Boletim diário da ONU Brasil: “Escolas alemães no Brasil discutem parceria em simulações da ONU” e 13 outros.
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sex, 9 de nov 18:54 (Há 3 dias)
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Posted: 09 Nov 2018 12:28 PM PST
Assembleia Geral da ONU. Foto: ONU/Mark Garten
Professores e alunos de seis escolas alemães do Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná reuniram-se em outubro com o diretor do Centro de Informação da ONU para o Brasil (UNIC Rio), Maurizio Giuliano, para discutir parcerias em simulações das Nações Unidas. Encontro na capital fluminense estabeleceu uma rede entre os centros de ensino para promover esses eventos, conhecidos pela sigla MUN.
Giuliano explicou que o UNIC Rio pode ajudar as instituições fornecendo diretrizes sobre como organizar os encontros. O dirigente também se ofereceu para avaliar as resoluções e declarações adotadas ao final das simulações.
As instituições presentes discutiram como é possível integrar os MUNs no currículo de diferentes disciplinas. As escolas também se comprometeram a definir parâmetros e regras comuns para a realização das simulações, a fim de melhorar esses projetos, que são liderados principalmente pelos alunos.
Entre os participantes da reunião no Rio, estavam docentes e estudantes do Colégio Humboldt, de São Paulo (SP), Escola Alemã Corcovado, no Rio de Janeiro (RJ), Colégio Visconde de Porto Seguro na capital paulista e em Valinhos (SP), Instituto Ivoti, da cidade homônima no Rio Grande do Sul, e Colégios Suíço-Brasileiro de Curitiba (PR) e da capital paulista.
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Posted: 09 Nov 2018 11:43 AM PST
Mulher mostra sua casa, demolida por milícia local em Trípoli. Foto: ACNUR/Tarik Argaz
O recente cessar-fogo na capital da Líbia, Trípoli, mediado pela missão das Nações Unidas no país, está sendo respeitado, disse na quinta-feira (8) o chefe da missão ao Conselho de Segurança, destacando esforços para manter a calma e ajudar a assegurar uma paz duradoura.
“Nos dedicamos à consolidação do cessar-fogo em solo e no nível político para minimizar as possibilidades de crises similares no futuro”, disse o representante especial do secretário-geral no país, Ghassan Salamé, em comunicação ao Conselho de 15 membros.
Falando de Trípoli por videoconferência, Salamé afirmou que um novo plano de segurança abrangente para a capital está em vigor, e que diversos grupos armados se retiraram de importantes edifícios governamentais.
Ele destacou que o conceito do plano era “claro e equilibrado”, com grupos armados fora da cidade permanecendo para além dos arredores, enquanto aqueles que estão dentro da cidade reduziram o nível de intimidação nas ruas e não estão atacando as instituições no centro da cidade.
“Olhando para frente, a cidade deve ser protegida por forças policiais disciplinadas e regulares”, disse o representante especial.
Grupos armados também “indicaram prontidão” para entregar o porto marítimo e o terminal civil do aeroporto às autoridades, acrescentou, destacando que há um “frágil, porém evidente” senso de melhora em Trípoli.
O enviado disse que sucesso na capital é fundamental não somente por conta de sua grande população, mas também porque “o que funciona em Trípoli pode ser um modelo a ser repetido em outros lugares da Líbia”.
Ao mesmo tempo, os impulsionadores do conflito na Líbia, incluindo as condições “apavorantes” em centros de detenção e o controle efetivo do governo sobre os recursos naturais do país, devem ser respondidos, destacou Salamé.
“Algumas prisões se transformaram em incubadoras de ideologias extremistas”, disse, enquanto centenas de líbios e estrangeiros continuam detidos ilegal e desumanamente como uma forma de assegurar resgates.
Um processo judicial para melhorar as condições carcerárias e a libertação dos presos indevidamente deve ser expedido, e grupos armados que controlam as prisões devem devolver o controle para autoridades estatais, destacou Salamé.
Sobre a reforma prisional, há também uma necessidade urgente de capacitar forças de segurança para proteger e servir a população líbia, acrescentou.
O enviado também pediu esforços para acabar com os abusos dos vastos recursos naturais da Líbia por parte de grupos que operam ilegalmente uma “economia paralela”.
“A Líbia é rica”, disse, mas “líbios estão cada vez mais pobres, enquanto criminosos usam redes de violência para roubar bilhões dos cofres nacionais”, afirmou, pedindo medidas imediatas de repressão.
O enviado da ONU também chamou atenção do Conselho de Segurança para a contínua falta de ação do legislativo do país sobre compromissos vinculantes feitos anteriormente, incluindo um referendo sobre a Constituição e novas eleições presidenciais e parlamentares.
Embora líbios tenham feito uma demanda clara por novas eleições, disse Salamé, esta exigência está sendo “resistida a todo custo” pelo legislativo.
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Posted: 09 Nov 2018 11:24 AM PST
Habilidades interpessoais serão necessárias num mundo em que as mudanças tecnológicas redefinem a natureza do trabalho constantemente, avalia o Banco Mundial. Foto: PEXELS
Em relatório recente sobre a relação entre tecnologia e produção, o Banco Mundial ressalta que as crianças do atual ensino fundamental vão trabalhar em setores ou ocupações que ainda não existem. Para superar a lacuna entre o aprendizado do presente e as necessidades da nova economia, o organismo financeiro chama governos a investir nas habilidades interpessoais dos profissionais do futuro.
