Boletim diário da ONU Brasil: “Estudo da ONU aponta aumento da população de migrantes internacionais” e 10 outros.
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Posted: 17 Sep 2019 02:23 PM PDT
Família de migrantes em Miratovac, Sérvia. Foto: ONU
O número de migrantes internacionais alcançou 272 milhões de pessoas em 2019, um aumento de 51 milhões desde 2010. Atualmente, elas e eles somam 3,5% da população global, comparado com 2,8% em 2000, de acordo com novas estimativas divulgadas pela Organização das Nações Unidas nesta terça-feira (17).
O Inventário de Migração Internacional 2019, conjunto de dados divulgados pela Divisão de População do Departamento de Economia e Assuntos Sociais (DESA) da ONU, fornece as últimas estimativas sobre o número de migrantes internacionais por idade, sexo e origem, para todos os países em todas as áreas do mundo. As estimativas são baseadas em estatísticas oficiais nacionais dos países de origem ou de populações estrangeiras, obtidas em censos populacionais, registros de população ou pesquisas representativas nacionais.
Para Liu Zhenmin, sub-secretário geral do DESA , os dados são cruciais para entender a importância do papel dos migrantes e da migração no desenvolvimento dos países de origem e de destino. “Facilitar a migração ordenada, segura, regular e responsável e a mobilidade das pessoas contribuirá para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)”, afirmou Zhenmin.
Regionalmente, em 2019 a Europa recebeu a maior quantidade de migrantes internacionais (82 milhões), seguida da América do Norte (59 milhões) e norte da África e Ásia Ocidental (49 milhões). Em termos de locais, cerca de metade dos migrantes internacionais mora em apenas dez países, sendo que os Estados Unidos recebem a maior quantidade de pessoas (51 milhões), o equivalente a 19% do total mundial. Alemanha e Arábia Saudita estão em segundo e terceiro lugares (13 milhões cada um), seguidos pela Rússia (12 milhões), Reino Unido (10 milhões), Emirados Árabes Unidos (9 milhões), França, Canadá e Austrália (cerca de 8 milhões cada um) e Itália (6 milhões).
Com relação ao local de nascimento, um terço dos migrantes internacionais é originária de apenas 10 países, sendo que a Índia lidera o país de origem, com 18 milhões de pessoas morando no exterior. Migrantes do México constituem a segunda maior diáspora (12 milhões), seguidos por nacionalidades chinesas (11 milhões), russas (10 milhões) e sírias (8 milhões).
A participação de migrantes internacionais no total da população varia consideravelmente de acordo com as regiões geográficas, com as maiores proporções registradas na Oceania (incluindo Austrália e Nova Zelândia, com 21,2%) e América do Norte (16%) e as menores proporções na América Latina e Caribe (1,8%), Centro e Sul da Ásia 1,0%) e Leste e Sul Asiáticos (0,8%).
A maior parte dos migrantes internacionais se movimenta entre países localizados na mesma região – as pessoas da África subsaariana (89%), Leste e Sudeste Asiático (83%), América Latina e Caribe (73%) e Centro e Sul Asiáticos (63%) saíram da mesma região onde agora residem. Em contraste, a maior parte dos migrantes internacionais que viviam na América do Norte (98%), Oceania (88%) e Norte da África e Oeste Asiático (59%) nasceram fora da região de residência.
Deslocamentos forçados através de fronteiras internacionais continuam a crescer. Entre 2010 e 2017, o número global de pessoas refugiadas e em busca de asilo cresceu cerca de 13 milhões, correspondendo a quase um quarto do aumento do número de todos os migrantes internacionais. Norte da África e Oeste da Ásia receberam cerca de 46% do total de pessoas em situação de refúgio ou em busca de asilo, seguido por África Subsaariana (21%).
Na questão de composição de gênero, as mulheres somam pouco menos da metade de todos os migrantes internacionais em 2019. A participação de mulheres e meninas no número global de migrantes internacionais caiu ligeiramente – de 49% em 2000 para 48% em 2019. A participação das mulheres é maior na América do Norte (52%), e Europa (51%) e menor na África Subsaariana (47%), Norte da África e Oeste da Ásia (36%).
Em termos de idade, um em cada sete migrantes internacionais tem menos de 20 anos. Em 2019, os dados mostraram que 38 milhões de migrantes internacionais – 14% do total – tinha menos de 20 anos. A África subsaariana tem a maior proporção de jovens migrantes internacionais (27%), seguida por América Latina e Caribe, Norte da África e Oeste da Ásia (cerca de 22% cada).
Três em cada quatro migrantes internacionais estão em idade produtiva (20 a 64 anos). Em 2019, 202 milhões de migrantes internacionais – 74% do total – tinham esta faixa etária. Mais de três quartos deles estão na Ásia, Europa e América do Norte.
Sobre a pesquisa – O Inventário de Migração Internacional 2019 apresenta os resultados da revisão de estimativa das Nações Unidas sobre o número de migrantes internacionais por idade, sexo e origem para 232 países em 1º de julho de cada um dos seguintes anos: 1990, 1995, 2000, 2005, 2010, 2015 e 2019.
A Revisão de 2019 e o relatório completo estão disponíveis aqui.
Contatos de Imprensa – Donna G. Cusumano, Departamento de Comunicação Global da ONU: +1 212 963 1148; cusumanod@un.orgFonte para entrevistas – John Wilmoth, diretor, Divisão de População do Departamento de Economia e Assuntos Sociais (DESA) da ONU: wilmoth@un.org
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Posted: 17 Sep 2019 01:58 PM PDT
Magdali e seus filhos, felizes em solo brasileiro. Foto: UNFPA Brasil | Yareidy Perdomo.
Consciente de que não era uma decisão fácil, Magdali Bronn, de 41 anos, decidiu que ela e seus quatro filhos trilhariam um novo caminho no país vizinho, Brasil.
Magdali e seu marido lutaram, durante muito tempo, para ter acesso a serviços básicos em seu país, sobretudo a serviços de saúde: ele contraiu malária e faleceu no fim de 2018.
Pouco tempo depois, a filha menor de Magdali, Alejandra, começou a sentir incômodo nos ouvidos. Tratava-se de uma otite aguda, que pouco a pouco se foi agravando e que necessitava de uma cirurgia.
Decidida a não enfrentar novamente os problemas econômicos e de saúde na Venezuela, ela se viu obrigada a sair do país em busca de apoio para ajudar a condição de sua filha.
Dia do Amor e da Amizade
Magdali recorda com carinho a data de 14 de fevereiro, dia em que, na Venezuela, celebra-se o amor e a amizade.
Foi quando ela e a pequena Alejandra chegaram a Roraima, especificamente a Pacaraima, cidade brasileira que faz fronteira com a Venezuela. Elas chegaram ao Posto de Triagem da Operação Acolhida, onde são prestados diversos serviços de atenção básica a pessoas migrantes e refugiadas.
“Fui recebida pelas pessoas do UNFPA no Espaço Amigável, que me trataram muito bem. Expliquei minha situação e da minha filha, soube que a operação dela seria possível aqui. Foi, finalmente, um dia feliz”, comentou.
O Fundo de População da ONU lhe ofereceu atenção especializada e deu as orientações necessárias para que a situação de Alejandra fosse resolvida.
Magdali precisou de coragem para deixar seu país de origem. “Eu tinha muito medo quando saí, tivemos que passar por muitas situações difíceis para chegar aqui. Pegamos carona, não tínhamos onde dormir nem onde comer, caminhamos muitas horas durante o dia e à noite”, relatou.
Ela conta que “foi muito traumático para mim e meus outros filhos, mas quando chegamos aqui eu soube que todo sacrifício havia valido a pena”.
Espaços Amigáveis de escuta
O Fundo de População dá apoio para mulheres que, como Magdali, chegam em situação de extrema vulnerabilidade ao Brasil. O trabalho de escuta sensível realizado nos espaços amigáveis localizados na fronteira busca sempre dar o melhor suporte e seguimento das necessidades que surgem.
Casos como o da pequena Alejandra são encaminhados à rede de saúde pública, que finalmente fornece a atenção médica especializada. Hoje, Magdali expressa somente alegria.
O UNFPA acompanha a situação da migrante e de seus filhos, que estão na fila para o processo de interiorização. Eles esperam uma oportunidade para ir a Brasília, capital do país, para dar seguimento ao tratamento de Alejandra.
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Posted: 17 Sep 2019 08:51 AM PDT
Clique para exibir o slide.A brasileira Anna Luisa Beserra, de 21 anos, fundadora do Aqualuz, venceu o Prêmio Jovens Campeões da Terra por desenvolver um dispositivo que purifica, por meio de radiação solar, a água da chuva captada em cisternas.
Nos próximos dias, líderes mundiais se reúnem na sede da ONU em Nova Iorque para a Cúpula de Ação Climática e para a Assembleia Geral, abordando temas ambientais e mudanças climáticas nas discussões.
As doenças diarreicas estão entre as principais causas de morte em todo o mundo, sendo diretamente ligadas à falta de água potável e à falta de saneamento e acesso à higiene. Esses problemas atingem principalmente populações jovens, vulneráveis ou que vivem em zonas rurais remotas.
O Aqualuz é um filtro inovador que purifica a água da chuva coletada por cisternas instaladas em áreas rurais, onde a água filtrada não é acessível. Esta realidade afeta mais de 1 milhão de pessoas no Brasil. A água da cisterna é purificada por meio de raios solares e um indicador muda de cor quando o recurso está seguro para o consumo.
“Meu propósito é levar o direito básico à água limpa para as comunidades carentes nas áreas rurais”, afirmou Beserra. “Queremos ajudar a melhorar a vida das pessoas e salvar vidas.”
A invenção é de baixo custo, fácil manutenção e pode durar até 20 anos. Embora tenha sido testada apenas no Brasil, o dispositivo tem potencial para ser aplicado em outros países. O Aqualuz já distribuiu água potável para 265 pessoas e alcançará mais 700 ainda este ano.
“Nosso planeta com estresse hídrico está sofrendo o peso da extração incessante, da poluição e da mudança climática. É vital encontrarmos novas formas de proteger, reciclar e reutilizar este precioso recurso. Tornar a água potável acessível e segura a todos e todas é vital para atingirmos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, disse a diretora-executiva da ONU Meio Ambiente, Inger Andersen.
Para o presidente empresa alemã Covestro, apoiadora do prêmio, Markus Steilemann, o mundo dos negócios precisa de ideias novas e de uma cultura de startups que enfrentem os desafios ambientais globais, assegurando ao mesmo tempo o crescimento em longo prazo. “Os Jovens Campeões da Terra podem ajudar a alcançar isso e todos na Covestro têm orgulho em apoiá-los. Queremos ajudar a tornar o mundo um lugar melhor.”
Um júri global composto por Markus Steilemann; Joyce Msuya, diretora-executiva adjunta da ONU Meio Ambinete; Arielle Duhaime-Ross, correspondente da VICE News Tonight para ciência e mudanças climáticas; Jayathma Wickramanayake, enviada do secretário-geral da ONU para a juventude; e Kathy Calvin, presidente e diretora-executiva da Fundação das Nações Unidas, selecionou os vencedores e vencedoras entre 35 finalistas regionais de mais de 1.000 candidatos.
No decorrer do próximo ano, as iniciativas inovadoras dos campeões serão documentadas nas mídias sociais por meio de atualizações regulares em notícias e vídeo-blogs. Inscreva-se e acompanhe a jornada deles aqui.
O prestigioso Prêmio Jovens Campeões da Terra, oferecido pela Covestro, é concedido anualmente pela ONU Meio Ambiente a jovens ambientalistas entre 18 e 30 anos, por suas destacadas ideias em prol do meio ambiente.
Anna Luisa é uma das sete vencedoras de África, América do Norte, América Latina e Caribe, Ásia e Pacífico, Europa e Ásia Ocidental. Os vencedores receberão seu prêmio durante a Cerimônia dos Campeões da Terra em Nova Iorque, no dia 26 de setembro, coincidindo com a reunião anual da Assembleia Geral das Nações Unidas e a Cúpula de Ação Climática.
Sobre os Jovens Campeões da Terra
O Prêmio Jovens Campeões da Terra começou em 2017, oferecendo aos brilhantes jovens ambientalistas com visão a prestigiada e bem-sucedida plataforma Campeões da Terra – cujos vencedores incluem chefes de Estado, cientistas inspiradores e visionários ambientalistas – https://www.unenvironment.org/youngchampions/pt-br.
Sobre a ONU Meio Ambiente
A ONU Meio Ambiente é o principal porta-voz mundial em matéria ambiental. Ela proporciona liderança e incentiva parcerias no cuidado com o meio ambiente, inspirando, informando e permitindo que nações e povos melhorem sua qualidade de vida sem comprometer as gerações futuras. A ONU Meio Ambiente trabalha com governos, setor privado, sociedade civil, outras entidades da ONU e organizações internacionais em todo o mundo.
Sobre a Covestro
Com vendas de 14,6 bilhões de dólares em 2018, a Covestro está entre as maiores empresas de polímeros do mundo. As atividades de negócios estão focadas na fabricação de materiais poliméricos de alta tecnologia e no desenvolvimento de soluções inovadoras para produtos utilizados em diversas áreas da vida cotidiana.
Os principais segmentos atendidos são as indústrias automotiva, de construção, processamento de madeira e móveis e elétrica e eletrônica. Outros setores incluem esportes e lazer, cosméticos, saúde e a própria indústria química. A Covestro possui 30 unidades de produção em todo o mundo e emprega aproximadamente 16.800 pessoas.
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Posted: 17 Sep 2019 08:24 AM PDT
Aline Maccari, 42, trabalha como Assistente Sênior de Informação Pública do ACNUR em Boa Vista, Roraima. Foto: ACNUR | Santiago Escobar-Jaramillo.
Aline Maccari, 42, trabalha como Assistente Sênior de Informação Pública da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) em Boa Vista, Roraima.
Ela compartilhou com a Agência momentos marcantes de sua experiência e os principais desafios e alegrias do dia a dia em uma emergência humanitária.
ACNUR: Por que você se tornou uma trabalhadora humanitária?
Aline Maccari: Eu sempre pensei que o que quer que eu fizesse da minha vida deveria ter um resultado para além de mim mesma, a favor do coletivo. Depois de atuar como repórter na TV, fiz uma série de reportagens viajando por dez países do continente africano, cobrindo vários temas, entre eles a Primavera Árabe.
Na África eu vi de perto uma realidade dramática que me tocou profundamente. E nesse momento desejei que meu trabalho tivesse um alcance mais amplo. Hoje eu ajudo grupos de mídia do mundo inteiro a contar sobre a realidade que os refugiados têm que enfrentar em busca de uma vida em segurança.
Para mim, as vivências dos refugiados reúnem algumas das histórias mais lindas que já contei, porque envolvem superação e ressignificação da própria existência. Como jornalista e trabalhadora humanitária, acredito que contar histórias é uma forma de trazer consciência ao mundo. E é quando o público sente empatia por meio das histórias que percebemos que somos todos iguais.
ACNUR: Com o que você trabalha hoje?
Aline Maccari: Hoje eu trabalho em Roraima, no estado mais distante do Brasil, porta de entrada dos venezuelanos. Ofereço informação e suporte logístico para grupos de mídia locais, nacionais e internacionais que desejam reportar sobre o drama dos refugiados venezuelanos no Brasil.
ACNUR: Qual é a parte mais gratificante do seu trabalho? E a mais desafiadora?
Aline Maccari: A parte mais desafiadora é sem dúvida o volume de trabalho. Numa operação de emergência precisamos estar preparados para oferecer respostas 24 horas por dia, sete dias por semana. Às vezes não há descanso e as responsabilidades se acumulam, diante de um cenário que é extremamente desafiador.
Todos os dias eu me emociono nos abrigos. Eu aprendo muito com os refugiados, pois são pessoas muito fortes, resilientes e cheias de sabedoria. A parte mais gratificante sem dúvida é perceber que parte do meu trabalho ajudou alguém a melhorar sua vida, minimizar seu sofrimento ou criar empatia com o público. Além disso, o mundo precisa saber da resposta exemplar que estamos oferecendo aos refugiados no Brasil.
ACNUR: Você pode nos contar um pouco sobre o impacto que a crise na Venezuela tem na vida de milhões de pessoas e como você presencia isso diariamente?
Aline Maccari: A população venezuelana hoje é a segunda maior a deixar o seu próprio país, mais de 4,3 milhões de pessoas já foram forçadas a deixar suas casas. Todos os dias vejo famílias, mulheres, homens, jovens, crianças, idosos chegando ao Brasil em situação de vulnerabilidade pela fronteira em Pacaraima. Isso é algo muito triste de se ver. Entre 500 e 800 pessoas chegam diariamente.
Nós estamos lá para ajudá-los, desde o momento em que cruzam a fronteira – geralmente famintos e subnutridos, até quando os deixamos à porta do avião e os vemos felizes pela possibilidade de poderem recomeçar suas vidas numa outra cidade que tenha mais condição de recebê-los.
A história do Sr. Bardo foi uma das que mais me emocionou. Aos 70 anos, ele fugiu da Venezuela por ameaça de morte e após viajar por 15 dias, cruzou a fronteira com o Brasil com 17 kg a menos. Ele tremia de medo, muito fraco, e nos contou o quanto era duro ter trabalhado a vida inteira para chegar à velhice com apenas dois pares de calças em um país estrangeiro.
ACNUR: Qual o apoio fundamental oferecido pelo ACNUR nessa emergência?
Aline Maccari: Em Roraima, hoje há cerca de 6.700 pessoas acolhidas, em 12 abrigos. Nos abrigos eles são acolhidos, podem finalmente comer, dormir, tomar banho, é a volta da dignidade humana.
Nosso trabalho começa desde o acompanhamento do fluxo de refugiados cruzando a fronteira, passando pelo registro, documentação, proteção (especialmente nos casos mais vulneráveis), e abrigamento, com oferta de colchões, kits de higiene. É o ACNUR, com sua expertise de quase 70 anos, que sugere, orienta e coordena boa parte desta resposta humanitária.
ACNUR: Qual foi o seu melhor dia de trabalho?
Aline Maccari: O meu melhor dia de trabalho foi quando o Sr. Bardo me contou sua história diante de uma equipe de filmagem estrangeira. Ele disse que só teve coragem de contar porque confiou em mim. Com ele eu chorei, sorri e disse que era bem-vindo ao Brasil, que aqui ele estava a salvo.
Foi profundamente emocionante saber que consegui traduzir o medo de um homem de 70 anos, mas também de amenizá-lo. No final ele agarrou a minha mão e me disse que eu era amiga dele. Eu respondi que era sim, claro, e que poderia contar comigo para o que precisasse, que a vida continuava e que coisas muito bonitas ainda iriam acontecer com ele.
ACNUR: Qual foi o seu pior dia?
Aline Maccari: Trabalhar num calor de quase 40 graus, ajudar milhares pessoas que chegam vulneráveis e desesperadas não é fácil. Oferecemos muito suporte uns aos outros. É preciso ser muito forte e consciente da sua missão se quer seguir em frente.
Às vezes eu me sinto como uma formiguinha diante de uma situação monumental e complexa. Aqui se chora de tristeza e de alegria no mesmo dia.
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Posted: 17 Sep 2019 07:15 AM PDT
O objetivo do concurso é estimular o jornalismo de qualidade sobre questões relacionadas à migração laboral. Foto: Banco Mundial
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) lançou o quinto Concurso Mundial de Meios de Comunicação como forma de reconhecer publicamente coberturas jornalísticas exemplares sobre migração laboral. Os temas da edição deste ano são “contratação equitativa” e o “futuro da migração laboral”. Pela primeira vez, o concurso terá uma categoria para estudantes e a opção de receber o prêmio na forma de uma bolsa de estudo.
O objetivo do concurso é estimular o jornalismo de qualidade sobre questões relacionadas à migração laboral. Em todo o mundo, migrantes enfrentam preconceitos e intolerância e sofrem estigma em seus empregos e suas comunidades. Declarações públicas negativas podem levar a abusos e exploração e comprometer a coesão social.
Nesse sentido, o equilíbrio e a ética nas reportagens podem desempenhar uma função importante no enfrentamento de estereótipos e de informações equivocadas, além de lançar luz sobre a contribuição positiva que as trabalhadoras e os trabalhadores migrantes dão tanto em seus países de origem quanto nos países de destino.
Um júri formado por especialistas em migração internacional e em jornalismo selecionará as vencedoras e os vencedores do concurso com base em critérios de criatividade, rigor e equilíbrio, proteção a migrantes e o retrato positivo da migração laboral.
“Este ano, a OIT celebra seu centenário, que marca 100 anos de avanços na justiça social e na promoção do trabalho decente. A Declaração do Centenário para o Futuro do Trabalho, adotada na Conferência Internacional do Trabalho de 2019, reafirma o mandato da OIT para proteger todos os trabalhadores, incluindo trabalhadores migrantes, e destaca a necessidade de promover igualdade de tratamento e eliminar a discriminação contra trabalhadores, especialmente aqueles que se encontram em situação vulnerável”, disse Michelle Leighton, chefe do Serviço de Migração Laboral, que faz parte do júri do concurso.
“Procuramos distinguir aqueles jornalistas que demonstraram seu compromisso com um tipo de jornalismo justo e equilibrado, para aumentar a conscientização do público sobre as contribuições dos trabalhadores migrantes para as comunidades e que estão contribuindo para eliminar percepções errôneas, xenofobia e discriminação contra trabalhadores migrantes.”
O concurso contribuirá para alguns dos objetivos do recém-adotado Pacto Mundial para uma Migração Segura, Ordenada e Regular e do Pacto Global sobre Refugiados, que inclui a melhoria das condições de trabalho das trabalhadoras e dos trabalhadores migrantes e a modificação de percepções errôneas acerca da migração laboral. Também contribuirá para aumentar a conscientização sobre trabalho decente e migração, uma questão destacada na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
O concurso conta com o apoio da Confederação Sindical Internacional (ITUC, na sigla em inglês), da Organização Internacional dos Empregadores (IOE), do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), da Federação Internacional de Jornalistas, da Equal Times, do Solidarity Centre e do Migrant Forum in Asia.
A edição deste ano é organizada com o apoio do projeto REFRAME (Global Action to Improve the Recruitment Framework of Labour Migration), financiado pela União Europeia, e do Programa Integrado sobre Contratação Equitativa- Fase II (FAIR II), financiado pela Agência Suíça para o Desenvolvimento e a Cooperação (SDC).
Como participar
Para participar, é necessário preencher o formulário online (em inglês), indicando a categoria (profissional ou estudante). Os trabalhos podem ser apresentados nas seguintes categorias: imprensa escrita; ensaio fotográfico; reportagem multimídia; reportagem em vídeo e/ou rádio. Leia, na íntegra, mais informações sobre “ Termos e Condições” (em inglês).
Para serem considerados, os trabalhos devem ter sido publicados entre 1º de novembro de 2018 e 31 de outubro de 2019 ( Termos e condições). O envio dos trabalhos em qualquer idioma é bem-vindo. No entanto, uma tradução em inglês, francês ou espanhol (idiomas de trabalho da OIT) deve ser incluída, se o material enviado ou partes dele estiver em outro idioma.
Datas importantes
A data limite para submissão dos trabalhos, que se fará por meio de formulário online , é 31 de outubro de 2019 (23h50 da Europa Central). A identidade das vencedoras ou dos vencedores (que serão contatos antecipadamente pela Organização) será anunciada no dia 18 de dezembro de 2019 (Dia Internacional do Migrante).
Premiação
A competição concederá quatro prêmios profissionais (dois na categoria “contratação equitativa de trabalhadores migrantes’ e dois na categoria ‘futuro da migração laboral’) e um prêmio para a categoria de estudante.
As vencedoras e os vencedores poderão escolher entre receber o prêmio em dinheiro (1 mil dólares na categoria profissional e 300 dólares para a categoria de estudante) ou na forma de uma bolsa de estudos paga para participar, em 2020, de um curso no Centro Internacional de Formação em Turim (ITC-Turim ), sobre contratação equitativa ou migração laboral.
Categorias temáticas
Contratação equitativa de trabalhadores migrantes
Os trabalhos inscritos nesta categoria devem ilustrar como as práticas de contratação internacional afetam a vida dos trabalhadores migrantes, suas chances de desfrutar de trabalho decente e sua exposição a possíveis explorações e abusos, à violência baseada em gênero, ao trabalho infantil e trabalho forçado e ao tráfico de pessoas.
Alternativamente, ou adicionalmente, deverão mostrar como a contratação de mão de obra, devidamente regulada e governada através de fronteiras internacionais, pode fazer com que as competências se adequem melhor aos postos de trabalho nos países, tanto de origem quando de destino, e melhorar o funcionamento eficaz dos mercados de trabalho.
O futuro da migração laboral
Os trabalhos inscritos nesta categoria devem apresentar oportunidades e desafios encontrados pelas trabalhadores e pelos trabalhadores migrantes para ter acesso ao trabalho decente no contexto das tendências e dos desafios atuais e futuros que moldam o futuro do trabalho.
Podem abordar, por exemplo, temas como globalização, desigualdades crescentes, mudanças demográficas, avanços tecnológicos, formas atípicas de emprego, grande número de pessoas que trabalham na economia informal. Também podem abordar a necessidade de alcançar equidade de gênero, o aprendizado permanente durante a vida e a criação de postos de trabalho produtivos.
Leia o relatório da Comissão Global sobre o Futuro do Trabalho: “Trabalhar para um Futuro Melhor”.
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Posted: 17 Sep 2019 06:45 AM PDT
Em nível global, o ozônio já se recuperou a uma taxa de 1% a 3% desde o ano 2000 em decorrência da implementação do Protocolo de Montreal. Foto: PNUD
O esforço mundial que tem permitido a recuperação gradativa da camada de ozônio completou 32 anos. Na segunda-feira (16), a comunidade internacional lembrou o Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio, em referência à data do acordo do Protocolo de Montreal, em 1987.
Com o lema “32 anos de recuperação”, a ONU Meio Ambiente tem liderado a campanha mundial para marcar o aniversário da assinatura do tratado que permite a eliminação gradativa de Substâncias que Destroem o Ozônio (SDOs), com o objetivo de preservar a saúde do planeta.
O Brasil tem contribuído efetivamente para a eliminação das SDOs. O consumo brasileiro dos Hidroclorofluorcarbonos (HCFCs), encontrados principalmente nos setores de espumas e de refrigeração e ar condicionado, caiu 37,75% em 2018 em comparação à linha de base, nível bem próximo da meta de redução de 39,3% para o ano de 2020.
A diminuição decorre das ações do Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs (PBH), coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e implementado em parceria com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), o PNUD, a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) e a Cooperação Técnica Alemã para o Desenvolvimento Sustentável, por meio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH.
Em nível global, o ozônio já se recuperou a uma taxa de 1% a 3% desde o ano 2000 em decorrência da implementação do Protocolo de Montreal. Segundo as projeções do relatório Scientific Assessment of Ozone Depletion: 2018, as concentrações do gás devem se recuperar completamente até 2030 no Hemisfério Norte, até 2050 no Hemisfério Sul e até 2060 nas regiões polares.
Setor de espumas
No Brasil, 219 empresas do setor de espumas concluíram a conversão tecnológica para o uso de substâncias que não agridem o ozônio. Outras 400 deverão ser convertidas até o fim de 2020.
Todas elas estão deixando de usar os HCFCs, um dos principais responsáveis pelos danos à camada de ozônio, por meio das ações coordenadas pelo MMA no âmbito do Protocolo de Montreal em parceria com o PNUD, agência que executa ações para o setor de manufatura de espumas de poliuretano.
O apoio técnico-financeiro fornecido por meio do PBH auxilia nas mudanças necessárias para a conversão do processo industrial de empresas do setor com a substituição das substâncias que agridem o ozônio e que têm alto potencial de aquecimento global.
Isso inclui assistência de pessoal técnico nacional e internacional na orientação de questões operacionais, aquisição e melhorias de equipamentos, adequações de processos, segurança e outras atividades como a divulgação de informações e sensibilização para a importância de eliminação do consumo do HCFC pelo setor.
Destinação final
Também coordenado pelo MMA e executado pelo PNUD, o Projeto de Gerenciamento e Destinação Final de SDOs apoia centros de regeneração e armazenagem (CRAs) que recebem gases contaminados, retirados de expositores frigoríficos de supermercados, veículos automotivos e outros setores. A iniciativa tem contribuído para o estabelecimento dos laboratórios dos CRAs, que realizam ensaios e as análises de pureza das substâncias regeneradas.
O incinerador qualificado pelo projeto está passando pela fase de testes de queima para verificação da eficiência do processo na destruição das SDOs e, em breve, haverá uma opção para a destruição das substâncias ao final da vida útil, ou seja, quando estão muito contaminadas e já não é mais possível realizar a regeneração. Dessa maneira, o projeto estrutura e fortalece o sistema de gerenciamento.
Refrigeração e ar condicionado
Os setores de refrigeração e ar condicionado também têm reduzido o consumo de substâncias destruidoras do ozônio com o apoio do PBH. Parceira do MMA nas ações executadas dentro desse segmento, a UNIDO fornece assistência técnica para a implementação de tecnologias alternativas e para o desenvolvimento de tecnologias identificadas pelo mercado brasileiro e promove atividades de capacitação e conscientização.
A primeira linha de envase de fluido frigorífico em equipamentos de refrigeração da América do Sul, usando o propano como alternativa ao HCFC no setor de refrigeração industrial para supermercados, foi inaugurada neste ano por meio do projeto. Uma segunda linha deverá ser inaugurada até o final do 2020.
Só em 2019, sete pequenas e médias empresas do setor de manufatura de equipamentos para refrigeração comercial, incluindo manufatura de resfriadores de bebidas, iniciaram processo de implementação de linhas de produção convertida para uso de fluidos alternativos, substituindo substâncias que agridem o ozônio e que têm alto potencial de aquecimento global. Além de promover a substituição dos HCFCs, as novas tecnologias possuem potencial para promover redução do consumo de energia nos setores envolvidos.
As atividades desenvolvidas para implementação dessas atividades têm promovido a melhoria da competitividade da indústria brasileira, gerando oportunidades de negócio e emprego para as empresas. Durante o último ano, foram realizadas diversas atividades de treinamentos para pequenos e médios empresários do setor, viabilizando, assim, a criação de uma base que permita ao setor produtivo adotar e desenvolver, com segurança e conhecimento técnico, as tecnologias que eliminam o uso de HCFCs.
Serviços
No setor de serviços, que inclui comércio e distribuição, os projetos e ações do PBH, como o treinamento e conscientização dos profissionais do setor, ocorrem em parceira com a Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável, por meio da GIZ. A iniciativa engloba cursos de qualificação, publicações especializadas, projetos demonstrativos de redução de vazamentos em supermercados, entre outras ações para conscientizar empresas e profissionais do setor.
De 2012 a 2019, foram capacitados mais de 9 mil técnicos de refrigeração por meio de treinamentos com foco em boas práticas em sistemas de ar condicionado e também em sistemas de refrigeração comercial. O projeto para o setor de serviços prevê, no total, o treinamento de 7.238 mil técnicos de refrigeração até 2023. Além disso, também está prevista a capacitação de mil profissionais para uso seguro e eficiente de fluidos naturais (CO² e HC), com zero Potencial de Destruição do Ozônio (PDO), e a criação de dois centros de treinamento para uso desses fluidos naturais em sistemas de refrigeração comercial.
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Posted: 17 Sep 2019 06:30 AM PDT
Menino refugiado rohingya se desespera ao pedir alimentos próximo ao campo de refugiados de Balukhali, em Cox’s Bazar, Bangladesh, em 20 de setembro de 2017. A fotografia faz parte da exposição do UNICEF em Nova Iorque. Foto: Getty Images/Kevin Frayer
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e a Fundação World Press Photo inauguraram na semana passada (11) em Nova Iorque uma exposição de fotografias sobre os desafios enfrentados pelas crianças obrigadas a deixar suas casas e seus países em busca de proteção ou melhores condições de vida.
As fotografias – muitas das quais receberam ampla atenção global e estimularam o debate sobre questões relacionadas à migração – foram selecionadas a partir de imagens premiadas nos concursos da World Press Photo realizados entre 2016 e 2019.
O UNICEF e a Fundação World Press Photo uniram-se na iniciativa para marcar o 30º aniversário da Convenção sobre os Direitos da Criança, o tratado de direitos humanos mais amplamente ratificado na história.
A Convenção compromete os Estados-membros com a defesa dos direitos das crianças – incluindo os direitos à sobrevivência e desenvolvimento, liberdade e proteção, identidade e privacidade.
“Essas histórias visuais chamam a atenção para o impacto físico, emocional e psicológico do deslocamento forçado para as crianças, acompanhadas e desacompanhadas, de várias partes do mundo”, disse David Campbell, diretor de Programas e Divulgação da Fundação World Press Photo.
“Esta seleção de histórias premiadas nos recentes concursos da World Press Photo destaca a importância de proteger os direitos de todas as crianças, onde quer que elas estejam, e estamos orgulhosos de fazer parceria com o UNICEF para chamar atenção para essas questões.”
“É um privilégio firmar parceria com a Fundação World Press Photo nesta coleção especial de imagens icônicas para chamar a atenção para os desafios enfrentados pelas crianças deslocadas. A exposição serve como um lembrete de que há muito mais a ser feito para manter os compromissos assumidos pela Convenção sobre os Direitos da Criança em relação às crianças forçadas a sair de suas casas”, disse Paloma Escudero, diretora global de Comunicação do UNICEF.
Serviço
A exposição fotográfica está sendo exibida no Danny Kaye Visitors Center (Centro de Visitantes Danny Kaye), na sede do UNICEF em Nova Iorque, até 30 de novembro de 2019. O horário de funcionamento é das 9h às 18h.
Fundação World Press Photo
Fundada em 1955 quando um grupo de fotógrafos holandeses organizou um concurso para expor seu trabalho ao público internacional, a Fundação World Press Photo é uma plataforma global que conecta profissionais e públicos por meio de jornalismo visual confiável e de narrativa.
Desde então, a iniciativa tornou-se o concurso de fotografias mais prestigiado do mundo e, por meio de seu programa de exposições em todo o mundo, a fundação apresenta a milhões de pessoas as histórias que importam.
A Fundação World Press Photo é uma organização criativa, independente e sem fins lucrativos, sediada em Amsterdã, na Holanda. Tem apoio da Dutch Postcode Lottery e da consultoria PwC.
Para mais informações, visite www.worldpressphoto.org.
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Posted: 17 Sep 2019 06:07 AM PDT
Luanda, Angola. Foto: maxbrotto/Flickr
A diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), Audrey Azoulay, realizará a abertura da Bienal de Luanda, que acontece entre 18 e 22 de setembro na capital de Angola, com a participação de representantes de governos, da sociedade civil e de organizações internacionais, bem como de artistas e cientistas do continente africano e da diáspora.
A diretora-geral participará da abertura da Bienal juntamente com o presidente de Angola, João Manuel Gonçalves Lourenco, o presidente do Mali, Ibrahim Boubacar Keïta, o presidente da Comissão da União Africana (UA) e o ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 2018, Denis Mukwege.
Os presidentes da República do Congo e da Namíbia também devem comparecer à primeira edição da Bienal de Luanda, que será organizada em torno de três eixos principais (veja a lista abaixo).
Fórum de Parceiros
Criada pela UNESCO no ano passado, a Aliança para a África mobiliza doadores, empresas dos setores público e privado e organizações regionais e internacionais para projetos de desenvolvimento sustentável na África, tendo como alvo uma ampla gama de áreas de mandato da UNESCO, incluindo a preservação de patrimônio e o apoio a uma mídia livre e pluralista.
Fórum de Ideias
O Fóruns da Juventude e das Mulheres são plataformas para a reflexão sobre o futuro da África, com foco na disseminação de boas práticas e soluções para a prevenção de crises, bem como na resolução e atenuação de conflitos.
Festival de Culturas
O Festival de Culturas mostrará a diversidade cultural dos países africanos e da diáspora africana. Fruto de uma parceria entre Angola, União Africana e UNESCO, o fórum foi planejado para promover a prevenção da violência e a resolução de conflitos, por meio da facilitação de intercâmbios na África e na diáspora africana, assim como para conectar organizações e outros atores que trabalham nesse campo em todo o continente.
Seu objetivo consiste em alimentar a reflexão e facilitar a disseminação de obras artísticas, ideias e conhecimento relativos à cultura de paz. O fórum é inspirado pela Carta da Renascença Cultural da África, aprovada pela União Africana em 2016.
Durante sua visita a Angola, a diretora-geral da UNESCO também assinará um acordo de parceria para o estabelecimento de um programa nacional de doutorado e ciência, tecnologia e inovação, destinado a formar 160 doutorandos até 2020. Esse projeto faz parte de uma parceria mais ampla para fortalecer as capacidades educacionais, científicas e culturais de Angola.
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Posted: 17 Sep 2019 05:47 AM PDT
Vacina contra a febre amarela. Foto: EBC
Brasil e Paraguai lançaram nesta segunda-feira (16) em Ponta Porã (MS) uma campanha para intensificar a vacinação na fronteira entre os dois países. A ação busca aumentar a cobertura vacinal contra sarampo, febre amarela e outras doenças nas cidades fronteiriças dos países do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai).
A campanha será realizada simultaneamente, conforme o calendário de imunização de cada país. Na Argentina, a ação vai acontecer em Bernardo de Irigoyen e Puerto Iguazú. No Brasil, em Ponta Porã, Dionísio Cerqueira, Barra do Quaraí, Foz do Iguaçu e Barracão. No Paraguai, em Pedro Juan Caballero e Ciudad del Este. No Uruguai, a campanha será em Bela Unión.
O pacote de fortalecimento da vigilância anunciado nesta segunda-feira pelo ministro da Saúde do Brasil, Luiz Henrique Mandetta, traz ações voltadas aos temas: imunização; vigilância; Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) de Fronteira; Laboratório de Fronteira; e capacitação de profissionais.
Esse conjunto de estratégias é fruto da solicitação do governo brasileiro para incluir a questão da imunização nas fronteiras na agenda dos eixos prioritários estabelecidos no Memorando de Entendimento de Cooperação entre o Mercosul e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
“Estamos fazendo aqui, em Ponta Porã, um ato simbólico, que representa toda a área de fronteira nacional. Podemos aumentar em muito essas parcerias com os países que fazem fronteira com o Brasil, garantindo proteção para todos”, afirmou Mandetta.
De acordo com a representante da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil, Socorro Gross, a vacina é a intervenção mais custo efetiva em saúde, mas exige o compromisso de políticos, mães, pais, profissionais de saúde e todas as pessoas.
“Vivemos hoje em um mundo complexo, onde ninguém pensava que teríamos mortes de crianças por sarampo na Europa, em países desenvolvidos, porque perdeu-se o norte, perdeu-se esse valor que temos na vacinação para nossa vida. Hoje, nós da OPAS, nos unimos aos esforços de Brasil, Paraguai, Mercosul e outros países da nossa região das Américas para o resgate que temos que fazer do valor da vacinação.”
A estratégia anunciada pelo ministro da Saúde Pública e Bem-Estar Social do Paraguai, Julio Daniel Mazzoleni Insfrán, inclui, além da vacinação, a disponibilidade de vacinas nos serviços de saúde, a realização de visitas domiciliares, com brigadas de vacinação nos territórios escolhidos.
“Saúde e doença não têm nacionalidade. Solidariedade e esforço também não. Este é um mesmo povo. Muitas famílias têm integrantes das duas nacionalidades. Vamos arregaçar as mangas e começar a vacinar”, disse o ministro.
Segundo o representante da OPAS/OMS no Paraguai, Roberto Escotto, nas fronteiras, além do intercâmbio social, econômico e cultural, há o compartilhamento de fatores de risco. “Mas também há compartilhamento de fatores de proteção à saúde, como este evento. Parabenizamos os Estados-membros do Mercosul por esta iniciativa que busca integrar esforços para fechar as lacunas na cobertura vacinal em áreas fronteiriças e, assim, reduzir os riscos de doenças como sarampo e febre amarela.”
Apoio
A OPAS tem dado amplo suporte ao governo do Brasil e dos estados brasileiros na resposta aos surtos de febre amarela que afetaram o país nos últimos anos. Entre as ações em apoio estiveram o envio de vacinas, treinamentos, contratação de vacinadores, controle de mosquitos transmissores da doença, criação de salas de situação para análise de dados, auxílio na compra de seringas, desenvolvimento da estratégia de vacinação com doses fracionadas (usada nos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo, em 2018) e o trabalho em campo, juntamente com as autoridades nacionais e locais.
Em relação ao sarampo, a OPAS está ajudando o Brasil na compra de 18,7 milhões de vacinas e, junto com o Ministério da Saúde, está apoiando o estado de São Paulo no fortalecimento de seu sistema de vigilância epidemiológica e laboratorial, bem como na condução de análises para determinar a população não vacinada e as necessidades de vacinas.
Em 2018, o organismo internacional auxiliou o governo federal no fornecimento de seringas, na compra de materiais para manter a temperatura adequada das vacinas, na contratação de profissionais, aluguel de veículos para transporte de equipes de saúde, planejamento de ações de imunização e no envio de especialistas para apoiar as autoridades nacionais e locais no estado de Roraima. No mesmo ano, a OPAS também apoiou as atividades de vacinação, vigilância, gestão, informação, educação, comunicação social, resposta rápida e mobilização de recursos no estado do Amazonas.
No Paraguai, a OPAS apoia a aquisição de todas as vacinas que compõem o esquema nacional de vacinação por meio do Fundo Rotatório. Além disso, colabora com o fortalecimento da vigilância epidemiológica, da capacidade de recursos humanos e da formação de equipes de resposta rápida, além da aquisição de reagentes, amostras para centros regionais, bem como a investigação e classificação de casos.
Em 2019, três países das Américas notificaram casos confirmados de febre amarela: Bolívia, Brasil e Peru. Já o sarampo foi identificado em 14 países, com o maior número de casos registrados nos Estados Unidos, Brasil e Venezuela. Também houve casos na Argentina, Bahamas, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Curaçao, México, Peru, Santa Lúcia e Uruguai.
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Posted: 17 Sep 2019 05:15 AM PDT
O dia 17 de setembro foi estabelecido como o Dia Mundial da Segurança do Paciente pela 72ª Assembleia Mundial da Saúde, em maio de 2019. Foto: EBC
Milhões de pacientes são prejudicados por cuidados de saúde não seguros no mundo, resultando em 2,6 milhões de mortes por ano em países de baixa e média renda. A maior parte desses óbitos é evitável. O impacto pessoal, social e econômico do dano ao paciente leva a perdas de trilhões de dólares no mundo.
Por isso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) está concentrando a atenção global na questão da segurança do paciente e lançando uma campanha de solidariedade no primeiro Dia Mundial da Segurança do Paciente, 17 de setembro.
“Ninguém deve ser sofrer danos ao receber cuidados de saúde. E, no entanto, pelo menos cinco pacientes morrem a cada minuto no mundo por causa de cuidados não seguros”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.
“Precisamos de uma cultura de segurança do paciente que promova a parceria com os pacientes, incentive a comunicação e a aprendizagem com os erros e crie um ambiente livre de culpa, onde os profissionais de saúde sejam capacitados e treinados para reduzir os erros.”
Quatro a cada dez pacientes são prejudicados durante o atendimento na atenção primária e ambulatorial. Os erros mais prejudiciais estão relacionados ao diagnóstico, prescrição e uso de medicamentos.
Os erros de medicação custam sozinhos cerca de 42 bilhões de dólares por ano. Procedimentos de cuidados cirúrgicos não seguros causam complicações em até 25% dos pacientes, resultando anualmente em 1 milhão de mortes durante ou imediatamente após a cirurgia.
Os danos ao paciente nos cuidados de saúde são inaceitáveis, segundo a Organização. A OMS pede ações urgentes de países e parceiros para reduzir essas ocorrências. A segurança do paciente e a qualidade do atendimento são essenciais para a prestação de serviços de saúde eficazes e a obtenção da saúde universal, apontou a agência da ONU.
Além disso, o investimento na melhoria da segurança do paciente pode levar a uma significativa economia de recursos financeiros. O custo da prevenção é muito menor que o custo do tratamento devido a danos à saúde. Por exemplo, apenas nos Estados Unidos, as melhorias focadas em segurança levaram a uma economia estimada de 28 bilhões de dólares em hospitais Medicare entre 2010 e 2015.
O maior envolvimento do paciente é fundamental para um cuidado mais seguro, podendo reduzir o ônus do dano em até 15% e economizar bilhões de dólares a cada ano.
No primeiro Dia Mundial da Segurança do Paciente, a OMS aponta a segurança do paciente como uma prioridade global de saúde e insta pacientes, profissionais de saúde, formuladores de políticas e setor de saúde a lutarem pela segurança do paciente.
Diversas cidades no mundo iluminarão monumentos em cor laranja para mostrar seu compromisso com a segurança dos pacientes em 17 de setembro. Isso inclui o Jet d’Eau em Genebra, as pirâmides no Cairo, a Torre Kuala Lumpur, a Royal Opera House, em Mascate, e a ponte Zakim, em Boston, entre outros.
O dia 17 de setembro foi estabelecido como o Dia Mundial da Segurança do Paciente pela 72ª Assembleia Mundial da Saúde, em maio de 2019.
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Posted: 16 Sep 2019 02:17 PM PDT
O game deve ser de interesse público e ser relacionado a dos temas listados pelo PNUD. Foto: PNUD
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) recebe até 13 de outubro propostas de criação de jogos digitais que abordem temas como transparência, participação social e prevenção à corrupção.
Com apoio do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e do programa Nordic Dialogue, o concurso selecionará um projeto que receberá apoio financeiro de até 5 mil dólares.
O game deve ser de interesse público e ser relacionado a um seguintes temas: estímulo a crianças, adolescentes e jovens para refletirem sobre o que é comportamento ético, e a importância de se monitorarem as políticas e orçamentos públicos em prol de uma sociedade mais pacífica, justa e inclusiva; fomento à transparência e à cidadania participativa em todos os poderes e todas as esferas de governo.
Outros temas sugeridos incluem criação de um ecossistema de solidariedade, colaboração mútua coesão social para melhorar a eficácia na solução de problemas que exigem ação coletiva e possam atuar na promoção de transparência/prevenção à corrupção; combate e prevenção à corrupção como elemento crucial para o desenvolvimento sustentável; fomento à cultura da integridade e responsabilidade.
O game deve contemplar as plataformas Android, IOS e linguagem HTML5. O vencedor — pessoa física, jurídica ou grupo de pessoas — deve ter disponibilidade para participar da cerimônia de celebração da iniciativa, em 9 de dezembro, em Brasília (DF). As despesas de translado nacional, acomodação e alimentação serão custeadas pelo PNUD.
“Queremos promover o debate e a conscientização sobre o tema e disseminar informações relevantes, utilizando ferramentas lúdicas de grande alcance, de modo a abranger diversos públicos”, explica a oficial de programa do PNUD Moema Freire.
Os temas escolhidos são inspirados no ODS 16, que busca promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável. O jogo é uma ferramenta que pode promover o debate sobre a criação de ambientes eticamente saudáveis, que estimulem a construção coletiva de ferramentas de transformação social e a participação da sociedade na promoção de ações nas áreas de integridade e transparência.
As candidaturas deverão ser enviadas conforme descrito no edital para michelle.santos@undp.org, até as 23 horas e 59 minutos da data limite (13/10/2019). O resultado final será divulgado em 30 de outubro; o edital completo está disponível aqui, na seção “Anúncios”.
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