Boletim diário da ONU Brasil: “Parlamentares latino-americanos promovem encontro em Madri para debater fome zero na região” e 9 outros.
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seg, 29 de out 17:59 (Há 7 dias)
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Posted: 29 Oct 2018 01:24 PM PDT
Cena do filme “Histórias da Fome no Brasil”, dirigido por Camilo Tavares. Foto: Reprodução
Mais de 60 deputados da Frente Parlamentar contra a Fome da América Latina e do Caribe declararam nesta segunda-feira (29) durante encontro em Madri que o desenvolvimento sustentável não será alcançado sem um trabalho parlamentar ativo e eficaz para a fome zero.
Além de elaborarem leis para garantir o direito à alimentação, os integrantes da frente definiram que o principal foco será potencializar as ações de fiscalização para assegurar que tenham impacto nos territórios mais vulneráveis da região.
De acordo com Elías del Castillo, presidente do Parlamento Latino-Americano e Caribenho (PARLATINO) e membro da frente, “em cada país da região, mesmo nos mais exitosos, existem territórios retardatários fortemente afetados pela insegurança alimentar”.
As novas prioridades foram apresentadas durante o 9º Fórum da Frente Parlamentar contra a Fome da América Latina e Caribe, realizado como uma atividade prévia da Primeira Cúpula Parlamentar Mundial contra a Fome e a Desnutrição.
Durante o encontro, os deputados elegeram de forma unânime o guatemalteco Jairo Flores como coordenador-geral da Frente. As sub-coordenações regionais ficam a cargo da deputada hondurenha Teresa Calix (coordenadora dos membros da América Central), do deputado dominicano Hamlet Melo (coordenador dos membros do Caribe) e da senadora boliviana Eva Copa (coordenadora dos membros da América do Sul).
“É uma honra e grande responsabilidade ser coordenador para América Latina e Caribe dos membros da Frente Parlamentar contra a Fome”, disse Flores. “Através da Frente, mostramos que é possível contribuir para a erradicação da fome e da desnutrição a partir da elaboração e implementação de políticas públicas de Estado”, acrescentou.
Desde 2009, a Cooperação Espanhola, em aliança com o PARLATINO e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), apoia a criação e o desenvolvimento de frentes parlamentares contra a Fome.
“A frente é uma referência para o mundo. Para a Espanha, é uma grande satisfação, já que a ação legislativa é uma das maiores estratégicas para alcançar fome zero”, destacou Juan Pablo de Laiglesia, secretário de Estado de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento e para América Ibérica e Caribe (SECIPIC).
“O objetivo ‘fome zero’ da Agenda 2030 é prioridade da Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID) e do governo da Espanha. Por isso, seguiremos apoiando as frentes e aprendendo com elas”, disse Aina Calvo, diretora da AECID.
Neste ano, a Espanha elogiou a frente como modelo de referência e o adaptou para seu próprio Parlamento, mediante confirmação da Aliança Parlamentar Espanhola a favor do Direito à Alimentação.
México reafirma compromisso
Roberta Lajaous, embaixadora do México na Espanha, também demonstrou seu apoio à missão da frente. “Estamos juntos com a Frente Parlamentar contra a Fome e mantemos o compromisso do México, através da Agência Mexicana de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento e do Programa América Central sem Fome, pela Fome Zero”, afirmou.
A Cúpula Parlamentar Mundial contra a Fome e a Desnutrição acontece nesta segunda-feira (29) em Madri, sob organização da frente, da FAO, das Cortes Gerais da Espanha e da Cooperação Espanhola.
A cúpula é uma iniciativa que busca dar continuidade, em um plano global, ao trabalho que vem sendo realizado pela Cooperação Espanhola e pela FAO desde 2006, para aproximar do poder legislativo a luta contra a fome e a desnutrição.
“A experiência latino-americana está abrindo o caminho para um compromisso mais ambicioso: fome zero em todo o mundo”, concluiu Ignacio Trueba, representante da FAO na Espanha.
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Posted: 29 Oct 2018 12:58 PM PDT
Clique para exibir o slide.Quatro jovens brasileiros ganharam uma bolsa para participar da 22ª sessão da Assembleia da Juventude na ONU, em Nova Iorque. O evento ocorreu entre os dias 9 e 14 de agosto.
Eles foram selecionados pelo programa de bolsas “Jovens na ONU”, cujo objetivo é levar jovens de baixa renda que estejam envolvidos em trabalhos comunitários à conferência mundial, fornecendo todos os subsídios financeiros necessários.
Dalvana Lopes, de 26 anos, é professora de Inglês e foi a única mulher do grupo de brasileiros selecionados. A jovem, que é natural de Eldorado, região Sul de MS, e teve toda sua formação no ensino público, conta que começou a “pular de alegria” quando viu o seu nome na passagem “São Paulo – Nova Iorque”.
“Eu fiquei muito feliz. Não só por ter essa experiência, mas por tudo o que ela representa: porque eu sou uma mulher negra, do interior do país, e posso mostrar para as pessoas que vieram da mesma realidade que a minha – do interior e das escolas públicas – que é possível alcançar seus objetivos com dedicação e foco”, disse.
Em 2017, Dalvana criou o projeto “Teaching for Teachers”, uma iniciativa que visa ensinar professores da rede pública as habilidades necessárias para o domínio de um novo idioma. Ela explicou que a troca de experiências na Assembleia da Juventude ampliou seus conhecimentos sobre como aplicar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas no dia a dia e, assim, continuar fazendo a diferença na vida das pessoas.
“Depois da conferência, eu resolvi transformar o ‘Teaching for Teachers’ no ‘Teaching Folks’, um projeto que propõe trazer professores nativos da língua inglesa para trabalhar no Brasil”, contou, acrescentando que a ideia se relaciona diretamente com os ODS.
“Os ODS fazem com que a gente perceba o nosso papel no mundo a partir da premissa de ‘pense global e aja local’. É exatamente isso que eu estou fazendo: ao trazer estrangeiros para o interior do estado, eu tenho uma iniciativa baseada em objetivos globais, mas que age de maneira localizada para mudar a vida do jovem do interior do Mato Grosso do Sul”, explicou. Segundo ela, a previsão é de que o projeto tenha início no primeiro semestre de 2019.
Marcone Ribeiro, de 22 anos, foi o único nordestino entre os bolsistas. Nascido e criado no bairro do Coque, na periferia de Recife, ele se destacou durante o processo seletivo pelo trabalho que faz dentro de sua comunidade – uma das mais carentes da capital pernambucana. Em março deste ano, o jovem passou a lecionar inglês para pessoas da vizinhança, numa sala de aula cedida pela creche do bairro.
“A comunidade onde nasci é conhecida pelo histórico de violência e criminalidade. Eu comecei a dar aulas porque eu percebi que as pessoas têm muita dificuldade dentro do mercado de trabalho justamente por causa do local onde elas vivem, e eu sei o quanto o inglês foi uma ferramenta transformadora para mim”, relatou. O rapaz, que está se graduando em Relações Internacionais, contou que a ideia de repassar o conhecimento surgiu em 2012, logo após realizar um intercâmbio para o Canadá através do Programa Ganhe o Mundo, oferecido a alunos da rede pública de Pernambuco pelo governo estadual.
Para ele, a experiência na Assembleia da Juventude teve um impacto agregador. “Eu conversei com pessoas de diversos segmentos; pessoas que trabalham com investimentos em projetos sociais, que têm trabalhos parecidos com o meu, e que me ajudaram a entender como posso melhorar ou impactar mais pessoas com o meu próprio projeto”.
Marcone afirmou ainda que “desabou em lágrimas” no Festival Cultural do evento – uma noite de cerimônia em que todos os jovens carregam suas bandeiras. “Foi um momento muito marcante, porque eu me vi representando a minha comunidade, que é tão criminalizada e apontada dentro do próprio Estado”, confessou.
Ao voltar para o Brasil, ele criou o projeto “O Coque Connecta”, para gerar novas oportunidades dentro do bairro através de empreendedorismo e cursos profissionalizantes. “Quero inserir acompanhamento psicológico, contato com a arte, debates e participação social e em outros projetos, para que eles também se enxerguem como atores transformadores”, afirmou.
Ao contrário de Marcone, esta foi a primeira viagem internacional do selecionado de Belém (PA), Henrique Sampaio. O jovem, de 23 anos, obteve destaque por estar à frente de um projeto de atendimento jurídico gratuito a comunidades ribeirinhas no Pará. Após a Assembleia da Juventude, ele criou o Politikon, um canal digital para levar conhecimento jurídico ao máximo de pessoas possível, e com linguagem acessível, para que elas possam conhecer e lutar por seus direitos.
“O contato com pessoas tão jovens e comprometidas com um mundo melhor me fez perceber o quanto eu ainda posso contribuir. A troca de experiências com outros jovens me inspirou a lutar mais e mais pela melhora da minha comunidade”, disse.
A Assembleia da Juventude é organizada pela Friendship Ambassadors Foundation (FAF), uma organização sem fins lucrativos afiliada ao Departamento de Informação Pública das Nações Unidas (UNDPI). Durante a conferência, jovens de todo o mundo participam de palestras, workshops e debates sobre os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS) para que, ao retornarem para seus países, possam levar novas experiências e perspectivas para promover projetos em suas próprias comunidades.
Para Tarso Oliveira, o selecionado do Rio de Janeiro (RJ), de 26 anos, a experiência no evento da ONU ajuda a abrir portas para os jovens em início de carreira. “Ir à Assembleia da Juventude dá um certo tipo de confiança ao empreendedor. Ter vivido isso me ajudou a ter uma outra perspectiva de mercado; de saber que os meus projetos podem se aplicar em outros lugares”, observou.
Tarso, que já estava envolvido no projeto “Social Good Brasil” – uma ONG que usa tecnologia para impacto social no Brasil – desenvolveu, a partir dos conhecimentos adquiridos na conferência, o “Troca Justa” – uma empresa que cria projetos de impacto social sustentável com fins lucrativos. “Criamos um sistema de geração de renda para suprir as necessidades básicas de trabalho, moradia e saúde para pessoas em situação de rua no Rio de Janeiro”, declarou.
Idealizado e criado pela embaixadora da Assembleia da Juventude no Brasil, Susana Sakamoto, e apoiado pelo Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio), o programa “Jovens na ONU” visa garantir maior diversidade e representatividade da delegação brasileira na conferência mundial. Ao todo, 1 mil brasileiros já foram beneficiados com o programa, devido às ações pós-conferência desenvolvidas pelos bolsistas.
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Posted: 29 Oct 2018 12:29 PM PDT
Capacetes-azuis servindo à MINUSMA atuam em Mopti, no Mali. Foto: MINUSMA (arquivo)
A Missão de Estabilização das Nações Unidas no Mali (MINUSMA), relatou no sábado (26) que dois membros das forças de paz foram mortos e diversos outros ficaram feridos após um ataque coordenado contra uma base no norte do país durante o amanhecer.
Relatos preliminares indicam que os dois membros burquinenses das forças de paz foram mortos durante o ataque contra o acampamento de Ber e que 11 pessoas ficaram feridas. Quatro capacetes-azuis de Togo ficaram feridos no ataque em Konna, na região de Mopti.
Uma proliferação de grupos armados lutando contra forças do governo e seus aliados em áreas no centro e no norte do Mali após uma tentativa fracassada de golpe há seis anos transformou a MINUSMA na missão mais perigosa para se servir como um capacete-azul da ONU.
Em comunicado, a missão informou que os membros das forças de paz em Ber, perto de Timbuktu, haviam “repelido um ataque complexo, realizado simultaneamente por diversas picapes armadas com lançadores de foguetes e metralhadoras” durante o amanhecer de sábado.
Capacetes-azuis perseguiram os agressores não identificados e, algumas horas depois, na região de Mopti, membros das forças de paz foram atacados novamente, desta vez com aparatos explosivos improvisados.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, disse em comunicado emitido por seu porta-voz que os ataques mirando membros das forças de paz “podem constituir crimes de guerra sob lei internacional” e que a ONU se solidariza com o governo e o povo do Mali e está determinada em apoiar esforços de estabilização dentro do país.
Relatos preliminares indicam que os dois membros burquinenses das forças de paz foram mortos durante o ataque contra o acampamento de Ber e que 11 pessoas ficaram feridas. Quatro capacetes azuis do Togo ficaram feridos no ataque em Konna, na região de Mopti.
O secretário-geral da ONU enviou suas “sinceras condolências às famílias das vítimas e ao governo do Burquina Faso”. Ele “expressou solidariedade” ao governo togolês, desejando uma rápida recuperação a todos os feridos.
O representante especial da ONU e chefe da MINUSMA, Maamat Saleh Annadif, expressou sua indignação com os ataques realizados por “inimigos da paz”.
“Condeno veementemente este ataque brutal, que não irá prejudicar nossa determinação de apoiar o Mali em sua marcha à paz”, disse. “Os autores destes crimes devem ser processados e devem pagar por suas ações”.
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Posted: 29 Oct 2018 12:19 PM PDT
Vista aérea da cidade e do porto de Santos (SP). Foto: EBC
A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) divulgará uma nova edição de seu relatório anual sobre o comércio exterior da região na próxima quarta-feira (31), às 13h de Brasília, em sua sede sub-regional na Cidade do México.
O documento “Perspectivas do Comércio Internacional da América Latina e do Caribe, 2018” será lançado em uma coletiva de imprensa concedida pela secretária-executiva do organismo regional da ONU, Alicia Bárcena.
Nesta edição, o relatório analisa o desempenho do comércio mundial e regional no último ano e apresenta as perspectivas para os próximos meses. Inclui, também, capítulos que analisam o comércio de metais e minerais e o comércio digital.
O documento foi preparado pela Divisão de Comércio Internacional e Integração da CEPAL.
O lançamento será transmitido ao vivo pelo site da CEPAL. Haverá transmissão ao vivo também, por videoconferência, no escritório da CEPAL no Brasil (SBS. Edifício BNDES, 17. Andar – Brasília – DF), de onde perguntas poderão ser feitas.
Os meios de comunicação estão convidados a assistir à coletiva de imprensa no escritório da CEPAL no Brasil (por videoconferência).
Para confirmar presença, entrar em contato com: Pulcheria Graziani. Escritório da CEPAL no Brasil. SBS. Edifício BNDES, 17. Andar – Brasilia – DF – E-mail: pulcheria.graziani@cepal.org – Telefones: 61-3321-3232 Ramal 7016 ou Celular: 61-99976-8030.
Para marcação de entrevistas sobre o relatório, entrar em contato no México com María Luisa Díaz de León. E-mail: marialuisa.diaz@cepal.org; telefone (52 55) 41705665; Celular (5255) 5416 9297.
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Posted: 29 Oct 2018 12:05 PM PDT
Refugiados da região de Kasai, na República Democrática do Congo, chegam a Lóvua, no norte de Angola. Foto: ACNUR/Rui Padilha
A alta-comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, alertou na sexta-feira (26) que a deportação em massa de cidadãos congoleses de Angola já resultou em sérias violações de direitos humanos cometidas por forças da segurança em ambos os lados da fronteira, deixando ao menos 330 mil repatriados em situação extremamente precária.
Desde o início de outubro, cerca de 330 mil pessoas cruzaram a fronteira de Angola, principalmente para as províncias congolesas de Kasai, Kasai Central e Kwango, após uma ordem de expulsão do governo angolano mirando migrantes irregulares.
Em entrevista com pessoas na cidade fronteiriça de Kamako, em Kasai, o Escritório do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (ACNUDH) recebeu relatos indicando que forças da segurança em Angola usaram força excessiva em suas operações para deportar os cidadãos congoleses.
A equipe verificou informações sobre seis mortes que teriam sido provocadas por forças de segurança, mas também recebeu outras acusações de assassinatos que não foi capaz de verificar de forma completa. Relatos também sugerem que ao menos 100 pessoas ficaram feridas.
Diversos migrantes também alegaram que, durante a chegada a Kamako, foram alvo de extorsão e taxações ilegais por forças da segurança e de defesa na República Democrática do Congo. Também houve acusações de detenção arbitrária de migrantes que retornavam. Alguns estão sendo hospedados por famílias ou estão em abrigos, mas muitos estão dormindo nas ruas, com acesso inadequado a alimentos e serviços de saúde, escassez severa de água e falta de condições sanitárias apropriadas.
“O direito internacional e a Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos proíbem a expulsão em massa de cidadãos de outras nacionalidades sem avaliação individual ou sem garantias de devido processo. Ao expulsar um número massivo de pessoas em um curto período de tempo, Angola colocou dezenas de milhares de famílias em risco severo”, disse a alta-comissária.
“Peço para o governo de Angola cessar quaisquer deportações em andamento até que possa ser garantido que quaisquer retornos sejam realizados com total respeito ao Estado de Direito e aos direitos humanos de todos os migrantes afetados. Também peço para o governo garantir que forças da segurança e outras responsáveis por violações no curso destas expulsões sejam responsabilizadas.”
Bachelet também pediu para o governo da República Democrática do Congo garantir que pessoas que retornam sejam protegidas de extorsões feitas por forças da segurança e violências cometidas por outras, especialmente dada a contínua falta de responsabilização por graves violações de direitos humanos que aconteceram em Kasai entre 2016 e 2017.
Há relatos de que indivíduos da etnia tshokwe se juntaram às forças da segurança de Angola na aplicação das expulsões. Dada a presença contínua de grupos armados divididos entre linhas étnicas em Kasai, Bachelet alertou sobre o risco de violência intercomunal se a situação não foi administrada com cuidado por autoridades.
“Peço para o governo da República Democrática do Congo garantir que membros das forças da segurança que possam ser responsáveis por violações, no passado ou no presente, contra pessoas – independentemente de suas afiliações étnicas – sejam sujeitos a investigações, para garantir justiça às vítimas”, disse. “Fracassando nisso, temo que poderemos ver uma repetição dos ciclos de terrível violência que ocorreram em Kasai em 2016”.
A alta-comissária também pediu para o governo da República Democrática do Congo e para a comunidade internacional redobrarem esforços de resposta às necessidades humanitárias urgentes de pessoas que retornam em Kasai, Kasai Central e Kwango.
Angola abriga atualmente 68 mil refugiados e solicitantes a refúgio.
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Posted: 29 Oct 2018 11:36 AM PDT
A venezuelana Vincent Hernández (centro) foi uma das dez pessoas atendidas pelas dentistas Ingrid e Júlia desde que elas iniciaram o serviço gratuito, em julho. Foto: Caritas RJ
Elas consertam sorrisos e fazem sorrir. Duas irmãs dentistas do Rio de Janeiro abriram as portas da clínica odontológica onde trabalham, na zona norte da cidade, para atender gratuitamente pessoas em situação de refúgio.
Ingrid e Júlia Cocchiarale Pepino tiveram a ideia depois de acessarem as redes sociais do Programa de Atendimento a Refugiados e Solicitantes de Refúgio (PARES), da Cáritas do Rio. “Nos sensibilizamos e procuramos oferecer ajuda com algo que estivesse ao nosso alcance”, conta Júlia.
Elas entraram em contato com a Cáritas RJ que, através do setor de Integração, passou a fazer o trabalho de mediação. Quando os refugiados relatam a necessidade de atendimento dentário, as assistentes sociais mencionam o serviço gratuito oferecido pelas irmãs e fazem o agendamento, de acordo com a disponibilidade das dentistas.
O trabalho começou em julho deste ano, com pelo menos quatro horários reservados na clínica por semana. Deste então, o estabelecimento recebeu cerca de dez pessoas refugiadas. Uma delas foi Vincent Hernández, pedagoga venezuelana de 33 anos. Ela sofre de bruxismo e encontrou no consultório boa acolhida e serviço dedicado.
“São duas dentistas jovens, um exemplo de empatia e consciência diante da vulnerabilidade dos refugiados. Foi um trabalho rápido, feito com muito amor, que melhorou minha saúde e qualidade de vida”, elogia a paciente.
Além do sentimento de dever cumprido, as irmãs dentistas lembram com carinho de algumas histórias que ouviram durante o atendimento. “Uma das mais marcantes foi a de um casal de dentistas venezuelanos que teve que largar tudo e vir ao Brasil. Aqui, ainda não podem exercer a profissão, mas nós acabamos nos identificando”, recorda Julia.
A coordenadora de Integração do PARES Cáritas RJ, Débora Alves, destaca a importância da oferta gratuita desse tipo de serviço. Segundo ela, geralmente, o atendimento odontológico fica em segundo plano devido ao custo elevado. Além disso, o serviço não está amplamente disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), o que acarreta um aumento do tempo de espera. “Facilitar o atendimento odontológico é garantir o cuidado em saúde, que melhora a autoestima e é essencial também para apresentação para o mercado de trabalho”, explica Débora.
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Posted: 29 Oct 2018 11:23 AM PDT
De madrugada, pais e crianças atravessam rua a caminho da escola no distrito de Songinokhairkhan, Ulaanbaatar, na Mongólia, onde os níveis de poluição do ar são os mais elevados da cidade. Foto: UNICEF/Mungunkhishig Batbaatar
A poluição do ar está prejudicando o desenvolvimento cerebral de crianças no mundo inteiro, afetando sua saúde de mais maneiras do que o antecipado anteriormente, informou nesta segunda-feira (29) a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Em um pedido por políticas concretas de governos para enfrentar o problema, a agência de saúde das Nações Unidas relatou que nove em cada dez crianças respiram ar que é tão poluído que “coloca sua saúde e seu desenvolvimento em sério risco”.
As conclusões da OMS – divulgadas na véspera da primeira Conferência Global sobre Poluição do Ar e Saúde, em Genebra – incluem a estimativa de que 600 mil crianças tenham morrido de infecções respiratórias agudas causadas pela poluição do ar em 2016.
