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domingo, 23 de dezembro de 2018

OEA denuncia ‘crimes de lesa-humanidade’ na Nicarágua


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OEA denuncia ‘crimes de lesa-humanidade’ na Nicarágua

OEA denuncia 'crimes de lesa-humanidade' na Nicarágua

Grupo de especialistas expulso da Nicarágua documentou dezenas de assassinatos e considera que a ditadura sandinista tem de ser julgada.

Poucas horas antes de a equipe da Organização dos Estados Americanos (OEA) apresentar seu relatório sobre a situação na Nicarágua, a ditadura de Daniel Ortega lhe deu 24 horas para deixar o país.
Depois de seis meses de trabalho, as conclusões não agradaram ao regime, acusado de coordenar diretamente a repressão, e as autoridades impediram sua divulgação em solo nacional.
De acordo com o relatório, a polícia sistematicamente abriu fogo contra a população e lançou uma ofensiva que incluiu tortura e agressão sexual nas prisões e que, segundo o informe, deveria ser julgada como “crimes de lesa-humanidade”.
Em um trecho, o relatório afirma:
O exercício da violência pelo Estado não consistiu de atos isolados, mas foi levado a cabo de forma organizada e em diferentes momentos e lugares do país (…) não se tratou de eventos explicados pela decisão individual de um ou mais agentes policiais (…), mas de uma política de repressão impulsionada e endossada pela mais alta autoridade do Estado.
O Grupo Interdisciplinar de Peritos Independentes (GIEI) conseguiu determinar que a maioria das mortes e ferimentos graves é de responsabilidade da Polícia Nacional, cujas tropas agiram diretamente e de forma coordenada com os grupos armados paramilitares.
A publicação do relatório foi finalmente realizada na sexta-feira (21) nos Estados Unidos e é o resultado de seis meses de trabalho na Nicarágua, em contato direto com as vítimas, testemunhas oculares, famílias afetadas e organizações de direitos humanos, bem como a revisão de milhares de documentos e consultas constantes com especialistas internacionais de diferentes disciplinas.
Adaptado da fonte ELPAÍS

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