Boletim diário da ONU Brasil: “Brasil e mais 34 países declaram apoio ao Tribunal Penal Internacional” e 16 outros.
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qui, 4 de out 18:55 (Há 15 horas)
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Posted: 04 Oct 2018 02:27 PM PDT
Sede do Tribunal Penal Internacional, em Haia. Foto: Vincent van Zeijst
À margem da 73ª Assembleia Geral das Nações Unidas, o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, assinou no fim de setembro (27), em Nova Iorque, declaração em apoio ao Tribunal Penal Internacional (TPI), em conjunto com chanceleres de outros 34 países.
Segundo o Itamaraty, o texto reafirma o compromisso dessas nações com o TPI, em defesa de uma ordem internacional baseada no direito e no multilateralismo. Em julho, foi celebrado o 20º aniversário do Estatuto de Roma, tratado que estabeleceu o Tribunal.
“O TPI representa uma conquista central da diplomacia multilateral e um verdadeiro marco no desenvolvimento do direito internacional. Em razão de seu mandato de evocar o direito em relações de poder, já há alguns anos tem sido alvo de ataques políticos. Em tempos de investidas à ordem lastreada no direito, não surpreende que o TPI esteja enfrentando ataques ainda mais fortes. Nós sempre respeitaremos a independência do TPI, algo indispensável para qualquer tribunal”, diz o documento.
Os chanceleres emitiram a declaração de apoio em meio a um cenário internacional conturbado. “Estamos assistindo a uma erosão generalizada da ordem internacional baseada no direito, uma ordem por cujo estabelecimento tanto nos esforçamos nas últimas décadas – nas áreas do comércio, do desarmamento, da mudança do clima e, igualmente, do Estado de Direito e dos direitos humanos”, disseram os ministros.
Para os 35 países que saíram em defesa do TPI, a Corte representa o compromisso coletivo de lutar contra a impunidade pelos crimes mais graves conhecidos pela humanidade. “Da Síria a Mianmar, onde mesmo as mais básicas regras de direito internacional humanitário têm sido desrespeitadas, os governos e as vítimas esperam que o TPI faça justiça quando houver violações em massa dos direitos humanos e os crimes internacionais mais graves forem perpetrados”, afirma o comunicado.
Da Agência Brasil
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Posted: 04 Oct 2018 02:07 PM PDT
O câncer de colo do útero (ou câncer cervical) — uma doença que pode ser prevenida por meio da vacinação contra o papilomavírus humano (HPV) e é curável quando detectada precocemente e tratada. Foto: UNAIDS
O câncer de colo do útero (ou câncer cervical) — uma doença que pode ser prevenida por meio da vacinação contra o papilomavírus humano (HPV) e é curável quando detectada precocemente e tratada — afeta em mais de 500 mil mulheres a cada ano, metade das quais morrem devido à doença. Se os esforços de prevenção, triagem e tratamento não forem ampliados urgentemente, esse número pode dobrar até 2035.
Trata-se de uma doença oportunista entre pessoas vivendo com HIV, já que mulheres com o vírus são mais propensas a desenvolver lesões pré-invasivas que podem, se não forem tratadas, progredir rapidamente para o câncer invasivo. Mulheres vivendo com HIV são de quatro a cinco vezes mais propensas a desenvolver câncer cervical invasivo. A infecção por HPV aumenta significativamente o risco de transmissão do HIV tanto para homens como para mulheres.
Graças ao tratamento para o HIV, cada vez mais mulheres vivendo com o vírus têm vidas longas e saudáveis, mas é necessário que elas não sucumbam a outras doenças, incluindo o câncer de colo do útero. “Não faz sentido salvar a vida de uma mulher da AIDS, apenas para deixá-la morrer de um câncer tratável ou prevenível”, disse o ex-presidente dos Estados Unidos George W. Bush em outubro de 2015. O Instituto George W. Bush está liderando esforços para erradicar a AIDS e o câncer de colo do útero.
Nove em cada dez mulheres que morrem devido ao câncer de colo do útero vivem em países de baixa e média renda. A resposta ao câncer de colo do útero e ao HIV em conjunto nesses países é vital. Infelizmente, no entanto, a maioria dos países de baixa e média renda com alta prevalência de HIV tem programas limitados para prevenção e controle do câncer de colo do útero.
Há uma conscientização crescente sobre a necessidade de maximizar as sinergias entre a resposta à AIDS e os esforços para prevenir, diagnosticar e tratar o câncer de colo do útero por meio da vacinação, educação, triagem e tratamento do HPV. Da mesma forma, os programas de HIV existentes podem desempenhar um papel estratégico na expansão dos serviços de prevenção do câncer de colo do útero.
Reduzir o número de mortes decorrentes do câncer de colo do útero requer uma abordagem abrangente que inclua: educação em saúde, incluindo educação sexual abrangente e apropriada à idade; vacinação contra o HPV para adolescentes; triagem de todas as mulheres com risco de desenvolver câncer de colo do útero.
Os programas de triagem devem incluir aconselhamento, testagem e tratamento do HIV, bem como outros serviços de saúde sexual e reprodutiva e tratamento de lesões cervicais pré-cancerosas e câncer cervical invasivo e avançado; também é necessário garantir o acesso aos cuidados paliativos, quando necessário.
“Todas as mulheres vivendo com HIV precisam ter acesso a informações sobre o HPV e devem receber acompanhamento e tratamento do câncer de colo do útero, se necessário”, disse Michel Sidibé, diretor-executivo do UNAIDS.
Em maio de 2018, o Plano de Emergência do Presidente dos Estados Unidos para o Alívio da AIDS (PEPFAR), o Instituto George W. Bush e o UNAIDS lançaram um esforço conjunto por meio de uma parceria de 30 milhões de dólares para acelerar os esforços em oito países da África Subsaariana e garantir que mulheres e meninas vivendo com HIV sejam uma prioridade nos programas nacionais de prevenção e controle do câncer de colo do útero.
“Graças à generosidade do povo americano, o Plano de Emergência do Presidente dos Estados Unidos para o Alívio da AIDS salvou a vida de milhões de mulheres vivendo com HIV em todo o mundo”, disse Deborah Birx, coordenadora global de AIDS e representante especial dos EUA em diplomacia para saúde global, no lançamento da parceria em maio de 2018.
“Precisamos garantir que essas mesmas mulheres — mães, filhas, tias e avós — que estão vivendo com HIV e prosperando não sucumbam ao câncer de colo do útero.”
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Posted: 04 Oct 2018 01:51 PM PDT
Um centro de recepção e documentação inaugurado pelo governo federal com apoio do Sistema ONU Brasil na cidade de Pacaraima está há um mês identificando e emitindo documentos para pessoas vindas da Venezuela. Foto: ACNUR/Reynesson Damasceno
Em Roraima, o Fundo das Nações Unidas para a Infância ( UNICEF) promoveu no final de semana (29) uma formação para monitores que trabalham em espaços de lazer para crianças e adolescentes venezuelanos. Iniciativa reuniu em Boa Vista profissionais e voluntários de Pacaraima e da capital. Participantes aprenderam noções de primeiros socorros e prevenção de acidentes, além de receber informações sobre direitos previstos na lei brasileira.
O objetivo da oficina foi capacitar quem trabalha com meninos e meninas estrangeiros em um contexto de emergência. O encontro também visou conectar esses colaboradores à rede de proteção local. Em Roraima, existem seis Espaços da Criança. São locais seguros, adaptados às necessidades dos jovens, onde os venezuelanos podem realizar atividades, brincar, se comunicar e aprender novas habilidades. Por meio das atividades recreativas, esses centros têm como finalidade promover a recuperação emocional e identificar casos de violência.
No evento, a equipe do UNICEF ouviu relatos de violações de direitos, como casos de exploração de crianças e adolescentes para a mendicância.
“É importante que o Espaço da Criança seja visto, por todos os que convivem no abrigo, não apenas como um local que promove atividades, mas como uma referência de segurança e proteção para crianças”, ressaltou a consultora do UNICEF na área de proteção, Jaqueline Ferreira.
Durante a capacitação, os monitores foram orientados sobre como identificar os sinais dados pelas crianças e pelos adolescentes que indicam que algo não vai bem – como a falta de apetite e comportamentos violentos. O UNICEF também abordou os impactos psicossociais causados pela imigração, que podem atrapalhar o desenvolvimento dos pequenos venezuelanos.
Said Guaramata, de 19 anos, foi um dos 35 participantes da capacitação. Ele, que é da cidade de Puerto La Cruz e está em Roraima há sete meses, atua como monitor no abrigo Nova Canaã. “Uma das coisas novas que aprendi hoje é que temos que entender as crianças, conversar, consolar e, mais que tudo, dar amor. Tudo o que aprendemos me deu mais energia pra trabalhar.”
Parte da palestra foi dedicada a explicar para os monitores as leis brasileiras que tratam dos direitos da criança e do adolescente e quais órgãos fazem parte da rede de proteção, como postos de saúde, conselhos tutelares, Centros de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) e Centros de Referência de Assistência Social (Cras).
“A ideia é que os monitores se sintam fortes e empoderados para trocar com essa rede local, para agir se for necessário. A gente espera que não seja, mas às vezes é, e eles precisam estar preparados. Eles precisam ser esse ponto de apoio dentro dos abrigos”, acrescentou Jaqueline.
Essa foi a primeira de uma série de capacitações que serão realizadas com o grupo sobre temas específicos, como proteção, saúde e educação. Além dos monitores que já atuavam nos espaços, o especialista do UNICEF José Vasquéz explica que a atividade serviu para treinar novos voluntários. O objetivo da agência da ONU é colocar um Espaço da Criança em cada abrigo onde vivem meninas e meninos.
Norys Menezes, de 48 anos, é uma das novas colaboradoras. Moradora do abrigo Rondon 1, é lá que ela vai trabalhar quando o espaço for inaugurado.
“Sou professora e trabalhei a vida toda com educação de crianças em El Tigre (no estado Anzoátegui). Achei a oficina muito interessante e participativa porque foram compartilhadas experiências. Achei que aprender sobre as leis brasileiras e sobre a finalidade do trabalho que vamos fazer foi muito importante. Foi muito produtivo e estou ansiosa para começar”, conta a professora.
Os Espaços da Criança são um projeto implementado pelo UNICEF em parceria com as ONGs Visão Mundial e Fraternidade – Federação Humanitária Internacional.
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Posted: 04 Oct 2018 01:17 PM PDT
Refugiados rohingya, incluindo mulheres e crianças, atravessam fronteira de Mianmar para Bangladesh pelo distrito de Cox’s Bazar. Foto: UNICEF/LeMoyne
O alto-comissário da ONU para os refugiados, Filippo Grandi, pediu na quarta-feira (3) um impulso para revigorar o multilateralismo a fim de conter os crescentes conflitos e o aprofundamento das crises que têm levado um número recorde de pessoas a deixar suas casas no mundo todo.
“Os princípios e os valores de cooperação internacional estão sob imensa pressão”, disse Grandi em seu discurso de abertura no encontro anual do Comitê Executivo da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR). “Mesmo assim, em meio a tantas adversidades, o multilateralismo se manteve firme. Mas devemos revigorá-lo”.
Desde que assumiu o cargo, no início de 2016, Grandi disse que os conflitos internos cresceram e que as crises se intensificaram — impulsionadas pelas rivalidades regionais e internacionais e alimentadas por pobreza, exclusão e mudanças climáticas. Ao mesmo tempo, a linguagem política “tornou-se dura, dando espaço para discriminação, racismo e xenofobia”.
Caracterizando como um “marco” na cooperação multilateral, Grandi disse que a Declaração de Nova Iorque para Refugiados e Migrantes de 2016 demonstrou um compromisso político do mais alto nível, baseado na cooperação internacional e nos padrões de proteção aos refugiados.
Ele também saudou o Pacto Global sobre os Refugiados, a ser validado pela Assembleia Geral no final deste ano, por traçar um “caminho mais claro a seguir, por meio de um melhor modelo de resposta, mais forte e mais justo”.
“Aqui, eu acredito, é onde o multilateralismo possui força – como um contraponto prático à retórica e ao aparato eleitoral que frequentemente permeia os debates públicos sobre refugiados e migrantes.”
Na metade do seu mandato de cinco anos como alto-comissário, Grandi fez um balanço e observou que crises como na Síria, na República Centro-Africana, na República Democrática do Congo e no norte da América Central continuaram a evoluir, ao mesmo tempo em que outras, como no Iêmen, têm se intensificado. Algumas – como no Iraque, na região do Lago de Chade e no Sudão do Sul, têm se tornado mais estáveis, porém, sem soluções definitivas.
Ele lembrou, contudo, que novas crises emergiram, “com consequências angustiantes”. A primeira delas foi a brutal operação de segurança do estado de Rakhine, em Mianmar, que levou 720 mil rohingyas a buscar abrigo em Bangladesh a partir de agosto do ano passado.
