Boletim diário da ONU Brasil: “Brasileiro ganha “Tíquete Verde” da ONU para participar da Cúpula da Juventude para o Clima” e 11 outros.
ONU Brasil Cancelar inscrição
|
|
ter, 20 de ago 18:31 (há 2 dias)
| |
|
|
| |
Posted: 20 Aug 2019 01:36 PM PDT
As Nações Unidas anunciaram nesta terça-feira (20) que 100 jovens campeões do clima de todo o mundo foram selecionados e receberão apoio para participar da Cúpula da Juventude para o Clima, em 21 de setembro na sede da ONU, em Nova Iorque. Os vencedores do “Tíquete Verde” se juntarão a mais de 500 jovens líderes do clima selecionados para participar do primeiro encontro do gênero promovido pela ONU.
A Cúpula estabelecerá uma plataforma de jovens líderes que mostrarão suas soluções num palco global e terão a chance de ter contato direto com tomadores de decisão sobre o assunto mais importante da nossa época. Jovens líderes apresentarão suas discussões na Cúpula de Ação do Clima no dia 23 de setembro.
Os vencedores receberão financiamento da viagem com compensação de carbono para participar do evento em Nova Iorque. Entre eles está o brasileiro João Henrique Alves Cerqueira.
Os jovens – de todos os países – foram selecionados dentre mais de 7 mil inscritos com idades entre 18 e 29 anos, de acordo com o comprometimento comprovado em tratar da crise do clima e avançar em soluções.
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, parabenizou os vencedores e a todos os inscritos numa mensagem em vídeo. “Apelo para que jovens de todo o mundo acompanhem a Cúpula da Juventude online, para que sejam os condutores da ação global em seus próprios países”.
Os jovens que não puderem comparecer ao encontro são encorajados a participar da campanha “Meu Futuro Nosso Planeta”, compartilhando um vídeo no Twitter ou Instagram com a frase “Youth #ClimateAction Summit” e relatando as ações já adotadas para combater as mudanças climáticas, além de pedir que os líderes atuem agora.
Também é possível participar nas unidades de Associação das Nações Unidas; continuar a fazer escolhas que tenham menos efeitos danosos para o meio ambiente; acompanhar a campanha da ONU ActNow e assistir a transmissão ao vivo da Cúpula da Juventude para o Clima no site da ONU Web TV.
A Cúpula terá uma programação de um dia inteiro reunindo jovens ativistas, inovadores, empreendedores e agentes de mudança comprometidos em combater a mudança climática em ritmo e escala necessários, como demonstrado pela ciência. Será um encontro orientado em ações, intergeracional e inclusivo, com representação equitativa de jovens líderes.
A Cúpula da Juventude para o Clima é um marco fundamental antes da Cúpula de Ação Global, convocada pelo secretário-geral para os líderes de governo, empresas e sociedade civil para impulsionar os esforços para combater as mudanças climática. Ela acontecerá apenas um dia depois da Greve Geral do Clima, marcada para 20 de setembro.
“Jovens estão liderando o caminho para a ação global”, afirmou a enviada do secretário-geral para a Juventude, Jayathma Wickramanayake. “A Cúpula da Juventude para o Clima será uma poderosa plataforma global para jovens líderes do clima de todo o mundo ocuparem um lugar legítimo e conduzir soluções climáticas positivas”, afirmou a jovem do Sri Lanka.
Com os impactos devastadores da crise climática sendo sentidos exatamente agora por todos os países, o secretário-geral da ONU está convocando líderes em Nova Iorque para provocar a transformação urgentemente necessária para alcançar os objetivos do Acordo de Paris e os Objetivos Globais. Ele tem pedido ações e planos concretos para neutralização de carbono até 2050.
O anúncio das inscrições para o “Tíquete Verde” aconteceu no início de julho em Abu Dhabi, onde o secretário-geral se reuniu com mais de 1.700 pessoas – incluindo jovens líderes e representantes de 160 países de todo o mundo. O diálogo público com o secretário-geral durante a cerimônia de abertura, moderado por Jayathma Wickramanayake, está disponível aqui.
Mais informações sobre a Cúpula da Juventude para o Clima podem ser encontradas aqui. Os perfis da enviada do secretário-geral para a Juventude no Twitter, Instagram e Facebook – @UNYouthEnvoy – terão as últimas atualizações do encontro.
Mais informações sobre a Cúpula de Ação do Clima convocada pelo secretário-geral podem ser encontradas aqui.
Siga o perfil @ledealba no Twitter para ter as últimas informações sobre o evento.
Informações para a ImprensaDepartamento de Comunicação Global da ONU Dan Shepard: +1-212-963-9495, shepard@un.orgHayley Moller: +1-415-233-1140.
|
Posted: 20 Aug 2019 12:56 PM PDT
Profissionais de saúde, assistência social e educação de Santa Terezinha de Itaipu, em reunião com o UNFPA em maio. Foto: UNFPA
Entre maio e agosto de 2019, 51 municípios do oeste do Paraná receberam visitas de equipe do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) no Brasil dedicada ao projeto “Prevenção e redução da gravidez não intencional na adolescência”, realizado em parceria com a Itaipu Binacional. A ação é parte da estratégia de mobilização das cidades participantes.
As visitas tiveram como objetivo conhecer melhor a realidade de cada um dos municípios do projeto, além de mobilizar e aproximar setores primordiais para a iniciativa, como saúde, educação e assistência social.
Iniciado em 2018, o projeto vem sendo desenvolvido a partir de análise de dados, serviços e estratégias de comunicação que permitam desenvolver ações voltadas para a educação permanente de profissionais que trabalham com adolescentes e jovens. Desde abril de 2019, a iniciativa também conta com equipe dedicada às ações e alocada em Foz do Iguaçu.
Para otimizar os resultados das ações previstas no projeto, como capacitações e levantamento de dados, os 51 municípios foram divididos em cinco microrregiões. A microrregião 1, no extremo Oeste, conta com os municípios de Foz do Iguaçu, Santa Terezinha de Itaipu, São Miguel do Iguaçu, Serranópolis do Iguaçu, Matelândia, Medianeira, Ramilândia, Itaipulândia e Missal.
Já a microrregião 2 envolve os municípios de Guaíra, Terra Roxa, Mercedes, Nova Santa Rosa, Marechal Cândido Rondon, Pato Bragado, Entre Rios do Oeste, São José das Palmeiras e Santa Helena.
A terceira microrregião do projeto engloba os municípios de Diamante do Oeste, São Pedro do Iguaçu, Ouro Verde do Oeste, Toledo, Quatro Pontes, Tupãssi, Maripá, Assis Chateaubriand, Palotina, Brasilândia do Sul e Francisco Alves.
A microrregião 4 conta com os municípios de Vera Cruz do Oeste, Santa Tereza do Oeste, Cascavel, Guaraniaçu, Diamante do Sul, Céu Azul, Lindoeste, Capitão Leônidas Marques, Santa Lúcia, Boa Vista da Aparecida, Três Barras do Paraná e Cantagalo. E a quinta microrregião tem os municípios de Braganey, Corbélia, Cafelândia, Iguatu, Anahy, Ubiratã, Nova Aurora, Iracema do Oeste, Jesuítas, Formosa do Oeste.
A partir desses agrupamentos de municípios, algumas ações já estão sendo desenvolvidas, como a capacitação de profissionais que trabalham diretamente no atendimento de adolescentes na região.
O projeto conta com ações em quatro frentes: saúde, educação, gestão do conhecimento e comunicação. Na perspectiva do desenvolvimento econômico da região, ações nessas quatro frentes irão contribuir para o pleno desenvolvimento e fortalecimento das trajetórias de vida de adolescentes e jovens.
As ações também têm foco no desenvolvimento socioeconômico, criando e ampliando oportunidades para que adolescentes e jovens ajudem na construção de serviços acolhedores de saúde e também tenham garantidas condições de ampliar suas habilidades para a vida e competências socioemocionais.
Juntos, Itaipu Binacional e UNFPA, ao lado da gestão municipal, estão desenvolvendo um programa completo de fortalecimento das capacidades socioinstitucionais. Com os investimentos adequados, milhares de adolescentes e jovens no oeste do Paraná terão a oportunidade de planejar o futuro, fortalecer habilidades e projetos de vida para uma transição segura e saudável para a vida adulta, contribuindo para suas famílias e comunidades onde vivem.
|
Posted: 20 Aug 2019 12:12 PM PDT
Acesso a água e saneamento é um direito humano. Foto: Agência Senado/Pedro França
O Brasil, que concentra 12% do volume mundial de água doce do mundo, tem 35 milhões de habitantes sem acesso à água. O país corre contra o tempo para se ajustar às metas do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 6 (água potável e saneamento), diante de entraves que prejudicam a gestão hídrica.
Esses e outros pontos serão discutidos na quinta-feira (22), às 18h, no Painel “Água & Saneamento: Não deixar ninguém pra trás” do Fórum Virada Sustentável em São Paulo (SP).
A Rede Brasil do Pacto Global será anfitriã do debate que reunirá especialistas para identificar os principais desafios na área e entender a importância de parcerias entre setores no desenvolvimento e execução de soluções e tecnologias inovadoras.
O convite é um reconhecimento da atuação da Rede Brasil nos últimos anos que, por meio do Grupo Temático Água e Saneamento, mobiliza empresas em torno da segurança hídrica.
Munida de estudo encomendado pelo Movimento Menos Perda Mais Água e realizado pelo think thank de gestão hídrica Trata Brasil, a iniciativa das Nações Unidas alertou para o desperdício de 38% da água potável durante a distribuição. Isso equivale ao gasto de 10,5 bilhões de reais por ano.
O Fórum Virada Sustentável ocorre entre 22 e 25 de agosto no UNIBES Cultural e agrega discussões sobre desenvolvimento sustentável.
Foram convidados a participar do painel o presidente da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP), Benedito Braga; o chefe de sustentabilidade da cervejaria Ambev, Rochard Lee; a representante regional da Corporação Financeira Internacional (IFC, na sigla em inglês), Stlea Goldensten; e o gerente de responsabilidade social corporativa na Aegea Saneamento e coordenador do Grupo de Trabalho Água da Rede Brasil, Thiago Augusto Terada. A moderação será feita pela diretora-presidente do Instituto Iguá, Renata Rugiero Moraes.
A inscrição para o “Água & Saneamento: Não deixar ninguém pra trás” é gratuita.
|
Posted: 20 Aug 2019 11:20 AM PDT
Clique para exibir o slide.O ator espanhol Javier Bardem dirigiu-se a delegados de 193 Estados-membros das Nações Unidas que participam de uma conferência intergovernamental em Nova Iorque para a redação de um instrumento vinculante que proteja a biodiversidade dos oceanos no mundo.
“Nossos oceanos estão à beira do colapso e todos temos muito a ver com isso. Agora, todos devemos desempenhar nosso papel para evitar esse colapso. Especialmente vocês nesta sala”, disse.
As declarações foram feitas na segunda-feira (19) na sede da ONU para os participantes de uma conferência intergovernamental que busca proteger a biodiversidade dos oceanos.
O evento reúne até 30 de agosto especialistas que negociam um tratado global para evitar o saque e a super exploração dos ecossistemas marinhos.
A pesca excessiva, a extração de petróleo, a mineração submarina e a poluição por plásticos são algumas das causas da destruição dos oceanos, do esgotamento dos recursos e da perda massiva de espécies marinhas.
Bardem participou de um evento paralelo às discussão das quais participaram representantes dos Estados-membros da ONU. Nessa tribuna, o ator e ativista disse que os oceanos enfrentam mais pressões do que nunca antes na história, e apelou à responsabilidade dos governos e da sociedade para salvá-los.
“Estamos em uma encruzilhada. Todos vocês aqui presentes estão diante de uma encruzilhada e têm a enorme responsabilidade individual e coletiva: nos levar para o caminho correto”, enfatizou.
Bardem é embaixador do Greenpeace e participa de uma campanha da organização a favor da proteção dos oceanos que luta para proteger no mínimo 30% desses ecossistemas até 2030.
No dia de abertura das discussões para a redação de um tratado global para os oceanos, o ator espanhol pediu que esse instrumento seja sólido. Ele disse ser apenas uma das milhões de pessoas que pedem aos governos a elaboração e adoção desse tratado.
Ele completou que o futuro do planeta dependerá em grande parte desse instrumento, e afirmou que de sua redação dependerá o futuro das novas gerações.
Entre as atividades de Bardem para promover a campanha esteve um ato na Times Square.
A reunião para discutir o futuro dos oceanos é a terceira de uma rodada de quatro que buscam concretizar as negociações do tratado, iniciadas há dez anos.
O tratado global para os oceanos seria o primeiro instrumento vinculativo sob a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, e abarcaria a conservação e o uso sustentável da diversidade biológica marinha nas áreas fora de jurisdições nacionais.
Durante a sessão inaugural das conversas, Rena Lee, diplomata de Singapura que preside a reunião, pediu que os Estados-membros redijam o tratado o mais rápido possível.
O Greenpeace e outras organizações ambientalistas, assim como cientistas e ativistas da vida marinha, promovem a criação de uma rede de santuários marinhos em todo o planeta que estejam fora do alcance das atividades humanas prejudiciais para o mar e que podem contribuir para mitigar os efeitos mais danosos das mudanças climáticas, além de proteger a vida silvestre nos oceanos.
|
Posted: 20 Aug 2019 10:46 AM PDT
O Centro Pan-Americano de Febre Aftosa (PANAFTOSA) é um centro científico da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) localizado em Duque de Caxias, Rio de Janeiro. Foto: PANAFTOSA
O estado do Paraná recebeu entre os dias 11 e 17 de agosto 160 profissionais para uma Simulação Conjunta de Contenção e Atenção para Focos de Febre Aftosa, com o objetivo de garantir respostas rápidas ao possível surgimento da doença na região.
A iniciativa é parte do Programa Hemisférico de Erradicação da Febre Aftosa (PHEFA), executado pelo Centro Pan-Americano de Febre Aftosa e Saúde Pública Veterinária (PANAFTOSA) e pela Coordenação Técnica do Comitê Veterinário Permanente do Mercosul (CVP/Mercosul), com apoio financeiro do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Estiveram envolvidos na iniciativa 64 veterinários da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (ADAPAR); 12 de Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai; 37 do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA); 38 dos serviços veterinários estaduais e de todos os estados brasileiros; sete da Defesa Civil do Paraná e dois da Prefeitura de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.
Clique para exibir o slide.
|
Posted: 20 Aug 2019 10:30 AM PDT
Clique para exibir o slide.As estudantes do ensino médio Jucilene Sousa, de 16 anos, Kauane de Castro, de 17, e Micaline Maria, de 17, pararam diante da fotografia de uma mulher segurando em mãos o poema “Para Sempre”, de Carlos Drummond de Andrade. Juntas, leram cada frase da obra iniciada pela pergunta: “por que Deus permite que as mães vão-se embora?”.
Curiosas, imaginaram o cotidiano dessa mulher e de outros tantos rostos retratados na exposição “Os caminhos da igualdade e o trabalho decente: uma mostra dos resultados do Projeto de Promoção do Trabalho Decente para Pessoas em Situação de Vulnerabilidade”, inaugurada no Espaço Cultura Renato Russo, em Brasília (DF).
Estudantes do Centro de Ensino Médio São Francisco — escola pública localizada em São Sebastião, região administrativa do Distrito Federal — as jovens observaram as imagens feitas pelo fotógrafo humanitário irlandês Jason Lowe, que mergulhou nos bastidores de projetos desenvolvidos pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) em diversos estados brasileiros.
“Sinto que esse trabalho valoriza as pessoas e mostra a felicidades delas em viver suas experiências”, disse Jucilene.
“Minha família é do interior da Bahia e pude ver a realidade dessas pessoas que costumam ser esquecidas”, complementou Kauane.
Os 30 estudantes se deslocaram de ônibus para visitar a exposição, como parte de um programa de mediação cultural para alunos de escolas dos ensinos fundamental e médio, promovido pelo Centro Cultural.
A estudante Juliana Carmina, de 17, disse ter ficado impressionada com o fato de pessoas negras serem retratadas nas fotos de Jason Lowe. “Desde que cheguei me chamou a atenção o povo negro ser protagonista de uma exposição em Brasília”, disse ela.
Mediadoras culturais debateram com os alunos os temas propostos pela exposição e o papel da OIT e do MPT no fomento de políticas públicas voltadas para populações em situação de vulnerabilidade, como transexuais, pessoas em situação de rua, quilombolas, população negra de baixa escolaridade e pessoas em cárcere.
“Eles (os alunos) estão no terceiro ano e prestes a conviver com a realidade de trabalho. A mostra fotográfica aproxima esse debate a uma discussões que muitos desconhecem”, disse Fabíola Lima, professora de artes que acompanhou a turma.
Aberta em 8 de agosto com a presença de representantes de OIT, MPT e de projetos parceiros, a mostra já foi vista por mais de 1,2 mil pessoas até o encerramento do primeiro ciclo de divulgação, 18 de agosto. A exposição faz parte das comemorações no Brasil do centenário da OIT, lembrado em 2019.
|
Posted: 20 Aug 2019 10:06 AM PDT
Carla é uma personagem fictícia que retrata a trajetória de milhares de mulheres migrantes e refugiadas. Foto: Reprodução
Carla é uma jovem mulher venezuelana migrante que chegou sozinha ao Brasil como consequência do deslocamento forçado e passou por diversas situações de risco ao longo de sua trajetória, as quais são retratadas em uma animação do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA). A personagem fictícia representa uma das milhares de mulheres que sofrem diferentes tipos de violência no seu processo de deslocamento.
O primeiro vídeo, lançado em 2018, relatou as condições de extrema vulnerabilidade vividas pela personagem e as diversas violações de direitos sofridas. Mas Carla foi acolhida pelo UNFPA e pela Operação Acolhida do governo federal para receber apoio e assistência.
Dessa vez, em novo vídeo, lançado na semana em que se celebra o Dia Internacional da Juventude (12 de agosto), Carla reaparece para mostrar como conseguiu apoio e informações que permitiram que ela seja hoje uma mulher empoderada. Ela recebeu informações em temas relacionados à saúde sexual e reprodutiva, direitos humanos e formas de combater a violência baseada em gênero.
Carla é uma personagem criada a partir de depoimentos reais, de mulheres que chegaram ao Brasil em razão da migração forçada e que, por diversas razões, enfrentam dificuldades para ter acesso a serviços básicos.
Hoje, ela também representa mudança. Teve apoio para atender suas necessidades e acesso a informações que deram a ela mais autonomia. A personagem transforma-se agora em porta-voz de informações importantes, que servem para orientar outras mulheres que chegam ao Brasil em busca de novos caminhos, especialmente aquelas que migram sozinhas ou gestantes que não sabem como realizar o acompanhamento pré-natal.
O UNFPA em Roraima tem desenvolvido diferentes ferramentas para apoiar o processo de integração das mulheres refugiadas e migrantes no Brasil, e a imagem de Carla estará visível nos Postos de Triagem da Operação Acolhida e nos espaços amigáveis da agência da ONU. O vídeo também está sendo disseminado nas redes sociais.
Assista ao vídeo (em espanhol):
|
Posted: 20 Aug 2019 09:12 AM PDT
O Brasil do século 21, onde existem 108 celulares para cada 100 habitantes, convive com um Brasil ainda no século 19, onde 45 a cada 100 habitantes não têm solução adequada de esgotos. Foto: EBC
As organizações World Toilet Organization e Instituto Trata Brasil promovem em novembro em São Paulo (SP) a primeira edição latino-americana do World Toilet Summit, principal evento internacional sobre saneamento básico.
Com o título “World Toilet Summit – Saneamento Básico na América Latina: não deixar ninguém para trás”, a 19ª edição acontece entre os dias 17 e 19 de novembro no Hotel Renaissance, e tem apoio institucional da Rede Brasil do Pacto Global, além das secretarias de Relações Internacionais e de Turismo do estado de São Paulo.
O encontro tem como objetivo debater deficiências dos serviços de saneamento básico, desde banheiros até a falta de acesso à água tratada, coleta e tratamento de esgoto no mundo. Tal realidade também afeta os países latino-americanos, sobretudo o Brasil.
O evento já foi realizado em várias cidades do mundo, como Seul (Coreia do Sul), Taipei (Taiwan), Pequim (China), Filadélfia (Estados Unidos), Belfast (Irlanda do Norte), Melbourne (Austrália) e Bombaim (Índia).
Cenário do saneamento básico e impactos
No Brasil, a situação do saneamento básico é crítica. São quase 35 milhões de pessoas sem acesso à água potável, o equivalente à população do Canadá, e mais de 100 milhões sem acesso à coleta de esgoto – duas vezes a população da Espanha.
Apenas 46% do esgoto gerado no país é tratado, gerando poluição ininterrupta às águas, mas também gastos vultosos de saúde pública por conta de doenças. Enquanto a região Sudeste tem melhores indicadores, o Norte possui desafios imensos, o que mostra ainda a desigualdade pelo país.
No mundo, de acordo com Organização Mundial de Saúde (OMS) e Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), há mais de 1 bilhão de pessoas sem acesso sequer a um banheiro.
Dados coletados pelo Painel Saneamento Brasil, plataforma de dados do Instituto Trata Brasil, mostram que o Brasil ainda possui quase 4 milhões de habitantes sem banheiros e que essa desigualdade prejudica vários indicadores sociais brasileiros.
O painel mostrou ainda que as mulheres são as mais afetadas quando falta banheiro. Em 2017, mulheres que não possuíam banheiro em suas casas tinham uma renda mensal de 444,57 reais, enquanto os homens na mesma situação ganhavam 503,95 reais. Já o estudo “Mulheres & Saneamento” mostra que as trabalhadoras sem banheiro em casa ganham 73,2% menos que as mulheres que têm banheiro. Além da questão de gênero e renda, há ainda impactos na educação, entre outros.
Evento em São Paulo
A expectativa é de que o evento em São Paulo receberá, como em edições anteriores pelo mundo, autoridades de governos internacionais, especialistas, empresários, formadores de opinião e representantes de instituições de todos os continentes.
Entre os destaques da programação está o diretor-executivo do The CEO Water Mandate, plataforma que busca ampliar o envolvimento das empresas com o tema da sustentabilidade da água, Jason Morrison.
A programação contará com 12 painéis, tais como os desafios para atingimento das metas do Objetivo do Desenvolvimento Sustentável número 6 (ODS 6, água e saneamento) na América Latina; o papel da colaboração internacional, a necessidade da despoluição de rios e oceanos; investimentos e fontes de financiamento; o papel da imprensa na cobertura da infraestrutura básica; o planejamento hídrico frente às mudanças climáticas, entre outros.
No encerramento, haverá celebração ao Dia Mundial do Banheiro, lembrado pela ONU em todo o mundo em 19 de novembro.
Até o momento, o World Toilet Summit Brasil tem patrocínio das empresas Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Unipar, Tigre, Braskem, Mexichem Amanco, Saint-Gobain, BRK, AEGEA, Saint-Gobain e Iguá Saneamento. Ainda há espaço para novas empresas.
Mais informações sobre o evento aqui.
Data: 17 a 19 de novembro 2019. Local: Hotel Renaissance – São Paulo.
|
Posted: 20 Aug 2019 08:43 AM PDT
Brasil e ONU querem promover eliminação da transmissão vertical do HIV em municípios. Foto: EBC
A transmissão vertical do HIV — quando o bebê pode se infectar durante a gestação, parto ou amamentação — ainda é um desafio de saúde pública em diversos países. Em 2018, cerca de 160 mil crianças de até 14 anos se infectaram no mundo, de acordo com relatório global do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS).
No Brasil, a eliminação da transmissão vertical do HIV é uma das prioridades do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCCI) do Ministério da Saúde para 2019 e 2020. O país aderiu às metas estabelecidas pela Organização Pan-Americana de Saúde/Organização Mundial de Saúde (OPAS/OMS) de reduzir a menos de 2% o número de casos de HIV em crianças ou torná-los inexistentes.
Este foi o tema da primeira reunião do Grupo Temático Ampliado das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (GT UNAIDS), que contará com a presidência da OPAS para o biênio 2019-2021. O encontro ocorreu na semana passada (14), em Brasília (DF).
“Este é um espaço muito importante para que todos que temos responsabilidade na resposta ao HIV possamos apontar os desafios e encontrar soluções, contribuindo para chegar à meta dos indicadores propostos e alcançar o que todos queremos: uma melhor saúde para todos os que vivem no Brasil”, afirmou María Almirón, coordenadora de Doenças Transmissíveis e Análise de Situação de Saúde da Representação da OPAS/OMS no país.
O encontro reuniu cerca de 30 representantes de governo, embaixadas, organismos da ONU e organizações da sociedade civil, representadas por pessoas vivendo com HIV. O objetivo foi debater estratégias que reduzam a transmissão vertical do HIV no Brasil. A reunião teve como destaque a participação do município de Curitiba, que foi o primeiro no Brasil a receber a certificação de eliminação da transmissão vertical do HIV, concedida pelo Ministério da Saúde.
O diretor interino do UNAIDS no Brasil, Cleiton Euzébio de Lima, reforçou a importância das metas durante o encontro. “Elas são fundamentais para estimular os gestores e profissionais de saúde a melhorar suas estratégias e políticas públicas relacionadas ao HIV”, explicou.
A redução da transmissão vertical como problema de saúde pública a um nível mínimo foi estabelecida como meta global em 2017 pela OPAS/OMS. O documento “Marco para a eliminação da transmissão de mãe para filho de HIV, sífilis, hepatite B e chagas” reúne as diretrizes para ações que devem ser implementadas com foco nas mulheres, antes, durante e depois da gravidez, para evitar a transmissão para os bebês.
Primeira reunião de 2019 do Grupo Temático Ampliado das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (GT UNAIDS) ocorreu em Brasília (DF). Foto: UNAIDS
O caso de Curitiba
Curitiba (PR) foi a primeira cidade do país a ser considerada livre da transmissão vertical do HIV. O município recebeu a certificação do Ministério da Saúde em 2017 e mantém a condição de eliminação até hoje.
“Este é o resultado de anos de trabalho em toda a rede de saúde de Curitiba, que é organizada de forma racional. Prezamos pela integração das áreas de vigilância e assistência, com foco voltado para o acolhimento da gestante nos serviços de saúde”, ressaltou o diretor do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, Alcides de Oliveira, durante o GT UNAIDS.
O diretor foi convidado a compartilhar as estratégias utilizadas pelo município, que resultaram na eliminação da transmissão vertical do HIV. Para manter o certificado, a cidade não pode apresentar mais do que dois casos de transmissão vertical em um ano (no caso específico de Curitiba, de acordo com suas características epidemiológicas e populacionais).
Na capital paranaense, o cuidado com a gestante é priorizado há pelo menos 20 anos, com a criação da rede Mãe Curitibana Vale a Vida, em 2009. O documento é um protocolo utilizado para nortear as ações desenvolvidas nos serviços de saúde e reúne todas as informações para uma abordagem adequada da gestação, e inclui todo o cuidado relacionado à prevenção da infecção por HIV de mãe para filho.
O documento pontua, ainda, todas as orientações sobre as etapas da gravidez, desde a testagem — que é recomendada a partir da primeira consulta do pré-natal até o último trimestre —, o acompanhamento nos casos em que o resultado para HIV for positivo, tratamento da mãe e monitoramento da carga viral.
Presidência da OPAS no GT UNAIDS
A presidência do GT UNAIDS está sob a responsabilidade da representação da OPAS/OMS no Brasil para o biênio 2019-2021. A OPAS/OMS é responsável pela condução da resposta global à epidemia do HIV na área da saúde.
Como copatrocinadora do UNAIDS, a OMS/OPAS assume a liderança no tratamento e cuidados relacionados ao HIV e a coinfecção com tuberculose, e coordena o trabalho em conjunto com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) sobre a eliminação da transmissão vertical do vírus.
As reuniões do GT UNAIDS no Brasil são realizadas pelo menos duas vezes ao ano e a escolha do tema é baseada em informações técnicas e de acordo com as necessidades consideradas fundamentais pelas organizações que compõem o grupo para a resposta à epidemia de HIV no país.
A complexidade da epidemia de AIDS demanda uma mobilização de vários setores e parceiros, e coloca o HIV entre os temas prioritários de atuação conjunta do Sistema ONU.
|
Posted: 20 Aug 2019 08:39 AM PDT
Abertura do 1o Encontro Ibero-Americano da Agenda 2030 no Poder Judiciário, evento do Conselho Nacional de Justiça em Curitiba – Foto: Luiz Silveira /-Agência CNJ/Fotos Públicas
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a Procuradoria-Geral da República contarão com o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU) para a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Na abertura do 1º Encontro Ibero-Americano da Agenda 2030 no Poder Judiciário, nesta segunda-feira (19), em Curitiba, o coordenador residente do Sistema ONU no Brasil, Niky Fabiancic; o presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli; e a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, assinaram um memorando de entendimento para o assunto. O encontro contou com a participação de 300 pessoas para discutir a institucionalização dos ODS na Justiça Brasileira.
