Boletim diário da ONU Brasil: “FAO participa de semana nacional de conscientização sobre desperdício de alimentos” e 11 outros.
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6 de nov de 2018 16:52 (Há 1 dia)
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Posted: 06 Nov 2018 11:34 AM PST
Desperdício de alimentos preocupa a FAO e o governo brasileiro. Foto: EBC
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) promove até 10 de novembro a Semana Nacional de Conscientização sobre Perdas e Desperdícios de Alimentos 2018. A abertura do evento, na segunda-feira (5), teve a presença do ministro Edson Duarte, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF).
O encontro teve a participação de representantes da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) e do Ministério do Desenvolvimento Social. Também foram apresentados vídeos sobre as boas práticas para o combate de perdas e desperdícios de alimentos, selecionados em edital lançado pelo MMA.
Na quarta-feira (7), o evento será realizado na Câmara dos Deputados, às 11 horas. Uma audiência pública vai discutir os projetos de lei sobre perdas e desperdícios de alimentos, em tramitação no Congresso Nacional.
Na sexta-feira (9), das 9h às 18h, haverá seminário na sede do MMA. Serão apresentadas 15 iniciativas de boas práticas para o combate a perdas e desperdícios de alimentos. Representantes dessas iniciativas estarão no encontro para explicar suas práticas, os fatores que permitiram a sua implementação e como elas podem ser potencializadas e multiplicadas.
Chefs na CEASA
No sábado (10), das 8h às 12h, um evento na Central de Abastecimento do Distrito Federal (CEASA-DF), que fica no SIA Trecho 10, encerra a semana. Será montada uma grande estrutura ao lado do Varejão, onde circulam aproximadamente 10 mil pessoas no sábado pela manhã, além do público que será mobilizado pela campanha. Vários parceiros vão mostrar atividades no combate à perda e desperdício de alimentos.
Entre os destaques, estão os chefs de cozinha Fernando Souza e Fábio Marques, que criaram o projeto “Desafio da Xêpa – Do Lixo ao Luxo”. Eles vão preparar pratos com alimentos que seriam descartados. A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER) também participa, com a elaboração de dois pratos à base de abóbora, com foco no aproveitamento integral do alimento. Além disso, equipe da Fundição Progresso, do Rio de Janeiro (RJ), fará comidas à base de Plantas Comestíveis Não Convencionais (PANCs).
Também haverá oficina de hortas urbanas e exposições da Secretaria do Meio Ambiente do DF, da ABRAS e da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB).
Desperdício
No mundo, a estimativa é de que 1,3 bilhão de toneladas alimentos sejam perdidos a cada ano. Isso representa mais de 30% de toda produção mundial de alimentos para consumo humano. Toda essa comida seria mais do que suficiente para alimentar as 821 milhões de pessoas que ainda passam fome no mundo.
No Brasil, segundo dados das Nações Unidas de 2013, 26,3 milhões de toneladas de alimentos disponíveis foram perdidas. Produtos como arroz, milho, tomate e cebola são os mais desperdiçados no país.
O tema é de fundamental importância humanitária em todo o mundo e foi incorporado na Agenda 2030, por meio do Objetivo do Desenvolvimento Sustentável 12.3, que coloca o desafio global de reduzir o desperdício de alimentos diante do desafio de contribuir para a erradicação da fome no mundo presente no ODS 2, retratada no Mapa da Fome monitorado pela FAO.
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Posted: 06 Nov 2018 11:04 AM PST
Camada de ozônio protege planeta Terra da radiação ultravioleta. Foto: NASA
Um novo relatório apoiado pela ONU indicou na segunda-feira (5) a recuperação em andamento da camada de ozônio, o que foi visto como uma inspiração para ações climáticas mais ambiciosas e uma demonstração de que acordos globais podem alcançar suas metas.
O estudo, “Scientific Assessment of Ozone Depletion: 2018”, é o mais recente de uma série de relatórios divulgados a cada quatro anos que monitora a recuperação do ozônio na estratosfera, uma camada que protege a Terra dos raios ultravioletas.
O documento mostrou que a concentração de substâncias que reduzem o ozônio continua diminuindo, levando a uma recuperação da camada desde a última avaliação, feita em 2014.
O ozônio em partes da estratosfera se recuperou a uma taxa de 1% a 3% desde 2000 e, segundo projeções, o ozônio do Hemisfério Norte e de latitude média deve se recuperar completamente até 2030, seguido pelo Hemisfério Sul na década de 2050 e regiões polares na década de 2060.
Isso acontece por conta de ações internacionais tomadas sob o Protocolo de Montreal, estabelecido há mais de 30 anos como resposta à revelação de que clorofluorocarboneto (CFC) e outras substâncias que reduzem ozônio — usadas em aerossóis, refrigeradores, sistemas de refrigeração e muitos outros itens — estavam criando um buraco na camada de ozônio.
Em 2019, o protocolo deve ser fortalecido com a ratificação da Emenda de Kigali, que pede que o uso futuro de gases nocivos à camada de ozônio em refrigeradores, ar-condicionados e produtos relacionados seja cortado.
“O Protocolo de Montreal é um dos acordos multilaterais mais bem sucedidos da história por uma razão”, disse Erik Solheim, chefe da ONU Meio Ambiente. “Esta mistura cuidadosa de ciência competente e ação colaborativa que definiu o Protocolo há mais de 30 anos e deve recuperar nossa camada de ozônio é precisamente o motivo da Emenda de Kigali ser tão promissora para ação climática no futuro”.
As descobertas fornecem um vislumbre de esperança, menos de um mês após o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) descrever os efeitos devastadores de um aumento de 2°C da temperatura global em comparação a níveis pré-industriais. O secretário-geral da ONU, António Guterres, descreveu o documento como um “ensurdecedor grito de alerta”.
Os autores do relatório descobriram que, se a Emenda de Kigali for totalmente implementada, o mundo pode evitar até 0,4% de aquecimento global neste século, o que significa que isto irá desempenhar uma função essencial em manter o aumento da temperatura global abaixo de 2°C.
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Posted: 06 Nov 2018 10:47 AM PST
Funcionários da Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização da República Centro-Africana (MINUSCA) organizam evento com estudantes sobre exploração e abuso sexual em Bangui no início deste ano. Foto: ONU/Hervé Serefio
As Nações Unidas receberam 64 novas acusações de exploração e abuso sexual, envolvendo 77 vítimas, entre julho e setembro deste ano, em seus diversos escritórios, agências e organizações parceiras, disse na segunda-feira (5) o porta-voz da Organização, Stéphane Dujarric.
“Por favor, notem que nem todas estas acusações foram totalmente verificadas, muitas ainda estão em fases preliminares de avaliação”, disse o porta-voz a jornalistas na sede da ONU em Nova York, acrescentando que estas atualizações trimestrais são parte da iniciativa do secretário-geral para “transparência crescente” neste assunto.
Das 64 acusações, seis envolvem membros das forças de paz, 33 funcionários de agências, fundos e programas da ONU e outras 25, funcionários de fora da ONU, mas que trabalham com organizações que implementam programas das Nações Unidas.
A maioria dos incidentes relatados – 30 deles – aconteceu em 2018; outros 15, em 2015. A data é desconhecida para 19 das acusações relatadas.
Das 77 vítimas, a maioria é formada por mulheres (42) e meninas (24), enquanto dois homens e um menino também relataram exploração sexual e abuso. A idade ou gênero dos oito sobreviventes restantes não são conhecidos.
A maioria das vítimas (55) sofreu o que é categorizado como exploração sexual, definida como “qualquer abuso ou tentativa de abuso de uma posição de vulnerabilidade, poder diferencial ou confiança para propósitos sexuais, incluindo, mas não limitados a, lucrar monetariamente, socialmente ou politicamente da exploração sexual de outro”.
Outras 16 vítimas teriam sofrido incidentes categorizados como abuso sexual, definido como “intrusão física real ou ameaçada de uma natureza sexual, seja por força ou sob condições desiguais e coercitivas”. Outras quatro foram classificadas como de natureza desconhecida e duas foram consideradas infundadas após investigação.
Os acusados são 66 homens, uma mulher e dois indivíduos cujo gênero é desconhecido.
Das 39 acusações relacionadas a funcionários da ONU, uma não foi fundamentada, 22 estão em diversas fases de investigação e 16 estão sob avaliações preliminares para determinar se há informações suficientes para investigação.
A respeito das 25 acusações relacionadas a membros de organizações de fora da ONU, duas foram fundamentadas através de investigação, e os autores foram demitidos por seus empregadores. Uma acusação não foi fundamentada, 14 estão em diversos estágios de investigação, sete sob avaliação preliminar e uma acusação foi fechada a pedido da vítima.
