Boletim diário da ONU Brasil: “Paralelamente à cúpula do clima, Trump pede proteção da liberdade religiosa” e 10 outros.
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seg, 23 de set 18:54 (há 23 horas)
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Posted: 23 Sep 2019 02:02 PM PDT
O secretário-geral da ONU, António Guterres, e o presidente norte-americano, Donald Trump, participam de encontro sobre liberdade religiosa em Nova Iorque. Foto: ONU/Manuel Elias
Enquanto líderes globais se reuniam na sede da ONU nesta segunda-feira (23) para apresentar seus planos de combate às mudanças climáticas, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, destacou a necessidade de salvaguardar a liberdade religiosa em todo o mundo.
Trump explicou que a liberdade de religião é consagrada na Constituição dos EUA e protegida pela Declaração de Direitos, o nome dado às 10 primeiras emendas à Constituição norte-americana.
“Lamentavelmente, a liberdade religiosa de que gozam os cidadãos norte-americanos é rara no mundo. Aproximadamente 80% da população mundial vive em países onde a liberdade religiosa é ameaçada, restrita ou mesmo proibida”, afirmou.
Uma fanfarra foi tocada quando Trump e o secretário-geral da ONU, António Guterres, entraram na sala de conferências, com a presença do vice-presidente norte-americano, Mike Pence, do secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, e da embaixadora do país na ONU, Kelly Craft.
Para o chefe da ONU, é “totalmente inaceitável” que as pessoas enfrentem discriminação religiosa no século 21.
Guterres disse lamentar ver um número crescente de pessoas sendo humilhadas publicamente, assediadas e atacadas por causa de sua religião ou crença.
“Judeus foram assassinados em sinagogas, suas lápides desfiguradas com suásticas; muçulmanos foram mortos a tiros em mesquitas, seus locais religiosos vandalizados; cristãos foram mortos durante a missa, suas igrejas incendiadas. E em muitos lugares do mundo, comunidades inteiras foram alvo por causa de sua fé — inclusive em lugares onde essas comunidades existem há séculos, se não há milênios”, disse ele.
O secretário-geral da ONU lembrou duas iniciativas recentes das Nações Unidas para intensificar a ação contra a intolerância religiosa. Elas buscam abordar as causas do discurso de ódio e apoiar os esforços para proteger locais religiosos e casas de culto.
“A melhor maneira de promover a liberdade religiosa internacional é unindo nossas vozes para o bem, combatendo mensagens de ódio com mensagens de paz, abraçando a diversidade e protegendo os direitos humanos em todos os lugares”, afirmou.
Trump exortou os países a acabar com a perseguição religiosa, revogar leis que restringem a liberdade de religião e crença e aumentar a responsabilização por crimes contra comunidades religiosas, entre outras medidas.
Seu governo destinará 25 milhões de dólares adicionais para proteger a liberdade religiosa, locais religiosos e relíquias. Outras medidas a serem tomadas incluem o estabelecimento de uma Aliança Internacional pela Liberdade para enfrentar a perseguição religiosa e a nomeação de um enviado especial para monitorar o anti-semitismo.
Três pessoas — uma cristã do Irã, um rabino judeu do Iêmen e a filha de um economista da minoria muçulmana uigur da China — foram convidadas a abordar como a intolerância religiosa afetou suas vidas.
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Posted: 23 Sep 2019 01:21 PM PDT
Vulcão na Costa Rica, país que venceu venceu prêmio ambiental da ONU na categoria Liderança Política. Foto: pixabay/InfiniteThought (CC)
A Costa Rica recebeu o prêmio Campeões da Terra de 2019, o maior prêmio ambiental da ONU, por seu papel na proteção da natureza e seu compromisso com políticas ambiciosas para o combate às mudanças climáticas.
A ONU Meio Ambiente reconheceu o país centro-americano na categoria Liderança Política, por seu plano detalhado para descarbonizar a economia até 2050. A iniciativa vai ao encontro das diretrizes do Acordo de Paris para o clima e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
A expectativa é de que a Costa Rica sirva de modelo para que outros países reduzam as emissões que causam a rápida e desastrosa mudança climática. Para a ONU Meio Ambiente, ao colocar as preocupações ambientais no centro das políticas, o plano costarriquenho mostra que a sustentabilidade é economicamente viável.
“A Costa Rica tem sido pioneira na proteção da paz e da natureza, e é também um exemplo para toda sua região e para o mundo”, disse Inger Andersen, diretora-executiva da ONU Meio Ambiente.
“A mudança climática exige ação urgente e transformadora de todos. Com seus planos ambiciosos para descarbonizar a economia, a Costa Rica está enfrentando esse desafio. As emissões globais estão atingindo níveis recordes e devemos agir agora e avançar para economias mais limpas e resilientes”, acrescentou.
A necessidade de uma ação global urgente sobre mudanças climáticas é salientada na Cúpula de Ação Climática, realizada em Nova Iorque nesta segunda-feira (23). O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu aos líderes mundiais, empresas e sociedade civil ideias concretas sobre como reduzir as emissões em até 45% na próxima década e zerar as emissões até 2050, em linha com o Acordo de Paris e os ODS.
