Boletim diário da ONU Brasil: “Prêmio da ONU Meio Ambiente homenageia inovadores do desenvolvimento sustentável” e 6 outros.
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Posted: 04 Sep 2019 12:43 PM PDT
Clique para exibir o slide.Um titã do mundo corporativo com uma agenda não convencional, especialistas em alimentos que pensam de maneira inovadora e uma mergulhadora cujo nome se tornou sinônimo de conservação. Estes são apenas alguns dos heróis ambientais que dedicaram suas vidas a concretizar visões audaciosas de um mundo melhor.
Esses foram alguns dos vencedores do Prêmio Campeões da Terra da ONU Meio Ambiente, a mais prestigiada premiação ambiental do mundo. Suas ações inspiraram outros na luta por um mundo mais saudável, equilibrado e sustentável.
A contagem regressiva para o anúncio dos Campeões da Terra 2019 e para a Cúpula de Ação Climática no dia 23 de setembro, em Nova Iorque, já começou. À medida que o mundo se mobiliza para reduzir as emissões de carbono antes que os efeitos do aquecimento global se tornem inevitáveis, a visão dos vencedores de anos anteriores se torna mais necessária do que nunca.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, quer líderes mundiais, empresas e sociedade civil presentes na cúpula com planos concretos para reduzir as emissões em 45% na próxima década e atingir zero emissões até 2050, em linha com o Acordo de Paris sobre Mudança do Clima e com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
É necessária uma transformação econômica e social completa. Em suma, é um trabalho para verdadeiros heróis.
A boa notícia é que cidadãos exemplares já estão dispostos a ajudar nesse avanço. Os Campeões da Terra têm demonstrado, ano após ano, que é possível uma mudança real quando os indivíduos se comprometem a reorganizar os estilos de vida de forma a preservar os recursos do planeta e garantir a própria sobrevivência.
A ONU Meio Ambiente analisou cinco Campeões da Terra que transformaram seu próprio mundo.
O magnata pioneiro — Paul Polman, diretor-executivo da Unilever
Campeão em 2015: Visão empreendedora
Durante mais de uma década como CEO da Unilever, Paul Polman sempre ousou fazer as coisas de forma diferente. Muito antes da “sustentabilidade” se tornar uma palavra em voga, Paul procurou dissociar o crescimento econômico da degradação ambiental e aumentar o impacto social positivo da Unilever.
Desde que deixou o cargo no ano passado, Polman continuou seu trabalho colocando a sustentabilidade no centro dos negócios globais. Ele é presidente da Câmara Internacional de Comércio e, recentemente, co-fundou a fundação Imagine para ajudar a erradicar a pobreza e combater a mudança climática, ajudando empresas a seguirem os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Polman anunciou a notícia no Twitter, citando a letra da canção de John Lennon: “você pode dizer que sou um sonhador, mas não sou o único”.
Ele gostaria de ver os “heroicos CEOs” conduzirem uma mudança para uma forma mais inclusiva e sustentável de fazer negócios. Essa convocação está alinhada a uma das seis prioridades estabelecidas pelo secretário-geral da ONU para a Cúpula de Ação Climática — mobilizar fontes de financiamento públicas e privadas para impulsionar a descarbonização de todos os setores prioritários e aumentar a resiliência.
A ambiciosa agenda da Cúpula encontra eco no coração de Polman. Em um tweet, ele endossou o chamado de Guterres para ação urgente: “com o aumento da temperatura, a natureza está gritando o que já sabíamos — não há tempo a perder contra a mudança climática”.
Os inconformados da indústria alimentícia — Beyond Meat e Impossible Foods
Campeão em 2018: Ciência e Inovação
As emissões de gases causadores do efeito estufa pelo setor agrícola estimularam os apelos por uma dieta mais baseada em plantas e vegetais. Mas como fazer com que consumidores famintos e amantes de carne vermelha mudem de opinião?
Os empreendedores e criadores da Beyond Meat e da Impossible Foods aceitaram esse desafio com entusiasmo e venceram o prêmio Campeões da Terra por criar alternativas sustentáveis aos hambúrgueres de carne bovina.
A Beyond Meat trabalhou com cientistas renomados para remover os principais componentes da carne e extraí-los das plantas, usando ingredientes como ervilhas, beterraba, óleo de coco e amido de batata.
A Impossible Foods tomou um rumo ligeiramente diferente para chegar a um resultado semelhante. A equipe do CEO Patrick Brown descobriu uma molécula contendo ferro que existe naturalmente em cada célula de cada animal e planta — e que é responsável pelos sabores e aromas únicos da carne. Esses conhecimentos foram utilizados para produção de um hambúrguer sem carne.
As duas empresas exploraram uma demanda crescente, especialmente entre os consumidores mais jovens, por produtos que sejam bons tanto para o planeta quanto para as pessoas, provando que faz sentido para os negócios aproveitar essa vontade sem causar danos ao planeta.
A atitude deles é exatamente o que é necessário em escala global para combater a crise climática.
Como disse Patrick Brown: “existem grandes problemas globais, mas eles são solucionáveis e vamos resolvê-los. Aguarde”.
O filho do Deserto — Wang Wenbiao, presidente do Elion Resources Group
Campeão em 2017: Realização vitalícia
Quando Wang Wenbiao comprou a Salina Hangjinqi no meio do deserto de Kubuqi, na Mongólia, em 1988, embarcou em uma aventura que o levaria ao topo da maior empresa privada do setor dos empreendimentos verdes, o Elion Resources Group.
Como toda jornada interessante, sua viagem começou com um problema: como tornar as salinas rentáveis, já que o deserto rastejante havia engolido o lago de sal, danificando equipamentos e dificultando o transporte do sal para o mercado?
Wang Wenbiao, que cresceu em Kubuqi, uniu-se às comunidades locais e ao governo de Pequim para conter as areias que avançavam e dar esperança a algumas das 70 mil pessoas que lutavam para sobreviver.
Ao fazer isso, demonstrou como a iniciativa privada pode contribuir na luta contra as mudanças climáticas e a degradação do meio ambiente, gerando benefícios simultaneamente.
Wenbiao criou um fundo especial para financiar o reflorestamento e designou um terço de sua equipe para plantar árvores ao redor do lago. Ele também incentivou a população local a cultivar alcaçuz, uma planta resistente que cresce bem nos desertos e é amplamente usada na medicina tradicional chinesa. Elion forneceu sementes, treinamento e outros formas de apoio aos locais.
Hoje, cerca de dois terços do deserto estão esverdeados e Wang, que é conhecido como o Filho do Deserto, disse querer continuar sua ação por um longo período. “Esverdear os desertos é como uma maratona, enquanto houver um deserto, minha maratona não chegará ao fim”, afirmou.
O sonhador holandês — Boyan Slat
Campeão em 2014: Inspiração e ação
Boyan Slat, inovador holandês, tinha apenas 19 anos quando ganhou o prêmio de Campeão da Terra na categoria Inspiração e ação. Mesmo muito jovem, já tinha uma missão: limpar os oceanos de resíduos plásticos com uma barreira flutuante revolucionária.
Desde então, Slat deu vida à sua visão com o projeto The Ocean Cleanup. Embora sua equipe tenha sido forçada a trazer o primeiro protótipo de volta ao porto, retornou ao mar na esperança de recolher alguns dos trilhões de pedaços de plástico que estão sufocando nossos peixes, matando animais marinhos, danificando recifes de coral e transformando praias em lixões.
A paixão contínua de Slat por seu projeto reflete a crescente preocupação do público. Em 2017, a ONU Meio Ambiente lançou a campanha Mares Limpos para inspirar governos, empresas e pessoas a tomar medidas contra a poluição plástica, incluindo limpeza de praias, redução do uso de plástico e maior investimento em instalações de reciclagem.
O System 001 original da Slat — um flutuador em forma de U com 600 metros de comprimento e uma saia cônica de três metros de profundidade anexada abaixo para prender o plástico — foi lançado em setembro de 2018 e rebocado para o Great Pacific Garbage Patch, uma gigantesca onda de lixo com o dobro do tamanho da França.
Mas a equipe da Ocean Cleanup descobriu que o flutuador estava falhando em segurar o plástico. Eles tentaram modificar o projeto no mar, mas acabaram sendo forçados a voltar ao porto depois de ele ter quebrado pelo cansaço.
Mais testes e modificações foram necessários, mas, em agosto, Slat disse que o Sistema 001/B chegou à placa de resíduos do Pacífico Norte.
“É seguro dizer que estamos mais próximos do que nunca de uma ferramenta capaz de limpar permanentemente essas áreas”, escreveu ele no site The Ocean Cleanup.
“Profunda” — Sylvia Earle
Campeão em 2014: Liderança vital
Uma renomada bióloga norte-americana e pioneira da exploração em águas profundas, Sylvia Earle dedicou sua vida a explorar e proteger os oceanos. Sua filosofia é simples: “precisamos respeitar os oceanos e cuidar deles como se as nossas vidas dependessem deles, porque dependem”.
Earle, de 83 anos, registrou mais de 7 mil horas embaixo d’água em mais de 100 expedições — incluindo a liderança da primeira equipe de mulheres aquanautas e um recorde de mergulho solo a uma profundidade de 1 mil metros. Sua lista de títulos é impressionante: ela já foi chamada de Lenda Viva, Heroína para o Planeta e a Face da Biologia Marinha.
Earle foi a primeira mulher a servir como cientista-chefe da Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos e, desde 1998, é exploradora na National Geographic Society.
É também fundadora da Deep Ocean Exploration and Research Inc e da Sylvia Earle Alliance, além de líder da National Geographic Society Sustainable Seas Expeditions.
Em 2009, fundou a Mission Blue, uma aliança global para estimular o apoio público à proteção de uma rede de Pontos de Esperança — lugares especiais que são vitais para a saúde do oceano. A aliança visa aumentar significativamente a proteção dos oceanos até 2020.
Em 2014, recebeu o prêmio Campeões da Terra na categoria Liderança Vital. Earle continua viajando pelo mundo, procurando inspirar os outros com sua paixão pela preservação dos nossos mares.
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Posted: 04 Sep 2019 11:35 AM PDT
Clique para exibir o slide.O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) promoveu na segunda-feira (26), em Salvador (BA), o segundo workshop da série “Comunicação e Zero Discriminação em HIV e AIDS”. O evento, realizado no auditório do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (IRDEB), é uma ação do UNAIDS com apoio do IRDEB e do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), e faz parte do Plano Conjunto da ONU sobre AIDS 2019.
Foram duas turmas (manhã e tarde) compostas por comunicadores, estudantes e profissionais de áreas relacionadas à saúde. Ao todo, cerca de 70 pessoas participaram do seminário, cujo objetivo foi apresentar uma atualização de conceitos e terminologias relacionados ao universo do HIV e da AIDS, além de demonstrar práticas sobre as soluções mais recomendadas e informadas por evidências a respeito da epidemia de HIV, estigma, discriminação e direitos humanos.
Flávio Gonçalves, diretor geral do IRDEB, ressaltou que, como parceiro das Nações Unidas, o IRDEB inclui na programação da TVE Bahia e da Rádio Educadora FM conteúdos produzidos pelas agências, fundos e programas da ONU pela promoção da Agenda 2030 do Desenvolvimento Sustentável.
“É muito raro, nos veículos de mídia brasileiros, termos informações sobre saúde na programação. As pessoas estarem bem ou mal informadas sobre HIV depende de nós. Cabe a nós levar as informações de forma correta. Nosso papel é levar informações que possam acrescentar à vida das pessoas de alguma forma”, disse.
“Estamos felizes de acolher este tipo de iniciativa aqui em nossa casa, envolvendo também nossas equipes, para que consigamos abordar o tema da melhor forma possível e inspirar outras pessoas.”
Bernardo Alves, de 25 anos, é publicitário e participou do workshop. “Trabalho com arte e informação, e este evento é muito importante para o aprendizado, principalmente quando se trata de questões relacionadas à terminologia. A mídia não trabalha isso, o que é prejudicial. Acho importante ter o conhecimento e passá-lo adiante”, disse.
Para Daniel de Castro, assessor de Comunicação do UNAIDS, a prevenção passa inevitavelmente por um processo de comunicação. “Por isso, estamos aqui para falar desse tema, que é negligenciado não só por profissionais da área de Comunicação mas também por profissionais de Saúde e gestores públicos. A prevenção passa pelo entendimento, pelo conhecimento, pela divulgação de informações baseadas em evidência e que são relevantes para o dia a dia, principalmente dos jovens”, alertou.
Esta nova série de workshops teve a primeira edição em Recife (PE) e busca promover uma reflexão sobre o importante papel da mídia e das diversas áreas da comunicação na resposta à epidemia de HIV. Além de Salvador, estão programadas oficinas para outras capitais, como Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP).
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Posted: 04 Sep 2019 10:54 AM PDT
Cerca de 20 milhões de toneladas de plásticos acabam nos oceanos a cada ano. Foto: Flickr/ National Ocean Service Image Gallery (CC)
Quer percebamos ou não, nossa vida e rotina estão conectadas diariamente ao oceano. Nosso clima, alimento, história e economia – entre muitas outras coisas – são diretamente influenciados por ele. E isso é verdade para todos, tanto para aqueles que moram nas áreas costeiras quanto para aqueles que vivem longe dela.
Em outras palavras, nosso relacionamento com o oceano deve ser reconhecido como uma cultura – uma cultura oceânica que envolve conhecimento, respeito, arte, costumes e é bordada no tecido de nossas vidas.
Nesse contexto, a Comissão Oceanográfica Intergovernamental (COI) da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) lançou seu programa de Cultura Oceânica, que inclui um site para promover a conscientização e o intercâmbio de conhecimentos e um guia e kit de ferramentas para integrar a cultura oceânica nas escolas do mundo todo.
Promover a cultura oceânica é um dos objetivos da UNESCO para a Década das Nações Unidas da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável (a Década dos Oceanos), proclamada pelas Nações Unidas para os anos de 2021 a 2030.
Nesta semana, por meio de uma parceria entre o Programa Maré de Ciência da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e a Secretaria de Meio Ambiente do Município de Santos, será lançada uma versão em português da publicação, cujo título é “Cultura Oceânica para Todos: um kit de ferramentas”. O guia poderá ser usado em escolas públicas e privadas brasileiras.
A versão em português será formalmente lançada em evento nos dias 5 a 6 de setembro em Santos (SP), a maior cidade portuária do Brasil. O lançamento contará com a participação de funcionários da COI da UNESCO, além da autora do kit, Francesca Santoro, coordenadora do programa de alfabetização sobre oceanos da Organização, e Vinicius Lindoso, oficial de comunicação da COI.
A “cultura oceânica”, termo brasileiro para “ocean literacy”, é um convite para escolas, empresas, ONGs, governo, universidades, comunidades e cidadãos a reconhecer o papel do oceano em nossas vidas, falar sobre sua importância, reconhecer nossa influência sobre o oceano, pensar em comportamentos e propor ações, políticas públicas e ferramentas inovadoras que ajudem a conservá-lo e garantir a qualidade de vida das gerações futuras.
O evento de lançamento em Santos será uma oportunidade para reconhecer e valorizar o que já foi feito nessa área em diferentes países e impulsionar novas ações e discussões.
O evento de lançamento dos materiais de cultura oceânica é organizado em três etapas. Na tarde de 5 de setembro, a Década dos Oceanos será apresentada a representantes e educadores do governo. Francesca Santoro fará uma palestra sobre cultura oceânica e seu potencial de aplicação no Brasil.
Na mesma tarde, serão discutidas diferentes abordagens para promover a cultura oceânica em áreas do interior do país, longe do litoral, com relatórios sobre o tema da poluição oceânica nas escolas em cidades distantes do mar: São Paulo (70 km), Rio Claro (200 km) e Ribeirão Preto (350 km). O projeto Oceanos para Leigos também apresentará um relatório sobre o uso das mídias sociais para promover a cultura oceânica nas cidades costeiras e no interior.
No segundo dia, o programa continuará em parceria com o British Council, abordando o papel do engajamento social e da inovação para fortalecer a cultura oceânica, discutindo abordagens em escolas e comunidades, bem como o papel das políticas públicas de educação ambiental.
À tarde, haverá discussão sobre o papel da mulher na ciência, com a apresentação da Liga das Mulheres pelo Oceano e o lançamento do desafio Women at Sea (“Mulheres no Mar”, em tradução livre), que ocorrerá em setembro e outubro: um convite a todas as mulheres para compartilhar suas perspectivas sobre cultura oceânica.
Em cada sessão, especialistas e autoridades discutirão etapas futuras para promover a cultura oceânica no Brasil. As instituições participantes incluem: British Council, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Serviço Social do Comércio (SESC), Fundação Grupo Boticário, WWF Brasil, SOS Mata Atlântica, EcoSurf, Colégio Magno de São Paulo, Colégio Koelle de Rio Claro, Colégio Marista de Ribeirão Preto, bem como a Coordenação de Educação Ambiental da Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo.
Jornalistas e pesquisadores também participarão, trazendo suas perspectivas para as discussões.
O evento é gratuito e acontece nos dias 5 de setembro (14h-18h) e 6 de setembro (9h-18h) na Associação de Engenheiros e Arquitetos de Santos (Rua Dr. Arthur Porchat de Assis, 47 – Boqueirão, Santos – SP).
A programação completa e as inscrições para participação presencial podem ser acessadas online ( www.maredeciencia.com.br). Todo o evento será transmitido ao vivo pela Internet em parceria com o projeto Oceanos para Leigos, permitindo a participação e a interação online com discussões por meio de perguntas e comentários.
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Posted: 04 Sep 2019 10:28 AM PDT
Contraste entre as desigualdades no município do Rio de Janeiro. Foto: Luiz Gonçalves Martins – ODS 10
A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) das Nações Unidas realizou, em parceria com o Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), o evento de lançamento de seu novo livro “Alternativas para o desenvolvimento brasileiro: novos horizontes para a mudança estrutural com igualdade”.
O evento ocorreu no fim de agosto (27) na UNICAMP, às vésperas do 12º Encontro Internacional da Associação Keynesiana Brasileira, realizado em 28 a 30 de agosto em Campinas (SP).
Em 2018, a CEPAL completou 70 anos, o que motivou seu escritório no Brasil a reunir em livro as contribuições de nova geração de pensadores influenciada pelo pensamento estruturalista para discutir alternativas para o desenvolvimento do país.
A reunião de “jovens estruturalistas” brasileiros nesse livro mostra que, a despeito do contexto de grandes transformações na economia internacional e profundas incertezas decorrentes da atual conjuntura, o pensamento estruturalista segue propositivo, mostrando que há alternativas para se construir um desenvolvimento com mais igualdade e mais sustentabilidade, segundo a CEPAL.
O processo que culminou no lançamento do livro teve início com um seminário realizado em Brasília (DF), no Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), entre os dias 5 e 6 de abril de 2018, com a presença dos autores, apoiado pela Friedrich Ebert Stiftung (FES). A Young Scholars Initiative do Institute for New Economic Thinking apoiou a publicação e divulgação da obra.
Os artigos incluídos no livro abordam desafios e oportunidades para o desenvolvimento do país nos próximos anos a partir de temas como vulnerabilidade externa, fragilidade das finanças públicas e do Estado, inovação e diversificação produtiva, necessidade de políticas sociais distributivas e questões de sustentabilidade ambiental.
A expectativa da CEPAL é de que o conjunto de artigos impulsione um debate sobre alternativas de desenvolvimento para o Brasil, articulando uma mudança estrutural com igualdade.
O evento contou com a presença do organizador do livro, Marcos Chiliatto; dos autores dos capítulos (André Biancarelli, da UNICAMP; André Calixtre, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA); Camila Gramkow, da CEPAL; Guilherme Mello, da UNICAMP; e Pedro Rossi, da UNICAMP); e do professor Wilson Cano. Mais de 80 pessoas, entre pesquisadores e estudantes do desenvolvimento brasileiro, estiveram presentes no encontro, que também teve transmissão ao vivo.
Clique aqui para acessar o livro.
Assista ao vídeo sobre o evento de lançamento:
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Posted: 04 Sep 2019 10:03 AM PDT
UNODC participou do seminário “Violência e Administração de Conflitos”, realizado pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em São Paulo. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) participou do seminário “Violência e Administração de Conflitos”, realizado em agosto (de 20 a 22) na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em São Paulo (SP). O objetivo foi fomentar produções e debates acerca de temas como punição, justiça, segurança pública, violência e os atuais desafios enfrentados nessas áreas.
O evento foi organizado pelo Grupo de Pesquisa sobre Violência e Administração de Conflitos (GEVAC) e contou com a participação de pesquisadores e professores universitários em conferências, grupos de trabalho e mesas redondas.
Durante o evento, o especialista em monitoramento e avaliação do UNODC, Vinícius Couto, participou da mesa redonda “Estratégias de Controle do Crime” e apresentou o Índice de Compliance da Atividade Policial (ICAP), tecnologia desenvolvida pelo UNODC e aplicada nos estados do Rio Grande do Sul e do Paraná. O índice acompanha o uso da força policial e é baseado nos parâmetros internacionais das Nações Unidas para o tema.
O ICAP foi concebido pelo UNODC, com o apoio técnico do sistema de análises qualitativas e quantitativas de dados da Sphinx Brasil (IQ2), e é formado por 27 indicadores, agrupados em três dimensões: gestão da informação e atuação em rede com os órgãos de controle interno e externo; transparência e controle público de dados e informações; e processamento administrativo e pré-processual.
O índice também teve validação prévia do Observatório Estadual da Segurança Pública, vinculado à Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul (SSP/RS).
Criado em 2009, o GEVAC reúne pesquisadores em diversos níveis de formação com a finalidade de produzir conhecimento e intervir no debate público. Os temas são trabalhados na perspectiva de uma sociologia política dos conflitos e de suas formas de administração, em quatro linhas de pesquisa: políticas de segurança, justiça e penais; conflitos, manifestações de violência e transformações sociais; formas estatais de controle e gestão da violência; e segurança pública.
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Posted: 04 Sep 2019 09:40 AM PDT
Graças a um projeto de adaptação às mudanças climáticas do PNUD, a agricultora afegã Guncha Gul adquiriu sua própria estufa e colmeias no distrito de Herat. Foto: PNUD
Uma rede de 60 laboratórios de aceleração lançará globalmente soluções para desafios como mudança do clima e aumento das desigualdades. Criados em julho por Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Alemanha e Catar, esses laboratórios reunirão ideias baseadas em novas fontes de dados e de experimentação em tempo real mirando o desenvolvimento sustentável do século 21.
“Estamos no começo de uma jornada arrojada, mas nos movendo rapidamente. A fase de instalação de 60 laboratórios de aceleração está quase completa após a triagem de 8 mil candidatos”, declarou o administrador do PNUD, Achim Steiner.
“Já estamos recebendo ótimas respostas de parceiros governamentais, centros tecnológicos e laboratórios de inovação do mundo, que estão interessados em trabalhar com os laboratórios de aceleração do PNUD em soluções inovadoras para desafios como urbanização, plásticos marinhos e criação de oportunidades de emprego para os jovens.”
Durante o lançamento dos laboratórios, em Nova Iorque, Steiner esteve acompanhado da secretária parlamentar de Estado do Ministério Federal da Cooperação Econômica e do Desenvolvimento da Alemanha, Maria Flachsbarth, e do diretor-geral do Fundo do Catar para o Desenvolvimento, Khalifa bin Jassem Al-Kuwari.
Desafios contemporâneos
A velocidade e a complexidade dos desafios atuais são diferentes dos vividos em outros períodos da história, exigindo uma gama igualmente sofisticada de soluções para o desenvolvimento que lidem com problemas complexos e acelerem o progresso em direção aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Com a colaboração do Ministério do Meio Ambiente, Terra e Mar da Itália e de outros parceiros, os laboratórios de aceleração atenderão 78 países e desempenharão um papel importante ao repensar o desenvolvimento sustentável em um século que é, muitas vezes, dominado por condições voláteis as quais os sistemas do século passado não estão aptos a atender.
A rede de laboratórios combinará inovações de base com novas fontes de dados e experimentação em tempo real, explorando soluções para questões como a economia circular, o emprego para os jovens e a mudança global do clima.
“Estamos orgulhosos de nos aliar ao PNUD nesse experimento global. Acreditamos que este seja um movimento arrojado que combina com as ambições da Agenda 2030. Ainda temos dez anos para alcançar os ODS, e a Alemanha está comprometida a investir em novas maneiras de acelerar nosso progresso”, afirmou Flachsbarth. “O tempo é essencial nesse trabalho e a rede proporciona o laboratório certo para avançar o know-how”, concluiu.
O sucesso desses novos laboratórios permitirá que o PNUD identifique inovações locais e ajude a ampliar seu potencial para acelerar o desenvolvimento. “A abordagem de base adotada pelos laboratórios enfatiza a importância de explorar soluções socialmente aceitas e de origem local que tornem as respostas aos desafios de desenvolvimento do século 21 mais eficientes e eficazes”, disse Al-Kuwari.
“Ao dar um voto de confiança investindo os primeiros 20 milhões de dólares, conseguimos melhorar a entrega de nossos compromissos internacionais nas regiões do Oriente Médio e África”, continuou.
Até o momento, os laboratórios atraíram mais de 70 milhões de dólares em investimentos – sendo 33 milhões de dólares de Alemanha, 20 milhões de dólares do Catar, 5,5 milhões de dólares da Itália e 20 milhões de dólares de parceiros do PNUD.
O PNUD procura novos parceiros e investimentos para expandir seu portfólio que testa e desenvolve uma variedade de soluções que correspondam às aspirações dos ODS.
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Posted: 04 Sep 2019 08:28 AM PDT
Furacão Dorian visto da Estação Espacial Internacional em 2 de setembro de 2019. Foto: NASA
Novos alertas de destruição nas Bahamas provocada pelo furacão Dorian foram emitidos por agências das Nações Unidas e parceiros na terça-feira (4), que enfatizaram preocupação com a população de duas das principais ilhas caribenhas atingidas.
Em coletiva de imprensa em Genebra, Jens Larke, porta-voz do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), disse que as avaliações iniciais da Grand Bahama e das ilhas Ábaco — onde as tempestades tocaram a terra — revelaram uma “catástrofe”.
“Fomos informados de que (o furacão) tocou a terra nas Ilhas Ábaco, cuja população é de cerca de 17 mil pessoas, e estamos preocupados”, disse. “Passou pela Grand Bahama, que abriga cerca de 51 mil pessoas, e estamos preocupados com todas elas”. O primeiro-ministro das Bahamas disse que sete pessoas morreram como resultado do furacão.
Classificado inicialmente como furacão de categoria 5 durante o fim de semana em que atingiu o noroeste das Bahamas com rajadas superiores a 320 km/h, o Dorian foi desde então rebaixado para categoria 2.
De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM), o ciclone continua tendo potencial de letalidade independentemente de sua categoria.
Segundo a imprensa internacional, o furacão avança para a costa Leste dos Estados Unidos, com estimativas de que poderá atingir regiões central e Nordeste da Flórida, costa da Geórgia e de Carolina do Sul e do Norte.
Clare Nullis, porta-voz da OMM, afirmou que o furacão “foi o mais forte que já passou nas Bahamas”. “A velocidade máxima dos ventos durante o pico foi de 270 km/h, que é extremamente forte, com rajadas que chegaram a 321 km/h. (…) Os ventos continuam devastadores, a chuva ainda é potencialmente fatal e continua torrencial.”
Confirmando a disseminação dos danos provocados pelos ventos fortes, a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICR) afirmou que mais de 13 mil casas — cerca de 45% do total de casas nas ilhas — foram danificadas ou destruídas.
“As ilhas Ábaco são mais vulneráveis em termos de necessidade (assistencial)”, disse o porta-voz da FICR, Matthew Cochrane. “Há uma grande comunidade haitiana na ilha que precisará de uma ajuda significativa para se recuperar e reconstruir após esta tempestade. Entre as duas ilhas, cerca de 62 mil pessoas vão precisar de acesso à água potável.”
Milhares vão precisar de apoio
A avaliação inicial realizada pelo Programa Mundial de Alimentos (PMA) com a Agência de Gerenciamento de Emergências e Desastres do Caribe (CDEMA, na sigla em inglês) e outros parceiros humanitários indicam que as ilhas Ábaco precisarão de alimentos para mais de 14 mil pessoas e a Grand Bahama para mais de 47 mil pessoas.
Com funcionários especializados no terreno para fornecer apoio em segurança alimentar, emergência em telecomunicações e logística, o porta-voz do PMA, Hervé Verhoosel, disse que eles apoiarão o governo das Bahamas na “rápida análise dos danos provocados pelo furacão e das necessidades prioritárias” nos próximos três dias.
Paralelamente, em resposta à “tempestade sem precedentes”, a representante especial do secretário-geral da ONU para redução de riscos de desastres, Mami Mizurori, manifestou suas condolências à população das Bahamas.
“Este é o quarto ano consecutivo que testemunhamos uma temporada de furacões extremamente devastadora no Atlântico, incluindo furacões de categoria 5 como o Dorian”, disse o porta-voz do Escritório da ONU para Redução de Riscos de Desastres (UNISDR), Denis McClean, lendo comunicado.
“Esses fenômenos não podem ser separados do fato de que esses últimos cinco anos foram os mais quentes já registrados por conta da continuidade do aumento das emissões de gases de efeito estufa na atmosfera.”
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