Boletim diário da ONU Brasil: “Macron pede boicote comercial a países fora do Acordo de Paris” e 13 outros.
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ter, 25 de set 18:10 (Há 10 dias)
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Posted: 25 Sep 2018 01:38 PM PDT
Presidente da França, Emmanuel Macron, durante discurso na Assembleia Geral da ONU. Foto: ONU/Cia Pak
Em discurso nesta terça-feira (25) durante o primeiro dia do debate da Assembleia Geral da ONU, o presidente da França, Emmanuel Macron, pediu que países não assinem mais “acordos comerciais com as potências que não respeitam o Acordo de Paris”. O marco internacional visa combater as mudanças climáticas e limitar o aquecimento global a 2º C até o fim do século. Em 2017, os Estados Unidos anunciaram sua saída do tratado.
O chefe do Estado francês fez duras críticas ao avanço do unilateralismo no mundo e também ao que descreveu como “a lei do mais forte”. Esse modelo de ação frente às diferentes crises globais, explicou Macron, “nos conduz diretamente ao fechamento (sobre si mesmo) e ao conflito, à confrontação generalizada de todos contra todos”.
Lembrando as atuais tensões comerciais entre os países, o presidente da França disse que “um tratamento bilateral ou um novo protecionismo” não resolverão os desequilíbrios nas trocas entre as nações. A solução são “regras comuns, adaptadas à realidade de hoje e que permitam garantir condições de concorrência leais, iguais”, defendeu Macron.
Nascida de uma esperança, a ONU pode se tornar, como a Liga das Nações que a precedeu, um símbolo de impotência.
O governante propôs o fortalecimento do multilateralismo e dos direitos humanos, que são universais, mas encontram-se ameaçados por relativismos culturais.
Segundo Macron, existe “uma crise de eficácia e de princípios da nossa ordem mundial contemporânea, que não poderá funcionar como antes”. “Nascida de uma esperança, a ONU pode se tornar, como a Liga das Nações que a precedeu, um símbolo de impotência.”
Em sua avaliação, a Organização se vê muitas vezes “reduzida a deplorar as violações dos direitos que ela jurou garantir”. O cenário atual, em sua avaliação, é fruto das escolhas dos próprios chefes de Estado e Governo.
De acordo com o dirigente, episódios de genocídio no passado foram alimentados por discursos que voltam a se popularizar e aos quais a comunidade internacional está se acostumando cada vez mais. “Hoje, estamos vendo se enfraquecer o direito internacional, todas as formas de cooperação, como se tudo isso não valesse nada”, alertou Macron.
“Não aceitemos todas essas formas de unilateralismo. A cada dia, são mais páginas rasgadas, mais traições da nossa história.”
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Posted: 25 Sep 2018 01:22 PM PDT
Graça Machel (centro), viúva de Nelson Mandela, durante a Cúpula da Paz Nelson Mandela na Assembleia Geral, em 24 de setembro de 2018. Também estão na foto (da esquerda para a direita): secretário-geral da ONU, António Guterres; a presidente da Assembleia Geral, María Fernanda Espinosa Garcés; e a subsecretária-geral da ONU para a Departamento a Assembleia Geral e a Gestão de Conferências, Catherine Pollard. Foto: ONU/Cia Pak
A Assembleia Geral das Nações Unidas homenageou nesta segunda-feira (24) Nelson Mandela com a promessa de construir um mundo justo, pacífico e próspero, bem como reviver os valores pelos quais o ex-presidente sul-africano e ativista anti-apartheid se posicionou.
Na Cúpula da Paz de Nelson Mandela, realizada em Nova York, os Estados-membros adotaram a primeira resolução da 73ª sessão da Assembleia Geral, “comprometendo-se a demonstrar respeito mútuo, tolerância, compreensão e reconciliação em suas relações”.
“Resolvemos ir além das palavras na promoção de sociedades pacíficas, justas, inclusivas e não discriminatórias, ressaltando a importância da participação igualitária e do pleno envolvimento das mulheres e da participação significativa da juventude em todos os esforços para a manutenção e promoção da paz e da segurança”, afirma a resolução.
Os Estados-membros, muitos deles representados pelos seus chefes de Estado e de Governo, também reiteraram a importância da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e afirmaram que continuam empenhados em alcançar o desenvolvimento sustentável nas suas três dimensões – econômica, social e ambiental – de forma equilibrada e integrada.
“O desenvolvimento sustentável não pode ser realizado sem paz e segurança, e a paz e a segurança estarão em risco sem desenvolvimento sustentável. Reafirmamos nossa promessa de que ninguém será deixado para trás”, afirmou o documento.
Graça Machel, ativista de direitos humanos e viúva de Nelson Mandela, afirmou à ONU News que a vida e obra de Nelson Mandela é um lembrete sobre as razões que levaram à constituição das próprias Nações Unidas.
“Prevenir conflitos, resolver e acabar com conflitos. E ele [Mandela] representa o exemplo de como isso se pode fazer, mesmo nas condições mais difíceis. Ser capaz de reconhecer a necessidade de negociar, e negociar em boa fé. Aceitar a reconciliação, para que se possa construir uma nação unida. Esse é o significado desse dia para mim”, disse Machel.
Dirigindo-se à Cúpula, o secretário-geral da ONU, António Guterres, falou sobre a crescente pressão contra os direitos humanos em todo o mundo e pediu a todos que se inspirem na sabedoria, coragem e firmeza de Nelson Mandela para enfrentar os desafios.
“Essa é a única maneira de construir o mundo justo, pacífico e próspero previsto na Carta das Nações Unidas, na Declaração Universal dos Direitos Humanos e na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”, disse Guterres. “Madiba era um cidadão global cujo legado deve continuar nos guiando”, acrescentou.
A Cúpula da Paz coincide com o ano do centenário do nascimento de Mandela.
Inauguração da estátua de Nelson Mandela
No início do dia, uma estátua de Nelson Mandela foi inaugurada na sede da ONU por Guterres, com a presença de Matamela Cyril Ramaphosa, presidente da África do Sul, e María Fernanda Espinosa, presidente da atual sessão da Assembleia Geral.
Presenteada pela África do Sul para a ONU, a estátua em tamanho natural mostra Madiba com os braços estendidos e um sorriso largo e caloroso.
Da esquerda para a direita: Matamela Cyril Ramaphosa, presidente da África do Sul; María Fernanda Espinosa, presidente da Assembleia Geral; e o secretário-geral da ONU, António Guterres, inauguram a estátua de Nelson Mandela na sede da ONU em Nova Iorque. Foto: ONU/Cia Pak
No evento, Guterres destacou a humildade de Mandela como um marco de sua grandeza.
“Quando alcançou o ápice do poder como presidente de seu amado país, Madiba deu um exemplo que ainda ressoa pela África e pelo mundo – ele deixou o cargo depois de um mandato, confiante na durabilidade da recém-descoberta democracia sul-africana. Ele não perseguiu o poder pelo poder, mas simplesmente como um meio de serviço”, disse o chefe da ONU.
Também falando na inauguração, Espinosa relembrou o primeiro discurso histórico de Mandela na ONU, em 1994, no qual ele falou sobre a interdependência de todas as nações. Ela perguntou o que os líderes podem e devem fazer para garantir que democracia, paz e prosperidade prevaleçam em toda a parte.
“É minha esperança que a colocação desta estátua – dentro dos limites físicos do território da ONU – sirva de inspiração e lembrete a todos os Estados-membros”, acrescentou a presidente da Assembleia.
“Um lembrete de que nossas diferenças devem ser comemoradas; que nosso trabalho é total e sem reservas para as pessoas a quem servimos; e que nossos esforços, em qualquer forma que tomem, devem sempre ser guiados pela inspiração e pela promessa que Mandela nos deixou.”
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Posted: 25 Sep 2018 01:21 PM PDT
Jean-Pierre Lacroix, chefe de operações de paz da ONU – Foto: ONU/Eskinder Debebe
Por Jean-Pierre Lacroix (*)
As Forças de Paz das Nações Unidas permanecem uma das mais efetivas ferramentas para responder aos atuais desafios de segurança global e paz. Todos os dias, homens e mulheres que servem sob a bandeira da ONU colocam suas vidas em risco, protegendo milhares de civis, apoiando frágeis processos políticos e sustentando a paz. Eles têm sido bem-sucedidos em ajudar países como a Libéria e a Costa do Marfim a retornar à paz.
As Forças de Paz da ONU enfrentam desafios cada vez mais difíceis, incluindo ataques contra os capacetes azuis, mandatos complexos e apoio político desigual. Forças de Paz são essencialmente uma empreitada coletiva: uma parceria.
Elas só funcionam se todos os parceiros avançam e assumem sua parte, incluindo o Conselho de Segurança, países que contribuem com tropas e polícia, o Secretariado da ONU, organizações regionais e países anfitriões. Necessitamos de ação coletiva forte se quisermos ter sucesso ao lidar com estes desafios.
É por isto que o secretário-geral da ONU, António Guterres, lançou a iniciativa Ação para Forças de Paz (A4P) em 28 de março: para reforçar estes compromissos e nos ajudar a ter êxito em campo, onde importa mais.
Depois de intensas consultas com todos os Estados-membros, assim como organizações intergovernamentais, o secretário-geral apresentou um documento de Compromissos Compartilhados para endosso de todos os Estados-membros.
Esta Declaração elenca uma série de compromissos mútuos que objetivam a concretamente melhorar o impacto e a efetividade de nossas operações: maior apoio para esforços políticos, sério compromisso de aprimorar treinamento, equipamento e performance, além de parcerias mais fortes.
Da nossa parte, já começamos a implementar uma série de ações. Elas incluem melhorar a performance, a lógica e o apoio de nossas Forças de Paz ao implementar nosso Plano de Ação em segurança e proteção dos capacetes azuis da ONU.
Muito trabalho precisa ser feito, mas já temos visto os efeitos de nossos esforços coletivos.
Neste ano, 17 soldados das forças de paz perderam suas vidas em função de atos de violência, contra 26 no mesmo período do ano passado. Embora isto represente uma diminuição considerável, devemos permanecer vigilantes contra ameaças contínuas. Cada um e todo capacete azul assassinado representa muitos.
Em muitas de nossas missões, os soldados estão respondendo mais efetivamente a ameaças e ataques. Recentemente retornei do Mali e vi, em primeira mão, as mudanças positivas feitas pela MINUSMA (Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização do Mali). Muitos de nossos acampamentos estão melhor protegidos graças ao uso de sistemas mais avançados para detectar ameaças. Em lugares como Aguelhok e Tessalit, nossos soldados estão conduzindo mais patrulhas para proteger populações, apesar dos enormes perigos.
Mudar a lógica e aprimorar a preparação das tropas está ajudando a limitar significativamente as baixas durante os ataques, como o que ocorreu em nossa base em Timbuktu, em abril, quando os agressores encontraram uma resposta firme.
Também temos adotado uma série de revisões independentes nas Missões de Paz para avaliar mandatos e determinar se temos estratégias e recursos apropriados para alcançar nossos objetivos.
Estamos fortalecendo cooperação com parceiros importantes, especialmente a União Africana e a União Europeia. Apesar de nosso completo comprometimento em implementar estas iniciativas, as Forças de Paz da ONU não poderão ter sucesso sem o engajamento de nossos parceiros.
Fortalecer as Forças de Paz significa também ajudar os países que nos oferecem tropas e polícia, incluindo apoiar necessidades de treinamento para garantir a instalação de pessoal equipado e preparado para exercer suas tarefas.
Da mesma maneira, Estados-membros também são fundamentais para nossos esforços de aumentar o número de mulheres em todos os níveis nas Forças de Paz. Mais mulheres significa uma Força de Paz mais efetiva. As mulheres representam apenas 21% de nosso efetivo e devemos coletivamente fazer mais.
Garantir que todo o efetivo das Nações Unidas mantenha os mais altos padrões de conduta deve estar no centro de nossos esforços coletivos. Nos últimos anos, temos fortalecido a responsabilidade e a transparência, aumentado o conhecimento e dado maior apoio para as vítimas. No entanto, devemos continuar a trabalhar em parceria com os Estados-membros, que possuem a autoridade para responsabilizar todas as categorias de efetivo por conduta criminal.
Estamos comprometidos em fazer o nosso papel para fortalecer as Forças de Paz. A Declaração de Compromissos Compartilhados que mais de 135 países já assinaram (e permanece aberta para mais apoios) é um importante e significativo primeiro passo. Mas precisamos coletivamente implementá-la em campo, onde ela é mais importante e onde as pessoas mais contam conosco.
As Forças de Paz atuam nos lugares mais complexos e difíceis, protegendo os mais vulneráveis. Para centenas de milhões, elas são a última melhor esperança. Elas precisam de todo o nosso apoio.
(*) Subsecretário-geral para Operações de Paz da ONU
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Posted: 25 Sep 2018 12:28 PM PDT
Palácio do Itamaraty, em Brasília (DF). Foto: Agência Brasil/Wilson Dias
O Instituto Rio Branco (IRBr), com apoio institucional da Cátedra OMC no Brasil, lançou na segunda-feira (24) o Prêmio Bruno Guerra Carneiro Leão de Monografias em Direito do Comércio Internacional, com o objetivo de estimular o interesse de estudantes e profissionais brasileiros pelo direito do comércio internacional, mediante a seleção e a premiação de monografias.
A Cátedra OMC (Organização Mundial do Comércio) no Brasil é sediada no Centro de Estudos do Comércio Global e Investimento da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (CCGI-EESP/FGV).
A iniciativa homenageia o diplomata brasileiro Bruno Guerra Carneiro Leão, morto em 2017 e que se notabilizou em sua carreira no Itamaraty como conhecedor dos temas do comércio internacional, tendo atuado nas áreas afins na Secretaria de Estado e servido, entre outros postos, na delegação junto à OMC em Genebra, de 2008 a 2011.
Para concorrer, estudantes matriculados em instituição de ensino superior ou profissionais com diploma de graduação ou pós-graduação deverão submeter a uma banca examinadora — formada por profissionais com conhecimento especializado em direito do comércio internacional e áreas correlatas — uma monografia inédita de, no máximo, 50 páginas, relacionada ao tema “O Brasil e as Questões Contemporâneas do Direito do Comércio Internacional”.
Os três primeiros colocados receberão certificados e terão suas monografias publicadas em meio eletrônico pela Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG). O primeiro colocado poderá ser convidado, a critério do Ministério das Relações Exteriores, a participar de visita acadêmica à Delegação do Brasil junto à Organização Mundial do Comércio e outras Organizações Econômicas em Genebra, em programa de estágio junto à Divisão de Contenciosos Comerciais do Ministério das Relações Exteriores, ou, ainda, em programa de estágio junto à Cátedra da OMC no Brasil, sediada em São Paulo.
As monografias e documentos requeridos devem ser encaminhados entre 5 de novembro e 15 de fevereiro de 2019 (até às 23h59, horário de Brasília) para o endereço eletrônico: premiobgcl@itamaraty.gov.br, com o título do e-mail: “Prêmio BGCL”.
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Posted: 25 Sep 2018 12:23 PM PDT
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Posted: 25 Sep 2018 12:02 PM PDT
Diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), Carissa F. Etienne. Foto: UNIC Rio/Brenno Felix
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) tem colaborado com seus Estados-membros para promover a meta de saúde universal desde 2014, quando ministros de todos os países das Américas endossaram coletivamente esse objetivo.
O marco para essas atividades é conhecido como estratégia de atenção primária à saúde (APS), mas abarca muito mais do que o primeiro nível de atenção.
“A atenção primária à saúde é uma abordagem estratégica para desenvolver, organizar e financiar sistemas e serviços de saúde equitativos, sustentáveis e centrados em pessoas, famílias e comunidades”, disse diretora da OPAS, Carissa F. Etienne, ao apresentar o Relatório Anual de 2018 aos ministros da saúde reunidos no 56º Conselho Diretor da Organização.
A publicação do relatório deste ano, intitulado “Atenção Primária à Saúde: a hora é agora”, coincide com o 40º aniversário da Conferência Internacional sobre Atenção Primária de Saúde, realizada em 1978 em Alma-Ata, Cazaquistão.
O evento chamou os países a alcançarem “saúde para todos até o ano 2000” e endossou a abordagem da atenção primária à saúde como o melhor meio para atingir essa meta.
“Essa conferência internacional histórica, há 40 anos, forneceu uma estratégia para o desenvolvimento humano e social e deu ao mundo a APS como uma abordagem e uma estratégia para a saúde e o bem-estar e também para o desenvolvimento dos sistemas de saúde”, escreveu Etienne na introdução do documento.
O Relatório Anual da diretora descreve a cooperação técnica da OPAS com os Estados-membros entre agosto de 2017 e junho de 2018, no marco da atenção primária à saúde.
Apresenta exemplos que vão desde o apoio à implementação de rotas nacionais de saúde com foco na APS até o monitoramento do progresso de cada país na eliminação de obstáculos ao acesso para grupos em situação de vulnerabilidade.
“Para não deixar ninguém para trás, temos que avançar com celeridade para fortalecer o enfoque da atenção primária de saúde: promover e proteger a saúde, eliminar as barreiras para o acesso, dar voz àqueles que não estão sendo ouvidos, possibilitar a participação social, a ação do governo, o trabalho intersetorial e multissetorial e a defesa dos direitos”, complementou Etienne.
O apoio da OPAS aos países que iniciaram ou aprofundaram as reformas foi destinado a fortalecer o primeiro nível de atenção, mas também a melhorar a organização, gestão e financiamento dos sistemas de saúde em geral, aumentando assim sua eficácia, eficiência e sustentabilidade.
Também detalha os esforços concentrados no atendimento das necessidades especiais de grupos vulneráveis, como indígenas e afrodescendentes, migrantes, adolescentes, idosos, pessoas LGBT, mulheres e crianças.
Outros exemplos específicos de cooperação técnica da OPAS descritos no relatório são: apoio a 17 países para fortalecer seus sistemas de financiamento da saúde; cooperação técnica junto a oito países para a implementação de redes integradas de prestação de serviços de saúde.
Também incluem implementação acelerada da iniciativa “Zero Morte Materna por Hemorragia”, que procura reduzir a lacuna de equidade na mortalidade materna em dez países em que as mulheres correm maior risco de morrer durante o parto; apoio à criação de comissões intersetoriais locais que proporcionem aos pais, professores, estudantes, vizinhanças, vendedores ambulantes, profissionais e outros a oportunidade de desempenhar um papel ativo na tomada de decisões em saúde.
O documento também cita o apoio do Fundo Rotativo da OPAS para países das Américas adquirirem vacinas; coordenação com 17 países para troca de alertas de farmacovigilância; compilação de evidências sobre o impacto das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) no desenvolvimento social e econômico para as autoridades de saúde usarem na defesa com chefes de estado e ministérios responsáveis por finanças; cooperação técnica destinada a fortalecer a capacidade laboratorial nos países da região.
A OPAS também forneceu, durante o período delimitado pelo relatório, importante assistência aos países membros após os furacões Irma e Maria em 2017, que bateram recordes por sua gravidade no Caribe, e após a erupção do vulcão de Fuego em 2018, na Guatemala, ajudando as autoridades de saúde a atender às necessidades das comunidades afetadas.
Esse apoio complementou os esforços contínuos no Caribe e em outros lugares da região destinados a fortalecer a preparação para desastres, como os sistemas de alerta oportuno e resposta rápida, bem como para reduzir os riscos no setor da saúde por meio da iniciativa de Hospitais Inteligentes da OPAS.
“Estou confiante de que todas as nossas partes interessadas verão neste relatório as muitas maneiras pelas quais os programas de cooperação técnica e a liderança em saúde da OPAS estão ajudando a aproximar nossa região do sonho de ter ‘saúde para todos’”, afirmou Etienne.
O Conselho Diretor reúne ministros da saúde e delegados de alto nível dos Estados-membros da OPAS/OMS em Washington, nos Estados Unidos, para discutir e analisar políticas regionais de saúde e estabelecer prioridades para cooperação técnica e colaboração entre países.
Novos desafios pedem soluções inovadoras
A reunião de ministros da Saúde da OPAS teve início com apelo aos países para melhorar o trabalho colaborativo a fim de enfrentar os desafios, reduzir as desigualdades e garantir que “ninguém fique para trás”.
Apesar dos sucessos e marcos históricos alcançados em saúde pública nas últimas décadas, a região das Américas enfrenta desafios que colocam em risco suas realizações e, potencialmente, diminuem sua capacidade de superar novos e emergentes desafios, disse Etienne durante a cerimônia de abertura do 56º Conselho Diretor da Organização.
Saiba mais em inglês ou espanhol.
Pessoas com Alzheimer e acesso aos serviços de saúde
A OPAS e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) conclamaram os países a tomarem as medidas necessárias para garantir que as pessoas com a doença de Alzheimer tenham acesso aos cuidados, serviços e tratamento médico.
Essa enfermidade é responsável por quase 70% dos casos de demência, uma síndrome crônica que gradualmente provoca deterioração da função cognitiva.
Atualmente, 46,8 milhões de pessoas vivem com Alzheimer ou outras formas de demência no mundo. O número de pessoas que sofrem com demência deve passar dos 75 milhões até 2030. Até lá, estima-se que cerca de 15 milhões de pessoas nas Américas estarão sofrendo com essa enfermidade.
Saiba mais em inglês ou espanhol.
Raiva persiste em quatro países da América Latina e do Caribe
Casos de raiva em cães e humanos diminuíram 95% na região das Américas nos últimos 35 anos. Em 2017, apenas 19 casos foram registrados na Bolívia, Guatemala, Haiti e República Dominicana.
As Américas estão avançando em direção à eliminação. “Ninguém deveria morrer por uma doença que é 100% evitável por uma vacina”, disse Ottorino Cosivi, diretor do Centro Pan-Americano de Febre Aftosa (Panaftosa) no Brasil.
“Eliminar todas as mortes humanas por raiva transmitida por cães até 2030 é uma meta alcançável para nossa região”.
Saiba mais em inglês ou espanhol.
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Posted: 25 Sep 2018 11:50 AM PDT
Oficina de lambes “Direitos Sexuais e Reprodutivos e Intervenção Urbana” foi uma das atividades da conferência internacional. Foto: UNFPA Brasil/Débora Klempous
Conexões, troca de experiências, empatia, resiliência e sororidade. Essas foram as palavras que guiaram as atividades promovidas pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) durante a 4ª Conferência Internacional SSEX BBOX – Sexualidade Fora da Caixa, realizadas em São Paulo na sexta-feira (21). No evento, o UNFPA e outras agências da ONU organizaram debates sobre direitos sexuais e reprodutivos e atividades interativas com o público.
A primeira atividade foi a roda de conversa “Sem Fronteiras: Mulheres LBT em Trânsito”, onde foram debatidos os desafios para que os direitos humanos da população LGBTI em situações de migração e refúgio sejam respeitados, em especial os direitos sexuais e reprodutivos.
A segunda atividade, denominada “Direitos Sexuais e Reprodutivos e Intervenção Urbana”, foi uma oficina de lambes que ajudou a mostrar uma forma de intervenção urbana mais segura para as mulheres. No mesmo dia, também foi realizado o workshop “Livres e Iguais: 5 padrões de conduta para empresas no enfrentamento ao preconceito com pessoas LGBTI”.
A roda de conversa foi promovida pelo UNFPA e pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), com apoio do Escritório do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (ACNUDH), no âmbito da Livres & Iguais – a campanha das Nações Unidas pela igualdade de direitos da população LGBTI. A oficina de lambes foi promovida pelo UNFPA, com apoio do ACNUDH, e o workshop por ACNUDH, com apoio de UNFPA e ACNUR.
Para a roda de conversa, foram convidadas mulheres transexuais, bissexuais e lésbicas em situação de migração e refúgio. Também participaram representantes do coletivo LGBT+Movimento, por meio da Redes de Afeto para Deslocades, Migrantes e Refugiades LGBTTQIA+, e da Rede de Mulheres Imigrantes Lésbicas e Bissexuais (MILBI). No total, cerca de 20 participantes estiveram na roda de conversa.
Muitas das pessoas que vêm para o Brasil como refugiadas ou migrantes fogem de situações de violência e violação de direitos também por serem LGBTI. Buscando amenizar problemas causados por essa situação, Redes de Afeto para Deslocades, Migrantes e Refugiades LGBTTQIA+ tem sido criadas com apoio do coletivo LGBT+Movimento, desde julho de 2017. A ideia é sensibilizar e articular redes que facilitem a integração e o acolhimento dessas pessoas quando chegam ao Rio de Janeiro, além de promover o conhecimento das políticas públicas voltadas para essa população e incentivar a denúncia sobre situações de violação de direitos.
Nas redes, pessoas LGBTI migrantes e refugiadas podem compartilhar os motivos de seus deslocamentos e experiências de violência. Em troca, encontram apoio para superar as dificuldades e espaço para conhecer seus direitos. “Essas pessoas existiam, mas ficavam em um não-lugar. Com as redes, buscamos visibilizar o tema e divulgar um pouco do que está acontecendo no resto do mundo”, destaca uma das fundadoras, Marina Siqueira. “Buscamos explicar o que está na lei, mas como acontece na prática”, completa.
Para pessoas nessa situação, “alugar uma casa é muito difícil, fazer um contrato é muito difícil”, pontua outra representante da iniciativa, Nathália Antonucci. Ela também destaca a importância de locais informais de encontro e apoio para que as pessoas consigam se expressar e buscar conforto. “É na informalidade que a gente fala das nossas dores, daquilo que a gente está precisando falar”, ressalta.
Já a Rede de Mulheres Imigrantes Lésbicas e Bissexuais (MILBI), criada em 2017 em São Paulo, busca fortalecer mulheres cis ou transgêneras vindas de outros países que sejam lésbicas e bissexuais, e que, muitas vezes, tem de lidar com desafios envolvendo questões migratória, de gênero e de sexualidade. Segundo a migrante Maria Paula Rodriguez, representante da MILBI, as mulheres deslocadas necessitam sentir-se representadas e acolhidas. “Se ser mulher lésbica no Brasil, sendo brasileira, já é difícil, ser uma mulher lésbica migrante, refugiada ou apátrida é um desafio ainda maior”, relata.
História de Vida
Para contar as histórias destas pessoas de maneira fiel e retirá-las da invisibilidade social, Keyllen Nieto observa a importância da construção de narrativas humanizadas. “Nossas experiências são atravessadas pelas multiplicidades e muitas vezes não são apresentadas todas as formas de ser. Na experiência de migração, mulheres estão sujeitas a experiência como o racismo, machismo e homofobia, o que nos torna uma minoria social ainda mais vulnerável”, relata a migrante.
“Sofri agressões de todos os tipos no meu país. Eu e minha namorada já fomos presas pela polícia”, lembra a moçambicana Lara Lopes. Segundo ela, a maneira como se vestia, fora dos padrões estabelecidos para as mulheres, causava, e ainda causa, muito estranhamento e constrangimentos.
“Procurava emprego e não conseguia pela forma como me vestia. As pessoas queriam saber porque eu me vestia dessa forma”, diz. Lopes mostra que não estar nos padrões esperados também refletiu em sua sexualidade. “Minha mãe não falava sobre sexualidade comigo, não tinha com quem conversar. E para ser quem sou, eu tive que sair do meu país, eu tive que deixar meu país”.
Oficina de arte urbana
Também pensando no direito das mulheres lésbicas de ir e vir, de manifestar afeto e ter sua liberdade garantida, a roda de conversa foi seguida por uma oficina de lambe, uma vertente da arte de rua que utiliza cartazes como intervenção urbana.
A ação “Direitos Sexuais e Reprodutivos e Intervenção Urbana” foi promovida pelo UNFPA e pela campanha Livres & Iguais em parceria com Julianna Motter, representante da @velcrocheque. Na ocasião, as mulheres puderam transformar suas experiências em cartazes com mensagens que representam suas inquietações e particularidades.
“A rua apresenta vários riscos para as mulheres e o lambe é uma intervenção um pouco mais segura porque é rápida de fazer: você não fica exposta na rua por muito tempo. Então, você consegue intervir com algo muito relevante de maneira muito mais rápida e segura em comparação a outros tipos de intervenção, como o grafite, por exemplo”, explica a artista Julianna Motter.
“O que eu acho legal sobre a intervenção urbana, e especialmente o lambe, é que ajuda a criar um léxico sobre afetos e sexualidades diversas no espaço urbano – especialmente a lésbica, que acaba tendo uma relação de brincadeira entre lambe / lamber / colar e as práticas de mulheres que se relacionam com outras mulheres”, completa.
Segundo Irina Bacci, analista para assuntos humanitários do UNFPA Brasil, a experiência da 4ª Conferência Internacional SSEX BBOX reforça os ideais das Nações Unidas de não deixar ninguém para trás.
“Falar sobre saúde sexual e reprodutiva para todas as mulheres, independentemente da orientação sexual, é fundamental para garantir os direitos mais básicos para as brasileiras, as migrantes e qualquer mulher ao redor do mundo. Ao afirmar que toda mulher merece ter seu corpo e suas escolhas respeitadas, certificamos que estamos em busca de meios para que a Agenda 2030 do Desenvolvimento Sustentável seja atingida”, afirma.
A 4ª Conferência Internacional SSEX BBOX – Sexualidade Fora da Caixa aconteceu entre os dia 20 a 23 de setembro, em São Paulo (SP). O encontro anual reuniu pesquisadores, acadêmicos, ativistas, artistas, trabalhadores sexuais e pessoas que vivenciam questões relativas ao gênero e à sexualidade.
Em suas atividades, o evento incluiu atrações musicais, expressões artísticas, exposições, apresentações de trabalhos acadêmicos, palestras, mostra de filmes, feiras e shows. Com entrada gratuita em todos os dias, milhares de pessoas tiveram a oportunidade experienciar um ambiente de acolhimento e proteção, diferentemente do que é vivenciado no cotidiano.
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Posted: 25 Sep 2018 11:49 AM PDT
Presidente norte-americano Donald Trump durante pronunciamento no debate geral da 73ª sessão da Assembleia Geral. Foto: ONU/Cia Pak
Em pronunciamento no debate geral da ONU, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (25) que o país “sempre escolherá a independência” no lugar da governança global. O chefe do Estado norte-americano disse que não dará apoio nem reconhecimento ao Tribunal Penal Internacional (TPI). Trump também criticou o Conselho de Direitos Humanos, que descreveu como um “grave constrangimento” para as Nações Unidas. O governante reiterou a decisão de não participar do novo pacto da ONU sobre migração.
Sobre a atuação do TPI, criado em 1998 para investigar e punir crimes de guerra, o presidente disse que a corte “não tem legitimidade ou autoridade”. A instituição julgou os envolvidos no genocídio de Ruanda e em atrocidades na antiga Iugoslávia. O organismo avalia a possibilidade de investigar crimes de guerra de oficiais estadunidenses no Afeganistão.
“Nunca vamos entregar a soberania da América a uma burocracia global não eleita, que não presta contas. A América é governada por americanos. Rejeitamos a ideologia do globalismo e abraçamos a doutrina do patriotismo”, acrescentou Trump.
Analisando a resposta de países aos fluxos migratórios no mundo e na América Latina, o chefe de Estado disse que “a única solução de longo prazo para a crise de migração é ajudar as pessoas a construir futuros mais esperançosos em seus países de origem”. A resposta adequada, segundo o dirigente, é “tornar os países (dos migrantes) grandes novamente”, disse, lembrando o mote de sua campanha presidencial e de seu programa de governo.
A América é governada por americanos. Rejeitamos a ideologia do globalismo e abraçamos a doutrina do patriotismo
No mesmo discurso, Trump informou a audiência da Assembleia Geral de que os Estados Unidos já começaram a construção de um muro na fronteira com o México. “Acreditamos que, quando países respeitam os direitos de seus vizinhos e defendem os interesses de seus povos, eles podem trabalhar melhor juntos para proteger as bênçãos da segurança, prosperidade e paz”, afirmou o presidente.
Em comentário sobre a guerra na Síria e a consequente migração forçada de refugiados para países vizinhos, o líder norte-americano ressaltou que “a política mais compreensiva, como vemos na Jordânia, é colocar os refugiados o mais perto possível de suas casas, para facilitar seu eventual retorno para o processo de reconstrução”.
“Reconhecemos o direito de todas as nações nesta sala de definir sua própria política de imigração, em acordo com seus interesses nacionais. Assim como pedimos a outros países que respeitem nosso próprio direito de fazer o mesmo”, ressaltou Trump.
“Essa é uma das razões pelas quais os Estados Unidos não participarão do novo pacto global sobre migração. A migração não deve ser governada por um órgão internacional, que não presta contas aos nossos cidadãos.”
“Os Estados Unidos não vão te dizer como viver ou como trabalhar ou como rezar. Só lhes pedimos que honrem a nossa soberania”, enfatizou o presidente, que afirmou desejar um futuro de “patriotismo, prosperidade e orgulho” para todos os países-membros da ONU.
Comércio internacional
Trump atacou o atual sistema de comércio mundial, ressaltando que mais nenhum país vai “tirar vantagem” dos Estados Unidos. “Por décadas, os Estados Unidos abriram sua economia, a maior até hoje na Terra, com poucas condições. Permitimos que produtos estrangeiros de todo o mundo passassem livremente por nossas fronteiras. No entanto, outros países não nos garantiram em troca o acesso justo e recíproco aos seus mercados”, criticou o presidente.
Segundo o dirigente, o Estado norte-americano perdeu mais de 3 milhões de empregos na indústria e quase 25% dos postos de trabalho na siderurgia, além de fechar 60 mil fábricas — isso teria acontecido desde que a China entrou para a Organização Mundial do Comércio (OMC).
A América nunca vai pedir desculpas por proteger seus cidadãos.
Na avaliação do presidente, outros países-membros da OMC violam abertamente os princípios e regras do organismo internacional, praticando dumping, transferências forçadas de tecnologia e roubo de propriedade intelectual, sem, no entanto, serem penalizados.
“Esses dias acabaram. Não vamos mais tolerar tal abuso. Não permitiremos que nossos trabalhadores sejam vítimas, que nossas empresas sejam passadas para trás e que nossa riqueza seja saqueada e transferida. A América nunca vai pedir desculpas por proteger seus cidadãos”, disse Trump.
Coreia do Norte: sanções continuarão até desnuclearização
Sobre a situação na Península Coreana, Trump afirmou que os recentes esforços diplomáticos conseguiram substituir o “espectro de conflito (na região) por um novo e ousado impulso pela paz”.
“Os mísseis e foguetes não estão mais voando em todas as direções. A testagem nuclear foi suspensa. Algumas instalações militares já estão sendo desativadas. Nossos reféns foram soltos”, disse Trump, que agradeceu ao chefe do Estado norte-coreano Kim Jong Un, mas alertou que “muito trabalho ainda precisa ser feito”.
“As sanções continuarão vigentes até que a desnuclearização ocorra”, ressaltou o presidente estadunidense.
Síria: Estados Unidos ‘vão reagir’ a novos ataques químicos
Segundo Trump, a contínua tragédia na Síria é “desoladora”. “Nossos objetivos compartilhados têm de ser a diminuição do conflito militar, junto com uma solução política que honre a vontade do povo sírio. Nessa linha, pedimos com urgência que o processo de paz liderado pela ONU seja revigorado”, afirmou o dirigente.
“Mas, fiquem certos, os Estados Unidos vão reagir se armas químicas forem utilizadas pelo regime de Assad”, completou o presidente norte-americano.
Trump pede isolamento contra o Irã
Trump pediu que os países-membros da ONU isolem o regime do Irã enquanto as lideranças do país continuarem com agressões contra a população, outros países do Oriente Médio e os Estados Unidos. O Estado norte-americano se retirou em maio último do acordo nuclear que previa o fim do programa iraniano de armamentos atômicos e também a eliminação de sanções econômicas contra a nação.
Chamando o governo de Teerã de uma “ditadura corrupta” e acusando seus líderes de buscarem apenas “caos, destruição e morte”, Trump informou que Washington já lançou uma campanha de “pressão econômica”, a fim de evitar que o Irã obtenha recursos para implementar sua “agenda sangrenta”. De acordo com o presidente norte-americano, o país do Oriente Médio é responsável por patrocinar o terrorismo em diferentes países da região e financiar massacres na Síria e no Iêmen.
“No mês passado, começamos a reimpor duras sanções nucleares que haviam sido anuladas pelo acordo do Irã. Novas sanções voltarão a entrar em vigor em 5 de novembro, e mais virão. Estamos trabalhando com países que importam o petróleo bruto iraniano para que cortem substancialmente suas aquisições”, completou Trump.
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Posted: 25 Sep 2018 09:31 AM PDT
O presidente brasileiro, Michel Temer, abriu nesta terça-feira (25) o debate geral da 73ª reunião da Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque, no qual destacou os desafios para a defesa da integridade da ordem internacional e a necessidade de um pacto global para migrantes e refugiados.
Segundo o presidente brasileiro, persistem desafios como violações às normas internacionais que protegem os indivíduos em sua dignidade. “Na América Latina, o Brasil tem trabalhado pela preservação da democracia e dos direitos humanos. Seguiremos junto a tantos outros países ao lado de nossos povos irmãos, que tanto tem sofrido”, declarou.
Para Temer, o diálogo e a solidariedade estão na origem do Pacto Global sobre Migração, já aprovado e cujo objetivo é gerenciar melhor a migração internacional, enfrentar seus desafios, fortalecer os direitos dos migrantes e contribuir para o desenvolvimento sustentável.
“Contam-se mais de 250 milhões de migrantes em todo o mundo, trata-se de homens, mulheres e crianças que ameaçados por crises que se prolongam são levados a tomar a difícil e arriscada decisão de deixar seus países. É nosso dever protegê-los, e é esse o dever do Pacto Global sobre Migração”, disse Temer.
“Agora, cabe-nos concluir as negociações do Pacto Global sobre Refugiados. Na América do Sul, estamos em meio a uma onda migratória de grandes proporções. Estima-se que mais de 1 milhão de venezuelanos já deixaram seu país em busca de novas condições de vida.”
“O Brasil tem recebido todos os que chegam ao nosso território, são dezenas de milhares a quem procuramos dar toda a assistência com a colaboração do Alto Comissariado da ONU para Refugiados construímos abrigos para ampará-los da melhor maneira.”
O secretário-geral da ONU, António Guterres (à direita), se reúne com Michel Temer, presidente do Brasil, antes da abertura do debate geral da Assembleia Geral da ONU, em 25 de setembro de 2018. Foto: ONU/Rick Bajornas
Temer lembrou também a interiorização que tem sido feita para enviar venezuelanos que se candidatam voluntariamente a se dirigir a outras regiões do país. “Emitimos documentos que os habilitam a trabalhar no país, oferecemos escolas para as crianças, vacinação e serviços de saúde para todos. Mas sabemos que a solução para a crise virá quando nosso a Venezuela encontrar o caminho do desenvolvimento”, disse.
“No Brasil, temos orgulho de nossa tradição de acolhimento. Somos um forço forjado na diversidade. Há um pedaço do mundo em cada brasileiro.”
Temer também fez uma defesa da integridade da ordem internacional — ordem que, segundo ele, por mais imperfeita, tem servido às maiores causas da humanidade. “Os desafios à integridade da ordem internacional são muitos. Vivemos tempos toldados por forças isolacionistas. Reavivam-se velhas intolerâncias. As recaídas unilaterais são cada vez menos a exceção”.
“Mas esses desafios não devem, nem podem, nos intimidar. Isolacionismo, intolerância, unilateralismo. A cada uma dessas tendências, temos que responder com o que os nossos povos têm de melhor. Pois a primeira dessas tendências, o isolacionismo, o Brasil responde com mais abertura, com mais integração”, disse o presidente brasileiro.
“O Brasil sabe que nosso desenvolvimento comum depende de mais fluxos internacionais de comércio e investimentos. Depende de mais contato com novas ideias, com novas tecnologias. É na abertura ao outro e não na introspecção e no isolamento, que construiremos uma prosperidade efetivamente compartilhada.”
“Também ao desafio da intolerância, o Brasil tem respondido de forma decidida. Com diálogo e solidariedade. São o diálogo e a solidariedade que nos inspiram a honrar, a cada novo momento, a honrar a Declaração Universal dos Direitos Humanos.”
“Tornar realidade esse documento, que em breve completará sete décadas, é imperativo, que demanda atenção e ação permanentes. Em nome dos direitos humanos, muito já fizemos, governos, instituições, indivíduos da altura do brasileiro Sergio Vieira de Mello, cuja memória faço questão de homenagear nesses 15 anos de sua trágica morte”, disse Temer.
Encontro com secretário-geral da ONU
O presidente brasileiro também reuniu-se com o secretário-geral da ONU, António Guterres, que endossou o importante papel do Brasil no apoio ao multilateralismo e a cooperação do país com a ONU em questões globais e regionais.
Segundo comunicado emitido pelo porta-voz de Guterres, o secretário-geral das Nações Unidas manifestou apreço pela longeva contribuição brasileira com as forças de paz da ONU e com os esforços de construção de paz na Guiné-Bissau.
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Posted: 25 Sep 2018 08:51 AM PDT
Sede do Tribunal Penal Internacional, em Haia, na Holanda. Foto: ONU/Rick Bajornas
O presidente do Tribunal Penal Internacional (TPI), Chile Eboe-Osuji, lamentou na segunda-feira (24) a recente ameaça do conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Bolton, que afirmou que o país poderia proibir a entrada de juízes e promotores do organismo mundial no território norte-americano, caso a entidade decidisse investigar crimes de guerra cometidos por oficiais estadunidenses no Afeganistão. Pronunciamento de Bolton foi “infeliz”, avaliou o magistrado em entrevista à ONU.
Em visita à sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, Eboe-Osuji falou sobre as recentes declarações de Bolton, que teria dito que o TPI é uma “corte ilegítima”. O assessor do governo de Donald Trump também afirmou que poderia prender e banir do país as autoridades do tribunal. “É um fato infeliz que esse tipo de ameaça tenha sido feito”, avaliou o juiz.
O presidente da instituição internacional lembrou que o mundo continua sendo palco de conflitos e consequentes atrocidades — como genocídios, crimes contra a humanidade e crimes de guerra. O TPI foi criado em 1998, com a adoção do Estatuto de Roma, para investigar e levar à justiça os autores dessas violações. “A humanidade clama por justiça”, enfatizou Eboe-Osuji.
“Não podemos nos distrair (dessa missão) por quaisquer razões pelas quais algumas pessoas ficam irritadas com o que o tribunal faz”, acrescentou o magistrado.
“O Tribunal continuará fazendo o seu trabalho.”
Segundo o magistrado, é importante “que todos tenham em mente que existem fortes mecanismos no contexto do Estatuto de Roma que garantem que não haja processos injustos contra ninguém”.
“Não há necessidade de ninguém se exaltar no começo de um processo, mesmo antes de qualquer exame ou investigação preliminar ter começado”, completou Eboe-Osuji.
O presidente do tribunal defendeu ainda que “o mundo precisa dos Estados Unidos no TPI (especialmente) porque eles têm um longo histórico e experiência em apoiar esses tipos de esforços para lidar com violações (de direitos)”.
De acordo com Eboe-Osuji, o Judiciário norte-americano “abriu o caminho” para os trabalhos do Tribunal de Nuremberg, responsável por investigar os crimes cometidos durante a Segunda Guerra Mundial. “Os Estados Unidos (também) tiveram um papel central ao insistir que a justiça fosse feita em situações de pós-conflito” no caso da antiga Iugoslávia, do genocídio em Ruanda e da guerra civil em Serra Leoa, afirmou o jurista.
“Queremos que eles (os EUA) venham para o TPI para fazer o mesmo. Eles sabem como fazer isso, eles sabem como dar assistência”, assinalou o magistrado, que disse que problemas coletivos precisam de um esforço coletivo.
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Posted: 25 Sep 2018 08:35 AM PDT
Secretário-geral da ONU, António Guterres, apresenta seu relatório anual sobre o trabalho da Organização antes da abertura dos debates gerais da Assembleia Geral. Foto: ONU/Cia Pak
Em um mundo em que a confiança — nas instituições nacionais, entre Estados e na ordem global baseada em regras — está em ruptura, o secretário-geral da ONU, António Guterres, preparou nesta terça-feira (25) o terreno para o 73º debate geral das Nações Unidas com um apelo para reconstruir a solidariedade, reparar a confiança e revigorar o espírito do multilateralismo.
“Como guardiões do bem comum, também temos o dever de promover e apoiar um sistema multilateral reformado, revigorado e fortalecido”, disse o secretário-geral da ONU, dirigindo-se ao encontro anual dos líderes mundiais na sede das Nações Unidas nesta terça-feira.
“Precisamos de compromisso com uma ordem baseada em regras, com as Nações Unidas em seu centro e com as diferentes instituições e tratados que trazem a Carta à vida. Não há nenhum caminho a seguir, a não ser pela ação coletiva de consenso para o bem comum.”
A mensagem anual de abertura de Guterres, extraída de seu relatório anual sobre o trabalho da Organização, também destacou os persistentes desafios enfrentados pelo povo e pelo planeta, incluindo os aparentemente intermináveis conflitos na Síria e no Iêmen, o sofrimento do povo rohingya e a ameaça do terrorismo, a não proliferação e o uso de armas químicas.
Ele também chamou a atenção para o aumento da desigualdade e da “discriminação e demagogia” enfrentadas por migrantes e refugiados, no contexto de cooperação internacional claramente insuficiente.
“É nosso dever comum reverter essas tendências e resolver esses desafios. Precisamos avançar com base nos fatos, não no medo — na razão, não na ilusão. A prevenção deve estar no centro de tudo o que fazemos”, enfatizou Guterres.
“Esta sessão da Assembleia Geral é uma oportunidade real para o progresso.”
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Posted: 25 Sep 2018 07:51 AM PDT
Clique para exibir o slide.O diretor do Centro de Informação das Nações Unidas (UNIC Rio), Maurizio Giuliano, participou na segunda-feira (24) de evento na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) sobre o aniversário de 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos e o centenário de nascimento de Nelson Mandela.
O evento denominado “UERJ sem muros” está em sua 28ª edição, e tem objetivo divulgar ações de pesquisa, ensino e extensão. Em 2018, a pauta dos direitos humanos está sendo divulgada à comunidade interna e externa à universidade.
“Num mundo mais e mais globalizado, é imprescindível abater os muros restantes entre as pessoas do planeta. Os muros entre povos, entre culturas, entre religiões, entre pessoas com diferente status social ou opiniões, tem que ser abatidos para que o nosso mundo globalizado possa prosperar para o bem de todos”, disse o diretor do UNIC Rio durante o evento.
O encontro da UERJ reúne ações de todas as sub-reitorias (de Graduação, de Extensão e de Pós-Graduação). Todos os anos, a universidade abre suas portas à comunidade externa, apresentando seus projetos e resultados de pesquisa, prestando serviços à comunidade. O objetivo é divulgar as atividades da UERJ a seu público interno e externo.
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Posted: 24 Sep 2018 03:22 PM PDT
Clique para exibir o slide.O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, lançou nesta segunda-feira (24) uma nova estratégia de parceria com 1,8 bilhão de jovens do mundo com o objetivo de ajudar a colocar “suas ideias em ação”.
Notando que foi uma satisfação ver tantos rostos jovens na ONU para lançar a nova estratégia “Juventude 2030”, Guterres destacou uma lista de desafios que “a maior geração jovem da história” enfrenta hoje.
Ele observou que “globalização, novas tecnologias, deslocamento, encolhimento do espaço cívico, mudanças nos mercados de trabalho e impactos climáticos” pressionam a juventude em toda parte.
Segundo ele, mais de um quinto dos jovens não trabalha, estuda ou passa por treinamentos; um quarto é afetado por violência ou conflito armado; e os jovens permanecem excluídos dos programas de desenvolvimento, ignorados nas negociações de paz e ignorados na maioria das decisões internacionais.
Ao mesmo tempo, ele lembrou que os jovens são “uma vasta fonte de inovação, ideias e soluções”, que pressionam pelas mudanças necessárias em tecnologia, ação climática, inclusão e justiça social.
“Capacitar os jovens, apoiá-los e garantir que eles possam realizar seu potencial são fins importantes em si mesmos”, enfatizou. “Nós queremos isso para todas as pessoas, em todos os lugares.”
Além disso, para cumprir a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável para um mundo mais pacífico, sustentável e próspero, “precisamos que os jovens liderem”, acrescentou.
Ao apresentar a “Juventude 2030: A Estratégia das Nações Unidas para a Juventude”, ele disse que a iniciativa tinha como objetivo engajar a ONU com os jovens, mas, sobretudo, empoderá-los.
Lembrando que a Organização trabalhou durante décadas para a juventude, Guterres manifestou a esperança de que a nova estratégia torne a ONU “uma líder” ao trabalhar com eles, “compreendendo suas necessidades, ajudando a colocar suas ideias em prática, assegurando seus pontos de vista, informar nossos processos”.
“E, à medida que mudamos, trabalharemos com nossos parceiros para fazer o mesmo” e estimular novas parcerias, disse o chefe da ONU, identificando cinco áreas principais: abrir novas rotas para envolver os jovens e amplificar suas vozes; fortalecer o foco da ONU no acesso a serviços de educação e saúde.
Outras prioridades incluem colocar seu empoderamento econômico na frente das estratégias de desenvolvimento, com foco em treinamento e empregos; trabalhar para garantir seus direitos e engajamento cívico e político; priorizar o apoio a jovens em conflito e em crises humanitárias, incluindo a sua participação nos processos de paz.
“Hoje é o início de uma nova era para os jovens nas Nações Unidas”, disse ele, incentivando todos a ajudar a avançar.
Ele instou os Estados-membros a investir e capacitar os jovens no nível nacional; desafiou as empresas a fornecer aos jovens competências e oportunidades; e pediu que a sociedade civil mantenha a pressão.
E para todos os jovens, Guterres enfatizou: “inscreva-se, voluntarie-se, vote. Seja parte da solução”. “Precisamos de você como parceiros e líderes. Precisamos de você enquanto construímos um mundo pacífico e mais sustentável”, concluiu ele.
Por sua parte, Henrietta Fore, diretora-executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), contou que costumava sentar-se com os jovens para ouvir e compart
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