Boletim diário da ONU Brasil: “Em meio à maior crise humanitária do mundo, Iêmen realiza campanha contra cólera” e 18 outros.
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qua, 17 de out 18:47 (Há 5 dias)
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Posted: 17 Oct 2018 02:31 PM PDT
Em maio de 2018 em Áden, no Iêmen, menino é vacinado contra o cólera. Foto: UNICEF/Sadeq Al-Wesabi
Após um aumento acentuado no número de possíveis casos de cólera recentemente no Iêmen, uma nova campanha de vacinação foi realizada junto ao governo para prevenir um terceiro grande surto, disse a Organização Mundial da Saúde (OMS) no início de outubro (2).
Cerca de 540 mil mulheres, crianças e homens que receberam a primeira dose da vacina em agosto, nas províncias de Hodeida e Ibb, foram alvo da nova campanha de quatro dias. Mais de 3 mil agentes de saúde foram treinados e mobilizados para este esforço.
Durante a campanha mais recente, aproximadamente 387,4 mil pessoas foram vacinadas, cobrindo 72% das pessoas em necessidade de vacinação.
A ONU considera que o Iêmen enfrenta hoje a pior crise humanitária do mundo. O país já sofreu grandes surtos de cólera no passado, em meio ao pano de fundo de intensos conflitos civis.
De acordo com a OMS, desde abril de 2017 houve mais de 1,2 milhão de casos possíveis ou confirmados de cólera no Iêmen, incluindo mais de 154 mil apenas em 2018. Mais de 2,5 mil pessoas foram relatadas mortas pela doença, que pode ser prevenida. Cerca de 30% dos casos envolvem crianças com menos de 5 anos e apenas uma das 23 províncias do país não foi afetada.
Atualmente, cerca de 22,2 milhões de pessoas necessitam de ajuda no Iêmen e 8,4 milhões possuem problemas severos de segurança alimentar e, se nenhuma ação for tomada, mais de 10 milhões podem entrar na mesma categoria até o fim do ano.
“Isto é sombrio”, disse o chefe humanitário da ONU, Mark Lowcock, ao Conselho de Segurança em 21 de setembro. “Nós estamos perdendo a luta contra a fome”.
O conflito no Iêmen, que já era um dos países mais pobres do mundo antes da crise, se agravou em março de 2015, quando uma coalizão internacional liderada pela Arábia Saudita realizou uma intervenção militar a pedido do presidente iemenita. Ataques aéreos se tornaram uma rotina diária para milhões de civis.
Desde 1º de junho, de acordo com o Escritório das Nações Unidas de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), 500 mil pessoas foram forçadas a fugir de suas casas em Hodeida, uma província tomada pela oposição no oeste do Iêmen, levando o número de pessoas deslocadas internamente no país para 2 milhões.
Centenas de milhares de famílias já não possuem mais uma fonte regular de renda – incluindo professores, agentes de saúde, funcionários de água e saneamento e outros funcionários públicos. Eles não recebem um salário regular há dois anos.
Atualmente, mais de 150 organizações de ajuda, incluindo oito agências da ONU, trabalham para fornecer comida, abrigo, assistência nutricional, serviços de proteção e muito mais para milhões de iemenitas cujas vidas foram afetadas pelo conflito.
No entanto, duas situações recentes ameaçam “soterrar as operações de ajuda”, segundo Lowcock. “A primeira é uma deterioração econômica acentuada, sintoma da depreciação do rial iemenita em cerca de 30% nos últimos meses”, afirmou.
Como quase todos os alimentos consumidos no Iêmen são importados, esta depreciação se traduz diretamente em um aumento drástico no preço da comida. “Já estamos vendo situações similares à fome – incluindo casos onde pessoas estão se alimentando de folhas porque não têm alternativa”.
A segunda situação, segundo Lowcock, é o agravamento de confrontos em torno de Hodeida, impedindo trabalhos no porto usado em grande parte das operações de ajuda e mercados comerciais.
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Posted: 17 Oct 2018 02:16 PM PDT
Crianças em meio a destroços de casas demolidas por autoridades israelenses na comunidade de Abu Nwar, na Cisjordânia. Foto: UNRWA
A procuradora encarregada de supervisionar o Território Palestino Ocupado para o Tribunal Penal Internacional (TPI) declarou nesta quarta-feira (17) que seu escritório está mantendo um “olhar atento” à demolição de um vilarejo palestino na Cisjordânia planejada por autoridades israelenses, alertando que, de acordo com a lei internacional, isto pode constituir um “crime de guerra”.
“Tenho acompanhado com preocupação a remoção planejada da comunidade beduína de Khan al-Ahmar, na Cisjordânia”, disse a procuradora Fatou Bensouda, destacando que a “retirada à força agora parece ser iminente” e pode resultar em “maior agravamento e violência”.
Aproximadamente 190 pessoas, metade delas crianças, moram em Khan al-Ahmar, um vilarejo localizado nos arredores de Jerusalém Oriental. De acordo com o Escritório das Nações Unidas de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), o vilarejo é um de dezenas afetados por um plano israelense de reorganização de assentamentos, que irá criar uma área urbana contínua de Jerusalém Oriental a Jericó.
“O problema de isso acontecer em todos estes (vilarejos) é que então a contiguidade e a possibilidade de uma solução de dois Estados serão contestadas, porque a Cisjordânia será cortada ao meio”, explicou o coordenador humanitário da ONU, Jamie McGoldrick, em entrevista ao UN News na terça-feira (16).
“Vale a pena recordar, como uma questão geral”, disse a procuradora do TPI, “que vasta destruição de propriedades sem necessidade militar e transferência de população em um território ocupado constitui crime de guerra sob o Estatuto de Roma”.
De acordo com o relatório mais recente do OCHA sobre proteção de civis, mais de 300 estruturas detidas por palestinos foram demolidas em 2018.
Bensouda lembrou todas as partes que a situação permanece sob análise preliminar de seu escritório, encarregado de realizar inspeções preliminares independentes e imparciais, investigações e acusações de crimes de genocídio, crimes contra a humanidade, crimes de guerra e agressões.
“Continuo mantendo um olhar atento aos desenvolvimentos em solo e não irei hesitar em tomar qualquer ação necessária, dentro dos limites do exercício independente e imparcial de meu mandato sob o Estatuto de Roma, com total respeito ao princípio de complementaridade”, disse.
O princípio de complementaridade no qual o TPI se baseia implica que o tribunal só pode investigar e apresentar procedimentos legais contra crimes internacionais fundamentais quando jurisdições nacionais são incapazes ou não estão dispostas a fazer isso genuinamente.
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Posted: 17 Oct 2018 02:09 PM PDT
Selo homenageia legado do brasileiro e ex-alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos, Sérgio Vieira de Mello. Imagem: UNIC Rio
Em parceria com os Correios, o Centro de Informação da ONU para o Brasil (UNIC Rio) lançou nesta semana um selo para homenagear o brasileiro e ex-alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos, Sérgio Vieira de Mello. Funcionário das Nações Unidas por mais de 30 anos, o dirigente foi morto em 2003, em um ataque terrorista ao Hotel Canal, o complexo da Organização em Bagdá, no Iraque.
Vieira de Mello entrou para a ONU em 1969, quando estudava filosofia e ciências humanas na Universidade Panthéon-Sorbonne, em Paris. Seu primeiro emprego com a Organização foi junto à Agência da ONU para Refugiados (ACNUR). O brasileiro trabalhou em operações humanitárias e de manutenção da paz em Bangladesh, Sudão, Chipre, Moçambique e Peru. Em 1981, assumiu seu primeiro cargo de alto nível, quando foi nomeado conselheiro político sênior para as forças das Nações Unidas no Líbano.
Posteriormente, Vieira de Mello ocupou outras posições de chefia no ACNUR, servindo como diretor do Escritório Regional para a Ásia e a Oceania e diretor da Divisão de Relações Externas. De 1991 a 1996, o brasileiro atuou como enviado especial do alto-comissário para o Camboja, onde desempenhou uma série de outras funções associadas à transição política do país asiático. O profissional também trabalhou como coordenador humanitário para a região dos Grandes Lagos da África.
Em 1996, o dirigente foi nomeado alto-comissário assistente da ONU para Refugiados. Dois anos depois, foi convidado para o cargo de subsecretário-geral das Nações Unidas para Assuntos Humanitários e Operações de Emergência, o cargo mais importante de coordenação humanitária da ONU.
Vieira de Mello também serviu no Kosovo e no Timor-Leste, antes de ser nomeado alto-comissário para os Direitos Humanos da ONU, em 2002. Menos de um ano depois, o brasileiro foi solicitado pelo então secretário-geral Kofi Annan para trabalhar como seu representante especial no Iraque. Em 19 de agosto de 2003, Sérgio e outros 22 colegas da ONU foram mortos no atentado ao Hotel Canal.
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Posted: 17 Oct 2018 02:08 PM PDT
Mãe e filha sírias recebem comida do Programa Mundial de Alimentos (PMA). Foto: PMA/Abeer Etefa
Por José Graziano da Silva*
Há apenas três anos, em setembro de 2015, todos os Estados-membros das Nações Unidas aprovaram a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Líderes de todo o mundo consideraram a erradicação da fome e de todas as formas de desnutrição (ODS 2) como uma medida fundamental para um mundo mais seguro, mais justo e mais pacífico.
Paradoxalmente, a fome não parou de crescer desde então. Segundo as últimas estimativas, o número de pessoas subnutridas aumentou em 2017 pelo terceiro ano consecutivo. No ano passado, 821 milhões de pessoas passaram fome (11% da população mundial – uma em cada nove pessoas no planeta), em sua maioria agricultores familiares que vivem em áreas rurais pobres na África Subsaariana e no sudeste da Ásia.
No entanto, o nível crescente de subnutrição no mundo não é o único desafio que enfrentamos. Outras formas de desnutrição também estão aumentando. Em 2017, pelo menos 1,5 bilhão de pessoas sofriam de deficiências de micronutrientes que prejudicam sua saúde e sua vida. Ao mesmo tempo, a proporção de obesidade entre adultos continuou a aumentar, de 11,7% em 2012 para 13,3% em 2016 (ou 672 milhões de pessoas).
A fome limita-se a áreas específicas, especialmente aquelas atingidas por conflitos, secas e pobreza extrema. A obesidade, porém, está em toda parte e continua a crescer em todo o mundo: estamos testemunhando sua globalização. Um exemplo disso é o fato de que as taxas de obesidade estão subindo mais rápido na África do que em qualquer outra região – oito dos 20 países com as taxas de crescimento mais rápidas estão lá.
Além disso, em 2017, o número de crianças com excesso de peso atingiu a marca de 38 milhões de menores de 5 anos. Sendo que 46% dessas crianças vivem na Ásia e 25% na África. Se não tomarmos medidas urgentes para frear esse aumento, em breve, o mundo terá mais obesos do que pessoas desnutridas.
O crescimento da obesidade gera um enorme custo socioeconômico. É um fator de risco para muitas doenças não transmissíveis, como doenças cardíacas, derrame, diabetes e certos tipos de câncer. Estimativas indicam que o impacto global da obesidade é de cerca de 2,8% do PIB mundial. Combinado, é um custo igual ao impacto do tabaco e do conflito armado.
O Dia Mundial da Alimentação deste ano (16 de outubro) tem como objetivo lembrar a comunidade internacional do seu compromisso político para erradicar todas as formas de desnutrição e que alcançar a Fome Zero no mundo, em 2030 (daqui a 12 anos), ainda é possível.
De acordo com estimativas da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a fome no Brasil atingia 10,6% da população total (cerca de 19 milhões de pessoas) no início de 2000 e menos do que 2,5% no período 2008-2010, que é o valor mínimo pelo qual a FAO pode fazer inferências estatísticas confiáveis.