Durante a abertura do evento, o ministro Toffoli disse que o alinhamento do Poder Judiciário com a implementação da Agenda 2030 baseia-se em compromisso internacional firmado pelo Estado brasileiro. “Sem Justiça e Poder Judiciário, não há paz social possível. Somos defensores das garantias fundamentais e da dignidade da pessoa humana, atuando na construção permanente de uma sociedade mais justa, livre, próspera e solidária”, afirmou.
O coordenador residente da ONU no Brasil, Niky Fabiancic, reforçou a importância do trabalho conjunto. “Acreditamos que a unidade de propósito entre as nações é a nossa maior força e a nossa razão de existir. E apenas essa comunhão, celebrada em meio à diversidade, poderá nos dar o mundo que queremos”, afirmou.
Niky Fabiancic externou preocupação com o discurso de ódio no mundo contra as minorias, os migrantes, os refugiados, as mulheres e os também chamados “outros”. “Devemos agir todos juntos com firmeza para que esse discurso não incite a discriminação, hostilidade e violência, o que é proibido pela legislação internacional. Líderes políticos e religiosos têm uma responsabilidade especial em promover a coexistência pacífica. E num Estado democrático, o papel do Judiciário e de suas instituições, de forma a canalizar e mediar esses conflitos, é essencial”, afirmou.
O coordenador da ONU no Brasil reforçou também a necessidade de um Judiciário fortalecido e autônomo, orientado pelo direito e pelos interesses sociais. E concluiu: “A Agenda 2030 faz um forte chamado para que não deixemos ninguém para trás.”
A coordenadora do Comitê Interinstitucional do CNJ, conselheira Maria Tereza Uille Gomes, informou que depois do levantamento do número de processos no país – 80 milhões – serão desenvolvidos indicadores tendo como base as metas nacionais do Judiciário. “Estamos incentivando a criação dos Laboratórios de Inovação dos ODS (LIODS), para pensar como diminuir a judicialização, o combate à corrupção e a defesa do meio ambiente”, afirmou a conselheira.
Já a procuradora-geral da República Rachel Dodge ressaltou a importância do fortalecimento das instituições. “Buscamos ter instituições fortes, que ergam democracias e as fortaleçam. Cada ODS protege um direito fundamental e suas instituições. O uso dos indicadores mede o que fazemos e sua eficiência. É uma medida inédita e concreta no caminho de uma sociedade mais justa”, destacou.
|
Posted: 20 Aug 2019 08:11 AM PDT
Segundo o Banco Mundial, o Brasil poderia melhorar sua pontuação se introduzisse uma cláusula de não discriminação com base no gênero no acesso ao crédito bancário. Foto: Pexels/ rawpixel.com (CC)
O estudo “ Mulheres, Empresas e o Direito 2019“, elaborado pelo Banco Mundial mostra que, em termos globais, o Brasil apresenta uma boa posição, comparativamente a outros países, no que diz respeito à liberdade para a mulher se deslocar, iniciar um trabalho e ter autonomia para gerenciar seus próprios ativos.
Entretanto, o país ainda está atrás no quesito remuneração, no qual há evidentes diferenças entre homens e mulheres, bem como no que se refere à licença parental estabelecida por lei.
O estudo também abordou o tema do empreendedorismo. Segundo o Banco Mundial, o Brasil poderia melhorar sua pontuação se introduzisse uma cláusula de não discriminação com base no gênero no acesso ao crédito bancário.
Segundo a pesquisa “ Empreendedorismo Feminino no Brasil“, produzida pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), os desafios ao empreendedorismo feminino ainda são grandes, mas importantes conquistas foram alcançadas.
Os dois estudos foram apresentados no início de agosto (8) na Escola Superior de Empreendedorismo do Sebrae, em São Paulo (SP), durante o seminário “Mulheres, Empresas e o Direito 19”, promovido por Banco Mundial, Sebrae e Fundação Getúlio Vargas (FGV).
O evento marcou o lançamento do relatório do Banco Mundial que apresenta uma análise dos problemas jurídicos que as mulheres enfrentam para desempenhar trabalho remunerado em todo o mundo e como que as leis de cada país influenciam nessa decisão.
O seminário, mediado por Lígia Sica, coordenadora do Núcleo de Direito, Gênero e Identidade da FGV Direito SP, contou com a participação da coordenadora nacional de projetos de empreendedorismo feminino do Sebrae, Renata Malheiros, além de Junia Nogueira, da Rede Mulher Empreendedora, e Paula Tavares, do Banco Mundial.
Segundo Tavares, o documento analisa a trajetória da mulher no mercado de trabalho e mostra que ainda persistem restrições em alguns países, que impedem a mulher de se deslocar de casa para procurar um emprego, o que praticamente inviabiliza que ela tenha uma profissão.
Sobre o cenário global, ela abordou outros obstáculos, como as leis trabalhistas que afetam as decisões das mulheres que querem trabalhar, suas remunerações e as restrições impostas após o casamento.
Renata Malheiros reforçou que o trabalho do Sebrae é fomentar o empreendedorismo, e que, por isso, é importante apoiar os projetos de mulheres, já que elas representam 50% dos novos negócios no país.