“O enorme número de doenças e mortes revelado por esses novos dados deveria resultar em um pedido urgente de ação para a comunidade global, especialmente para aqueles no setor da saúde”, disse o relatório da OMS, destacando que o impacto da poluição do ar, tanto dentro quanto fora das residências, é pior em países de baixa e média renda.
Entre outras conclusões do documento, estão dados indicando que mulheres grávidas têm maior probabilidade de parto prematuro quando expostas ao ar poluído. Seus bebês tendem a estar abaixo do peso, de acordo com a OMS, que também destaca que a poluição do ar pode provocar asma e câncer infantil, prejudicando também seu desenvolvimento neurológico.
“Ar poluído está envenenando milhões de crianças e estragando suas vidas”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. “Cada criança deveria poder respirar ar limpo para que possa crescer e cumprir seu pleno potencial”.
Uma razão para crianças serem especialmente vulneráveis à poluição do ar é o fato de respiraram mais rapidamente que adultos, absorvendo mais toxinas, segundo a OMS.
Jovens também estão mais expostos a poluentes em um momento em que seus corpos e cérebros ainda estão se desenvolvendo, de acordo com o relatório da agência da ONU, que acrescenta que recém-nascidos e crianças pequenas são mais suscetíveis à poluição do ar doméstico em residências que utilizam combustíveis poluentes para cozinhar, aquecer e iluminar.
Como parte de seu pedido de ação para a comunidade internacional, a OMS recomenda uma série de medidas “diretas” para reduzir o risco à saúde. Essas medidas incluem acelerar a transição para tecnologias mais limpas, incluindo nos meios de transporte, impulsionar residências energeticamente mais eficientes e melhorar o planejamento urbano.
“A poluição do ar está prejudicando o desenvolvimento dos cérebros de nossas crianças, afetando sua saúde de mais maneiras do que suspeitávamos”, disse Maria Neira, diretora do Departamento de Saúde Pública, Ambiental e Determinantes Sociais de Saúde na OMS. “Mas há muitas maneiras diretas de reduzir emissões de poluentes perigosos”.
A OMS também apoia a geração de energia de baixa emissão, tecnologias industriais mais limpas e mais seguras e melhor gerenciamento municipal de lixo para reduzir poluição do ar em comunidades, acrescentou Neira.
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Posted: 29 Oct 2018 10:08 AM PDT
Em Tumbes, no Peru, Jolie visitou as Filhas de Santa Ana, um convento transformado em cozinha comunitária e que atualmente fornece refeições a centenas de migrantes e refugiados venezuelanos. Foto: ACNUR
Do lado de fora de um prédio azul e branco, localizado na cidade Tumbes, noroeste do Peru, famílias venezuelanas acampam debaixo de árvores para obter alguma sombra enquanto tentam realizar os processos formais de migração.
Há grupos de pessoas sentados por toda parte, ao redor de pertences empilhados, sacos e malas. Grandes tendas brancas foram erguidas para funcionar como clínicas, creches, centros de vacinação e pontos de informação. Adultos e crianças comem e dormem ao ar livre, enquanto esperam para entrar com seu pedido refúgio no Peru.
Desde agosto de 2018, Tumbes, uma cidade quente e árida na costa norte do país, viu a chegada de dezenas de milhares de refugiados e migrantes venezuelanos. Atualmente, cerca de 2 mil pessoas cruzam diariamente a fronteira do Equador para o Peru.
A enviada especial da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), Angelina Jolie, esteve no local em visita oficial em nome do alto-comissário das Nações Unidas para os refugiados, Filippo Grandi. O objetivo era, assim como ele, que visitou a cidade este mês, testemunhar a situação humanitária no Peru.
Nos últimos três anos, o Peru tem sido um dos países mais afetados pelo grande fluxo de refugiados e migrantes venezuelanos, o maior movimento de pessoas na história recente da América Latina.
Em Tumbes, Jolie visitou as Filhas de Santa Ana, um convento transformado em cozinha comunitária e que atualmente fornece refeições, ao menos uma vez por dia, a centenas de mulheres, crianças e homens. Ela também visitou o posto de fronteira binacional e um abrigo para refugiados e migrantes venezuelanos em Lima, na capital peruana. Jolie conversou com muitos refugiados que explicaram as razões pelas quais fugiram da Venezuela.
“Ouvi histórias de pessoas morrendo por falta de assistência médica e medicamentos. Pacientes cuja quimioterapia foi interrompida abruptamente, portadores de diabetes sem acesso a insulina, crianças sem antibióticos básicos, pessoas famintas e relatos trágicos de violência e perseguições”, contou Jolie a jornalistas em coletiva imprensa em Lima.
Durante sua visita, a enviada especial do ACNUR reuniu-se com o presidente peruano, Martin Vizcarra, bem como representantes do governo e de organizações que atuam diretamente na resposta humanitária.
“Eu disse ao presidente Vizcarra o quanto o ACNUR aprecia as medidas tomadas pelo Peru no sentido de ajudar os venezuelanos a terem seu status legalizado e a obterem acesso a serviços básicos”, disse Jolie.
“Discutimos também os esforços regionais que estão sendo realizados em Quito, o primeiro passo para uma solução regional. Também falamos sobre o que mais a comunidade internacional pode e deve fazer para apoiar o Peru e seus vizinhos.”
Ela também conheceu jovens venezuelanos, incluindo um grupo de break que trabalha para inspirar jovens e criar laços com a comunidade local através da dança e da cultura. Ela visitou projetos de proteção e assistência a solicitantes de refúgio, refugiados e famílias que recebem essas pessoas. E pôde observar a generosa resposta do Peru aos refugiados e aos migrantes venezuelanos.
“No momento em que os princípios fundamentais estão sendo questionados, é mais importante do que nunca que tenhamos os sistemas e os recursos necessários para identificar pessoas com pedidos genuínos de refúgio e de asilo, e para garantir que eles tenham o apoio de que precisam.”
“É crucial reforçar o Estado de Direito e o respeito aos direitos humanos, à proteção internacional e aos sistemas de refúgio.”
A enviada especial visita as grandes crises de deslocamento, representando o ACNUR e o alto-comissário da ONU para refugiados no nível diplomático. A última vez em que a enviada especial visitou a América Latina foi em uma missão no Peru em 2012, quando se encontrou com refugiados colombianos na região.
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Posted: 29 Oct 2018 09:15 AM PDT
Secretário-geral da ONU, António Guterres, durante coletiva de imprensa. Foto: ONU/Mark Garten
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, disse no sábado (26) estar “profundamente chocado” com o ataque a tiros em massa e mortal dentro de uma sinagoga na cidade norte-americana de Pittsburgh, que segundo relatos deixou 11 mortos e diversos feridos, alguns em estado crítico.
Em comunicado emitido por seu porta-voz, Guterres disse que o terrível ataque, que aconteceu quando a sinagoga estava repleta de fiéis, é um “doloroso lembrete do contínuo antissemitismo”.
A polícia foi chamada à sinagoga Árvore da Vida, localizada no bairro de Squirrel Hill, de maioria judaica e na região oeste da cidade da Pensilvânia, durante observância do sabá. Um atirador fortemente armado abriu fogo e, de acordo com relatos da imprensa norte-americana, gritou frases como “todos os judeus devem morrer”.
O atirador foi levado sob custódia pela polícia, após se esconder em uma sala e eventualmente se render depois de ser baleado. Diversos policiais ficaram entre os feridos, e relatos da mídia afirmam que não há crianças entre as vítimas.
Segundo relatos iniciais, as publicações do atirador nas redes sociais eram repletas de comentários antissemitas. O ataque a tiros agora está sob intensa investigação federal e é tratado como crime de ódio.
Em seu comunicado, Guterres expressou suas mais profundas condolências aos familiares das vítimas. “Judeus em todo o mundo continuam sendo atacados por nenhuma razão além de suas identidades. Antissemitismo é uma ameaça aos valores democráticos e à paz, e não deve ter espaço no século 21”, acrescentou.
Ele pediu uma “frente unida – juntar autoridades em todos os níveis, sociedade civil, líderes religiosos e comunitários e o público em geral – para reverter as forças do racismo, do antissemitismo, da islamofobia e de outras formas de ódio, intolerância, discriminação e xenofobia que estão ganhando força em muitas partes do mundo”.
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Posted: 29 Oct 2018 09:03 AM PDT
Lola Aronovich é blogueira, professora universitária, defensora dos direitos das mulheres e vítima de violência na Internet. Desde abril deste ano, em qualquer busca online, o nome dela é associado à Lei 13.642/2018, que alterou a Lei nº 10.446, de 2002, e acrescentou atribuição da Polícia Federal à investigação de crimes praticados por meio da rede e que difundam conteúdo misógino — definidos como aqueles que propagam ódio ou aversão às mulheres.
Proposto pela deputada federal Luizianne Lins (PT-CE), o projeto inspirado no caso de Lola foi aprovado pela Câmara dos Deputados em dezembro de 2017, durante os 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres.
A violência na Internet vivenciada por Lola Aronovich, argentina naturalizada brasileira e que vive no Ceará, saiu do ambiente virtual e trouxe mudanças para a legislação brasileira e a segurança pública, diante do alto número de crimes cometidos contra as mulheres.
Ela registrou 11 boletins de ocorrência e tem sido alvo de violência online há quase dez anos. “Foram feitas quase 70 mil denúncias para a Safernet, e a gente não tinha resposta da Polícia Federal. Finalmente, quando os dois principais autores do site de ódio foram presos, em março de 2012, todo mundo pensava que eles iriam sair no dia seguinte (…). Mas, eles ficaram presos durante um ano e três meses. Foram julgados e condenados”, conta.
Lola relata que após o cumprimento da pena, um dos autores teve reincidência. “Além de ameaças de morte contra mim, ele ameaçou meu marido e minha mãe, uma senhora de 82 anos. São muitos ataques nesses últimos cinco anos”, afirma.
A prevenção e o enfrentamento da violência online esbarram no baixo reconhecimento da violência misógina na Internet, que se dirige a grupos que defendem os direitos humanos. “Essa quadrilha misógina não só me atacava, mas outras pessoas no Brasil e fora do Brasil, desde 2011. Lançaram um site de ameaça de morte a mulheres, a negros. Pregavam a legalização do estupro, o estupro corretivo para lésbicas e a pedofilia. Coisas horrorosas. Esse site de ódio viralizou. Era acessado em outros países”.
De acordo com Lola, a violência na Internet traz também à tona questões como oferta e qualidade de serviços públicos para atendimento às vítimas — 16 estados têm delegacias especializadas. Contudo, a blogueira considera que os crimes de ódio ainda têm menos resolutividade em relação a outros crimes cibernéticos.
“As delegacias estão mais voltadas a crimes patrimoniais, como fraudes de cartão de crédito, e pouco de crimes de ódio. Ainda não estão muito bem equipadas para lidar com esses problemas”, diz. Nas delegacias para as mulheres, a violência cibernética também enfrenta barreiras. “Em Fortaleza, a delegacia da mulher está sobrecarregada e só lida com temas de violência doméstica”.
Lola faz parte do programa de proteção de defensores de direitos humanos do governo brasileiro. “Com a influência dele, consegui marcar reunião no Ministério Público, com o secretário de Segurança do Estado, o que gerou inquérito baseado em cinco horas de depoimento na delegacia da mulher, o qual foi remetido para a Polícia Federal”.
Diante de todas as violências pelas quais tem passado, Lola considera que hoje está em segurança com a punição dos criminosos. “Eu comecei o blog aos 40 anos, agora estou com 51. Talvez eu tenha maturidade maior para lidar com as ameaças e as ofensas que são diárias”.
“E também tenho recebido muito carinho de parentes, leitoras e leitores e comunidade imensa na Internet. Foram mais de 200 palestras, nos últimos seis anos. Apesar de divergências, as pessoas apresentam seus argumentos com educação. É um debate civilizado, quando ocorre. Muita gente é covarde e se esconde atrás do anonimato da Internet para fazer o que quiser.”
Sobre a Lei 13.642/2018, Lola espera que o caráter preventivo seja a tônica para impedir a ocorrência dos crimes. “A gente está com a Lei Lola para que as pessoas, principalmente os misóginos, pensem duas vezes antes de atacar e ameaçar uma mulher e entender que a Internet não é uma terra sem ninguém”, declara.
#DiaLaranja pelo fim da violência contra mulheres e meninas
Celebrado a cada dia 25, o Dia Laranja pelo fim da violência contra as mulheres e meninas alerta para a importância da prevenção e da resposta à violência de gênero. Cor vibrante e otimista, o laranja representa um futuro livre de violência, e convoca à mobilização todos os meses do ano, culminando no 25 de novembro, Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres.
O Dia Laranja integra a campanha do secretário-geral da ONU “UNA-SE Pelo Fim da Violência contra as Mulheres”, lançada em 2008, com o objetivo de dar visibilidade e aumentar a vontade política e os recursos designados a prevenir e responder à violência de gênero.
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