O discurso de Grandi na 69ª sessão do Comitê Executivo acontece em um momento no qual o deslocamento forçado global atingiu uma marca sem precedentes de 68,5 milhões de pessoas, incluindo 25,4 milhões de refugiados e 40 milhões de deslocados internos. Grandi lembrou que milhares continuaram a cruzar o Sahel na Líbia e atravessar o Mediterrâneo central em direção à Europa “impulsionados pelo desespero e expostos à crueldades e perigos impensáveis”.
Ele pediu que o acesso ao refúgio na Europa seja preservado. “O resgate no mar tornou-se refém da política. A responsabilidade compartilhada foi substituída pela mudança de responsabilidade”, disse.
Destacando o trabalho de proteção do ACNUR na Líbia, ele relatou que um programa de evacuação deslocou cerca de 1,8 mil refugiados e solicitantes de refúgio para ambientes seguros, a maioria no Níger, com o objetivo reassentá-los, juntamente com um programa de retorno voluntário de migrantes realizado pela Organização Internacional para as Migrações (OIM).
Ele enfatizou a necessidade de mais opções de evacuação, locais de reassentamento e investimentos estratégicos para enfrentar os conflitos e os problemas de desenvolvimento por trás desses fluxos. Outros desafios de proteção surgiram na América Latina, onde cerca de 5 mil pessoas estão saindo da Venezuela diariamente. Neste contexto, uma abordagem não política e humanitária tem se provado “essencial para ajudar os Estados que os recebem em números crescentes”.
Grandi disse que um segundo compromisso estratégico essencial era responder “de forma rápida, confiável e eficaz às emergências, preparando o terreno para soluções desde o início”. Ele deu como exemplo a resposta conjunta dada ao deslocamento de refugiados rohingya para Bangladesh.
Ele elogiou a “profunda generosidade e compaixão” da população bengali – a primeira a responder à crise – e mencionou a existência de uma unidade de preparação para emergências de grande escala com o objetivo de proteger os refugiados das iminentes monções. A unidade é conduzida por Bangladesh em conjunto com parceiros humanitários, organizações não governamentais e os próprios refugiados.
“Esse esforço maciço reafirmou o que somos capazes de fazer coletivamente, quando as pessoas precisam desesperadamente de nossa ajuda”, disse ele ao fórum. Mas agora é preciso atenção para buscar arranjos mais estáveis de médio prazo em Bangladesh, bem como construir soluções no interior do Mianmar, acrescentou. Entre outros esforços estratégicos desde que Grandi assumiu o cargo está o empoderamento e a inclusão de refugiados, enquanto soluções para seu deslocamento eram buscadas.
Grandi destacou a profunda transformação “nas sociedades e economias de países de acolhimento, que após décadas mantendo refugiados separados, confinados em campos ou às margens da sociedade, estão tendo uma abordagem diferente de inclusão nos sistemas nacionais”.
Ele disse que o Marco Integral de Resposta aos Refugiados (CRRF, em inglês) reafirmou os esforços empregados em 15 países e que esta abordagem será cada vez mais importante como parte integral do Pacto Global sobre Refugiados.
O alto-comissário elogiou o modo como a liderança e a experiência do Banco Mundial ajudou a desencadear uma mudança fundamental na forma como as entidades de desenvolvimento se engajam com os fluxos em grande escala de refugiados e deslocados internos.
Falando ao fórum, Kristalina Georgieva, CEO do Banco Mundial, disse que os trabalhos humanitários e de desenvolvimento permaneceram separados, mas que agora existe uma cooperação entre as áreas.
“O fato de eu estar na sua frente hoje é a evidência de que estamos vendo uma mudança sísmica na forma como nos aproximamos das emergências humanitárias. Nós unimos os dois mundos”, disse ela.
Grandi também sinalizou a necessidade de adaptação, uma vez que situações – incluindo na Síria e em outros lugares – continuaram a evoluir. Isso exigiu do ACNUR ser “flexível e ágil” em campo, descrevendo o processo de reforma interna que a agência está buscando.
Ele ressaltou seu compromisso com os mais altos padrões de integridade nas operações do ACNUR e descreveu medidas de longo alcance para prevenir e abordar a exploração sexual, o abuso e o assédio sexual.
Para encerrar, reiterou o papel vital que o Pacto Global sobre Refugiados irá desempenhar, como um “ponto de encontro entre o humanitário e as práticas dos povos de todas as partes da sociedade” e observou que conceder refúgio é uma tradição antiga que ajudou a “salvar vidas, construir e reconstruir nações e preservar nosso senso de humanidade”.
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Posted: 04 Oct 2018 12:29 PM PDT
Clique para exibir o slide.O diretor do Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio), Maurizio Giuliano, participou no fim de setembro (19) de um evento em Fortaleza (CE) com o objetivo de simular reuniões da ONU com estudantes de Relações Internacionais e profissionais interessados no tema.
Giuliano realizou a palestra de abertura da 14ª Simulação da Organização das Nações Unidas (SONU), com o tema “O Brasil e as Nações Unidas”. O evento reuniu mais de 100 estudantes no Teatro Celina Queiroz, na Universidade de Fortaleza (UNIFOR), para discutir as relações entre o país e a organização internacional.
A SONU é a maior simulação do tipo do estado do Ceará, e a palestra do diretor do UNIC Rio marcou o início de seu principal evento do ano, ocorrido entre 19 e 23 de setembro nas Faculdades de Direito da Universidade Federal do Ceará (UFC) e da UNIFOR.
Durante a palestra, Maurizio falou sobre sua trajetória dentro da ONU e sobre como cada experiência foi importante para conquistar novas oportunidades. Ele também respondeu a dúvidas sobre as principais maneiras de se conseguir um emprego nas Nações Unidas, assim como os atributos mais valorizados pela Organização.
A temática faz parte da iniciativa “ Brasileiros na ONU”, voltada a orientar jovens sobre as possibilidades de atividade voluntária e remunerada junto às Nações Unidas no Brasil, buscando aumentar o número de brasileiros que trabalham na Organização.
A SONU é um programa de extensão da UFC fundado em 2004 que procura recriar todo o ambiente de organismos e tribunais internacionais, principalmente daqueles ligados ao sistema da ONU.
Para tornar a experiência mais realista, são simuladas agências de notícias internacionais, as quais são responsáveis por toda a cobertura jornalística das simulações. Para além de modelos de organismos internacionais, o programa realiza palestras, minicursos, publicações, campanhas solidárias e outras iniciativas ligadas às Relações Internacionais.
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Posted: 04 Oct 2018 12:08 PM PDT
Botes feitos com bambus e galões de água levam rohingyas para Bangladesh. Foto: ACNUR/Andrew McConnell
Uma especialista em direitos humanos da ONU expressou na terça-feira (2) preocupação com a decisão do governo indiano de deportar sete homens rohingya para Mianmar, afirmando que seu retorno forçado pode constituir uma devolução que viola a lei internacional.
Os homens do distrito de Kyauk Daw, no estado de Rakhine, foram deportados em 3 de outubro. Eles estavam detidos na prisão central de Silchar, no distrito de Cachar, estado de Assam, desde 2012, por acusações de entrada irregular no país.
“Dada a identidade étnica dos homens, esta é uma negação flagrante do seu direito à proteção e pode significar refoulement (devolução)”, disse a relatora especial da ONU sobre o racismo, Tendayi Achiume.
“O governo indiano tem a obrigação legal internacional de reconhecer plenamente a discriminação institucionalizada, a perseguição, o ódio e as graves violações dos direitos humanos que essas pessoas enfrentaram em seu país de origem e fornecer-lhes a proteção necessária”, disse a relatora.
“Também estou chocada com a duração da detenção deles”, acrescentou a especialista. “A detenção prolongada deste tipo é proibida. Pode ser considerada arbitrária e pode até cair na categoria de tratamento desumano e degradante”.
Ela disse que era inaceitável o fato de os homens não terem recebido aconselhamento legal adequado.
O governo indiano tem a obrigação de encaminhar os rohingyas sob sua custódia para a Agência de Refugiados da ONU (ACNUR), para que suas necessidades de proteção possam ser avaliadas e informações adequadas sejam fornecidas a eles sobre seus direitos, acrescentou a especialista.
As deportações seguem um decreto do governo indiano de 8 de agosto de 2017 sobre o tema. A Suprema Corte da Índia ainda está considerando uma petição que contesta a medida, alegando sua inconstitucionalidade.
A especialista da ONU expressou preocupação com a possibilidade de cerca de 200 rohingya serem detidos na Índia sob a acusação de entrada irregular. “Pedimos ao governo indiano que cumpra a norma internacional de não devolução e proteja os direitos dos requerentes de refúgio e refugiados, incluindo rohingyas”, disse ela.
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Posted: 04 Oct 2018 11:19 AM PDT
O grupo Mulheres Organizadas Buscando Independência (MOBI) surgiu a partir da Cooperativa dos Agricultores Familiares de Poço Fundo e Região (COOPFAM), frente à necessidade de maior participação das mulheres nas decisões da cooperativa de produtores de café. Foto: MOBI
Enxada nas mãos durante o dia — roçar, arar, plantar. Entre um cuidado e outro com a terra, uma segunda jornada em casa. O trabalho da mulher do campo ainda não é tão valorizado quanto o do homem, mas essa realidade está mudando gradativamente no Brasil. As mulheres rurais estão se organizando em cooperativas, associações e fazendo alianças para se qualificar e aumentar as redes comerciais.
Pensando nisso, um grupo de 30 mulheres de Poço Fundo (MG) reuniu-se em torno de uma causa e de um produto, o café. O grupo Mulheres Organizadas Buscando Independência (MOBI) surgiu a partir da Cooperativa dos Agricultores Familiares de Poço Fundo e Região (COOPFAM), frente à necessidade de maior participação das mulheres nas decisões da cooperativa. Elas se reúnem na primeira sexta-feira de cada mês para decidir sobre diretrizes.
O objetivo foi ampliar a inserção e a visibilidade das mulheres rurais na produção. Além disso, o grupo foi criado para ajudar na renda das famílias, já que nele as mulheres desenvolvem outras atividades como confecção de artesanatos com subprodutos do café.
Atualmente, a cooperativa trabalha para desenvolver e melhorar a produção, o produto e a vida das pessoas, criando consciência e mudando mentalidades e atitudes. Também gera força de transformação que começa em cada uma das pioneiras e em suas cooperadas, promovendo destaque em toda a cadeia de consumo até o cliente final.
Segundo Edivania Fernandes, de 26 anos, responsável pela área comercial de torrefação do café, a satisfação vem de estarem organizadas, contribuindo com os rumos da cooperativa e de suas propriedades.
“Há poucos dias as mulheres fizeram um mutirão para colher o café da Regina Mendes Nogueira. Por meio dessas atividades, as cooperadas têm a oportunidade de trocar experiências e buscar novos conhecimentos”, disse.
“Nossas mulheres começaram a plantar seu café usando a palha e a borra para criar arte e artesanato e, também, cultivar rosas. Com isso, cresceram e continuam se aprimorando, se desenvolvendo e trabalhando para alcançar muito mais.”
Ela afirma que somente neste ano, a COOPFAM participou de duas feiras internacionais e uma nacional. Essas oportunidades servem como uma vitrine para os produtos orgânicos, e tiveram o café como grande trunfo.
“Participar de feiras é uma forma de apresentar nosso produto ao mundo. Mostrar a todos o trabalho transformador que a COOPFAM vem desenvolvendo ao longo dos anos. É uma forma de convidar o consumidor a fazer parte da cadeia do bem, a consumir com responsabilidade produtos da agricultura familiar e que traz benefícios para todos, além de valorizar a mulher do campo que se empodera com o próprio resultado.”
Rosângela Paiva, agricultora familiar e cooperadora do MOBI, conta que desde criança ajudava na lavoura de café. Cresceu ajudando o pai e a mãe e, ainda, catava café para vender e comprar material escolar, entre outras coisas.
“Depois que me casei, aos 18 anos, pude ter minha terra para ter meu talhão de café onde faço a desbota, adubação e colheita e pós-colheita, e também atuo nas decisões quando devo vender e em quem investir, o que é muito bom pra gente, porque trabalhamos alegres e com esperança. Isso ajuda no cuidar e na gestão da propriedade com responsabilidade. A participação da mulher é sempre boa para o desenvolvimento da cafeicultura”, declarou.
As mulheres nessa cooperativa não param. Em novembro, promovem a festa anual do café e organizam o festival de pratos, no qual o café é o ingrediente principal. Além de se desenvolverem, envolvem também toda a comunidade local, com eventos por meio dos quais transmitem seus conhecimentos e experiências.
Sobre a COOPFAM
A cooperativa nasceu da tomada de consciência de alguns produtores sobre a possibilidade de fazer as coisas diferentes e, assim, ter uma vida melhor. Em 2003, a cooperativa começa sua participação em feiras e visitas internacionais, ganhando visibilidade mundo afora e se aproximando de compradores de café “fair trade” e orgânico.
A COOPFAM acredita na agricultura familiar, sustentável, orgânica e solidária e no comércio justo. Suas certificações asseguram o cumprimento de requisitos e normas legais por parte da instituição certificada, que passa a ter um compromisso com a sustentabilidade socioambiental no que concerne à produção no campo, respeita as normas trabalhistas e promove, especialmente, a justiça comercial para a melhoria das condições de vida de seus cooperados.
15 dias pela autonomia das mulheres rurais
Os papéis desempenhados pelas mulheres rurais são tão numerosos quanto suas lutas e vitórias. O que não faltam são histórias de vida inspiradoras. No entanto, elas ainda não tem o reconhecimento merecido.
Elas sofrem com o preconceito e a desigualdade de gênero. Ainda há um longo caminho para o equilíbrio de direitos e oportunidades entre homens e mulheres no campo. A fim de mostrar que a equidade de gênero e o respeito são valores necessários cotidianamente, a ONU decretou 2018 como o Ano da Mulher Rural.
A partir de 1º de outubro, serão publicadas no portal da FAO uma série de reportagens que fazem parte da Campanha Regional pela Plena Autonomia das Mulheres Rurais e Indígenas da América Latina e do Caribe – 2018. Serão 15 dias de ativismo em prol das trabalhadoras rurais que, de acordo com o censo demográfico mais recente, são responsáveis pela renda de 42,2% das famílias do campo no Brasil.
Para acessar todas as matérias da campanha, clique aqui.
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Posted: 04 Oct 2018 11:13 AM PDT
Professora dá aula de matemática em Cabo Corso, em Gana, na escola frequentada pelo ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan. Foto: Banco Mundial/Jonathan Ernst
Em mensagem para o Dia Mundial dos Professores, lembrado nesta sexta-feira (5), cinco organizações internacionais pediram “salários decentes” para a categoria e denunciaram o “baixo prestígio” da profissão docente tanto em países ricos como nos pobres. Para agências da ONU, a carreira ainda não é valorizada de forma ampla no mundo — o que leva à falta de profissionais e, consequentemente, a violações do direito humano à educação.
“Apesar de ter ocorrido um aumento geral no acesso à educação, mais de 263 milhões de crianças e jovens de todo o mundo não estão na escola. O impressionante número de 617 milhões de crianças e adolescentes – quase 60% mundialmente – não domina a alfabetização ou o numeramento (competências em matemática) básicos”, afirma o pronunciamento, assinado pela UNESCO, Organização Internacional do Trabalho (OIT), Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a Education International.
Os organismos lembraram que a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, adotada em 2015 pelos países da ONU, prevê a universalização da educação básica. Para cumprir o objetivo, será necessário “um aumento da oferta mundial de professores qualificados – cerca de 69 milhões a mais”, acrescentaram as instituições.
Em 2018, o tema do dia mundial é “O direito à educação significa o direito a um professor qualificado”.
De acordo com dados de 2017 do Instituto de Estatística da UNESCO (UNESCO-UIS), 85% dos professores da educação primária em todo o mundo são formados. Contudo, esse número esconde disparidades regionais significativas. Por exemplo, na África Subsaariana, apenas 64% dos professores primários têm formação. No Sul da Ásia, essa taxa alcança 71%.
Na avaliação das agências, “a escassez de professores dificulta os esforços para a obtenção de uma educação igualitária, inclusiva e de qualidade para todos – em especial em países afetados pela pobreza generalizada e por crises prolongadas e em regiões onde a população jovem apresenta um rápido crescimento”.
“As crianças mais pobres e marginalizadas, incluindo aquelas que vivem em áreas afetadas por conflitos, apresentam os maiores riscos de estar fora da escola ou de frequentá-la, mas com um baixo nível de aprendizagem”, completa o comunicado.
De acordo com as organizações signatárias da declaração, a demanda por novos profissionais de ensino leva governos de alguns países a adotar medidas inadequadas de compensação. Em certos casos, autoridades empregam pessoas com pouca ou nenhuma formação ou reduzem os requisitos de qualificação.
“Alguns professores recebem a solicitação de ensinar assuntos para os quais eles não têm nenhuma formação pedagógica. Em países de renda baixa, uma solução encontrada para o problema da escassez de professores foi o aumento drástico do tamanho das turmas, o que causa um impacto devastador sobre a qualidade da educação e sobre a carga de trabalho do docente.”
A África Subsaariana apresenta a proporção de 38 estudantes para cada professor na educação primária, comparado a 35 estudantes no Sul da Ásia.
O resultado dessas políticas, segundo as agências, é uma aprendizagem encabeçada por professores menos experientes, que trabalham sob regime de contratação temporária e que nem sempre recebem os cursos e treinamentos necessários.
“Apesar do reconhecimento difundido de que os professores são a chave para atingir a educação de qualidade para todos, a profissão docente ainda não é valorizada de forma ampla. Seu baixo prestígio impede esforços para recrutar e manter professores, tanto nos países ricos como nos pobres”, afirmaram as instituições.
O pronunciamento defende que os “governos devem demonstrar ao público que a profissão docente é importante, pelo pagamento de salários decentes e pela melhoria das condições de trabalho dos educadores em todos os níveis do sistema educacional”.
Cobrando “medidas corajosas dos Estados, a declaração pede que os docentes tenham acesso a oportunidades de aperfeiçoamento ao longo de suas carreiras. “A profissão docente ainda não é valorizada de forma ampla. Seu baixo prestígio impede esforços para recrutar e manter professores, tanto nos países ricos como nos pobres”, alerta o comunicado.
UNESCO premia iniciativas em prol ensino de excelência
Nesta sexta-feira, a UNESCO realiza em sua sede, em Paris, um debate sobre os professores e o direito à educação (das 10h às 12h, horário da capital francesa). A discussão antecede a cerimônia no mesmo dia do 5º Prêmio UNESCO Hamdan bin Rashid Al Maktum para a Excelência Acadêmica. Evento entregará a condecoração aos vencedores dessa edição. Iniciativa reconhece as contribuições notáveis para melhorar a qualidade do ensino e da aprendizagem.
Celebrado todos os anos desde 1994, o Dia Mundial dos Professores comemora a assinatura da Recomendação de 1966 da OIT/UNESCO sobre a carreira docente. As atividades para marcar a data são organizadas em parceria com o UNICEF, PNUD, OIT e a Education International.
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Posted: 04 Oct 2018 10:23 AM PDT
Os líderes que assinaram a declaração são 48 chefes de Estado ou de governo do Círculo de Liderança do Secretário-Geral (saiba mais aqui, em inglês) e 22 entidades das Nações Unidas, incluindo o UNAIDS. Foto: ONU
Como parte da estratégia do secretário-geral da ONU para prevenir e responder à exploração e ao abuso sexual, líderes globais se uniram para emitir uma declaração nesta semana (2) reafirmando o compromisso pessoal de eliminar a exploração e o abuso sexual em todo o sistema das Nações Unidas.
Na declaração, os líderes reconhecem a responsabilidade única das Nações Unidas em estabelecer o padrão para prevenir, responder e erradicar a exploração e o abuso sexual dentro do Sistema ONU, abordar seu impacto de forma efetiva e humanitária e proteger e fortalecer sobreviventes.
Quarenta e oito chefes de Estado ou de governo do Círculo de Liderança do Secretário-Geral e 22 entidades das Nações Unidas, incluindo o UNAIDS, apoiaram a declaração.
O UNAIDS está firmemente comprometido com a tolerância zero para exploração sexual e abuso em qualquer lugar, e recentemente organizou um evento de alto nível com a União Africana durante a 73ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, para combater a violência sexual e de gênero em crises humanitárias.
No comunicado, os líderes reconhecem a responsabilidade compartilhada das Nações Unidas e seus Estados-membros de proteger sobreviventes e denunciantes e de tomar as medidas apropriadas contra os culpados.
Também expressam seu compromisso em trabalhar juntos para implementar a estratégia do secretário-geral das Nações Unidas, que define quatro áreas principais de ação: colocar as vítimas em primeiro lugar; acabar com a impunidade; engajar a sociedade civil e parceiros externos; e melhorar as comunicações estratégicas para educação e transparência.
Clique aqui para ler a declaração completa em inglês.
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Posted: 04 Oct 2018 10:13 AM PDT
Cotriguaçu, no Mato Grosso. Foto: Flickr (CC)/icooke
Os Ministros de Meio Ambiente da América Latina e Caribe se encontram na próxima semana para buscar soluções inovadoras em temas como o combate à poluição, descarbonização da economia e uso eficiente dos recursos naturais. A XXI Reunião do Fórum de Ministros do Meio Ambiente da região, organizada pela Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Argentina em colaboração com a ONU Meio Ambiente, acontece de 9 a 12 de outubro, em Buenos Aires, Argentina, e terá a participação de aproximadamente 30 países.
“Como presidente do fórum, buscamos contribuir com o compromisso regional de alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030. Nesse contexto, definiremos as prioridades da região e os caminhos a serem seguidos, passando do discurso à ação”, disse o ministro da Argentina, Rabino Sergio Bergman, que preside o encontro.
Os líderes da pasta também discutirão como potencializar os benefícios dos ecossistemas, o acesso à justiça e direitos ambientais e as oportunidades de financiamento para implementar compromissos internacionais da agenda ambiental.
“A América Latina e o Caribe tem uma voz cada vez mais forte no debate global sobre soluções multilaterais para os grandes desafios ambientais do nosso tempo. Estou certo de que este Fórum de Ministros será uma contribuição concreta e crucial para esse diálogo”, afirmou o diretor regional da ONU Meio Ambiente para a América Latina e o Caribe, Leo Heileman.
“Esse fórum propicia o aprofundamento da concertação regional da agenda ambiental. Valorizo oportunidades como esta para dialogar, com meus homólogos, sobre os desafios ambientais regionais e estabelecermos metas conjuntas em prol do desenvolvimento sustentável”, declarou Edson Duarte, ministro do Meio Ambiente do Brasil.
Durante a reunião, a ONU Meio Ambiente irá divulgar o relatório “Perspectiva sobre a Gestão de Resíduos na América Latina e Caribe”, um documento abrangente sobre a situação dos resíduos na região e os desafios que os países enfrentam para diminuir a pegada ambiental, aumentar a eficiência dos recursos e preparar o caminho para o cumprimento da Agenda 2030.
O Fórum de Ministros também irá organizar as contribuições regionais para a quarta reunião da Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEA), que será realizada de 11 a 15 de março de 2019, em Nairóbi, Quênia. A Assembléia é o mais alto órgão global de tomada de decisões ambientais e reunirá os países para discutir produção e consumo sustentáveis e respostas inovadoras aos problemas ambientais.
NOTAS PARA EDITORES
Para acompanhar o Fórum
Nas redes sociais: #MinistrosAmbiente. Na internet: bit.ly/2LMIOd8. No celular: App para participantes: UN Environment Events, em iOS e Android ou em seu navegador bit.ly/2DTnqEz.
Coletivas de Imprensa
— Lançamento do Relatório “Perspectiva sobre a Gestão de Resíduos na América Latina e no Caribe”.Data e hora: terça-feira, 9 de outubro, às 9h30. Local: Sheraton Buenos Aires Hotel & Convention Center.
— Palestrantes: Ministro de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Argentina, Rabino Sergio Bergman; Diretor Regional da ONU Meio Ambiente para América Latina e Caribe, Leo Heileman; e Coordenador Regional de Resíduos e Químicos da ONU Meio Ambiente, Jordi Pon.
Encerramento e assinatura de acordos da XXI Reunião do Fórum de Ministros do Meio Ambiente da América Latina e Caribe.Data e hora: sexta-feira, 12 de outubro, às 14h15 Local: Casa Rosada, Buenos Aires.
Para ImprensaMaría Amparo Lasso, Chefe de Comunicação para a América Latina e o Caribe, ONU Meio Ambiente: maria.lasso@un.org. Fernando Daniel Curas, Diretor de Imprensa e Comunicação, Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Argentina: fdcuras@ambiente.gob.ar. Roberta Zandonai, Comunicação e Imprensa, ONU Meio Ambiente no Brasil: roberta.zandonai@un.org.
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Posted: 04 Oct 2018 08:52 AM PDT
Clique para exibir o slide.Somente nos primeiros seis meses deste ano, o Rio de Janeiro teve oficialmente 766 homicídios em decorrência de intervenção policial, de acordo com o Instituto de Segurança Pública (ISP). Isso significa que, no período, de cada dez mortes violentas, duas envolveram a ação de agentes do Estado.
Imagens de celular ou dos próprios veículos policiais, flagrando homicídios praticados por quem deveria garantir a vida, somam-se às da câmera de “Auto de Resistência”. Esta revela, de um lado, as consequências devastadoras das perdas precoces para as famílias e, de outro, a luta por Justiça.
No Dia Internacional da Não Violência, lembrado na terça-feira (2), a exibição do documentário, na Casa da ONU, em Brasília (DF), contou com a presença de uma das diretoras, Natasha Neri, e da ativista Maria Dalva da Silva, da Rede de Comunidades e Movimentos Contra a Violência. Dalva teve seu filho, Thiago Correia da Silva, assassinado aos 19 anos, durante uma operação no Morro do Borel, zona norte do Rio de Janeiro, em 2003.
Da sessão promovida pela campanha Vidas Negras participaram representantes de instituições públicas, organizações da sociedade civil, estudantes, além de autoridades e equipes de agências do Sistema ONU.
Parte do grupo de debatedores do evento, Dalva apoia familiares de jovens assassinados a reconhecer seus direitos e exigir que sejam respeitados. “Muitas mães acham que os filhos morreram e acabou. A gente mostra que não. Os filhos delas tinham direito de viver e elas também têm o direito de viver e lutar por Justiça”, declarou.
“E se elas não têm condições, a gente toma a frente: a gente denuncia, a gente aceita o tempo (de luto) delas, mas sabemos que uma hora elas voltam pra luta. Estamos ali para acolher, dar o ombro, chorar junto. Infelizmente a violência é muito grande”, afirmou.
“Auto de Resistência” dá rosto aos números da violência. As estatísticas indicam que, no Brasil, um jovem negro tem o triplo de chances de ser assassinado na comparação com um jovem branco. O filme também apresenta quem são as “vítimas ocultas” — mulheres negras, pobres, com pouco acesso à Justiça, muitas vezes em meio ao choque de um evento que mudará suas vidas para sempre.
Embora o documentário retrate casos do Rio, para a diretora, as famílias acabam vivenciando situações semelhantes em todo o Brasil. Na visão de Neri, o filme também pode ser usado para fortalecer os movimentos de familiares em sua busca por justiça.
“O documentário é uma ferramenta que os familiares podem utilizar na luta pela redução da letalidade das polícias. Acompanhamos, momentos depois da morte, uma verdadeira peregrinação dos familiares por todas as instituições públicas do sistema de Justiça, mostrando um pouco do que as pessoas desconhecem. Porque, em geral, os casos saem na mídia quando estão quentes e depois ficam esquecidos”, disse a cineasta, que com a obra ganhou o prêmio de Melhor Documentário Nacional de Longa ou Média-Metragem no Festival É Tudo Verdade.
O cine debate contou ainda com a presença do coordenador-residente da ONU, Niky Fabiancic. Ele destacou que a violência contra a juventude negra continua a demandar compromissos de todos os setores da sociedade e do poder público.
“Infelizmente, este é um fenômeno que, enquanto se agrava, parece não receber a atenção merecida. Acredito que mais do que uma sessão de cinema, o filme e as nossas convidadas proporcionaram compreender melhor parte de um dos maiores desafios do país: superar o racismo e a violência que dele decorre”, comentou Fabiancic.
O coordenador-residente ainda reforçou uma das principais mensagens da campanha Vidas Negras, lembrando que quando a vida da juventude negra é valorizada, toda a sociedade sai ganhando.
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Posted: 04 Oct 2018 08:51 AM PDT
Maha Mamo já pode aposentar os documentos de estrangeira no Brasil. A ativista pelo fim da apatridia recebeu a nacionalidade brasileira do governo. Foto: ACNUR/Gabo Morales
O Ministério da Justiça concedeu nesta quinta-feira (4) a nacionalidade brasileira para as irmãs Maha e Souad Mamo. O documento de naturalização foi entregue em Genebra, na Suíça, durante a 69ª sessão do Comitê Executivo da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR). A concessão da cidadania foi considerada um momento histórico pelas autoridades do Brasil.
As irmãs já haviam sido reconhecidas como apátridas pelo Brasil – um primeiro passo para a obtenção da naturalização. “Ao conceder a nacionalidade brasileira às irmãs Maha e Souad Maho, o Brasil reafirma sua tradição de acolhimento aos vulneráveis e desassistidos e dá um exemplo ao mundo de que foi, e sempre será, um país comprometido com a erradicação da apatridia”, afirma o ministro da Justiça, Torquato Jardim.
De acordo com o ACNUR, estima-se que existam cerca de 10 milhões de pessoas em todo o mundo que não possuem nacionalidade – ou não têm sua nacionalidade reconhecida por qualquer país. Por não terem certidão de nascimento e, consequentemente, outros documentos de identidade, os apátridas enfrentam inúmeras dificuldades em atividades simples do dia a dia, como frequentar uma escola, consultar um médico, trabalhar ou abrir uma conta bancária, por exemplo.
A entrega da naturalização foi feita pelo coordenador-geral do Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE), Bernardo Laferté, e pela embaixadora Maria Nazareth Azevêdo, representante permanente do Brasil junto às Nações Unidas em Genebra.
A nova Lei da Migração, em vigor desde novembro de 2017, tem uma seção dedicada à proteção dos apátridas — pessoas sem nacionalidade. O texto garante residência e um processo de naturalização facilitado.
“O Brasil concede a nacionalidade a essas irmãs, com fundamento nessa seção especial de proteção ao apátrida da nova Lei de Migração, reafirmando sua tradição de proteção de todos os imigrantes e seu compromisso de redução da apatridia no mundo”, afirma Laferté, cujo avô era apátrida e foi acolhido no Brasil.
O chefe do CONARE destaca ainda que esta é a etapa mais recente do avanço legislativo do país para diminuir a apatridia. “O compromisso teve início com a adoção das duas formas de nacionalidade originária, pelo solo e pelo sangue, e agora extensiva aos reconhecidamente apátridas por meio de um processo simplificado de naturalização.”
Maha Mamo
Em Genebra, Maha Mamo foi uma das palestrantes de um evento sobre a campanha #IBelong, promovida pelo ACNUR para erradicar a apatridia no mundo até 2024. Maha compartilhou sua história pessoal e a de seus irmãos e explicou o procedimento de naturalização facilitada pelo qual passou no Brasil, país que a acolheu em 2014.
Ao nascerem, Maha e os irmãos estavam em um limbo jurídico. Pelo fato de seus pais serem de religiões diferentes, eles não tiveram seu casamento registrado na Síria. Os filhos, que nasceram no Líbano, não foram reconhecidos como libaneses nem como sírios.
Sem pátria e documentação adequada, Maha e os irmãos encontraram no Brasil o local onde puderam reivindicar seus direitos humanos básicos. A Embaixada brasileira no Líbano foi a única que respondeu à solicitação de ajuda de Maha, concedendo à jovem e seus familiares um passaporte de entrada no país.
Maha e os irmãos se mudaram para o Brasil em 2014 e, dois anos depois, foram reconhecidos como refugiados, com direitos similares aos demais residentes no Brasil. Pela primeira vez, eles receberam um documento de identidade. Todos obtiveram o Registro Nacional de Estrangeiro, a primeira de uma série de benefícios que puderam ser conquistados com uma identificação formal. Mas a família continuava sem nacionalidade.
Infelizmente, o irmão de Maha morreu vítima de um assalto no Brasil. Mas ela e a outra irmã seguiram sua jornada no país e conseguiram que seu diploma universitário fosse revalidado pelo projeto da ONG Compassiva.
Ao longo desses anos, Maha se tornou apoiadora da campanha #IBelong. Ela atua como ativista da causa, trabalhando de maneira incansável pelo fim da apatridia e assumindo um papel de protagonista nas Américas e no mundo.
Em maio de 2016, como representante da juventude, foi a única pessoa apátrida a participar da primeira Cúpula Mundial Humanitária para inspirar e revitalizar o compromisso dos países com a erradicação da apatridia. Em maio de 2017, foi uma das oradoras principais de uma reunião de especialistas convocada pelo ACNUR, pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU e pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH).
Nas Américas, Maha Mamo tem participado de cursos regionais para sensibilizar servidores públicos, parlamentares, equipes do ACNUR e organizações da sociedade civil. Também teve um papel de destaque no encontro regional preparatório das Américas para a Reunião de Alto Nível sobre Apatridia, que acontecerá em Genebra em 2019.
Apatridia
A concessão de nacionalidade a Maha e Souad Mamo cumpre a promessa do Brasil de prevenir e erradicar a apatridia, conforme previsto pela Convenção da ONU sobre o Estatuto dos Apátridas (de 1954) e a Convenção da ONU para a Redução dos Casos de Apatridia (de 1961) – ambas promulgadas pelo país.
Este compromisso foi reafirmado pelo Plano de Ação Brasil de 2014, no qual a nação sul-americana estabeleceu, a partir de consultas regionais, o programa “Erradicação da Apatridia”. A iniciativa identificou os principais desafios e ações necessárias para que os objetivos fossem alcançados na década seguinte.
No mundo, a apatridia ocorre por várias razões, como discriminação contra minorias na legislação nacional, falha em reconhecer todos os residentes do país como cidadãos quando este país se torna independente e conflitos de leis entre países. Para o ACNUR, identificar e visibilizar as pessoas apátridas é fundamental para enfrentar os desafios que esses indivíduos enfrentam e permitir que os governos possam prevenir e reduzir o problema.
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Posted: 04 Oct 2018 08:45 AM PDT
Foto: ONU
Estão abertas as candidaturas para o Prêmio das Nações Unidas para o Serviço Público ( UNPSA), o mais prestigioso reconhecimento internacional para a excelência no serviço público.
O UNPSA premia desde 2003 as realizações criativas e contribuições de instituições de serviço público que levam a uma administração pública mais eficiente, inovadora e sensível em países em todo o mundo. Diversas iniciativas brasileiras já foram premiadas em edições anteriores ( confira aqui, em ‘Past winners’).
A edição atual conta com cinco categorias: (1) fornecer serviços inclusivos e equitativos para não deixar ninguém para trás; (2) garantir abordagens integradas nas instituições do setor público; (3) desenvolver instituições públicas eficazes e responsáveis; (4) promover a transformação digital em instituições do setor público; e (5) promover serviços públicos sensíveis ao gênero para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Podem ser nomeadas todas as organizações e agências públicas nos níveis nacional, estadual e municipal. Qualquer organização pode fazer uma nomeação, que não pode ser feita por pessoas físicas. As iniciativas devem ter sido implementadas há pelo menos dois anos, com impactos demonstráveis e devidamente documentados. A cerimônia de entrega do prêmio em 2019.
As candidaturas devem ser apresentadas online em https://publicadministration.un.org/en/UNPSA até o dia 30 de novembro de 2018. Neste mesmo link você encontra todas as respostas e detalhes sobre como enviar candidaturas, bem como o contato para eventuais dúvidas, que devem ser tiradas apenas com os organizadores do evento.
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Posted: 04 Oct 2018 07:18 AM PDT
Foto: Rede Esporte pela Mudança Social (REMS)
Para promover o potencial do esporte na prevenção da violência, o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime ( UNODC) lançou nesta semana a série de vídeos “Escolha o Esporte” — #ChooseSport, no original em inglês. Campanha apresenta histórias de treinadores, professores e jovens brasileiros que tiveram sua vida transformada pela prática de atividades esportivas.
Os entrevistados pela agência da ONU contam como aprenderam sobre disciplina e respeito por meio do esporte e do trabalho em equipe em centros de ensino e treinamento. Além de brasileiros, também serão divulgadas histórias de pessoas de outros países. A série faz parte do programa do UNODC “Vamos Nessa”, que usa atividades esportivas para diminuir comportamentos antissociais, criminalidade e uso de drogas.
A série “Escolha o Esporte” foi lançada para marcar o 2 de outubro, Dia Internacional da Não Violência. A data foi estabelecida pela ONU em homenagem ao ativista indiano Mahatma Gandhi, nascido no mesmo dia, em 1869. O líder pró-Independência fez da sua vida uma luta pela paz, combatendo a violência e a falta de cooperação entre os povos e promovendo o respeito aos direitos humanos e à justiça.
Inspirada no legado de Gandhi, a campanha do UNODC defende o poder do esporte para construir vidas, comunidades e um mundo mais pacífico.
O escritório das Nações Unidas convida todos a compartilhar mensagens nas redes sociais com a hashtag #ChooseSport. A agência chama os internautas a compartilhar as suas próprias histórias de superação por meio do esporte.
Assista abaixo ao primeiro episódio da série (com áudio em português e legendas em inglês). Para ver todos os vídeos, clique aqui.
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