“Os esforços para implementar a estratégia do secretário-geral para combater exploração e abusos sexuais continuam sendo fortalecidos”, disse Dujarric.
Foi lançado em setembro um Círculo de Liderança, incorporando o comprometimento de líderes mundiais para erradicar explorações e abusos sexuais em todo o Sistema ONU. Até o momento, 49 chefes de Estado e de governo, 22 chefes de entidades da ONU e 72 líderes globais se juntaram ao movimento.
Além disso, durante as últimas semanas, uma ferramenta eletrônica chamada “Clear Check”, desenvolvida para monitorar funcionários da ONU demitidos como resultado de acusações fundamentadas de explorações e abusos sexuais, ou que renunciaram ou foram afastados durante uma investigação, começou a ser implementada em todo S sistema ONU.
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Posted: 06 Nov 2018 10:22 AM PST
Foto: Flickr/Joe Gratz (CC)
O processo contra juízes da Suprema Corte do Paraguai que absolveram 11 camponeses presos pela morte de policiais durante uma violenta remoção em 2012, conhecida como o “Massacre de Curuguaty”, pode ferir o Estado de Direito, disse na segunda-feira (05) um especialista das Nações Unidas.
“Estes são elementos fundamentais no pleno gozo dos direitos humanos”, disse o relator especial da ONU sobre independência de juízes e advogados, Diego García-Sayán, em comunicado à imprensa. “É obrigação do Estado garantir que juízes tenham permissão de decidir o caso de forma imparcial”, acrescentou.
Em junho de 2012, de acordo com relatos da imprensa, mais de 300 policiais participaram de operação para remover um grupo de agricultores e suas famílias de terras de propriedade do Estado no distrito paraguaio de Curuguaty.
A ordem de remoção foi emitida após uma família da elite do país ter alegado que o terreno era seu, presente do ex-ditador Alfredo Stroessner, e que os “campesinos” estavam ocupando propriedade privada.
Segundo relatos da imprensa, 18 camponeses foram condenados por acusações de assassinato, enquanto nenhum policial foi julgado pelas mortes dos agricultores. O massacre aconteceu em um momento de mudança política, com a eleição do primeiro presidente progressista do Paraguai em 60 anos.
Em julho, juízes da Suprema Corte do Paraguai absolveram 11 pessoas e ordenaram a libertação de quatro camponeses que permaneciam presos, após juízes concordarem que o julgamento fracassou em condená-los pelos crimes que foram acusados. O julgamento de 2012 teria sido repleto de irregularidades, incluindo acusações de violações ao direito ao devido processo e à defesa.
Em agosto deste ano, o procurador-geral apresentou uma acusação contra os três juízes que absolveram os camponeses: Cristóbal Sánchez, Arnaldo Martínez Prieto e Emiliano Rolón Fernández.
O relator especial afirmou em seu comunicado na segunda-feira (5) que “nenhum juiz deve ser removido, ou sujeito a procedimentos judiciais ou disciplinares, como resultado do exercício de suas responsabilidades judiciais”.
O processo de investigação gerou irritações, inflamou protestos locais e mais uma vez levou à superfície a longa história de distribuição injusta de terras e perseguição de camponeses no Paraguai.
Um censo de 2018 do Banco Mundial mostra que mais de 70% das terras no Paraguai são ocupadas por somente 1% das empresas agrícolas, o nível mais alto de desigualdade de terras no mundo.
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Posted: 06 Nov 2018 09:55 AM PST
Criança sob mosquiteiro para prevenir malária. Foto: OMS
O Paraguai foi certificado por ter eliminado a malária de seu território em junho deste ano. A Argentina está trilhando o caminho para obter sua certificação em 2019. Belize, Costa Rica, Equador, El Salvador, México e Suriname têm o potencial de alcançar a eliminação até 2020. Outros países, no entanto, registraram aumento no número de casos, o que põe em risco a consecução das metas de redução e eliminação da doença na região até 2030.
No Dia de Luta contra a Malária nas Américas (6 de novembro), a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) insta os países da região a tomar medidas urgentes para conter o aumento de casos, manter as conquistas e libertar o continente da doença que, durante o último século, foi a principal causa de morte em quase todas as nações do mundo.
“A eliminação da malária está mais próxima do que nunca”, disse a diretora da OPAS, Carissa F. Etienne. No entanto, ela também advertiu que “não podemos confiar nem relaxar nas ações já tomadas”. “Os esforços devem ser intensificados onde a incidência da doença aumentou”, acrescentou.
Desde 2015, os casos de malária nas Américas aumentaram em 71%; 95% do número total destes casos estão concentrados em cinco países, principalmente em áreas específicas onde os esforços contra a doença estão enfraquecidos. Muitos dos afetados são populações indígenas, pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade, trabalhadores mineiros e migrantes.
“Se queremos eliminar a malária, precisamos melhorar o investimento e ampliar o acesso à prevenção, diagnóstico e tratamento oportunos da doença em comunidades onde a maioria dos casos está concentrada”, afirmou Marcos Espinal, diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis e Determinantes Ambientais da Saúde na OPAS.
Muitos países da região estão expandindo seus esforços para controlar e eliminar a malária com o apoio da OPAS, Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e outros parceiros. Em 2013, foi lançada a iniciativa com objetivo de eliminar a malária em nove países da Mesoamérica até 2020.
Desde então, a Zero Malaria Alliance, lançada em 2015, uniu esforços para eliminar a doença em dois países: Haiti e República Dominicana. Neste ano, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), juntamente com outros colaboradores e tendo a OPAS como principal parceira técnica, lançou outra iniciativa para acelerar os esforços de eliminação da malária na Mesoamérica.
Nesta semana, a OPAS se reunirá em sua sede, em Washington D.C., com membros e representantes dos dez municípios da região onde a carga da doença é mais concentrada para analisar as melhores práticas de controle. Representantes dos municípios de Cruzeiro do Sul (Brasil), Quibdo (Colômbia), La Gomera (Guatemala), Les Anglais e Les Irois (Haiti), Puerto Lempira (Honduras), Puerto Cabezas (Nicarágua), Andoas (Peru), Bermudez e Sifontes (Venezuela) devem participar.
Nesta terça-feira (6), será feita a entrega do prêmio “Campeões contra a malária nas Américas”, que neste ano premiará programas de controle da doença em dois municípios brasileiros: Alto Rio Solimões e Machadinho D’Oeste. Além disso, homenageará o Programa de Malária do Ministério da Saúde de Suriname e o Programa de Controle da Malária do Paraguai por seus esforços para a eliminação da malária e para a prevenção de seu restabelecimento.
O Dia de Luta contra a Malária nas Américas foi criado pelos Estados-membros da OPAS durante o Conselho Diretor de 2008, com o intuito de destacar a necessidade de investimento na prevenção e controle da doença nas Américas. Estima-se que os esforços regionais coordenados pela OPAS e seus parceiros tenham salvado centenas de vidas ao reduzir as taxas de mortalidade em 30% entre 2000 e 2017.
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Posted: 06 Nov 2018 09:21 AM PST
As três décadas do movimento de mulheres negras no Brasil serão tema do “Encontro Nacional de Mulheres Negras 30 Anos: contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver – Mulheres Negras Movem o Brasil”, que ocorrerá de 6 a 9 de dezembro, em Goiânia (GO). A atividade é destinada a ativistas do movimento e participantes de encontros estaduais e distrital.
Para mobilizar recursos para o encontro, as organizadoras estão recebendo doações até 2 de dezembro, por meio da plataforma Kickante ( kickante.com.br/mulheresnegras30anos). Os valores para doação vão de 20 a 1 mil reais. As contribuições podem ser feitas mais de uma vez. Os recursos arrecadados serão utilizados no pagamento de despesas do encontro — da realização da Feira de Negócios de Mulheres Negras até a organização do espaço recreativo para crianças.
A iniciativa conta com o apoio do fundo de investimento social Elas e da ONU Mulheres Brasil. A campanha de financiamento coletivo tem como mobilizadoras online as defensoras dos direitos das mulheres negras da ONU Mulheres Brasil, Kenia Maria e Taís Araújo, e da embaixadora da ONU Mulheres Brasil, Camila Pitanga.
30 anos de articulação política autônoma
O Encontro Nacional de Mulheres Negras marca os 30 anos da realização do primeiro evento na cidade de Valença (RJ), ocorrido em 1988. As três décadas da rearticulação política contemporânea das mulheres negras trazem o histórico e os desafios da mobilização para afirmação do protagonismo na luta política, para afirmação da sua identidade e até mesmo da sua existência.
O evento de Goiânia busca ampliar uma agenda positiva de caráter nacional, recentemente fortalecida pela Marcha das Mulheres Negras contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver. A marcha mobilizou diferentes forças políticas do movimento e conduziu mais de 50 mil ativistas a Brasília (DF), em 2015.
Mulheres Negras por um planeta 50-50
A promoção dos direitos humanos das mulheres negras é parte da estratégia de comunicação e advocacy político Mulheres Negras Rumo a um Planeta 50-50 em 2030. Esta iniciativa é desenvolvida pela ONU Mulheres em parceria com o movimento de mulheres negras brasileiras por meio de comitê integrado por organizações da sociedade civil.
A ação está alinhada com o Marco de Parceria das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável 2017-2021, que adota como diretriz o enfrentamento do racismo e a eliminação das desigualdades de gênero no país, baseada na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e na Década Internacional de Afrodescendentes (2015-2024), e com o manifesto da Marcha das Mulheres Negras contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver.
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Posted: 06 Nov 2018 08:53 AM PST
A proteção do meio ambiente foi dificultada no Afeganistão devido a anos de conflito que levaram à extensa degradação das paisagens e à perda de terras aráveis. Foto: ONU Meio Ambiente /Zahra Khodadadi
Tempos de guerra podem resultar em uma rápida degradação ambiental, enquanto as pessoas lutam para sobreviver e os sistemas de gestão ambiental colapsam, resultando em danos a ecossistemas essenciais.
Por mais de seis décadas, conflitos armados ocorreram em mais de dois terços dos principais pontos de biodiversidade do mundo, representando severa ameaça aos esforços de conservação.
Em 2001, considerando o fato de que o meio ambiente frequentemente permaneceu como uma vítima não publicizada da guerra, a Assembleia Geral da ONU declarou 6 de novembro como o Dia Internacional para a Prevenção da Exploração do Meio Ambiente na Guerra e no Conflito Armado.
Em 27 de maio de 2016, a assembleia ambiental da ONU adotou uma resolução que reconhece o papel da saúde dos ecossistemas e de recursos geridos de forma sustentável na redução dos riscos de conflito armado, e reafirmou seu forte compromisso com a total implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Na ocasião do 17º aniversário desde a aprovação da data, seguem abaixo alguns lembretes históricos e contemporâneos sobre o porquê precisamos proteger a biodiversidade dos efeitos diretos e indiretos das guerras e dos conflitos armados.
1. Agente Laranja: por aproximadamente uma década entre 1961 e 1971, durante a Guerra do Vietnã, militares norte-americanos espalharam milhões de litros de herbicidas e desfolhantes em vastas faixas do sul do Vietnã. A substância química mais disseminada foi o Agente Laranja, e foi parte de uma destruição deliberada de florestas para privar as guerrilhas vietnamitas de sua proteção e camuflagem que permitiam atacar as forças dos Estados Unidos.
2. Guerras civis congolesas: desde meados dos anos 1990, uma série de conflitos armados sangrentos na República Democrática do Congo teve um efeito devastador sobre as populações de animais selvagens, que têm sido fonte de carne silvestre para combatentes, civis que lutam pela sobrevivência e comerciantes. Consequentemente, pequenas espécies como antílopes, macacos e roedores, assim como grandes espécies como gorilas e elefantes selvagens, tiveram que arcar com o ônus da guerra. Enquanto há muitas causas para esses conflitos — históricas, étnicas e políticas — a busca por controle, acesso e uso de recursos naturais e suas receitas associadas tem sido fator-chave para a violência. Os conflitos e a ilegalidade resultante também encorajaram criminosos a promover desmatamentos e processos prejudiciais de mineração.
3. Pântanos do Iraque e poços de petróleo queimados: no início dos anos 1990, as tropas de Saddam Hussein drenaram os pântanos da Mesopotâmia, o maior ecossistema de terras úmidas do Oriente Médio, situado na confluência dos rios Tigre e Eufrates, em resposta a um levante xiita no sul do Iraque. Uma série de diques e canais reduziu os pântanos a menos de 10% de sua extensão original e transformou a paisagem em um deserto com crostas de sal. Mais recentemente, em 2017, militantes do Estado Islâmico incendiaram poços de petróleo na cidade de Mosul, no sul do país, liberando assim um coquetel tóxico de produtos químicos no ar, na água e na terra.
4. As florestas do Afeganistão: décadas de conflito destruíram mais da metade das florestas do país. O Afeganistão foi desflorestado em até 95% em algumas áreas, em parte devido às estratégias de sobrevivência das pessoas e ao colapso da governança ambiental durante décadas de guerra. O extenso desmatamento teve múltiplas implicações sociais, ambientais e econômicas para milhões de afegãos, incluindo o aumento da vulnerabilidade a vários desastres naturais, como enchentes, avalanches e deslizamentos de terra.
5. Ecossistemas do Nepal: durante o conflito armado entre 1996 e 2006, o exército, anteriormente responsável pela proteção das florestas, foi mobilizado para operações de contra-insurgência. Isso resultou na exploração irresponsável da vida selvagem e dos recursos vegetais, como ervas medicinais, incluindo Yarsagumba (Cordyceps sinensis) e Chiraito (Swira Chiraita), entre outros, por insurgentes e civis em áreas como o Parque Nacional Khaptad, na área de Conservação Makalu Barun.
6. Mineração e extração de madeira na Colômbia: décadas de mineração de extração de ouro não regulamentada no país causaram danos ambientais em áreas controladas pelos rebeldes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC). Mineração, juntamente com a extração ilegal de outros recursos naturais, como a exploração madeireira, foi uma das principais fontes de financiamento para os rebeldes. Resultou na poluição de rios e terras com mercúrio, especialmente na bacia do rio Quito.
Apesar dos riscos que a guerra e os conflitos armados representam para o meio ambiente, e o papel que os recursos naturais podem desempenhar no abastecimento ou na ampliação de conflitos armados, há também oportunidades significativas que ligam o meio ambiente e a construção da paz.
A ONU Meio Ambiente se uniu ao Instituto de Lei Ambiental, ao Instituto da Terra da Universidade de Columbia, à Duke University e à Universidade da Califórnia em Irvine para desenvolver um curso online sobre segurança ambiental e a construção da paz sustentada.
Oferecido na plataforma acadêmica dos ODS, o curso sintetiza 100 mil páginas de material e 225 estudos de caso de mais de 60 países em situação de pós-conflito em sete horas de aulas em vídeo. O curso é baseado nas experiências e lições aprendidas com mais de 1 mil especialistas e dez agências da ONU.
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Posted: 06 Nov 2018 06:53 AM PST
A primeira caravana de migrantes centro-americanos chegou à cidade de Matías Romero, em Oaxaca, no México, em 1º de novembro. O secretário mexicano de assuntos exteriores estima que 4 mil pessoas tenham passado a noite no local. Foto: OIM/ Rafael Rodríguez
A Organização Internacional para as Migrações (OIM) está fornecendo apoio e assistência a migrantes da América Central que estão atravessando o continente rumo aos Estados Unidos em diferentes caravanas, mas manifestou preocupação com “o estresse a as demandas” que essa movimentação está colocando nos países por onde passam.
Na estação migratória de Tapachula, no México, a OIM e a secretaria mexicana de Assuntos Externos estão fornecendo alimentos e kits básicos de higiene para mais de 1,5 mil migrantes que buscam abrigo no país.
A OIM disse na sexta-feira (9) que depois de caminhar 850 quilômetros a partir de Honduras, a exaustão e os desafios à frente fizeram com que muitos optassem por retornar voluntariamente, a partir da oferta de autoridades mexicanas e de oficiais consulares hondurenhos.
“A OIM mantém sua posição de que os direitos humanos e as necessidades básicas de todos os migrantes precisam ser respeitados, independentemente de seu status migratório”, disse Christopher Gascon, chefe de migração da missão da ONU no México.
Em coordenação com a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), ele disse que “continuaremos a monitorar a situação da caravana com o pessoal de campo, o escritório mexicano de assistência a migrantes e refugiados e ONGs parceiras, fornecendo informações sobre alternativas para uma migração segura e regular, assim como opções para retorno voluntário”.
Com apoio do Programa Mesoamérica — fundado pelo escritório de população, refugiados e migrantes do Departamento de Estado norte-americano — a OIM é agora capaz de fornecer assistência de retorno voluntário aos migrantes.
“O fenômeno da caravana na América Central é outra expressão do processo de migração que a região tem enfrentado por algum tempo”, disse Marcelo Pisani, diretor regional da OIM para América Central, América do Norte e Caribe, afirmando que o fluxo migratório foi impulsionado por fatores econômicos, reunificações familiares, violência e a busca por proteção internacional.
“No entanto, estamos preocupados com o estresse e a demanda que as caravanas colocam na comunidade humanitária e nos sistemas de refúgio dos países anfitriões, que em última análise têm recursos limitados para enfrentar esse desafio ou para cuidar e proteger os migrantes de maneira apropriada.”
De acordo com autoridades locais, na segunda-feira (5), o governo mexicano admitiu a existência de uma segunda caravana de aproximadamente 1,8 mil centro-americanos que inicialmente haviam decidido pelo processo de regularização, mas que posteriormente optaram por continuar a caminhada rumo ao norte em busca de refúgio; uma terceira caravana de cerca de 500 salvadorenhos atravessou a fronteira nesta terça-feira (6), a maioria pedindo refúgio; e um quarto grupo de cerca de 1,7 mil pessoas passaram a noite de quinta-feira (1) na cidade guatemalteca de Tecún Umán, na fronteira com o México.
“A proteção efetiva dos direitos humanos de todos é baseada no respeito aos processos consolidados nos tratados internacionais e nas leis nacionais, que precisam ser a referência para qualquer ação implementada nesta situação”, disse Pisani.
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Posted: 06 Nov 2018 04:59 AM PST
A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), junto com outros organismos das Nações Unidas, tem apoiado o governo brasileiro na resposta ao fluxo de venezuelanos que chegam ao Brasil. Desde 2015, cerca de 85 mil venezuelanos e venezuelanas procuraram a Polícia Federal para regularizar sua permanência no país.
Hoje, cerca de 5 mil venezuelanos vivem em 13 abrigos e um alojamento de trânsito no estado de Roraima. O trabalho do ACNUR na região se divide em três eixos principais: ordenamento da fronteira, abrigamento e processo de interiorização.
A interiorização é uma iniciativa do governo com o apoio do Sistema ONU no Brasil, que busca transferir os venezuelanos e venezuelanas para outros estados brasileiros. Até outubro de 2018, cerca de 3 mil pessoas haviam sido transferidas para 18 municípios pelo país.
Saiba mais sobre o trabalho da ONU com venezuelanos no Brasil: http://bit.ly/2PzRrO4
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Posted: 05 Nov 2018 12:51 PM PST
Foto: PANAFTOSA
O Centro Pan-Americano de Febre Aftosa (PANAFTOSA) realizou em sua sede no Rio de Janeiro em outubro (de 15 a 17) uma reunião sobre diagnósticos diferenciais da doença e sobre o Sistema Continental de Vigilância Epidemiológica (SIVCONT).
O objetivo do evento foi dar seguimento à Resolução IV da 45ª Reunião da Comissão Sul-Americana para a Luta contra a Febre Aftosa (COSALFA), realizada em abril de 2018 em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia.
Na reunião, os países solicitaram que a PANAFTOSA convocasse e coordenasse uma reunião técnica com especialistas para que, no contexto epidemiológico atual, revisasse a definição dos diagnósticos diferenciais de febre aftosa e o papel do SIVCONT.
A reunião teve a participação de 11 profissionais de 11 países-membros da COSALFA — Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Peru, Paraguai, Panamá, Uruguai e Venezuela — e a coordenação técnica dos instrutores Manuel Sanchez Vazquez, Alejandro Rivera, Lia Puppim Buzanovsky, Alexandre Guerra e Maristela Pituco, da PANAFTOSA.
Neste contexto, os países discutiram e revisaram durante os três dias de reunião os diagnósticos diferenciais relevantes de febre aftosa, providenciando uma clara definição para eles. Também discutiram o papel do SIVCONT para a troca e a disseminação de dados e informação relacionada com a ocorrência de febre aftosa e seus diagnósticos diferenciais e sobre a informação pertinente e o formato para a elaboração do documento “Relatório de situação dos Programas de Erradicação da Febre Afosa na América do Sul e no Panamá”, que será entregue à COSALFA.
O PANAFTOSA é um centro para a cooperação técnica da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS). Foi criado em 1951 com o propósito de ser o primeiro e único centro especializado em febre aftosa das Américas, guiado pela missão de cooperar com os países da região na organização, desenvolvimento e fortalecimento dos programas nacionais de prevenção, controle e erradicação da doença.
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Posted: 05 Nov 2018 12:42 PM PST
Cemitério na Lituânia onde estão enterrados militares alemães e russos mortos na Primeira Guerra Mundial. Foto: Wikimedia (CC)/simka
Por Christine Lagarde, diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI)*
Mark Twain observou que “a história nunca se repete, mas muitas vezes rima”. Ao se reunirem em Paris esta semana para marcar o centenário do fim da Primeira Guerra Mundial, os chefes de Estado devem ouvir com muita atenção os ecos da história para que não repitam as notas discordantes do passado.