“É mais difícil empreender quando se trata de mulheres, e os motivos são basicamente culturais. A legislação avançou bastante, mas as questões culturais ainda são barreiras”, avaliou.
“Metade das empresas são abertas por homens, mas 44% das mulheres que empreendem, o fazem por necessidade, frente a 32% dos homens. O ideal é empreender por oportunidade”, explicou ela, detalhando que, nesse último caso, o benefício é que há um maior planejamento antes de se abrir o próprio negócio. “Nós do Sebrae buscamos trabalhar para que a maior parte do empreendedorismo seja por oportunidade”.
A analista do Sebrae ressaltou ainda que os principais setores liderados por mulheres no país são de alimentos e bebidas, vestuário e beleza. Segundo ela, é preciso aumentar a presença de empresas lideradas por mulheres em setores altamente inovadores, como robótica, biotecnologia, tecnologia da informação, entre outros.
Segundo Renata Malheiros, as mulheres têm capacidade de estar em todos esses setores, mas as barreiras culturais ainda prejudicam. Ela também destacou a importância de políticas empresariais que englobem questões relacionadas à maternidade, bem como o engajamento dos homens neste debate.
|
Posted: 19 Aug 2019 02:17 PM PDT
Clique para exibir o slide.Workshop promovido no início de agosto em Brasília (DF) pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) em parceria com a Federação Internacional de Estudantes de Medicina (IFMSA) debateu a saúde sexual e reprodutiva e seus desafios, a importância de entender a diversidade e de melhorar o atendimento à população LGBTI.
A segunda edição do workshop “Formação de Liderança Profissional em Saúde Sexual e Reprodutiva” reuniu 20 estudantes de medicina de todo o país e contou com a presença de especialistas do Ministério da Saúde, da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Distrito Federal e do UNFPA.
O representante do UNFPA no Brasil, Jaime Nadal, lembrou a relevância do evento ao ajudar na formação de médicos conscientes e multiplicadores da necessidade de garantir direitos, promover a equidade de gênero e impulsionar o acesso a insumos e serviços em saúde sexual e reprodutiva.
Nadal apontou questões preocupantes como o alto índice de gravidez não intencional na adolescência (no Brasil, 20% das mães têm menos de 19 anos), a violência de gênero e o casamento infantil.
“Em algum momento, todos esses indicadores vão passar pelas suas mãos, futuros médicos. Como vocês manejam esse tipo de situação vai ser determinante para a vida dessas pessoas. Ao saírem desse workshop, vocês terão um papel importante na medida em que serão peças influenciadoras e inspiradoras para outros profissionais de saúde, contribuindo para o debate e o engajamento, para melhorar o acesso a serviços de saúde, sempre focando na garantia de direitos”, declarou.
A representante do Ministério da Saúde, por meio da Coordenadoria de Saúde das Mulheres, Maria Gerlívia Angelim, elogiou a iniciativa do UNFPA na capacitação dos jovens.
“É um desafio trabalhar esse tema tão importante. O Brasil enfrenta obstáculos com relação à saúde da mulher, principalmente a saúde materna, por isso é importante trabalhar esse tema”, afirmou. De acordo com os dados do Ministério da Saúde de 2016, a taxa de mortes maternas daquele ano foi de 64,4 a cada 100 mil nascidos vivos durante ou depois do parto — o país tem uma meta nacional de alcançar o índice de 30 até 2030.
Jovens conscientes
O diretor nacional de saúde e direitos sexuais e reprodutivos da IFMSA, Gustavo Mendes e Silva, defendeu uma mudança na educação médica, com um olhar mais atento a questões sociais e aos direitos humanos.
“Conhecer todo o sistema significa saber, por exemplo, que aquela adolescente que engravidou com 15 anos pode não voltar para escola, pode sofrer relacionamentos abusivos. Nós médicos precisamos sair dos livros, olhar para essa realidade e falar sobre planejamento familiar, higiene íntima e saúde reprodutiva. A carreira médica não precisa focar apenas no atendimento final”, disse.
Entre as palestras assistidas pelos estudantes, estava a da representante auxiliar do UNFPA no Brasil, Júnia Quiroga, que apresentou os temas de saúde conectados à Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (CIPD), ocorrida no Cairo em 1994.
Júnia explicou que esta conferência, a mais importante para o UNFPA, foi um divisor de águas na forma como os temas de população e desenvolvimento passaram a ser abordados — de uma perspectiva puramente de controle populacional para o reconhecimento dos direitos reprodutivos como direitos humanos.
Ela também fez uma breve exposição sobre a Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), um compromisso pactuado globalmente pelo Sistema ONU em prol da melhora em vários indicadores, de saúde, educação à redução da pobreza.
“Essas plataformas, da Agenda 2030 e da Conferência do Cairo, não são diferentes, elas são convergentes. E já estamos em 2019, nosso relógio está indo rápido. Apesar dos nossos muitos avanços, existem muitos desafios que são, fortemente, de vocês, futuros médicos”, alertou.
|
|
|
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário