Boletim diário da ONU Brasil: “Guterres e Muhammad-Bande abrem 74ª sessão da Assembleia Geral da ONU” e 14 outros.
ONU Brasil Cancelar inscrição
|
|
qua, 18 de set 20:06 (há 2 dias)
| |
|
|
| |
Posted: 18 Sep 2019 02:38 PM PDT
Tijjani Muhammad-Bande (nas telas e no centro), presidente da 74a sessão da Assembleia Geral, abre a primeira reunião plenária – 17 de setembro de 2019. Foto: Kim Haughton/UN Photo
O novo presidente da 74ª sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas traz para seu papel anos de experiência na organização e valiosas percepções para os desafios atuais. A avaliação é da liderança da ONU, o secretário-geral António Guterres, em seu discurso logo depois que o nigeriano Tijani Muhammad-Bande bateu o martelo para iniciar o mandato.
Para o secretário-geral, Bande tem valiosas percepções para temas como paz e segurança, direitos humanos e desenvolvimento sustentável, aumento da violência extremista e ameaça à crise global do clima. Ele cumprimentou Bande por priorizar segurança e paz, erradicação da pobreza, fome zero, educação de qualidade, ação climática e inclusão – temas que, para ele, são parte central da agenda de desenvolvimento sustentável.
“Também aplaudo sua ênfase nos direitos humanos e na paridade de gênero”, ressaltou Guterres. Ao elencar os cinco encontros mais importantes da próxima semana – ação climática, objetivos de desenvolvimento sustentável, financiamento para desenvolvimento, cuidado universal em saúde e desenvolvimento dos estados em pequenas ilhas – Guterres lembrou que o engajamento de muitos apoiadores será essencial.
Para o secretário-geral da ONU, no mundo atual, onde tudo muda rapidamente, os desafios são globais e cada vez mais interligados. Guterres lembrou que a Organização comemorará 75 anos em 2020 e expressou preocupação com o que chamou de déficit de confiança entre as nações, afirmando que há uma necessidade premente de convencer as pessoas de que “multilateralismo oferece soluções reais para desafios globais”.
“Transparência, diálogo e maior compreensão são essenciais para amenizar a desconfiança”, lembrou Guterres. Ele reforçou que a Assembleia Geral é um fórum único e indispensável para que o mundo se reúna e discuta assuntos importantes e delicados.
Guterres destacou ainda a importância de arquitetura e instituições multilaterais efetivas e fortes, lembrando que as relações internacionais são baseadas no direito internacional. Ao final, o secretário-geral desejou sucesso no trabalho da sessão em alcançar “nossos objetivos comuns de paz, prosperidade e oportunidade para todos num planeta saudável”.
Colaboração e coordenação – Em seu primeiro discurso como presidente da Assembleia Geral, Muhammad-Bande disse que irá colaborar e coordenar com o Conselho de Segurança e o Secretariado “para garantir que maior atenção seja dada à prevenção em vez da reação a um conflito”.
“Também trabalharei para uma detecção precoce e efetiva e sistemas de alerta, assim como de mediação, negociação e acordos de paz para conflitos em andamento”, prometeu. “Trabalharei para gerar cooperação para cuidar de condutores de conflito, como pobreza, exclusão e analfabetismo”, afirmou Bande.
Ao tratar da importância da educação de qualidade, o presidente da Assembleia Geral disse que nenhuma nação pode se desenvolver para além de sua capacidade educacional, reforçando a necessidade de trabalhar para garantir que os Estados-membros possam fazer parcerias para treinamento de professores e acesso à educação primária e secundária gratuita e de qualidade. Ele também destacou a urgência em conceber meios para atender as necessidades educacionais de todos.
Ao falar sobre mudança climática, Bande considerou o tópico um elemento chave para o desenvolvimento. “Precisamos enfrentar as causas e repercussões: as recentes emergências nas Bahamas, Moçambique e na região do Sael, entre outras, nos lembram sobre a urgência de reforçar ação global para lidar com as mudanças climáticas”, afirmou. Ao falar sobre inclusão, ele destacou a importância de garantir prioridade aos direitos e ao empoderamento de jovens, mulheres e deficientes.
Esforços redobrados – “Como o organismo deliberativo mais representativo das Nações Unidas, a Assembleia Geral precisa redobrar esforços para superar as lacunas e agir para o bem comum das pessoas que servimos, particularmente quando nos preparamos para a celebração dos 75 anos da Organização”, lembrou Bande.
O presidente da Assembleia Geral disse que é necessário “construir confiança com o outro, aprofundar parcerias e mostrar empatia”. “É o único jeito de resolver os muitos desafios que nos confrontam”, destacou. E concluiu : “Teremos que lutar juntos para entregar para todos”.
|
Posted: 18 Sep 2019 02:36 PM PDT
Foto: StockSnap/Creative Commons.
Os dados globais do ACNUR sobre inclusão de pessoas refugiadas no ensino superior revelam preocupantes discrepâncias: apenas 3% das pessoas refugiadas em idade condizente estão matriculadas em universidades.
A boa notícia é que, no Brasil, o número de refugiados e solicitantes de refúgio matriculados nos institutos de ensino superior que integram a Cátedra Sérgio Vieira de Mello (CSVM), iniciativa de pesquisa e inclusão educacionais do ACNUR, dobrou em 2019, em comparação ao número do ano anterior.
Esses números refletem uma maior atuação das instituições da CSVM para a regulamentação de ingresso facilitado de pessoas refugiadas ou solicitantes da condição de refúgio.
De acordo com a agência, 11 universidades possuíam procedimentos de ingresso facilitado em 2018. Em 2019, esse número aumentou para 13 universidades, onde 225 pessoas refugiadas e solicitantes de refúgio são alunas – 117 ingressaram neste ano.
Segundo Jose Egas, Representante do ACNUR no Brasil, “possibilitar o acesso de pessoas refugiadas ao ensino superior é um mecanismo fundamental de assegurar seus conhecimentos e os integrar à sociedade, evidenciando as contribuições que trazem aos países de acolhida”.
“O ensino superior transforma os alunos em profissionais qualificados que contribuem para o desenvolvimento das cidades brasileiras e do país”, avaliou Egas.
Números do trabalho da Cátedra Sergio Vieira de Mello
Entre agosto de 2018 e agosto de 2019, a agência ressaltou uma maior participação das 22 instituições de ensino superior conveniadas à CSVM na resposta às necessidades de ensino, pesquisa e extensão, em todas as regiões brasileiras.
No eixo ensino – que visa incorporar a temática da proteção de refugiadas nas agendas acadêmicas, mais de 5.700 alunos brasileiros cursaram disciplinas na graduação e pós-graduação de 20 instituições de ensino em áreas de direito, relações internacionais, psicologia, letras, serviço social, arquitetura, entre outras.
No eixo pesquisa, 40 grupos de pesquisa sobre o refúgio e temas relacionados estão atuantes em 18 instituições de ensino superior conveniadas à CSVM, promovendo debates e pesquisas sobre a temática. Em dos resultados desses grupos é a publicação “ Perfil Socioeconômica dos Refugiados no Brasil”.
No âmbito da extensão universitária, 19 instituições promovem serviços de proteção e integração de pessoas refugiadas e solicitantes de refúgio no Brasil. Desse total, 14 universidades fornecem o serviço de assessoria jurídica em seus projetos de extensão, que, em 2019, contabilizou cerca de 860 atendimentos.
Em relação aos atendimentos de saúde, foram registrados 390 casos realizados em 12 universidades. No que tange a serviços de integração laboral, 11 instituições de ensino superior realizaram 760 atendimentos no período, e 18 instituições ofertaram cursos de português, atendendo cerca de 1.400 pessoas refugiadas, solicitantes de refúgio e imigrantes.
Esses dados foram divulgados durante o 10º Seminário Nacional da Cátedra Sergio Vieira de Mello do ACNUR, realizado entre 11 e 13 de setembro no Rio de Janeiro sob a organização de quatro universidades do estado conveniadas à CSVM.
Mesa de abertura do 10º Seminário Nacional das Cátedras Sérgio Vieira de Mello, realizado no Rio de Janeiro (RJ). Foto: ACNUR | Miguel Pachioni.
Sobre a Cátedra
Desde 2003, o ACNUR implementa a Cátedra Sérgio Vieira de Mello em cooperação com centros universitários nacionais e com o Comitê Nacional para Refugiados (CONARE).
Neste acordo de cooperação com as universidades interessadas, o ACNUR estabelece um Termo de Referência com objetivos, responsabilidades e critérios para adesão à iniciativa dentro das três linhas de ação: educação, pesquisa e extensão.
Além de difundir o ensino universitário sobre temas relacionados ao refúgio, a Cátedra também visa promover a formação acadêmica e a capacitação de professores e estudantes dentro desta temática.
O trabalho direto com os refugiados em projetos de extensão também é definido como prioridade.
Saiba mais sobre a iniciativa aqui.
Universidades conveniadas ao ACNUR
Veja abaixo as 22 universidades que integram a Cátedra Sérgio Vieira de Mello, do ACNUR.
- Fundação Casa de Ruy Barbosa (FCRB)
- Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas)
- Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)
- Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)
- Universidade Católica de Santos (UNISANTOS)
- Universidade de Brasília (UnB)
- Universidade de Campinas (UNICAMP)
- Universidade de Vila Velha (UVV)
- Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)
- Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)
- Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ)
- Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)
- Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
- Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
- Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR)
- Universidade Federal do ABC (UFABC)
- Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)
- Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
- Universidade Federal do Paraná (UFPR)
- Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
- Universidade Federal de Roraima (UFRR)
- Universidade Federal Fluminense (UFF)
|
Posted: 18 Sep 2019 02:27 PM PDT
Clique para exibir o slide.O Ministério da Cidadania realizou na terça e quarta-feira (17 e 18) em Brasília (DF) seminário para discutir cooperação internacional em políticas públicas para desenvolvimento social, cultural e esportivo no país.
O evento reuniu representantes de governos estrangeiros, organismos internacionais e entidades do terceiro setor, assim como agências, fundos e programas das Nações Unidas.
Representantes de Uruguai, Argentina, Honduras, Etiópia e Cabo Verde participaram da troca de experiências com o governo brasileiro e com entidades da ONU Brasil durante o Seminário de Políticas Públicas para a Cidadania e Cooperação Internacional.
Na abertura do encontro, o coordenador-residente do Sistema ONU, Niky Fabiancic, explicou que as entidades da ONU Brasil trabalham a partir de diferentes mandatos para contribuir para o desenvolvimento ambiental, econômico e social do país e para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Ele destacou exemplos de colaboração entre ONU e governo brasileiro que afetam positivamente a vida da população.
“Nossa equipe possui a experiência e os conhecimentos técnicos necessários para prestar apoio ao Ministério da Cidadania e demais órgãos do governo brasileiro de forma isenta e a partir das prioridades do Brasil”, afirmou Fabiancic.
“Contribuímos para a internalização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e sua tradução em políticas públicas eficazes, que levem o Brasil rumo ao pleno desenvolvimento ambiental, social e econômico, sem deixar ninguém para trás”, concluiu.
O diretor da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), embaixador Ruy Pereira, também integrou a mesa de abertura, afirmando que o Estado brasileiro vem aperfeiçoando suas políticas para a cidadania com a contribuição de entidades internacionais e de países parceiros.
“O Brasil ocupa posição de destaque para a cooperação internacional com países em desenvolvimento, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social desses países”, disse. “A troca de experiências e conhecimentos beneficia não somente os países parceiros e suas populações, mas também as mais de 100 instituições cooperantes brasileiras”, completou.
De acordo com o ministro da Cidadania, Osmar Terra, o encontro foi uma oportunidade para apresentar e explicar como se dão as políticas públicas do governo brasileiro e firmar parcerias internacionais.
“É importante fazer com que as populações brasileiras e populações de países amigos tenham condições de oferecer o direito à cidadania. Nós, do governo, temos que ter melhores condições de aplicar políticas públicas voltadas ao exercício do direito à cidadania”, explicou.
Como parte da programação do evento, representantes de países parceiros realizam na quinta-feira (19) visitas técnicas a um Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), a uma Estação Cidadania e a instalações que recebem o Segundo Tempo, programa de promoção do esporte que atende jovens de 6 a 17 anos, moradores de áreas de maior vulnerabilidade social e matriculados na rede pública de ensino.
|
Posted: 18 Sep 2019 02:11 PM PDT
O secretário-geral da ONU, António Guterres. Foto: TASS/UN DPI
As nações da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) têm importante papel para a diplomacia global e como parceiras das Nações Unidas, disse o secretário-geral da ONU nesta quarta-feira (18), durante coletiva de imprensa para marcar abertura da 74ª sessão da Assembleia Geral, em Nova Iorque.
“A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, como a Commonwealth e a francofonia, tem um papel muito importante no quadro das Relações Internacionais, são parceiros das Nações Unidas”, disse Guterres.
Sobre a Guiné Bissau, Guterres declarou estar otimista em relação à realização de eleições presidenciais no país, marcadas para 24 de novembro. “Estamos otimistas em relação à Guiné Bissau, pensamos que as eleições presidenciais irão ocorrer e que o país caminhará progressivamente para a estabilidade política”, disse.
“Nós acompanhamos com todo interesse a situação no Timor Leste, e pensamos que o país é um exemplo notável do triunfo da democracia em circunstâncias particularmente difíceis”, disse. “Sabemos que há alguma complexidade na vida política timorense, e tudo faremos para apoiar os timorenses para resolverem suas dificuldades.”
Guterres manifestou mais uma vez sua solidariedade à população e governo de Moçambique, que enfrentou “duas tempestades terríveis com efeitos devastadores” e que precisa de grande apoio da comunidade internacional.
“Por outro lado, estamos também interessados que os incêndios florestais em todo o mundo, não apenas no Brasil, possam ser eficazmente combatidos, e que uma política de reflorestamento possa ter sucesso, porque a floresta é um elemento absolutamente indispensável na luta contra as mudanças climáticas.”
A Semana de Alto Nível da Assembleia Geral da ONU começa na próxima segunda-feira (23), e deve reunir cerca de 150 chefes de Estado e de governo.
|
Posted: 18 Sep 2019 01:39 PM PDT
O evento, que foi realizado pela primeira vez no DEGASE em 2016, tem o objetivo de valorizar a proteção da primeira infância. Foto: Rio Solidário/Marcia Costa
O Departamento Geral de Ações Socioeducativas (DEGASE) do estado do Rio de Janeiro recebe até quinta-feira (19) a Semana do Bebê, agenda proposta pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) em parceria com estados e municípios.
A abertura do evento ocorreu nesta quarta-feira (18), na Escola de Gestão Socioeducativa Paulo Freire, na Ilha do Governador, na capital fluminense.
Participaram da mesa de abertura representantes de UNICEF, DEGASE, Instituto Alana, Secretarias Municipais de Educação e Saúde, Coordenadoria Judiciária de Articulação das Varas da Infância e Juventude e Idoso (CEVIJ), Defensoria Pública e Centro de Criação de Imagem Popular (CECIP).
No primeiro dia, foi promovida uma ação de reconhecimento de paternidade por meio do projeto “Pai Presente”, da Corregedoria Nacional de Justiça. O projeto, atuante em unidades escolares e socioeducativas, tem o objetivo de estimular o reconhecimento de paternidade de pessoas sem o registro.
O evento, que foi realizado pela primeira vez no DEGASE em 2016, tem o objetivo de valorizar a proteção da primeira infância e tornar o direito à sobrevivência e ao desenvolvimento de crianças de até 6 anos prioridade na agenda dos serviços e políticas públicas.
A intenção é mobilizar as unidades socioeducativas a promover atividades sobre maternidade, paternidade e a primeira infância com os adolescentes que cumprem medidas socioeducativas e suas famílias.
A cada edição, ocorrem discussões sobre temas como mortalidade infantil, aleitamento materno, gravidez na adolescência, paternidade, formação de vínculo e estimulação do bebê, por meio da organização de oficinas, atividades lúdicas e culturais.
Serão realizadas atividades com os socioeducandos no Centro de Socioeducação Dom Bosco (Cense Dom Bosco), no Centro de Socioeducação Professor Antônio Carlos Gomes da Costa (Cense PACGC) e na Escola João Luiz Alves (EJLA).
|
Posted: 18 Sep 2019 01:15 PM PDT
O refugiado sírio Fahed participa de aulas no Ouzai Center, uma escola informal em uma favela do sul de Beirute. Foto: ACNUR | Diego Ibarra Sánchez.in
Em uma pequena sala de aula com vista para o Mar Mediterrâneo, jovens refugiados sírios aprendem matemática em notebooks – seus primeiros passos em direção à uma educação formal. Alguns meses atrás, a maioria deles tentava ganhar a vida nas ruas da capital libanesa, Beirute.
Um dos alunos, Fahed, tinha apenas 10 anos quando começou a trabalhar em uma loja de vegetais para ajudar sua mãe a sobreviver. Ele fazia turnos de 10 horas por apenas US $ 3 por dia. Original de Alepo, ele fugiu para o Líbano com sua família em 2015, durante a brutal batalha pelo controle da segunda mais importante cidade da Síria.
“Meu empregador costumava me bater”, lembrou Fahed. “Se eu não pudesse carregar algo, ele me batia e me dizia que eu deveria conseguir carregar”, relatou.
No início deste ano, no entanto, Fahed se matriculou em um centro de aprendizado administrado pela ONG Sem Fronteiras, no bairro de Ouzai, em Beirute, e desde então parou de trabalhar. “É muito bom estar aqui. Eu aprendo, estudo e dou risada com meus amigos ”, contou. Todos os dias, das 8h às 12h, ele aprende árabe, inglês e matemática.
“O que fazemos é trazê-los para cá, dar-lhes uma educação que compense o défict educacional para, então, enviá-los para as escolas formais”, explicou Lina Attar Ajami, co-fundadora do Borderless Center (Centro sem Fronteiras), organização originalmente de Damasco.
Lina montou o centro com uma amiga libanesa, Randa Ajami. Eles compartilham não apenas o mesmo sobrenome, mas também muitos valores. Como mães, elas sabem a importância da educação para os jovens.
“A educação é uma salvação para todos nós, mas especialmente para os jovens no momento certo”, apontou Lina.
A volta à escola
Localizado em um bairro carente nos subúrbios da cidade, o centro comunitário realiza aulas básicas de alfabetização e matemática para mais de 150 crianças sírias. As aulas são um caminho para a educação formal, dando às crianças refugiadas o aprendizado básico necessário para entrar em programas de recuperação administrados pelo governo.
“A maioria deles não frequentou a escola antes por causa de sua situação”, explicou Samah Hamseh, professora de inglês. “Eles vêm para ter a chance de ir à escola. Eles querem sair das condições em que estão vivendo”, avaliou.
O Líbano abriga mais de 935 mil refugiados sírios registrados, representando a maior concentração de refugiados em relação à população nacional. Mais da metade das crianças refugiadas sírias no país não frequentam a educação formal, embora as autoridades libanesas tenham organizado turnos especiais à tarde em escolas estatais para estudantes sírios.
Muitas crianças também perderam anos de estudo e lutam para alcançar os níveis mínimos de educação necessários para se matricular.
Líbano instaura programas de educação acelerada para crianças refugiadas
Para resolver isso, o Ministério da Educação libanês publicou um planejamento para a educação não formal projetado para dar às crianças que nunca frequentaram a escola, ou estão fora da sala de aula há pelo menos dois anos, chances de ingressar em escolas públicas.
Isso acontece por meio de programas de educação acelerada, destinados a ajudar as crianças que estão fora da escola a acompanhar o currículo.
É necessário um nível mínimo de aprendizado para participar de programas de educação acelerada, onde os programas de centros comunitários que oferecem aulas básicas de alfabetização e matemática, como o Centro sem Fronteiras, em Beirute, têm um papel a desempenhar.
Nos últimos dois anos, mais de 90 crianças do centro passaram a se matricular em escolas públicas.
Mesmo onde as crianças não conseguem se matricular por falta de vagas ou financiamento, o programa ainda oferece benefícios importantes, disse Vanan Mandjikian, Assistente de Educação do escritório de campo do Monte Líbano, do ACNUR.
Segundo ela, “este programa é essencial para o futuro, porque a alfabetização básica é algo muito importante para todas as crianças”.
Relatório educacional da Agência da ONU para Refugiados
Esta história aparece no relatório educacional do ACNUR para 2019: “ Fortalecendo a educação para refugiados em crise”.
O relatório mostra que, à medida que as crianças refugiadas crescem, as barreiras que as impedem de acessar a educação se tornam mais difíceis de serem superadas.
O documento também aponta que apenas 63% das crianças refugiadas frequentam a escola primária, em comparação com 91% em nível global; 84% dos adolescentes recebem educação secundária, enquanto apenas 24% dos refugiados têm essa oportunidade; e dos 7,1 milhões de crianças refugiadas em idade escolar, 3,7 milhões, mais da metade, não frequentam a escola.
|
Posted: 18 Sep 2019 12:45 PM PDT
A Virtual Companhia de Dança realiza pela primeira vez no Brasil o “Dançar pela Paz”, uma celebração de caráter beneficente que reúne artistas do balé clássico de vários países em único palco.
O espetáculo é apresentado desde 2014 e já passou por países como Argentina, Chile e Estados Unidos. A companhia tem a direção artística do fundador do Dançar Pela Paz, Leonardo Reale, coreógrafo e gestor cultural argentino.
A edição brasileira será realizada no Teatro Municipal Paulo Moura, em São José do Rio Preto (SP), e destinará toda a renda ao Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
Entre as principais atrações, estão ícones do ballet clássico como Claudia Mota, primeira bailarina do Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, e Federico Fernandez, primeiro bailarino do Ballet do Teatro Colón de Buenos Aires, além da Giro8 Cia de Dança, de Goiânia, e da Cia. Ladainha, da França.
Tradicionalmente, cada edição homenageia uma personalidade da dança. No Brasil, a homenageada será Ana Botafogo, primeira bailarina e atual diretora do Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Ana Botafogo estará presente no evento para receber a honraria das mãos de representantes do UNICEF, do fundador do “Dançar Pela Paz” e de autoridades locais.
Em edições no exterior, foram homenageados a brasileira Marcia Haydée, diretora do Ballet Municipal de Santiago (edição do Chile); Maria Ruanova, Gustavo Mollajoli e Oscar Araiz (Argentina); e Edward Villella (Estados Unidos).
“No Brasil, todos os dias, 31 crianças e adolescentes morrem assassinados. Responder às formas extremas de violência e prevenir os homicídios de crianças e adolescentes são prioridades para o UNICEF no país. E, por isso, ser a organização escolhida para receber os recursos deste evento que promove e conscientiza sobre a paz por meio da arte é uma grande honra para nós”, explica Juan Ignacio Calvo, diretor de mobilização de recursos e parcerias do UNICEF no Brasil.
Dançar pela Paz
Desde o ano 2014, o projeto é realizado na Argentina reunindo artistas de todo o país e do exterior para dançar pela cultura da paz e pela não violência.
Desde então, inúmeros bailarinos, companhias e personalidades da dança participaram do evento, entre eles: Ballet Estable del Teatro Colón; Ballet Contemporáneo del Teatro San Martín; Ballet Nacional de Danza; Compañía Nacional de Danza Contemporánea; Ballet del Teatro Argentino de la Plata; Cecilia Kerche (Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro).
Outros participantes incluíram Luciana Paris (American Ballet Theater); Agustina Galizzi e Sebastian Vinet (Compañia Nacional de Danza Mexico); Romina Contreras e Rodrigo Guzman (Ballet Municipal de Santiago do Chile); Carlos Guerra e Jennifer Kronenberg, diretores da Dimensions Dance Theater of Miami; as estrelas Argentinas Hernan Piquin e Cecilia Figaredo; e a Companhia de Dança de Diadema e a Virtual Companhia de Dança.
Serviço
O quê: Dançar pela PazQuando: Sábado 21 de setembro, às 20h Onde: Teatro Municipal Paulo Moura, São José do Rio Preto Ingressos: R$60,00 e R$30,00 (meia entrada) Bilheteria física: Loja Arabesque, Rua Tiradentes, 3293, Centro, São José do Rio Preto
|
Posted: 18 Sep 2019 12:43 PM PDT
Livros sobre gênero e relações étnico-raciais foram sorteados no encontro. Foto: UNIC Rio | Naiara Azevedo.
O Centro de Informação das Nações Unidas no Brasil (UNIC Rio) sediou na terça-feira (18) um encontro público de discussão sobre questões de gênero e relações étnico-raciais no país. Realizado anualmente pelo Instituto Interamericano de Fomento à Educação, Cultura e Ciência (IFEC), o encontro consolidou uma parceria de 15 anos com o Centro, ajudando a promover debates e articulações sociais em prol dos direitos humanos.
Abrindo a sessão de palestras, o diretor do IFEC , Raymundo Stelling, avaliou a importância da parceria com a ONU e demais instituições na promoção dos avanços sociais no âmbito do direito, da educação e da cultura.
Compondo a mesa de abertura, o diretor do UNIC Rio, Maurizio Giuliano, ressaltou o compromisso do Centro em apoiar as iniciativas que trabalham na linha de frente para concretizar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030. “Aprecio muitíssimo a nossa parceria com a IFEC, a sua dedicação e o seu compromisso com os direitos humanos, a justiça social, e a paz”, declarou.
Mulheres e população negra em debate
Marcando a Década Internacional de Afrodescendentes 2015-2024, instituída pela Assembleia Geral da ONU para promover o reconhecimento, a justiça e o desenvolvimento desta população, a palestrante Márcia Maria de Jesus Pessanha, professora doutora do Departamento de Letras da Universidade Federal Fluminense (UFF), apontou dados da desigualdade entre negros e brancos no Brasil.
Segundo Maria, promover o acesso da população negra à educação é fundamental para romper os ciclos de desigualdade e preconceito que esta comunidade enfrenta. A professora apresentou um breve panorama histórico da cultura afro-brasileira nos espaços de educação.
Para pensar a posição e reconhecimento das mulheres nos espaços públicos, Matilde Conti, professora doutora da Universidade Cândido Mendes (UCAM), expôs a dificuldade histórica que as mulheres enfrentam para desfrutar de igualdade de acesso e permanência, tanto na política quanto na cultura.
Sob o ponto de vista de gênero, “a história está distorcida”, segundo Matilde. “Se estamos enfrentando um momento crítico, de dificuldades pulverizadas, as mulheres são as que encontram dificuldades duplamente”, avaliou. Para ela, garantir o direito ao acesso à justiça para todas as mulheres é garantir um direito humano fundamental.
Participando das discussões, o público foi composto de integrantes do Fórum Permanente de Diálogo com as Mulheres Negras da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj); do Conselho Estadual Dos Direitos Do Negro (Cedine RJ); do Instituto Acreditando no Aprendizado (IAAP); de conselheiras e conselheiros do IFEC; e estudantes de pedagogia e de ciência ambiental da UFF.
Ao final do encontro, os participantes fizeram parte de um sorteio de livros sobre a temática do encontro, Gênero e Raça, e o diretor do UNIC Rio, Maurizio Giuliano, entregou prêmios às palestrantes convidadas.
Clique para exibir o slide.
Sobre o IFEC
O Instituto Interamericano de Fomento à Educação, Cultura e Ciência (IFEC) é uma entidade filantrópica fundada em 2002 com projetos e ações de responsabilidade social nas áreas de educação, cultura, meio ambiente, direitos humanos, assistência social e esportes.
A instituição é parceira do Centro de Informação das Nações Unidas no Brasil (UNIC Rio) desde 2004, e desde 2009 é oficialmente afiliada ao sistema ONU.
Saiba mais sobre a Década Afro.
|
Posted: 18 Sep 2019 12:17 PM PDT
Vista aérea de Maricá (RJ). Foto: Flickr (CC)/Bruno Figueiredo
O Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos ( ONU-HABITAT) busca parceiros para a implementação do projeto “Chegou a Sua Vez”, realizado com a Prefeitura de Maricá (RJ) e o Instituto Darcy Ribeiro.
O organismo da ONU abriu chamada para a contratação de serviço de consultoria de pessoa jurídica (organização sem fins lucrativos) para a realização de pesquisa qualitativa e aplicação de questionários em 100% dos domicílios dos setores censitários previamente identificados no município de Maricá.
O prazo para a submissão de propostas é 28 de setembro de 2019, às 23h59 (horário de Brasília).
Para saber mais, acesse: http://bit.ly/ChamadoPropostasMarica
|
Posted: 18 Sep 2019 11:50 AM PDT
A venezuelana Yianela e seu filho estão abrigados em Roraima. Foto: UNFPA/Yareidy Perdomo
Proveniente da cidade venezuelana de Tigre, Yianela Brizuela, de 18 anos, cruzou a fronteira com o Brasil quando estava em seu terceiro mês de gravidez e levava seu filho de 3 anos no colo. Sua principal motivação era ter melhores condições de vida.
Atualmente no oitavo mês de gestação, ela lembra ter tido contato com o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) por meio de uma sessão informativa em Roraima sobre saúde sexual e reprodutiva. N a ocasião, estavam sendo discutidos cuidados de pré-natal.
“Não me esqueço desse dia, porque aprendemos muitas coisas novas. Uma mãe pode acreditar que, por já ter tido um filho, sabe tudo, mas me dei conta de que havia muitas coisas a aprender em relação à gravidez”, explica.
Na ocasião, com o apoio do UNFPA, Yianela e outras mulheres presentes foram referenciadas para a rede pública de saúde local para dar início ao pré-natal em Boa Vista (RR), onde ela e sua família permanecem.
O UNFPA trabalha para dar apoio e suporte a mulheres grávidas que chegam ao Brasil com diferentes necessidades, garantindo seu acesso a serviços de saúde e atenção pré-natal em Roraima. Fornece também orientações relacionadas à saúde sexual e reprodutiva e à prevenção da violência baseada em gênero.
“As pessoas não imaginam como é importante para nós ter um apoio como este na situação em que estamos”, comenta Yianela que, com seu companheiro, aguarda a chegada de Sofía.
A família da venezuelana está abrigada na ocupação Kaubanoko, em Boa Vista, que recebe pessoas indígenas e não indígenas refugiadas e migrantes.
UNFPA realiza sessão com jovens sobre saúde sexual e reprodutiva
O UNFPA realizou no início de setembro (4), em parceria com a organização Médicos Sem Fronteiras, um encontro com adolescentes e jovens venezuelanos da ocupação Criança Feliz, em Boa Vista (RR).
A atividade fez parte da uma ampla ação de saúde que teve a participação da Secretaria Municipal de Saúde e do Exército Brasileiro, e o apoio dos coordenadores da ocupação. Como parte da iniciativa, foram feitos testes rápidos de HIV, hepatites, sífilis e malária, e foram aplicados testes rápidos de gravidez.
O UNFPA e os promotores de saúde da Médicos Sem Fronteiras se uniram para criar um espaço de debate sobre saúde sexual, incluindo discussões sobre puberdade, infecções sexualmente transmissíveis e gravidez não intencional. A ação foi uma resposta às demandas das pessoas que vivem na ocupação.
Foram duas horas de conversas e debates sobre assuntos de saúde sexual e reprodutiva. “Esses são temas que vemos na escola, mas nem todos recebem essa informação. Acho importante que possamos falar sobre isso, porque geralmente os nossos pais não falam muito e, na nossa idade, a gente começa a olhar coisas novas”, diz D.F, de 14 anos.
“Temos muitos jovens aqui, por isso, é muito importante que eles possam receber informações, para criar consciência desde agora sobre o cuidado que devem ter, por exemplo, com as infecções sexualmente transmissíveis e a gravidez, quando as jovens ainda não estão preparadas”, afirma Marcelis Perez, uma das coordenadoras da ocupação.
O UNFPA, assim como outras agências do Sistema ONU no Brasil, tem apoiado ações para alcançar a população em situação de maior vulnerabilidade social em Roraima, em um contexto de fluxo de pessoas refugiadas e migrantes.
Jovens participam de sessão informativa realizada por UNFPA e parceiros em Boa Vista (RR). Foto: UNFPA/Yareidy Perdomo
|
Posted: 18 Sep 2019 10:51 AM PDT
Maria do Carmo Vieira Araujo, 50, Ednalva Maria de Jesus, 31, e Dilma Jesus Panteleon, 40, descascam raízes de mandioca na Cooperativa na Aldeia Marcação Kiriri, perto de Ribeira do Pombal, no estado da Bahia (12 de abril de 2016). O projeto permitiu mulheres a trabalhar, socializar, processar e vender os seus produtos de modo a sustentar a sua comunidade. O Projeto de Desenvolvimento Rural Sustentável da Região Semiárida da Bahia (Projeto Pró-Semiárido), cofinanciado pelo FIDA, tem trabalhado com o povo Kiriri para permitir que eles utilizem seu conhecimento tradicional e tradições como fundamento para construir seu sustento. Foto: IFAD/Lianne Milton/Panos
O acesso a água e a mercados, assim como os resultados dos projetos do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) no Brasil e na América Latina, foram tema do primeiro dia do Encontro de Líderes Rurais e Gestores de Projetos FIDA no Mercosul Ampliado. O evento teve início na terça-feira (17), em Juazeiro, no Semiárido baiano, e reuniu 80 pessoas de sete países latino-americanos.
Na Bahia, o FIDA financia o Pró-Semiárido, projeto executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR). A iniciativa é parte de um conjunto de compromissos do estado para avançar na erradicação da pobreza, levando serviços e investimentos diretamente para a população.
A abertura do evento foi feita oficialmente pelo diretor de país do FIDA para o Brasil, Claus Reiner, e teve a participação do diretor-presidente da CAR, Wilson Dias, do representante do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Hernán Chiriboga, e da coordenadora do Semear Internacional, Fabiana Viterbo.
Dias destacou que o evento é uma oportunidade para trocar conhecimentos. “A gente está finalizando o projeto e tem muito aprendizado, muita coisa para ser debatida para que o próximo acumule todos estes ganhos, (…) as nossas boas práticas e as práticas que precisam ser melhoradas”, enfatizou.
“Estamos trabalhando juntos para baixar o nível de pobreza. Temos aqui o mesmo objetivo. (…) Temos a necessidade de intercambiarmos temas técnicos como faremos aqui, porque temos muitos avanços e desafios pela frente”, frisou o diretor de país do FIDA, Claus Reiner.
O evento ocorre até quinta-feira (19), com painéis e debates sobre temas relacionados à agricultura familiar. No primeiro dia, foram realizados quatro painéis nas áreas de acesso a mercados, acesso a água e monitoramento e avaliação.
Os participantes brasileiros souberam mais sobre os projetos apoiados pelo FIDA em outros países e vice-versa. Entre as iniciativas no Brasil apresentadas no primeiro dia de evento estão os projetos Pró-Semiárido (BA), Procase (PB), Viva o Semiárido (PI), Dom Távora (SE) e Paulo Freire (CE).
Para a coordenadora do Semear Internacional, Fabiana Viterbo, a troca de conhecimento gerada nos três dias será o diferencial do evento. “Este é o primeiro encontro que o Semear Internacional realiza direcionado a gestores dos projetos do FIDA. E estamos reunindo aqui vários deles. Acredito que os painéis vão nos encher de boa informação nesses dias e de muito conhecimento. Espero que esse seja um primeiro vários encontros”, disse.
O evento é uma realização do FIDA, IICA, Programa Semear Internacional, Programa FIDA Mercosul Claeh, e Governo do Estado da Bahia, por meio do Projeto Pró-Semiárido, com a parceria da Confederação de Organizações de Produtores Familiares do Mercosul Ampliado (COPROFAM), Fundação Luis Eduardo Magalhães (FLEM), Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais (CONTAG), Embrapa Semiárido e de diversas autoridades locais e regionais.
|
Posted: 18 Sep 2019 10:12 AM PDT
Em 1 de julho de 2016, Amaia, de 11 anos, uma menina inuíte, pisa em bloco de gelo no Oceano Ártico, em Barrow, Alasca (EUA). O derretimento anômalo do gelo do Ártico é um dos muitos efeitos do aquecimento global que tem sério impacto na vida dos seres humanos e na natureza. Foto: UNICEF
Conflitos prolongados, agravamento da crise climática, aumento do nível de doenças mentais entre jovens e desinformação online são algumas das ameaças globais emergentes mais preocupantes para as crianças, disse nesta quarta-feira (18) o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), em carta aberta da diretora-executiva da organização, Henrietta Fore.
Além das ameaças às pessoas mais jovens — como dificuldades de acesso à educação, pobreza, desigualdade e discriminação —, a carta alerta para ameaças emergentes aos direitos das crianças, e descreve um caminho para enfrentá-las. O texto foi publicado como parte das comemorações do UNICEF para o 30º aniversário da Convenção sobre os Direitos da Criança – o tratado de direitos humanos mais amplamente ratificado no mundo.
“E a sua geração, das crianças de hoje, está enfrentando um novo conjunto de desafios e mudanças globais que eram inimagináveis para seus pais”, escreve Fore. “Nosso clima está mudando para além do que poderíamos imaginar. A desigualdade está se aprofundando. A tecnologia está transformando a maneira como percebemos o mundo. E nunca antes tantas famílias migraram. A infância mudou, e precisamos mudar nossas abordagens junto com ela.”
A carta enumera oito desafios crescentes para as crianças do mundo: conflitos prolongados; poluição e crise climática; um declínio na saúde mental; migração em massa e movimentos populacionais; apatridia; habilidades futuras para trabalhos futuros; direitos sobre os seus dados e privacidade online; e desinformação online.
Sobre conflitos, a carta observa que o número de países em conflito é o mais alto desde a adoção da Convenção sobre os Direitos da Criança, em 1989, com uma em cada quatro crianças vivendo em países afetados por violentos combates ou desastres.
Em relação às mudanças climáticas, a carta adverte que as crianças já estão enfrentando uma destruição desenfreada do planeta e uma crise climática global que tem o potencial de minar a maioria dos ganhos obtidos na sobrevivência e desenvolvimento infantil nos últimos 30 anos.
O aumento dos padrões climáticos extremos e do ar tóxico, secas prolongadas e inundações repentinas fazem parte dessa crise e afetam desproporcionalmente as crianças mais pobres e vulneráveis.
O UNICEF está trabalhando para mitigar o impacto da crise climática em países em todo o mundo. Por exemplo, na Etiópia, foi pioneiro em novas tecnologias para mapear as águas subterrâneas e está desenvolvendo soluções para comunidades com escassez crônica de água.
No Malawi, a agência da ONU desenvolveu um sistema duradouro e ecológico, usando energia solar para melhorar o acesso a água limpa para as comunidades. Contudo, para o UNICEF, é preciso fazer muito mais para desacelerar completamente as mudanças climáticas.
“Os governos e as empresas devem trabalhar de mãos dadas para reduzir o consumo de combustíveis fósseis, desenvolver sistemas agrícolas, industriais e de transporte mais limpos e investir na expansão de fontes de energia renováveis”, escreve Fore.
A carta também expressa preocupação com o fato de que a maioria das crianças cresça como nativas de um ambiente digital saturado com desinformações online. Por exemplo, a tecnologia chamada “deep fake” usa técnicas de inteligência artificial para criar, com relativa facilidade, conteúdos falsos de áudio e vídeo convincentes.
O texto adverte que um ambiente online onde a verdade pode se tornar indistinguível da ficção tem o potencial de minar totalmente a confiança nas instituições e fontes de informação, além de distorcer o debate democrático e as intenções dos eleitores e semear dúvidas sobre outros grupos étnicos, religiosos ou sociais.
A carta adverte que a desinformação online já está deixando as crianças vulneráveis a manipulações, abusos e outras formas de exploração. Também está distorcendo o debate democrático e, em algumas comunidades, provocando o ressurgimento de doenças mortais devido à desconfiança em relação às vacinas. Segundo ela, a disseminação de informações falsas na rede pode resultar em “uma geração inteira de cidadãos que não confiam em nada”.
Para responder a esse desafio, o UNICEF vem desenvolvendo programas-piloto de alfabetização midiática, como o programa Young Reporters em Montenegro, com o objetivo de ensinar jovens a identificar desinformação online, a saber como verificar o conteúdo online e os papéis e técnicas do jornalismo responsável.
“Não podemos seguir acreditando ingenuamente que a verdade tem uma vantagem inata sobre a falsidade na era digital e, portanto, devemos, como sociedades, construir resiliência contra o dilúvio diário da falsidade online”, escreve Fore. “Devemos começar equipando os jovens com a capacidade de entender em quem e em que podem confiar online, para que se tornem cidadãos ativos e engajados.”
Sobre saúde mental, a carta adverte que as doenças mentais entre os adolescentes têm aumentado nos últimos anos desde a adoção da Convenção sobre os Direitos da Criança, e que a depressão está agora entre as principais causas de incapacidade nos jovens.
Para Fore, é imperativo priorizar a promoção da saúde mental, a prevenção de tais problemas e a prestação de assistência em tratamento e reabilitação. Também é necessário combater o estigma e tabus em relação às doenças mentais, a fim de facilitar a demanda por tratamento e apoio.
Por fim, a carta reconhece que crianças e jovens já criaram movimentos em todo o mundo em busca de soluções para superar os desafios que eles – e seus pares – enfrentam, e pede que os líderes mundiais sigam seu exemplo.
“As crianças e os jovens de hoje estão assumindo a liderança em ações urgentes e se capacitando para aprender sobre o mundo ao seu redor e moldá-lo de acordo com suas necessidades”, escreve Fore. “Você está se posicionando agora e nós estamos ouvindo.”
|
Posted: 18 Sep 2019 09:04 AM PDT
O Brasil registrou um aumento da pobreza monetária de aproximadamente 3 pontos percentuais entre 2014 e 2017, de acordo com o Banco Mundial. Foto: Wikimedia Commons / chensiyuan (CC)
A região da América Latina e do Caribe atravessa um momento de crescimento econômico lento que pode gerar maior desemprego e informalidade, o que torna necessário dar prioridade à promoção do trabalho decente na agenda de cooperação para o desenvolvimento sustentável da região.
A conclusão é de representantes do Escritório da Coordenação de Desenvolvimento das Nações Unidas (UNDCO) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que se reuniram na terça-feira (17) em Lima, no Peru.
A primeira reunião entre coordenadoras e coordenadores-residentes da ONU e diretores dos escritórios da OIT na América Latina e no Caribe teve também a participação de especialistas técnicos e representantes de outras organizações das Nações Unidas. O encontro foi convocado para fortalecer a colaboração entre agências de forma a responder melhor às necessidades dos países.
O diálogo sobre “Trabalho decente e crescimento econômico no contexto do futuro do trabalho” começou com uma série de intervenções destacando a necessidade de adotar medidas para apoiar os países no cumprimento da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
“O trabalho decente é muito mais do que um emprego, é um componente essencial da Agenda 2030 para alcançar um desenvolvimento sustentável que permita eliminar a pobreza sem deixar ninguém para trás”, destacou o diretor-geral adjunto de Programas Externos e Alianças da OIT, Moussa Oumarou, que abriu a reunião em Lima.
Oumarou destacou a importância de abordar a questão do futuro do trabalho, diante do impacto das tecnologias, das mudanças climáticas e demográficas, e dos desafios de um presente caracterizado por alto desemprego, informalidade, desigualdades, persistência do trabalho infantil e do trabalho forçado, entre outros temas.
Segundo dados da OIT divulgados na reunião, a taxa de 8% de desemprego na América Latina e no Caribe é a mais alta na região em uma década e pode aumentar, já que, de acordo com a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), os países latino-americanos e caribenhos terão crescimento de apenas 0,5% em 2019.
Essa cifra é inferior à taxa de 0,9% registrada no ano passado, quando o crescimento já era considerado moderado e com pouco impacto no mercado de trabalho. Também será difícil reduzir a informalidade que afeta 50% das trabalhadoras e dos trabalhadores na região, ou cerca de 140 milhões de pessoas.
“Estamos vivendo um momento de alta complexidade na América Latina e no Caribe”, disse o diretor regional do UNDCO, Christian Salazar, que discursou na abertura da reunião em nome das coordenadoras e dos coordenadores-residentes das Nações Unidas. Ele destacou a importância de revitalizar a cooperação em um momento no qual não se busca apenas avançar no desenvolvimento sustentável, mas também “evitar retrocessos”.
“Necessitamos trabalhar juntos, necessitamos nos alinhar melhor para abordar os temas de trabalho e economia”, disse Salazar, acrescentando que esta sinergia poderia ser obtida por meio de “um conhecimento coletivo que pode contribuir para apoiar os países em processos coletivos de promoção do trabalho decente e do crescimento inclusivo”.
Ele acrescentou que é essencial lidar com questões do mundo do trabalho que não podem ser deixadas de fora da agenda do desenvolvimento sustentável, e citou como exemplo o emprego de jovens, que enfrentam um desemprego três vezes maior do que os adultos. Eles também enfrentam alta informalidade de 60% e dificuldade de inserção no mercado de trabalho, especialmente no caso dos 20% que não estudam nem trabalham.
Durante a reunião, também foi levantada a importância de considerar, nas atividades de colaboração entre agências, a estrutura única da OIT, uma instituição tripartite na qual os 187 Estados-membros são representados por governos e organizações de empregadores e trabalhadores.
A agenda da reunião de dois dias incluiu uma análise de questões como o impacto das Normas Internacionais de Trabalho da OIT, tripartismo, os objetivos de promoção do emprego, proteção social e qualificação profissional, assim como as prioridades que servem como um guia para a colaboração entre agências no Sistema das Nações Unidas.
Participaram também da abertura do evento, o vice-ministro do Trabalho e da Promoção do Emprego do Peru, Javier Palacios; o representante das organizações de trabalhadores da CSI-CSA, Cicero Pereira da Silva; o representante dos empregadores no Conselho de Administração da OIT, Alberto Echavarría Saldarriaga; e, por videoconferência, o secretário executivo adjunto da CEPAL, Mario Cimoli; e o diretor regional do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Luis Felipe López-Calva.
|
Posted: 18 Sep 2019 08:36 AM PDT
Indígenas venezuelanos em abrigo em Boa Vista, Roraima. Foto: ACNUR/Reynesson Damasceno
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), em parceria com a Secretaria de Educação e Desportos do Estado de Roraima (SEED) e outras instituições, realiza desde quarta-feira (11) cursos de formação continuada para o contexto de migração emergencial. Os encontros ocorrem até 13 de novembro e devem qualificar 230 profissionais da rede estadual e municipal de educação de Boa Vista e Pacaraima.
A formação começa às 8h30 e segue até as 17h, na sede da Universidade Virtual de Roraima (Univirr), na Av. São Sebastião, 521, no bairro Cambará. O público-alvo são coordenadores pedagógicos e formadores de currículos.
“O objetivo dos encontros é contribuir para um aprofundamento na reflexão dos professores sobre o impacto da migração no sistema educacional de ensino”, explica Raniere Pontes, especialista de Educação em Emergência do UNICEF em Roraima.
“Ao receber um número significativo de crianças e adolescentes venezuelanos em sala de aula, muita coisa teve que mudar — o idioma, a abordagem, a proposta pedagógica — e, por isso, precisamos refletir e pensa
|
|
|
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário