Paciente mede sua taxa de glicose no sangue. Foto: OPAS
Em encontro com chefes de Estado e ministros em Nova Iorque, a Organização Mundial da Saúde (
OMS) cobrou na quinta-feira (27) ações para combater as doenças crônicas não transmissíveis, como câncer, diabetes, problemas cardiovasculares e pulmonares. Esse tipo de complicação de saúde causa 41 milhões de mortes por ano no mundo — o que equivale a 70% de todos os falecimentos. De acordo com a agência da ONU, 85% desses óbitos ocorrem em países em desenvolvimento.
“Com um mundo cada vez mais globalizado, uma maior expectativa de vida, um clima em rápida mudança e níveis crescentes de urbanização, estamos testemunhando mudanças, demográficas e de outros tipos, que veem aumentar o peso dessas doenças em todas as nações”, alertou a vice-secretária-geral da ONU, Amina Mohammed, durante o evento.
O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS) nº 3 — sobre saúde e bem-estar — prevê que uma redução em um terço das mortes causas pelas enfermidades não transmissíveis.
“Estamos perigosamente fora do curso”, ressaltou o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus. “No ritmo atual, menos da metade dos países do mundo cumprirão essa meta.”
Mas segundo o dirigente, ainda há esperança. Até 2025, a OMS estima que seria possível prevenir 10 milhões de falecimentos, caso as nações implementem um conjunto de 16 intervenções práticas, baratas e exequíveis. O plano da agência, chamado em inglês de
Best Buys, recomenda medidas de controle do cigarro e campanhas de vacinação, além de propor a produção de alimentos com menos açúcar, sal e gordura.
De acordo com Ghebreyesus, “os benefícios vão além da saúde”. Cada dólar investido nessas orientações traria um retorno de sete dólares em ganhos futuros, assinalou o dirigente.
O chefe da OMS propôs a criação de uma coalizão de campões que defenderia um compromisso de três a cinco anos dos países para a rápida e intensa implementação da estratégia. Durante o evento em Nova Iorque, o organismo anunciou que renovará por mais dois anos o mandato do empresário e ex-prefeito de Nova Iorque, Michael Bloomberg, que atua como embaixador da OMS para doenças crônicas não transmissíveis.
Ghebreyesus enfatizou que para combater as patologias crônicas não transmissíveis, são necessários compromisso político, investimento doméstico e cobertura universal de saúde, para que todos possam se beneficiar dos cuidados médicos sem precisar se preocupar com o fato de poderem ou não pagar por eles.
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