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sex, 28 de set 19:00 (Há 7 dias)
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Posted: 28 Sep 2018 02:35 PM PDT
Raiva canina é doença endêmica na Guatemala. Foto: PEXELS
Quatro países da América Latina e do Caribe são os únicos na região onde a raiva canina ainda está ativa, segundo dados da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) divulgados na quinta-feira (27), às vésperas do Dia Mundial contra a Raiva, 28 de setembro.
Estima-se que em 2017 ao menos 1 mil cães contraíram raiva e 19 pessoas morreram da doença na região. Noventa por cento dos casos em cães e 100% em humanos foram registrados em Bolívia, Guatemala, Haiti e República Dominicana. Na Guatemala, não houve mortes devido à doença.
“Ninguém deve morrer de uma doença que é 100% prevenível pela vacinação”, disse Ottorino Cosivi, diretor do Centro Pan-Americano de Febre Aftosa (PANAFTOSA) da OPAS, com sede no Brasil. “Acabar com as mortes humanas por raiva transmitidas por cães até 2030 é uma meta alcançável na região”, disse ele.
Desde 1983, quando começaram as ações coordenadas pela OPAS/OMS para eliminar a raiva humana na região, os casos de raiva canina e humana diminuíram em 95%. Em todo o mundo, 59 mil pessoas morrem a cada ano desta doença, principalmente na Ásia e na África.
A maioria dos países das Américas eliminou a doença. Raiva canina só permanece endêmica em Bolívia, Guatemala, Haiti e República Dominicana, enquanto na Argentina, Brasil, Cuba, Peru e Venezuela, casos localizados que representam 10% do total são apresentados atualmente.
“Enquanto houver cães com raiva, o risco para as pessoas persiste”, alertou Marco Vigilato, assessor regional em raiva do PANAFTOSA/OPAS. “Precisamos fortalecer os programas de raiva dos países para melhorar sua vigilância, bem como a cobertura de vacinação canina nas áreas de maior risco”, disse ele.
Em até 99% dos casos, os cães domésticos são responsáveis pela transmissão do vírus da raiva para o homem, principalmente através de mordidas. As crianças, por causa de seu contato próximo com animais, são o grupo mais vulnerável. Na região, os casos estão concentrados na periferia das grandes cidades e nas áreas de fronteira, onde o acesso à vacinação e serviços de saúde são limitados.
A única maneira de interromper a transmissão da raiva é vacinar pelo menos 80% da população canina em áreas endêmicas. Na região das Américas, aproximadamente 100 milhões de cães são vacinados a cada ano. No entanto, em algumas áreas, a cobertura é menor do que a recomendada.
Além disso, para eliminar a raiva humana transmitida por cães, a OPAS/OMS recomenda assegurar o acesso oportuno à profilaxia pré e pós-exposição a 100% da população exposta ao vírus e manter alta vigilância, conscientização da comunidade, controle da população canina e promover ações para impedir a reintrodução nos países onde foi controlada.
Em 1983, a OPAS iniciou o programa para eliminar a raiva humana transmitida pelos cães, coordenava ações regionais com vários parceiros e colocava em funcionamento o sistema de vigilância epidemiológica da doença. Os países iniciaram campanhas massivas de vacinação canina que permitiram uma redução sustentável na incidência de casos de raiva humana e canina.
Este ano, a iniciativa Unidos contra a Raiva, uma colaboração entre a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e a Aliança Global para o Controle da Raiva (GARC), lançou um plano estratégico global para acabar com as mortes humanas por raiva canina até 2030.
Dia Mundial contra a Raiva
O Dia Mundial contra a Raiva é celebrado todos os anos para aumentar a conscientização sobre a prevenção desta doença e destacar o progresso feito na luta contra ela. O dia de 28 de setembro é também a data de aniversário da morte de Louis Pasteur, o químico e microbiologista francês que criou a primeira vacina antirrábica.
Hoje, vacinas seguras e eficazes para animais e pessoas são um dos instrumentos mais importantes para acabar com a morte humana por esta doença. Muitos países da região adquirem vacinas a preços e qualidade acessíveis através do Fundo Rotativo da OPAS.
O tema deste ano é “Raiva: Compartilhe a mensagem. Salve uma vida”. E enfatiza a importância da educação e conscientização para o sucesso da participação da comunidade na prevenção efetiva da doença.
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Posted: 28 Sep 2018 01:43 PM PDT
O chanceler chinês, Wang Yi, fala durante a 73ª sessão da Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque. Foto: ONU/Kim Haughton
O comércio internacional tem uma natureza de “ganha-ganha” e não deveria ser um jogo cuja soma é zero, disse o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, aos líderes mundiais na Assembleia Geral da ONU nesta sexta-feira (28), afirmando que o país “não será chantageado ou sucumbirá a pressões”.
“A China defende um acordo adequado baseado em regras e consenso através de diálogo e de consultas em pé de igualdade”, disse Wang ao debate geral anual da Assembleia, acrescentando que o país também está agindo para “manter o sistema de livre comércio e as regras e ordens internacionais” tendo como objetivo os interesses comuns de todos os países.
Ele enfatizou a importância de se adaptar à globalização econômica e garantir que tais processos sejam abertos, inclusivos e equilibrados para oferecer benefícios a todos.
No dia de abertura do debate geral, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse à Assembleia que havia anunciado mais 200 bilhões de dólares em tarifas sobre produtos chineses. Ele disse que, apesar de ter o “maior respeito” pela China, deixou “claro que o desequilíbrio comercial não é aceitável”. “As distorções de mercado da China e a maneira como eles lidam com isso não podem ser toleradas”, declarou na ocasião.
Nesta sexta-feira (28), o ministro das Relações Exteriores reiterou a resposta “clara” da China para buscar o multilateralismo, acrescentando que “a China nunca vacilou em sua convicção ao multilateralismo e aos propósitos e princípios da Carta da ONU”.
Perseguir a cooperação “ganha-ganha” é pré-requisito para manter o multilateralismo e devemos agir de acordo com as regras e a ordem, disse ele.
Enquanto pedia uma ONU forte, Wang prosseguiu dizendo que a China apoia uma reforma na Organização, que deve ser planejada para priorizar as preocupações dos países em desenvolvimento, tornando as Nações Unidas mais eficientes e aprimorando a supervisão e a prestação de contas.
Voltando-se para a Península Coreana, Wang disse que a China contribuiu para a “grande reviravolta”, e apoia a melhoria total das relações entre Coreia do Norte e do Sul, bem como os esforços para facilitar os diálogos entre Coreia do Norte e EUA.
“A China encoraja a Coreia do Norte a continuar seguindo na direção certa da desnuclearização”, disse Wang, acrescentando que “também é certo que os EUA deem uma resposta oportuna e positiva para verdadeiramente encontrar a Coreia do Norte no meio do caminho”.
Ele ressaltou ainda que a solução efetiva da questão requer a desnuclearização completa, bem como o estabelecimento de um mecanismo de paz.
“Somente quando as duas rodas se moverem em conjunto, a questão pode ser verdadeiramente resolvida e a paz pode começar a despontar”, disse ele.
Sobre a crise de rohingya, o ministro das Relações Exteriores disse que isso deveria ser resolvido por meio de um “processo de três fases”, envolvendo a cessação da violência, o retorno de pessoas deslocadas e o desenvolvimento econômico.
Quanto ao desenvolvimento, Wang disse que “não existe um modelo único para todos”, acrescentando que “todo país tem o direito de explorar um caminho de desenvolvimento que seja adequado para proporcionar felicidade e segurança a seu povo”.
A este respeito, a China tem trabalhado em parceria com outros países da comunidade internacional, salientou.
Wang apresentou o projeto de desenvolvimento “One Belt, One Road”, que se tornou a maior plataforma de cooperação internacional. Até agora, mais de 130 países e organizações internacionais assinaram acordos com a China no âmbito dessa iniciativa.
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Posted: 28 Sep 2018 01:23 PM PDT
Uma família de migrantes olha pela janela e tira fotos enquanto empreendem sua jornada para o reassentamento. Foto: OIM/Musa Mohammed
Enquanto líderes mundiais se reuniam na quarta-feira (26) nas Nações Unidas para discutir o primeiro acordo global projetado para gerenciar melhor a migração internacional, uma voz importante sobre os direitos dos migrantes os incitou a “fazer o trabalho duro” de transformar palavras em ação.
O Pacto Global para uma Migração Segura, Ordenada e Regular, previsto para ser formalmente adotado em dezembro, em Marrakech, compreende 23 objetivos abrangendo todos os aspectos da migração – incluindo a melhoria da disponibilidade de vias legais, a promoção de padrões trabalhistas éticos, o combate ao tráfico e a facilitação de retornos dignos.
O Brasil foi um dos países que promoveram a reunião desta semana, junto a Bahrein, Canadá, Alemanha, Indonésia, México, Filipinas, Ruanda, Turquia e o anfitrião da conferência de dezembro, Marrocos.
“Todos nós sabemos que, para que este Pacto tenha o efeito desejado, vocês – cada Estado-membro da ONU – devem fazer o trabalho duro para criar as leis e condições que sejam seguras e justas para todos que entrarem em suas fronteiras”, disse Monica Ramirez, fundadora da organização conhecida como ‘Justiça para Mulheres Migrantes’, durante um evento paralelo à sessão anual de alto nível da Assembleia Geral.
Todos nós devemos trabalhar juntos para promover um clima que dê as boas-vindas aos migrantes e celebre as maneiras que eles nas quais eles fazem o nosso mundo melhor.Monica Ramirez, ativista
Ramirez compartilhou as histórias de três mulheres cujas trajetórias refletem alguns dos fatores que impulsionam a migração globalmente – segurança, oportunidade e prosperidade.
Dolores é uma mulher migrante que fugiu de seu país depois de anos sofrendo violência de gênero nas mãos de seu marido e que, mais tarde, sofreria assédio sexual e abusos no novo país onde ela acabou vivendo.
Marisol teve a oportunidade de viajar com um visto de trabalho temporário com a promessa de bom salário e boas condições. Mas ela se viu vítima de tráfico de seres humanos sem a possibilidade de portabilidade de visto no país onde trabalhava.
Edith viajou como imigrante em um visto de estudante, com a intenção de perseguir o “sonho americano”. Felizmente, ela se tornou uma empreendedora de sucesso com uma experiência de migração muito diferente das outras duas mulheres por causa de sua educação e de sua origem socioeconômica.
“Migrantes como Dolores, Marisol e Edith têm muito a oferecer para o tecido cultural e social das nações para onde migraram, sem mencionar suas contribuições significativas para essas economias”, afirmou Ramirez.
Ela acrescentou que, sem metas e normas compartilhadas, continuará havendo uma disparidade no tratamento dos migrantes. Os indivíduos estarão em risco de violência, tráfico de seres humanos e exploração, incluindo os estimados 50 milhões de crianças migrantes que são vulneráveis ao abuso.
“Suas histórias mostram claramente por que o Pacto Global da ONU para Migração Segura, Ordenada e Regular é tão importante”, completou Ramirez.
Existem atualmente cerca de 260 milhões de migrantes no mundo hoje.
As e os migrantes trabalham, pagam impostos e gastam 85% de sua renda na economia local. Eles enviam para seu país uma média de 15% de sua renda na forma das chamadas “remessas”. No ano passado, essas remessas para países em desenvolvimento chegaram a cerca de 450 bilhões de dólares – três vezes o montante da assistência oficial ao desenvolvimento – ou seja, toda a assistência humanitária – no mesmo período.
A presidente da Assembleia Geral, María Fernanda Espinosa, disse que o Pacto Global salvaria vidas, protegendo os mais vulneráveis e acabando com a morte de milhares de mulheres, crianças e homens.
“Isso ajudaria a acabar com o tráfico; redes de contrabando; os maus-tratos contra migrantes e a separação das famílias migrantes”, acrescentou. “O caminho para Marrakech é, portanto, o caminho da esperança.”
A migração, disse o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, é um fenômeno histórico e multifacetado que envolve questões humanitárias, direitos humanos e questões demográficas. Tem profundas implicações econômicas, ambientais e políticas e gera muitas opiniões diferentes, legítimas e fortemente defendidas.
“Infelizmente, é também uma questão que muitas vezes tem sido deturpada e explorada para ganho político”, observou ele. “A migração desregulada e não gerenciada criou percepções falsas e negativas dos migrantes que alimentam uma narrativa de xenofobia, intolerância e racismo.”
“Isso faz com que o acordo sobre o texto deste primeiro Pacto Global para Migração Segura, Ordenada e Regular seja um feito particularmente difícil, mas ao mesmo tempo extremamente importante”, completou Guterres.
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Posted: 28 Sep 2018 12:54 PM PDT
Manifestação pelos direitos das mulheres em Porto Alegre, em novembro de 2017. Foto: Fora do Eixo (CC)
Países devem “agir agora” para descriminalizar o aborto, cobraram nesta semana especialistas de direitos humanos das Nações Unidas. Relatores alertaram que abortos inseguros matam 47 mil mulheres por ano em todo o mundo. Quando não resulta em morte, a prática causa sequelas severas — 5 milhões de mulheres têm alguma forma de deficiência permanente ou temporária provocada por tentativas de interromper a gravidez. Para analistas, mulheres têm que ter direito a tomar suas próprias decisões sobre gravidez.
“Estima-se que 225 milhões de mulheres em todo o mundo estão privadas do acesso à contracepção moderna, o que leva frequentemente a gestações não planejadas. Para as meninas, complicações (de saúde) associadas à gravidez e ao nascimento da criança estão entre algumas das causas mais comuns de morte nos países em desenvolvimento, com as jovens com menos de 15 anos correndo riscos cinco vezes mais altos”, afirmaram os especialistas em comunicado para o Dia Internacional do Aborto Seguro, lembrado nesta sexta-feira (28).
Na avaliação dos analistas, “a mortalidade materna viola os direitos à vida, saúde, igualdade e liberdade de discriminação”.
“Problemas envolvendo o acesso ao aborto seguro e legal estão no âmago do direito fundamental da mulher à igualdade, à privacidade e à saúde mental e física, e essas são pré-condições para a realização de outros direitos e liberdades. Esperamos que passos importantes dados em alguns países para recuperar os direitos reprodutivos da mulheres por meio de referendos, ação legislativa e judicial, possam ser acompanhados por outros (países)”, afirmaram os especialistas.
Os relatores lembraram que, depois de abortos, “mulheres demais são maltratadas física e verbalmente ou têm o cuidado médico de emergência negado”. “Isso equivale a outras formas de punição, o que viola o direito internacional e, em muitos casos, leis e políticas nacionais”, ressalta o pronunciamento.
“Governos têm o dever de garantir que mulheres e meninas que fazem abortos sejam tratadas humanamente e sem julgamento ou a presunção de que quebraram a lei, em particular nos casos de abortos espontâneos.”
Os especialistas denunciaram que os enquadramentos legais sobre aborto “foram tipicamente concebidos para controlar a tomada de decisão das mulheres, por meio do uso do direito penal”. O comunicado aponta que “dados da Organização Mundial da Saúde demonstram que criminalizar a interrupção da gravidez não reduz o número de mulheres que recorrem a procedimentos de aborto”.
“Em vez disso, é provável que aumente (o número de) quem procura procedimentos clandestinos e inseguros”, acrescenta o texto.
“Preocupações com o aborto inseguro devem ser resolvidas por meio da saúde pública, (do combate) à negligência médica e de leis civis. Portanto, é crucial que países demonstrem seu compromisso com a eliminação da discriminação contra as mulheres em sua legislação e com o avanço dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres e adolescentes, em consonância com os padrões internacionais de direitos humanos”, enfatizaram os especialistas.
O comunicado foi assinado pelo Grupo de Trabalho sobre a questão da discriminação contra mulheres no direito e na prática — sua presidenta Ivana Radačić, da Croácia, Alda Facio, da Costa Rica, Meskerem Geset Techane, da Etiópia, Melissa Upreti, do Nepal/EUA, e Elizabeth Broderick, da Austrália; pelo relator especial para o direito de todos aos mais altos padrões de saúde física e mental, Dainius Pūras; pela relatora especial sobre violência contra as mulheres, Dubravka Šimonović; e pela relatora especial sobre execuções extrajudiciais, sumárias ou arbitrárias, Agnes Callamard.
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Posted: 28 Sep 2018 12:20 PM PDT
Jaime Nadal, representante do UNFPA Brasil; Marina Ferro, gerente-executiva de práticas empresarias e políticas públicas do Instituto Ethos; Janete Vaz, presidente do Conselho de Administração do Grupo Sabin; e Henriëtte Bersee, cônsul-geral dos Países Baixos em São Paulo. Foto: UNFPA Brasil/Paola Bello
De que forma a decisão das mulheres sobre ter ou não filhos deve ser vista pelas empresas? Como oferecer condições para que mulheres possam desenvolver suas carreiras profissionais em um ambiente igualitário, mesmo quando decidem formar família e ter filhos?
Qual a importância do envolvimento das empresas na pauta da saúde sexual e reprodutiva para o desenvolvimento do país, independentemente do setor em que atuam? Esses foram alguns dos questionamentos que guiaram debate realizado na terça-feira (25), em São Paulo, durante a Conferência Ethos.
O painel “Alinhando esforços do setor privado na defesa dos direitos da mulher: estratégias inovadoras para fortalecer a agenda de saúde e de direitos sexuais e reprodutivos no Brasil” foi formado por Marina Ferro, gerente-executiva de práticas empresarias e políticas públicas do Instituto Ethos; Jaime Nadal, representante do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) no Brasil; Henriëtte Bersee, cônsul-geral dos Países Baixos em São Paulo; e Janete Vaz, presidente do Conselho de Administração do Grupo Sabin. Todas as organizações fazem parte, ao lado de outras, da Aliança pela Saúde e pelos Direitos Sexuais e Reprodutivos no Brasil.
Durante o debate, foram apresentados dados sobre saúde da mulher, compartilhadas experiências de integração e promoção do desenvolvimento profissional das mulheres, além de iniciativas inter-setoriais e internacionais pela promoção dos direitos sexuais e reprodutivos.
Uma das experiências é a iniciativa global “She Decides”, liderada pelos Países Baixos para apoiar organizações e iniciativas pelo empoderamento de meninas e mulheres sobre seus direitos reprodutivos e sexuais. A iniciativa serviu como inspiração para a organização da Aliança pela Saúde e pelos Direitos Sexuais e Reprodutivos no Brasil.
“Gravidez indesejada, morte materna e transmissão do HIV são problemas que preocupam em todo o mundo. Nosso trabalho com parceiros busca melhorar ações de saúde sexual e reprodutiva com objetivos em quatro áreas: educação sexual e serviços para jovens, acesso a contraceptivos e a medicamentos, cuidados da saúde sexual e reprodutiva no sistema público de saúde, e mais respeito aos grupos mais vulneráveis e discriminados”, disse a cônsul-geral, Henriëtte Bersee.