Por séculos, nossos destinos econômicos foram moldados pelas forças gêmeas do progresso tecnológico e da integração mundial. Tais forças podem impulsionar a prosperidade entre todas as nações. Se, porém, forem mal administradas, podem também provocar calamidades. A Primeira Guerra Mundial é um exemplo doloroso de como tudo pode dar errado.
Os 50 anos anteriores à Grande Guerra foram um período de avanços tecnológicos extraordinários: barcos a vapor, locomoção, eletrificação, telecomunicações. Esse período definiu os contornos do mundo moderno. Foi também um período de integração global sem precedentes — para muitos, foi a primeira era de globalização, em que os bens, o capital e as pessoas podiam cruzar fronteiras relativamente sem obstáculos. Entre 1870 e 1913, muitas economias registraram aumentos expressivos das exportações como parcela do PIB — um sinal de abertura crescente.
Tudo isso gerou muita riqueza, que, porém, não foi distribuída de forma justa ou equitativa. Foi uma era de fábricas escuras e perigosas e de barões ladrões; foi também uma era de grande e crescente desigualdade. Em 1910, no Reino Unido, o 1% mais rico da população controlava quase 70% da riqueza nacional — a maior disparidade já registrada até hoje.
Naquela época, assim como no presente, o aumento da desigualdade e a assimetria de benefícios da evolução tecnológica e da globalização contribuíram para uma forte reação contrária. No período que antecedeu a guerra, a resposta dos países foi buscar a superioridade, abandonando um ideal de cooperação mútua em favor da dominância de soma zero. O resultado foi catastrófico: todo o peso da tecnologia moderna a serviço da carnificina e destruição.
E em 1918, quando os líderes percorreram os campos de papoulas semeados de cadáveres, eles não souberam extrair as lições corretas. Mais uma vez, privilegiaram os ganhos de curto prazo em detrimento da prosperidade a longo prazo — renunciaram ao comércio internacional, tentaram recriar o padrão ouro e repudiaram os mecanismos de cooperação pacífica. Em resposta ao Tratado de Versalhes, John Maynard Keynes — um dos pais fundadores do FMI — escreveu que a insistência em impor à Alemanha a ruína financeira acabaria em desastre. Ele acertou em cheio.
Só após enfrentar os horrores de mais uma guerra, os líderes mundiais conseguiram encontrar soluções mais duradouras para nossos problemas comuns. As Nações Unidas, o Banco Mundial e, é claro, a instituição que hoje lidero, o FMI, são parte importante desse legado.
E, desde o princípio, o sistema criado após a Segunda Guerra Mundial teve como objetivo a capacidade de adaptação. Da transição para os regimes de câmbio flexível na década de 1970 até a criação da Organização Mundial do Comércio, nossos predecessores reconheceram que a cooperação internacional tem que evoluir para sobreviver.
Vemos hoje semelhanças notáveis com o período que levou à Grande Guerra: avanços tecnológicos assombrosos, integração global mais profunda e prosperidade cada vez maior, que retirou um vasto número de pessoas da pobreza, mas que, infelizmente, também deixou muitos para trás. As redes de proteção são melhores e têm sido úteis, mas um sentimento de rancor e frustração crescente tem ressurgido em alguns lugares, somado a uma reação contrária à globalização. E, mais uma vez, temos de nos adaptar.
É por isso que tenho defendido ultimamente um novo multilateralismo, que seja mais inclusivo, mais centrado nas pessoas e mais responsável. Esse novo multilateralismo deve revitalizar o antigo espírito de cooperação e, em simultâneo, abordar um espectro mais amplo de desafios — da integração financeira às fintech, passando pelo custo da corrupção e as mudanças climáticas.
Nossos estudos recentes sobre os benefícios macroeconômicos do empoderamento feminino e a modernização do sistema de comércio internacional oferecem novas ideias sobre como criar um sistema melhor.
Cada um de nós — cada dirigente e cada cidadão — tem a responsabilidade de contribuir para essa reconstrução.
Afinal de contas, o que era verdade em 1918 ainda é verdade hoje: a convivência pacífica das nações e as perspectivas econômicas de milhões de pessoas dependem diretamente de nossa capacidade de descobrir as rimas de nossa história comum.
*Publicado em 5 de novembro no Blog do FMI
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Posted: 01 Nov 2018 01:31 PM PDT
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