Boletim diário da ONU Brasil: “Centro da ONU e Instituto Butantan avaliam produção regional de remédios para envenenamento” e 13 outros.
ONU Brasil <noreply+feedproxy@google.com> Cancelar inscrição
|
|
qua, 31 de out 18:04 (Há 5 dias)
| |
|
|
| |
Posted: 31 Oct 2018 01:27 PM PDT
Cobra venenosa, a Surucucu é uma espécie que habita a Amazônia e é encontrada em vários países da América Latina. Foto: Flickr (CC)/Wayne W G
O Centro Pan-Americano de Febre Aftosa ( PANAFTOSA), vinculado às Nações Unidas, participou neste mês de um encontro de especialistas latino-americanos sobre o fornecimento regional de soros para tratar envenenamento. Realizado no Instituto Butantan, em São Paulo, o evento reuniu representantes de laboratórios da Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Equador, México, Peru e Venezuela.
Um dos temas da reunião foi o combate e a prevenção de incidentes envolvendo cobras peçonhentas. Esse problema de saúde é considerado uma doença tropical negligenciada. Durante o seminário, gestores e pesquisadores debateram as estratégias da Organização Mundial da Saúde (OMS) para enfrentar esses episódios de envenenamento. Também foram discutidas as contribuições do PANAFTOSA, que presta assistência técnica aos países das Américas para fortalecer a resposta a casos de contaminação.
Os participantes avaliaram ainda a situação dos laboratórios oficiais de produção de antídotos. Ao longo das discussões, os especialistas buscaram identificar o papel que esses centros desempenham no abastecimento nacional e regional de soros. O encontro em São Paulo foi concluído com a apresentação de recomendações sobre como fortalecer essas instituições.
|
Posted: 31 Oct 2018 01:15 PM PDT
Mulheres indígenas da Guatemala foram sistematicamente estupradas e escravizadas por militares na comunidade de Sepur Zarco durante o conflito de 36 anos no país. Foto: ONU Mulheres/Ryan Brown
Quinze mulheres guatemaltecas do grupo indígena Q’echi, que foram escravizadas e estupradas por militares durante o conflito civil de 36 anos no país da América Central, ainda esperam a materialização de reparações duramente conquistadas.
Com a ajuda de organizações locais de direitos das mulheres, incluindo a ONU Mulheres e outros parceiros das Nações Unidas, as mulheres de Sepur Zarco, no leste da Guatemala, conseguiram assegurar em 2016, após 22 audiências, a condenação de dois ex-militares por acusações de crimes contra a humanidade.
Foi uma decisão legal pioneira — a primeira vez em que um tribunal nacional processou acusados de crime de escravidão sexual durante conflito usando legislação nacional e lei criminal internacional.
Um total de 18 medidas de reparação foram concedidas às mulheres, incluindo educação para as crianças de suas comunidades, acesso a terras, clínica de saúde e outras intervenções que ajudarão a enfrentar o que a ONU Mulheres descreveu como “a miserável pobreza que suas comunidades têm suportado há gerações”.
Uma das medidas de reparação que teve grande aceitação é uma clínica de saúde móvel e gratuita, que atende 70 a 80 pessoas ao dia. “Nós tínhamos que andar muito para chegar a uma clínica, mas agora está bem mais perto. As comunidades se revezam para cuidar da clínica. Muitas mulheres de minha comunidade receberam remédios, mas suas doenças não podem ser tratadas aqui. Nós sonhamos com um hospital que possa tratar todas as nossas doenças”, explicou Rosário Xo, uma das sobreviventes.
A guerra civil da Guatemala ocorreu entre 1960 e 1996 e envolveu o governo guatemalteco e guerrilhas de oposição.
Clique aqui para saber mais sobre as mulheres de Sepur Zarco (em inglês).
|
Posted: 31 Oct 2018 12:58 PM PDT
Vista panorâmica de Oslo, na Noruega. Foto: Pixabay/AlexvonGutthenbach-Lindau (CC)
A capital da Noruega, Oslo, está abrindo caminho para uma realidade livre de combustíveis fósseis em seus esforços para melhorar a qualidade do ar, anunciou a ONU Meio Ambiente na semana passada (25).
A cidade é pioneira global no que diz respeito à sustentabilidade, introduzindo métodos de reciclagem de resíduos, transformando-os em calor ou eletricidade, e permitindo que ciclistas tenham preferências sobre carros particulares.
O diretor-executivo da ONU Meio Ambiente, Erick Solheim, disse que a redução da poluição na capital norueguesa é exemplo de “transformação da ação climática em oportunidade”.
Um importante fator para a diminuição de emissões tem sido a transição da cidade para soluções envolvendo combustíveis renováveis. Oslo possui o maior número de veículos elétricos no mundo por habitante, o que por si só diminuiu emissões de CO2 em 35% desde 2012, segundo a ONU Meio Ambiente.
Benefícios para motoristas incluem impostos reduzidos, acesso a faixas de ônibus e táxis, passagem livre em pedágios e balsas públicas, além de estacionamento municipal gratuito. Todos os transportes públicos em Oslo, e na cidade vizinha de Akershus, serão completamente movidos a energias renováveis até 2020.
Oslo está entre as 42 cidades participantes da campanha Breathe Life, liderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pela ONU Meio Ambiente e pela Coalizão Clima e Ar Limpo. A campanha tem objetivo de explorar opções de ar limpo e reduzir poluentes para níveis seguros até 2030.
A rede de cidades participantes se espalha pelo mundo, com cada uma ajustando sua abordagem localmente. Em Santiago de Cali, na Colômbia, o foco foi a redução de queimadas agrícolas, além das emissões dos transportes. Na capital de Gana, Accra, onde muitas horas são gastas perto de fogões à lenha e a carvão, a cidade focou em estratégias para melhorar a poluição do ar doméstico e ambiental.
Destacando que tais mudanças irão melhorar as vidas cotidianas de cidadãos, Solheim disse: “espero que outras cidades do mundo se inspirem no que Oslo está fazendo”.
|
Posted: 31 Oct 2018 12:29 PM PDT
Crianças desacompanhadas estão entre os migrantes da América Central que caminham em direção aos Estados Unidos. Na foto, são retratados nas ruas de Tapachula, Chiapas, México, em 21 de outubro de 2018. Foto: UNICEF México
Estados de trânsito e destino têm a obrigação de proteger os direitos humanos de migrantes da América Central, independentemente de seus status de migração, disseram na sexta-feira (26) dois comitês de especialistas das Nações Unidas sobre direitos humanos.
O Comitê sobre a Proteção dos Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes e Membros de suas Famílias (CMW), junto ao Comitê sobre os Direitos da Criança, expressaram sérias preocupações com migrantes centro-americanos fugindo de severas violações de direitos humanos em seus países de origem — Honduras, El Salvador e Guatemala —, assolados por pobreza e violência.
Durante os últimos dias, milhares de homens, mulheres e crianças, junto a crianças desacompanhadas, estão caminhando rumo ao norte pelo México em direção aos Estados Unidos, em busca de oportunidades e segurança. Durante a jornada, eles podem ser vítimas de extorsões cometidas por autoridades de segurança e por grupos criminosos, assim como estar sob risco de roubos, violência sexual e morte.
Os comitês pedem que os Estados de origem dos migrantes respondam às severas violações de direitos humanos que impulsionam a migração irregular, e implementem totalmente suas obrigações sob a Convenção sobre os Direitos da Criança e a Convenção sobre a Proteção dos Direitos Humanos de Todos os Trabalhadores Migrantes e suas Famílias.
Os comitês também pedem que os países de trânsito e de destino respeitem obrigações de direitos humanos em todas as travessias fronteiriças, incluindo o direito ao processo devido de todos os migrantes, independentemente de status. Estados devem respeitar o princípio de não devolução, assim como a proibição de expulsão arbitrária e coletiva, e de não detenção para ofensas relacionadas à migração, enfatizou o chefe do CMW, Ahmadou Tall.
Mulheres, crianças e outros grupos podem ser particularmente vulneráveis, destacou Tall, que pediu para Estados garantirem que centros de gestão de fronteiras sejam seguros, apropriados culturalmente e responsáveis quanto a idades e gêneros.
Os direitos de crianças migrantes precisam estar na frente de qualquer resposta migratória, disse Renate Winter, chefe do Comitê de Direitos da Criança, acrescentando que os princípios-chave da Convenção dos Direitos da Criança devem ser as diretrizes de qualquer política migratória sobre crianças. Estes princípios incluem não discriminação, os melhores interesses da criança, o direito à vida e ao desenvolvimento e o direito de ser ouvida e de participar.
Os comentários gerais conjuntos dos dois comitês sobre crianças em situações de migração internacional fornecem diretrizes impositivas para Estados para respostas às múltiplas formas de violações de direitos humanos enfrentadas por crianças no contexto de migração internacional, destacaram. Ambos os comitês pediram para Estados implementarem estas diretrizes em linha com suas obrigações sob o tratado internacional de direitos humanos e à luz da adoção do Pacto Global para Migração em dezembro de 2018.
|
Posted: 31 Oct 2018 12:13 PM PDT
Pessoas deslocadas internamente durante distribuição de alimentos no local de proteção de civis da ONU em Malakal, Sudão do Sul. Foto: OIM/Bannon
James relembra cada detalhe de sua fuga. A noite estava totalmente escura. Ele empurrava sua bicicleta carregada com os pertences da família. Sua esposa, carregando os três filhos pequenos, caminhava ao seu lado. Foi no final de 2014, e os combates na cidade de Malakal, a segunda maior do Sudão do Sul, já duravam dias.
Soldados bêbados atacavam homens, mulheres e crianças. As casas eram saqueadas. As mulheres, estupradas. Os corpos permaneciam intocados onde tinham caído. Quatro anos depois, James, agora aos 32 anos, ainda sente medo. Ele fugiu para a unidade das Nações Unidas de Proteção de Civis, a poucos quilômetros de Malakal, onde recebeu alimentação básica e lonas de plástico.
“Passamos dois dias sem água”, disse James. “As crianças choravam. Estava muito quente. Eu não sabia como ajudar minha família”.
A unidade das Nações Unidas de Proteção de Civis de Malakal, estabelecida em dezembro de 2013, abriga 24 mil civis em uma cidade superlotada, sem árvores e feita de lonas e ferro. A temperatura chega a 43° graus. As ruas são feitas de terra e se transformam em um mar de lama durante a estação chuvosa. O local é cercado por aterros e fios.
Os capacetes-azuis, os soldados das Forças de Manutenção da Paz das Nações Unidas, são responsáveis pela vigília dos portões. A unidade pode ser um refúgio, portanto, um lugar seguro, mas para muitos é também uma prisão voluntária. De pé no barranco, James pode ver sua cidade natal na margem leste do Nilo Branco.
Desde 2014, Malakal foi invadida por exércitos inimigos pelo menos doze vezes. Se James retornar, ele sabe que correrá o risco de ser preso, recrutado ou morto pelo exército.
Nos meses após sua chegada, ele ficou tomado pela ansiedade. Como muitos sudaneses do sul, sua família foi dilacerada pela guerra civil. Não consegue entrar em contato com uma irmã em Juba, capital do Sudão do Sul, três irmãos se juntaram às forças armadas e outro irmão foi preso. Confinado no abrigo, ele não conseguiu achar um emprego.
“Minha mãe começou a beber cada vez mais, e continuou me pedindo dinheiro”, disse. “Mas eu não conseguia nem alimentar minha própria família. Briguei com minha esposa e ela se mudou. Ela não estava feliz.”
“Eu me culpava pela situação e comecei a beber. Fui detido por brigar, espancado e jogado na cadeia. Eu estava tão sozinho. Foi quando eu decidi cometer suicídio.”
Naquele dia, James que tinha passado o dia todo bebendo em casa, tentou se matar. Ele foi resgatado por um amigo que, preocupado com o estado mental de James, morou com ele durante um mês. Outro amigo emprestou-lhe dinheiro para começar um pequeno negócio de carpintaria. Ele parou de beber e se reconciliou com a esposa.
A tentativa de suicídio de James reflete uma crise maior, não somente em Malakal, mas no país todo. Especialistas em saúde mental acreditam que o impacto negativo na saúde mental dos civis afetados pelo conflito no Sudão do Sul tem sido devastador. Estima-se que 2 milhões de pessoas tenham fugido para países vizinhos e 1,9 milhão tenham sido internamente deslocados. Todavia, não existem dados oficiais confiáveis. As forças de paz da ONU abrigam mais de 202 mil pessoas em seis diferentes unidades de Proteção de Civis.
Em 2016, as Nações Unidas e seus parceiros começaram a coletar dados na unidade de proteção de civis de Malakal e identificou quatro casos de suicídio. Em 2017, foram contabilizadas 34 tentativas de suicídio, muitas durante o período do Natal.
Destes casos, 16 eram mulheres e 16, homens. A maioria estava na faixa dos 20 anos. Até o momento, em 2018, houve 23 tentativas, mas apenas uma pessoa, um homem de 40 anos, conseguiu se matar. A clínica da unidade de proteção de civis possui dois psiquiatras.
“O suicídio é apenas a ponta do iceberg”, disse Mytro Nersisian, um psicólogo da Organização Internacional para as Migrações (OIM). “É como as pessoas lidam com o estresse e o sofrimento. É um aflição que se acumula”.
Os horrores da guerra civil são apenas um dos muitos fatores que contribuem para isso. Muitas pessoas se sentem sem raízes e lutam para recuperar a identidade perdida, que é ampliada pela depressão e pela ansiedade. Os homens não conseguem prover recursos para suas famílias. A infância termina mais cedo e o futuro está nublado pelas incertezas. O álcool caseiro está facilmente disponível, o que aumenta as chances de violência e abusos domésticos.
A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e parceiros estão desenvolvendo um plano de ação conjunto para prevenir a ocorrência de suicídios, detectando pessoas que estão sob maior risco e construindo um sistema de referência. Reconhece-se que a proteção física não é suficiente e existe uma necessidade de ajudar a criar meios de subsistência.
“As pessoas devem ser capazes de viver com dignidade”, disse o psicólogo Koen Sevenantes. “Mas a saúde mental não é algo que você instala e funciona. Restaurar a dignidade demanda tempo”.
Uma campanha de conscientização intitulada “Operação Esperança” se concentra em como as pessoas podem mudar a maneira como vivem e como enxergam suas próprias vidas. A estação de rádio Nile FM transmite uma mistura de pop árabe e batidas congolesas intercaladas com mensagens positivas. Competições de futebol e performances de dança tradicionais são usadas para divulgar e incentivar maneiras alternativas de lidar com os problemas. O objetivo é estimular os jovens e torná-los mais resilientes.
Quatro anos após a tentativa de suicídio, James fala em como desenvolver habilidades de sobrevivências no dia-a-dia. Ele é líder em sua igreja e semanalmente apresenta-se em um teatro ao lar livre, no qual interpreta um homem desempregado, cheio de dívidas e com problemas conjugais com sua esposa. Um amigo o ajudou a conseguir o emprego. Após a performance, os atores se juntam à plateia para perguntar sobre o que aprenderam.
“A mensagem é ser paciente”, disse James. “A paciência é a chave para resolver todos os problemas. Mas você não deve tentar resolver seus problemas sozinho. Sempre os compartilhe com as pessoas da sua comunidade”.
|
Posted: 31 Oct 2018 11:58 AM PDT
Brasil avança em reformas para facilitar a abertura de negócios. Foto: EBC/Marcello Casal Jr.
O Brasil empreendeu um número recorde de reformas no ambiente de negócios no ano passado, ajudando a criar empregos, atrair investimentos e tornar a economia do país mais competitiva. A avaliação é do relatório Doing Business 2019: Treinar para Implementar Reformas, divulgado nesta quarta-feira (31) pelo Banco Mundial. Organismo financeiro destacou medidas nas áreas de importação e exportação, acesso ao crédito e formalização de empresas.
Uma das reformas do ano passado reduziu significativamente o período para cumprir com as exigências documentais no comércio internacional. A introdução de certificados de origem digitais ajudou a diminuir pela metade o tempo necessário para a importação, que chegou a 24 dias. A medida foi adotada no Rio de Janeiro e em São Paulo, as duas cidades brasileiras analisadas pelo Doing Business.
Com isso, o Brasil avançou mais de 30 posições na classificação global do Banco Mundial. O país latino-americano saiu da 139ª colocação para a 106ª no quesito comércio internacional, tema que tem sido foco das reformas no país, com seis reestruturações na área realizadas na última década.
Também em 2017, pela primeira vez em sete anos, o Brasil empreendeu uma reforma para facilitar o acesso ao crédito. As informações de crédito foram aprimoradas por meio do registro de crédito público e das agências de crédito privadas. Com isso, o país atingiu a pontuação máxima no Índice da Profundidade das Informações sobre o Crédito, um dos indicadores avaliados pelo Banco Mundial.
No entanto, segundo o levantamento, ainda há muito a melhorar no Índice da Eficiência dos Direitos Legais — essa estatística examina o quanto as leis de garantias e falências protegem os direitos dos mutuários e credores e, com isso, facilitam os empréstimos.
O Brasil também facilitou a abertura de negócios com o lançamento de um novo sistema online de registro de empresas, licenciamento e notificações de emprego. A adoção do programa diminuiu drasticamente — para apenas 20 dias — o tempo necessário para registrar uma nova empresa. O processo levava 82 dias.
Porém, alerta o Banco Mundial, o número de procedimentos necessários para abrir uma empresa — 11 ao todo — ainda é muito elevado em comparação à média de oito etapas identificada na América Latina e Caribe.
Segundo o organismo financeiro, com essa reforma mais recente no Rio de Janeiro e em São Paulo, o Brasil chegou à 140ª posição global no item “abrir uma empresa”, outro dos rankings elaborados pelo relatório Doing Business do Banco Mundial. Na análise divulgada no ano passado, o país ficou em 176º nessa classificação.
“O Brasil deixou claro o seu compromisso de melhorar o ambiente de negócios para as pequenas e médias empresas. Esforços contínuos e sustentados nesse sentido ajudarão o Brasil a eliminar obstáculos ao empreendedorismo e à iniciativa privada, fatores essenciais para a redução da pobreza e o aumento da prosperidade”, afirmou Martin Raiser, diretor do organismo financeiro para o Brasil.
Em São Paulo, um novo sistema eletrônico melhorou a gestão das interrupções de energia e o planejamento da distribuição. O projeto aumentou a confiança no fornecimento de eletricidade, elevando o Brasil à 40ª colocação no item “obtendo eletricidade”. Essa é a área do levantamento do Banco Mundial na qual o país apresenta o melhor desempenho, devido ao custo acessível das conexões elétricas e à facilidade de acesso à rede.
Na nação brasileira, são necessários quatro procedimentos e um custo de apenas 52,5% da renda per capita para conectar-se à rede elétrica. Na América Latina e Caribe, são mais de cinco trâmites, e as despesas chegam em média a 94,6% da renda per capita.
As quatro reformas do ano passado representam o maior número de reformas feitas pelo Brasil em um único ano desde que o Doing Business começou a ser publicado, há 16 anos. O Brasil foi o Estado que realizou mais reformas entre todas as economias da América Latina e Caribe em 2017.
As medidas ajudaram o Estado brasileiro a chegar à 109º posição no ranking global de facilidade de se fazer negócios. No ano passado, o país ocupava a 125ª posição.
Apesar dos avanços, o Brasil ainda apresenta baixo desempenho em várias áreas do Doing Business, incluindo o registro de propriedades, que ficou mais caro no ano passado no Rio de Janeiro devido ao aumento do imposto municipal sobre a transmissão de bens imóveis. Outras áreas que podem melhorar são a obtenção de alvarás de construção e o pagamento de impostos.
Acesse a íntegra do relatório clicando aqui.
Contatos para a imprensa:BrasíliaElisa Diniz +55 (61) 3329-1059 +55 (61) 9-8415-5424 elisadiniz@worldbank.org
Guilherme Martins +55 (61) 3329-8634 gferreiramartins@worldbank.org
|
Posted: 31 Oct 2018 11:04 AM PDT
Porto de Santos, em São Paulo. Foto: EBC
O valor das exportações de bens da América Latina e do Caribe crescerá 9,7% em 2018, acumulando dois anos de recuperação após a acentuada queda registrada entre 2012 e 2016, de acordo com as últimas projeções da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) divulgadas nesta quarta-feira (31) na Cidade do México.
Esse aumento se decompõe em avanços de 7,6% nos preços e de 2,1% no volume, informa a CEPAL em seu relatório anual “Perspectivas do Comércio Internacional da América Latina e do Caribe 2018”, apresentado em coletiva de imprensa pela secretária-executiva do organismo regional da ONU, Alicia Bárcena.
Apesar do aumento observado, o volume das exportações da região crescerá menos da metade do que o das vendas externas do conjunto das economias em desenvolvimento que, segundo as projeções da Organização Mundial do Comércio (OMC), se expandirá 4,6%, advertiu a CEPAL na publicação que analisa o impacto do divergente crescimento global e das tensões comerciais no comércio da região.
As importações de bens da região, também, se recuperarão em 2018 pelo segundo ano consecutivo: seu valor aumentará 9,5%, mas, diferentemente do que ocorre com as exportações, crescerão mais em volume (4,9%) do que no preço (4,6%).
A evolução do comércio exterior da região em 2018, além de ser um reflexo do nível da atividade econômica de cada país, será determinada pelas estruturas das exportações e importações, assim como pela demanda externa dos principais parceiros comerciais.
Na América do Sul, por exemplo, o crescimento esperado das exportações (10,2% em valor) responde na sua totalidade sobre o aumento dos preços dos produtos básicos, especialmente do petróleo e dos minerais e metais. Algo similar ocorre no Caribe, cuja alta (12,1%) é fortemente influenciada por maiores preços do petróleo e pelo gás exportados por Trinidad e Tobago.
No caso do México, o aumento do volume e o aumento dos preços contribuirão em proporções similares à expansão das exportações (9,5% no total em valor). Por último, na América Central, o crescimento projetado das vendas externas (3,6%) é totalmente explicado pelo aumento do volume exportado, já que os preços dos produtos exportados cairão ligeiramente (-0,8%), devido aos declínios registrados nos produtos como o açúcar e o café. As exportações manufatureiras do México e da América Central são favorecidas pelo dinamismo da demanda nos Estados Unidos.
Com relação aos principais parceiros comerciais da América Latina e do Caribe, as vendas para a China, compostas quase na sua totalidade de matérias-primas e manufaturas baseadas nos recursos naturais, registrarão o principal aumento (28%) em 2018. Essa situação reforça a especialização exportadora de produtos primários da região, especialmente da América do Sul. Em comparação, as exportações para a própria região e para os EUA, que se caracterizam por um maior conteúdo de manufaturas, crescerão a taxas significativamente mais baixas (12% e 7,1%, respectivamente).
Quanto às importações, aquelas procedentes da China — o segundo país de origem das importações da região, depois dos Estados Unidos — são as que apresentam, também, o maior dinamismo. Essas são compostas quase em sua totalidade de manufaturas que competem com a produção regional em vários produtos.
O relatório explica que as atuais tensões comerciais entre EUA e China têm como pano de fundo a disputa pela liderança econômica e tecnológica mundial, assim como o debate sobre a coexistência de diferentes estilos de desenvolvimento. Segundo a CEPAL, no curto prazo, essas tensões poderão ter um impacto positivo nas exportações regionais, mas uma maior escalada protecionista acarretará sérios riscos para a economia mundial e portanto, para a região, também.
“A integração regional é indispensável para avançar na diversificação das exportações e na transição para exportações mais intensivas em conhecimento, considerando o elevado conteúdo industrial do comércio intra-regional e sua importância para as pequenas e médias empresas exportadoras”, ressaltou Bárcena.
“É necessário intensificar os esforços voltados para a construção de um mercado regional integrado dado o contexto de desaceleração do crescimento, saída líquida de capitais e crescente protecionismo enfrentado pela região, que provavelmente seja acentuado em 2019”, acrescentou.
No segundo capítulo do relatório, a CEPAL indica que a região em seu conjunto é uma exportadora líquida de minerais e metais, com 8% de participação nas exportações mundiais desse setor. Entretanto, suas exportações se caracterizam por um baixo grau de elaboração.
A participação das matérias-primas nas exportações de minerais e metais da região (atualmente 37%) quase se duplicou nos últimos 20 anos, devido em grande parte, à demanda da China e o restante da Ásia.
Essa situação é preocupante, afirma a CEPAL, devido aos conhecidos problemas associados à dependência da exportação dos produtos básicos minerais, como a vulnerabilidade das exportações, o crescimento econômico e as receitas fiscais diante das flutuações dos preços; a escassa agregação de valor e a diversificação para novos produtos e serviços; e os diversos tipos de danos ambientais.
Finalmente, no terceiro capítulo do relatório é analisado o potencial do comércio eletrônico transfronteiriço para dinamizar e diversificar as exportações da região. A região tem aumentado rapidamente seu consumo de produtos importados mediante plataformas eletrônicas estrangeiras, mas não aumenta igualmente a exportação de seus produtos por essse meio. A participação da América Latina e do Caribe no comércio eletrônico transfronteiriço mundial aumentará de 2,6% em 2014 para 5,3% em 2020, segundo o relatório.
Para promover o comércio eletrônico na região, a CEPAL propõe impulsionar o mercado digital regional; promover a digitalização e a simplificação do financiamento para esse comércio; modernizar as alfândegas e os serviços postais; e reduzir os custos dos pagamentos transfronteiriços online.
|
Posted: 31 Oct 2018 09:25 AM PDT
Prefeitos de Almada, Amadora, Loures, Odivelas, Oeiras, Portimão e Sintra em cerimônia em Lisboa para formalizar seu apoio à Declaração de Paris. Foto: UNAIDS
As cidades portuguesas de Almada, Amadora, Loures, Odivelas, Oeiras, Portimão e Sintra assinaram neste mês (10) a Declaração de Paris, um documento da ONU com compromissos pelo fim da AIDS. Juntando-se a Cascais, Lisboa e Porto, os municípios entram para o time de Prefeituras de Portugal engajadas em ampliar a prevenção, o diagnóstico e o tratamento do HIV.
O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids ( UNAIDS) lembrou que o país europeu tem sido pioneiro na resposta à AIDS desde o início da epidemia, adotando políticas progressistas sobre drogas e tornando o tratamento do HIV gratuito para todos, independentemente da situação migratória dos pacientes.
Na avaliação da ONU, Portugal continua liderando os esforços de saúde sobre o tema, impulsionando modelos de cuidado baseados na comunidade.
A Declaração de Paris prevê o cumprimento das metas 90-90-90 da ONU para 2020: ter 90% das pessoas vivendo com HIV diagnosticadas; desse total, 90% em tratamento; e que 90% desse grupo tenha carga viral indetectável.
Durante uma visita a Cascais, o diretor-executivo adjunto do UNAIDS, Tim Martineau, participou do lançamento nacional de uma iniciativa para aproximar os serviços de HIV das pessoas — a testagem para o vírus em farmácias comunitárias. Esse projeto foi integrado à Estratégia de Aceleração da Resposta da Cidade de Cascais.
Outra medida é a disponibilização dos autotestes de HIV, que devem ser liberados ainda em 2018, pois a legislação necessária para aprovar o método diagnóstico acabou de ser aprovada pelo governo português.
Durante sua viagem a Portugal, Martineau também visitou o Programa de Extensão Móvel de Ares do Pinhal – Associação para a Inclusão Social. Com o apoio do Ministério da Saúde, o projeto oferece, desde 1986, serviços de redução de danos e apoio social para pessoas que usam drogas injetáveis. A iniciativa atende a cerca de 1,2 mil indivíduos diariamente, fornecendo diagnóstico e tratamento para HIV, hepatite C, tuberculose e sífilis. Também é possível obter preservativos, metadona e seringas novas.
O programa não discrimina os participantes e é aberto a todos, incluindo migrantes não regularizados.
|
Posted: 31 Oct 2018 09:13 AM PDT
O diretor Maurizio Giuliano durante palestra no UNIC Rio. Foto: UNIC Rio
O diretor do Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio), Maurizio Giuliano, participou no início de outubro (11) da décima conversa informativa sobre o trabalho internacional da ONU. As conversas informais fazem parte da iniciativa “ Brasileiros na ONU”, que tem como objetivo incentivar os jovens do país a trabalhar na Organização.
Na última edição, o diretor do UNIC Rio deu dicas aos estudantes graduandos de diferentes universidades sobre como acessar as vagas disponíveis das Nações Unidas e sobre os respectivos mecanismos de admissão. Falando sobre sua experiência pessoal, Giuliano respondeu a dúvidas dos presentes em relação ao perfil profissional desejado e deu dicas sobre como melhorá-lo.
De acordo com ele, não é preciso se graduar em Relações Internacionais para poder trabalhar na ONU. Muitas outras graduações são válidas, como, por exemplo, Ciências Sociais, Direito, Economia ou Sociologia – e mesmo outras, dependendo do tipo de trabalho procurado.
Respondendo à pergunta de uma estudante preocupada com os riscos de uma mulher trabalhar em uma região afetada por conflito, Maurizio disse que a ONU leva muito a sério a segurança das pessoas e o seu bem-estar, com atenção particular às mulheres.
“As mulheres não precisam se preocupar com as condições de trabalho, nem com as perspectivas de carreira”, disse. “Para nós, é primordial ter uma Organização 50/50, na qual as mulheres possam ter uma vida feliz, seja tendo famílias ou não.”
O UNIC Rio convida jovens graduandos que tenham interesse na Organização para conversas informais com Giuliano. Interessados podem se inscrever por meio do link goo.gl/P6xCpo.
As conversas estão abertas a jovens de ao menos 18 anos, cursando universidade ou já formados, que sejam fluentes em inglês, e que estejam interessados e disponíveis para trabalhar em outros países.
Os interessados inscritos receberão por e-mail informações mais detalhadas sobre as próximas conversas.
|
Posted: 31 Oct 2018 08:52 AM PDT
MGov usa tecnologias acessíveis para chegar a populações pobres de países em desenvolvimento. Foto: MGov
A empresa brasileira MGov foi criada há seis anos, no Rio Grande do Norte, para avaliar uma política estadual de distribuição de leite para famílias de baixa renda. Por meio de tecnologias acessíveis, a companhia aprimorou a aplicação dos recursos públicos, bem como a comunicação direta com os cidadãos. O sucesso do negócio levou a firma para a final da Accelerate 2030, uma competição global da ONU para acelerar startups de impacto social.
Hoje, a MGov usa a comunicação com os usuários de tecnologia para promover mudanças de hábito, em prol do desenvolvimento sustentável. Além do Brasil, a startup desenvolve projetos para os Estados Unidos, Alemanha, Costa do Marfim e República Dominicana. Instituições públicas e privadas estão entre os clientes da empresa, que implementa soluções em áreas diversas — da prevenção da inadimplência até a melhoria do aprendizado de alunos da rede estatal de ensino.
O concurso Accelerate 2030 é promovido pela Impact Hub em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). O objetivo da iniciativa é dar escala internacional a empreendimentos de impacto social.
Em entrevista ao PNUD, Guilherme Lichand, presidente do Conselho Consultivo da MGov e um dos fundadores da companhia, explica que esse tipo de negócio pode, sim, gerar lucro. Mas “para o impacto ser sustentável, ele precisa ter uma lógica no mercado”, defende.
Lichand esteve em Genebra na semana passada para apresentar o case da MGov em evento que faz parte da programação da Accelerate 2030. Confira abaixo a entrevista concedida à agência da ONU.
PNUD: Como foi a concepção do projeto da MGov?
A MGov foi fundada há seis anos, motivada por uma demanda da Secretaria de Planejamento e Finanças do Governo do Rio Grande do Norte. O estado queria avaliar seu programa de distribuição de leite, que atendia 150 mil famílias todos os dias, a um custo de 80 milhões de reais por ano. A hipótese era que o programa não funcionava como deveria, mas o estado não tinha recursos para contratar um instituto de pesquisa para coletar dados utilizando a tradicional metodologia face a face, que até hoje é caríssima, e tanto mais cara, quanto mais remota na região.
Propus ao governo fazer a pesquisa por meio do telefone celular. Mesmo num estado pobre como o Rio Grande do Norte, e já em 2012, mais de 90% dos domicílios tinham pelo menos um telefone celular. Mesmo sem ser smartphone, muito menos conectado sistematicamente à internet, todo telefone vem equipado com a capacidade de enviar e receber mensagens de texto e chamadas de voz, duas ferramentas simples que permitiram ao governo estadual identificar problemas da distribuição de leite pela primeira vez em mais de 20 anos de história do programa.
Criamos a MGov para permitir que o governo se comunicasse melhor com o cidadão, uma engrenagem fundamental para o bom funcionamento da nossa democracia. Desde então, a MGov evoluiu sua oferta de serviços. Em vez de focar somente nos processos de escuta, os sócios perceberam que o canal de comunicação de mão dupla oferecido pelo telefone celular era uma arma poderosa para mudança de comportamento voltada a impacto social. A MGov percebeu que a combinação de ciência comportamental e tecnologia certa poderiam ajudar a resolver esses problemas.
Criamos o conceito de nudgebots: robozinhos como os chatbots, mas para mudar comportamento e formar novos hábitos (em vez de automatizar atendimento ao consumidor). São duas mensagens por semana, alternando fatos motivadores, sugestões de atividade, mensagens de reforço e interatividade. Capturando as reações dos usuários, com ajuda de Inteligência Artificial, nossos nudgebots são capazes de customizar a comunicação para apoiar mudança de comportamento de quem mais importa. Atuamos com organizações do setor privado e público para melhorar indicadores estratégicos de prevenção de inadimplência ou aumentar o aprendizado de alunos da rede pública.
Em 2014, a MIT Technology Review considerou a MGov como a principal inovação social brasileira liderada por empreendedores de até 35 anos. Hoje, a MGov oferece soluções de impacto para todo o Brasil e para países como Estados Unidos, Alemanha, Costa do Marfim e República Dominicana e está entre as dez startups de impacto social mais importantes pela Época Negócios.
PNUD: Como a narrativa de vocês dialoga com o impacto social do projeto?
A MGov é um negócio social. Isso significa que o impacto está no core (centro) da nossa atividade, e a única maneira de ampliarmos nossa receita é ampliando o número de impactados pelos nossos nudgebots.
O objetivo da MGov é melhorar indicadores estratégicos de prevenção de inadimplência e aumentar o aprendizado de alunos da rede pública. Mais de 800 mil pessoas já foram impactadas pela nossa atuação. Nossas atividades se conectam com três ODS: Educação de Qualidade (ODS 4), Redução da Desigualdade Social (ODS 10) e Consumo e Produção Responsáveis (ODS 12).
Nosso sonho é contribuir para uma sociedade em que as oportunidades básicas são igualmente distribuídas.
PNUD: De acordo com o site MGov, mais de 3 milhões de pessoas já foram impactadas pelo projeto em mais de mil municípios do Brasil. Como superar o desafio de encontrar soluções para públicos em regiões tão distintas?
Apesar de uma diversidade enorme de contextos, em última instância, cada família pobre é diferente, certos problemas da ‘última milha’ costumam ser incrivelmente pervasivos, de Abouaflé, na Costa do Marfim, a Petrolina, no sertão de Pernambuco. Nossos nudgebots usam a tecnologia certa para chegar mesmo aos contextos mais pobres, onde o celular mal pega e os usuários não sabem ler e ainda falam dialetos diferentes. O truque é sempre contar com fortes parceiros locais, seja para a validação dos conteúdos, garantindo que são adequados ao contexto local, seja para a validação dos canais, aplicativo, mensagens de texto ou chamadas de voz, nos idiomas certos para engajar o público-alvo, ou para obter o consentimento e cadastrar os usuários, contando sempre com a capilaridade do cliente, que entende muito bem como chegar lá na ponta, àqueles que mais precisam.
PNUD: Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável fornecem um guia de ações para o alinhamento de iniciativas economicamente viáveis, socialmente positivas e que dialogam com a proteção ambiental do planeta. Como é possível construir negócios que gerem lucro e, ao mesmo tempo, colaborem com o desenvolvimento sustentável do planeta?
É possível se dar bem fazendo o bem. E para atingir os ODS, essa falsa dicotomia precisa ser superada. A ideia de que não é possível fazer as duas coisas ao mesmo tempo é uma péssima aplicação de teoria econômica. Se houvesse livre entrada, isto é, se qualquer indivíduo ou empresa pudesse atuar em qualquer ocupação ou setor, então de fato não poderia ser o caso que uma atividade oferecesse tanto lucros (ou salários) espetaculares quanto impacto social; afinal, se assim fosse, todo mundo se realocaria para essa atividade, pressionando lucros e salários para baixo, até que ficasse indiferente entre essa e qualquer outra atividade. O furo no argumento é que os mercados estão cheios de barreiras à entrada. Quando existem barreiras técnicas, tecnológicas, de capital humano ou financeiras para exercer uma dada atividade, é possível que essa atividade tenha tanto lucro quanto impactos acima de todas as outras. Todo mundo quer estar ali, mas isso não quer dizer que qualquer outro consiga.
Mais do que possível, acreditamos que esse modelo é necessário: na nossa visão, for-profit-for-purpose é o único modelo escalável e sustentável. Primeiro, porque o lucro disciplina a operação. Segundo, em função da sustentabilidade do modelo de impacto. Se você viver de doação, uma hora a doação vai embora, e as perspectivas acabam. Para o impacto ser sustentável, ele precisa ter uma lógica de mercado.
PNUD: Quais os principais desafios dos próximos anos, tendo em conta a Agenda 2030 e os ODS?
O principal desafio para a MGov é escalar nosso impacto, seja dentro do Brasil, seja na África ou nos demais países da América Latina. Temos uma solução com impacto validado: 350% de retorno por real investido no nosso nudgebot de educação financeira e mais de 1000% de retorno por real investido no nosso nudgebot de engajamento de pais. Construímos um excelente produto, agora é hora de construir o mercado para ele.
Para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável até 2030, precisamos de uma visão ambiciosa para que essa escala cresça tão rápido quanto a organização consiga absorver. Para tanto, é fundamental combinar nossa capacidade técnica e compromisso com impacto com o valor adicionado por parceiros estratégicos, capazes de aportar recursos para acelerar essa trajetória de crescimento, ao mesmo tempo que abrem portas nesses novos mercados.
|
Posted: 31 Oct 2018 07:40 AM PDT
Clique para exibir o slide.Zerar o desmatamento na Amazônia é uma das principais contribuições que o Brasil poderá dar à luta contra o aquecimento global. A conclusão é do brasileiro e integrante do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), Paulo Artaxo, que apresentou neste mês (19), no Rio de Janeiro, o novo relatório do organismo. A pesquisa aborda as consequências de uma elevação mundial da temperatura acima dos 1,5º C até 2100. O teto é a aspiração mais ambiciosa do Acordo de Paris.
Em evento realizado no Museu do Amanhã pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), Artaxo alertou que a alteração dos padrões climáticos já é uma realidade em território nacional. “Várias regiões, particularmente o Nordeste brasileiro e o norte de Minas, já sofreram aquecimento entre 2 a 2,5º C”, afirmou o especialista, lembrando dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) sobre o período 1981-2010.
Os valores estão acima do aumento de 1ºC da temperatura global, verificado desde 2015 em levantamentos do serviço meteorológico do Reino Unido. A oscilação mundial é um comparativo com médias dos níveis pré-industriais, antes do início do século XX.
De acordo com Artaxo, a disparidade desse índice em relação aos números do Brasil se deve ao fato de que a média global inclui as variações térmicas nas temperaturas dos oceanos, que se aquecem mais lentamente. Em ecossistemas terrestres, o calor ultrapassa a estimativa geral.
A análise do IPCC compara os impactos ambientais de um aquecimento global a 1,5ºC e a 2ºC até o final do século. Mas segundo o integrante brasileiro do painel, ambas as variações vão se traduzir em elevações mais altas da temperatura no nível nacional e local, com as médias do Nordeste, por exemplo, subindo de 2,5ºC a 3ºC. Previsões do INPE indicam um aumento ainda maior, de 4 até 7º C em diferentes partes do Brasil, num cenário em que os atuais esforços para conter o aquecimento global não fossem ampliados em todo o mundo.
Embora pareça pequena, a diferença de 0,5º C significa mudanças dramáticas para a ocorrência de fenômenos climáticos extremos, perda de biodiversidade, elevação do nível do mar e desenvolvimento econômico.
“Existem regiões do Nordeste onde a precipitação já decaiu 60%. Isso é uma alteração muito significativa para qualquer ecossistema, em particular para uma região semiárida”, acrescentou Artaxo, que também é professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP).
Na avaliação do pesquisador, as tendências de aquecimento e de diminuição das chuvas devem piorar — e o Nordeste corre o risco de se tornar uma zona desértica. O especialista ressalta ainda que as mudanças climáticas devem afetar outras partes do Brasil, como os grandes centros urbanos do Sudeste. Enchentes e estiagens, como a que atingiu São Paulo e deixou o estado em racionamento de água, vão se tornar mais frequentes.
Em nível global, manter a elevação da temperatura dentro do 1,5º C permitiria, por exemplo, salvar de 10% a 30% de todos os recifes de corais. Com o aquecimento a 2º C, essas formações naturais devem desaparecer por completo do planeta. O limite mais restritivo também impediria que o degelo da Antártida se tornasse um fenômeno anual durante o verão. Com o teto menor, os mares subiriam dez centímetros menos do que a 2º C.
Desmatamento na Amazônia
De acordo com o IPCC, restringir o aumento a 1,5º C exigirá, até 2050, uma redução a zero de todas as emissões líquidas de CO2. Atividades humanas que continuassem dispersando gases do efeito estufa teriam de ser compensadas com medidas para absorver gás carbônico, como o reflorestamento.
“Isso vale tanto para não queimar combustíveis fósseis, como petróleo, carvão e gás natural, quanto para reduzir o desmatamento, por exemplo, da região amazônica. Esta tarefa é extremamente urgente porque não temos muito tempo para reduzir estas emissões antes de ocorrer uma catástrofe climática global”, ressaltou Artaxo.
O analista vê desafios consideráveis na implementação dessa agenda de sustentabilidade. Isso porque mesmo com a assinatura do Acordo de Paris, em 2015, as emissões de gás carbônico aumentaram 2% de 2016 para 2017, chegando a 36,8 gigatoneladas anuais. Para alcançar a meta do 1,5º C, seria necessário reduzir o volume de gás carbônico lançado na atmosfera em 45% até 2030 — tendo como base os níveis de 2010.
Os compromissos de cada país signatário do Acordo de Paris tampouco seriam suficientes para conter o aquecimento global — estimado em 2,8º C até 2100 com o cumprimento das atuais promessas.
Sobre o Brasil, Artaxo enfatizou a necessidade de “colocar o desmatamento da Amazônia a zero”, uma das metas do país latino-americano junto ao documento internacional.
“Temos (também) que investir em energia eólica e energia solar particularmente no Nordeste brasileiro. O Brasil tem o compromisso de reflorestar 12 milhões de hectares no Acordo e Paris. Isso também é fundamental se nós quisermos garantir um meio ambiente saudável para a população brasileira”, disse o especialista do IPCC.
“Nós precisamos de políticas públicas sólidas, de governos que tenham políticas de Estado de longo prazo.”
Sustentabilidade nos negócios
Ana Carolina Szklo, diretora de Desenvolvimento Institucional do CEBDS, vê uma conscientização crescente do setor privado sobre a urgência das mudanças climáticas. Segundo a gestora, empresas têm tomado a dianteira e criado sistemas próprios de mitigação e compensação. É o caso de companhias que adotam estratégias de precificação interna de carbono, a fim de identificar departamentos e atividades com maior impacto ambiental.
“A equação (dos negócios) está desequilibrada porque a gente não está ainda internalizando algumas variáveis”, afirma a gestora. Segundo o CEBDS, 16 empresas brasileiras já trabalham com a precificação interna de carbono. Outras 27 declararam que utilizarão esse tipo de metodologia a partir de 2019.
Szklo aponta ainda que a sustentabilidade tem um importante valor de mercado. “Gera lucro e traz dinheiro. É bom para o meio ambiente, para as pessoas e para as empresas”, afirmou.
Também sobre o papel do setor privado no combate ao aquecimento global, o integrante do IPCC, Paulo Artaxo, disse que “construir produtos que possam ter uma durabilidade maior, que usem muito menos matéria-prima e que sejam mais eficientes do ponto de vista do uso de energia é absolutamente estratégico para o futuro do nosso planeta”.
“Do lado empresarial, nós precisamos ter as empresas menos preocupadas com o lucro no próximo balancete e muito mais preocupadas com a sustentabilidade do seu próprio negócio a médio e longo prazo”, concluiu o pesquisador.
|
Posted: 30 Oct 2018 02:55 PM PDT
Michelle Bachelet, alta-comissária da ONU para os Direitos Humanos. Foto: ONU/Jean-Marc Ferré
Em novo pronunciamento sobre o assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi, a chefe de Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, cobrou nesta terça-feira (30) uma investigação independente e internacional do homicídio, descrito como “um crime revoltantemente descarado”. A alta-comissária enfatizou que a autópsia do corpo é uma etapa “crucial” do inquérito. Até o momento, o local onde estaria o cadáver não foi divulgado pela Arábia Saudita.
“A examinação forense, incluindo uma autópsia do corpo da vítima, é um elemento crucial em qualquer investigação de um assassinato, e eu peço com urgência às autoridades sauditas que revelem o paradeiro do seu corpo (de Jamal) sem mais demora ou evasivas”, afirmou Bachelet.
“Para que a investigação seja realizada livre de qualquer suspeita de interferências políticas, o envolvimento de especialistas internacionais, com acesso completo a provas e testemunhas, seria altamente desejável”, acrescentou.
A dirigente lembrou que oficiais seniores do governo saudita teriam participado do crime, ocorrido dentro de um consulado. Na avaliação de Bachelet, isso torna essencial “colocar os parâmetros (da investigação) bem altos, para garantir uma análise completa e a responsabilização das violações de direitos humanos”.
Segundo a alta-comissária, é importante determinar se violações sérias, como tortura, execução sumária e desaparecimento forçado, foram cometidas, além de identificar todos os implicados no crime, independentemente de seus cargos no governo.
A dirigente elogiou as medidas da Turquia e da Arábia Saudita para investigar e processar todos os supostos autores do assassinato, mas reiterou a necessidade de um inquérito independente, imparcial e com participação internacional. Bachelet reiterou seu apelo às autoridades dos dois países para que revelem a verdade completa sobre a morte de Khashoggi.
A alta-comissária pediu ainda que os direitos à verdade e à justiça de sua família, e também do público em geral, sejam plenamente realizados. Segundo o comunicado da dirigente, o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) está a postos para auxiliar nas investigações.
|
Posted: 30 Oct 2018 02:36 PM PDT
Clique para exibir o slide.As pessoas que usam drogas injetáveis costumam ter um ou mais problemas de saúde associados. O uso de drogas e problemas de saúde mental frequentemente coexistem e o uso de drogas pode aumentar o risco de contrair infecções.
Entre as pessoas que usam drogas injetáveis, por exemplo, o risco de infecção por HIV é 22 vezes maior do que na população em geral. As pessoas que usam drogas também são amplamente estigmatizadas e marginalizadas, o que as coloca fora do alcance dos serviços sociais e de saúde.
Em acordo com os esforços da Alemanha em adotar uma abordagem de saúde baseada em pessoas e centrada nos direitos humanos, a organização sem fins lucrativos Fixpunkt começou a oferecer um ambiente seguro para pessoas que usam drogas injetáveis.
A organização oferece uma ampla gama de serviços, incluindo apoio para pessoas que estão em terapia de substituição de opiáceos, aconselhamento para problemas sociais e saúde mental, serviços básicos de saúde, equipamentos de injeção estéril e salas de consumo supervisionado de drogas e assistência profissional em caso de overdose.
Para pessoas que usam drogas injetáveis, locais de consumo supervisionados são uma salvação. Eles também são um ponto de entrada essencial no sistema mais amplo de apoio social e de saúde.
Atualmente, os locais de consumo de drogas supervisionados estão disponíveis em seis dos 15 estados federados da Alemanha. O estado de Baden-Württemberg, por exemplo, acaba de decidir criar disposições legais para permitir que as instalações e a primeira sala de consumo supervisionada sejam abertas na cidade de Karlsruhe.
No entanto, nos outros nove estados, as barreiras legais impedem a prestação desses serviços capazes de salvar vidas. “É necessário mais apoio político e financeiro para alcançar o verdadeiro potencial dos locais de injeção segura”, disse Astrid Leicht, diretora da Fixpunkt.
“Para as pessoas que usam drogas, vivendo em situação de rua, estes são lugares que podem salvar vidas. Essas pessoas frequentemente não têm acesso a serviços médicos, de saúde e outros serviços sociais. Nessas instalações, podem estabelecer contatos e confiança e encontrar ajuda para mudar sua situação”, declarou.
O diretor-executivo adjunto interino do UNAIDS, Tim Martineau, visitou uma das instalações móveis da Fixpunkt no início de outubro (15) para conferir o impacto dos serviços oferecidos.
“Esse é um passo importante para a Alemanha. Ao adotar uma abordagem centrada nas pessoas e garantir que aquelas que usam drogas injetáveis tenham acesso à redução de danos e a outros serviços de saúde, Berlim poderá evitar novas infecções por HIV entre pessoas que usam drogas injetáveis e reduzir os danos relacionados. Mais projetos como Fixpunkt são necessários para garantir que ninguém seja deixado para trás.”
O grande desafio, segundo Martineau, é o fato de não haver instalações ou recursos suficientes para proporcionar horários ideais de funcionamento ou acompanhamento do trabalho de extensão nos bairros e comunidades.
“As decisões em Baden-Württemberg e Karlsruhe são pioneiras. Esperamos que os outros estados e muitas cidades as sigam. Essas instalações salvam vidas e previnem infecções por HIV. Do ponto de vista da saúde pública e da prevenção do HIV, não há uma boa razão para não oferecer salas de consumo supervisionado de drogas”, disse Sylvia Urban, parte do Conselho da Ajuda Alemã contra a AIDS.
Alta demanda no sul da Alemanha e em Bremen
Salas de consumo supervisionadas de drogas são necessárias, por exemplo, em Mannheim, a cidade com o maior número de mortes relacionadas ao uso de drogas em proporção aos habitantes, assim como em Stuttgart, Munique, Nuremberg, Augsburg e Bremen, que têm um alto número de mortes evitáveis relacionadas ao uso de drogas.
O UNAIDS e a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhecem que as instalações supervisionadas de consumo de drogas são uma intervenção particularmente importante. No entanto, no Leste Europeu existem poucas instalações desse tipo e, em alguns países, incluindo na Rússia, praticamente não existem serviços de redução de danos em um contexto de aumento de novas infecções por HIV.
“Instalações de consumo supervisionadas de drogas e programas de redução de danos são componentes cruciais na prevenção do HIV e das hepatites. As ferramentas e intervenções para acabar com as epidemias estão disponíveis, mas muitos governos impedem sua implementação”, disse Sylvia Urban.
“Somente com serviços para minimizar os impactos negativos à saúde do uso de drogas, a epidemia do HIV pode ser interrompida. Para isso, barreiras legais e outras, incluindo o estigma, precisam ser removidas.”
|
Posted: 30 Oct 2018 02:12 PM PDT
<img data-attachment-id="149871" data-permalink=" https://nacoesunidas.org/cepal-alerta-para-pobreza-e-desigualdades-sociais-na-america-central/85__dsc4243-2/" data-orig-file=" https://nacoesunidas.org/wp-content/uploads/2018/10/UN0217774-e1540933708335.jpg" data-orig-size="1024,683" data-comments-opened="0" data-image-meta="{"aperture":" 7.1","credit":"\u00a9 UNICEF\/UN0217774\/Bindra"," camera":"DSC-RX1RM2","caption" :"Brittany plays outside her home in Potrerillos Omoa Cortes, Honduras on May 5 2018.\r\n\r\nIn recent years, an increasing number of children and families from the Northern Triangle countries of Central America \u2013 El Salvador, Honduras and Guatemala \u2013 are migrating northwards through irregular pathways, hoping to resettle in the U.S. Some are fleeing pervasive gang violence in their home communities, while others are trying to escape endemic poverty. Many are hoping to be reunified with family members already living in the U.S. or are looking for better education opportunities. The common thread that joins everyone who sets off on this journey, however, is the hope for a better life. \n\nThe perils of the journey northward are well documented. Children and families without access to safe and legal migration pathways often take dangerous informal routes to reach their destinations. While transiting within the region and through Mexico, migrants from Central America may fall victim to trafficking, exploitation, violence and abuse at the hands of criminals or security forces. Unaccompanied children and women are at even greater risk. Anecdotal evidence suggests that the risk of victimization while in transit is significant. \n\nIf much is known about the risks to migrants traveling northward, relatively scant attention has been paid to what happens to migrants, particularly children and families, if they are detected by the authorities in Mexico or the U.S. and sent back to their countries of origin. There is no available figure on the number of Central American migrants who make it to the U.S. via informal routes because they enter through irregular border crossings to avoid detection by the authorities. However, we do know the number of migrants from Central America who have been detected and returned, and those numbers are steadily increasing. Some 63,523 thousand migrants from Central America, including 10,756 women and children, were returned from the U.S. and Mexic","created_timestamp":" 1525568032","copyright":"\ u00a9 Notice: UNICEF photographs are copyrighted and may not be reproduced in any medium without written permission from authorized","focal_length":" 35","iso":"200&quo
|
|
|
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário