Boletim diário da ONU Brasil: “PUC Minas passa a fazer parte da Cátedra Sérgio Vieira de Mello” e 7 outros.
ONU Brasil Cancelar inscrição
|
|
| |
|
|
| |
Posted: 03 Sep 2019 01:53 PM PDT
Representantes de ACNUR, PUC Minas e entidades governamentais e da sociedade civil participaram de oficina temática em Belo Horizonte (MG), na qual se formalizou o ingresso da instituição na Cátedra Sérgio Vieira de Mello. Foto: Divulgação
A Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) assinou no fim de julho (29) convênio com a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), oficializando sua adesão à Cátedra Sérgio Vieira de Mello (CSVM). Com esta inclusão, já são 22 instituições de ensino superior no Brasil que integram a cátedra, comprometendo-se a desenvolver iniciativas para promover ensino, pesquisa e extensão acadêmica voltados à população refugiada e aos tema do deslocamento forçado.
No campo de ensino e pesquisa da PUC Minas, a temática de proteção dos refugiados está presente no curso de Relações Internacionais, que conta com a disciplina “Migrações e Direito Internacional dos Direitos Humanos”, e no curso de Direito, que oferece a disciplina virtual “Direito Internacional dos Direitos Humanos, nacionalidade, migração e refugiados”.
Já o “Projeto Ler” da universidade é composto por oficinas de leitura e escrita, com jovens refugiados e migrantes, que contribuem para o processo de aprendizado do idioma português e para a melhor inserção social e cultural dessas pessoas na localidade em que vivem.
Ao assinar o acordo, o reitor da universidade, Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães, reafirmou o caráter social da instituição em acolher pessoas refugiadas e solicitantes de refúgio em situação de vulnerabilidade. Essa posição é reforçada pelo diretor do Instituto de Ciências Sociais da PUC Minas, professor Danny Zahreddine, responsável pela coordenação da cátedra na universidade.
“A implantação da cátedra tem contribuído para a ampliação de parcerias dentro da instituição e vai permitir incorporar no processo de atendimento e acompanhamento dos refugiados diversos atores da vida acadêmica, em especial os alunos. Esses terão na cátedra a oportunidade de conhecer e atuar em tema humanitário transversal em diversas áreas da universidade”, afirmou o coordenador.
A importância do ingresso da PUC Minas na CSVM foi enfatizada pelo representante adjunto do ACNUR no Brasil, Federico Martinez, assegurando a relevância da atuação no âmbito acadêmico e de pesquisa da PUC Minas.
“A inclusão da temática da proteção de refugiados e de apátridas por esta instituição em suas atuações agrega ainda mais conhecimentos à Cátedra Sérgio Vieira de Mello e consolida a presença de uma importante instituição de ensino superior no estado de Minas Gerais no atendimento às demandas existentes por parte da população sob o mandato de proteção do ACNUR”, ressaltou Martinez.
O ACNUR implementa a Cátedra Sérgio Vieira de Mello em cooperação com instituições de ensino superior nacionais e com o Comitê Nacional para Refugiados (CONARE) desde 2003. A PUC Minas é a 22ª instituição a aderir à iniciativa e a primeira no estado de Minas Gerais.
A comunidade acadêmica da PUC Minas é formada por 1.700 docentes, 2.900 funcionários e 41.768 alunos vinculados. A graduação oferece 115 cursos ativos e a pós-graduação, 29 cursos, sendo 17 de mestrado e 12 de doutorado.
No que se refere à extensão, a universidade desenvolveu, em 2018, 111 ações, entre programas, projetos, cursos e eventos. Na área de pesquisa, até final do mesmo ano, contava com 278 grupos de pesquisa certificados junto ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) com parcerias nacionais e internacionais que desencadeiam inúmeros estudos e intercâmbios.
|
Posted: 03 Sep 2019 01:35 PM PDT
Reunião de ministros do Trabalho e Emprego dos países do G20 aconteceu em 1º e 2 de setembro de 2019 e Matsuyama, no Japão. Foto: GovernmentZA
O diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Guy Ryder, elogiou na segunda-feira (2) a Declaração dos Ministros do Trabalho e do Emprego do G20, que se comprometeram a promover políticas trabalhistas centradas no ser humano, com foco em mudança demográfica, igualdade de gênero e empoderamento das mulheres. O objetivo é responder a novas formas de trabalho e se adaptar a mudanças demográficas e vidas profissionais mais longas.
“O G20 reconhece claramente a necessidade premente de enfrentar o grande número de desafios apresentados pela rápida evolução do mundo do trabalho. O compromisso com a adoção de políticas centradas no ser humano para a promoção do trabalho decente é fundamental”, afirmou Ryder.
Adotada ao final de uma reunião de dois dias realizada no Japão em 1º e 2 de setembro, da qual Ryder participou, a declaração reconhece serem necessárias “políticas que propiciem um desenvolvimento econômico sólido, sustentável, equilibrado e inclusivo e que fomentem a inclusão social, o emprego pleno e produtivo e o trabalho decente”, com o objetivo de moldar “um futuro do trabalho centrado no ser humano”.
Um importante foco nas discussões foi a necessidade de promoção de políticas que permitam e incentivem os trabalhadores a exercer escolhas e preferências ao longo de todas as etapas de uma vida profissional, com múltiplas transições. Isso inclui promover uma aposentadoria flexível, incentivar os empregadores a reter e contratar trabalhadores mais velhos e facilitar a transição do trabalho para a aposentadoria. O compromisso adotado na Declaração com relação a essas disposições trabalhistas reflete uma das principais recomendações do Relatório da Comissão Global da OIT sobre o Futuro do Trabalho, publicado em janeiro de 2019, no início do ano do Centenário da OIT.
Os temas relativos ao setor de prestação de cuidados, em particular, à capacidade de criação de empregos e à necessidade de se enfrentar notáveis desequilíbrios de gênero, também foram abordados amplamente nos debates da reunião, realizada em Matsuyama. A prestação de cuidados de longa duração é uma questão importante para os países do G20 que enfrentam um rápido envelhecimento populacional.
“Acolhemos com satisfação o reconhecimento pelo G20 da importância de se formalizar o emprego de prestação prolongada de cuidados, de melhorar as condições de trabalho e de promover os princípios e direitos fundamentais das cuidadoras e dos cuidadores no citado setor profissional”, destacou Ryder. “A economia de cuidado pode criar milhões de trabalhos decentes. A sociedade precisa desses trabalhos decentes para cuidar de um número crescente de idosos e, ao criá-los, também melhoramos a qualidade dos cuidados prestados.”
Os ministros também reconheceram a contribuição para a igualdade de gênero feita pela Convenção da OIT para a Eliminação da Violência e do Assédio no Mundo do Trabalho de 2019, adotada na Conferência Internacional do Trabalho (ILC) do Centenário, realizada em junho passado. O texto também pede que a Declaração do Centenário da OIT sobre o Futuro do Trabalho, também adotada na conferência, seja levada em consideração pelos países do G20.
|
Posted: 03 Sep 2019 12:13 PM PDT
Obra da exposição “Percepções”, do artista Gabriel Archanjo (PI). Foto: Acervo Pessoal
O escritório da ONU Mulheres no Brasil apoiou o projeto “Amazônia das Artes”, do qual faz parte a exposição “Percepções”, do artista plástico piauiense Gabriel Archanjo, que ficou em cartaz no SESC Roraima, em Boa Vista (RR), de julho a agosto. A exposição foi viabilizada em parceria com a Operação Acolhida — resposta humanitária a refugiados e migrantes venezuelanos implementada por governo federal, agências da ONU e organizações da sociedade civil.
Mais de 20 mulheres refugiadas e migrantes dos abrigos Rondon I e São Vicente, convidadas pela ONU Mulheres, e mulheres trans do abrigo Latife Salomão, convidadas pelo Exército, conferiram em julho a abertura da exposição no SESC Roraima, que reuniu cerca de 50 pessoas. Para muitas venezuelanas, o evento foi o primeiro contato com a cultura brasileira.
“O que chamou mais atenção no bate-papo e muito impressionou as venezuelanas foi o quanto a população negra ainda sofre racismo no Brasil e como isso não ocorre no país de origem delas”, comentou Tamara Jurberg, da ONU Mulheres, que participou da roda de conversa sobre migração e etnicidade, com a participação da migrante venezuelana Genova Alvarado e do artista plástico Archanjo.
Para a ONU Mulheres, modos de vida diferentes são compreendidos por meio da convivência, viabilizada com a adoção de medidas de integração. A venezuelana Doryit Starlin, que vive há um ano no Brasil, disse acreditar que rodas de conversa proporcionam amparo às mulheres migrantes, duplamente vulneráveis pela situação em que vivem. “É importante que a gente dê as mãos e que estejamos juntas. É um trabalho de formiga, mas conhecimento é poder e isso faz uma grande diferença”, declarou.
A venezuelana saiu do abrigo Rondon I para prestigiar uma exposição pela primeira vez desde que chegou ao Brasil, o que a ajudou a ter mais compreensão e consciência sobre os dramas humanos locais, afirmou. “Conseguimos nos identificar como humanos, não só pela cor de pele ou pela nacionalidade, como brasileiros ou venezuelanos, mas com uma história de sofrimento dos povos e das massas — temos muito mais em comum do que a gente pensa”, completou.
O papel da mulher também foi um dos temas abordados na abertura da exposição, já que as refugiadas e migrantes venezuelanas estão em uma situação de maior vulnerabilidade na comparação com os homens. Isso ocorre porque elas ainda são em grande parte responsáveis pelo papel de cuidado da casa, dos filhos e das filhas, o que acaba se tornando um obstáculo para a busca de emprego no Brasil.
Este debate também foi levado para os abrigos de Roraima nos quais a ONU Mulheres realiza rodas de conversa sobre o fluxo migratório venezuelano ao Brasil e sobre as diferentes situações de homens e mulheres nesse processo.
Nos eventos, espaços seguros são criados para que mulheres migrantes exponham vivências — tais como discriminação no Brasil —, superando obstáculos como vergonha ou medo de falar. Os espaços permitem empoderamento das mulheres, pois neles elas podem identificar como a resposta humanitária se encaixa em suas necessidades.
Arte, cultura e qualificação profissional
As expressões artístico-culturais têm proporcionado debates e integração para venezuelanas e brasileiras em atividades promovidas por SESC, Operação Acolhida e ONU Mulheres.
Em julho, a peça “Aquelas”, apresentada pela companhia Manada Teatro, retratou feminicídios a partir da história da cearense Maria de Bil, assassinada pelo marido em 1926 e que se imortalizou pela devoção popular.
A Universidade Federal de Roraima (UFRR) também é parceira na resposta humanitária da ONU Mulheres a venezuelanas e brasileiras. O curso de extensão “Ateliê Mulheres em Movimento”, que terá início este mês, colaborará para a formação e o aperfeiçoamento das mulheres e sua integração na comunidade local.
Em setembro e outubro, SESI, ONU Mulheres e parceiros promoverão oficinas do projeto “Cozinha Brasil” para grupos de venezuelanas e brasileiras, destinada ao aproveitamento alimentar e a cuidados nutricionais. Novas turmas serão atendidas por formação que vem acontecendo desde o início deste ano.
Segundo a ONU Mulheres, tais iniciativas visam o desenvolvimento da sociedade como um todo. “A gente percebe que, infelizmente, há um crescente processo de discriminação e xenofobia. Assim, é preciso trabalhar não apenas com refugiadas e migrantes, mas com toda a população local para facilitar o processo de inclusão dessas mulheres na comunidade ou em qualquer outro lugar para o qual elas forem no Brasil”, concluiu Tamara Jurberg.
|
Posted: 03 Sep 2019 11:17 AM PDT
Delegações conheceram o Projeto Algodão da Paraíba e outras iniciativas de desenvolvimento do setor algodoeiro de pequena escala. Na foto, produtor de algodão da Paraíba. Foto: Governo da Paraíba
Delegações de países de América Latina e África, parceiros dos projetos de Cooperação Sul-Sul Trilateral com Brasil, Organização Internacional do Trabalho (OIT) e Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), realizaram esta semana visitas técnicas à Paraíba com o objetivo de conhecer a cadeia de produção do algodão envolvendo pequenos produtores, associativismo e inovações tecnológicas.
Em João Pessoa, representantes de Colômbia, Mali e Moçambique, Agência Brasileira de Cooperação (ABC) — do Ministério das Relações Exteriores —, OIT e FAO reuniram-se na segunda-feira (2) com o governador João Azevedo Lins Filho.
O encontro teve por objetivo conhecer o trabalho desenvolvido pelo governo estadual no desenvolvimento da agricultura familiar, no fomento do cooperativismo e na revitalização do algodão sustentável e colorido no estado. Na ocasião, todas as delegações agradeceram o governador pelo apoio que este vem oferecendo ao Programa de Cooperação Sul-Sul.
O grupo também visitou a sede da Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural e Regularização Fundiária (EMPAER), vinculada à Secretaria de Estado do Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca (SEDAP), onde conheceu o Projeto Algodão da Paraíba e outras iniciativas de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) para o desenvolvimento do setor algodoeiro de pequena escala.
Os visitantes foram recebidos pelo secretário da SEDAP, Efraim Morais, e pelo presidente da EMPAER e da Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (ASBRAER), Nivaldo Magalhães.
Um dos objetivos da visita foi proporcionar aos produtores de Colômbia, Mali e Moçambique um maior conhecimento prático sobre organização, associativismo e inovação nas áreas de pesquisa, produção, extensão rural e agricultura familiar brasileira.
Até sexta-feira (6), a delegação cumprirá programação de visitas técnicas a campos de algodão localizados nos assentamentos Margarida Maria Alves, Juarez Távora e outros em Alagoa Grande, Salgado de São Felix e Esperança. Também irá conhecer ações-modelo como quintais produtivos e roçados comunitários trabalhados por grupos de mulheres e jovens do município de Rio Tinto.
A OIT desenvolve o “Projeto Algodão com Trabalho Decente – Cooperação Sul-Sul para a Promoção do Trabalho Decente nos Países Produtores de Algodão da África e da América Latina” com a ABC e o Instituto Brasileiro do Algodão (IBA).
A iniciativa visa promover o trabalho decente na cadeia produtiva do algodão, com ênfase nos Direitos e Princípios Fundamentais do Trabalho e na melhoria das condições de trabalho em cinco países produtores da fibra: Paraguai, Peru, Mali, Moçambique e Tanzânia.
Governador da Paraíba, João Azevedo Lins Filho (centro, de branco), recebe delegação em João Pessoa. Foto: Governo da Paraíba
|
Posted: 03 Sep 2019 10:48 AM PDT
Nas próximas edições, a convocação será estendida a outras nações da região interessados em introduzir melhorias em seus programas de alimentação escolar. Foto: Prefeitura do Rio de Janeiro
O novo currículo “Educação Alimentar e Nutricional vinculada a Programas de Alimentação Escolar”, promovido no âmbito do Programa de Cooperação Internacional entre a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e o governo brasileiro, foi lançado no fim de agosto (28).
O curso destinado a profissionais, técnicos e gestores públicos de El Salvador, Honduras, Peru e República Dominicana é orientado para gerar intervenções no ambiente escolar e introduzir melhores hábitos alimentares.
O currículo envolve sessões presenciais em cada um dos países e atividades desenvolvidas por plataforma virtual. Nas próximas edições, a convocação será estendida a outras nações da região interessadas em introduzir melhorias em seus programas de alimentação escolar.
A iniciativa foi desenvolvida para que os participantes realizem estágios nas escolas e em diferentes espaços relacionados à alimentação escolar, a fim de fazer diagnósticos, intervenções e propostas de ações destinadas a incorporar a abordagem da Educação Alimentar e Nutricional (EAN).
Essa nova iniciativa de treinamento faz parte do projeto “Consolidação dos programas de alimentação escolar na América Latina e no Caribe”, que busca continuar os esforços que FAO, governo brasileiro e países parceiros da América Latina e do Caribe realizaram na última década para desenvolver e implementar programas sustentáveis de alimentação escolar em toda a região.
No âmbito da cooperação entre FAO e Brasil, o currículo é o resultado do esforço iniciado em 2011 por meio do curso “Alimentação escolar: desenvolvimento de programas sustentáveis baseados no caso brasileiro”, que teve oito edições, mais de 2,2 mil inscritos em 19 países, concedendo certificados a 1.520 funcionários e gerentes públicos em toda a região.
Para a preparação do diploma, os tutores de El Salvador, Honduras, Peru e República Dominicana participaram de um curso presencial na representação da FAO no Brasil entre os dias 19 e 23 de agosto. Como atividade de campo, visitaram a Escola Classe 08, no bairro de Cruzeiro, em Brasília (DF), para conhecer a execução do programa de alimentação escolar.
Promovido pelo Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação (FNDE), do Ministério da Educação, e com a assistência técnica do Centro Colaborador de Alimentação e Nutrição Escolar da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (CECANE/UFRGS), a modalidade virtual desse novo treinamento é implementada pelo Núcleo de Treinamento em Políticas Públicas do Escritório Regional da FAO para a América Latina e o Caribe, que conta com o apoio da Cooperação Espanhola.
|
Posted: 03 Sep 2019 08:45 AM PDT
A violência contra as mulheres – particularmente a violência por parte de parceiros e a violência sexual – é um grande problema de saúde pública e de violação dos direitos humanos das mulheres. Foto: George Campos/USP Imagens
A Câmara dos Deputados, por iniciativa da Procuradoria da Mulher, promoveu na quinta-feira (29), em Brasília (DF), sessão solene pelos 13 anos da Lei Maria da Penha. O evento teve participação da gerente de programas da ONU Mulheres no Brasil, Joana Chagas, que lembrou na ocasião a importância do movimento feminista e da atuação da sociedade civil no combate à violência de gênero no país.
A agência da ONU foi representada pela gerente de programas Joana Chagas, responsável pela área de Prevenção e Eliminação da Violência contra as Mulheres, na atividade presidida pela deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ).
O ato teve a presença das deputadas federais Áurea Carolina (PSOL-MG), Érika Kokay (PT-DF), Flávia Arruda (PR-DF), Tereza Nelma (PSDB-AL), da senadora Zenaide Maia (PROS-RN), da representante da Defensoria Pública do DF Rita Lima e de Myllena Calasans, do Comitê Latino-Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher (CLADEM).
Joana lembrou o engajamento do movimento feminista com a temática da violência contra mulheres há mais de 40 anos e a atuação da sociedade civil para a elaboração da Lei Maria da Penha.
Ela citou acordos e tratados internacionais que subsidiaram o texto da norma, tais como a Convenção para a Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (conhecida como Convenção CEDAW, na sigla em inglês) e a Convenção Belém do Pará, 1994.
A especialista mencionou, ainda, a Plataforma de Ação de Pequim, que completará 25 anos em 2020, como outro importante documento internacional para impulsionar a criação de mecanismos governamentais para a promoção da igualdade de gênero, bem como a progressiva inclusão de uma perspectiva de gênero nas mais diversas áreas, políticas e programas governamentais.
A gerente de programas da ONU Mulheres sinalizou que o Brasil tem se destacado por ter sido um dos pioneiros na criação de mecanismos governamentais e serviços especializados de atendimento a mulheres em situação de violência, como o Conselho Nacional de Direitos da Mulher e a delegacia especializada. Também mencionou a legislação avançada do país para enfrentar a violência doméstica e familiar contra mulheres, como é a Lei Maria da Penha, e importantes políticas públicas sob liderança da Secretaria de Políticas para as Mulheres.
Realidade alarmante
Em números proporcionais, o Brasil é o quinto país no mundo em número de feminicídios e o terceiro em volume absoluto. No país, ocorrem 40% dos feminicídios da América Latina e do Caribe.
Dados do Atlas da Violência de 2019 apontaram 4.963 assassinatos de mulheres em 2017 – maior número dos últimos dez anos. O levantamento também apontou um aumento de quase 30% da taxa de assassinatos de mulheres negras.
Entre os desafios a serem superados para efetiva prevenção e eliminação da violência contra as mulheres brasileiras, Joana Chagas elencou: respostas institucionais fragmentadas e desarticuladas, muito centradas na repressão e pouco na prevenção, com escassos recursos humanos e financeiros.
A gerente de programas da ONU Mulheres destacou, ainda, a oportunidade proporcionada pela Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável para aceleração de investimentos e medidas concretas para acabar com a violência contra as mulheres e meninas em todo o mundo até 2030. “Precisamos trabalhar incansavelmente com instituições parceiras das esferas pública e privada, aos níveis local, estadual e nacional”, declarou.
Ela salientou que a visão defendida pela ONU Mulheres Américas e Caribe no aniversário de 13 anos da Lei Maria da Penha é “avaliar como as mulheres da periferia, rurais e comunidades tradicionais acessam a Lei Maria da Penha”.
No final de sua exposição, Joana reiterou o compromisso da ONU Mulheres Brasil com “a Câmara Federal para que mulheres e meninas brasileiras tenham direito de viver a vida sem violência”.
|
Posted: 03 Sep 2019 08:26 AM PDT
Em 10 anos, mais de 6.800 adolescentes entre 15 e 19 anos foram assassinados no estado de São Paulo. Foto: Fora do Eixo (CC)
Será lançado nesta quinta-feira (5) o Comitê Paulista pela Prevenção de Homicídios na Adolescência, às 9h, no auditório Franco Montoro, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP). O comitê é uma iniciativa do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Justiça e Cidadania, da ALESP e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
A articulação entre esses três parceiros tem como objetivo elaborar diagnósticos sobre a questão dos homicídios de adolescentes no estado, definir indicadores e fomentar políticas públicas intersetoriais voltadas à prevenção de homicídios de adolescentes em São Paulo.
Entre 2008 e 2017, o estado teve redução da taxa de homicídios da população em geral, passando de 15,3 para cada 100 mil habitantes em 2008 para 10,6 a cada 100 mil habitantes em 2017 (SIM/Datasus). A taxa de homicídios entre adolescentes, contudo, não caiu nesse período — em 2008, era de 19,1 mortes por 100 mil e, em 2017, de 19,6 a cada 100 mil. Nesses dez anos, mais de 6,8 mil adolescentes entre 15 e 19 anos foram assassinados no estado.
Diante do complexo desafio, o Comitê busca o engajamento de outras instituições públicas, sociedade civil e movimentos sociais comprometidos em evitar que mais vidas sejam interrompidas antes mesmo de chegar à fase adulta. A partir dessa articulação, o comitê vai produzir um plano de trabalho de 2019 a 2021, em quatro linhas de ação: dados e pesquisas; políticas públicas intersetoriais; pautas dos territórios; e o funcionamento do sistema de justiça.
Serviço
O quê: Lançamento do Comitê Paulista pela Prevenção de Homicídios na Adolescência Onde: Auditório Franco Montoro, Assembleia Legislativa de São Paulo – Av. Pedro Álvares Cabral, 201, São Paulo (SP) Quando: Quinta-feira, 5 de setembro de 2019, das 8h30 às 12h30. Às 8h30: Credenciamento de imprensa Das 9h às 12h30 – Ato de lançamento – Mesa de abertura com autoridades – Apresentação da experiência do Comitê Cearense pela Prevenção dos Homicídios na Adolescência e histórico do Comitê Paulista – Apresentação de análise de dados e proposta de trabalho do Comitê Paulista Das 14h às 17h, haverá Grupos de Trabalho para a construção participativa do Comitê – Aberto ao Público
|
Posted: 02 Sep 2019 02:21 PM PDT
Secretário-geral da ONU coloca flores em túmulos de capacetes-azuis em Mavivi, leste da República Democrática do Congo, em 1º de setembro de 2019. Foto: ONU/Martine Perret
No segundo dia de sua visita à República Democrática do Congo (RDC), o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, elogiou no domingo (1) a coragem dos congolenses e o sacrifício feito pelos capacetes-azuis da ONU que deram suas vidas para protegê-los.
Guterres falou em coletiva de imprensa na cidade de Beni, que está no epicentro da epidemia de ebola do país. Ele mencionou a falta de segurança e outros problemas graves que a região está sofrendo, como sarampo, malária e cólera.
“Espero que a minha presença aqui reafirme o meu apoio total à MONUSCO (Missão das Nações Unidas na República Democrática do Congo), na luta contra grupos armados que espalham medo e morte”, disse Guterres, em francês, língua oficial da RDC.
“A MONUSCO e seus parceiros – as forças armadas do RDC e a polícia nacional congolesa – continuam a trabalhar em conjunto para trazer paz e segurança à região.”
O chefe da ONU também ofereceu suas condolências às famílias e amigos das vítimas de violência, pedindo a todos os grupos armados interrompam imediatamente os ataques contra a população civil e às forças de segurança encarregadas de proteger a população congolesa.
“Os capacetes-azuis pagaram um preço alto a serviço da paz. Mas isso só fortalece a nossa determinação. Faremos o possível para acabar com a falta de segurança nesta região. É importante que o povo de Beni saiba que ouvimos seu sofrimento.”
A ONU está determinada em apoiar as autoridades congolesas, comunidades locais e atores da sociedade civil na luta contra a falta de segurança, disse Guterres, prometendo abordar o assunto nesta segunda-feira (2) com as autoridades nacionais em sua visita à capital Kinshasa.
O secretário-geral da ONU também visitou o Centro de Tratamento de Ebola em Mangina no domingo (1), onde expressou sua admiração pela resiliência da comunidade e salientou a importância da segurança para o combate à doença.
“Para combater a ebola, precisamos de liberdade de circulação, acesso e segurança. Nossa solidariedade deve ser demonstrada através da ampliação da cooperação entre a MONUSCO e as Forças Armadas da RDC para que possam fazer o que for possível para desmobilizar grupos armados locais e convencê-los a se reintegrar à sociedade.”
Países e organizações que fizeram compromissos de financiamento para apoiar o combate ao ebola precisam honrar suas promessas, disse Guterres, para que a resposta continue de forma ininterrupta em todas as áreas.
|
|
|
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário