUVA, com um mínimo de 16 meninas e meninos, entre 12 e 17 anos de idade. É tarefa desse grupo discutir temas importantes para o desenvolvimento municipal e a proteção de direitos de crianças e adolescentes, além de implementar ações junto com organizações locais e a gestão pública municipal. Entre esses temas estão inclusão escolar e aprendizagem, direito ao esporte seguro e inclusivo, alimentação saudável, e saúde sexual e reprodutiva. Sem criar e ativar o seu NUCA ou JUVA, o município não poderá ganhar a certificação do SELO UNICEF.
O Selo UNICEF é realizado pela agência da ONU em conjunto com os nove governos estaduais da Amazônia e o Instituto Peabiru, e por meio de parceria estratégica com Companhia Energética do Maranhão (Cemar), Companhia de Energia Elétrica do Estado do Tocantins (Celtins), Energisa, Neve, Amil e Rio Grande Energia (RGE).
É uma certificação internacional que reconhece avanços reais e positivos para a vida de crianças e adolescentes. Receber o Selo UNICEF significa que os municípios realizaram esforços, por meio de políticas públicas, para promover, proteger e realizar direitos de meninos e meninas.
Mais informações em www.selounicef.org.br.
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Posted: 27 Aug 2019 12:56 PM PDT
Capacitação realizada em Santa Terezinha de Itaipu (PR). Foto: UNFPA
Os ciclos de capacitações oferecidos pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e pela Itaipu Binacional em agosto envolveram 285 profissionais no Paraná. As atividades fazem parte do projeto Prevenção e Redução da Gravidez Não Intencional na Adolescência nos Municípios do Oeste do Paraná, firmado entre as duas organizações em 2018 e que hoje alcança 51 municípios na região.
As capacitações iniciaram em junho, com o tema Adolescências e Direitos, e foram realizadas em duas das cinco microrregiões que compõem o projeto. Em julho, foi realizado o segundo módulo, com o tema Corporalidades e Afetividades, nas mesmas duas microrregiões, que envolvem o total de 13 municípios.
Em agosto, foram realizadas cinco oficinas simultaneamente – três do primeiro módulo e duas do terceiro, com o tema Adolescências e Diversidades. Assim, as capacitações completam 51 municípios participantes, com mais de 300 profissionais.
O principal objetivo do ciclo de oficinas é capacitar profissionais, em especial das áreas de saúde, educação e assistência social, para oferecerem serviços adequados a adolescentes. Divididas em seis módulos, as capacitações buscam o fortalecimento da autoconfiança de profissionais da rede de atendimento, a formação sobre direitos e a construção de uma rede qualificada e acolhedora.
No módulo Adolescências e Direitos, as capacitações buscaram a construção de habilidades fundamentais para profissionais que atendem adolescentes, como o olhar e a escuta. O segundo módulo, com o tema Corporalidades e Afetividades, aprofunda o entendimento sobre o lugar do corpo, da sexualidade e do afeto nas vivências e relações humanas, tendo como perspectiva as fases do ciclo de vida. Já o terceiro módulo busca esclarecer questões ligadas às diversidades, livre de julgamentos e preconceitos.
“Adolescentes possuem direitos próprios do ciclo de vida. É nessa fase que demandam atenção e cuidado, assim como informações confiáveis sobre seus corpos, sua saúde e sua sexualidade. Muitas vezes, profissionais que trabalham diretamente com este público não se sentem seguros para tratar de alguns temas, que acabam virando tabu. Com as capacitações, buscamos trazer mais segurança a essa rede de profissionais para que adolescentes possam se sentir seguros e acolhidos em todos os serviços e espaços aos quais têm direito”, disse a oficial de programa do UNFPA para o tema de saúde reprodutiva e direitos, Anna Cunha.
Melhoria no atendimento
Presente em duas das três capacitações oferecidas para o município de Foz do Iguaçu, o ginecologista Maurizio Cerino disse que as oficinas têm atendido a uma demanda importante e presente no dia a dia de profissionais da área de saúde.
“Em nosso município, temos índice bastante elevado de gravidez na adolescência, mas não havia, até então, um programa para capacitar os profissionais para oferecer uma atenção diferenciada a este público”, declarou. “Hoje, a gente percebe, por exemplo, que a menina não quer o mesmo ginecologista que atende sua mãe, porque ele não fala a linguagem dela. Essas capacitações têm nos ajudado a ter uma visão diferente, a entender o público adolescente melhor e a saber como ter uma abordagem mais amigável no serviço de saúde”, disse.
As oficinas fazem parte do eixo Saúde do projeto conjunto entre UNFPA e Itaipu Binacional. Todas as capacitações têm sido construídas a partir de visitas feitas aos municípios participantes do projeto, assim como demandas de profissionais de diferentes áreas envolvidas com a iniciativa. No total, estão previstos seis módulos de capacitação, que serão realizados até o fim de 2019.
Iniciado em 2018, o projeto Prevenção e Redução da Gravidez Não Intencional na Adolescência nos Municípios do Oeste do Paraná também prevê ações em Educação, Gestão do Conhecimento e Comunicação. As iniciativas têm foco no desenvolvimento socioeconômico, criando e ampliando oportunidades para que adolescentes e jovens ajudem na construção de serviços acolhedores de saúde e também tenham garantidas condições de ampliar suas habilidades para a vida e competências socioemocionais.
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Posted: 27 Aug 2019 12:38 PM PDT
Em dezembro de 2017, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou resolução criando a Década da ONU para a Agricultura Familiar (2019-2028). Foto: MDA
Declarada pela Assembleia Geral da ONU no fim de 2017, a Década da Agricultura Familiar foi lançada esta semana na América Latina e Caribe, em evento na República Dominicana com o objetivo de ajudar a região a implementar plano global de impulso ao setor.
O Plano Global de Ação da Década na América Latina e no Caribe abrange o período 2019-2028 e tem o apoio de Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA). A iniciativa serve como um guia geral, mas cada região deve adaptá-lo para criar soluções de acordo com desafios e potenciais de sua agricultura familiar.
Na segunda-feira (26), o representante da FAO para América Latina e Caribe, Julio Berdegué, deu uma palestra dedicada à contribuição da agricultura familiar para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
O evento reuniu atores do setor, incluindo governos, organizações de agricultura familiar, jovens, mulheres e povos indígenas, além de parlamentares, instituições acadêmicas, representantes do setor empresarial e cooperativo, organizações não governamentais e agências do Sistema ONU.
De acordo com o último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC, na sigla em inglês), a agricultura é uma das principais fontes globais de emissões de gases de efeito estufa. Transformar este setor é essencial para enfrentar as mudanças climáticas, e a agricultura familiar pode desempenhar um papel central nesse processo.
“Oito em cada dez fazendas da região fazem parte da agricultura familiar. Se não trabalharmos lado a lado com este setor, será impossível gerar a transição para uma agricultura inteligente e totalmente sustentável”, disse o diretor de políticas para o desenvolvimento territorial da FAO, Luiz Beduschi.
Segundo a FAO, a agricultura familiar também pode ser um aliado fundamental para salvaguardar a biodiversidade e o meio ambiente e promover sistemas alimentares sustentáveis e resilientes.
Inovação como pedra angular
Para a FAO, a Década da Agricultura Familiar será uma oportunidade de impulsionar a inovação neste setor. Os agricultores precisam ter mais acesso à inovação digital e a tecnologias que lhes permitam modernizar seus modelos de produção, integrar novos conhecimentos, aumentar sua produtividade e acessar mercados mais dinâmicos.
“Isso é essencial se quisermos um mundo rural mais próspero e coeso, já que todos nos beneficiamos do trabalho da agricultura familiar, uma vez que produzem a maior parte dos alimentos frescos e locais de maneira sustentável. Mas suas contribuições podem ser muito maiores se tiverem acesso às últimas inovações”, explicou Beduschi.
Agricultura familiar em números
• 8 das 10 fazendas da região são da agricultura familiar • Existem mais de 16,5 milhões de fazendas na região: 56% delas (9,6 milhões) estão na América do Sul; 35% na América Central e no México (5,8% milhões); e 9% (1,5 milhão) no Caribe. • Mais de 90% de todas as fazendas em Antígua e Barbuda, Chile, Guiana, Haiti, Honduras, Paraguai e Suriname. • Mais de 80% das fazendas do Brasil, República Dominicana, El Salvador, Granada, Guatemala, Nicarágua, Panamá e Santa Lúcia fazem parte do setor. • Dá trabalho para mais de 60 milhões de pessoas. • Apenas 23% das terras agrícolas da América Latina e do Caribe estão nas mãos de agricultores familiares. E nos países andinos é apenas 13%. • O tamanho médio das propriedades familiares na região é de 13 hectares; Se o Cone Sul for excluído, o tamanho médio é reduzido para 2,5 hectares.
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Posted: 27 Aug 2019 12:13 PM PDT
ONU Mulheres e venezuelanas constroem dinâmicas sobre empoderamento e liderança em Roraima. Foto: ONU Mulheres
Cerca de 180 mulheres venezuelanas são as primeiras beneficiadas de rodas de conversas, baseadas na metodologia Espaços Seguros, organizadas semanalmente pela ONU Mulheres Brasil em Roraima. Desde julho, elas dispõem de momentos para compartilhar histórias e discutir formas de reconstruir suas vidas no Brasil, conectando-se umas às outras no contexto da ajuda humanitária brasileira.
“Quando as venezuelanas chegam ao Brasil, uma grande barreira é a língua. Então, prestar esse atendimento, com uma pessoa que sabe falar espanhol, auxiliando de forma mais cuidadosa, abre caminhos para essas mulheres”, explicou a gerente de Projetos de Ação Humanitária da ONU Mulheres Brasil, Tamara Jurberg.
As rodas de conversa têm duração de três meses, com uma reunião por semana, totalizando 12 encontros. O primeiro ocorreu no abrigo Rondon 1, em 10 de julho, e já contou, até o momento, com a participação de 52 mulheres venezuelanas.
Direitos humanos, direitos de mulheres, migrantes e refugiadas, direitos sexuais e reprodutivos, entre outros, são as principais questões trabalhadas nas oficinas do abrigo Rondon 1, que já teve cinco encontros.
As atividades no abrigo São Vicente tiveram início em 26 de julho, abordando, além dos direitos, assuntos como higiene e saneamento para quase 80 mulheres participantes de três encontros. O grupo mais recente, iniciado em 1º de agosto, com 47 venezuelanas do abrigo Rondon 3, escolheu o acesso à saúde como principal ponto a ser tratado nas dinâmicas.
A proposta é atender venezuelanas em situação de migração de diferentes localidades, oferecendo conhecimento e inclusão. Os conteúdos são estabelecidos de maneira conjunta — um encontro inicial é realizado e, a partir dele, são as migrantes que escolhem as temáticas das próximas conversas, que são diferentes em cada abrigo, de acordo com suas necessidades, interesses e desafios.
De acordo com a agência das Nações Unidas, criar espaços para dar projeção às vozes das mulheres e permitir que elas participem de forma ativa dos rumos do grupo empodera refugiadas e migrantes. Ao se engajarem para discutir suas necessidades e, juntas, formular soluções para seus problemas, elas trazem aos atores da resposta humanitária maior responsabilidade de adequar suas ações de atenção.
Segundo Tamara Jurberg, a questão dos direitos no Brasil é uma das grandes demandas vindas das venezuelanas. “Elas querem conhecer os direitos de migrantes, refugiadas e refugiados, os direitos das mulheres, direitos sexuais e reprodutivos, de violência de gênero, entre outros. Ao trazer essas informações, nós trabalhamos com proteção também”, declarou.
A equipe humanitária da ONU Mulheres Brasil procura trabalhar em parceria com a equipe gestora dos abrigos, a Associação Voluntários para o Serviço Internacional (AVSI). As oficinas podem ser ministradas pela ONU Mulheres que, dependendo do tema escolhido por cada grupo, também conta com o auxílio de outras organizações, como Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e Médicos Sem Fronteiras.
A iniciativa das rodas de conversa se relaciona ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável n. 5, para a igualdade de gênero e empoderamento das mulheres, e ao ODS n. 16, para a promoção de sociedades pacíficas e inclusivas e o acesso à Justiça.
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Posted: 27 Aug 2019 11:42 AM PDT
O Centro Internacional de Formação da OIT (CIF-OIT) é uma instituição de formação profissional avançada, criada pela OIT e pelo Governo da Itália, na cidade de Turim, em 1964. Foto: Flickr/ ilouque (CC)
A Organização Internacional do Trabalho (OIT), o Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Centro Internacional de Formação da OIT (CIF-OIT) assinaram na semana passada (21) um acordo com o objetivo de facilitar a realização de cursos e atividades acadêmicas sobre direitos humanos, promoção do trabalho decente e temas correlatos, dirigidos ao aperfeiçoamento e à capacitação de membros do MPT.
O memorando é válido por dois anos e prevê o intercâmbio de informações entre as duas instituições. O acordo permite ainda o acesso de membros do MPT a bolsas de estudos e cursos já oferecidos pelo Centro.
“A assinatura do memorando de entendimento representa mais uma consolidação da parceria entre as duas instituições”, disse o assessor para assuntos internacionais do MPT, o subprocurador-geral Cristiano Paixão.
Por sua vez, o diretor do escritório da OIT no Brasil, Martin Hahn, destacou a importância do intercâmbio “para que a OIT possa aprender sobre os desafios em países específicos, porque isso vai ajudar (a organização) a continuar a criar recomendações que sejam pertinentes, que reflitam a realidade e que possam ser aplicadas em outros Estados”.
O CIF-OIT é um centro de formação profissional avançada, criado pela OIT e pelo governo da Itália, na cidade de Turim, em 1964.
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Posted: 27 Aug 2019 11:07 AM PDT
Reduzir emissões de gases do efeito estufa é uma responsabilidade assumida por todos os países signatários do Acordo de Paris. Foto: PEXELS
A Rede Brasil do Pacto Global das Nações Unidas levou o setor empresarial brasileiro à Semana do Clima de Salvador (BA) na semana passada. Os eventos promovidos pela entidade, por meio de seu Grupo Temático de Energia e Clima, discutiram a economia de zero carbono e a necessidade de engajamento com as metas baseadas na ciência para conter as mudanças climáticas.
Na segunda-feira (19), a Rede Brasil e a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) realizaram um debate sobre a adaptação da indústria química à mudança do clima e as oportunidades econômicas para uma economia de baixo carbono.
Também participaram representantes de Ministério da Economia, Conselho Internacional de Associações da Indústria Química (ICCA, na sigla em inglês), GIZ German Institute, Carbon Pricing Leadership Coalition (CPLC) do Banco Mundial e Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Em seguida, Rede Brasil do Pacto Global, WWF, CDP Latam, e a fabricante de papéis Klabin promoveram um workshop explicativo sobre as metas para o clima baseadas na ciência.
No dia seguinte, foi a vez de discutir como negócios e governo podem contribuir para uma economia de carbono zero, em evento da Rede Brasil em parceria com a construtora MRV. Participaram desse debate representantes de Braskem, Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), Schneider Electric, WayCarbon, GIZ, Scania, ERM, Amaggi, ISA CTEEP, South Pole, Coalizão Brasil Clima, IPAM Amazônia, CDP. Por fim, a Iniciativa Empresarial em Clima realizou um jantar para promover contatos entre seus membros e discutir suas frentes de atuação.
Campanha para engajar setor empresarial
Em julho, o Pacto Global e suas redes locais lançaram uma campanha para engajar o setor empresarial nos esforços para limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, e chegar ao objetivo de zero emissão de gases de efeito estufa antes de 2050.
A meta atende ao mais recente relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que alertou para consequências catastróficas caso o aumento global de temperatura exceda 1,5°C.
Ao menos 28 empresas globais com um capital total de 1,2 trilhão de dólares se engajaram com esta campanha através de um compromisso público. Elas empregam mais de 1 milhão de funcionários e mobilizam 15 setores econômicos em mais de 15 países.
O objetivo da Rede Brasil do Pacto Global é engajar 100% de seus integrantes com as metas baseadas na ciência. Além desta campanha, a Rede também promove o Action4Climate Brazil, um programa composto por projetos e ações nas frentes de mitigação, adaptação e meios de implementação – que se referem a finanças climáticas e engajamento em políticas públicas.
Conheça outras ações do GT Energia e Clima da Rede Brasil do Pacto Global.
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Posted: 27 Aug 2019 10:20 AM PDT
Apesar do avanço nas últimas décadas, a participação das mulheres no mercado de trabalho permanece inferior à dos homens nos países latino-americanos e caribenhos. Foto: Agência Brasil
A persistência de lacunas de gênero e a evidência de que a igualdade entre homens e mulheres no trabalho está tardando mais do que o esperado exigem que os países da América Latina e do Caribe adotem uma série de medidas transformadoras para abordar desafios de políticas de emprego, destacou a Organização Internacional do Trabalho (OIT) nesta terça-feira (27).
Para cada hora trabalhada, as mulheres latino-americanas e caribenhas recebem uma renda do trabalho que é, em média, 17% inferior à dos homens com a mesma idade, nível educacional, presença de crianças em casa, condição rural e tipo de trabalho, destacou o novo relatório divulgado em Lima, no Peru. A desigualdade de renda laboral caiu apenas de 2 a 3 pontos percentuais no período de 2012 a 2017.
A taxa de participação das mulheres latino-americanas no mercado de trabalho em 2017 estava em 50,3%, 25 pontos percentuais abaixo da taxa de participação dos homens (75%). Incluindo o México e os países da América Central, essa desigualdade foi ainda maior, atingindo os 35 pontos percentuais.
No caso do Brasil, a taxa de participação das mulheres no mercado de trabalho é de 52,3%, enquanto a taxa de participação masculina é de 72%.
Os dados são do relatório “Mujeres en el mundo del trabajo. Retos pendientes hacia una efectiva equidad en América Latina y el Caribe” (Mulheres no mundo do trabalho: desafios pendentes para uma equidade efetiva na América Latina e no Caribe), publicado em espanhol.
“Embora seja verdade que houve avanços muito importantes na incorporação das mulheres ao trabalho, o caminho para a igualdade ainda é longo e, às vezes, íngreme”, disse o diretor regional interino da OIT para América Latina e Caribe, Juan Hunt, ao apresentar o documento que destaca várias dimensões de uma “segregação ocupacional”.
“O relatório que apresentamos alerta que as diferenças de gênero constituem hoje uma das formas de desigualdade injustificável. E é claramente um fato que conspira contra a possibilidade de construir sociedades mais prósperas, justas e coesas”, acrescentou Hunt.
O documento destacou a necessidade de uma renovação das políticas públicas e de reconhecer que “uma parte importante das limitações do progresso das mulheres reside nos lares”, em particular porque a distribuição por gênero das tarefas domésticas ainda é esmagadoramente desigual. “As mulheres são responsáveis por 80% das tarefas domésticas, o que restringe sua participação efetiva no mundo do trabalho”, afirmou o relatório.
Segundo a pesquisa, apesar da persistência das lacunas salariais, tendências de longo prazo mostram mudanças significativas, como é o caso da educação, área em que o número de mulheres com Ensino Superior excedeu o dos homens na região. Entre os nascidos em 1990, 40% das mulheres trabalhadoras têm Ensino Superior, em comparação com 25% dos homens, destacou o estudo.
Com base nas diferenças detectadas na renda do trabalho, o relatório da OIT explorou várias dimensões do hiato de gênero, a fim de identificar as maiores vulnerabilidades. Tais informações podem ser úteis para o desenho de políticas públicas e estratégias para intervenção.
“Políticas ativas de emprego são necessárias para apoiar a inserção das mulheres no mercado de trabalho, assim como serviços de informação e de orientação que contemplem as necessidades específicas das mulheres, programas de capacitação e de formação para melhorar a sua empregabilidade e programas específicos para atender, principalmente, às necessidades de mulheres afetadas pela desigualdade (migrantes, jovens, mulheres rurais e trabalhadoras agrícolas)”, disse o economista regional da OIT, Hugo Ñopo.
Os dados analisados no relatório, coordenado por Ñopo, permitem detectar onde a diferença de renda é maior, ao destacar “padrões diferenciados”. A desigualdade, por exemplo, é mais acentuada entre os 20% dos trabalhadores de baixa renda ou entre trabalhadores rurais autônomos.
Uma lacuna salarial elevada também foi identificada em rendas que giram em torno de um salário mínimo, o que se atribui ao fato de que um alto nível de informalidade também gera altos níveis de descumprimento no pagamento dessa remuneração.
“O problema das lacunas de gênero está associado ao da pobreza”, disse Ñopo. Ele destacou que, para impulsionar mudanças que levem à igualdade, é necessário enfrentar os “fatores não observáveis que estão por trás das disparidades salariais de gênero e do tratamento diferenciado em relação às mulheres na América Latina e no Caribe”.
Entre esses fatores, o relatório destaca: estereótipos — presença de vários tipos de vieses cognitivos e de discriminação; comportamentos — aspirações, habilidades de negociação e aversão ao risco; normas sociais — divisão sexual do trabalho e novos arranjos familiares.
O documento abordou ainda o trabalho de cuidado não remunerado e a participação trabalhista. “A maior parte do trabalho de cuidado em todo o mundo é realizada por cuidadoras e cuidadores não remunerados que são, em sua maioria, mulheres e meninas pertencentes a grupos socialmente desfavorecidos”.
Isso obriga mulheres trabalhadoras a buscar flexibilidade em seus arranjos de trabalho e “elas tendem a aceitar empregos em condições inferiores na comparação com os homens e com menor poder de negociação”.
O novo relatório do Escritório Regional da OIT insere-se nas comemorações do Centenário da Organização e revisa uma série de Convenções e Recomendações adotadas desde 1919 para promover a igualdade de gênero.
O estudo inclui um capítulo sobre o futuro do trabalho e os desafios e as oportunidades decorrentes de profundas mudanças. Se medidas adequadas não forem adotadas, há risco de as lacunas de gênero serem perpetuadas, alertou o documento.
Por fim, o relatório apresentou ainda uma série de conclusões e recomendações da OIT sobre como enfrentar o desafio de acelerar a igualdade de gênero nos mercados de trabalho. O documento destacou que “melhorar a divisão de tarefas domésticas é, provavelmente, a mudança cultural mais importante para o progresso na igualdade de oportunidades”.
Clique aqui para acessar o relatório completo (em espanhol).
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Posted: 27 Aug 2019 08:56 AM PDT
Os oceanos são tão importantes quanto as florestas para a regulação do clima da Terra. Foto: FAO
O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, a ONU Meio Ambiente e a Rede Nacional de Pesquisa lançam nesta terça-feira (27), em Brasília (DF), o Atlas do Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira ( https://www.sibbr.gov.br).
O SiBBr, como é chamado, é o banco de dados de referência do governo brasileiro sobre a biodiversidade nacional e atualmente apresenta informações de 160 mil espécies, com um número total de registros de ocorrência de cerca de 15 milhões.
Além de todos estes dados, que poderão ser acessados de forma livre pela sociedade, a plataforma também disponibiliza informações sobre biomas, áreas protegidas no Brasil, coleções brasileiras, espécies ameaçadas, espécies nativas utilizadas na medicina ou na culinária e seu valor nutricional.
A base de dados do Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira existe desde 2014 e passou por uma customização. A nova plataforma, baseada na infraestrutura da Plataforma ALA – Atlas o Living Australia, é mais funcional, facilita a indexação, integração e visualização dos dados e informações sobre a biodiversidade e favorece o compartilhamento de informações entre o Brasil e outros países.
Com o SiBBr, o país integra o maior esforço global para conhecer melhor a biodiversidade do planeta e disponibilizar gratuitamente as informações existentes. O Sistema também atua como o “nó brasileiro” da Plataforma Global de Informação sobre Biodiversidade (GBIF), que é a maior iniciativa multilateral de acesso virtual às informações biológicas de aproximadamente 60 países. Desta forma, informações publicadas no país podem ser disponibilizadas para esta rede internacional, e vice-versa.
“O Brasil é um país megadiverso, com o maior estoque de biodiversidade do planeta. Nesta riqueza natural encontramos as soluções baseadas na natureza que contribuem para regulação climática, hídrica, fertilidade dos solos, segurança alimentar, medicamentos, cosméticos, bem como possibilitam inovações para o desenvolvimento econômico”, afirmou a representante da ONU Meio Ambiente, Denise Hamú.
“Dada esta grande riqueza da biodiversidade brasileira, e para conservar este ativo ambiental e utilizá-lo de forma sustentável, é preciso conhecer, registrar e divulgar as informações existentes”, declarou. “O Sistema Brasileiro de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira faz isso, ao reunir as informações da nossa biodiversidade e torná-las acessíveis, sem custos, aos tomadores de decisão, setor privado e sociedade em geral”.
Segundo o secretário de Políticas para Formação e Áreas Estratégicas, Marcelo Morales, o SIBBr torna-se uma ferramenta essencial nas pesquisas acadêmicas e na gestão ambiental ao disponibilizar um amplo conjunto de dados das espécies brasileiras e possibilitar cruzamentos diversos com estudos espacializados.
O evento de lançamento ocorrerá nesta terça-feira (27), a partir das 14h30, no auditório do MCTIC. A mesa de abertura contará com a presença de Denise Hamú (ONU Meio Ambiente), Marcelo Morales (MCTIC) e Nelson Simões (RNP), seguida de painéis liderados por Braulio Ferreira (UnB), Cléverson Ranniéri Meira dos Santos (MCTIC), Francine Leal (GSS Sustentabilidade e Bioinovação) e Antônio Carlos Fernandes Nunes (RNP)
Mais informações:
Data: 27 de agosto de 2019. Horário: 14h30 às 17h30 Local: Auditório do MCTIC, Esplanada dos Ministérios, Bloco R, Brasília DF.
Programação:
14h30: Mesa de Abertura: Secretário de Políticas para Formação e Ações Estratégicas (SEFAE/MCTIC), Dr. Marcelo Morales; Representante da ONU Meio Ambiente Brasil, Sra. Denise Hamú; Diretor-geral da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa – RNP, Sr. Nelson Simões. 15h – Contextualização do SiBBr: importância dos dados para subsidiar políticas públicas e potencial do uso da biodiversidade no Brasil – Dr. Braulio Ferreira de Souza Dias, Departamento de Ecologia, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade de Brasília. 15h30 – Estudo de caso 1: Coleções Biológicas do Museu Paraense Emílio Goeldi – Estruturação do sistema institucional de dados e sua importância para a biodiversidade na Amazônia – Cléverson Ranniéri Meira dos Santos, Coordenação de Zoologia, Museu Paraense Emílio Goeldi (MCTIC). 15h50 – Estudo de caso 2: Uso de ativos da biodiversidade em produtos cosméticos – Francine Leal, GSS Sustentabilidade e Bioinovação. 16h10 – Apresentação do Atlas SiBBr e suas principais funcionalidades – Antônio Carlos Fernandes Nunes, Diretor Adjunto de Soluções – Rede Nacional de Ensino e Pesquisa – RNP. 17h – Coquetel de Encerramento.
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