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quarta-feira, 25 de setembro de 2019

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REPERCUSSÃO INTERNACIONAL

Discurso de Bolsonaro na ONU pode isolar o Brasil

Fala do presidente na Assembleia Geral da ONU repercute na mídia externa. Analistas apontam risco de o país ser visto como vilão global na questão ambiental

Discurso de Bolsonaro na ONU pode isolar o Brasil
Declarações de Bolsonaro sobre a Amazônia foram destaque na mídia estrangeira (Foto: Alan Santos/PR)
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O discurso do presidente Jair Bolsonaro (PSL) na Assembleia Geral da ONU repercutiu na imprensa internacional na última terça-feira, 24.
O principal destaque foi dado à fala do presidente brasileiro sobre a Amazônia. O Washington Post destacou que foi a primeira vez que Bolsonaro abordou o tema em cenário mundial, desde que as mais graves queimadas em uma década afetaram a Amazônia neste ano. O jornal destacou a fala de Bolsonaro sobre explorar de forma sustentável a Amazônia e a crítica do presidente brasileiro sobre um suposto interesse de potências estrangeiras em manter índios como “homens das cavernas”.
A publicação, no entanto, destacou que as queimadas na região continuam e que são amplamente atribuídas a madeireiros e fazendeiros, que usam o fogo par abrir espaço para o agronegócio.
“Bolsonaro fez campanha no ano passado com promessas de abrir a Amazônia para o desenvolvimento; as taxas de desmatamento quase dobraram desde que ele assumiu o cargo em janeiro. Em agosto, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais do Brasil detectou mais de 30.000 incêndios na Amazônia, o triplo do número para o mesmo mês em 2018. O governo Bolsonaro descartou os incêndios como sazonais, mas os críticos culparam a negligência da supervisão ambiental. Críticas internacionais e pedidos de intervenção estrangeira irritaram Bolsonaro, que os classificou como ataques à soberania do Brasil”, diz o texto.
A rede britânica BBC destacou a defesa da soberania do Brasil e o fato do presidente descartar elevar o percentual de demarcações de terras indígenas
“O presidente Bolsonaro, que assumiu o cargo em janeiro, questionou repetidamente se esses territórios demarcados – previstos na Constituição brasileira – deveriam continuar existindo, argumentando que seu tamanho é desproporcional ao número de indígenas que vivem lá. Seus planos de abrir esses territórios para mineração, exploração madeireira e agricultura são controversos”, diz o texto da BBC.
O portal americano Politico, foi mais incisivo. Em um artigo intitulado “Dias de ditadores na ONU – com Trump no centro”, a correspondente internacional Nahal Toosi destacou o que chamou de “galeria de ditadores desonestos, estrondosos populistas e pretensos autocratas”, ao falar sobre os discursos programados para o dia.
“Os ativistas de direitos humanos já estão usando o line up de terça-feira para chamar a atenção para o que eles dizem ser um momento perigoso para a liberdade em todo o mundo. […] Muitos deles apontam o dedo para Trump, que deixou de lado o papel tradicional dos presidentes dos EUA em se manifestar a favor da democracia e dos direitos humanos”, diz o artigo.
O correspondente do Guardian para América Latina, Tom Phillips, disse que o discurso de Bolsonaro foi “aparentemente escrito por seus assessores mais radicais de extrema direita” e classificou o discurso como “arrogante”. “Mesmo nos piores pesadelos, não tenho certeza de que diplomatas brasileiros tenham imaginado um discurso #UNGA [sigla em inglês para Assembleia Geral da ONU] de Bolsonaro tão arrogante, tão cheio de bílis e tão verdadeiramente calamitoso para o lugar do Brasil no mundo”, escreveu o correspondente, em sua conta no Twitter.
Phillips também destacou a análise da agência de fact checking “Aos Fatos” que detectou imprecisões e informações falsas no discurso do presidente.
A correspondente da AFP, Diane Jeantet, ironizou o fato de Bolsonaro ter exaltado em seu discurso a missão da ONU liderada pelo Brasil no Haiti. Ela compartilhou uma matéria do ano passado sobre uma desastrosa operação no país, liderada pelo general Augusto Heleno, classificada como um massacre por entidades de direitos humanos.
“O presidente Bolsonaro lembrando a todos na #UNGA sobre as tropas brasileiras no Haiti e seu ‘respeito pelos direitos humanos’. Leia [a matéria]”, escreveu a correspondente.
Em uma abordagem mais pragmática, o analista de política internacional Oliver Stuenkel, professor de Relações Internacionais da Fundação Getulio Vargas, afirmou que a China é a maior beneficiada do discurso do presidente brasileiro, e alertou “que quanto mais isolado o Brasil estiver do Ocidente, onde a sociedade civil o considerará um vilão global durante o restante desta presidência, Pequim aproveitará a oportunidade para aprofundar os laços”.
Stuenkel também compartilhou duas análises suas, publicadas nos jornais Valor El País. Na primeira, destaca que as declarações do presidente “sobre ‘ameaça socialista’ devem ser interpretadas, na Europa, como simplesmente bizarras. Só reforça a percepção de que o governo abraça teorias conspiratórias, faz parecer o governo dominado por radicais” (confira aqui o texto na íntegra).
Na segunda, argumenta que “o discurso de Bolsonaro representa uma vitória acachapante da ala ideológica, liderada por Eduardo Bolsonaro e Olavo de Carvalho, sobre o grupo neoliberal, liderado pelo ministro Paulo Guedes” (confira aqui o texto na íntegra).
O Comitê de Proteção aos Jornalistas (CPJ), organização com sede nos EUA que promove a liberdade de imprensa no mundo, destacou os ataques de Bolsonaro à mídia.
“No #Brasil, o presidente @jairbolsonaro está dificultando muito a vida dos jornalistas. Ministros, apoiadores e sua família têm seguido sua liderança, atacando e bloqueando repórteres nas redes sociais, ameaçando meios de comunicação e chamando-os de ‘notícias falsas’”, alertou a organização.
Uma ação tomada por Roberto Castello Branco, secretário de Relações Internacionais do Ministério do Meio Ambiente ilustra o alerta da CPJ. O caso foi noticiado pela Folha de S.Paulo. Na última terça-feira, 24, estava prevista a participação do ministro Ricardo Salles em uma sessão da Cúpula do Desenvolvimento Sustentável do Fórum Econômico Mundial, em Nova York, onde também ocorre a Assembleia Geral da ONU.
Porém, após o início do evento, o público foi informado que o ministro não compareceria porque tinha sido convocado por Bolsonaro para outro compromisso. O ministro, então foi representado por Roberto Castello Branco no evento. Uma jornalista da Folha perguntou a justificativa da ausência do ministro. O secretário, então, respondeu que “a agenda do ministro é privada e ele não tem que justificar nada”. Em seguida, pediu que a jornalista fosse retirada da sessão.
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2 OPINIÕES

  1. Selma Carvalho
    Ele falou o que tinha que ser falado. A Amazônia vem “intacta” esses anos todo e o clima só piora, mas, agora o planeta vai entrar em colapso por conta da Amazônia. Façam o favor…… Pesquisas apontam que os corais no Havaí sofrem com os bloqueadores. Vamos proibir os surfistas de usar, ou melhor, proibir o turismo lá. As cápsulas de café na grande maioria não são recicláveis. As fraldas descartáveis (adulto e criança) são um problema serio para o planeta. Uma criança usa na sua fase infantil mais de 3.500 fraldas que leva mais de 500 anos para degradar. Vamos falar para as mães que não podemos mais usar para salvar o planeta? A pressão em cima do Bolsonaro é grande porém o problema é econômico e não ambiental. Infelizmente os Brasileiro estão prestes a perder a única chance de realmente ser uma nação. C’est lá vie!
  2. Fábio Rossano Gugik
    Creio que a IMPRENSA, sim, é que tem que repensar em suas palavras, poiis o BRASIL, atrav´pes de vários anos, tem sim, se deixado levar por autoridade e imposição de outros Países, que se dizem autônomos e independentes, … bela falácea…..
    Porque então MACRON da França não conserta seus vários “COLETES AMARELOS” ???
    Porque então a Índia não controla sua poluição, após a CHINA???
    Porque então tem sim gente que se diz inteligente e quer mandar no PAÍS chamado BRASIL ???
    O BRASIL È DOS BRASILEIROS, NÃO É PULMÃO DO MUNDO NÃO !!!
    VAMOS RESPEITAR SIM A INDEPENDÊNCIA, VAMOS RESPEITAR SIM A SOBERANIA !!!
    CONCORDO COM BOLSONARO EM GÊNERO, NÚMERO E GRAU !
    AFINAL O BRASIL È NOSSO !
    SE NÃO DERMOS VALOR E NÃO CUIDARMOS DELE, NÃO SÃO OS OUTROS QUE ASSIM O FARÂO !
    E SE ALGUÉM ESTÁ CONTRA, QUE SE CANDIDATE AO CARGO DE PRESIDENTE, VENÇA AS ELEIÇÕES, E QUE MUDE !
    Após isso sim, pode fazer o que quiser.
    Chega de corrupção, chega de falcatruas e de ladroagem !
    MITO !!!
    MITO !!!
    MITO !!!
    A VERDADE DÓI A QUEM NÃO ESTÁ CONTENTE, afinal só reclama quem perde……….

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