A partir da experiência global do She Decides, o UNFPA Brasil se inspirou para impulsionar a aliança e mobilizar não apenas o setor privado, mas também organizações filantrópicas e representações da sociedade civil, para falar sobre direitos sexuais e reprodutivos no país.
Assim, foi lançada em abril a Aliança pela Saúde e pelos Direitos Sexuais e Reprodutivos no Brasil e a campanha Ela Decide Seu Presente e Seu Futuro, que busca levar informações de qualidade sobre saúde sexual e vida reprodutiva a meninas e mulheres.
“Trabalhar com o setor privado e engajar diferentes setores da sociedade está previsto no Objetivo 17 de Desenvolvimento Sustentável. Por isso, o UNFPA trabalha com governos, com a sociedade civil e agora, com o apoio da Holanda, com o setor privado, para mobilizar sobre os direitos sexuais e reprodutivos”, destaca o representante do UNFPA, Jaime Nadal.
“Atrás de toda criança feliz e de uma mãe feliz existe um projeto de vida com realizações. A felicidade e o bem-estar estão também na possibilidade de conciliar a vida pessoal e as cargas familiares com a vida profissional”, destacou.
“O futuro de uma mãe não pode ser adiado”, completou a presidente Grupo Sabin, Janete Vaz. No grupo, que hoje conta com 255 unidades em todo o Brasil, dos 4,6 mil colaboradores, 77% são mulheres, e a maioria está em cargos de liderança.
“É importante que haja o equilíbrio saudável no relacionamento com colaboradores. Uma mulher empoderada pode ter o desejo de constituir família, ter filhos e também desenvolver a carreira. E as empresas têm que entender isso. E saber que não se compra confiança e reputação”, completou.
Existem no Brasil hoje mais de 55 milhões de mulheres em idade reprodutiva, mas grande parte não tem acesso a informações de qualidade, a serviços de saúde sexual e reprodutiva e a métodos contraceptivos modernos que lhes permitam planejar a vida reprodutiva.
Segundo a gerente-executiva do Instituto Ethos, é preciso também considerar nesse universo as diferenças de acesso oferecidas a diferentes grupos populacionais.
“Falar de saúde sexual e reprodutiva é um tema tão importante quanto urgente. E precisamos ter o recorte para saber com que mulher falamos, porque sabemos como isso afeta de forma diferente a vida das mulheres negras e periféricas”, destacou.
“Precisamos nos envolver e pensar em políticas públicas para mulheres que estão em grupos em situação de vulnerabilidade. E o setor privado precisa ter iniciativas com perspectivas de empoderamento. É preciso levar a discussão para dentro das empresas. Precisamos transformar valores em práticas.”
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Posted: 28 Sep 2018 12:04 PM PDT
O presidente espanhol, Pedro Sanchez Perez-Castejon, fala durante a 73ª sessão da Assembleia Geral da ONU. Foto: ONU/Cia Pak
O mundo está enfrentando enormes desafios globais, disse o presidente espanhol, Pedro Sánchez Pérez-Castejón, à Assembleia Geral da ONU na quinta-feira (27), lembrando que os tempos atuais “não precisam de nacionalismo ou de retórica não inclusiva”.
“Agora é a hora de cultivar uma nova liderança cooperativa, baseada não apenas na vontade de ouvir os outros, mas também na prontidão em entender suas motivações”, disse, observando que “nenhuma pessoa sozinha tem o monopólio da verdade”.
“Precisamos de lideranças que possam construir o consenso e forjar acordos; que possam encontrar soluções e fazer o melhor das sinergias”, acrescentou.
Ele declarou que a real força da ONU está em “tudo que ela pode fazer para construir o futuro”, afirmando que “somos a última geração que terá a chance de interromper as consequências das mudanças climáticas” e a primeira a erradicar a pobreza global.
“Não é uma questão de ver obstáculos, mas de identificar oportunidades” para construir o desenvolvimento sustentável, salientou.
Ele pediu que os líderes globais olhem para além do tempo presente e que foquem na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
“Sem dignidade, sem igualdade entre homens e mulheres, sem respeito aos direitos humanos, não haverá paz e não haverá desenvolvimento”, disse.
Afirmando que a humanidade não deve tolerar a discriminação de gênero, Sánchez disse à Assembleia que lidera pelo exemplo, lembrando que seu gabinete é formado em 60% por ministras mulheres.
Ele argumentou que as empresas, o sistema educacional e a sociedade como um todo são o “campo de batalha”, lembrando que tetos de vidro permanecem nas lideranças “simplesmente devido à inércia”.
“Precisamos desenvolver um caminho verdadeiramente global para erradicar todas as formas de discriminação ainda sofridas pelas mulheres”, disse, elogiando o apoio da Espanha na promoção da Agenda Mulher, Paz e Segurança, porque “é crucial que as mulheres participem como agentes de paz em todas as fases dos conflitos”.
Sobre a crise de migrantes e refugiados, ele afirmou: “não há atalhos ou consertos rápidos”.
“A humanidade não pode simplesmente aceitar como inevitável o fato de que 68 milhões de pessoas foram forçadamente deslocadas no mundo, ou que mais de 25 milhões são refugiados, e mais de 3 milhões são requerentes de refúgio.”
Chamando o Pacto Global sobre Refugiados como “um grande passo adiante”, ele lembrou que 85% dos refugiados do mundo e requerentes de refúgio estão em países em desenvolvimento.
Lembrando que a Espanha foi um dos países da Europa Ocidental mais atingidos pela crise econômica, ele elogiou o país ao afirmar que “a maioria da sociedade espanhola nunca deu as costas para a tragédia resultante da migração”.
“Esses Estados precisam de nossa empatia e compromisso”, disse Sánchez, acrescentando que “todos temos a obrigação de ajudar”.
Ele acredita que a migração segura, ordenada e regular pode produzir impactos positivos, ao contrário da aplicação da força em certos países, com narrativas excludentes e xenofóbicas.
“Para o sistema multilateral ser efetivo, precisamos renová-lo e reforçá-lo”, enfatizou. “Fazendo isso estaremos defendendo tudo o que acreditamos”.
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Posted: 28 Sep 2018 11:37 AM PDT
Michel Sidibé, chefe do UNAIDS, ao lado da embaixadora e representante da Holanda na sede da ONU em Genebra. Foto: UNAIDS
O governo da Holanda anunciou neste mês (19) que aumentará em 20% as suas contribuições de 2018 para o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS ( UNAIDS). Com o incremento, o montante disponibilizado para o organismo chegará a 23,3 milhões de dólares, bem acima dos 19,2 milhões investidos em 2017. Atualmente, o país europeu é o terceiro maior doador da agência da ONU.
“O UNAIDS é um centro de conhecimento importante e usa dados e informações cruciais, também sobre as barreiras existentes, para defender uma resposta à AIDS mais eficaz”, afirmou a embaixadora e representante da Holanda na ONU em Genebra, Monique van Daalen, em cerimônia para formalizar o acordo de financiamento.
A dirigente acrescentou que o foco da instituição nos grupos mais vulneráveis “é crucial”. A ampliação dos fundos para o UNAIDS, disse Daalen, “garantirá que ninguém seja deixado para trás”.
A agência da ONU informou que a nova verba será utilizada na implementação da Estratégia do UNAIDS 2016-2021. O plano de trabalho prevê a redução das novas infecções por HIV para menos de 500 mil. O marco também visa assegurar que 30 milhões de pessoas vivendo com HIV tenham acesso à terapia antirretroviral até 2020.
“Sinto-me encorajado pelo compromisso firme da Holanda com o UNAIDS e com a resposta ao HIV. Apesar do grande progresso, ainda há um longo caminho a percorrer para alcançar metas cruciais e o tempo está se esgotando”, afirmou o diretor-executivo da instituição internacional, Michel Sidibé.
O programa da ONU é mantido inteiramente por contribuições voluntárias. O financiamento total do seu trabalho é fundamental para alcançar a visão do UNAIDS de zero nova infecção pelo HIV, zero discriminação e zero morte relacionada à AIDS.
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Posted: 28 Sep 2018 11:32 AM PDT
O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, discursa na 73ª Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque. Foto: ONU/Cia Pak
Em seu discurso na Assembleia Geral da ONU na última quarta-feira (26), em Nova Iorque, o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, falou sobre as consequências do capitalismo, do imperialismo e do neoliberalismo, atrelando-os ao aumento do fascismo e dos conflitos em todo o mundo.
Segundo Díaz-Canel, a ganância do capitalismo não só fomenta o terrorismo, como também desvia recursos importantes que poderiam ajudar a implementar as medidas de desenvolvimento sustentável acordadas na Agenda 2030 da ONU.
Ele criticou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por retirar o país do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas. Segundo Díaz-Canel, os EUA são “um dos maiores poluidores do passado e da atualidade, e isso coloca em risco a vida das futuras gerações, bem como a sobrevivência de todas as espécies – incluindo os humanos”.
O líder cubano também observou o aumento do vínculo histórico-cultural entre o povo de Cuba e os EUA, e o potencial das relações comerciais entre os dois países, como sendo do interesse de toda a região.
Para Díaz-Canel, o embargo continua sendo o elemento que define a relação entre Cuba e EUA pois “busca sufocar a economia cubana”.
“É uma política cruel. Pune as famílias e toda a nação de Cuba”, afirmou o presidente.
Ele destacou ainda o “apoio incondicional” de seu país a uma solução justa, abrangente e duradoura para o conflito israelo-palestino, com base na solução dos dois Estados.
Falando sobre a crise síria, o presidente expressou seu apoio a uma solução pacífica e negociada, sem interferência estrangeira e com total respeito à sua soberania e integridade territorial. Além disso, ele também parabenizou o processo de reaproximação na Península da Coreia, e exigiu o cumprimento do acordo nuclear com o Irã.
Díaz-Canel também aproveitou o momento para informar aos demais líderes mundiais sobre as medidas que seu país está adotando para melhorar o modelo de desenvolvimento socioeconômico e iniciar um processo de reforma constitucional por meio da discussão popular – um exercício que é verdadeiramente democrático e participativo, de acordo com ele.
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Posted: 28 Sep 2018 11:06 AM PDT
Criança recebe atendimento para câncer em clínica de Bishkek, no Quirguistão. Foto: Forças Aéreas dos Estados Unidos/Nathan Bevier
Anunciada nesta sexta-feira (28), a iniciativa da Organização Mundial da Saúde ( OMS) quer garantir que pelo menos 60% das crianças com câncer consigam sobreviver à doença. Objetivo da agência da ONU é alcançar essa marca até 2030, por meio da ampliação do tratamento e diagnóstico. Por ano, no mundo, são identificados 300 mil novos casos de câncer entre crianças e jovens de até 19 anos.
Com a Global Initiative for Childhood Cancer, o organismo internacional espera poder salvar mais de 1 milhão de vidas. A meta dos 60% representa uma duplicação da taxa média de cura para meninos e meninas com câncer em todo o planeta.
Nos países de baixa e média renda, os jovens com a doença têm quatro vezes mais chances de morrer pela enfermidade do que crianças em países de alta renda. Isso ocorre porque seus problemas de saúde não são diagnosticados. Além disso, com frequência, esses menores de idade são forçados a abandonar o tratamento devido aos altos custos e à falta de treinamento especializado dos profissionais de atenção.
A iniciativa da OMS tem dois objetivos: aumentar a priorização do câncer infantil por meio da conscientização em níveis global e nacional; e garantir que os países ofereçam as melhores práticas no tratamento da doença entre crianças.
A Organização ajudará os governos a avaliar suas atuais capacidades de diagnóstico e terapia, incluindo a disponibilidade de medicamentos e tecnologias. A agência da ONU vai definir e priorizar programas de identificação e tratamento da doença, além de integrar o câncer infantil em estratégias nacionais, planos de benefícios de saúde e sistemas de seguridade social.
A iniciativa da OMS envolve ainda a elaboração de um pacote técnico para preparar os sistemas nacionais de atendimento. Entre os parceiros do organismo internacional, está o Hospital de Pesquisas St. Jude Children, nos Estados Unidos, o primeiro centro colaborador da Organização em câncer infantil, que disponibilizou 15 milhões de dólares para o projeto.
O lançamento da estratégia foi feito logo após a Terceira Reunião Global de Alto Nível sobre Doenças Crônicas Não Transmissíveis, que convocou chefes de Estado e ministros a agir com urgência para enfrentar essas enfermidades. A lista de complicações de saúde inclui o câncer, diabetes e doenças cardiovasculares e pulmonares, que matam 41 milhões de pessoas por ano.
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Posted: 28 Sep 2018 10:27 AM PDT
Estudantes de Tonga acessam a internet. Foto: Banco Mundial/Tom Perry
Em mensagem para o Dia Internacional do Acesso Universal à Informação, lembrado nesta sexta-feira (28), a diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, defendeu que países “devem garantir o acesso universal à internet”. Para a dirigente, a atual revolução tecnológica precisa alcançar todas as pessoas, para evitar a exclusão pela falta de acesso ao conhecimento.
“A partir de agora, todos podem obter, de forma imediata, uma grande quantidade de informações sobre os mais variados assuntos. Essas novas possibilidades são uma oportunidade formidável para o desenvolvimento dos indivíduos e das sociedades, mas desde que estejam disponíveis para todos”, alertou a chefe da agência da ONU.
“Em uma sociedade global, que está tão intimamente interligada, não ter acesso equitativo à informação significa que é muito provável que se será marginalizado e rapidamente excluído do resto do mundo. O propósito deste dia internacional é lembrar às autoridades públicas e a todos os atores da sociedade civil sobre a necessidade de garantir o acesso verdadeiramente universal à informação.”
Azoulay ressaltou que isso está previsto pelo Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) nº 16, sobre paz, justiça e instituições eficazes. Uma de suas metas é assegurar o acesso público a informação e proteger as liberdades fundamentais.
“Estar bem informado significa ser um cidadão esclarecido, crítico, capaz de fazer parte de forma ativa na vida de sua comunidade e de seu país”, argumentou a autoridade máxima da UNESCO. Também significa “estar ciente das principais questões do nosso tempo, como a mudança climática, e saber as respostas sobre o que é preciso ser feito para tentar mitigar seus efeitos”, acrescentou Azoulay.
Em uma sociedade global, que está tão intimamente interligada, não ter acesso equitativo à informação significa que é muito provável que se será marginalizado
A dirigente explicou que a universalização da informação exige esforços em diferentes áreas. Além de garantir acesso à internet, países “devem encorajar o multilinguismo online e off-line, de forma que todas as populações consigam obter os conhecimentos necessários em sua própria língua materna”, disse Azoulay.
“Além disso, os Estados devem agir para reduzir a exclusão digital, que tende a perpetuar as desigualdades sociais e as disparidades de gênero. Por meio de seus programas, a UNESCO trabalha em conjunto com as autoridades públicas, para ajudar a combater essas desigualdades”, completou a chefe da UNESCO.
Outro ponto crítico é a liberdade da imprensa e a segurança dos jornalistas. De acordo com Azoulay, a instituição sob sua liderança busca, de forma incansável, promover o bom funcionamento de uma imprensa livre e pluralista.
“A sociedade do saber, do conhecimento e da informação que está se formando traz consigo belas promessas. Neste dia internacional, vamos nos mobilizar para nos certificar de que essas promessas sejam cumpridas e beneficiem a todas e a todos”, concluiu a dirigente.
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Posted: 28 Sep 2018 10:12 AM PDT
Mosquito Aedes aegypti é principal vetor do vírus da dengue, zika e chikungunya. Foto: UNICEF/BRZ/Ueslei Marcelino
Autoridades de saúde da região das Américas concordaram na segunda-feira (24) a implementar uma série de ações nos próximos cinco anos para controlar de forma mais efetiva os vetores que transmitem doenças como malária, dengue, zika e Chagas. O objetivo do plano é prevenir a ocorrência e reduzir a propagação desse tipo de enfermidades transmissíveis.
O plano de ação sobre entomologia e controle de vetores, apresentado ao 56º Conselho Diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), que se reúne nesta semana em Washington (EUA), concentra-se na prevenção, vigilância e controle integrado dos vetores transmissores de arbovírus, malária e certas doenças infecciosas negligenciadas, por meio de intervenções eficazes, sustentáveis, de baixo custo e baseadas em evidências.
“As populações mais afetadas por doenças transmitidas por vetores são aquelas que vivem em condições de vulnerabilidade e distantes dos serviços de saúde. São essas populações que mais frequentemente sofrem consequências e danos para a saúde pela falta de medidas sanitárias e de controle de vetores”, disse a diretora da OPAS, Carissa F. Etienne.
“Essas são as populações onde a OPAS concentra seus esforços e onde é necessário que os governos e as comunidades tenham um papel ativo na prevenção e controle de vetores, para que juntos, possamos reduzir a carga dessas doenças infecciosas.”
As doenças infecciosas têm um impacto significativo na saúde pública na região das Américas e em todo o mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) indicou que doenças transmitidas por vetores, como a dengue, febre amarela, malária, esquistossomose, leishmaniose, doença de Chagas e peste, representam mais de 17% das doenças infecciosas no mundo, causando mais de 700 mil mortes por ano.
Desde 2010, alguns surtos importantes de dengue, chikungunya, febre amarela e vírus zika – bem como surtos locais de malária, leishmaniose, doença de Chagas, leptospirose e peste – tiraram vidas e prejudicaram os sistemas de saúde da região.
O Plano de Ação sobre Entomologia e Controle de Vetores (tradução livre de Plan of Action on Entomology and Vector Control) inclui cinco linhas de ação para os países, entre elas: fortalecer o trabalho multissetorial em vários programas e setores, a fim de aumentar os esforços colaborativos de prevenção e controle de vetores; engajar e mobilizar governos e comunidades locais, incluindo serviços de saúde; melhorar a vigilância dos vetores e a avaliação das medidas de controle, incluindo monitoramento e manejo da resistência aos inseticidas.
Outras ações incluem avaliar e incorporar abordagens comprovadas ou inovadoras para o controle de vetores e ampliá-las quando possível; fornecer capacitação contínua sobre entomologia e controle de vetores não apenas para especialistas, mas também para agentes de saúde pública.
A exposição das pessoas aos vetores e às doenças que eles transmitem ocorre em nível local e é frequentemente associada a fatores como faixa etária, sexo, etnia e profissão ou ocupação e desigualdade, entre outros. Nesse sentido, o plano de ação enfatiza a necessidade de que as autoridades nacionais de saúde e controle de vetores planejem e façam parcerias com organizações comunitárias locais para trabalhar de forma mais efetiva com as populações afetadas.
Em termos de ferramentas para o controle de vetores, o plano enfatiza que abordagens inovadoras, como mosquitos infectados por bactérias, geneticamente modificados ou novos inseticidas devem ser submetidos a uma avaliação cuidadosa em estudos-piloto antes de serem incorporados ao arsenal de manejo de vetores.
As doenças transmitidas por vetores são enfermidades infecciosas propagadas por organismos intermediários, que podem ser mosquitos, carrapatos ou roedores, que por sua vez as transmitem aos humanos. Eles são responsáveis por uma alta carga de doenças e mortalidade na região das Américas, especialmente em países e áreas onde fatores de risco sociais, econômicos e ecológicos foram documentados e onde a população vive em condições de vulnerabilidade. Contribuem para o absenteísmo escolar, aumento da pobreza, custos elevados de saúde e sistemas de saúde sobrecarregados, ao mesmo tempo em que reduz a produtividade econômica geral.
Sobre doenças transmitidas por vetores nas Américas
Estima-se que, atualmente, 145 milhões de pessoas em 21 países da região vivem em áreas de risco para a malária. Somente em 2017, cerca de 680 mil casos foram registrados. Ao menos oito países das Américas estão trabalhando para eliminar essa doença.
As epidemias de dengue ocorreram em ciclos de três a cinco anos nas Américas. Os casos aumentaram desde 2000; somente em 2017, mais de 483 mil casos e 253 mortes foram notificados.
Em 2017, houve mais de 180 mil casos de chikungunya, uma doença viral transmitida por mosquitos que atingiu a região no final de 2013.
O número cumulativo de casos suspeitos e confirmados de zika no período de 2015 a 4 de janeiro de 2018 foi de 583 mil e 223.477, respectivamente, com 20 mortes confirmadas e 3.720 casos de síndrome congênita do zika confirmados.
Quase 6 milhões de pessoas na região das Américas ainda sofrem os efeitos crônicos da doença de Chagas; isto é especialmente prevalente entre famílias cujas habitações estão desprotegidas e em más condições, e dentro de algumas comunidades indígenas.
A leishmaniose está aumentando, com cerca de 60 mil casos cutâneos e mucocutâneos e 4 mil casos viscerais da doença relatados anualmente.
Atualmente, a oncocercose é transmitida apenas na área habitada pelos povos Yanomami e ao longo da extensão do Brasil-Venezuela. A filariose linfática foi praticamente eliminada no Brasil e se limita a poucos focos na Guiana, no Haiti e na República Dominicana.
A transmissão ativa da esquistossomose é limitada a poucos focos no Brasil, Suriname e Venezuela.
O Conselho Diretor da OPAS reúne ministros da Saúde e delegados de alto nível dos países membros da Organização em Washington para debater e analisar políticas de saúde regionais e fixar prioridades de cooperação técnica e de colaboração entre países.
A OPAS trabalha com os países das Américas para melhorar a saúde e a qualidade de vida de sua população. Fundada em 1902, é a organização internacional de saúde pública mais antiga do mundo. Atua como oficina regional para as Américas da OMS e é a agência especializada em saúde do sistema interamericano.
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Posted: 28 Sep 2018 10:00 AM PDT
Clique para exibir o slide.As mulheres em situação de refúgio que participam do projeto Empoderando Refugiadas, de Rede Brasil do Pacto Global, Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e ONU Mulheres, estiveram reunidas na segunda-feira (24) para acompanhar o workshop “Direitos e Cultura Brasileira”, realizado na sede do escritório de advocacia Mattos Filho, em São Paulo.
O treinamento, que integra a programação anual do projeto, contribuiu para informar as mulheres sobre seus direitos a fim de promover sua inserção no mercado de trabalho brasileiro.
O artigo 14 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, diz que “todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países.”
No Brasil, pessoas que buscam refúgio, sob o status de solicitante de refúgio, têm garantido o direito ao trabalho e o acesso aos serviços públicos de saúde e educação, de acordo com a lei brasileira de refúgio (nº 9.474/97), que representa um marco no desenvolvimento do sistema de proteção internacional às pessoas refugiadas no continente.
O marco normativo brasileiro agrega elementos que contemplam desde o processo de integração local de refugiados, como o acesso ao mercado de trabalho formal, mesmo para os solicitantes de refúgio, até o reconhecimento do protagonismo da sociedade civil na defesa e promoção dos direitos dessa população.
Este dispositivo, conciliado com a lei brasileira de migração (13.445/17), representa um avanço do Brasil na questão migratória. É o que afirmou Vilma Kotumi, advogada representante da Mattos Filho, que palestrou para as participantes do projeto.
“O país se modernizou para que possa acolher as pessoas que necessitam vir para o Brasil, viver no Brasil e trabalhar no Brasil. Além do mais, o Brasil é, pela sua identidade, um país de imigrantes”, disse.
Kotumi, que é especializada em questões trabalhistas, ainda apresentou as diretrizes da legislação brasileira sobre trabalho e orientou as refugiadas sobre possíveis casos de abuso por parte dos empregadores.
Além de uma realidade para as pessoas em situação de refúgio no Brasil, o trabalho é uma forma de garantia de diretos que muitas mulheres não dispunham em seus países de origem.
Segundo a promotora do Ministério Público de São Paulo, Maria Manssur, que abordou o tema dos direitos das mulheres no país, “o trabalho também é uma forma de empoderamento feminino”. “Através do trabalho, é possível para a mulher buscar sua autonomia e independência perante a sociedade e a família”.
O conteúdo do workshop despertou as trocas de experiências entre as participantes do projeto, que discutiram as diferenças legais e culturais das mulheres entre seus países de origem e o Brasil.
Segundo a congolesa Arlette, participante da atual edição do Empoderando Refugiadas, “algumas mulheres (refugiadas), por meio da tecnologia e da informação, estão entendendo melhor seus direitos, e é preciso se unir e evoluir”. “Ainda existe o machismo, mas aos poucos estamos quebrando essa realidade”.
A promotora Manssur, que também é representante do Núcleo de Combate à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, ressaltou que, apesar das diferenças culturais, as refugiadas no Brasil contam com a lei brasileira na proteção contra a violência de gênero e orientou sobre os possíveis casos em que a Justiça pode ser acionada.
O workshop “Direitos e Cultura Brasileira” faz parte da programação de treinamentos do projeto Empoderando Refugiadas, que busca prover informações e orientar as mulheres em situação de refúgio para sua inserção no mercado de trabalho.
O projeto Empoderando Refugiadas, que prevê atender 50 mulheres até o fim do ano, tem como parceiro o Facebook e conta com o apoio das empresas ABN AMRO, Carrefour, Lojas Renner, Pfizer e Sodexo.
São parceiros estratégicos do projeto o Consulado da Mulher, Fox Time, Grupo Mulheres do Brasil, Migraflix e o Programa de Apoio para a Recolocação dos Refugiados (PARR).
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Posted: 28 Sep 2018 09:45 AM PDT
Clique para exibir o slide.Mais de 100 adolescentes e jovens participaram na quarta-feira (26) de debate sobre saúde sexual e reprodutiva em São Paulo.
A atividade, fruto da campanha “Ela Decide Seu Presente e Seu Futuro” e da Aliança pela Saúde e pelos Direitos Sexuais e Reprodutivos no Brasil, foi uma parceria entre o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), o SESC SP e a Revista Marie Claire. A ação aconteceu no data marcada como Dia Mundial de Prevenção da Gravidez na Adolescência.
A roda de conversa contou com a participação de Gabi Oliveira, criadora de conteúdo digital do canal De Pretas; Thatá Alves, escritora, organizadora do Sarau das Pretas e mãe solo de gêmeos; Anna Cunha, oficial de programa do UNFPA; e Giani Cezimbra, ginecologista dedicada à saúde da população adolescente, no ADOLESCENTRO, em Brasília. A mediação foi feita por Adriana Ferreira Silva, editora-executiva da revista Marie Claire.
A plateia foi composta por mais de 100 pessoas, a maioria adolescentes de escolas públicas de São Paulo e participantes de programas de juventudes do SESC SP. A atividade também foi transmitida online pelo Facebook, na página da revista, do UNFPA, da campanha e da ONU Brasil, somando cerca de 3.500 visualizações.
Entre os temas que guiaram o debate, estiveram direitos sexuais e reprodutivos, autonomia e empoderamento, situações de vulnerabilidade e projetos de vida. Adolescentes que estavam na plateia também levantaram questões sobre aborto, início da vida sexual, formas de prevenção de ISTs e de uma gravidez não planejada, e a responsabilidade do parceiro na gravidez.
“Todos nós temos direitos a uma sexualidade em condições seguras e saudáveis”, destacou Adriana logo na apresentação da atividade. “Todos têm direitos de decidir livre e responsavelmente sobre se querem ter filhos, quando, com quem e quantos vão ter. Direito de desfrutar de uma vida sexual satisfatória e segura, livre de doenças e infecções, exercida sem violência, com respeito mútuo, igualdade e o pleno consentimento entre os parceiros”, completou.
Os direitos sexuais e reprodutivos também são a base da campanha “Ela Decide Seu Presente e Seu Futuro”, lançada para divulgar informações de qualidade e empoderar meninas e jovens.
“A campanha é uma iniciativa do setor privado e entidades filantrópicas, e apoiada por outros setores, que pretende propagar, conversar, qualificar esse debate público para falar de direitos sexuais e reprodutivos para que mais adolescentes e jovens possam estar informados para tomar decisões voluntárias sobre sua vida e sobre seu futuro, destacou a oficial de programa do UNFPA, Anna Cunha.
“A maternidade é muito legal, pode ser uma experiência ótima. Mas a gente precisa pensar se é uma escolha ou falta de escolha”, questionou.
Mãe de gêmeos, Thatá Alves falou sobre as dificuldades que enfrentou durante a gravidez não planejada, aos 17 anos. “Existe uma romantização sobre ser mãe, mas, na verdade, também tem uma série de problemas”.
“Eu trabalhava desde os 13 anos e guardei todo esse dinheiro, dos 13 aos 17 anos, para pagar a faculdade à vista. De 17 para 18 eu engravidei, e em menos de um ano, eu gastei esse dinheiro todo com fralda, com leite, coisas para os bebês”, lembra.
Tathá também destacou a importância da informação e da presença da família para conscientizar adolescentes e jovens sobre temas importantes, como a saúde sexual.
“Eu não tinha celular, não tinha acesso a tecnologias. E você se prende em um casulo. Dificilmente você vai falar feliz que está grávida. Eu nunca gostei da ideia de ser mãe, nunca quis. E quando soube, fiquei com vergonha. Foi um caso dentro da família, a culpa caiu sobre mim. Teve essa dificuldade de lidar com o novo corpo, a ideia de que tudo vai mudar, e ainda hoje, sete anos depois, é difícil de se relacionar. Compromete toda uma estrutura financeira, psicológica, social”, aponta.
“Vocês que decidem se querem engravidar ou não, se querem ser pai ou não”, destaca Gabi Oliveira. “É importante que as pessoas consigam tomar decisões por si próprias, mas, muitas vezes, não basta apenas decidir. Na minha casa, por exemplo, a questão do sexo era ‘não faça’ ou ‘faça apenas depois dos 18 anos’. Ninguém conversava sobre isso. E eu acho muito estranho essa tendência de trazer esse medo do engravidar pro adolescente, ou de pegar alguma doença”.
“A gente só traz o medo, a gente não traz a informação. E a gente precisa fazer com que o sexo, quando acontecer, seja consciente e da melhor forma possível, em todos os sentidos — que tenha proteção, que tenha planejamento, que tenha o local adequado para acontecer”, destaca.
A falta de diálogo e o medo também foram mencionados por Giani como um problema que pode afetar a saúde das meninas que engravidam e dos bebês. “Se uma mulher não faz um bom acompanhamento da gravidez em qualquer idade, os riscos são maiores de complicações, de os bebês morrerem e elas também. Na questão das adolescentes e jovens, elas têm ainda mais dificuldade de acesso”, afirma.
“Isso acontece, primeiro, porque chegar na unidade de saúde e fazer um teste de gravidez é muito difícil. Contar para os pais, para os parceiros se somam a uma série de outras dificuldades, e tudo isso faz com que o elas cheguem para fazer o acompanhamento muito tarde, já no sexto ou sétimo mês de gestação, que impede muitas vezes o uso de recursos para a garantia da saúde da mãe e do bebê”, completou a ginecologista.
Confira a seguir a íntegra desta conversa:
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Posted: 28 Sep 2018 09:30 AM PDT
Em um mundo repleto de doces, refrigerantes e alimentos ultra-processados, é essencial ensinar as crianças a comer bem. É esse o objetivo da “Casinha Sabores”, exposição criada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) em parceria com a empresa de assistência médica Amil para mostrar a crianças e famílias, de maneira divertida e interativa, os riscos da má nutrição e a importância de se alimentar corretamente e cuidar da saúde.
A exposição vai até 17 de outubro e ocorre no Shopping Eldorado, zona oeste da capital paulista.
O evento é gratuito e está sendo organizado em três etapas. O passeio começa pela cozinha da casa, um ambiente colorido, repleto de doces, guloseimas e alimentos industrializados consumidos por crianças. O segundo cômodo é o quarto, em que são apresentadas as consequências de uma alimentação desregrada e com
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