O Plano Nacional de Descarbonização da Costa Rica foi divulgado em fevereiro e inclui metas ousadas de médio e longo prazo para transformar o transporte, a energia, a geração de resíduos e o uso da terra. O objetivo é alcançar emissões líquidas zero até 2050, o que significa que o país não produzirá mais emissões do que aquelas que puder compensar por meio de ações como a manutenção e expansão de suas florestas.
Mais de 98% da energia da Costa Rica é renovável e sua cobertura florestal é superior a 53%, após um meticuloso trabalho para reverter décadas de desmatamento. Em 2017, o país bateu um recorde de 300 dias movido apenas a energia renovável. O objetivo é atingir 100% até 2030. Espera-se que 70% de todos os ônibus e táxis do país sejam elétricos até 2030, com total eletrificação projetada para 2050.
O papel inovador da Costa Rica na promoção de tecnologias limpas e sustentáveis é ainda mais notável diante do fato de que o país de cerca de 5 milhões de pessoas produz apenas 0,4% das emissões globais.
“Receber o prêmio Campeões da Terra em nome da Costa Rica, de toda sua população, das gerações passadas que protegeram o meio ambiente e das gerações futuras, me enche de orgulho e emoção pelo que a Costa Rica alcançou e pelo que podemos continuar fazendo. Podemos alcançar ainda mais. Me sinto muito orgulhoso de ser costarriquenho”, disse o presidente Carlos Alvarado Quesada.
“Cerca de 50 anos atrás, o país começou a avançar uma série de políticas ambientais inovadoras porque o paradigma do desenvolvimento sustentável está muito presente no DNA dos costarriquenhos. O plano de descarbonização consiste em manter uma curva ascendente em termos de crescimento econômico do emprego e, ao mesmo tempo, gerar uma curva descendente no uso de combustíveis fósseis, a fim de parar de poluir. Como vamos conseguir isso? Por meio de transportes públicos limpos, cidades inteligentes e resilientes, gestão de resíduos; agricultura sustentável e melhor logística”, disse ele.
O Prêmio Campeões da Terra reconhece as credenciais sustentáveis da Costa Rica e também destaca a necessidade urgente de encontrar soluções para a mudança climática. No ano passado, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) descobriu que limitar o aquecimento global a 1,5° C exigiria mudanças sem precedentes para reduzir as emissões de carbono em 45% em relação aos níveis de 2010 até 2030, atingindo a neutralidade de emissões por volta de 2050.
O Campeões da Terra é o principal prêmio ambiental global das Nações Unidas. Foi criado pela ONU Meio Ambiente em 2005 para homenagear indivíduos de destaque cujas ações tiveram impacto positivo e transformador para o meio ambiente. De defensores ambientais a desenvolvedores de tecnologia, estas pessoas estão fazendo a diferença na proteção do nosso planeta para as próximas gerações.
A Costa Rica está entre os cinco Campeões da Terra este ano. As outras categorias são Visão Empreendedora e Ciência e Inovação. Os vencedores de 2019 serão homenageados durante a 74ª Sessão da Assembleia Geral da ONU, em 26 de setembro de 2019, em Nova Iorque. Também serão homenageados no evento sete jovens empreendedores entre 18 e 30 anos, que levarão para casa o cobiçado prêmio Jovens Campeões da Terra.
Os vencedores anteriores da região incluem Michelle Bachelet, ex-presidente do Chile e atual chefe de direitos humanos das Nações Unidas, por sua excelente liderança na criação de áreas marinhas protegidas e no impulso às energias renováveis (2017); Izabella Teixeira, ex-ministra do Meio Ambiente do Brasil por sua liderança visionária e papel fundamental na reversão do desmatamento da Amazônia (2013); e José Sarukhán Kermez, ecologista mexicano, por uma vida de liderança e inovação na conservação da biodiversidade no México e no mundo (2016).
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Posted: 23 Sep 2019 11:55 AM PDT
Impacto das mudanças climáticas é ainda maior entre grupos mais vulneráveis, como pessoas vivendo com HIV. Foto: ONU/Eskinder Debebe
Em meio à Cúpula de Ação Climática das Nações Unidas, que ocorre em Nova Iorque, fica evidente que a mudança climática afeta todos os países e continentes. Mas, frequentemente, o impacto é maior em regiões já afetadas por outros desafios e que têm grande número de grupos vulneráveis, incluindo pessoas vivendo com HIV.
Quando o ciclone Idai atingiu em março a cidade de Beira, em Moçambique, chuvas e ventos fortes causaram inundações repentinas, centenas de mortes e danos generalizados a residências e infraestruturas. Em 19 de março, a estimativa era de que 100 mil pessoas precisassem de resgate. As telecomunicações foram interrompidas e todos os 17 hospitais e clínicas de saúde sofreram graves danos.
