Boletim diário da ONU Brasil: “Evento em Boa Vista fomenta desenvolvimento local em contexto de fluxos migratórios” e 11 outros.
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qui, 15 de ago 18:44 (há 7 dias)
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Posted: 15 Aug 2019 02:05 PM PDT
A iniciativa, de acesso gratuito, busca tornar-se referência na cooperação entre agentes públicos, organizações sociais e mercado privado. Foto: Adriana Duarte
A inclusão socioeconômica de parcela da comunidade em situação de vulnerabilidade, composta principalmente por brasileiros e migrantes venezuelanos, foi o foco do evento Inspira Boa Vista, realizado no início de agosto (3 e 4) na capital de Roraima.
Promovido pelo Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimento Sustentável (CIEDS) e pela Funcação IOCHPE, com apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), entre outros parceiros, o encontro promoveu atividades diversas nas áreas de inovação, criatividade, economia colaborativa e economia digital.
A iniciativa, de acesso gratuito, busca tornar-se referência na cooperação entre agentes públicos, organizações sociais e mercado privado. O objetivo é somar forças dessas áreas para promover o desenvolvimento de capital humano e a construção de capacidades locais, com enfoque em empreendedorismo.
O encontro faz parte da atuação do PNUD para promover o desenvolvimento local em contextos de crescente fluxo migratório.
De acordo com seu mandato, focado no desenvolvimento humano e na redução das desigualdades, o PNUD iniciou, em 2018, o projeto “Fortalecimento da reintegração socioeconômica e promoção de oportunidades de desenvolvimento inclusivo para migrantes no Brasil”.
Ainda naquele ano, foram realizados, em parceria com governo federal, Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e setor privado, seminários para sensibilizar empresas locais para a inclusão de migrantes em sua força de trabalho.
Em 2019, o PNUD iniciou sua ação-piloto em Boa Vista. Nessa primeira etapa, a iniciativa prioriza a criação de metodologias voltadas à promoção do desenvolvimento local em contextos de migração, fortalecendo capacidades e oportunidades especialmente para as populações mais vulneráveis.
Serão desenvolvidas ações focadas nos eixos de educação, geração de renda, inclusão produtiva e promoção de convivência, fortalecendo as perspectivas de desenvolvimento humano inclusivo para os migrantes venezuelanos que chegam ao território nacional e para os brasileiros residentes nas comunidades mais afetadas pelo fluxo migratório.
O projeto está alinhado com a implementação da Agenda 2030 e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, mais precisamente o ODS 16 (“Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas”).
No âmbito dessa iniciativa, dois dos parceiros do PNUD Brasil são o CIEDS, organização da sociedade civil focada na transformação de comunidades por meio de soluções sociais que geram renda, saúde, educação e confiança no futuro; e a Fundação IOCHPE, organização sem fins lucrativos, que há 30 anos desenvolve dois programas — FORMARE, com foco na educação profissional inicial de adolescentes, e Instituto Arte na Escola, voltada para a formação continuada de professores de arte-educação de toda educação básica.
O evento Inspira Boa Vista faz parte do conjunto de atividades locais que as instituições pretendem desenvolver.
Assista ao vídeo:
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Posted: 15 Aug 2019 01:44 PM PDT
Clique para exibir o slide.Das 7 mil línguas faladas em todo o mundo, 4 mil são línguas indígenas, das quais quase 3 mil estão em perigo de desaparecer, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). O Dia Internacional dos Povos Indígenas, celebrado em 9 de agosto — e que este ano coincidiu com o Ano Internacional das Línguas Indígenas — chamou a atenção para esse dado preocupante.
O número de povos indígenas em todo mundo tem diminuído, o que põe em risco um conjunto único de conhecimentos e compreensão da biodiversidade, cultura e tradição. A estimativa é de que, quando o explorador espanhol Francisco de Orellana chegou à região amazônica, em 1542, houvesse entre 8 milhões e 10 milhões de habitantes. Hoje, há aproximadamente 1 milhão de indígenas na região, compreendendo 400 grupos que falam 300 idiomas.
Uma das iniciativas que contribuem para proteger os direitos das comunidades indígenas, fortalecer suas estruturas de governança e conservar suas tradições ancestrais é o programa Paisagens Sustentáveis da Amazônia (ASL), financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF em inglês) e liderado pelo Banco Mundial.
Também é importante destacar o trabalho de especialistas como Martin von Hildebrand, o fundador e presidente da organização não governamental (ONG) Gaia Amazonas. O antropólogo dedicou a vida à defesa e à promoção dos direitos territoriais, e da conservação cultural e biológica na Amazônia colombiana.
Seu trabalho com os povos indígenas tem sido reconhecido com muitas premiações, incluindo o “Right Livelihood Award” (conhecido como o Prêmio Nobel Alternativo na Suécia), o “Prêmio Nacional Ambiental” (Colômbia), a “Order of the Golden Ark” (Holanda), o “Social Entrepreneur Award”, da Fundação Skoll (EUA), e o “Tallberg Global Leadership Award”, da Fundação Tallberg (Suécia).
Martin compartilhou com o Banco Mundial sua compreensão das ligações entre as línguas indígenas e a conservação, com foco na Amazônia, uma das regiões mais biológica e culturalmente diversas do mundo.
Banco Mundial: Quando e por que você começou a trabalhar com os povos indígenas?
Martin von Hildebrand: Comecei em 1972, quando fui para a Amazônia colombiana e viajei por seis meses em uma canoa. As pessoas falavam línguas que eu não entendia, mas nós nos comunicávamos por meio de sorrisos. Durante essa viagem, vi como as culturas indígenas estavam sendo destruídas pela invasão de uma visão de mundo ocidental e eu decidi fazer algo a respeito. Com os anciãos, trocamos mitos de origem, falando de heróis, deuses, vida e natureza, o que me permitiu acessar e começar a entender sua cosmologia e suas práticas tradicionais para salvaguardar o meio ambiente.
Meu plano original era ficar um par de anos, mas 45 anos depois ainda estou aqui. Pude me relacionar com eles, ganhar a sua confiança e depois me tornei mais político e iniciei a minha luta pelo reconhecimento dos territórios coletivos indígenas — resguardos — e dos direitos indígenas (incluindo os relacionados à proteção das suas línguas). Atualmente, os povos indígenas na Amazônia colombiana têm um território do tamanho do Reino Unido e os seus direitos são protegidos pela Constituição. Talvez a maior conquista seja que eles recuperaram a sua dignidade e entenderam que o mundo ocidental não é superior, que a sua cultura é igualmente válida. Agora, devemos ir além de simplesmente reconhecer os seus direitos e trabalhar de mãos dadas com eles, em termos iguais, para proteger a floresta pluvial.
Banco Mundial: Como você correlaciona as línguas e o conhecimento indígena à biodiversidade?
Martin von Hildebrand: Na visão de mundo dos povos indígenas, a crença fundamental é que humanos, animais, plantas, terra e rios equilibram-se uns aos outros como partes integrais da vida. Essa compreensão holística do mundo é expressa e mantida viva por meio de suas línguas, rituais e mitologia. Sua língua é parte de sua identidade e é o espírito de suas culturas. Por meio delas, vêm não só o seu conhecimento, mas a sua forma íntima de compreender a natureza e como os seres humanos se relacionam com ela.
A maneira predominante atual de compreender a natureza e como conservá-la por povos não indígenas é incompleta porque se baseia em seres humanos que percebem plantas e animais como os objetos e não os sujeitos do sistema inteiro. Isso não captura a intuição, o sentimento profundo e a compreensão de como as pessoas se relacionam com o nosso ambiente como um todo.
Os povos indígenas têm esse profundo entendimento e isso fortalece a sua conexão com a terra, a floresta, os rios, etc. É uma maneira de compreender e viver em um fluxo harmônico com a natureza. Essa visão de mundo os tornou resilientes, e o uso e a gestão dos recursos naturais de forma sustentável os ajudaram a sobreviver à dominação e à destruição. Felizmente, estamos começando a entender a partir dessa visão de mundo que a natureza é um sistema integrado e se quisermos sobreviver, o ecossistema todo deve sobreviver.
Perceber a nossa dependência da natureza para sobreviver despertou a ideia de que transformar a natureza de um objeto sem direitos para um sujeito com o direito de existir e florescer. Alguns de nós tivemos a sorte de aprender e de ser inspirados pelos povos indígenas e pela maneira como eles entendem e expressam seu mundo por meio da linguagem.
Banco Mundial: Quais são as estratégias mais bem-sucedidas para apoiar a sobrevivência dos povos indígenas, particularmente na Amazônia?
Martin von Hildebrand: No caso da Colômbia, 55% da Amazônia pertence aos povos indígenas. E com a sua compreensão sistêmica e holística da floresta, eles estão cuidando dela. Ao norte do Rio Amazonas, por exemplo, você encontra a maior floresta contínua do mundo, conservada em grande parte como áreas protegidas e territórios dos povos indígenas. O envolvimento dos jovens tem sido fundamental. Uma estratégia recente tem sido ajudar os jovens líderes indígenas masculinos e femininos a pesquisar e sistematizar o conhecimento da sua cultura, linguagem e rituais de seus anciãos para que eles possam ser passados para as gerações futuras. Este processo também tem incutido neles um senso de orgulho de sua cultura e suas línguas.
Uma estratégia diferente relaciona-se ao que o finado historiador cultural e o franco defensor ambiental Thomas Berry explicou: “O universo não é uma coleção de objetos, mas uma comunidade de sujeitos.” A existência é derivada de e sustentada por uma relação de cada ser com cada outro ser. Isso significa que árvores, plantas, animais e água são uma manifestação do universo e, nesse sentido, nós somos todos uma comunidade que precisa viver junta e em equilíbrio. O que recebemos da natureza precisamos devolver à natureza. Em conformidade com essa noção, na Colômbia, têm sido feitos progressos significativos para reconhecer áreas específicas de alta biodiversidade, como a região amazônica, como um sujeito com direitos e isso, por sua vez, levou a ações políticas positivas. Exemplos do Equador e da Bolívia são ainda mais fortes: o Equador foi o primeiro país a incluir os direitos da natureza na sua Constituição, e, em 2010, a Bolívia instituiu a histórica Lei da Mãe Terra.
A estratégia-chave para proteger a Amazônia relaciona-se com sua conectividade e é isso que os povos indígenas compreendem profundamente. A Amazônia é um ecossistema conectado entre plantas, animais, água e humanos, cujo fluxo é necessário para sua sobrevivência. A Amazônia é um órgão-chave em todo o sistema planetário. A água que flui pelos rios transforma-se em rios voadores (grandes quantidades de vapor de água transportadas pela atmosfera da Amazônia para outras partes da América do Sul e até o centro-oeste dos Estados Unidos) e mantém o clima regulado como parte de um sistema.
A conectividade na Amazônia não é apenas biológica, mas também cultural. Esforços estão sendo feitos para conectar áreas protegidas, incluindo territórios indígenas, mas as organizações, a sociedade civil e os governos precisam cooperar e atuar conjuntamente sobre essa ideia de conservar e restaurar a conectividade. Aprender o que os povos indígenas têm praticado ao longo dos anos pode ajudar a transformar paradigmas de desenvolvimento. Respeitar os valores, pensamentos e conhecimento indígenas e reconhecer sua visão holística pode ajudar a proteger a região amazônica.
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Posted: 15 Aug 2019 01:11 PM PDT
Centro de recepção e documentação inaugurado pelo governo federal com apoio do Sistema ONU Brasil na cidade de Pacaraima (RR) identifica e emite documentos para pessoas vindas da Venezuela. Foto: ACNUR/Reynesson Damasceno
A ONU Mulheres e suas organizações parcerias estiveram presentes em 33 países para o desenvolvimento de ações humanitárias e atividades de redução de risco e recuperação de desastres. Cerca de 235 mil mulheres e meninas e 89 mil homens e meninos foram atendidos. Do total de mulheres, 61,5 mil receberam apoio para subsistência e 35,2 mil foram beneficiadas com programas de liderança em contextos de crise.
A agência das Nações Unidas prestou apoio a 498 organizações de mulheres para desenvolvimento de ações de resposta humanitária e de recuperação. Cem organizações foram apoiadas em planejamento e implementação de redução de riscos e recuperação de desastres e 16 receberam apoio financeiro do Fundo de Apoio Humanitário a Mulheres e Paz (Women’s Humanitarian and Peace Fund).
O Brasil é parte desta resposta com ações humanitárias, a exemplo do apoio prestado a refugiadas, migrantes e solicitantes de refúgio da Venezuela. De acordo com o Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR), em todo o mundo, 132 milhões de pessoas precisaram de assistência humanitária devido a conflitos, repressões e desastres naturais. Metade desse grupo é representado por meninas e mulheres que diariamente enfrentam discriminação e violência.
O relatório “Empoderamento e Responsabilidade para Igualdade de Gênero – Ações Humanitárias e respostas a crises 2018”, da ONU Mulheres, aponta que as necessidades humanitárias continuam crescendo. Segundo o documento, a experiência de 2018 sugere que as estratégias de ações humanitárias, de recuperação e redução de risco continuam inadequadas para identificar e abordar os direitos e necessidades específicas de meninas, mulheres, meninos e homens.
As estratégias precisam levar em consideração os riscos adicionais de vulnerabilidade causados pela desigualdade de gênero. Meninas e mulheres acabam enfrentando maior vulnerabilidade econômica nos cenários de crise.
De acordo com o relatório da ONU Mulheres, a autonomia e o empoderamento de meninas e mulheres é fundamental para a construção de um futuro livre da dependência e vulnerabilidade, proteção, recuperação e melhoria sustentável de suas comunidades.
Estudos mostram que mulheres investem cerca de 90% de seus ganhos com o trabalho em suas famílias, em comparação, homens investem 35%. Portanto, investir no empoderamento de mulheres gera resultados sociais e econômicos positivos não somente para elas, mas também para suas famílias, comunidades e países de acolhimento.
Acesse aqui o relatório completo.
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Posted: 15 Aug 2019 12:33 PM PDT
Clique para exibir o slide.Com cerca de 270 participantes, o Seminário de Engajamento Humanitário e Atendimento a Migrantes e Refugiados, realizado na semana passada (7), na cidade de Esteio (RS), proporcionou um dia de reflexão e debate sobre temas que envolvem a realidade dos refugiados e o reassentamento dessa população.
O evento foi promovido pela Prefeitura de Esteio, por meio da Secretaria Municipal de Cidadania, Trabalho e Empreendedorismo (SMCTE), e pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR).
Esteio é uma cidade que hoje serve como referência ao se falar de interiorização de venezuelanos – o município já recebeu mais de 200 refugiados e migrantes da Venezuela. O prefeito Leonardo Pascoal relembrou o processo de acolhimento dos venezuelanos no município.
“Os desafios de receber 224 venezuelanos são muitos. No próximo mês, fará um ano do momento que essas pessoas chegaram ao nosso município, mudando não apenas as suas vidas, mas a da nossa cidade. Iniciou e terminou como um grande aprendizado”, afirmou.
Pascoal comentou sobre o convívio social e os temores da população na época. “Foi uma troca. Ter essas pessoas aqui não causou nenhum problema para a nossa cidade. Nenhum esteiense deixou de ser atendido nas unidades de saúde, escolas e demais serviços porque um venezuelano precisou de atendimento”, disse.
Dia de palestras
Na programação de palestras, a oficial de reassentamento do ACNUR, Gabriela Cortina, abordou o mandato da agência e suas frentes de atuação. “Trabalhamos para garantir a proteção de refugiados no mundo inteiro e no Brasil não é diferente. É nossa responsabilidade procurar por soluções duradoras, trabalhando com os estados, cidades e comunidades de acolhida pela integração social e econômica dessas populações em condição de vulnerabilidade”, explicou ela.
A assistente sênior de determinação da condição de refugiados do ACNUR Brasil, Giuliana Serricella, trouxe à pauta os benefícios recíprocos da interação entre refugiados e a comunidade de acolhida. “Os refugiados nunca chegam de mãos vazias. Precisamos enxergar de forma mais ampla que, consigo, eles trazem ferramentas, conhecimentos e lembranças, brindando o Brasil com novas culturas, aprendizados e visões diferentes do mundo”, destacou Serricella.
A coordenadora de Projetos da Associação Antônio Vieira/Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados (ASAV/SJMR), Karin Wapechowski, abordou a implementação do processo de interiorização. Em sua palestra, falou sobre organizações da sociedade civil no trabalho de integração localizada.
Enquanto a primeira etapa do evento, realizada durante a manhã, foi destinada à comunidade em geral, voluntários e estudantes universitários, entre outros, à tarde, as atividades foram direcionadas a servidores municipais de Esteio e demais municípios que têm interesse no processo de migração e de refúgio.
O evento contou com o apoio da Organização das Cooperativas do Estado do Rio Grande do Sul (OCERGS), da Companhia Riograndense de Saneamento (CORSAN) e da empresa esteiense Liderpan.
Workshop na capital
Em Porto Alegre, o Workshop Reassentamento de Refugiados e Integração Local aconteceu na terça-feira (6) e foi promovido em parceria entre a Secretaria de Desenvolvimento Social e Esporte da prefeitura e o ACNUR. O evento foi destinado a todos os interessados e a profissionais que possuam atuação na área social.
Segundo a secretária de Desenvolvimento Social e Esporte de Porto Alegre, Comandante Nádia, a questão dos refugiados e migrantes é uma realidade e o município deve estar preparado.
“Precisamos debater e otimizar os serviços municipais para estarem capacitados para receber os refugiados, assentados e imigrantes, entendendo quem são essas pessoas. Temos a obrigação de fornecer saúde, educação, segurança e emprego a todos que aqui vêm pedir o nosso auxílio. Para isso estamos aqui, nos capacitando para sermos um instrumento facilitador”, destacou a secretária.
As palestras em Porto Alegre foram realizadas pelo ACNUR, Associação Antônio Vieira/Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados e pela secretária de Cidadania, Trabalho e Empreendedorismo de Esteio, Tatiana Tanara Melo Figueiredo.
Segundo dados do ACNUR, a cada minuto 25 pessoas são obrigadas a fugir no mundo. Apenas em 2018, mais de 70 milhões de pessoas viveram a situação de deslocamento forçado.
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Posted: 15 Aug 2019 11:25 AM PDT
Clique para exibir o slide.A ONU Mulheres e a Prefeitura de Itabira (MG) firmaram nesta quinta-feira (15) acordo de cooperação técnica para enfrentamento à violência contra as mulheres, impulso ao empoderamento econômico, à participação política e à governança, com ações previstas até abril de 2020 e investimento de cerca de 700 mil reais. O acordo foi firmado pela representante interina da ONU Mulheres Brasil, Ana Carolina Querino, e pelo prefeito de Itabira, Ronaldo Lage Magalhães.
Com mais de 100 mil habitantes, sendo 52% mulheres e 48% homens, o município passará a reforçar medidas para eliminar as desigualdades de gênero. De acordo com dados da RAIS 2018 (Relação Anual de Informações Sociais), do Ministério da Economia, o rendimento das mulheres de Itabira era 25% menor do que o dos homens. Entre os cargos de nível superior, os salários das mulheres correspondiam a 51,93% do salário dos homens.
Desde julho deste ano até dezembro de 2020, Itabira terá assessoria técnica da ONU Mulheres Brasil para acessar ferramentas e consolidar uma estratégia de desenvolvimento municipal, por meio da implementação local da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, com foco na questão de gênero.
O propósito é identificar as lacunas das desigualdades de gênero, raça e etnia no município e as condições de resposta da administração municipal com base nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Políticas, programas e ações públicas para igualdade de gênero e empoderamento das mulheres beneficiam toda a população, lembrou a ONU Mulheres.
Para a representante interina da ONU Mulheres Brasil, Ana Carolina Querino, a cooperação técnica com a Prefeitura de Itabira atende aos desafios internacionais estabelecidos pelos Estados-membros da ONU.
“Mulheres e homens, na sua diversidade, precisam ser atendidos nos locais onde vivem e moram. Políticas focadas nas pessoas, na prosperidade, na erradicação da pobreza e em defesa do meio ambiente são políticas de sustentabilidade que melhoram condições de vida desta geração e das futuras”, declarou.
“Itabira dá um passo decisivo ao mostrar que a Agenda 2030 com foco na igualdade de gênero é viável nos municípios e tem potencial de beneficiar toda a população, porque age para que ninguém fique para trás”, completou.
A Prefeitura de Itabira afirmou que a assessoria técnica da ONU Mulheres Brasil colaborará para o alcance dos desafios assumidos pela administração municipal.
“Sempre tivemos o cuidado no desenvolvimento de políticas públicas que visam promover uma sociedade mais democrática. Essa parceria reforça nossas iniciativas. Trabalhamos na construção de uma cidade onde homens e mulheres tenham igualdade de oportunidades e direitos. Esse será um trabalho desenvolvido em conjunto e o sucesso depende da participação de todos”, disse Dalma Barcelos, vice-prefeita da cidade.
Igualdade de gênero e sustentabilidade
Por se tratar de uma abordagem pioneira, a experiência em Itabira será piloto no país e a primeira parceria formalizada entre ONU Mulheres Brasil e um ente municipal. O acordo se insere na iniciativa “Cidade 50-50: Todas e Todos pela Igualdade”, disponível desde 2016. Trata-se uma plataforma voltada à implementação local dos ODS a partir da realidade municipal.
No município, o acordo de cooperação com a ONU Mulheres Brasil responderá aos ODS 4 (Educação de Qualidade), 5 (Igualdade de Gênero), 8 (Trabalho Decente e Crescimento Econômico), 10 (Redução das Desigualdades), 11 (Cidades e Comunidades Sustentáveis) e 17 (Parcerias e Meios de Implementação).
O projeto abrange quatro áreas de cooperação técnica. Na área de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, é esperado reforço da rede de combate a esse crime por meio de integração, abordagem das mulheres em sua diversidade e monitoramento adotando padrões internacionais de prevenção, atenção e monitoramento, incluindo abordagem da violência contra mulheres negras. Também haverá implementação do currículo “O Valente não é Violento” nas escolas municipais e realização de diagnóstico sobre a violência contra as mulheres negras.
Na área de Empoderamento Econômico, a expectativa é gerar mais capacidade e compromisso de agentes governamentais, públicos e de empresas privadas para formular, implementar e monitorar estratégias para promover o trabalho decente, a proteção social e o empreendedorismo de mulheres. Isso se dará por meio de medidas para a estratégia de empoderamento econômico de mulheres no setor público e em situação de vulnerabilidade social agravada (Programa Aprendiz Social, trabalhadoras domésticas); e do desenvolvimento e apoio à implementação de um polo de confecção.
Na área de Participação Política, a intenção é aprimorar a capacidade de mulheres líderes sociais e impulsionar candidaturas a cargos eletivos na Câmara Municipal e na Prefeitura Municipal de Itabira, por meio de oficinas de capacitação para aquelas que manifestarem interesse em se candidatar para as eleições municipais de 2020, independentemente de sua filiação partidária.
E, por fim, na área de Governança, espera-se potencializar ferramentas de governança para que a questão de gênero permeie as políticas públicas de todos as áreas, adaptadas e implementadas por meio de um diagnóstico sobre a situação das mulheres em Itabira e do apoio técnico para elaboração de Plano Municipal de Políticas para as Mulheres.
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Posted: 15 Aug 2019 09:36 AM PDT
Salvador sediará a Semana do Clima da América Latina e Caribe – Foto: Flickr
Mais de três mil participantes são esperados na Semana do Clima da América Latina e Caribe, que acontecerá em Salvador, na Bahia, entre os dias 19 e 23 de agosto. Participam do evento ministros de governo e representantes seniores de agências multilaterais e Organizações Não Governamentais (ONGs).
Em cooperação entre o Governo Federal Brasileiro e a cidade de Salvador, a Semana do Clima da América Latina e Carine (LACCW) é organizada através de uma parceria de organizações internacionais e regionais com o principal objetivo de impulsionar a resposta da região às mudanças climáticas. O Ministro do Meio Ambiente do Brasil, Ricardo Salles, e o prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto, participarão de vários eventos durante a semana, incluindo o segmento de alto-nível.
O Ministro de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Argentina, Rabino Sergio Bergman, e a Ministra de Meio Ambiente e presidente designada da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP25) deste ano no Chile, Carolina Schmidt, participam do encontro de alto nível na quinta-feira (22).
Outros oficiais que confirmaram presença são o diretor sênior de Política e Programa de Mudanças Climáticas da ONU, Martin Frick; o presidente e CEO da Associação Internacional de Comércio de Emissões (IETA), Dirk Forrister; o gerente de operações do Banco Mundial no Brasil, Renato Nardello; o enviado especial do secretário-geral das Nações Unidas para a Cúpula da Ação Climática, Embaixador Luis Alfonso de Alba; o líder da WWF para a Prática de Clima e Energia e presidente da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2014 (COP20) no Peru, Manuel Pulgar-Vidal; e o campeão de alto nível para ação climática do Chile, Gonzalo Muñoz.
Os planos atuais de ações climáticas, conhecidos como Contribuições Nacionais Determinadas (NDCs, da sigla em inglês), não são suficientes para manter o mundo no caminho certo para alcançar o objetivo do Acordo de Paris, que limita o aquecimento global para o mais próximo possível de 1,5°C. Por isso, a Semana do Clima acontece em um momento crítico, onde governos se preparam para submeter o próximo round de NDCs, até 2020. A Semana terá um calendário de atividades dinâmico, que vai demonstrar a ambição climática crescente em toda a região, desde discussões técnicas até diálogos temáticos de alto nível.
As conclusões do encontro vão alimentar os resultados da Cúpula de Ação Climática, organizada pelo secretário-geral da ONU em 23 de setembro, em Nova Iorque, com o objetivo final de impulsionar a ambição climática e acelerar a implementação do Acordo de Paris e a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. A Semana do Clima também contribuirá para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP25) que acontecerá em Santiago, no Chile, de 2 a 13 de dezembro de 2019.
São esperados participantes dos 33 países da América Latina e Caribe, além de outras regiões do mundo, somando, até o momento, mais de 90 nacionalidades diferentes. O evento reunirá autoridades nacionais e locais, líderes regionais dos setores públicos e privados e representantes da sociedade civil, incluindo líderes indígenas e jovens, assim como oficiais das Nações Unidas.
As discussões serão no Salvador Hall, um centro de eventos transformado na Cidade do Clima, para receber a Semana com altos padrões de sustentabilidade. O local é totalmente acessível através de transporte público e atenção especial será dada para providenciar alimentação vegetariana e de origem local, evitando também o desperdício de papel e plásticos recicláveis de uso único.
As inscrições para a Semana do Clima estão abertas até as 16 horas do dia 16 de agosto (sexta-feira) neste link.
Sobre as semanas regionais do clima – Organizada todo ano na África, América Latina e Caribe, e na Ásia e Pacífico, as Semanas Regionais de Clima são plataformas colaborativas únicas para governos e partes interessadas não partidárias para abordar as ações climáticas sob uma única ótica e propósitos centralizados. Reunir diversas partes interessadas, dos setores público e privado, em torno de um objetivo comum – abordar a mudança climática – é o principal objetivo das Semanas Regionais de Clima.
Organizadores – Organizado pelo governo federal brasileiro com suporte da cidade de Salvador, a Semana do Clima 2019, é co-organizada pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, com parceria de Marrakech para a Ação Global do Clima, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP), além da parceria da UNEP com a Universidade de Tecnologia da Dinamarca, Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Plataforma Regional para Estratégias de Desenvolvimento Resilientes com Baixa Emissão (LEDS LAC), Organização Latinoamericana de Energia (Olade), Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) e Associação Internacional de Comércio de Emissões (IETA).
MAIS INFORMAÇÕES
- Para questões de imprensa: Secretariado da ONU para Mudanças Climáticas no email press@unfccc.int
- Para consultas de mídia durante a Semana do Clima: Mariana Castaño Cano, mcastanocano@unfccc.int
- Assista ao webinar para jornalistas promovido no dia 13 de Agosto. Em inglês, aqui, ou espanhol, aqui.
- Para mais informações, visite o site www.regionalclimateweeks.org (disponível em inglês, espanhol, português e francês)
- Informações sobre logística estão disponíveis em inglês, espanhol e português aqui.
- Todas as informações e recursos visuais do evento estão disponíveis no Trello Board.
- Fotos da Semana do Clima 2019 estarão disponíveis no Flickr aqui.
- Inscrições para a Semana do Clima da Ásia e Pacífico que acontece em Bancoque entre 2 e 6 de setembro também estão abertas aqui.
- Participe do diálogo nas redes sociais usando a hashtag #LACClimateWeek
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Posted: 15 Aug 2019 09:35 AM PDT
Clique para exibir o slide.O ar seco e o sol da capital federal não atrapalharam o duelo entre as seleções da Guiné-Conacri e da Colômbia, que disputaram no domingo (11) a final da etapa de Brasília da Copa dos Refugiados e Imigrantes 2019.
A equipe guineense, estreante na competição, foi superior aos colombianos durante todo o jogo, consagrando-se campeã no Estádio Valmir Campelo, no Distrito Federal, com um sólido placar de 5 a 2.
“É a primeira vez que participamos da Copa. A gente está muito feliz, nem sabemos como explicar esse título. Nos preparamos por três meses, treinamos muito com times de Brasília”, disse eufórico o capitão do time, Ibrahima Kaba.
“Agradecemos ao apoio de todos, agradecemos aos brasileiros que têm respeito e consideração por nós. Esse título representa a paz, respeitar os outros, se conhecer e aprender a viver melhor.”
Há mais de seis anos no país, Kaba é flamenguista e seu sonho é se tornar jogador profissional de futebol e atuar como atleta no Brasil. “Estou lutando muito para isso”.
Do lado da equipe vice-campeã, Alejandro Silva Rodrigues veio da Colômbia morar com os primos no Distrito Federal. “Estou muito agradecido por essa oportunidade. O segundo lugar é muito, o time fez muita força, fez o possível para ganhar. Mas o rival foi muito forte e mereceu.”
A Copa dos Refugiados e Imigrantes é organizada pela ONG África do Coração e apoiada pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), Organização Internacional para as Migrações (OIM), Instituto Migração e Direitos Humanos, Cáritas Brasileira e Sodexo.
“O evento reflete um projeto de integração de pessoas refugiadas por meio do esporte, envolvendo refugiados e imigrantes que representam seus países de origem e que buscam promover suas culturas, talentos e conhecimentos no Brasil. Para o ACNUR, ganham os refugiados, imigrantes e a população brasileira”, afirmou o representante do ACNUR no Brasil, José Egas.
A etapa de Brasília contou com a participação de oito seleções: República Democrática do Congo, Cabo Verde, Gana, Paquistão, Haiti, Guiné-Conacri, Colômbia e Venezuela – somando 160 jogadores amadores. Essa rodada contou também com apoio do Governo do Distrito Federal.
A seleção campeã de Guiné-Conacri disputará a chamada Copa do Brasil de Refugiados e Imigrantes, no Rio de Janeiro, que terá a participação dos vencedores das outras rodadas regionais. A grande final está prevista para o fim de outubro.
Com o tema “Reserve um minuto para ouvir uma pessoa que deixou o seu país”, a edição de 2019 da competição envolverá aproximadamente 1.120 atletas de 39 nacionalidades, reunindo pessoas em situação de refúgio e imigrantes.
Gana vence Cabo Verde
Mais cedo no mesmo dia, na disputa pelo terceiro lugar da etapa de Brasília, a seleção de Gana bateu por 3 a 0 a equipe de Cabo Verde.
O ganense Eliasu Abdullai marcou um dos gols da partida. “O jogo foi bom, muito disputado. Mas nós jogamos bem e ninguém se machucou, o que é importante.” Abdullai está no Brasil há cinco anos.
Do banco de reservas e com celular gravando, Mohammed Walla, atacante de Gana, realizava a transmissão online da partida para sua família, que está em sua terra natal. Walla está no Brasil há seis anos. “É um grande prazer poder mostrar para minha família a vida e as oportunidades que tenho aqui. Não tenho palavras para dizer como o Brasil é bom para mim”, contou ele.
Abertura da Copa
Foi no Estádio Mané Garrincha o evento de abertura da Copa dos Refugiados e Migrantes 2019. A cerimônia aconteceu na sexta-feira (9), e contou com a presença de autoridades públicas, representantes de ACNUR, OIM e federação de juízes.
O oficial de proteção do ACNUR, Pablo Mattos, participou da abertura. Segundo ele, o esporte é um importante fator que colabora para a integração de refugiados e migrantes à sociedade de acolhida.
“Não precisa falar inglês, espanhol ou português para jogar futebol, ou ser da Venezuela, Colômbia ou Brasil. O esporte é prova de que existe uma conexão muito maior entre as pessoas do que as diferenças de nacionalidade ou língua. Por isso o ACNUR apoia a Copa dos Refugiados e Imigrantes 2019”, disse Mattos.
Após as falas dos convidados e as apresentações e orientações do corpo organizador, a comitiva seguiu para o gramado do Mané Garrincha para dar o pontapé inicial do evento.
As próximas etapas regionais a serem disputadas serão em Porto Alegre (18 de agosto), Rio de Janeiro (14 e 21 de setembro), Curitiba (14 de setembro), Recife (14 de setembro) e São Paulo (datas a serem confirmadas).
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Posted: 15 Aug 2019 09:09 AM PDT
Winnie Byanyima é a nova diretora-executiva global do UNAIDS. Foto: UNAIDS
O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) anunciou nesta quinta-feira (15) a nomeação da engenheira ugandense Winnie Byanyima como sua nova diretora-executiva. Byanyima tem mais de 30 anos de experiência em liderança política, diplomacia e envolvimento humanitário.
“Tenho a honra de me juntar ao UNAIDS como diretora-executiva em um momento tão crítico na resposta ao HIV”, disse Byanyima. “O fim da AIDS como uma ameaça à saúde pública até 2030 é um objetivo que está ao alcance do mundo como um todo, mas eu não subestimo a escala do desafio que temos diante de nós”.
“Trabalhando com todos os seus parceiros, o UNAIDS deve continuar a falar pelas pessoas que ficaram para trás e a defender os direitos humanos como a única maneira de acabar com a epidemia.”
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, nomeou Byanyima como diretora-executiva do UNAIDS e subsecretária-geral das Nações Unidas depois de um processo de seleção abrangente que envolveu um comitê de recrutamento constituído por membros da Junta de Coordenação do Programa do UNAIDS (PCB, da sigla em inglês). O Comitê de Organizações Copatrocinadoras do UNAIDS fez a recomendação final sobre a nomeação para o secretário-geral.
Byanyima traz experiência e comprometimento com a mobilização dos poderes reunidos por governos, agências multilaterais, setor privado e sociedade civil a fim de acabar com a crise de HIV e AIDS entre comunidades em todo o mundo. Byanyima trabalha como diretora-executiva da Oxfam International desde 2013. Antes da Oxfam, atuou por sete anos como diretora de Gênero e Desenvolvimento no Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Ela começou sua carreira como defensora de mulheres e comunidades marginalizadas há 30 anos, como membro do parlamento na Assembleia Nacional de Uganda. Em 2004, tornou-se diretora de Mulheres e Desenvolvimento da Comissão da União Africana, trabalhando no Protocolo sobre os Direitos das Mulheres na África, um instrumento internacional de direitos humanos que se tornou uma ferramenta importante para reduzir o efeito desproporcional do HIV sobre a vida das mulheres africanas.
Ela possui graduação avançada em Engenharia Mecânica (Conservação de Energia e Meio Ambiente) pelo Cranfield Institute of Technology e graduação em Engenharia Aeronáutica pela Universidade de Manchester.
O secretário-geral da ONU disse estender seu apreço e sua gratidão à vice-diretora-executiva para Gestão e Governança do UNAIDS, Gunilla Carlsson, por seu serviço como diretora executiva interina.
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Posted: 15 Aug 2019 08:57 AM PDT
Mais de 1 milhão de venezuelanos deixaram o país para fugir da violência política, das altas taxas de criminalidade e da falta de produtos básicos. Foto: ACNUR/Reynesson Damasceno
Durante visita ao Chile, a primeira de um alto-comissário da ONU para refugiados, Felippo Grandi elogiou a solidariedade e a hospitalidade do povo do país ao receber venezuelanos em momento de necessidade, lembrando o fato de a Venezuela já ter recebido refugiados chilenos no passado.
“Fiquei muito impressionado com a solidariedade e a hospitalidade do povo do Chile e seu governo em receber os venezuelanos em momento de necessidade, assim como a Venezuela recebeu milhares de refugiados chilenos. A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), na época, acompanhou e prestou apoio aos refugiados chilenos. Hoje, o faz com os refugiados e migrantes venezuelanos, a grande maioria em países da América Latina e do Caribe”, disse Grandi.
“Minha visita ao Chile (…) tem como pano de fundo o maior movimento populacional da história recente da América Latina. Depois da Colômbia e do Peru, o Chile tem sido o país mais afetado pelo êxodo em massa de refugiados e migrantes da Venezuela. Dos mais de 4 milhões de venezuelanos que deixaram seu país até agora, o Chile recebeu mais de 400 mil deles, ou 10%”, declarou.
Segundo o alto-comissário da ONU, durante as reuniões realizadas no país, autoridades chilenas reiteraram seu compromisso em cumprir as obrigações internacionais, inclusive garantindo o direito ao refúgio. “Também fui informado da resolução de 9 de agosto, que dá instruções para a concessão de uma conduta segura aos cidadãos venezuelanos com relação às razões humanitárias”, disse.
“Tomo nota desta medida e da disposição das autoridades para garantir o direito de refúgio no Chile. É essencial que esse direito, contemplado na legislação nacional do Chile e no direito internacional, seja garantido em todo o território do país, inclusive nas fronteiras terrestres, e que os solicitantes do status de refugiado não encontrem obstáculos ao exercer este direito.”
Em sua visita, Grandi também ouviu representantes de outras agências do sistema das Nações Unidas, membros da comunidade acadêmica e da sociedade civil e refugiados e migrantes venezuelanos, que expressaram seu agradecimento ao Chile e aos chilenos por recebê-los e fazê-los se sentirem bem-vindos. “Isso é muito positivo e deve ser reconhecido, especialmente quando expressões de rejeição e xenofobia são observadas em outros países da região”, disse.
“Também reconheço os esforços que o Chile e as comunidades locais fizeram para acolher, documentar e integrar os refugiados e migrantes venezuelanos e de outras nacionalidades. É importante continuar e intensificar esses esforços para que essas pessoas possam viver de maneira digna e contribuir para a economia e a sociedade do Chile.”
Segundo ele, os processos de obtenção de documentos devem ser simplificados para evitar tempos de espera que compliquem e atrasem a inserção de refugiados e migrantes na sociedade. Nesse sentido, disse que o ACNUR está disposto e pronto a colaborar com as autoridades para fortalecer as capacidades e mobilizar seus recursos.
“A situação do povo venezuelano no Chile não pode ser vista isoladamente. O Chile é o destino final de muitos venezuelanos que viajaram por outros países da região andina. É vital que os países desta região coordenem suas respostas ao êxodo da população venezuelana e, nesse sentido, encorajo o Chile a continuar participando ativamente dos processos regionais de coordenação e harmonização de políticas estatais, como o Processo de Quito.”
O ACNUR e a Organização Internacional para Migrações (OIM) apoiam esse processo por meio da plataforma regional de coordenação interagencial, que reúne mais de 40 organizações para atender às necessidades de proteção, assistência e integração de refugiados e migrantes da Venezuela.
“Finalmente, gostaria de reiterar nosso compromisso de continuar trabalhando de forma construtiva com as autoridades e com a sociedade civil no Chile e continuar pedindo à comunidade internacional que intensifique seu apoio, inclusive financeiro, ao país”, declarou.
“Este é um objetivo importante da minha visita: lembrar à cooperação internacional, doadores e instituições financeiras, que a responsabilidade de acolher, proteger e ajudar os refugiados e migrantes venezuelanos não pode ser assumida apenas por um país ou região e que a solidariedade internacional deve não apenas permanecer no discurso, mas também em ações e recursos.”
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Posted: 15 Aug 2019 08:24 AM PDT
Fabrizio Feliciani, Diretor Regional para a América Latina e o Caribe do UNOPS e Dr. César Antonio Núñez, Diretor Regional do UNAIDS para a América Latina e o Caribe. Foto: UNOPS
O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) e o Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS) assinaram, na última terça-feira (13/8), um acordo regional na América Latina e no Caribe para facilitar a atuação conjunta. Os objetivos são a implementação de boas práticas, a identificação de oportunidades para atuar em conjunto em projetos e compras públicas, a transferência de conhecimento entre organizações e a realização de atividades e campanhas de comunicação.
O acordo, assinado no Panamá, permite que trabalhadores, parceiros e beneficiários do UNOPS tenham mais acesso a informações e a serviços para a prevenção e tratamento de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), para que sejam agentes da mudança e multiplicadores. Assim, o UNAIDS pode aumentar seu impacto por meio de ações concretas em projetos de infraestrutura e de compras públicas.
Na região, UNOPS e UNAIDS já trabalham juntos na Argentina em um programa para melhorar as condições de habitação de populações em situação de vulnerabilidade. O acordo pretende expandir esse tipo de cooperação para outros países da região.
César Núñez, diretor regional do UNAIDS para a América Latina e o Caribe, disse que “a parceria é uma oportunidade para que os projetos realizados pelo UNOPS integrem e promovam informações e práticas que contribuam para o desenvolvimento sustentável, de acordo com a Agenda 2030 adotada pelos Estados membros das Nações Unidas”. Ele avalia que o UNOPS sempre foi um parceiro estratégico e, por meio do acordo, os dois organismos irão combinar sinergias. “Devemos garantir que aquelas pessoas mais afetadas pelo vírus se empoderem como agentes de mudança”, concluiu.
“O UNOPS quer contribuir para que as pessoas com quem trabalhamos tenham acesso a informações e a serviços para prevenção e tratamento do HIV como forma de eliminar o estigma e a discriminação”, disse Fabrizio Feliciani, diretor regional do UNOPS para a América Latina e o Caribe. Ele explicou que o trabalho será feito a partir de uma perspectiva de direitos humanos, gênero e diversidade, que faz parte da abordagem do UNOPS de Gestão Pública Justa e Equitativa. “Este acordo com a UNAIDS nos permitirá trabalhar nessa direção, para que nosso pessoal e nossos parceiros sejam agentes de mudança, multiplicando o que foi aprendido em suas famílias e comunidades”, afirmou.
Informação para a imprensa:
– Cedriann Martin (UNAIDS) – martinc@unaids.org– Luis Piselli (UNOPS) – luispi@unops.org
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Posted: 15 Aug 2019 07:06 AM PDT
Rio de Janeiro sediará encontro inédito sobre comunicação e preservação dos oceanos – Foto: Pixabay (CC)
A relação do oceano com a sociedade e como a comunicação consegue envolver as pessoas para que elas compreendam essa ligação e protejam os ecossistemas marinhos serão os fios condutores do Conexão Oceano, o primeiro evento de comunicação para a Década do Oceano. Aberto ao público e com participação gratuita, o workshop será realizado no dia 3 de setembro, no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro.
Voltado a comunicadores, influenciadores, acadêmicos, pesquisadores e sociedade em geral, o evento tem por objetivo conscientizar e engajar as pessoas sobre a importância dos mares e trazer o tema à tona, já que o período entre 2021 e 2030 foi declarado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como a Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável, ou simplesmente Década do Oceano.
As inscrições estão abertas e podem ser feitas no site do Museu do Amanhã pelo link: https://museudoamanha.org.br/pt-br/conexao-oceano. As vagas são limitadas.
O Conexão Oceano é promovido conjuntamente pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, Comissão Oceanográfica Intergovernamental (COI) da UNESCO, UNESCO no Brasil e Museu do Amanhã.
Com formato dinâmico, o workshop trará roda de conversa, brunch de ideias e casos de sucesso em speed talks que demonstram o impacto do oceano sobre temas como empreendedorismo, inovação, esporte e entretenimento.
Entre os participantes já confirmados estão os velejadores Isabel Swan e Lars Grael; o embaixador da Boa Vontade da UNESCO Oskar Metsavaht; o economista Vilfredo Schurmann; a atriz e apresentadora Maria Paula Fidalgo; as jornalistas Paulina Chamorro e Paula Saldanha; e o surfista e empresário Rico de Souza.
“Os oceanos fazem parte do nosso dia a dia e são extremamente importantes para a economia, ciência, bem-estar, meio ambiente e saúde da população. Quando compreendemos que todas essas atividades estão relacionadas com os mares, entendemos a importância de nos mobilizarmos para proteger e conservar os ecossistemas marinhos. Nesse processo, comunicadores e influenciadores são atores estratégicos”, afirma a diretora executiva da Fundação Grupo Boticário, Malu Nunes.
Para a diretora e representante da UNESCO no Brasil, Marlova Jovchelovitch Noleto, o evento abre as atividades da Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável, visando ampliar a cooperação internacional e promover a preservação dos oceanos e a gestão dos recursos naturais. “Este é um tema essencial para a sustentabilidade do planeta e sempre relevante para o Brasil, um país que tem um litoral de quase 7.500 quilômetros”, lembra.
Este evento está comprometido com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 14 (Vida na Água) da Agenda 2030. Clique aqui para saber mais.
Serviço – Conexão Oceano
Dia 3 de setembro, das 9h às 17h30 Local: Museu do Amanhã (Praça Mauá, no Rio de Janeiro) Inscrições: no site do Museu do Amanhã: https://museudoamanha.org.br/pt-br/conexao-oceanoInformações: Vinicius Lindoso ( v.lindoso@unesco.org)
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Posted: 15 Aug 2019 06:29 AM PDT
Chamada Global para representantes especiais do secretário-geral da ONU
Está aberta a Chamada Global para nomeações de posições de representante especial do secretário-geral e vice representante especial do secretário-geral das Nações Unidas em Missões de Paz. As inscrições, abertas a Estados-membros, Organizações Não Governamentais (ONGs) e indivíduos, podem ser feitas até 30 de setembro.
A Chamada Global tem por objetivo aumentar a diversidade da seleção de candidatos em potencial para posições seniores de liderança em campo, incluindo paridade de gênero e diversidade geográfica. Ela é aberta a Estados-membros e ONGs regionais e internacionais, que podem indicar até quatro pessoas que preencham os requisitos de experiência, habilidades de liderança e motivação para servir em missões de campo. Indivíduos também podem se inscrever, desde que tenham os requisitos necessários. Somente aqueles aptos para postos específicos serão convidados a participar de um processo seletivo competitivo, quando as vagas surgirem.
O Departamento de Assuntos Políticos e de Paz é a principal estrutura de apoio para missões de paz e esforços diplomáticos preventivos, dando suporte aos enviados do secretário-geral envolvidos em negociações de paz ou crises diplomáticas, além de supervisionar missões políticas com mandatos de ajudar nações e regiões a resolver conflitos e tensões pacificamente. Destas missões, escritórios regionais cobrindo África Central e Ocidental e Ásia Central possuem mandatos explícitos de diplomacia preventiva e fortalecimento da capacidade de estados e atores regionais em gerenciar pacificamente as fontes de tensão.
Atualmente, há 14 Operações de Paz em todo o mundo, lideradas pelo Departamento de Operações de Paz. Estas missões ajudam países a percorrer o difícil caminho do conflito para a paz.
Alguns dos requisitos são pelo menos 20 anos de relevante experiência profissional, incluindo pelo menos cinco anos na área de conflito, pós-conflito, construção de paz, mediação e governança; alto grau de inteligência emocional e habilidades diplomáticas; excelente capacidade de comunicação; familiaridade com o Sistema das Nações Unidas, incluindo assuntos relativos a questões de paz, humanitárias e de desenvolvimento, além de conhecimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. As línguas do Secretariado da ONU são inglês e francês. Para esta Chamada, é necessário fluência em inglês. Conhecimento de outra língua oficial da ONU, em particular árabe, francês ou espanhol, é uma vantagem.
Mais informações sobre o processo aqui.
Mais informações sobre os requisitos aqui.
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