Boletim diário da ONU Brasil: “Ativista surdo destaca importância das línguas de sinais em dia especial da ONU” e 19 outros.
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qui, 27 de set 18:23 (Há 8 dias)
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Posted: 27 Sep 2018 02:11 PM PDT
Nyle DiMarco, ativista surdo, modelo e ator, em discurso na 67ª edição da Conferência da ONU de organizações não governamentais (ONG), do Departamento de Informação Pública (DPI) das Nações Unidas. Foto: ONU/Loey Felipe
Nyle DiMarco é apenas um estrangeiro se comunicando em uma língua diferente. É assim que o ator, modelo e ativista se apresenta para aqueles que nunca conheceram uma pessoa surda
DiMarco, que conquistou fama após vencer o reality show norte-americano America’s Next Top Model, é um ativista que defende o ensino de língua de sinais para crianças. O jovem de 29 anos cresceu em uma família de surdos e tem mais de 25 parentes com algum tipo de deficiência auditiva.
“Eu defendo o ensino de língua de sinais na educação infantil porque, quando cresci, minha vida foi muito privilegiada. Meus pais surdos sabiam exatamente como criar um filho surdo”, disse DiMarco durante uma visita à sede das Nações Unidas para um evento relacionado aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).
A ONU comemorou seu primeiro Dia Internacional das Línguas de Sinais no início da Semana Internacional do Surdo.
A Assembleia Geral selecionou o dia 23 de setembro para coincidir com a data em que a Federação Mundial de Surdos (em inglês, WFD) foi fundada, em 1951. A WFD consiste em 135 associações nacionais de surdos e busca defender seus direitos humanos.
DiMarco frequentou instituições educacionais para surdos, estudando em uma universidade para deficientes auditivos. Ter acesso à educação quando crescia, de acordo com DiMarco, o permitiu “definir o que ele era”. O modelo praticava esportes e se envolveu em diferentes organizações.
O ativista é um dos 72 milhões de surdos em todo o mundo, dos quais apenas 2% tem acesso à educação formal.
“Como pode ser esperado que eles atinjam sucesso em suas vidas se comparado com alguém que tenha os privilégios que eu tive?”, declarou.
Ele destacou que em alguns países as línguas de sinais são consideradas “apenas gestos”, o que resulta em crianças surdas sendo privadas de uma língua e incapazes de definir suas próprias vidas.
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Posted: 27 Sep 2018 01:38 PM PDT
Mike Pompeo, secretário de Estado norte-americano, durante reunião ministerial no Conselho de Segurança da ONU. Foto: ONU/Loey Felipe
Em reunião de ministros no Conselho de Segurança, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, afirmou nesta quinta-feira (27) que a paz na Península Coreana só será possível com o fim do programa nuclear da Coreia do Norte. Dirigente alertou para violações de sanções impostas ao país pelas Nações Unidas. Nação asiática teria desrespeitado limitações às importações de petróleo e à venda de carvão para outros Estados.
Pompeo enfatizou que a desnuclearização total e completamente verificada da Coreia do Norte é essencial para um “futuro muito mais brilhante” na Península. “O povo coreano, a região e o mundo nunca vão realizar a promessa plena do futuro se não aproveitarmos essa inédita abertura para a paz”, disse o representante dos Estados Unidos.
O secretário de Estado acrescentou que o líder norte-coreano Kim Jong-un e o presidente Donald Trump “compartilham um entendimento comum e pessoal sobre que precisa ocorrer”. Pompeo declarou que uma nova cúpula entre os dois chefes de Estado já está sendo organizada.
De acordo com Pompeo, os Estados Unidos têm provas de que a Coreia do Norte não respeitou o teto imposto às importações de petróleo da Coreia do Norte. As exportações de carvão, outro alvo de restrições, também continuam.
O dirigente acrescentou que alguns membros do Conselho de Segurança foram coniventes com o descumprimento de um embargo sobre o acolhimento de trabalhadores norte-coreanos.
O ministro das Relações Exteriores do Japão, Taro Kono, também denunciou rupturas das sanções envolvendo a compra de petróleo. “É importante que todos os Estados-membros parem imediatamente de fornecer esses produtos para a Coreia do Norte”, disse.
Kono citou ainda relatos de tentativas mais sofisticadas de driblar as sanções, como trocas de carga entre navios e a venda de direitos pesqueiros. Ações como essas, acrescentou o ministro, significam que “a própria autoridade das decisões tomadas por esse Conselho está em jogo”.
Já o chanceler da China, Wang Yi, disse que o Conselho deveria considerar um afrouxamento de algumas sanções econômicas, caso a Coreia do Norte aja em conformidade. Tal manobra poderia “encorajar” o país e outros atores relevantes a levar adiante a desnuclearização.
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Posted: 27 Sep 2018 12:55 PM PDT
Hospitais públicos da Venezuela operam com falta de remédios e outros produtos médicos. Foto: IRIN/Meridith Kohut
Em sua primeira resolução específica sobre a Venezuela, o Conselho de Direitos Humanos da ONU pediu nesta quinta-feira (27) que o país aceite a entrada de assistência humanitária. Medida tem por objetivo resolver a falta de comida e de remédios na nação sul-americana. O texto expressa preocupação com “as graves violações de direitos humanos” em meio a uma crise “política, econômica, social”.
A decisão histórica do organismo também solicita que o Escritório do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (ACNUDH) elabore um novo e detalhado informe sobre a conjuntura venezuelana. O documento deverá ser apresentado ao Conselho. Na mesma resolução, a entidade chama o governo da Venezuela a colaborar com o ACNUDH e os mecanismos do Conselho.
Apresentada por países latino-americanos em conjunto com o Canadá, a deliberação teve 23 votos a favor, 17 abstenções e sete posicionamentos contrários. Negativas vieram da China, Cuba, da própria Venezuela, Egito, Burundi, República Democrática do Congo e Paquistão.
O texto “reafirma que todos os Estados têm a responsabilidade de promover e proteger os direitos humanos e as liberdades fundamentais dos seus cidadãos e de cumprir suas obrigações de acordo com os tratados e acordos dos quais são partes”. A resolução também aponta que a atual “crise humanitária, política, econômica e social afeta seriamente os direitos humanos” da população.
O embaixador da Venezuela em Genebra, Jorge Valero, condenou a resolução e descreveu a decisão como “o começo de uma escalada intervencionista” para conseguir a queda do governo e “estabelecer um mecanismo de tutela” estrangeiro sobre o país.
Divulgado em junho deste ano, o último informe do ACNUDH sobre os direitos humanos na Venezuela avaliou violações cometidas entre julho de 2015 e março de 2017. O relatório abordou as chamadas Operações para a Libertação do Povo, que teriam causado a morte de 505 venezuelanos, assassinados pelas próprias forças de segurança.
O fato de as autoridades não terem responsabilizado os autores do crime “sugere que o Estado de Direito está praticamente ausente na Venezuela”, disse no lançamento da análise o então alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Al Hussein.
A situação dentro do país governado por Nicolas Maduro já levou 2,3 milhões de pessoas a deixar o território. Desde 2015, 1,6 milhão de venezuelanos saíram da nação. Atualmente, 90% dos cidadãos expatriados estão em outras nações da América do Sul.
Segundo a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), cerca de 5 mil venezuelanos abandonam seu país por dia. O Peru é o Estado com o maior número de solicitações de refúgio dessa população. São 127 mil pedidos de asilo, de um total de 299 mil registrado em todo o mundo.
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Posted: 27 Sep 2018 12:46 PM PDT
Mahmoud Abbas, presidente do Estado da Palestina, fala à Assembleia Geral da ONU. Foto: ONU/Cia Pak
Em discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas nesta quinta-feira (27), o presidente palestino, Mahmoud Abbas, declarou que “Jerusalém não está à venda” e que os direitos do povo palestino não podem ser alvo de barganhas.
Abbas ressaltou seu compromisso com a paz e a solução de dois Estados, bem como o caminho da negociação para alcançá-los, reiterando que a paz no Oriente Médio não pode ser realizada sem um Estado palestino independente, com Jerusalém Oriental como sua capital.
“Sempre nos engajamos de forma plena e positiva nas diversas iniciativas da comunidade internacional destinadas a alcançar uma solução pacífica entre nós e os israelenses, incluindo a Iniciativa de Paz Árabe”, disse ele a líderes mundiais reunidos para o debate anual da Assembleia, lembrando que também se engajou com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e sua administração desde o início de seu mandato.
No entanto, a decisão do governo dos EUA de fechar o escritório da Organização de Libertação da Palestina (OLP) em Washington DC, a proclamação de Jerusalém como a capital de Israel e a transferência da embaixada dos EUA de Tel Aviv para Jerusalém violam as resoluções da ONU e também solapam uma solução de dois Estados, acrescentou o presidente Abbas.
Essas decisões também levaram a administração dos EUA a perder sua elegibilidade como mediadora no processo de paz no Oriente Médio, disse ele.
“O caminho para a paz está consagrado nas suas resoluções [da ONU], incluindo a resolução 67/19 de 29 de novembro de 2012, que foi adotada por esmagadora maioria e se refere ao Estado da Palestina com base nas fronteiras de 1967”, ressaltou.
Abbas também destacou o que chamou de leis “racistas” promulgadas recentemente em Israel, que não apenas discriminam os cidadãos árabes palestinos, mas também levarão à “inevitável” anulação da solução dos dois Estados.
O povo palestino e o território do Estado da Palestina precisam urgentemente de proteção internacional, disse ele, e enquanto Abbas saudou o apoio econômico e humanitário na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, acrescentou que tal apoio não pode ser um substituto para uma solução política para pôr fim à ocupação israelense.
O presidente Abbas também destacou a importância do trabalho da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) e instou todos os países, assim como a Assembleia Geral, a apoiar a agência.
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Posted: 27 Sep 2018 12:46 PM PDT
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Posted: 27 Sep 2018 12:32 PM PDT
Sede das Nações Unidas em Nova Iorque. Foto: ONU/Manuel Elias
Líderes mundiais se uniram a entidades das Nações Unidas nesta quinta-feira (27) para reafirmar seu compromisso com os esforços de combate à exploração sexual e abuso por toda a Organização.
Em 2017, o secretário-geral da ONU, António Guterres, lançou uma nova estratégia para prevenir e acabar com a exploração sexual e o abuso por funcionários da ONU. Um importante elemento dessa nova abordagem foi a criação de um “Círculo de Liderança” de chefes de Estado e de governo para demonstrar, resolver e se comprometer, no nível político mais alto, a erradicar esse flagelo.
“Nós das Nações Unidas estamos nos mobilizando para combater a exploração sexual e o abuso em nossos quadros e garantir que o direito e a dignidade das vítimas estejam na frente e no centro”, disse Guterres em vídeo publicado recentemente sobre o tema
Aproximadamente 100 países assinaram voluntariamente pactos com a ONU para combater a exploração sexual e o abuso. O secretário-geral das Nações Unidas nomeou um defensor dos direitos das vítimas na ONU e um coordenador especial para o tema com o objetivo de alinhar esforços pelo Sistema ONU.
Além disso, a ONU ampliou o treinamento de civis, militares e policiais; melhorou e harmonizou investigações; fortaleceu o processo de seleção de pessoal; e garantiu que funcionários considerados culpados de exploração sexual e abuso não pudessem mais conseguir emprego nas Nações Unidas.
A Organização também está melhorando sua conexão com as comunidades e organizações da sociedade civil, para que vítimas e sobreviventes saibam como responder, reportar crimes e encontrar apoio.
“A era do silêncio e do tabu acabou. Todos, incluindo nossos próprios funcionários, precisam se sentir confiantes para reportar acusações de abusos”, disse Guterres. “Acima de tudo, precisamos proteger aqueles que somos mandatados para servir”.
Em 26 de setembro, 69 chefes de Estado e de governo exercendo o cargo atualmente ou no passado são membros do Círculo de Liderança.
Nesta quinta-feira (27), 48 deles, junto com 21 agências da ONU, se uniram ao secretário-geral da ONU na publicação de um comunicado coletivo para reafirmar seu contínuo compromisso pessoal como líderes globais em apoiar os esforços para combater a exploração sexual e o abuso.
“Reconhecemos a responsabilidade única das Nações Unidas para estabelecer os padrões para prevenir, responder e erradicar a exploração sexual e o abuso dentro do Sistema ONU, enfrentar seus impactos efetivamente e de maneira humana, e proteger e empoderar as vítimas”, disseram.
Eles também reconheceram a responsabilidade da ONU e de seus Estados-membros para proteger as vítimas e denunciantes e tomar ações apropriadas contra perpetuadores.
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Posted: 27 Sep 2018 11:59 AM PDT
Vista de São Paulo, encoberta por nuvem de poluição. Foto: Wikimedia (CC)/Alexandre Giesbrecht
Em encontro de especialistas e gestores de saúde em Brasília, a Organização Pan-Americana da Saúde ( OPAS) ressaltou na terça-feira (25) que a poluição do ar mata 7 milhões de pessoas por ano em todo o mundo. Nove em cada dez moradores do planeta Terra respiram altos níveis de poluentes. Organismo da ONU pediu esforço conjunto das nações para combater a contaminação da atmosfera.
“Vivemos um cenário alarmante no mundo em relação à qualidade do ar”, afirmou Katia Campos, coordenadora de Determinantes da Saúde, Doenças Crônicas Não Transmissíveis e Saúde Mental do escritório da OPAS no Brasil.
Com representantes da academia e governo, a reunião na capital federal antecipou a realização em Nova Iorque da Primeira Conferência Global sobre Poluição do Ar e Saúde.
“A ideia é que as deliberações deste evento possam contribuir para uma agenda sistemática de medidas práticas para reduzir os índices de poluição do ar nas cidades do Brasil, contribuindo também para a diminuição dos poluentes em nível global”, acrescentou Campos sobre o encontro em Brasília.
OPAS reuniu especialistas da academia e governo para debater problema da poluição do ar. Foto: OPAS
Mais de 4,3 mil cidades em 108 países estão incluídas no banco de dados de qualidade do ar ambiente da Organização Mundial da Saúde (OMS). A plataforma é o banco de dados mais abrangente sobre o tema, com as concentrações médias anuais de material particulado fino (PM10 e PM2.5) nos municípios cadastrados.
Essas substâncias penetram profundamente no corpo, agravando o risco de acidentes vasculares cerebrais (AVC), doenças cardiovasculares, câncer de pulmão, doenças pulmonares obstrutivas crônicas e infecções respiratórias, inclusive pneumonia.
Também participam do evento em Brasília membros da ONU Meio Ambiente, Ministério da Saúde, Ministério da Ciência e Tecnologia, Ministério das Cidades, Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Ministério do Meio Ambiente, Ministério dos Transportes, Ministério de Minas e Energia, Universidade do Estado de Mato Grosso, Universidade de São Paulo (USP), Instituto Saúde e Sustentabilidade, Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental, Procuradoria Regional da República, Instituto Energia e Meio Ambiente e Companhia Ambiental do Estado de São Paulo.
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Posted: 27 Sep 2018 11:21 AM PDT
À esquerda, o chefe da OMS, Tedros Ghebreyesus. À direita, a vice-secretária-geral da ONU, Amina Mohammed. Foto: ONU/Eskinder Debebe
Em cúpula histórica na sede da ONU, em Nova Iorque, a vice-secretária-geral da Organização, Amina Mohammed, fez um apelo na quarta-feira (26) por mais investimentos nos serviços de saúde de tuberculose. Por ano, 10,4 milhões de pessoas são infectadas com a doença. Mas o orçamento das medidas de prevenção e tratamento está gravemente subfinanciado, com um rombo anual de 13 bilhões de dólares.
O encontro foi a primeira reunião de alto nível da ONU — com chefes de Estado e representantes ministeriais de países — sobre tuberculose. Descrevendo a doença como uma “epidemia perversa”, Mohammed disse que o problema exige uma abordagem integrada, que lide com os fatores sociais responsáveis pela proliferação da patologia. A resposta, avaliou a dirigente, deve incluir melhorias nas redes de saúde e também em sistemas de seguridade social.
A tuberculose é a infecção que mais mata em todo o mundo. Em 2017, cerca de 1,6 milhão de pessoas morreram devido à tuberculose, incluindo 300 mil indivíduos vivendo com HIV. Cerca de 1,7 bilhão de pessoas — 23% da população mundial — estão infectadas com tuberculose latente. Desse contingente, de 5 a 10% tem chance de desenvolver tuberculose ativa.
Mohammed alertou para a crescente resistência da enfermidade aos antibióticos. Por ano, são registrados cerca de 60 mil casos de resistência aos remédios para tuberculose.
Embora a infecção esteja presente em todos os países, oito deles concentram dois terços de todas as novas ocorrências — Índia, China, Indonésia, Filipinas, Paquistão, Nigéria, Bangladesh e África do Sul. Em alguns desses países, são registrados 500 casos a cada 100 mil habitantes, ao passo que em nações de renda alta, a taxa fica abaixo de dez.
Segundo a vice-secretária-geral, a Organização Mundial da Saúde (OMS) vai liderar os esforços da ONU para trabalhar com governos e sociedade civil a fim de acelerar a resposta à tuberculose.
Especialistas debatem desafio conjunto do HIV e tuberculose
Antes do evento, representantes da ONU, governos e sociedade civil discutiram os desafios particulares da população vivendo com HIV, mais vulnerável à tuberculose. Um terço de todas as mortes associadas à AIDS são causadas pela tuberculose.
“A tuberculose não é apenas um problema técnico, é uma questão verdadeiramente política. É uma questão de pobreza, de pessoas que não tiveram acesso à informação e foram deixadas para trás. Precisamos aprender com o que fizemos na resposta à AIDS e aplicá-lo à resposta à tuberculose”, afirmou o diretor-executivo do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), Michel Sidibé.
Durante o encontro, especialistas pediram a integração dos serviços de HIV e tuberculose. Para ativistas e gestores em saúde, é necessário pôr fim ao modelo um cliente-duas clínicas, que foi a base do tratamento para as duas infecções no passado.
“Por que tantas pessoas vivendo com HIV morrem devido à tuberculose?”, questionou o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus.
“As pessoas que mais precisam são deixadas para trás. Precisamos de novos e aprimorados medicamentos e diagnósticos, novos modelos de prestação de serviços baseados no que as pessoas e comunidades precisam e serviços integrados para a tuberculose/HIV e outras questões de saúde.”
Segundo a OMS, em 2017, havia cerca de 10 milhões de pessoas com tuberculose ativa. Menos de 60% do indivíduos com tuberculose fazem exames de diagnóstico para a doença, o que impede o tratamento adequado.
Do total de pessoas com tuberculose ativa, 9% vive com HIV. Os indivíduos que têm o vírus da AIDS possuem 20 vezes mais chances de desenvolver a infecção, após manterem a doença em estado de latência.
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Posted: 27 Sep 2018 11:11 AM PDT
Na Cidade do México, uma instalação artística representa mulheres mortas por crimes de feminicídio. Foto: ONU Mulheres/Dzilam Mendez
Um investimento de 50 milhões de euros destinado a ajudar a acabar com o flagelo do feminicídio — em que mulheres e meninas são mortas devido a seu gênero — foi anunciado na sede das Nações Unidas nesta quinta-feira (27), graças à “coragem política” de um grupo de países latino-americanos, disse a vice-chefe da ONU.
Amina Mohammed falava em um evento de alto nível para lançar a Iniciativa Spotlight em Argentina, El Salvador, Guatemala, Honduras e México.
Ela descreveu a iniciativa conjunta ONU-União Europeia como “uma resposta ousada e abrangente às tragédias que vemos em todo o mundo, todos os dias”, visando acabar com a violência contra mulheres e meninas.
“Esses cinco países mostraram a coragem política de enfrentar e acabar com o femicídio — um crime que tira a vida de 12 mulheres por dia na América Latina”, disse a vice-secretária-geral.
“Dada a natureza difundida, universal e entrincheirada da violência contra mulheres e meninas, sabíamos que precisaríamos combinar nossos esforços individuais se tivéssemos sucesso”, acrescentou ela.
A América Latina é o lar de 14 dos 25 países com as maiores taxas de feminicídio do mundo e surpreendentes 98% dos assassinatos relacionados a gênero, que não são solucionados.
Mohammed disse que o investimento de 50 milhões de euros ajudará a reforçar as leis e iniciativas políticas para conter a violência sem controle contra mulheres e meninas, fortalecer as instituições e promover a igualdade de gênero em geral.
Também “fornecerá serviços de qualidade para sobreviventes e reparações para vítimas de violência e suas famílias, produzindo dados desagregados para que não possamos deixar ninguém para trás e capacitar os movimentos de mulheres nos cinco países prioritários”.
“Enfrentar o femicídio de forma abrangente a partir de cada um desses ângulos é essencial para resultados bem-sucedidos e duradouros”, acrescentou ela.
A vice-diretora da ONU prestou homenagem a Mariana Lima — morta por seu marido policial em 2010 — e sua mãe, Irinea Buendía, que desafiou o sistema legal mexicano por seis anos até que o assassino de sua filha fosse levado à Justiça. Ela também prestou homenagem a uma sobrevivente de um ataque brutal que estava na reunião na sede da ONU, Natalia Ponce de León. Agradeceu por sua coragem, ao “vir aqui para estar conosco para nos lembrar que não ficaremos em silêncio até acabarmos com a violência contra as mulheres”.
“Precisamos acabar com a impunidade dos criminosos e garantir que nenhuma mulher ou menina sofra violência em casa, de um parceiro ou em qualquer espaço público, incluindo gangues, traficantes ou outros”, disse Mohammed.
A vice-secretária-geral foi seguida por Federica Mogherini, alta representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança.
Mogherini insistiu que a Iniciativa Spotlight tem a chance de fazer uma diferença real, não apenas para as vidas das mulheres, mas também para as vidas de homens e sociedades inteiras.
“As mulheres são mortas por seu desejo de desfrutar das mesmas liberdades que os homens. E quando a metade da sociedade não desfruta da mesma liberdade — trabalhar, aprender, contribuir, tudo mundo fica pior não apenas elas — é um problema para os homens e para as sociedades.”
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Posted: 27 Sep 2018 10:54 AM PDT
A vacina contra o HPV é uma maneira fácil de prevenir o câncer de colo. Foto: imagem de vídeo/UNiFeed
Os ministros da Saúde das Américas concordaram nesta quarta-feira (26) a implementar uma série de ações estratégicas para reduzir novos casos de câncer do colo do útero e mortes pela doença em um terço na região até 2030.
Trinta e cinco países e territórios do Hemisfério Ocidental aprovaram o documento Plan of Action for Cervical Cancer Prevention and Control 2018-2030 (Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Câncer do Colo do Útero 2018-2030, em tradução livre para o português) no 56º Conselho Diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), realizado até esta quinta-feira (27), em Washington, EUA.
“Nenhuma mulher deve morrer de câncer do colo do útero, que pode ser prevenido, detectado precocemente e tratado de forma eficaz”, disse a diretora da OPAS, Carissa F. Etienne. “Reduzir a carga dessa doença é possível e o plano aprovado é uma expressão do compromisso dos países para conseguir isso”, acrescentou.
O câncer é a segunda principal causa de morte nas Américas. Em 11 países, o câncer do colo do útero é a principal causa de mortes por câncer entre as mulheres e em 12 países ocupa o segundo lugar. Todos os anos, estima-se que 83,2 mil mulheres são diagnosticadas e 35,6 mil morrem pela doença na região, 52% delas antes dos 60 anos.
Ao adotar o plano de ação, os países concordaram em melhorar a eficácia e a organização dos programas e sistemas de informação e registro de câncer do colo do útero, bem como em fortalecer a prevenção primária com a vacina contra o HPV e campanhas de informação/educação.
Também se comprometeram a implementar estratégias inovadoras para melhorar o rastreamento do câncer do colo do útero e o tratamento de lesões pré-cancerosas. Esforços também serão feitos para melhorar o acesso a serviços para o diagnóstico de câncer, tratamento, reabilitação e cuidados paliativos.
O acesso desigual à prevenção, diagnóstico e tratamento é um grande desafio. O câncer de colo de útero afeta mais mulheres indígenas, afrodescendentes e pessoas que vivem em áreas menos desenvolvidas, bem como aquelas com baixos níveis socioeconômicos, educacionais e de renda.
Para reduzir a carga de câncer do colo do útero, o plano de ação inclui um alvo de vacinação de mais de 80% das meninas de 9 a 14 anos de idade contra o papilomavírus humano (HPV), a causa do câncer do colo do útero. A iniciativa também propõe rastrear pelo menos 70% das mulheres de 30 a 49 anos de idade e tratar lesões pré-cancerosas em todas as mulheres que as possuem.
“Somente com a participação da comunidade e com a implementação de programas de vacinação contra o HPV em larga escala, além dos serviços de rastreio do câncer do colo do útero acessíveis a todas as mulheres, podemos acelerar as conquistas, prevenir novos casos e salvar vidas”, disse Anselm Hennis, diretor do Departamento de Doenças Não Transmissíveis e Saúde Mental da OPAS/OMS.
A vacina contra o HPV foi introduzida pela primeira vez na região em 2006. Aproximadamente 31 países e territórios nas Américas incluem essa vacina em seus programas nacionais de imunização. No entanto, a cobertura vacinal com as duas doses requeridas varia consideravelmente de país para país e é geralmente mais baixa do que a cobertura ideal necessária para a máxima eficácia.
O rastreamento do câncer do colo do útero está disponível em quase todos os países das Américas, com os exames de papanicolau mais comumente usados. No entanto, o teste de HPV, que é mais eficaz, só foi adotado em nove países. A expansão de seu uso pode melhorar a eficácia e a cobertura para atingir as 32 milhões de mulheres que precisam de triagem.
O plano de ação estabelece que a detecção por si só não é suficiente para prevenir o câncer do colo do útero. É essencial tratar as mulheres que precisam. No entanto, existem lacunas no acesso a esses serviços. Outro desafio é o acesso limitado aos cuidados paliativos, que apenas 10 países da região relatam oferecer.
Mais leis são necessárias para controlar limites de velocidade no trânsito
Os países da região das Américas fizeram progressos em relação à segurança no trânsito ao longo da última década, particularmente no desenvolvimento e designação de órgãos de coordenação para o enfrentamento desses problemas. No entanto, ainda são necessárias reformas para melhorar as leis sobre limites de velocidade e o uso obrigatório de capacetes para motociclistas, bem como cintos de segurança.
Essas são as conclusões do relatório final sobre o Plano de Ação para a Segurança no Trânsito (2012-2017), apresentado nesta semana pela OPAS aos países membros durante o 56º Conselho Diretor. O plano, adotado em 2011 para atender à necessidade de melhorar a segurança no trânsito, estabeleceu uma série de diretrizes para ações e iniciativas do setor da saúde para prevenir lesões no trânsito.
Todos os anos, os acidentes no trânsito matam aproximadamente 154 mil pessoas na região das Américas, de acordo com relatório da OPAS/OMS de 2016. Pedestres, ciclistas e motociclistas representam quase metade de todas essas mortes. As lesões causadas nas vias são um problema de saúde pública que sobrecarrega os sistemas de saúde. As leis de segurança viária mudam a cultura da mobilidade, melhoram o comportamento dos usuários das vias e contribuem efetivamente para reduzir acidentes, ferimentos e mortes.
Mais informações em inglês e espanhol.
Países das Américas podem acabar com mortalidade infantil evitável alcançando grupos mais vulneráveis
Os países das Américas registraram grandes avanços na redução das taxas de mortalidade infantil, mas o progresso em termos de carga de doenças e cobertura das intervenções de saúde continua distribuído de maneira desigual. Para acabar com a mortalidade infantil evitável, é preciso agora fazer mais para melhorar o monitoramento das desigualdades, visar as crianças vulneráveis e incorporar abordagens de gênero e etnia nas políticas e serviços de saúde infantil.
Essas são as conclusões do relatório final sobre a Estratégia e Plano de Ação para a Saúde Integral na Infância (2012-2017), apresentado nesta semana pela OPAS. A iniciativa, adotada em 2012 para reduzir a mortalidade infantil e apoiar os países no avanço da saúde e bem-estar infantil, propôs cinco linhas estratégicas de ação para promover uma abordagem eficaz, multissetorial, orientada à vida e à equidade para a saúde infantil.
Mais informações em inglês e espanhol.
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Posted: 27 Sep 2018 10:34 AM PDT
Nova edição da revista Policy in Focus (PIF) é intitulada “Salário mínimo: desafios e perspectivas globais”. Foto: Reprodução
Pode o salário mínimo ser uma ferramenta para combater a desigualdade? A resposta a essa pergunta não é simples, muito menos unânime. A nova edição da revista Policy in Focus (PIF), intitulada em inglês “Minimum wage: global challenges and perspectives”(Salário mínimo: desafios e perspectivas globais), apresenta diferentes abordagens sobre a implementação de políticas públicas de salário mínimo e seus efeitos na redução da pobreza, na desigualdade e no crescimento inclusivo pelo mundo.
A revista também analisa os potenciais efeitos negativos e as tendências atuais no desenho de políticas. Publicada pelo Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo (IPC-IG), a edição especial apresenta nove artigos de especialistas e acadêmicos sobre salário mínimo na América Latina, Europa, Ásia e África subsaariana, bem como em países como Estados Unidos, China, Índia e França.
Desde sua criação há 124 anos, a popularidade do salário mínimo entre os formuladores de políticas e o público em geral aumentou e diminuiu. Atualmente, mais de 90% dos países do mundo têm leis de salário mínimo, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Apesar disso, a desigualdade global aumentou nas últimas décadas. Como a desigualdade pode dificultar o crescimento econômico, reduzir o bem-estar e aumentar a pobreza, grande atenção tem sido dada ao papel da redistribuição fiscal (ou a ausência dela) no debate sobre desigualdade. Sob essa luz, os mecanismos que envolvem a transferência de renda direta de um agente econômico para outro, e não pelas mãos do Estado, merecem mais atenção.
Em uma época de sindicatos enfraquecidos e diminuição da mobilidade da renda, uma questão permanece: poderia o salário mínimo ser mais uma vez um instrumento de política favorável ao mercado?
No artigo seguinte, Sergei Soares (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, IPEA) e Joana Silva (Banco Mundial) explicam que a análise dos efeitos do salário mínimo sobre a desigualdade salarial é mais complexa na América Latina do que nos países desenvolvidos, dada a interação entre os setores formal e informal da economia, bem como o questionável cumprimento da legislação do salário mínimo.
Ainda no âmbito dos países latino-americanos, Andrés Marinakis (Organização Internacional do Trabalho, OIT) analisa até que ponto os países da região conseguiram conciliar interesses ostensivamente opostos, como as necessidades dos trabalhadores com a viabilidade econômica das empresas e o bom funcionamento do mercado de trabalho, visto que todos os países da América Latina têm sistemas de salário mínimo. O artigo apresenta uma série de propostas para melhor aplicar este instrumento de proteção social.
Por sua vez, T. H. Gindling (Universidade de Maryland, Condado de Baltimore, UMBC) apresenta os impactos dos múltiplos salários mínimos legais estabelecidos em vários países da América Central, como Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras e Nicarágua. Já nos EUA, muitos estados estão debatendo a “ideia do salário mínimo de 15 dólares”(por hora) como um mecanismo para aumentar a renda dos trabalhadores e reduzir a pobreza. Este tema está no centro do artigo de David Neumark (Universidade da Califórnia em Irvine e Instituto de Pesquisa de Política de Autossuficiência Econômica), que esclarece os possíveis efeitos do aumento do salário mínimo no desemprego e na pobreza.
Do outro lado do Atlântico, Gilbert Cette (Universidade de Aix-Marselha e Comissão Francesa de Salário Mínimo), escreve em seu artigo sobre os principais elementos do debate em torno da criação de um salário mínimo europeu na União Europeia (UE), e, mais localmente, na França. O salário mínimo nacional existe em 22 dos 28 países da UE (as únicas exceções são Áustria, Chipre, Dinamarca, Finlândia, Itália e Suécia).
Passando para a Ásia, Biju Varkkey (Instituto Indiano de Administração Ahmedabad) e Rupa Korde (Universidade Flame) resumem o status atual e as perspectivas futuras do debate sobre o salário mínimo na Índia, um dos primeiros países asiáticos a ter uma legislação sobre o tema. Apesar das altas taxas de crescimento, o país ainda enfrenta vários desafios em relação à proteção dos trabalhadores. Na Índia, os salários mínimos são fixados em nível nacional, mas os estados têm autonomia para estabelecer seus próprios salários mínimos de acordo com o custo de vida e o mercado de trabalho. Esse duplo sistema geralmente resulta em confusão sobre a taxa vigente.
Tony Fang (Universidade Memorial de Newfoundland, Universidade de Toronto, Instituto de Economia do Trabalho e Reitor Honorário da Escola de Administração da Universidade de Xihua/China) reflete sobre o estado da regulação do salário mínimo na China. Como um país continental e heterogêneo, estabelecer um único salário mínimo seria algo inviável. Portanto, as taxas são definidas pelos governos locais. O autor explica o motivo pelo qual a China enfrenta um trade-off econômico clássico: os salários mínimos podem elevar os salários dos trabalhadores de baixa renda e reduzir a desigualdade de salários elevando os pisos salariais, mas à custa da redução da probabilidade de emprego para esses trabalhadores de baixa renda.
Encerrando esta edição especial, Haroon Bhorat (Universidade da Cidade do Cabo), Ravi Kanbur (Universidade de Cornell) e Benjamin Stanwix (Universidade da Cidade do Cabo) fornecem uma visão geral da natureza e extensão dos salários mínimos na África subsaariana. Os autores explicam que a compreensão da política de salário mínimo e seu impacto nos países da região não é tão madura quanto poderia ser, em grande parte devido à falta de dados importantes.
Clique aqui para acessar a publicação (em inglês).
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Posted: 27 Sep 2018 10:15 AM PDT
Embaixadora de duas agências da ONU – do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e da ONU Mulheres –, a brasileira Marta Vieira da Silva foi eleita pela FIFA nesta semana (24) a melhor jogadora de futebol do mundo pela sexta vez.
A ONU Mulheres anunciou em julho a brasileira como Embaixadora da Boa Vontade para mulheres e meninas no esporte. Marta dedica seus esforços para apoiar o trabalho da ONU Mulheres pela igualdade de gênero e empoderamento das mulheres em todo o mundo, inspirando mulheres e meninas a desafiar estereótipos, superar barreiras e seguir seus sonhos – incluindo na área de esportes.
No trabalho com o PNUD, promoveu os esforços internacionais para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) com foco especial no empoderamento das mulheres.
Marta nasceu no município de Dois Riachos (AL) em 1986, tendo cidadania brasileira e sueca. Cresceu em uma família pobre do cerrado do Nordeste, onde jogava futebol de rua sem sapatos e muitas vezes era evitada pelos garotos.
Artilheira e talentosa, famosa por sua capacidade de drible, Marta terminou a Copa do Mundo Feminina da FIFA 2007 como vencedora da Bola de Ouro e da Bota de Ouro por marcar sete gols.
Marcando 15 gols na Copa do Mundo de 2015, tornou-se a maior pontuadora de todos os tempos do torneio. Foi eleita Jogadora do Ano da FIFA por cinco vezes consecutivas entre 2006 e 2010 – e agora mais uma vez em 2018. Foi nomeada como uma das seis embaixadoras da Copa do Mundo Feminina de 2014, realizada no Brasil.
(Foto de capa do vídeo: Arquivo pessoal/cortesia)
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Posted: 27 Sep 2018 10:03 AM PDT
Artista Raquel Poti na 22ª Parada do Orgulho LGBTI do Rio de Janeiro. Foto: UNIC Rio/Pedro Andrade
Em encontro de ativistas e autoridades sobre a violência de cunho LGBTIfóbico, a alta-comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, denunciou na terça-feira (25) que assassinatos e agressões ainda são cometidos com impunidade em muitos países, às vezes por agentes do próprio Estado. Dirigente cobrou mudança de mentalidades, pois a causa dessas violações é o “preconceito e o ódio”. Solução, segundo ela, passa por revisões do currículo escolar para abordar diversidade.
“Deveria ser óbvio que existem muitos jeitos diferentes de ser um ser humano. Precisamos respeitar e abraçar essas diferenças, não criminalizá-las, não atacar as pessoas, privá-las de direitos iguais ou da proteção da lei, apenas porque elas são vistas como ‘diferentes'”, afirmou Bachelet para delegações de diferentes países em Nova Iorque, durante evento paralelo ao debate de chefes de Estado e Governo na Assembleia Geral da ONU.
A alta-comissária lembrou que os países já dispõem dos princípios para ações contra a violência.
“Há 70 anos, a Declaração Universal dos Direitos Humanos proclamava que todos, sem distinção, ‘têm direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal’. Quando existe um padrão de violência motivada por ódio — como, por exemplo, (a violência) baseada em gênero, orientação sexual ou identidade de gênero — e os países não agem para prevenir e enfrentar efetivamente esses ataques, eles (os Estados) estão falhando em cumprir essa obrigação.”
Com a sua ajuda, podemos impedir os assassinatos, a violência, a humilhação e o medo em nossa comunidade LGBTI. Podemos vencer o ódio
Bachelet afirmou que, em muitos países, podem ser observadas tendências de homicídios LBGTIfóbicos por indivíduos ou forças de segurança locais. Em alguns casos, as mulheres trans estão particularmente em risco de sofrer agressões.
“Pior ainda, quando as vítimas de ataques buscam proteção, elas são frequentemente sujeitas a intimidação e abuso, incluindo por oficiais da polícia e da Justiça. A maioria dos países não acompanha crimes homofóbicos e transfóbicos. O resultado é a impunidade. Vítimas demais ficam sem reconhecimento, reparação ou justiça. Agressores demais ficam livres para atacar novamente, sem se intimidarem pela possibilidade (de atuação) do Estado de Direito.”
Atualmente, mais de 70 países criminalizam relacionamentos consensuais entre pessoas do mesmo sexo, além de criminalizar pessoas trans por sua aparência. As sentenças incluem longos períodos na cadeia e, em alguns casos, castigo físico. Em sete países, leis nacionais ou estaduais preveem a execução de indivíduos condenados por atos relacionados à homossexualidade.
“As pessoas intersexo também enfrentam violência. Há relatos de assassinato de jovens bebês intersexo. Algumas crianças intersexo são submetidas a práticas nocivas em contextos médicos. E pouquíssimos Estados estão agindo para proteger as crianças intersexo desse dano.”
“Pessoas LGBTI têm direito à igual proteção e aos mesmos direitos que todas as outras”, enfatizou a alta-comissária, ressaltando que leis de pena de morte são “uma completa violação dos direitos fundamentais”.
Quantos mais precisarão ser estuprados e mutilados e assassinados até que possamos dizer ‘nunca mais’?
Também presente no evento, o especialista independente da ONU sobre orientação sexual e identidade de gênero, Victor Madrigal-Borloz, afirmou que mesmo com lacunas nas estatísticas sobre discriminação, “todos os dias, milhões de lésbicas, gays, bissexuais, pessoas trans e outras em não conformidade de gênero, estão sujeitas a atos de grande crueldade, baseados apenas em quem são ou em quem escolhem amar ou desejar”.
Entre as violações vividas por essa população, estão tortura, prisão arbitrária, casamento forçado, a negação dos direitos de expressão e reunião, discriminação nos serviços de saúde, nos sistemas de educação e no ambiente de trabalho.
Bachelet: precisamos mudar as mentes
Um dos participantes do encontro foi o fotógrafo da National Geographic Robin Hammond, que produziu o editorial “Onde o amor é ilegal”. O ensaio reúne histórias de discriminação e sobrevivência.
“A inação significa a morte”, alertou o artista. “Quantos mais precisarão ser estuprados e mutilados e assassinados até que possamos dizer ‘nunca mais’?”
Bachelet se somou ao chamado por transformações. Segundo a alta-comissária, “o preconceito e o ódio” estão no âmago da violência LGBTIfóbica. “Só vamos prevenir esses crimes se formos corajosos o suficiente para lidar com esses fatores, em toda a sociedade”, avaliou a dirigente.
“Precisamos de educação. O respeito pela diversidade, incluindo em relação às pessoas LGBTI, deveria se refletir nos currículos escolares e ser fortalecido por meio de campanhas efetivas de informação pública. Precisamos que a comunidade de empresas, líderes religiosos, celebridades e a mídia desempenhem um papel positivo”, pediu a ex-presidenta do Chile.
“Com a sua ajuda e de muitos outros, podemos impedir os assassinatos, a violência, a humilhação e o medo em nossa comunidade LGBTI. Podemos vencer o ódio”, completou a chefe de Direitos Humanos das Nações Unidas.
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Posted: 27 Sep 2018 08:33 AM PDT
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