Esta redução do número de pessoas subnutridas foi possível, principalmente, devido ao forte compromisso do ex-presidente Lula e da implementação de políticas públicas e programas de proteção social que detiveram a extrema pobreza e o impacto da seca prolongada na parte nordeste do país.
Na verdade, os governos têm o papel mais importante para alcançar a Fome Zero e garantir que as pessoas mais vulneráveis tenham renda suficiente para comprar os alimentos de que necessitam, ou os meios para produzi-los, mesmo em tempos de conflito.
No entanto, os líderes mundiais devem levar em conta que o conceito Fome Zero é mais amplo e não se limita à luta contra a desnutrição. O Fome Zero também visa assegurar que todos tenham os nutrientes necessários para levar uma vida saudável, erradicando todas as formas de desnutrição. Não é apenas sobre a alimentação das pessoas, mas também sobre se alimentarem bem.
Os atuais sistemas alimentares aumentaram a disponibilidade e o acesso a alimentos processados altamente calóricos, densos em energia, com alto teor de gordura, açúcar e sal. Esses sistemas devem ser transformados para que todos possam consumir alimentos saudáveis e nutritivos.
Temos que abordar a obesidade como uma questão pública, não como um problema individual. Isso requer a adoção de uma abordagem multissetorial que envolve não apenas os governos, mas também organizações internacionais, sociedade civil, setor privado e cidadãos em geral.
Uma dieta saudável deve ser o resultado de um esforço coletivo que inclua, por exemplo, a criação de normas (como rotular e proibir ingredientes nocivos), a introdução de alimentos mais nutritivos nos cardápios escolares, a adoção de métodos para reduzir perdas e desperdícios de alimentos e o estabelecimento de acordos comerciais que não impeçam o acesso a alimentos frescos, nutritivos e cultivados localmente pelos agricultores familiares.
O lema do Dia Mundial da Alimentação de 2018 é “Nossas ações são o nosso futuro”. É hora de renovar nosso compromisso e, ainda mais importante, o apoio político a um mundo sustentável, livre da fome e de todas as formas de desnutrição.
*Diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO)
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Posted: 17 Oct 2018 01:54 PM PDT
Economia brasileira deve crescer 1,4% em 2018, de acordo com projeções da CEPAL. Foto: EBC
A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) atualizou suas projeções de crescimento da atividade econômica da região para 2018, e espera uma expansão média de 1,3% na América Latina e no Caribe este ano, levemente inferior à prevista em agosto, de 1,5%. Para 2019, é prevista uma taxa de crescimento de 1,8%, informou a comissão em comunicado nesta quarta-feira (17).
A projeção de crescimento da economia brasileira foi revisada para baixo. A comissão estima que o PIB do país irá avançar 1,4% em 2018, contra previsão de 1,6% feita em agosto. Para 2019, a projeção é de uma alta de 2,1%.
Como habitual, a dinâmica de crescimento irá mostrar diferenças entre países e sub-regiões, segundo a CEPAL. As economias da América do Sul, especializadas na produção de bens primários, em especial petróleo, minérios e alimentos, irão crescer uma taxa positiva (0,7%), levemente inferior ao ano passado. Para o ano de 2019, é esperado um maior desempenho nesta sub-região, que irá crescer 1,6%, em média.
Por sua vez, para as economias da América Central, é prevista uma taxa de crescimento de 3,2% para este ano e de 3,3% para 2019. Somando México e América Central, a projeção para 2018 é de 2,4%, enquanto para 2019 é de 2,5%.
Para o Caribe de língua inglesa e holandesa é esperado um crescimento médio de 1,9% para 2018, cifra revisada para cima em relação à projeção de agosto, principalmente por um maior dinamismo no setor petroleiro de Trinidade e Tobago, maior economia da sub-região, e influenciada em alguns casos por esforços de gastos para a reconstrução após desastres naturais. Para 2019, a taxa prevista para o Caribe é de 2,1%.
As projeções para 2019 são feitas em um contexto de aumento de incertezas e dos riscos em médio prazo, segundo a CEPAL. Um risco que subsiste para as economias emergentes em geral e, dentro destas, especialmente para a América Latina e o Caribe, é de uma maior deterioração do ambiente financeiro internacional.
Os altos índices de dívidas corporativas e soberanas acumuladas ao longo de anos de condições financeiras globais relaxadas constituem um risco para algumas economias mais expostas às mudanças no cenário financeiro (maiores necessidades de financiamentos externos, maior proporção da dívida em moeda estrangeira, maior proporção de dívida de curto prazo, entre outros).
Além disto, tensões comerciais têm aumentado nos últimos meses. Embora estas tenham sido apenas refletidas em revisões moderadas na baixa do volume projetado de comércio mundial e da atividade econômica global para o ano de 2019, apresentam um risco para a atividade econômica regional.
As tensões comerciais são um risco não só para o volume de comércio global e taxa de crescimento do mundo em médio prazo, mas também para os preços das matérias-primas e para as próprias condições financeiras globais – que frequentemente estão vinculados à maior ou menor percepção de riscos.
Perante este cenário internacional, a demanda interna irá exercer um papel importante no crescimento da região durante o próximo ano, segundo a CEPAL. Embora com diferenças entre países, é esperada uma maior contribuição do investimento e também que o consumo individual continue sendo um motor relevante na demanda interna em 2019.
Clique aqui para acessar a tabela de projeções (em espanhol).
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Posted: 17 Oct 2018 01:53 PM PDT
Saiba mais sobre a campanha “Mais que promessas”, do UNICEF, clicando aqui.
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Posted: 17 Oct 2018 01:39 PM PDT
O grupo de organizações de saúde concordou em desenvolver novas formas de trabalhar em conjunto para maximizar recursos e medir o progresso de uma forma mais transparente. Foto: World Health Summit
Onze chefes das principais organizações de saúde e desenvolvimento do mundo assinaram na sexta-feira (12) o compromisso de encontrar novas maneiras de trabalhar em conjunto para acelerar o progresso para alcançar as metas relacionadas ao tema na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
Coordenada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a iniciativa une o trabalho de 11 organizações, além de outras preparadas para participar da próxima fase.