Teria sido um golpe devastador em qualquer lugar, mas foi ainda maior na província de Sofala, onde cerca de um em cada seis adultos vive com HIV. Quando as águas subiram, muitas pessoas tiveram seus medicamentos levados pela enchente.
Menos de seis semanas depois, em 25 de abril, o ciclone Kenneth atingiu o norte de Moçambique. No geral, as inundações catastróficas das duas tempestades afetaram cerca de 2,2 milhões de pessoas em Malauí, Moçambique e Zimbábue.
Temperaturas mais quentes e elevação do nível do mar estão contribuindo para o aumento da intensidade e capacidade destrutiva de furacões e ciclones tropicais, como Idai e Kenneth, em muitos países já propensos a eventos climáticos extremos.
Quando o furacão Kenneth atingiu o Zimbábue, a diretora interina do UNAIDS, Mumtaz Mia, disse que sua prioridade era garantir que as pessoas vivendo com HIV, incluindo mulheres grávidas registradas em programas de prevenção da transmissão vertical, pudessem acessar o tratamento.
“No Zimbábue, onde as emergências não são um fenômeno novo, as pessoas que vivem com o HIV ficam abandonadas quando seus remédios são levados pela água”, disse.
Após o ciclone, Mia e sua equipe se reuniram com representantes de governo, sociedade civil, doadores e outros parceiros para discutir a resposta. Eles rapidamente garantiram que as necessidades específicas das pessoas vivendo com HIV fossem incorporadas em operações de ajuda humanitária.
Isso abrangeu a coordenação com parceiros, incluindo copatrocinadores do UNAIDS, Ministério da Saúde e Assistência à Criança do país e Conselho Nacional de AIDS, para garantir a distribuição de medicamentos antirretrovirais e preservativos, pacotes de alimentos para pessoas vivendo com HIV e de segurança durante o parto. Eles também estabeleceram avaliações para atender às necessidades adicionais de saúde e HIV relacionadas ao desastre.
No Malauí, o ciclone Idai afetou quase 1 milhão de pessoas e forçou mais de 100 mil a fugirem de suas casas. Muitas pessoas atingidas pela tempestade em Moçambique cruzaram a fronteira em busca de comida e abrigo.
Para as pessoas vivendo com HIV, as preocupações com saúde e acesso a medicamentos agravaram uma situação que já era difícil. Para muitos, o primeiro pensamento foi economizar e não comprar a medicação.
“Quando as inundações chegaram, minha casa foi destruída. Mas consegui pegar minha sacola plástica, onde guardo meus remédios antirretrovirais, porque eles são um dos meus bens mais preciosos”, disse Sophia Naphazi.
Elizabeth Kutendi disse que seus remédios estavam seguros apenas porque ela os armazena no telhado de casa.
Ambas as mulheres encontraram segurança em Bangula, um assentamento no sul do Malauí que ofereceu refúgio a milhares de pessoas deslocadas das aldeias vizinhas. A pequena clínica do assentamento forneceu aconselhamento e testagem, reabastecimento de medicamentos e apoio psicossocial.
Em outras partes da África, a ausência de chuvas é o principal desafio para muitas pessoas, causando secas severas e interrompendo o acesso a serviços essenciais, como cuidados de saúde. A África Austral teve apenas duas estações agrícolas favoráveis desde 2012. Angola, Botsuana, Lesoto e Namíbia declararam a estiagem como um desastre.
A competição por recursos que foram esgotados pela seca no Chifre da África levou a conflitos, tornando mais difícil alcançar os grupos de pessoas que precisam de assistência de emergência, incluindo assistência médica. Muitos não têm escolha a não ser fugir para os centros urbanos, pressionando cada vez mais os prestadores de serviços. À medida que as condições se deterioram, pode haver migração em larga escala.
“A mudança climática é uma ameaça para todos nós”, disse Gunilla Carlsson, diretora executiva interina do UNAIDS. “Mas os grupos de pessoas vulneráveis, incluindo pessoas vivendo com HIV e afetadas pelo vírus, estão particularmente expostas ao aumento da intensidade de eventos climáticos extremos que acontecem em áreas do mundo onde os mecanismos de enfrentamento já estão desgastados.”
“A mudança climática, agora, deve ser considerada um dos desafios mais significativos para a saúde e o bem-estar das pessoas.”
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Posted: 23 Sep 2019 11:30 AM PDT
Edifícios em Punta Pacifica, Cidade do Panamá, Panamá. Foto: Gerardo Pesantez/Banco Mundial
Bancos que somam mais de 47 trilhões de dólares em ativos, ou um terço da indústria financeira global, assinaram no domingo (22) os novos princípios de responsabilidade bancária da ONU, em um importante impulso à ação climática e a uma migração para modelos de crescimento econômico sustentável.
De acordo com os novos princípios, lançados um dia antes da Cúpula do Clima em Nova Iorque, os bancos se comprometeram a alinhar estrategicamente seus negócios com os objetivos do Acordo de Paris para o clima e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), além de ampliar a escala de suas contribuições para o alcance das duas agendas.
“Os Princípios da ONU de Responsabilidade Bancária são um guia para que a indústria bancária global responda, impulsione e se beneficie de uma economia de desenvolvimento sustentável”, afirmou o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, durante o evento de lançamento. Segundo ele, os princípios também “criam um sistema de prestação de contas que gera responsabilidade e ambição que podem impulsionar a ação”.
Ao assinar o documento, os bancos se comprometem a ampliar seus impactos positivos, ao mesmo tempo em que reduzem os negativos, além de gerir os riscos de seus produtos e serviços tendo em vista as pessoas e o meio ambiente.
“A resposta de vocês, como líderes de negócios, (a esses desafios) pode ser um momento definidor para nossos objetivos globais. Somente a cooperação entre o público e o privado pode realizar o desenvolvimento sustentável”, disse Guterres.
Ele desafiou os 130 signatários e mais de 45 de seus presidentes-executivos, reunidos para o evento, a não apenas alinhar seus objetivos de negócio aos ODS, mas também a apoiar a igualdade de gênero, a investir na ação pelo clima e a interromper os investimentos em combustíveis fósseis e poluentes de maneira geral.
“Vamos depender de vocês para ampliar a escala de financiamento para negócios que estimulem o crescimento verde”, disse o secretário-geral da ONU, acrescentando: “façam suas apostas na economia verde, não na economia cinza, porque a economia cinza não tem futuro”.
Seguindo a mesma linha, Inger Andersen, diretora-executiva da ONU Meio Ambiente, disse aos banqueiros: “quando o sistema financeiro transfere seu capital de investimentos marrons e de alto consumo de recursos para aqueles que respaldam a natureza como uma solução, todos e todas saem ganhando no longo prazo”.
Os Princípios foram desenvolvidos por um grupo central de 30 bancos fundadores por meio de uma parceria global inovadora entre instituições financeiras e Iniciativa Financeira da ONU Meio Ambiente.
Apesar de as ações contra as mudanças climáticas estarem crescendo, ainda estão longe do que precisamos para alcançar a meta de aquecimento limite de 1,5 °C do Acordo do Paris. Enquanto isso, a biodiversidade continua a diminuir a taxas alarmantes e a poluição rouba milhões de vidas a cada ano.
Com esse pano de fundo, a ONU Meio Ambiente afirmou que mais ambição, respaldada por uma transformação radical nos investimentos do setor privado, é necessária para enfrentar esses desafios e assegurar que a humanidade viva de forma a garantir um compartilhamento equitativo dos recursos dentro das fronteiras planetárias.
Os setores privado e bancário podem se beneficiar de seus investimentos nessa transição. Estima-se que a implementação dos ODS possa destravar 12 trilhões de dólares em economia de custos e geração de receitas anualmente, criando mais de 380 milhões de empregos até 2030.
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Posted: 23 Sep 2019 11:10 AM PDT
Patagônia chilena – Foto: LuisValiente/Pixabay
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) divulga, no dia 25 de setembro, o Relatório Especial sobre Mudanças Climáticas, Oceanos e Criosfera. O estudo está sendo analisado ao longo desta semana durante a 51ª sessão do Painel, realizada no Principado de Mônaco.
Mais de 100 cientistas de 30 países estão avaliando os processos físicos e os impactos das mudanças climáticas nos ecossistemas de oceanos, regiões costeiras, polares e montanhosas e como as comunidades dependem deles. As vulnerabilidades e as capacidades de adaptação também serão avaliadas, assim como opções para o desenvolvimento de caminhos de resiliência climática.
A palavra criosfera (do grego “kryos”, que significa frio ou gelo) descreve os componentes congelados do sistema terrestre, incluindo neve, glaciares, bancos e plataformas de gelo, icebergs e mares congelados, gelo em lagos e rios assim como geleiras e terrenos que congelam sazonalmente.
Para ter acesso ao material embargado e participar da coletiva de imprensa, veículos de mídia devem se credenciar para a coletiva de imprensa, que será transmitida ao vivo. Para receber o material embargado, é necessário marcar a opção “embargo” no registro online.
Jornalistas interessados devem se registrar no site do IPCC : https://apps.ipcc.ch/eventmanager/press/register.php
Informações detalhadas sobre o credenciamento, transmissão ao vivo da coletiva de imprensa e como pedir entrevistas podem ser encontradas aqui.
Mais informações Assessoria de Imprensa do IPCC Email: ipcc-media@wmo.intJonathan Lynn, + 41 22 730 8066 Werani Zabula, + 41 22 730 8120 Nina Peeva, + 41 22 730 8142
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Posted: 23 Sep 2019 10:45 AM PDT
Vista da Assembleia Geral durante abertura da Cúpula da Ação do Clima 2019, em 23 de setembro. Foto: ONU/Loey Felipe
Falando no início da Cúpula de Ação Climática das Nações Unidas nesta segunda-feira (23), em Nova Iorque, a aclamada ativista Greta Thunberg, de 16 anos, não poupou críticas aos líderes mundiais, dizendo que eles não estão sendo capazes de ver a realidade como ela é no que se refere às mudanças do clima.
Ela acrescentou, sem rodeios: “vocês estão falhando conosco, mas os jovens estão começando a entender sua traição”. “Os olhos de todas as gerações futuras estão em vocês, e se vocês escolherem falhar, eu digo que nunca os perdoaremos.”
Thunberg falava diretamente a dezenas de chefes de Estado e de governo, líderes empresariais e representantes da sociedade civil de todo o mundo, que se reúnem no evento de um dia na sede da ONU com o objetivo de prometer medidas de longo alcance para combater as mudanças climáticas.
A preparação para a cúpula incluiu o mais recente relatório científico sobre o aquecimento global potencialmente catastrófico, protestos sem precedentes para a ação climática e uma onda constante de pressão do secretário-geral da ONU, que exigiu que os líderes mundiais viajassem a Nova Iorque com “mais ousadia para ação e muito maior ambição”.
Ao iniciar a cúpula, ele acrescentou: “já conversamos bastante. Esta não é uma cúpula de negociação climática. Não dá para negociar com a natureza. Esta é uma cúpula de ação climática.”
Guterres reiterou a urgência e a importância da situação, descrevendo as mudanças climáticas provocadas pelo homem como uma ameaça existencial e alertando que, “se não mudarmos urgentemente nosso modo de vida, comprometeremos a própria vida”. Ele insistiu estar esperançoso de que esse enorme desafio global será superado.
O fato de tantos governos, cidades e empresas terem participado da Cúpula com compromissos climáticos aprimorados foi um testemunho, disse o secretário-geral, de sua liderança e investimento em um futuro verde. E as soluções e a tecnologia já existem, acrescentou ele, para lidar com mais de 70% das emissões atuais.
No entanto, essas soluções precisam ser implementadas, e isso exige “transformações fundamentais em todos os aspectos da sociedade”, especialmente na forma com a qual cultivamos os alimentos, utilizamos a terra, impulsionamos nosso transporte e nossas economias. O chefe da ONU solicitou o fim dos subsídios aos combustíveis fósseis e que os países transfiram os impostos aplicados no consumo e nos salários para as emissões de carbono.
Para além do Acordo de Paris
Durante o dia, os delegados explicaram o que estavam fazendo para se adaptar melhor às mudanças climáticas e reduzir as emissões e melhorar os compromissos que todos assumiram no âmbito do acordo climático de Paris, em 2015.
O presidente do Chile, Sebastián Piñera, anunciou a criação de uma “Aliança de Ambição Climática”, reunindo países comprometidos com ações aprimoradas até 2020 e que trabalhem para alcançar zero emissões líquidas de dióxido de carbono até 2050. Este último grupo compreende 65 países, 10 regiões, 102 cidades, 93 empresas e 12 investidores.
Para afastar o mundo de sua atual dependência de combustíveis fósseis, a Aliança para o Abandono do Carvão foi expandida para incluir 30 países, 22 Estados ou regiões e 31 empresas comprometidas em detectar a construção de novas usinas de carvão em 2020 e rapidamente realizar a transição dessas unidades para a energia renovável.
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Posted: 23 Sep 2019 09:56 AM PDT
Livro “Entre-lugares” recebeu apoio da ONU e retrata a vida de homens e mulheres migrantes que tiveram como destino o Brasil. Foto: Divulgação.educ
Entre jornalismo e literatura – narrações sobre migração e refúgio
Livro “Entre-lugares”, lançado na quinta-feira (19) em Belo Horizonte pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-Minas), contou com o apoio do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e apresenta relatos de homens e mulheres migrantes que tiveram como destino o Brasil.
Com narrativas que mesclam literatura e jornalismo, a obra aborda a jornada de pessoas migrantes nascidas no Peru, Palestina, Argentina, Haiti, Bolívia, China, República Democrática do Congo, Líbano e Síria.
Entre as histórias está a de Maha Mamo e Souad Mamo – nascidas no Líbano, porém sem pátria – que se refugiaram no Brasil. As irmãs foram as primeiras pessoas reconhecidas como apátridas na história brasileira, tendo conquistado a nacionalidade brasileira em 2018.
Maha Mamo e a irmã foram as primeiras pessoas reconhecidas como apátridas na história brasileira. Foto: PUC-Minas.
A obra é das jornalistas Paula Dornelas e Roberta Nunes, e organizada por Duval Fernandes e Maria da Consolação Gomes de Castro, professores da PUC Minas. Cada capítulo conta com pinturas da artista Yanaki Herrera e fotografias de Luiza Gontijo.
O livro foi produzido ao longo de dois anos, com objetivo de contribuir para a visibilidade de pessoas migrantes e refugiadas e dos contextos sociais, culturais, políticos e econômicos de seus países de origem, bem como para abordar aspectos do acolhimento a migrantes e as políticas públicas voltadas para esse público no Brasil.
Entre-lugares recebeu apoio do Curso de Serviço Social por meio Grupo Interdisciplinar de Pesquisa e Extensão Direitos Sociais e Migração (GIPE-DSM) e do Programa de Pós-Graduação em Geografia por meio do Grupo Distribuição Espacial da População (GEDEP), ambos da PUC Minas. O Fundo de População da ONU também colaborou com a realização do material.
A primeira edição do livro impresso foi distribuída gratuitamente no dia do lançamento (19), na PUC Minas.
Imagens da migração
O evento de lançamento contou com exposição das fotografias e pinturas contidas na obra. A fotógrafa Luiza Gontijo (assistente social) acompanhou e fotografou entrevistas e encontros realizados com os migrantes e refugiados ao longo dos últimos anos.
A artista visual Yanaki Herrera também ilustrou, porém em tinta à óleo, as histórias contidas no livro. O trabalho resultou na série de pinturas Senderos, que também será exposta durante o lançamento de Entre-lugares.
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Posted: 23 Sep 2019 09:56 AM PDT
O secretário-geral da ONU visita o assentamento de Mandruzi, em Moçambique. Foto: ONU/Eskinder Debebe
Os desafios globais de nosso tempo demandam soluções globais, e devemos demonstrar continuamente os méritos da cooperação multilateral, afirmou o secretário-geral da ONU, António Guterres, nesta segunda-feira (23), ao lançar o relatório anual de 2019 das Nações Unidas.
O relatório de 120 páginas documenta o progresso da Organização no ano passado no que se refere a desenvolvimento sustentável, paz e segurança; desenvolvimento da África, direitos humanos, assistência humanitária, direito internacional, desarmamento e prevenção ao crime, juntamente à luta contra o terrorismo.
“Os desafios globais exigem soluções globais”, afirmou o secretário-geral da ONU na introdução do relatório. “Não basta proclamar a virtude do multilateralismo; precisamos provar seu valor agregado”, enfatizou, destacando que os graves desafios do mundo exigem atenção que nenhum Estado-membro ou organização pode resolver sozinho, especialmente no que se refere aos riscos decorrentes das mudanças climáticas.
O Relatório de 2019 sobre o Trabalho da Organização tem como objetivo estabelecer um novo padrão de transparência e responsabilidade na ONU, oferecendo aos leitores uma nova perspectiva sobre o estado do mundo e como a ONU está alcançando seus objetivos, através de resultados concretos.
O secretário-geral afirmou que o ano passado ilustra o que o Sistema ONU “pode realizar quando trabalhamos juntos e o que precisamos fazer para gerar mais progresso”.
Com a ajuda da ONU, foram mobilizados no ano passado 15 bilhões de dólares para assistência humanitária a 133 milhões de pessoas necessitadas, e mais de 40 missões e escritórios políticos e de manutenção da paz trabalharam para promover a paz e evitar conflitos.
Além disso, a Organização reformulou todo seu sistema de desenvolvimento para que 33 bilhões de dólares em ajuda, a 165 países, pudessem ser mais bem entregues. No ano passado, o chefe da ONU lançou uma nova agenda para o desarmamento, e pelo menos 600 milhões de pessoas foram alcançadas através de uma campanha comemorativa do 70º aniversário da histórica Declaração Universal dos Direitos Humanos.
No entanto, o aumento da desigualdade, eventos climáticos extremos, perda de biodiversidade, aumento da violência contra mulheres e meninas e pobreza generalizada continuam a tornar a assistência humanitária essencial, disse o secretário-geral.
Quando a Organização se aproxima do seu 75º aniversário no próximo ano, Guterres disse que “através dessas diversas circunstâncias” ele viu “um fio comum: uma profunda convicção de pessoas de todo o mundo, de que as Nações Unidas devem cumprir seus ideais”.
Guterres declarou que o ano passado apenas reforçou sua convicção de que “não há outra maneira de enfrentar os desafios globais, além de agir coletivamente”.
“O compromisso com essa visão é necessário agora mais do que nunca”, ele insistiu. Mais de 100 colegas da ONU contribuíram para o relatório, disponível em todos os seis idiomas oficiais.
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Posted: 23 Sep 2019 08:53 AM PDT
Tijjani Muhammad-Bande, presidente da 74ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, discursa na reunião de alto nível sobre Cobertura Universal de Saúde. Foto: ONU/Kim Haughton
Líderes mundiais adotaram nesta segunda-feira (23) uma Declaração Política de Alto Nível das Nações Unidas sobre cobertura universal de saúde, o conjunto mais abrangente de compromissos já adotado sobre o tema.
“Esta declaração representa um marco para a saúde e o desenvolvimento global”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS). “O mundo tem 11 anos para cumprir seus objetivos de desenvolvimento sustentável. A cobertura universal de saúde é essencial para garantir que isso aconteça.”
Ele acrescentou que “a cobertura universal de saúde é uma escolha política: hoje os líderes mundiais sinalizam sua prontidão para fazer essa escolha. Eu os cumprimento.”
A declaração ocorre um dia após a OMS e seus parceiros sinalizarem a necessidade de duplicar a cobertura de saúde entre agora e 2030 sob o risco de deixar até 5 bilhões de pessoas incapazes de acessar os serviços de saúde.
Ao adotar a declaração, os Estados-membros da ONU se comprometeram a avançar em direção à cobertura universal de saúde, investindo em quatro áreas principais em torno da atenção primária.
Isso inclui mecanismos para garantir que ninguém sofra dificuldades financeiras por ser obrigado a pagar cuidados de saúde com dinheiro do próprio bolso e implementar intervenções de saúde de alto impacto para combater doenças e proteger a saúde de mulheres e crianças.
Além disso, os países devem fortalecer a força de trabalho e a infraestrutura de saúde e reforçar a capacidade de governança. Eles reportarão seu progresso à Assembleia Geral da ONU em 2023.
“Agora que o mundo se comprometeu com a saúde para todos, é hora de começar o trabalho duro de transformar esses compromissos em resultados”, disse Melinda Gates, co-presidente da Fundação Bill & Melinda Gates.
“Todos temos um papel a desempenhar. Doadores e governos dos países precisam ir além dos negócios como de costume para reforçar os sistemas de atenção primária à saúde que atendem a maioria das necessidades das pessoas ao longo da vida”, disse Melinda.
Na terça-feira (24), a OMS e outras 11 organizações multilaterais, que coletivamente canalizam um terço da assistência ao desenvolvimento em saúde, lançarão seu Plano de Ação Global para saúde e bem-estar para todos. O plano garantirá que os 12 parceiros forneçam um apoio mais otimizado aos países para ajudar a oferecer cobertura universal de saúde e alcançar as metas dos ODS relacionados ao tema.
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Posted: 23 Sep 2019 08:28 AM PDT
Sede das Nações Unidas em Nova Iorque. Foto: ONU/Manuel Elias
O Secretariado das Nações Unidas adotou um novo Plano de Ação pelo Clima para os próximos dez anos que pretende transformar suas operações para atingir 45% de redução de emissões de gases de efeito estufa e 80% de uso de energia elétrica de fontes renováveis.
O plano foi adotado pouco antes da Cúpula de Ação pelo Clima, que está sendo realizada pelo secretário-geral da ONU para incentivar metas globais mais ambiciosas e aumentar significativamente as ações para limitar as mudanças climáticas.
As operações globais do Secretariado da ONU representam aproximadamente 58% das emissões de gases de efeito estufa reportadas pelo Sistema ONU, de acordo com o mais recente relatório “Greening the Blue”, que apresenta ações ambientais da ONU e foi lançado pela ONU Meio Ambiente na última sexta-feira (20).
O Secretariado é a maior entidade do Sistema ONU e inclui operações de paz que enfrentam condições difíceis de segurança, logística e política nas regiões mais vulneráveis do mundo. Portanto, o Secretariado tem um papel essencial para que a ONU atinja seus objetivos internos de sustentabilidade.
O secretário-geral das Nações Unidas assumiu o compromisso para que a Organização lidere pelo exemplo, e fez um chamado por ações transformadoras para abordar a crise climática, inclusive por parte do Sistema ONU e do Secretariado.
O novo Plano de Ação pelo clima foi desenhado para transforar as operações do Secretariado da ONU e alinhá-las aos objetivos do relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) de 2018, que apontou os benefícios inequívocos de se limitar a mudança climática a 1,5 °C. O Plano segue as recomendações do IPCC sobre redução de emissões de carbono.
Para motivar as ações até 2030, o Secretariado estabeleceu ousadas metas quantitativas e de desempenho. O plano pretende atingir redução absoluta per capita de 25% das emissões de gases de efeito estufa até 2025 e de 45% até 2030. Para isso, vai reduzir o consumo per capita de eletricidade em 20% até 2025 e em 35% até 2030 e passar a consumir 40% de sua eletricidade de fontes renováveis antes 2025 e 820% até 2030. Outras metas quantitativas dizem respeito ao impacto climático de viagens de avião e da realização de eventos.
O plano também estabelece o compromisso da Organização com a neutralidade climática de suas operações globais. De acordo com o relatório “Greening the Blue”, o Secretariado da ONU é considerado climaticamente neutro já este ano, antes da meta de 2020, por meio do uso de créditos de carbono certificados pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC). A ONU emitiu 2 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO2eq) em 2018 – ou 7 tCO2eq per capita.
O relatório identificou que um total de 55 entidades da ONU foram climaticamente neutras em 2018, o que representa 95% das emissões de gases de efeito estufa reportadas pelo Sistema ONU. Foi um aumento 39% em comparação com o ano anterior. As entidades da ONU geraram 45% de suas emissões em suas instalações, como os escritórios-sede e de campo e centros de logística. Quarenta e dois por cento das emissões resultaram de viagens de avião, e outros 13% de outros tipos de viagem.
As metas do Plano de Ação pelo Clima do Secretariado da ONU serão atingidas por meio da intensificação de esforços de gestão ambiental existentes, soluções inovadoras, mudanças na cultura organizacional e parcerias com atores externos. Estima-se que a intensificação deve trazer uma redução significativa ao redor de 30%. Intervenções inovadoras para completar a transição no uso de energia com amplas parcerias deve levar a Organização à meta de 45% de redução.
Entre essas intervenções, o Secretariado da ONU está procurando catalisar o desenvolvimento de novas infraestruturas em áreas operacionais complexas que sejam inteligentes do ponto de vista climático e que permitam atender as necessidades energéticas das operações de paz e das comunidades locais.
Ao realizar sua própria transformação e transição energética em um esforço de múltiplos atores, o Secretariado pretende atingir benefícios econômicos e de desenvolvimento sustentável diretos e indiretos, com eficiência de longo prazo, melhoria da integração de ações climáticas da ONU no nível dos países e impactos positivos para as comunidades vulneráveis em que o Secretariado opera e às quais serve.
Ao intensificar e aprimorar esforços existentes nas missões em campo e em todo o Secretariado, a Organização já acelerou a sustentabilidade ambiental de suas operações em meses recentes. A Organização promulgou uma política de meio ambiente em setembro de 2019 e se comprometeu com a neutralidade climática de suas operações globais antes mesmo do vencimento da meta de neutralidade climática em 2020. Esse processo seguirá adiante, e a Organização está aberta a parceiros interessados nessa jornada de dez anos rumo a um Secretariado inteligente do ponto de vista climático.
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Posted: 23 Sep 2019 07:59 AM PDT
Clique para exibir o slide.O empresário brasileiro Antony Chedid é doador da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) desde 2012. Ele conheceu refugiados no Brasil e no Líbano e compartilhou com a agência das Nações Unidas suas impressões sobre a importância da atuação do ACNUR.
ACNUR: Por que você se tornou um doador do ACNUR?
Antony Chedid: No final de 2011, li o livro “Cidade do Sol”, escrito por Khaled Hosseini (embaixador da Boa Vontade do ACNUR). Na obra, o autor descreve com profundidade a violência das guerras e conflitos. Fiquei muito sensibilizado com o relato. Foi assim que conheci o ACNUR (Agência da ONU para Refugiados), o trabalho da Agência me encantou.
Virei doador do ACNUR em 2012 e, desde então, tenho me engajado em trabalhos para ajudar refugiados. Hoje faço parte do Comitê Mobilizador do ACNUR (formado por um grupo seleto de filantropos, empresários e personalidades sensíveis à causa do refúgio).
ACNUR: Recentemente você esteve no Líbano. Pode nos contar um pouco sobre a sua visita e sobre a situação dos refugiados no país?
Antony Chedid: Antes de visitar o Líbano, tive a chance de conhecer a situação dos refugiados em Roraima. Acreditava que encontraria uma situação semelhante no Oriente Médio, mas me deparei com um cenário muito mais desafiador.
Atualmente, o Líbano é um dos países que acolhe o maior número de refugiados do mundo: são 1,5 milhão de pessoas. Mais de 50% dos refugiados são crianças, muitas precisam trabalhar para ajudar as famílias e sofrem risco de exploração. Os adultos não tem autorização para trabalhar na maioria dos setores. São muitas pessoas em uma situação desesperadora e que sem o ACNUR estariam em uma situação inimaginável.
ACNUR: Você pode nos relatar um pouco sobre o trabalho do ACNUR que você viu ser realizado no país?
Antony Chedid: Com certeza o trabalho do ACNUR Líbano é um dos mais desafiadores. O número de refugiados é enorme e apenas 30% dos recursos necessários para financiar todos os programas deste ano foram arrecadados até o momento.
O ACNUR faz um trabalho essencial, acolhendo os refugiados em compasso com o governo local. A agência ajuda os refugiados a ter um abrigo e apoia a educação e ensino das crianças refugiadas.
ACNUR: Qual foi o episódio mais marcante da sua visita?
Antony Chedid: O relato que mais me tocou foi o de uma mãe que disse ter presenciado, junto com os filhos, a execução de seu marido e família pelo Estado Islâmico. Fiquei assombrado com tamanha crueldade.
Também conheci Ibrahim e sua família. Ibrahim é refugiado sírio e saiu de seu país em 2008 com sua mulher e cinco filhos. Ele luta para tentar achar um trabalho, para poder alimentar sua família. Ibrahim tem um sonho de voltar para seu país quando houver paz e o mínimo de estabilidade.
ACNUR: Que mensagem você mandaria para as pessoas que pensam em doar para a agência?
Antony Chedid: Ajudar um refugiado não é apenas ajudar uma só pessoa. É também ajudar o futuro da sociedade. É ajudar a construir o futuro de uma família.
Ajudar um refugiado é dar a ele a chance de um futuro digno, com condições básicas para prosperar. Penso, em um futuro próximo, ampliar minha atuação. O mundo precisa de muito mais ajuda do que podemos imaginar.
Seja um doador do ACNUR e nos ajude a construir um futuro melhor para os refugiados.
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