“O principal desafio consiste em dotá-los (os jovens) de competências que eles precisarão usar independentemente da natureza do trabalho de amanhã, (isso inclui) sobretudo a aptidão a resolver problemas e a exercer um julgamento crítico, bem como as competências interpessoais, como a empatia e o espírito de colaboração”, afirmou o presidente do Grupo Banco Mundial, Jim Yong Kim.
A pesquisa Relatório Mundial de Desenvolvimento 2019 — A natureza mutável do trabalho reconhece que a automatização do setor produtivo gera medo quanto à disponibilidade de trabalho para todos. Mas na avaliação do Banco Mundial, os temores são injustificados, pois a tecnologia pode abrir novos postos, melhorar a produtividade e otimizar os serviços públicos.
Até o final do século, a instituição estima que serão criados 23 milhões de novas vagas, apenas na Europa.
Os mercados, avalia o Banco Mundial, precisarão cada vez mais de profissionais capazes de trabalhar em equipe, de comunicar e resolver impasses.
Proteção social num mundo flexível
Apesar do otimismo, a análise do organismo financeiro também vê um cenário de flexibilização do trabalho, intimamente associada a penetração crescente da tecnologia no mundo produtivo. Empregos convencionas vão cedendo lugar à prestação de serviços e aos “freelas”. O cenário traz preocupação com a instabilidade da renda e a ausência de proteção social.
Nos países em desenvolvimento, o Banco Mundial lembra que quatro em cada cinco pessoas nunca se beneficiaram de algum tipo de proteção social. De acordo com a instituição internacional, 2 bilhões de pessoas trabalham na informalidade, privadas da proteção oferecida por um emprego remunerado estável, pela seguridade social ou pelas vantagens da educação.
Os novos modos de produzir deverão agravar esses problemas que existiam bem antes da atual revolução tecnológica, aponta o organismo financeiro. Para se adaptar a essas transformações, o Banco Mundial recomenda fortalecer a proteção social, com novos mecanismos e políticas, que independam da situação profissional das pessoas.
Segundo o relatório, é necessária uma assistência mínima para cada cidadão. O levantamento reconhece que a inclusão universal em sistemas de proteção social é custosa, mas isso pode ser alcançado por meio de reformas na política fiscal e de regulamentações do mercado de trabalho.
Acesse o relatório na íntegra clicando aqui.
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Posted: 09 Nov 2018 11:04 AM PST
Foto: EBC
A Alemanha possui excelentes bases para construir seu sistema nacional de proteção da privacidade, mas alguns fatos recentes não são favoráveis e podem deixar sérias lacunas. Estas são as principais conclusões preliminares do relator especial da ONU sobre privacidade, Joe Cannataci, ao fim de uma visita oficial de duas semanas ao país.
“Há uma série de boas notícias na Alemanha”, disse Cannataci. “É um dos países com uma cultura mais forte de proteção de privacidade e de (defesa do) Estado de Direito, tanto na sociedade quanto em seu governo, em parte graças ao fato de a privacidade ser incorporada nos treinamentos da polícia e da inteligência”, declarou.
A Alemanha também teve decisões sem precedentes emitidas pelo Tribunal Federal de Justiça em 1983, sobre os direitos ao livre desenvolvimento de personalidade e autodeterminação informacional, e em 2008, sobre privacidade digital.
“O respeito ao Estado de Direito e à importância da privacidade estão profundamente enraizados na cultura alemã”, disse o relator.
“Desde as revelações de (Edward) Snowden em 2013, reformas institucionais positivas incluem a introdução de um novo comissário permanente e recursos humanos adicionais alocados às estruturas existentes, como a Comissão de Controle Parlamentar, a Comissão G-10 e o Escritório do Comissário Federal para a Proteção de Dados, que também ganhou independência quando foi separado do Ministério do Interior”, disse Cannataci.
A sociedade civil alemã permanece vibrante, e desafiou ameaças à privacidade no Tribunal Federal de Justiça, conscientizando a população sobre a importância da privacidade, disse.
Cannataci também elogiou uma pesquisa publicada em 8 de novembro pelo centro de pesquisas Stiftung Neue Verantwortung, sediado em Berlim, que forneceu um compêndio de 64 boas práticas em salvaguardas legais e inovações de supervisão da vigilância.
“Este é um trabalho excelente que eu não só recomendo ao governo da Alemanha e às autoridades de supervisão, mas também ao público global interessado em salvaguardas legais, técnicas e práticas em tais questões.”
O relator especial disse que havia, no entanto, algumas áreas de preocupação.
Reformas da inteligência em 2016 geraram melhorias, mas também levaram à maior fragmentação do sistema, já complexo por conta da estrutura federativa do país, disse.
“A criação do chamado Painel Independente e a exclusão do Comissário Federal para a Proteção de Dados da maior parte das questões relacionadas ao BND (Serviço Federal de Inteligência) não parecem ter melhorado a proteção da privacidade, e pode ter sido perdida a oportunidade de fortalecer uma inspeção e vigilância a posteriori.”
“A Alemanha parece estar perdendo autoridades empoderadas de supervisão e com recursos adequados para bater nas portas das agências de segurança a qualquer momento e realizar fiscalizações de surpresa, especialmente em sistemas técnicos, sem aviso prévio”, disse Cannataci.
Cannataci também avaliou o impacto sobre a privacidade de spywares e tecnologias biométricas, incluindo reconhecimento facial, no contexto da inteligência e da aplicação da lei.
Ele avaliou as políticas de big data e open data, retenção de dados, implementação da Regulação Geral de Proteção de Dados da União Europeia, e direito de pacientes à privacidade no setor de saúde. Mais detalhes sobre estas questões devem ser incluídos no relatório final do relator especial, que é esperado para ser apresentado ao Conselho de Direitos Humanos da ONU em março de 2020, após mais consultas e pesquisas com o governo alemão e a sociedade civil.
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Posted: 09 Nov 2018 10:27 AM PST
Anel vaginal que libera medicamentos antirretrovirais pode ser nova técnica para prevenir o HIV. Foto: Flickr (CC)/Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos (NIAID)
Novos métodos de prevenção do HIV, como a injeção semestral de substâncias capazes de impedir a infecção, foram tema de uma conferência em Madri, na Espanha. Encontro teve a participação do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids ( UNAIDS). Durante o evento, especialistas apresentaram inovações para conter o estabelecimento do vírus no corpo humano, mas ressaltaram que técnicas inéditas vão demorar para chegar ao público.
Uma das tecnologias discutidas foi a profilaxia pré-exposição (PrEP) injetável. A PrEP é o uso de medicamentos antirretrovirais antes do contato com o HIV, o que impede a infecção pelo vírus. Atualmente, quem recorre a esse método precisa tomar comprimidos diariamente. Com o desenvolvimento de uma fórmula capaz de ser consumida via injeção, em intervalos de seis meses, não seria mais necessário se preocupar em esquecer de ingerir os remédios todos os dias.
Outra forma de utilizar a PrEP é por meio de anéis vaginais, que trazem para as mulheres mais controle e autonomia sobre a prevenção. A técnica garante proteção independentemente das escolhas do parceiro.
Mas ambas as inovações estão longe de serem uma realidade concreta na vida das pessoas. Isso porque as pesquisas sobre a PrEP de longa duração só devem apresentar resultados a partir de 2021. Já o anel vaginal, embora esteja sendo analisado para aprovação regulatória pela Agência Europeia de Medicamentos, deverá custar caro quando tiver suas primeiras versões autorizadas.
Realizada entre 21 e 25 de outubro, a conferência também discutiu o uso de anticorpos e de moléculas capazes de imitá-los, atuando como uma barreira ao HIV. Os participantes explicaram que muito progresso foi feito no desenvolvimento desses anticorpos. Os resultados dos testes que mostram sua eficácia devem ser publicados em 2020.
“A ciência nos proporcionou avanços extraordinários em tecnologias para o diagnóstico, tratamento e monitoramento da infecção pelo HIV. Agora, existe uma empolgação real de que, nos próximos anos, ela também nos direcione a ferramentas efetivas e acessíveis de prevenção”, disse o consultor científico, Peter Godfrey-Faussett, durante a conferência, realizada entre 21 e 25 de outubro.
HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis
Outro tema da conferência foi a vulnerabilidade de pessoas que não têm HIV, mas vivem com outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) em áreas afetadas pela epidemia do vírus da AIDS.
As taxas de incidência das principais ISTs bacterianas tratáveis vêm aumentando regularmente. Os índices chegam a níveis alarmantes entre homens gays e outros homens que fazem sexo com homens, bem como entre a juventude das regiões leste e sul da África. O fenômeno é causado em parte pela diminuição do uso de preservativos.
Muitas ISTs não apresentam sintomas e só podem ser diagnosticadas com exames diagnósticos modernos — que são simples, mas ainda muito caros para os países que mais precisam deles. Uma abordagem integrada de prevenção poderia oferecer PrEP para pessoas que não possuem o HIV, mas que têm uma IST e moram em locais com prevalência do vírus da AIDS.
Um dos problemas associados às novas tecnologias de prevenção é o seu custo. A modelagem matemática mostra que esses métodos poderão ter um impacto limitado nas porções leste e sul do continente africano. Isso porque as despesas para evitar uma infecção pelo HIV por meio do anel vaginal com PrEP oscilariam de 10 mil a 100 mil dólares.
Com essa técnica, uma proporção pequena — de 1,5 a 2,5% — das infecções pelo HIV seriam evitadas nos próximos 18 anos no Quênia, Uganda, Zimbábue e África do Sul.
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Posted: 09 Nov 2018 10:02 AM PST
Mercado em Teerã. Foto: Kamyar Adl/Flickr/CC
Sanções que se estendem para além de fronteiras nacionais, e que buscam bloquear completamente o comércio de um país, equivalem a guerra econômica contra civis, afirmou na quinta-feira (8) um especialista independente indicado pelo Conselho de Direitos Humanos.
“Estes civis merecem as mesmas proteções previstas pela Convenção de Genebra às pessoas em cenário de guerra”, disse Idriss Jazairy, relator especial sobre o efeito de sanções sobre os direitos humanos.
“Há uma necessidade de que as diferenças entre Estados sejam resolvidas através de meios pacíficos, como defendido pela Carta da ONU, evitando expor civis inocentes a punições coletivas. Causar fome e doenças por meio de instrumentos econômicos não deveria ser aceito no século 21.”
Se referindo ao Irã, Jazairy disse que, embora as sanções dos Estados Unidos excluam situações humanitárias, há relatos de que essa ajuda está paralisada, já que bancos, seguradoras e companhias de logística aguardam esclarecimentos. Já foi até mesmo informado que os EUA irão bloquear o mecanismo de transferências financeiras internacionais entre bancos, o que pode prejudicar a ajuda humanitária.
“Não pode haver justificativa para não incluir proteções para a importação de alimentos, remédios e outras necessidades vitais sem primeiro exigir processos de aprovação longos e complexos”, disse o especialista. O Tribunal Penal Internacional emitiu recentemente duas decisões preliminares que reiteram a obrigação de Estados garantirem isenções humanitárias eficazes enquanto sanções estão em vigor.
“Estou profundamente preocupado com o fato de que são os pobres que estão arcando com o peso destas ações”, disse Jazairy, acrescentando que a moeda iraniana, o rial, perdeu mais de 70% de seu valor no ano passado, e que os preços dos alimentos subiram pela metade. “Mais pessoas estão perdendo seus empregos conforme a economia sofre”, disse.
“Enquanto deve ser respeitado o direito de os países discordarem uns dos outros, ferir os direitos humanos de civis comuns não deveria ser usado como meio de pressão política sobre um determinado governo”, disse. “Isto é ilegal sob a lei internacional de direitos humanos”.
Quando um bloqueio econômico é imposto, alimentos, remédios, saúde pública e outras necessidades humanitárias precisam ser garantidos, disse. “A Quarta Convenção de Genebra fornece tais proteções durante tempos de guerra”, disse Jazairy.
“Sob sanções econômicas, as pessoas também morrem, mas por falta de alimentos e remédios, em vez de morrer por ataques de explosivos. Esta forma de guerra que depende de morte por fome e doenças merece a mesma preocupação da comunidade internacional que qualquer outro conflito.”
Estados devem adotar uma declaração que encerre tais práticas e proteja civis durante bloqueios econômicos.
“Estou pronto para trabalhar como facilitador para auxiliar os EUA e o Irã a encontrar medidas concretas para garantir isenções humanitárias urgentemente necessárias, cuja observância não seja violada pelo país de origem, e sejam eficazes e viáveis”, disse Jazairy.
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Posted: 09 Nov 2018 09:29 AM PST
O jovem Opangi, de cinco anos, no campo de Tchomia, após fugir da violência armada. Imagem registrada na República Democrática do Congo, em 2006. Foto: Marcus Bleasdale
Genocídios, guerras e crimes contra a humanidade podem destruir sociedades e indivíduos. Para discutir abertamente as consequências da violência e buscar formas de superá-la, o Tribunal Penal Internacional ( TPI) promove a mostra fotográfica online “Trauma, cura e esperança” (em tradução livre para o português), com imagens de conflitos armados e crises de deslocamento forçado na República Democrática do Congo, Uganda, Geórgia e outros países.
Quem assina a exposição é o fotojornalista britânico Marcus Bleasdale, que passou os últimos 20 anos documentando violações de direitos humanos. O repórter trabalhou para organizações e veículos como a National Geographic e a Human Rights Watch.
As fotos disponibilizadas para o TPI também abordam emergências humanitárias no Quênia, em Darfur (no Sudão) e na República Centro-Africana. As situações apresentadas na mostra são atualmente alvo de investigação do tribunal.
A proposta da iniciativa é acompanhar diferentes sobreviventes, desde o momento em que são vítimas de violência, quando o trauma acontece, até as etapas de reconciliação e reparação dentro das comunidades, passando por episódios de perda e insegurança contínua.
Acesse o site da mostra: https://www.icc-cpi.int/traumahealinghope.
TPI celebra 20 anos de sua criação
O TPI chama pessoas de todo o mundo a compartilhar as imagens da mostra com a hashtag #morejustworld. O organismo internacional também convida internautas a acompanhar o trabalho da corte por meio de sua nova conta no Instagram — acesse @internationalcriminalcourt. Além de posts sobre as atividades do tribunal, a página explora como arte, ciência e justiça estão relacionadas em contextos de abusos de direitos, bem como em processos de reparação e cura.
A mostra fotográfica é realizada para celebrar os 20 anos da adoção do Estatuto de Roma, que deu vida ao TPI. O organismo investiga indivíduos responsáveis por crimes de guerra, genocídios e crimes contra a humanidade.
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Posted: 09 Nov 2018 09:18 AM PST
Agricultor pastoreia o gado na Colômbia. Foto: Banco Mundial / Edwin Huffman
Você entra em um restaurante para comer um hambúrguer. O que passa pela sua cabeça? Duas carnes, bacon extra e queijo? Pão com gergelim ou molho especial? Degradação ambiental ou preservação ecológica? Você provavelmente não pensa na última opção. Mas talvez devesse pensar.
Segundo pesquisas, se as vacas formassem um país, este seria o terceiro maior emissor de gases causadores do efeito estufa no mundo. A produção de carne provoca um dos impactos ambientais mais destrutivos no planeta.
Hectares de floresta na América do Sul são devastados para criação de gado, com o objetivo de produzir nossos hambúrgueres e bifes preferidos. Em média, uma carne de hambúrguer de 110 gramas drena 1.695 litros de água, dependendo de onde for feita, utilizando preciosos recursos naturais.
Ainda assim, nossa demanda por carne está crescendo. A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) projeta um aumento de 76% no consumo global de carne até 2050. Mais carne será consumida do que em qualquer período da nossa história.
E nós iremos pagar o preço ambiental e humano – a menos que façamos uma mudança agora.
Custos ocultos aumentam
Norte-americanos comem cerca de três hambúrgueres por semana. Foto: Impossible Foods
“Precisamos ser realistas. Cortar carne inteiramente da dieta não é uma opção para muitas pessoas”, disse James Lomax, oficial de sistemas sustentáveis de alimentação e do programa de gestão de agricultura da ONU Ambiente.
“A carne bovina é uma fonte realmente importante de vitaminas e proteínas – e fonte de renda – para os mais pobres do mundo. Pequenas operações de produção orgânica possuem um impacto ambiental muito diferente em comparação ao tipo de produção industrial de gado”, disse.
De pastagem e sistemas pastorais na África e na América Latina, ao uso de animais para arar a terra na Ásia e fazendas industriais na Europa e na América do Norte, cada sistema possui vantagens e desvantagens, acrescentou.
“Mas no centro da questão ambiental está a maneira com a qual a carne é produzida e, crucialmente, consumida. Nós devemos explorar formas de atingir um equilíbrio ecológico. Reduzir intensivamente o consumo de carne de criação de gado é bom para as pessoas e para o planeta. Isto significa comer um hambúrguer ou filé sustentável de vez em quando, em vez de uma versão produzida em massa três vezes por semana”.
Os custos humanos
A grande demanda comercial pelo consumo de carne tem outras consequências. A agricultura usa mais água fresca do que qualquer outra atividade humana. Enquanto a criação de animais ocupe o equivalente a 80% das terras agrícolas, o gado contribui para 18% do consumo de calorias no mundo.
A alimentação de animais baseada em soja – uma das commodities mais exportadas pela América do Sul – está gerando amplo desmatamento e deslocamento de agricultores e povos indígenas no mundo todo.
É notoriamente difícil saber qual o papel da dieta humana – incluindo consumo de carne – para os casos de mortes por doenças, por conta de muitos outros fatores em jogo. Ainda assim, sabemos que consumo em excesso de carne processada tem consequências negativas à saúde.
Antibióticos usados para o gado e para manter animais livres de doenças frequentemente terminam em nossos alimentos, contribuindo para a resistência antibiótica em humanos. Preocupações recentes também destacam que redes de fast food usam carnes repletas de antibióticos.
Quais são as alternativas?
Precisamos comer menos carne, ou carne criada de maneira sustentável, nas partes do mundo onde consumo de carne per capta é alto. Até mesmo a substituição da carne vermelha por frango pode ser mais benéfica ao meio ambiente.
Fabricantes de carnes alternativas veganas destacam que seus produtos normalmente possuem menos gorduras e colesterol do que bifes equivalentes processados. Há uma pequena, porém crescente, tendência para “carnes” sem carne.
Os vencedores do prêmio da ONU Meio Ambiente, Impossible Foods e Beyond Meat, realizaram pesquisas para retirar os blocos básicos de construção da carne para proteína, gordura, água e minerais, recriando carne inteiramente a partir de plantas – a uma fração do custo ao meio ambiente.
A pesquisa da Beyond Meat e o estudo da Universidade de Michigan descobriram que a quantidade de água em uma piscina padrão de natação pode produzir 312 hambúrgueres ou 60.837 hambúrgueres Beyond.
A pesquisa também mostra que norte-americanos comem cerca de três hambúrgueres por semana. Se um destes fosse trocado por um hambúrguer feito a base de plantas por um ano, seria como tirar os gases causadores do efeito estufa de 12 milhões de carros por um ano.
Ambas as companhias dizem que seus hambúrgueres necessitam de 75% a 99% menos água; 93% a 95% menos terra; e geram 87% a 90% menos emissões do que hambúrgueres comuns de carne, consumindo quase metade da energia para produção.
Estes cálculos se baseiam em materiais primários como ingredientes, incluindo óleo de coco, extrato cítrico, amido de batata e água, e transporte, iluminação e distribuição em frigoríficos.
É hora de pesar o custo real do hambúrguer.
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Posted: 09 Nov 2018 08:41 AM PST
Democrata do Novo México Deb Haaland, recém-eleita à Câmara dos Deputados dos Estados Unidos. Foto: Michael Anaya Gorman
O número recorde de mulheres que se candidataram nas eleições ao Congresso dos Estados Unidos nesta semana marca um avanço “sem precedentes”, “fundamental para a conquista da igualdade de gênero e do desenvolvimento sustentável”, informou a ONU Mulheres em comunicado na quinta-feira (8).
Um total de 277 mulheres concorreu nas eleições à Câmara dos Deputados e Senado dos EUA em ambos partidos – Democrata e Republicano – representando uma gama de idades, raças, religiões, orientações sexuais e culturas, o que a ONU Mulheres descreveu como uma “vitória histórica” e motivo de celebração.
“O novo grupo de mulheres eleitas irá elevar o número total no Congresso para mais de 100. Isto é um recorde”, afirmou a agência da ONU em comunicado, acrescentando que houve um aumento de 75% de mulheres negras buscando cargos na Câmara ou no Senado.
Entre as que fizeram história estão as primeiras mulheres indígenas a conquistar assentos na Câmara; a democrata do Novo México Deb Haaland e a democrata do Kansas Sharice Davids, que também é a primeira deputada abertamente LGBT do estado do Kansas.
As primeiras mulheres muçulmanas, as democratas Rashida Tlaib e Ilhan Omar, representando Michigan e Minnesota, respectivamente, também fizeram história e celebraram vitória na noite de terça-feira (6).
A republicana Marsha Blackburn, do Tennessee, se tornou a primeira mulher eleita pelo estado ao Senado.
Aos 29 anos, a democrata Alexandria Ocasio-Cortez, de Nova York, venceu sua corrida eleitoral, se tornando a mulher mais jovem a seguir ao Capitólio. Ayanna Pressley, de Massachusetts, se tornou a primeira mulher negra na delegação congressional de seu estado.
Este tipo de inclusão é “um direito humano vital e fundamental para a conquista da igualdade de gênero e do desenvolvimento sustentável”, informou a agência da ONU. “Com mais mulheres em posições de tomada de decisões em muitos países, veremos decisões mais inclusivas e soluções diferentes para problemas de longa data”.
O envolvimento das mulheres nos debates políticos importantes e na tomada de decisões que as afetam significa que estas questões passam a receber maior atenção, segundo a organização.
A ONU Mulheres afirmou que “quando meninas em crescimento podem ver mulheres em cargos de liderança, isto aumenta seus resultados educacionais e aspirações de carreira”.
O comunicado citou a Agenda 2030 para Desenvolvimento Sustentável , com objetivo de não deixar ninguém para trás, e que inclui uma meta específica para garantir maior inclusão de mulheres, em oportunidades iguais de liderança e nas decisões políticas e econômicas.
“Estes são padrões profundamente desejáveis de crescimento e mudança”, afirmou a ONU Mulheres. “Isto é fundamental para desbloquear a mudança transformacional que queremos ver para melhorar sociedades em todos os lugares e para criar um mundo mais seguro, mais igual e próspero”.
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Posted: 09 Nov 2018 07:40 AM PST
Serviços de apoio psicossocial incluem atividades recreativas para as crianças da caravana de migrantes. Foto: UNICEF México
No México, o Fundo das Nações Unidas para a Infância ( UNICEF) afirmou nesta semana (5) que ampliou o atendimento psicossocial para crianças e adolescentes da caravana de migrantes. Até o final de outubro, a agência da ONU estimava que mais de 9,3 mil pessoas haviam cruzado a fronteira da Guatemala com o território mexicano. Desse grupo, mais de 2,3 mil eram meninos e meninas.
Essas crianças estão passando por uma crise humanitária, disse o organismo internacional. Paralelamente às ações de higiene, saneamento e instalação de latrinas móveis, a organização está oferecendo serviços de apoio psicológico, com atividades como contação de histórias, exercícios de relaxamento emocional e desenho.
Atualmente, esse trabalho se concentra na fronteira sul do México e no estádio Jesús Martínez “Palillo”, na Cidade do México, onde parte considerável dos migrantes está se reunindo.
Segundo o UNICEF, o apoio psicossocial ajuda a mitigar o impacto de ter de deixar sua casa e se mudar repentinamente, em condições que estão testando a integridade física e emocional de adultos e, mais ainda, dos jovens. Meninos e meninas passaram muitos dias caminhando debaixo do sol, desidratadas e, em alguns casos, doentes.
De acordo com a agência da ONU, a incerteza e o estresse dos pais, somados às condições da viagem e às experiências anteriores de violência, têm efeitos negativos sobre a saúde mental das crianças e adolescentes. Se essas consequências não receberem a devida atenção, podem se transformar em traumas complexos.
O nível de angústia e estresse se reflete no fato de que algumas crianças não querem se separar da mãe ou do pai. Esses jovens têm dificuldade em participar das atividades lúdicas que o UNICEF organiza nas tendas do estádio “Palillo” e em outros pontos ao longo do percurso da caravana. Equipes do fundo da ONU relatam que eles sempre perguntam se “a violência acabou”. Alguns preferem voltar para perto do seu responsável, em vez de brincar com outras crianças.
A caravana chegou à Cidade do México mais cedo do que o previsto, em meio a chuvas frequentes e temperaturas cada vez mais baixas. Em coordenação com atores governamentais e a sociedade civil, a equipe do UNICEF está instalando espaços de cuidado para brincadeiras e descanso, bem como para o aleitamento materno. A agência das Nações Unidas também está pronta para oferecer serviços de proteção social, com o intuito de identificar casos de violência ou de crianças viajando sem um adulto.
O trabalho do organismo internacional é apoiado por mais de 50 mil doadores individuais regulares no México. O UNICEF convida o público a se solidarizar com crianças e adolescentes migrantes, apoiando todos os esforços para garantir sua proteção e o cumprimento de seus direitos, qualquer que seja sua condição migratória.
Em parceria com organizações da sociedade civil e autoridades locais, o UNICEF também instalou sistemas de água potável em paradas do trajeto da caravana, onde os migrantes pernoitam. A instituição forneceu produtos de higiene e instalou latrinas e chuveiros separados para crianças e adultos.
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Posted: 09 Nov 2018 07:00 AM PST
Da esquerda para a direita, Hakima Himmich, presidente da Coalition Plus, Michel Sidibé, chefe do UNAIDS, e Veronica Espinosa, ministra da Saúde do Equador. Foto: UNAIDS
Em Quito, no Equador, o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids ( UNAIDS) participou do lançamento de uma rede da sociedade civil para as Américas e o Caribe. Coalizão vai apoiar ONGs e associações comunitárias que trabalham pelo fim da AIDS como ameaça de saúde pública. O projeto foi concebido pela Coalition PLUS, uma aliança internacional de mais de cem organizações não-governamentais.
“Embora tenhamos serviços de HIV disponíveis, as pessoas não têm acesso porque são criminalizadas e estigmatizadas. O movimento comunitário está nos ajudando a acabar com a conspiração do silêncio sob a discriminação”, afirmou o diretor-executivo do UNAIDS, Michel Sidibé, durante o evento de apresentação da iniciativa.
“Precisamos da sociedade civil para aumentar os esforços para alcançar as políticas progressistas que abrirão o caminho para acabar com a AIDS”, completou o especialista.
Hakima Himmich, presidente da Coalition PLUS, disse que a rede aumentará o acesso das organizações a novos recursos e abordagens relevantes para seus contextos locais. “Temos enormes desafios em torno do estigma e da discriminação contra populações inteiras. A fim de alcançar o controle da epidemia, devemos também abordar os direitos humanos,” disse a dirigente.
Dados do UNAIDS mostram que em 2017, as populações-chave e seus parceiros sexuais representavam 75% das novas infecções por HIV na América Latina e quase 70% das novas infecções no Caribe. Homens gays, outros homens que fazem sexo com homens e mulheres transexuais são afetados de forma desproporcional pela epidemia. Em alguns países, as taxas de prevalência do vírus ultrapassam os 15% entre essas comunidades.
A coalizão da sociedade civil na região será coordenada pela Corporação Kimirina, uma organização equatoriana focada na prevenção combinada e no ativismo em prol das pessoas. Amira Herdoiza, diretora da instituição, explicou que a plataforma terá forte ênfase na pesquisa coordenada, na construção de habilidades e na defesa de direitos, principalmente dos jovens e das populações-chave.
“Precisamos de mais pesquisas multinacionais para mostrar as nuances de nossas epidemias”, avaliou Herdoiza.
“Por meio dessa rede, as capacidades de nossas organizações para compartilhar e analisar dados serão fortalecidas. Também nos concentraremos em compartilhar experiências e planejar programas conjuntos.”
Outros três membros integram o grupo de ONGs para as Américas e o Caribe — a Coalizão das Organizações Comunitárias do Quebec contra a AIDS, no Canadá; a AIDES, no Caribe francês; e o Instituto para o Desenvolvimento Humano, da Bolívia. Outras organizações regionais estão convidadas a fazer parte do projeto.
A Coalition PLUS já ajudou a criar mecanismos de cooperação regional na África Ocidental, na África Central, no Oriente Médio e no Norte da África, no Oceano Índico e na Europa.
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Posted: 09 Nov 2018 06:25 AM PST
Violência e cidadania são tema de curso promovido pelo PNUD no Distrito Federal. Foto: Projeto Segurança Cidadã
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento ( PNUD) promove nos próximos dois meses, em Brasília, o curso Convivência e Segurança Cidadã. Voltada para o poder público e a sociedade civil, a formação aborda temas como desenvolvimento humano, populações vulneráveis, acesso à Justiça, mediação de conflitos e prevenção da violência.
De 5 a 8 de novembro, a agência da ONU treinou a primeira das nove turmas que serão capacitadas até o final do ano. “Quando falamos em desenvolvimento, não falamos apenas em gerar renda, mas em criar um ambiente para que o cidadão possa se desenvolver e gerar o desenvolvimento pleno das pessoas”, disse a coordenadora da Unidade de Paz e Governança Democrática do PNUD, Moema Freire, durante a cerimônia de abertura das aulas.
A especialista lembrou que os tópicos do curso estão em consonância com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) de nº 16. Essa meta das Nações Unidas prevê que as sociedades sejam pacíficas e inclusivas, com justiça e instituições eficazes para todos.
“Precisamos aterrissar essa agenda, para que ela seja apropriada no âmbito local. Além disso, devemos saber que os gestores públicos se comprometeram com ela e que, por isso, a sociedade precisa conhecê-la para cobrar esses gestores”, acrescentou Freire.
Também presente no início do curso, o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Cristiano Sampaio, afirmou que “redução dos índices de problemas de segurança pública no DF resulta de um trabalho exaustivo”. “Espero que este curso possa fortalecer os laços e contribuir para uma segurança ainda mais cidadã”, completou o gestor.
Convivência e Segurança Cidadã
O PNUD realiza o curso em diferentes países da América Latina há mais de 20 anos. No Brasil, as primeiras capacitações aconteceram em 2007, por meio de uma parceria com a Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça (SENASP-MJ). A edição de 2018 é a sexta já realizada no país.
A formação trata a violência como fenômeno que exige uma resposta multissetorial, com ações tanto de controle e repressão qualificada, quanto medidas de prevenção. Para o PNUD, o problema precisa ser encarado por meio de políticas públicas integradas no âmbito local. As aulas apresentam aos participantes ferramentas para o planejamento e avaliação de estratégias sobre segurança.
A próxima turma começará o curso na penúltima semana de novembro de 2018. A capacitação é oferecida pelo programa da ONU em parceria com a Secretaria de Segurança do governo do Distrito Federal.
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Posted: 09 Nov 2018 05:40 AM PST
Plataforma com dados desagregados sobre tráfico humano foi atualizada para melhorar análises de 90 mil casos do crime. Foto: OIM
A Organização Internacional para as Migrações (OIM) lançou nesta semana (8) uma versão atualizada do seu Portal de Combate ao Tráfico de Pessoas, agora com dados sobre mais de 90 mil casos desse tipo de crime. A plataforma também ganhou novas ferramentas de visualização das estatísticas.
Conhecido pela sigla em inglês CTDC, o projeto disponibiliza informações sobre vítimas de 169 nacionalidades, que foram traficadas em 172 países. A inciativa é o primeiro portal global de dados desagregados sobre essa forma de violação dos direitos humanos, incluindo dados primários de organizações em todo o mundo.
As análises publicadas até o momento no website revelam novas compreensões sobre o tráfico humano, como os principais setores da indústria em que esse crime ocorre, as regiões geográficas de origem e exploração, as rotas do tráfico, além de outros temas específicos, como o sequestro e o recrutamento.
Quase metade das vítimas contabilizadas na plataforma são traficadas para a exploração de sua força de trabalho, com a maioria sendo alocada nos setores da construção, agricultura, manufatura, trabalho doméstico e hotelaria ou alimentação. A exploração sexual é o tipo mais comum de abuso, afetando pouco mais da metade dos adultos e mais de 70% das crianças.
Ainda de acordo com o portal, vítimas que são sequestradas para o tráfico têm maior probabilidade de ter familiares ou amigos envolvidos na realização do crime. Em 80% desses casos, as vítimas são mulheres.
Segundo os levantamentos do CTDC, as mulheres têm quase quatro vezes mais chances de serem recrutadas por seus parceiros íntimos, enquanto crianças são mais propensas que adultos a serem recrutadas por seus familiares.
“A existência desse tipo de dados é crucial para construir o embasamento de evidências para políticas e intervenções de combate ao tráfico”, disse Anh Nguyen, chefe da Divisão de Assistência e Proteção a Migrantes da OIM.
“Como a única fonte mundial de dados desagregados sobre vítimas de tráfico de pessoas, nossa esperança é que o CTDC contribua diretamente para os objetivos do Pacto Global sobre Migração.”
Concluído em julho pelos países-membros da ONU, o pacto determina que as nações devem “coletar e utilizar dados precisos e desagregados como base para políticas baseadas em evidências” (Objetivo 1) e “prevenir, combater e erradicar o tráfico de pessoas no contexto das migrações internacionais” (Objetivo 10). O documento deve ser formalmente adotado em uma conferência em dezembro no Marrocos.
Com dados da OIM e das instituições Polaris e Liberty Asia, o portal deve continuar se expandindo à medida que novas estatísticas forem fornecidas. A expectativa é de que nos próximos meses, outras organizações parceiras e atuantes no combate ao tráfico disponibilizem mais informações para a plataforma.
Acesse o portal com conteúdo em inglês: https://www.ctdatacollaborative.org/.
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Posted: 08 Nov 2018 12:08 PM PST
Meninos passam em frente a edifícios destruídos em Maarat al-Numaan, na província de Idlib. Foto: UNICEF/Giovanni Diffidenti
Conforme inspeções e investigações avançam sobre diversos casos de uso de armas químicas contra civis na Síria, a representante de assuntos de desarmamento das Nações Unidas, Izumi Nakamitsu, disse na segunda-feira (5) ao Conselho de Segurança que muito ainda precisa ser feito para acabar com esse flagelo, pedindo união internacional.
Nos mais de sete anos do brutal conflito civil, a Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) e as Nações Unidas, através de um Mecanismo Investigativo Conjunto, encontraram evidências de diversos casos em que armas químicas — incluindo gás mostarda e sarin — foram usadas tanto por forças do governo sírio quanto por grupos armados não estatais.
Em 2013, o Conselho de Segurança da ONU adotou de forma unânime a resolução 2118, que instava Estados-membros a implementar um programa para eliminar o uso de armas químicas no conflito sírio.
O esforço, liderado agora pela OPAQ, teve progressos adicionais: a inspeção de duas instalações está atualmente sendo feita em Barzah e em Jamrayah; uma missão de descobrimento de fatos foi realizada em setembro em Duma sobre acusações de uso de armas químicas e as conclusões são esperadas para serem divulgadas em breve; cinco outros incidentes envolvendo suposto uso de armas químicas em 2017 também estão sendo investigados.
No entanto, cinco anos após a resolução do Conselho de Segurança ser adotada, Nakamitsu disse que “ainda há trabalho a ser feito”. Ela se referia, por exemplo, às “acusações a respeito de um possível uso planejado de armas químicas em Idlib” — a última área do país sob controle rebelde, onde milhões de civis se abrigam — que “continuam vindo à tona”.
“Enquanto o uso de armas químicas estiver em andamento, ou a ameaça de seu uso permanecer, devemos manter nosso foco nesta questão e não permitir que fiquemos acostumados a isso”, afirmou.
Destacando que “união no Conselho de Segurança da ONU é necessária”, ela destacou que “a identificação e a prestação de contas dos responsáveis é imperativa”.
Em junho, o secretariado da OPAQ recebeu a tarefa por partes da Convenção de Armas Químicas de “colocar em vigor preparativos para identificar os autores de uso de armas químicas na República Árabe Síria”.
Pedindo para o Conselho de Segurança “restabelecer a norma contra armas químicas”, ela disse que “o uso destas armas deve sempre ser visto como uma violação”.
“A vitalidade e credibilidade do desarmamento mais amplo e arquitetura de não proliferação dependem disso.”
Após briefing de Nakamitsu, o representante dos Estados Unidos, Jonathan Cohen, expressou apoio ao processo político liderado pela ONU para encerrar a guerra na Síria e destacou que “armas químicas não têm lugar em nosso mundo”.
Contestando os fatos apresentados pela chefe de desarmamento da ONU, o embaixador russo, Vassily Nebenzia, afirmou que “reservas químicas foram retiradas da Síria sob supervisão da OPAQ”, e que “instalações do antigo programa químico militar foram destruídas” e “as medidas de inspeção se tornaram desnecessárias”.
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