O compromisso segue um pedido da chanceler alemã, Angela Merkel, do presidente de Gana, Nana Addo Dankwa Akufo-Addo, e da primeira-ministra da Noruega, Erna Solberg, com apoio do secretário-Geral da ONU, Antonio Guterres. O objetivo é desenvolver um plano de ação para definir como os atores globais podem colaborar para acelerar o progresso rumo às metas relacionadas à saúde da Agenda 2030.
“Pessoas saudáveis são essenciais para o desenvolvimento sustentável – para acabar com a pobreza, promover sociedades pacíficas e inclusivas e proteger o meio ambiente. No entanto, apesar dos grandes avanços alcançados contra muitas das principais causas de mortes e doenças, devemos redobrar nossos esforços. Se não fizermos isso, não alcançaremos várias das metas relacionadas à saúde”, anunciaram as organizações na Cúpula Mundial da Saúde em Berlim.
“O Plano de Ação Global para Vidas Saudáveis e Bem-Estar para Todos representa um compromisso histórico com novas formas de trabalhar em conjunto para acelerar o progresso para cumprir as metas até 2030. Estamos comprometidos em redefinir o trabalho conjunto entre nossas organizações para oferecer um apoio mais efetivo e eficiente aos países e para alcançar todas as pessoas com saúde e bem-estar.”
O grupo concordou em desenvolver novas formas de trabalhar em conjunto para maximizar recursos e medir o progresso de uma forma mais transparente. A primeira fase de desenvolvimento do plano é organizada em três abordagens estratégicas: alinhar, acelerar e prestar contas.
As organizações se comprometeram a coordenar processos programáticos, financeiros e operacionais para aumentar a eficiência coletiva e o impacto em uma série de prioridades compartilhadas, como igualdade de gênero e saúde reprodutiva, materna, neonatal, infantil e adolescente.
Também concordaram em desenvolver abordagens comuns e coordenar ações em áreas de trabalho que têm o potencial de aumentar o ritmo do progresso na saúde global. O conjunto inicial de sete “aceleradores” inclui envolvimento da comunidade e da sociedade civil, pesquisa e desenvolvimento, dados e financiamento sustentável.
Para melhorar a transparência, a responsabilização e a prestação de contas aos países e parceiros de desenvolvimento, as organizações de saúde estão inovando ao estabelecer marcos comuns para quase 50 metas relacionadas à saúde de 14 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Esses marcos fornecerão um ponto de verificação essencial e uma referência comum para determinar onde o mundo está em 2023 e se ele está no caminho certo para atingir os objetivos de 2030.
O Plano de Ação Global também reforçará a ação coletiva e impulsionará fundos para abordar as desigualdades de gênero que atuam como barreiras ao acesso à saúde e para melhorar cuidados de saúde de qualidade para mulheres e meninas, incluindo serviços de saúde sexual e reprodutiva.
As organizações que já se inscreveram no Plano de Ação Global para Vidas Saudáveis e Bem-Estar para Todos são: Aliança Mundial para Vacinas e Imunização (Gavi the Vaccine Alliance), Fundo Global de Combate à AIDS, Tuberculose e Malária, Global Financing Facility, Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Unitaid, ONU Mulheres, Banco Mundial e OMS. O Programa Mundial de Alimentos (PMA) se comprometeu a aderir ao plano nos próximos meses.
O plano final será entregue em setembro de 2019 na Assembleia Geral das Nações Unidas.
Clique aqui para obter mais informações (em inglês).
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Posted: 17 Oct 2018 01:03 PM PDT
Visita organizada pelo GEF a iniciativas agroflorestais no Acre. Foto: Angela Peres
Em Bonal, no Acre, a produtora de abacaxi Underlina Cavalcante dos Santos leva um estilo de vida que define como “bom e estável” para toda a sua família. A fruta que eles cultivam é uma safra de curto prazo, com benefícios imediatos, mas representa somente uma parte do próspero sistema agroflorestal da comunidade, que inclui ainda seringueiras, pupunheiras e outras espécies florestais. As atividades produtivas fazem parte da restauração dos 11 mil hectares de pastagens abandonadas na região.
O Brasil é o segundo maior produtor de abacaxi do mundo, mas os produtores do Acre afirmam que é o investimento no sistema agroflorestal, apoiado pelo Banco Mundial por vários anos, que realmente impulsiona o futuro dessas comunidades.
“Nós plantamos sem degradar a Amazônia”, explica Underlina a um grupo de visitantes. “Salvar a floresta é importante para nós, pois é dela que sai nosso meio de subsistência”, continua a agricultora e extrativista.
“Sustentar a floresta também significa sustentar as áreas urbanas, além de gerar melhores condições de vida para nossas famílias.”
A experiência no Acre promove o renascimento das florestas e beneficia a população local. O estado tornou-se um símbolo de sucesso no controle do desmatamento, na restauração de áreas degradadas e na inclusão econômica. Nos últimos anos, outros países amazônicos começaram a aprender com a transformação do estado.
No primeiro semestre de 2018, o Programa Paisagens Sustentáveis da Amazônia (ASL), financiado pelo Fundo Global do Meio Ambiente (GEF, na sigla em inglês), organizou uma visita ao território acreano para estudar práticas de gestão dos recursos naturais. O Acre tem valiosas lições para governos e empresas sobre como reduzir o desmatamento e, ao mesmo tempo, aumentar o desenvolvimento econômico sustentável, melhorando a qualidade de vida da população local.
Representantes governamentais da Colômbia e do Peru testemunharam em primeira mão o apoio do Banco Mundial ao Acre, por meio do projeto PROACRE, e às comunidades isoladas e marginalizadas, fornecendo serviços de saúde, assistência técnica, ferramentas e matéria-prima para a agricultura de pequena escala e iniciativas de conservação florestal. O resultado pode ser exemplificado pelo número de famílias com planos de saúde, que aumentou de 15%, em 2008, para 78%, em 2017.
O grupo também visitou a já consolidada parceria público-privada “Peixes da Amazônia”, um complexo industrial de piscicultura que gerencia uma das maiores cadeias produtivas do Acre. A COOPEACRE, cooperativa com mais de 3 mil produtores de castanha-do-pará, borracha, palmito e polpa de frutas, apresentou aos visitantes um panorama das etapas de processamento e comercialização, voltadas aos mercados nacionais e internacionais.
A renda nessas comunidades e o PIB estadual aumentaram consistentemente ao mesmo tempo em que o Acre controlou o desmatamento e aumentou o número de áreas protegidas. De 2002 a 2015, o estado cresceu seu PIB em 81%, enquanto a taxa de emprego também cresceu. A receita foi de R$ 2.971, em 2002, para R$ 13.622, em 2015.
“O Acre tornou-se o berço do desenvolvimento sustentável, onde crescimento econômico e conservação da floresta andam de mãos dadas”, avalia a especialista sênior de Meio Ambiente do Banco Mundial, Adriana Moreira.
Um olhar mais profundo para o reflorestamento e o crescimento
A Amazônia abrange nove países, sendo 60% de sua área localizada na região Norte do Brasil. Juntos, Brasil, Colômbia e Peru concentram 83% da floresta em seus territórios.
A maior floresta tropical contínua do mundo é o lar de cerca de 33 milhões de pessoas. A Amazônia também sequestra aproximadamente 70 bilhões de toneladas de carbono, beneficiando todo o planeta.
Uma das espécies locais, as árvores de castanha-do-pará alcançam até 50 metros de altura. Elas podem viver até 500 anos, sugando carbono da atmosfera como um canudo. Sua maior ameaça é o desmatamento.
O rápido plantio de árvores e a manutenção das plantações geram mais oportunidades de emprego e negócios. Na verdade, em todo o Brasil, a restauração florestal poderia ser fonte de novos empregos anualmente, como acontece no Acre. Florestas restauradas também aumentam a renda dos proprietários de terras, ao mesmo tempo em que diversificam os meios de subsistência.
Recentemente, o GEF aprovou uma série de concessões para o Brasil (60,3 milhões de dólares), Colômbia (21 milhões) e Peru (27,3 milhões), com o intuito de fortalecer as áreas protegidas, promover a restauração florestal e aprimorar meios de subsistência.
Em setembro último, oito governadores de estados amazônicos do Equador, Colômbia e Peru assinaram a declaração de Força-Tarefa do Governador para o Clima e Floresta (GCF). O marco prevê o cumprimento dos compromissos da Declaração de Rio Branco, sobre combate ao desmatamento na região e às mudanças climáticas. Os países esperam replicar a experiência do Acre, estado por estado, e compartilhar essa história de sucesso econômico e ambiental.
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Posted: 17 Oct 2018 12:33 PM PDT
Evento do UNICEF teve como objetivo informar gestantes e seus parceiros sobre a sífilis, que pode causar sérios danos ao bebê. . Foto: PEXELS
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e a prefeitura municipal de Belém (PA) promoveram nesta quarta-feira (17) na capital paraense um bate-papo com gestantes sobre a sífilis, com o objetivo de lembrar o Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita, que ocorre no terceiro sábado de outubro (20).
Nesta quarta-feira, a conversa ocorreu com adolescentes gestantes e seus parceiros. No dia 26, será a vez das gestantes adultas e seus parceiros. A proposta é identificar os mitos sobre a doença e poder orientar sobre os riscos que ela representa tanto para os pais como para o bebê. Também serão abordadas formas de prevenção e a importância de fazer o tratamento corretamente.
A ação faz parte da Plataforma de Centros Urbanos (PCU), uma iniciativa do UNICEF com a prefeitura municipal de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, voltada para a redução das desigualdades nas grandes cidades.
Uma das agendas da PCU é a valorização da primeira infância, sendo a realização do pré-natal de qualidade uma das agendas prioritárias, pois ele possibilita o enfrentamento, entre outros, da ocorrência de sífilis congênita.
Sífilis congênita
A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) curável, causada pela bactéria Treponema pallidum. Pode apresentar vários estágios, sendo que, no primário e secundário da infecção, a possibilidade de transmissão é maior. A sífilis pode ser transmitida por relação sexual sem camisinha com uma pessoa infectada, ou para a criança durante a gestação ou parto.
A sífilis congênita, por sua vez, ocorre com infecção do feto pelo Treponema pallidum, pela placenta da gestante. Pode causar aborto espontâneo, nascimento de feto morto ou morte dias após o parto. Além disso, pode causar malformação, gerando diversas lesões nos órgãos.
Dados
O Ministério da Saúde controla as informações sobre sífilis e as acompanha intensamente desde 2005. Nos últimos 13 anos, houve crescimento dos casos. Em 2015, 265 gestantes foram diagnosticadas com a infecção na capital paraense. No ano seguinte, foram 263 casos. Em Belém, foram 145 casos de sífilis congênita em 2015, sendo sua taxa de incidência (em menores de 1 ano) de 6,8 por mil nascidos vivos. Já em 2016, foram 165 ocorrências.
Os dados de 2016 mostram que 83,3% das gestantes com sífilis em Belém estavam na faixa etária entre 15 e 29 anos. Outro dado preocupante é que mais da metade (51%) das gestantes que foram diagnosticadas com sífilis só descobriu que estava com a doença na reta final da gestação, ou seja, com risco de o bebê ter desenvolvido diversas malformações.
Ainda há outro dado negativo a ser destacado: em 63,9% dos casos de sífilis congênita, as mães realizaram pré-natal e, mesmo assim, o bebê nasceu com a doença.
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Posted: 17 Oct 2018 12:31 PM PDT
Luis Antonio Pérez (no centro), de Barquisimeto, Venezuela, vende chocolate quente e pão doce do lado de fora da Superintendência de Migrações do Peru, em Lima. Foto: ACNUR/Santiago Escobar-Jaramillo
Nas ruas de Lima, o número de vendedores informais se multiplicou desde 2015. A maioria desses comerciantes é de venezuelanos. Eles são fáceis de reconhecer: usam bonés com um V brilhante na frente e jaquetas com as cores de sua bandeira — amarelo, azul e vermelho — estampadas no peito. Eles também vendem produtos que normalmente não são conhecidos pelos peruanos, como pastéis venezuelanos e arepas, um prato típico feito com farinha de milho.
Luis Antonio Pérez vende chocolate quente e pão doce. O jovem de 24 anos veio de Barquisimeto, no noroeste da Venezuela. O trajeto foi uma parte a pé, outra de carona. Ele e seu melhor amigo demoraram 20 dias para chegar até Lima. Antonio estudava filosofia em seu país, mas assim que a situação piorou, o estudante teve que abandonar o curso. “Ou eu estudava ou comia. Escolhi comer”, conta.
Mais de 2 milhões de pessoas deixaram a Venezuela desde 2015. Cerca de 450 mil pessoas partiram rumo ao Peru, país com o segundo maior número de recém-chegados venezuelanos, ficando atrás apenas da Colômbia, que já abriga mais de 1 milhão em seu território. O Peru também se tornou o principal país de destino dos venezuelanos que buscam proteção, com mais de 150 mil pedidos de refúgio.
“Eu elogio o Peru por manter suas portas abertas e criar vias legais alternativas para possibilitar aos venezuelanos a permanência no país. Abordar as necessidades humanitárias dos venezuelanos e facilitar os trâmites legais para trabalhar e acessar os serviços sociais nos países de acolhida deve ser uma prioridade regional, e isso exigirá maior apoio da comunidade internacional”, disse o alto-comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi, durante visita recente a Lima e também a Tumbes, na fronteira Peru-Equador.
O dirigente fez uma missão de uma semana na América do Sul para ver em primeira mão os desafios de migrantes e refugiados que deixaram a Venezuela. O representante das Nações Unidas também discutiu como melhorar a resposta e o acolhimento dos venezuelanos em países de destino.
Kelvin Briceño, Marelis Becerra e sua filha Jimena, da Venezuela, moram em Lima há um ano. Foto: ACNUR/Santiago Escobar-Jaramillo
Luis Antonio fica com sua garrafa térmica em uma esquina movimentada, em frente à sede da Superintendência Nacional de Migração do Peru. Desde maio de 2018, o escritório está aberto 24 horas por dia para atender ao grande número de pedidos de venezuelanos que buscam legalizar seu status no país. Lima é o único lugar onde eles podem obter uma permissão temporária que lhes permita trabalhar em território peruano. Por isso, o escritório recebe milhares de visitas por dia.
Uma área de recepção foi transformada em uma creche, onde professores voluntários do ensino primário cuidam de crianças enquanto seus pais esperam pela papelada. Os brinquedos, giz de cera e blocos disponíveis no local são doações de oficiais de migração.
O Peru está tentando facilitar o processo de regularização do status migratório, a fim de garantir oportunidades de trabalho para os venezuelanos. Em janeiro de 2017, o governo peruano estabeleceu uma Permissão de Estadia Temporária para os que entraram legalmente no Peru. A autorização prevê o direito de trabalhar, de estudar e de abrir uma conta bancária por um ano, com a possibilidade de renovação. Mais de 110 mil venezuelanos já conseguiram o documento.
“Precisávamos de um mecanismo que lhes permitisse permanecer no Peru. Eles ficam ainda mais vulneráveis se não forem registrados formalmente”, explica Roxana del Águila, gerente-geral da Superintendência Nacional de Migração.
Acesso à saúde
O acesso aos serviços sociais salvou a vida da esposa de Kelvin Briceño. Logo depois que a família se reencontrou em Lima, em janeiro de 2018, Marelis ficou muito doente. Uma noite, ela desmaiou e Kelvin a levou para o hospital. Marelis passou 22 dias na unidade de terapia intensiva com insuficiência renal.
A renda de Kelvin vendendo chá gelado na rua não era suficiente para pagar as contas do hospital. Durante a internação, ele também teve que cuidar sozinho de filha de dois anos, Jimena.
“Eu não tinha dinheiro para pagar, não tinha plano de saúde”, lembra Kelvin. “Eu estava com medo de que ela adoecesse de novo porque não conseguiríamos arcar com os preços de uma diálise regula.”
Três semanas depois, Marelis sofreu uma nova crise. Ela passou mais 12 dias hospitalizada. Mas dessa vez, ela já tinha conseguido legalizar o seu status no Peru devido à doença. Com isso, a venezuelana teve acesso ao sistema público de saúde. Poucos venezuelanos – apenas 0,6% dos que estão no Peru – recebem permissões especiais de permanência relacionadas a vulnerabilidades, como a de Marelis. Esses documentos garantem acesso ao sistema nacional de saúde.
Marelis agora consegue fazer diálise regularmente. Kelvin está buscando uma permissão de estadia temporária para ele e sua filha Jimena, ainda que a autorização não conceda acesso ao sistema de saúde. Apenas mulheres grávidas e crianças com menos de cinco anos podem utilizar a rede pública de atendimento. A família consegue se sustentar vendendo as empanadas que Kelvin cozinha cedo pela manhã. Eles moram em um local cedido pela igreja.
Impacto psicológico das migrações
Segundo a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), os refugiados e migrantes venezuelanos que estão no Peru precisam urgentemente de aconselhamento e de apoio. Além de comida e abrigo, as longas e difíceis jornadas que enfrentam têm impacto na sua saúde psicológica.
Logo após a chegada ao abrigo temporário de Scalabrini, Luz Tamara Angulo começou a dar assistência psicossocial para outros companheiros venezuelanos. Embora ela esteja no Peru há apenas quatro meses e meio, Luz se tornou a pessoa responsável pelos 80 compatriotas que vivem atualmente no abrigo.
Ela ouve pacientemente as suas histórias e responde a questões sobre como achar um trabalho ou legalizar o status de refugiado. Mais de um quarto deles são crianças. Luz dedica atenção especial às suas necessidades psicológicas.
“Muitos estão ansiosos com o desconhecido porque perderam o seu lar”, diz a venezuelana. “Perderam sua comunidade e sua família. Perder tudo isso em um piscar de olhos é algo que eles não entendem.”
Luz Angulo (à esquerda) oferece apoio psicossocial às crianças venezuelanas do abrigo Scalabrini. Foto: ACNUR/Santiago Escobar-Jaramillo
Luz também notou que muitas crianças ficaram muito tempo sem alimentação adequada. “Isso tem um impacto enorme sobre os aspectos cognitivos da criança”, avalia.
O psicólogo Julio Rondinel notou padrões semelhantes entre os adultos. Ele trabalha com um grupo de venezuelanos em Callao, um subúrbio da classe trabalhadora de Lima. Depressão e ansiedade são muito comuns entre os estrangeiros que vivem na vizinhança.
Muitos sofrem “crises emocionais” devido ao fato de que grande parte de sua família ainda se encontra na Venezuela, explica o psicólogo. “Eles representam a esperança de toda família em sobreviver. Estar aqui significa que ‘eu vim para salvar os outros’”, diz o terapeuta.
Outro elemento que agrava o estresse é o fato de que muitos dos venezuelanos que chegam ao Peru são profissionais qualificados. Lá na Venezuela, eles eram professores, médicos, engenheiros, enquanto aqui no Peru, eles lutam para conseguir um emprego e muitas vezes se tornam vendedores informais nas ruas.
A Superintendência Nacional de Migrações do Peru adaptou sua área de recepção para oferecer um espaço para os filhos de venezuelanos que buscam atendimento. Foto: ACNUR/Santiago Escobar-Jaramillo
“O tipo de trabalho que eles estão realizando também tem um impacto psicológico”, afirma Rondinel. “Isso afeta sua autoconfiança, sua aceitação social.”
Migsoe Moreno, de 40 anos, é um dos pacientes do psicólogo. Na Venezuela, ela era professora, mas ao longo dos últimos três meses vivendo em Lima, a educadora não conseguiu achar um emprego estável. Para manter a si e suas duas filhas, teve de virar vendedora ambulante.
“Nós viemos preparados e queremos contribuir com nosso conhecimento para este país”, diz Migsoe com lágrimas nos olhos. “Queremos formalizar a nossa estadia neste país que está abrindo suas portas para nós.”
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Posted: 17 Oct 2018 12:13 PM PDT
Investimento estrangeiro direto (IED) caiu 40% em relação a 2017 até agora no ano, informou a UNCTAD. Foto: EBC
O investimento estrangeiro direto (IED) caiu 40% em relação ao ano passado até agora, informou na segunda-feira (15) a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), mas a queda de 470 milhões de dólares está acontecendo em maior parte em nações ricas e industrializadas, especialmente na América do Norte e Europa Ocidental.
No geral, o panorama financeiro global é “sombrio”, disse o diretor da divisão de investimentos e iniciativas da UNCTAD, James Zhan. Ele explicou que investimento estrangeiro direto é importante porque dá aos países acesso a capital externo, tecnologia, mercado e contribuições fiscais.
De acordo com a UNCTAD, a queda ocorreu principalmente por conta de reformas fiscais nos Estados Unidos, que encorajaram grandes companhias norte-americanas a levar ganhos no exterior para os EUA – principalmente a partir de países da Europa Ocidental.
O diretor da UNCTAD disse que a agência havia alertado no começo de janeiro que havia “cerca de 2 trilhões de dólares em estoque na forma de dinheiro ou na forma de lucros reinvestidos fora dos EUA”, que poderiam ser repatriados de alguma forma após a reforma fiscal.
“E, de fato, isto está acontecendo”, acrescentou. “Vimos que o IED dos EUA para o exterior foi de 147 bilhões de dólares no ano passado para um negativo de 247 bilhões de dólares neste ano”.
Disputas comerciais são outro fator negativo
Outros fatores contribuíram para a “grande diferença de repatriação” deste ano nos lucros no exterior de multinacionais dos EUA, disse Zhan. Estes fatores incluem incertezas sobre os detalhes e o impacto da reforma fiscal e o possível impacto de disputas comerciais internacionais não resolvidas; como as tarifas retaliadoras impostas por EUA e China.
Em contraste com a queda geral em investimentos estrangeiros, o relatório da UNCTAD destaca um aumento de 42% nos chamados projetos “greenfield”, indo a 454 bilhões de dólares.
Estas iniciativas podem envolver atividades de construção do zero em países estrangeiros, e são vistas como um indicador de tendências futuras, explicou Zhan, antes de destacar que investimentos neste setor estavam em “níveis relativamente baixos” no mesmo período no ano passado.
Investimentos caem levemente em países em desenvolvimento
Embora a queda do investimento estrangeiro direto tenha acontecido majoritariamente em países mais ricos, incluindo Irlanda (queda de 81 bilhões de dólares) e Suíça (queda de 77 bilhões de dólares), países em desenvolvimento tiveram fluxos de IED caindo “apenas ligeiramente” no primeiro semestre do ano, a 4%, para 310 bilhões de dólares, em comparação com 2017.
Isto inclui a Ásia em desenvolvimento – queda de 4% – para 220 bilhões de dólares – no mesmo período, puxada majoritariamente por uma queda de 16% em investimentos no leste da Ásia. A China, a exceção notável, foi a maior receptora de investimentos estrangeiros diretos no primeiro semestre de 2018, atraindo mais de 70 bilhões de dólares.
A região da América Latina e do Caribe teve uma queda de 6% em investimentos, em meio às incertezas das próximas eleições e preços mais altos de commodities, segundo a UNCTAD.
Em relação à África Ocidental, os dados indicam uma queda de 17% em investimentos na primeira metade do ano, de 5,2 bilhões de dólares para 4,3 bilhões. Isto foi provocado parcialmente pelo “ambiente econômico global volátil” e preços mistos de commodities, e pode ser contornado pelos avanços em integração regional, incluindo um Tratado Continental Africano de Livre Comércio, sugeriu o relatório da UNCTAD.
Mas ainda há uma necessidade significativa de investimentos para os países mais pobres alcançarem os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030, um compromisso firmado há três anos com metas ambiciosas, incluindo erradicação da extrema pobreza e fim da fome no mundo.
Clique aqui para acessar o relatório completo (em inglês).
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Posted: 17 Oct 2018 11:45 AM PDT
Enviado especial da ONU para a Síria, Steffan de Mistura. Foto: ONU/Jean-Marc Ferré
O enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, disse ao Conselho de Segurança nesta quarta-feira (17) que deixará o cargo no final do próximo mês, após quatro anos e quatro meses.
Staffan de Mistura disse que estava debatendo com o secretário-geral da ONU o desejo de deixar o cargo devido a razões profissionais. “Apreciei profundamente seu apoio constante e sua sábia consultoria sobre esta questão”.
Informando o Conselho de 15 membros sobre um convite do governo da Síria para visitar Damasco na semana que vem, ele disse que irá continuar no cargo até o final de novembro, em um esforço para retomar conversas de paz apoiadas pela ONU e ajudar a abrir caminho para uma nova Constituição no país.
“Pretendo envolvê-los no trabalho que tem sido feito no Comitê Constitucional”, na capital síria, disse ao Conselho, acrescentando que “sem medidas para um ambiente seguro, calmo e neutro, o trabalho de um comitê constitucional não será muito significativo”.
De Mistura disse esperar progresso não somente em um novo acordo constitucional para uma Síria pós-guerra, mas também no Grupo de Trabalho para a libertação de detidos e sequestrados, entrega de corpos e identificação de pessoas desaparecidas, que se encontrou novamente na semana passada em Teerã. O enviado especial acrescentou que “continuamos exigindo os primeiros resultados tangíveis”. “Muitas, muitas pessoas na Síria estão aguardando isto”.
Ele disse que objeções de Damasco estão adiando a realização do comitê, afirmando que o governo contestou a delegação de 50 membros montada pela ONU, representando especialistas, membros da sociedade civil, líderes tribais e mulheres da Síria, entre outros.
Sobre as condições de milhões de sírios deslocados e em necessidade de ajuda humanitária após mais de sete anos de confrontos brutais, ele disse que “uma catástrofe até agora tem sido evitada em Idlib, e o memorando russo-turco de entendimento parece estar sendo implementado”. “Grandes avanços foram feitos no combate ao terrorismo e isto deveria continuar sendo uma prioridade”.
O enviado disse ao Conselho que “nós ainda temos um mês muito intenso e, esperançosamente, frutífero, adiante”. “Não estou abandonando o cargo até a última hora do último dia de meu mandato”.
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Posted: 17 Oct 2018 11:33 AM PDT
Chegada ao aeroporto de Maiduguri dos corpos de três agentes humanitários mortos em ataque em 1º de março em Rann, no nordeste da Nigéria. Foto: OCHA/Yasmina Guerda
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, condenou veementemente na terça-feira (16) o assassinato de uma agente humanitária do Comitê Internacional da Cruz Vermelha no nordeste da Nigéria. Ele disse estar “chocado” pela morte, que aconteceu na segunda-feira (15).
A agente humanitária, Hauwa Mohammed Liman, uma parteira e enfermeira de 24 anos, trabalhava na cidade de Rann, próxima à fronteira com Camarões. Ela foi sequestrada em 1º de março, junto a outras duas enfermeiras, Saifura Hussaini Ahmed Khorsa e Alice Loksha, após um ataque de extremistas armados na cidade, no qual dezenas de pessoas foram mortas.
Guterres manifestou suas profundas condolências à família, amigos e colegas de Liman e sua solidariedade à equipe do CICV. “Os responsáveis por este assassinato devem ser levados à Justiça”, afirmou.
Entre os mortos no ataque em 1º de março em Rann estão três agentes humanitários da ONU: Emmanuel Yawe Sonter e Ibrahim Lawan, que trabalhavam na Organização Internacional para as Migrações (OIM), e Izuogu Onyedikachi, que trabalhava no Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
Saifura Hussaini Ahmed Khorsa, uma das outras duas enfermeiras sequestradas e que também trabalhava para o CICV, foi morta há um mês, após passar seis meses e meio em cativeiro, no que o coordenador humanitário da ONU para a Nigéria chamou de um “ato covarde, hediondo e desprezível”.
De acordo com relatos da mídia, Alice Loksha, que trabalhava no UNICEF em Rann, permanece nas mãos do grupo armado, que parece ter anunciado sua intenção de mantê-la “como escrava”.
Expressando “preocupação com a segurança e o bem-estar dos reféns restantes”, Guterres pediu a “libertação imediata” e enfatizou que “todas as partes no conflito devem proteger agentes humanitários que fornecem assistência humanitária vital para milhões de pessoas em necessidade no nordeste da Nigéria”.
De acordo com o Escritório das Nações Unidas de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), a resposta internacional em Rann está fornecendo assistência vital – incluindo alimentação, água potável, abrigo e assistência médica – para mais de 60 mil pessoas deslocadas internamente e milhões no restante do nordeste do país. Cerca de 3 mil agentes humanitários estão presentes no nordeste, a maioria destes, nigerianos.
A crise humanitária no nordeste da Nigéria é atualmente uma das mais severas do mundo, com 7,7 milhões de pessoas em necessidade de ajuda humanitária.
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Posted: 17 Oct 2018 11:27 AM PDT
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