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sexta-feira, 26 de junho de 2020

Boletim diário da ONU Brasil: “Em 1945, quatro mulheres assinaram a Carta da ONU – e uma é brasileira; vídeo” e 12 outros.

Em 1945, quatro mulheres assinaram a Carta da ONU – e uma é brasileira; vídeo

Posted: 26 Jun 2020 12:36 PM PDT

No dia 26 de junho de 1945 – há exatos 75 anos –, 50 países se comprometiam com os 19 capítulos e 111 artigos da Carta das Nações Unidas, o documento que fundou a ONU.

Somente quatro mulheres assinaram o texto mais importante da organização: a cientista e diplomata brasileira Bertha Lutz; Minerva Bernardino, da República Dominicana; Virginia Gildersleeve, dos EUA; e Wu Yi-fang, da China.

Atualmente, a ONU coloca a igualdade de gênero como prioridade em sua agenda global, com a sul-africana Phumzile Mlambo-Ngcuka liderando a agência das Nações Unidas para o tema: a ONU Mulheres.

Saiba mais clicando aqui. Conheça a Carta da ONU clicando aqui.

 

Pesquisadores chamam atenção para situação dos indígenas na Amazônia em meio à pandemia da COVID-19

Posted: 26 Jun 2020 12:31 PM PDT

Foto: Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA)

Nesta quarta-feira (24) ocorreu a nona edição da série de webinários “População e Desenvolvimento em Debate”, realizada pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e a Associação Brasileira de Estudos Populacionais (ABEP), com o tema “A pandemia e a crise ambiental e sanitária na Amazônia”. Nesta edição foi discutido o acirramento das desigualdades e os riscos identificados na região, a partir da relação entre população e ambiente.

O pesquisador do Programa de Monitoramento de Áreas Protegidas do Instituto Socioambiental (ISA), Tiago Moreira, chamou a atenção para situação dos povos indígenas na Amazônia em meio à pandemia da COVID-19. Disse que o desmatamento dentro das terras indígenas, consideradas áreas protegidas, aumentou em 80% entre 2018 e 2019, e apontou uma possível atuação de pessoas de fora nestas terras.

Além disso, o pesquisador informou que há estudos que mostram que os garimpos podem ser um dos grandes causadores de endemias na Amazônia. Ele exemplificou: são cerca de 27 mil indígenas na terra povoada pelos Ianomâmis e 20 mil garimpeiros na mesma área. “A população Ianomâmi corre o risco de ter pelo menos 40% de pessoas infectadas pelo novo coronavírus. Além da doença em si, a população também corre risco de passar fome, pois os indígenas em idade ativa que estão infectados não conseguem mais produzir para a aldeia”.

O coordenador do programa de monitoramento da Amazônia e demais biomas do Instituto de Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Cláudio Almeida, trouxe ao debate uma visão geral de como o monitoramento do desmatamento da Amazônia é realizado.

“O desmatamento acontece principalmente durante a estação de seca. Todo os anos, pegamos uma nova imagem e identificamos novas áreas de desmatamento, e comparamos com o ano anterior”. Além disso, ele explicou que “depois de 2012 – ano com menor pico de desmatamento – foi iniciada uma aceleração no desmatamento da Amazônia, crescendo todos os anos”.

O coordenador do programa de monitoramento da Amazônia disse que eles também realizam o monitoramento diário, que auxilia os órgãos de fiscalização a identificarem onde está ocorrendo o desmatamento, que, por sua vez, identificam as atividades que ocorrem no local. Os dados coletados pelo INPE em relação à Amazônia estão disponíveis no portal terrabrasilis.dpi.inpe.br – em mapa e em análise gráfica.

O professor da Universidade Federal do Pará, Harley Silva, acredita que o atual repertório urbano brasileiro não é adaptado às dinâmicas ambientais e econômicas da Amazônia, e, por isso, não existe um enriquecimento mútuo entre sociedade e natureza. Para ele, neste momento, existe a necessidade de distinguir e entender o que é a cidade, os processos de urbanização e o urbano. “Desta forma, deixamos de acreditar que os processos de transformação social dependem de miragens como o protagonismo industrial, a conservação sem uso ou a antítese urbano-rural”, explicou o professor.

Os palestrantes convidados deste webinar foram: Cláudio Almeida, coordenador do programa de monitoramento da Amazônia e demais biomas do INPE; Harley Silva, professor na Universidade Federal do Pará; e Tiago Moreira, pesquisador do Programa de Monitoramento de Áreas Protegidas do Instituto Socioambiental (ISA). A mediação foi realizada por Thais Tartalha Lombardi, pesquisadora colaboradora da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA/Unicamp).

Assista esse debate na íntegra:

A cada semana, a série “População e Desenvolvimento em Debate” promovida por UNFPA e ABEP realiza discussões entre academia, governo e sociedade civil sobre temas emergentes na Agenda de População e Desenvolvimento.

Na próxima quarta-feira (01/07), o tema será Impactos sociais e econômicos da COVID-19. Acompanhe no perfil do UNFPA no Youtube.

 

UNFPA: jovens estão preocupados com saúde da família, futuro e educação na pandemia

Posted: 26 Jun 2020 11:31 AM PDT

Jovens de todo o Brasil foram ouvidos na pesquisa sobre os efeitos da pandemia do novo coronavírus na juventude. Foto: Alexandra_Koch/ Pixabay

Jovens de todo o Brasil foram ouvidos na pesquisa sobre os efeitos da pandemia do novo coronavírus na juventude. Foto: Alexandra_Koch/ Pixabay

O projeto Prevenção e Redução da Gravidez Não Intencional na Adolescência nos Municípios do Oeste do Paraná construiu mais um espaço de discussão entre as organizações realizadoras e a sociedade.

Na última quinta-feira (18) foi a estreia da série de webinários “Tá no Rumo: Traçando Caminhos”. Os eventos online terão o formato de rodas de conversa e contarão com participantes que buscam ideias e soluções para a vida da juventude em tempos de pandemia.

A primeira transmissão teve como tema os dados divulgados pela enquete “E aí, como está a sua vida neste período de isolamento social?”.

A pesquisa foi realizada com adolescentes e jovens do oeste do estado do Paraná, com idades entre 10 a 24 anos, e buscou identificar os sentimentos e as necessidades desses adolescentes frente à pandemia de COVID-19.

A COVID-19 também trouxe impactos significativos na vida da população jovem e adolescente, com mudanças que influenciam distintas fases da vida.

Os dados divulgados pela enquete espelham essa realidade, em que a atual preocupação dos e das jovens neste momento é a saúde da família (80%). Entre as demais preocupações se destacam os temas: futuro (61%) e educação (62%).

A primeira edição do “Tá no Rumo: Traçando Caminhos” debateu sobre os dados da enquete “E aí, como está a sua vida neste período de isolamento social?”.

O debate sobre os indicadores emocionais listou o medo como principal sentimento em relação à COVID-19, com 37% das respostas, mas também a tranquilidade (25%), tristeza (23%) e ansiedade (31%).

Segundo Vinícius Monteiro, oficial para população e desenvolvimento do UNFPA Brasil, esse olhar sobre as emoções foi um ganho que a enquete trouxe para abordar os efeitos da pandemia.

“Essa pesquisa chama para uma discussão importante, porque nos faz perceber a população de jovens e adolescentes como invisibilizados nesse momento. Jovens não são grupo de risco, mesmo assim são chave no contexto de pandemia no Brasil, na medida em que circulam muito e que estão em situações normais de ambientes de aglomeração na vida na escola, festa, igreja, por exemplo”, disse.

Para Werika Amaral, estudante secundarista e ilustradora, o medo confirma a realidade vivida nesse momento em relação à COVID-19.

“Estou com muito medo, e todos os meus amigos se sentem assim. É muito ruim, eu não me sinto tão atingida porque eu não sou uma jovem que saía muito para festas, mas eu tinha uma rotina agitada. Eu sinto falta de falar diretamente com meus amigos e dar um abraço neles.”

Para Werika, outro sentimento que surge é a ansiedade, principalmente pelas novas formas de se relacionar com a escola. “As aulas online são bem difíceis, muito mais que a aula presencial. Isso traz muita saudade da escola, dos professores”, comentou.

Para refletir sobre os resultados da enquete, participaram do debate virtual: Vinicius Ortiz, coordenador do Programa de Iniciação e Incentivo ao Trabalho da Itaipu Binacional; Rosângela Gouveia, coordenadora do Centro da Juventude e Convivência – Profº Jomar Vieira Rocha do município de Cascavel; Werika Amaral, estudante secundarista e ilustradora; e Vinícius Monteiro, oficial para População e Desenvolvimento do UNFPA Brasil.

A mediação do encontro ficou a cargo de Cintia Cruz, coordenadora local do projeto Prevenção e Redução da Gravidez Não Intencional na Adolescência nos Municípios do Oeste do Paraná.

O encontro também debateu as ações e desafios enfrentados pela rede de acolhimento de adolescentes.

Para Rosângela Gouveia, “temos que nos reinventar enquanto rede, a importância da conexão entre saúde, educação e assistência social, é essencial”. “O jovem faz parte de um todo e essa pandemia trouxe uma rede que trabalha na ponta mais interligada para ofertar um atendimento adequado mesmo durante essa pandemia”, afirmou.

Vinicius Ortiz lembrou que a empresa tem 140 adolescentes recebendo auxílio financeiro e psicológico durante a pandemia. “A gente, enquanto rede, está escutando e conversando com os jovens e pensando em outras estratégias para trabalhar conteúdos socioemocionais que possam ajudar na saúde mental dos adolescentes”.

Sobre a saúde mental de adolescentes, a mediadora do evento online, Cintia Cruz, comentou: “pensar em ferramentas que falam da saúde mental e que ajudem essa galera a entender como se reelaborar nesse momento, é uma grande demanda que surge nesse contexto”, avaliou.

Próximo evento: Relações Amorosas na Pandemia

A segunda edição do “Tá no Rumo: Traçando Caminhos” terá como tema as Relações Amorosas na Pandemia, e ocorre na quinta-feira (09/07), às 15h.

O evento será transmitido pela plataforma Zoom, e para receber o link de acesso é necessário realizar a inscrição previamente, acesse e participe: https://forms.gle/yU9FsYozP5H5MeBL8

 

OIM e UniCesumar lançam curso de português online e gratuito para migrantes e refugiados

Posted: 26 Jun 2020 11:07 AM PDT

Foto: UniCesumar

A Organização Internacional para as Migrações (OIM), em parceria com a instituição de ensino UniCesumar, anuncia o lançamento do curso online “Português para Migrantes e Refugiados”. Com o apoio da OIM, todo o conteúdo foi revisado por uma consultora especializada e classificado nos diferentes níveis de aprendizagem.

O curso já está disponível e tem como principal objetivo oferecer para migrantes e refugiados, que já possuem um conhecimento básico da língua portuguesa, a oportunidade de aprimorar o idioma, apoiando assim, sua integração socioeconômica no Brasil.

Totalmente gratuito, o curso é divido em três módulos de 80 horas cada e inclui os níveis intermediário e avançado. Os alunos terão acesso a vídeos, textos e materiais de apoio para auxiliá-los no aprendizado do idioma.

“Acolher e apoiar migrantes e refugiados em suas necessidades é um dos grandes desafios do mundo contemporâneo. Estamos fazendo a nossa parte, pela UniCesumar e Instituto UniCesumar, proporcionando a eles oportunidades de reconstrução de suas vidas; um caminho que passa, fundamentalmente, pela educação”, afirmou o diretor de Relações Institucionais da UniCesumar, Weslley Matos.

“Por isso, entre outros projetos de apoio, elaboramos e estruturamos um curso de língua portuguesa de educação a distância com metodologia e conteúdo adequados ao contexto específico da migração. A parceria com a OIM elevou ainda mais a qualidade do material, o que nos deixou extremamente felizes”, complementou o diretor.

As aulas podem ser acessadas via smartphone, tablet ou computador. Para se registrar, os interessados devem acessar a página do curso e completar o formulário com seus dados pessoais. Ao final da formação, será emitido um certificado referente aos módulos intermediário e avançado de língua portuguesa.

“Com o curso, poderemos nos desenvolver com mais facilidade em nossa vida aqui no Brasil, já que o idioma é muito necessário tanto para conseguir melhores empregos, como na integração social”, afirmou a venezuelana a Diolennys B, 32 anos, moradora de Curitiba e há 3 anos no Brasil, já inscrita na formação.

Essa iniciativa é realizada no marco do projeto “Oportunidades – Integração no Brasil”, implementado pela OIM e realizado com o financiamento da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID). O projeto visa apoiar o governo brasileiro, nas suas diferentes esferas, e o setor privado na integração econômica de venezuelanos e migrantes oriundos de países vizinhos ao Brasil que estejam em situação de vulnerabilidade no país.

Serviço:
Curso de Português para Migrantes e Refugiados
Modalidade: Ensino a Distância
Gratuito
Inscrições: www.universoead.com.br/portugues-para-imigrantes

 

Campanha com desenho animado do Mr. Bean lembra importância de se manter vigilante na pandemia

Posted: 26 Jun 2020 11:05 AM PDT

O anúncio de utilidade pública é dublado pelo ator Rowan Atkinson, que criou a personagem Mr. Bean. Foto: Reprodução

O anúncio de utilidade pública é dublado pelo ator Rowan Atkinson, que criou a personagem Mr. Bean. Foto: Reprodução

Organização Mundial de Saúde (OMS), Project Everyone e Tiger Aspect Productions fecharam uma parceria para lançar um anúncio de utilidade pública com uma das estrelas de comédia mais conhecidas do mundo, o Mr. Bean.

Com os casos de COVID-19 crescendo mundialmente, a “Lista essencial de verificação COVID-19” do Mr. Bean é um lembrete às pessoas sobre a importância de lavar as mãos, manter o distanciamento físico e demonstrar bondade com os vizinhos.

O anúncio apresenta um desenho em quadrinhos do Mr. Bean fazendo uma pegadinha para finalmente revelar uma série de dicas essenciais para proteger as pessoas contra a COVID-19.

Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, afirmou que “a COVID-19 afeta todas as esferas da vida humana” e que “precisamos usar todas as ferramentas e abordagens à nossa disposição para compartilhar informações com todas as pessoas ao redor do mundo para salvar vidas. Sou grato pelo apoio da equipe do Mr. Bean por emprestar sua voz e talentos para espalhar conselhos vitais sobre distanciamento físico, higiene e conhecimento dos sintomas”.

O anúncio de utilidade pública é dublado pelo ator Rowan Atkinson, que criou a personagem Mr. Bean para ser “uma criança no corpo de um homem adulto” quando estava na Universidade de Oxford, juntamente com o cineasta e defensor dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, Richard Curtis. Mr. Bean, transmitido originalmente nos anos 90 antes de se transformar em uma série animada, expandiu-se em escala global com 96 milhões de seguidores no Facebook em todo o mundo e grandes bases de fãs na Índia, Brasil e Indonésia. Neste ano, a personagem comemora seu 30º aniversário.

O anúncio foi coordenado pela Project Everyone, uma agência sem fins lucrativos criada por Richard Curtis que trabalha usando o poder da comunicação por trás dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.

“Estamos muito satisfeitos em trabalhar com a OMS neste esquete do Mr. Bean e apoiar as mensagens de saúde em relação à COVID-19. Em 2015, 193 líderes mundiais se comprometeram com 17 Objetivos Globais para acabar com a pobreza, a desigualdade e as mudanças climáticas até 2030. Boa saúde e bem-estar é o objetivo 3, central para alcançar todos os outros ODS. É fundamental que trabalhemos com parceiros criativos – e que todos os setores se reúnam para continuar a emitir mensagens sobre como podemos enfrentar a COVID-19 e construir um mundo melhor, onde esses Objetivos continuem sendo o plano orientador a ser alcançado até 2030. Não tenho muita certeza a qual setor o Mr. Bean também pertence, mas estamos muito satisfeitos em tê-lo a bordo”, afirmou Richard Curtis.

 

PNUD lança projeto de prevenção ao uso de drogas em parceria com governo federal

Posted: 26 Jun 2020 11:00 AM PDT

Projeto "Tô de boa" é iniciativa do PNUD com a SENAD para reduzir o envolvimento de jovens e adolescentes com entorpecentes. Foto: Fotografierende/Pexels

Projeto “Tô de boa” é iniciativa do PNUD com a SENAD para reduzir o envolvimento de jovens e adolescentes com entorpecentes. Foto: Pixabay

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), em parceria com a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, lançou um edital para implementar uma fase piloto do projeto “Tô de Boa”. A iniciativa quer diminuir o envolvimento de jovens, adolescentes e pessoas vulneráveis com entorpecentes e marca o Dia Internacional de Combate às Drogas, lembrado em 26 de junho.

“Tô de Boa” é a sigla para Trabalho Orientado de Desenvolvimento Econômico e Biopsicossocial baseado na Oferta de Alternativas e está alinhado com a Política Nacional de Drogas da SENAD. O edital busca uma instituição para elaborar o modelo e a metodologia do projeto. A organização selecionada fará também a implementação, o monitoramento e a avaliação do projeto piloto, usando métodos de análise de políticas públicas.

“Visamos coordenar esforços entre segmentos do governo e da sociedade para gerar ações efetivas na redução da oferta e do consumo de drogas, do custo social a eles relacionados, e das consequências do uso e do tráfico”, explica a gerente de projetos do PNUD, Raíssa Teixeira.

As instituições interessadas têm até 15 de julho para apresentar as propostas. Serão considerados elegíveis centros de pesquisa ou formação, instituições de ensino superior, públicas ou privadas, fundações, institutos e organizações da sociedade civil que comprovadamente atuem ou realizem pesquisas relativas às áreas temáticas propostas, de políticas sobre drogas e desenvolvimento humano. Mais informações aqui.

Parceria – Desde 2016 o PNUD desenvolve, em parceria com a SENAD e a Secretaria Nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas (SENAPRED), um projeto para aprimorar estratégias de prevenção das políticas sobre drogas.

Parte das atividades desenvolvidas relacionam a Política Nacional de Drogas ao desenvolvimento sustentável, utilizando o conceito de desenvolvimento alternativo, que busca a redução de cultivos ilícitos de drogas via integração socioeconômica dos agricultores, ações de repressão ao tráfico, entre outras. “Baseado nas premissas do desenvolvimento sustentável para a redução da violência, o projeto busca diminuir a oferta de drogas em comunidades vulneráveis”, explica a coordenadora da Unidade de Governança e Justiça para o Desenvolvimento do PNUD, Moema Freire.

 

ONU lista ações realizadas para combater COVID-19; estabelece roteiro para saída da pandemia

Posted: 26 Jun 2020 09:25 AM PDT

Voluntários da ONU Zâmbia em Lusaka compartilham informações sobre o novo coronavírus como parte dos esforços de sensibilização da comunidade. Foto: PNUD Zâmbia

Voluntários da ONU Zâmbia em Lusaka compartilham informações sobre o novo coronavírus como parte dos esforços de sensibilização da comunidade. Foto: PNUD Zâmbia

Em meio à crise causada pela pandemia de COVID-19, a ONU se mobilizou para salvar vidas, controlar a transmissão do vírus e aliviar as consequências econômicas, disse o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, a jornalistas na quinta-feira (25), falando no lançamento virtual de seu relatório de resposta da Organização à crise.

O relatório não apenas descreve as ações tomadas desde que a pandemia foi declarada, disse ele, como também oferece um roteiro para reconstruir melhor por meio de solidariedade e unidade global.

“A pandemia expôs desigualdades graves e sistêmicas. E ressaltou as fragilidades do mundo em geral – não apenas diante de outra emergência de saúde, mas também da crise climática, da ilegalidade no ciberespaço e dos riscos de proliferação nuclear novamente”, afirmou.

Diferentes frentes de combate

O relatório revela como a ONU vem travando a batalha contra a COVID-19 em muitas frentes.

A resposta foi centrada em três pilares: saúde humana, recuperação e abordagem dos aspectos socioeconômicos, humanitários e de direitos humanos da pandemia.

Guterres informou que a ONU enviou mais de 250 milhões de itens de equipamentos de proteção individual destinados a profissionais de saúde em mais de 130 países.

A Organização colocou sua rede de cadeia de suprimentos a serviço dos Estados-membros, e estabeleceu centros aéreos globais que entregaram quase 70 mil metros cúbicos de produtos médicos apenas nas últimas seis semanas.

Também está apoiando a pesquisa sobre o desenvolvimento de uma “vacina popular” disponível e acessível para a doença, e lançou a campanha Verificado para combater a “praga da desinformação” em torno da COVID-19.

“Meu apelo por um cessar-fogo global foi endossado por quase 180 países, mais de 20 grupos armados, líderes religiosos e milhões de membros da sociedade civil. A dificuldade é implementá-lo”, afirmou o secretário-geral.

“Meus enviados especiais e eu estamos trabalhando juntos para estabelecer cessar-fogo efetivos e fazendo todo o possível para superar o legado de conflitos duradouros com profunda desconfiança entre as partes e atores com interesse em disrupções.”

Caminho sem volta

O relatório foi lançado às vésperas do 75º aniversário da adoção da Carta das Nações Unidas, o documento fundador da Organização.

A comemoração deste ano chega em um momento de “colossal agitação e risco globais”, como observou Guterres, à medida que a pandemia se aprofunda com quase 10 milhões de casos confirmados, perturbações climáticas, protestos contra a injustiça racial e crescentes desigualdades.

Olhando para além da pandemia, o secretário-geral sublinhou o forte compromisso da ONU em liderar os esforços de renovação.

“Não podemos voltar ao que era e simplesmente recriar os sistemas que agravaram a crise”, enfatizou.

“Precisamos reconstruir melhor com sociedades e economias mais sustentáveis, inclusivas e com igualdade de gênero.”

O secretário-geral apelou ao multilateralismo eficaz e inclusivo. Ele instou os países a reimaginar as maneiras pelas quais cooperam e a recorrer às “contribuições indispensáveis” de sociedade civil, empresas, jovens e outros.

“O problema não é que o multilateralismo não esteja à altura dos desafios que o mundo enfrenta. O problema é que o multilateralismo de hoje carece de escala, ambição e dentes. E alguns dos instrumentos que possuem dentes mostram pouco ou nenhum apetite para morder, como recentemente ocorreu com as dificuldades enfrentadas pelo Conselho de Segurança”, afirmou ele, destacando o fracasso em chegar a um consenso sobre questões cruciais entre os cinco membros permanentes.

Ele observou que “era difícil ter uma transformação significativa dos mecanismos de governança global sem a participação ativa das potências mundiais – e, deixe-me ser franco, seus relacionamentos hoje nunca foram tão disfuncionais”.

“Precisamos dar ao multilateralismo as capacidades para enfrentar nossos desafios, não apenas para atender às necessidades imediatas, mas para permitir que as gerações futuras atendam às delas.”

Clique aqui para acessar o relatório completo (em inglês).

 

ONU Mulheres e empresas de tecnologia unem forças para combater violência doméstica

Posted: 26 Jun 2020 08:28 AM PDT

Foto: Bianca Salgado / Pexels

Mesmo antes da pandemia da COVID-19, a violência contra mulheres e meninas, uma violação grave de direitos humanos, impactava uma em cada três mulheres em todo o mundo. Dados recentes de vários países já mostram um aumento no relato de violência doméstica por meio de serviços de apoio, desde o início dos distanciamentos e isolamentos sociais decorrentes da COVID-19. Como os países agora enfrentam crises econômicas, escassez de serviços e altos níveis de estresse, muitas mulheres ficam presas em isolamento com parceiros abusivos, sem acesso às informações e serviços de apoio de que precisam.

Para combater esse aumento alarmante, os escritórios da ONU Mulheres em todo o mundo firmam parceria com gigantes da tecnologia – como Google, Twitter e Facebook – para fornecer informações importantes sobre serviços de apoio para sobreviventes de violência doméstica.

O Google forneceu o Ad Grants à ONU Mulheres, no valor de US$ 1 milhão, por meio do “Programa de Alívio à Crise do Ad Grants” para promover o conteúdo da COVID-19 e a igualdade de gênero em 2020, incluindo recursos para acabar com a violência contra as mulheres e para enfrentar o aumento alarmante de violência doméstica em todo o mundo.

O Google também incluiu a ONU Mulheres na seção principal sobre o tema através de seu hub de informações COVID-19 nos EUA e, posteriormente, expandirá para outros idiomas e países.

O Facebook está disponibilizando recursos para sobreviventes de violência doméstica de maneira fácil e rápida por meio de sua plataforma. A ONU Mulheres e seus 62 escritórios nacionais em conjunto com outros parceiros – como a Rede Nacional para Acabar com a Violência Doméstica e a Rede Global de Abrigos para Mulheres – contribuíram para a criação de um repositório de linha de ajuda no Facebook.

Outras informações e recursos incluem dicas sobre como reconhecer os sinais de abuso doméstico, como ajudar alguém que você suspeita estar sofrendo violência doméstica e como manter-se segura. Esses recursos estarão disponíveis em todo o mundo e serão destacados estrategicamente na plataforma, por exemplo, no Centro de Informações COVID-19 e em grupos do Facebook.

A diretora-executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka, afirmou que para as milhões de mulheres que estão nessas circunstâncias desesperadoras, obter informações precisas sobre abrigos e serviços de apoio locais pode fazer toda a diferença.

“Pode ser difícil descobrir onde obter ajuda e manter essa pesquisa privada, especialmente quando sob controle rígido de um parceiro abusivo. Realmente apreciamos o enorme impulso à acessibilidade que essa colaboração traz, facilitando o acesso das mulheres que procuram ajuda para que as encontrem com segurança”, explicou a diretora-executiva.

Na região da Ásia e do Pacífico, onde 2 em cada 3 mulheres relataram experiências de violência antes mesmo do início dos distanciamentos e isolamentos socias da COVID-19, uma parceria com o Twitter está fornecendo números de serviços de apoio para suporte acelerado. Quando um usuário ou usuária do Twitter procura termos associados à violência contra mulheres (como “abuso”, “agressão sexual”, “violência doméstica”, etc), o principal resultado da pesquisa será uma notificação no idioma local: “Se você estiver sofrendo violência, a ajuda está disponível”, seguida por um número de linha direta e pelo identificador do Twitter deste serviço.

O Twitter, com o apoio da ONU Mulheres, está lançando essas notificações na Tailândia, Índia, Indonésia, Malásia, Filipinas, Cingapura, Coréia do Sul e Vietnã como parte da campanha #ThereIsHelp do Twitter.

De acordo com a gerente regional de Eliminação da Violência a contra as Mulheres da ONU Mulheres na Ásia-Pacífico, Melissa Alvarado, a violência contra mulheres e meninas na Ásia-Pacífico é generalizada, e, ao mesmo tempo, amplamente subnotificada.

“Menos de quatro em cada dez mulheres que sofrem essa violência realmente denunciam esses crimes ou procuram ajuda de qualquer tipo. Como os bloqueios e as ordens de permanência em casa estão sendo prolongados por países ao redor do mundo para conter a disseminação da COVID-19, as mulheres com parceiros violentos crescem cada vez mais isoladas das pessoas e dos recursos que podem ajudá-las. Conectar mulheres que estão com medo ou em perigo é fundamental para sua segurança”, afirmou a gerente regional.

Como parte da campanha #ThereIsHelp, os usuários e as usuárias do Twitter também são incentivadas a enviar mensagens de suporte e informar entre si que os serviços estão abertos e disponíveis para apoiar as mulheres que vivenciam violência.

 

Refugiada negra comandará redes sociais do ACNUR Brasil durante o fim de semana

Posted: 26 Jun 2020 07:26 AM PDT

Prudence teve que interromper o sonho de ser uma artista famosa em seu país de origem depois de ser vítima de perseguição política. Foto: Acervo Pessoal

Prudence teve que interromper o sonho de ser uma artista famosa em seu país de origem depois de ser vítima de perseguição política. Foto: Acervo Pessoal

Mulher, mãe de cinco filhos e avó. É assim que Prudence Kalambay gosta de se apresentar. Se a vida de qualquer pessoa com essa biografia já seria cheia de histórias e desafios, imagina quando se trata de uma mulher negra, nascida na República Democrática do Congo, que chegou ao Brasil grávida, com uma criança de colo, sem falar português e sem conhecer ninguém.

Prudence teve que interromper o sonho de ser uma artista famosa em seu país de origem depois de ser vítima de perseguição política. É nas mãos dessa mulher que a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) deixará suas redes sociais durante este final de semana (27 e 28 de junho).

Prudence vai usar o Instagram, o Twitter e o Facebook do ACNUR para contar sua história, falar de seus planos para o futuro, dos desafios enfrentados pelos refugiados – especialmente mulheres negras como ela -, preconceito, racismo, moda, maternidade e tudo o mais que ela quiser.

Nascida em Kinshasa, capital da República Democrática do Congo, ela trabalha com política, juntamente com o seu pai, mas era nos palcos que Prudence realmente se realizava. Foi eleita Miss Congo em 2004, mas assim como mais de 30 milhões de pessoas no mundo, teve que interromper seus sonhos e deixar tudo para trás quando a violência bateu em sua porta.

“Minha jornada não foi nada fácil. Atravessei um rio com a minha filha e só chegamos à fronteira com a Angola depois de percorrer um longo caminho. O Brasil não estava nos meus planos, eu pensava em ir para a Europa. Foi vendo novela que pensei em vir para cá”, conta. “O começo foi muito difícil porque a realidade é muito diferente daquilo que vemos nas novelas. Eu sofria preconceito, mas nem sabia que essa palavra existia”.

O Brasil é o primeiro escritório do ACNUR no mundo a ceder suas redes para que um refugiado fale diretamente com o público interessado no tema. “Abrir espaço para que essas histórias cheguem ao maior número de pessoas possível é uma iniciativa muito importante na luta contra o preconceito e o racismo”, diz Natasha Alexander, chefe da unidade de parcerias com o setor privado do ACNUR. “Prudence é uma mulher inspiradora, guerreira, inteligente, talentosa e linda. Estamos felizes de compartilhar com os nossos seguidores essa experiência rica de conhecê-la mais intimamente.”

O ACNUR é a principal organização mundial que está na linha de frente contra a COVID-19 para salvar vidas e proteger pessoas que foram forçadas a abandonar suas casas devido a violência, conflitos e perseguição. Com o início da pandemia, o ACNUR reforçou suas atividades e programas, trabalhando de forma intensa para enfrentar a crise. Entre suas principais ações estão: ajudar a construir e equipar um hospital de campanha no Norte do País, que aumenta a capacidade de atendimento a pessoas refugiadas e brasileiros; apoiar as autoridades locais no monitoramento de fronteira e abrigamento; fornecer informações para as famílias sobre medidas de prevenção; e distribuir kits de higiene e limpeza para quem mais precisa.

Onde encontrar Prudence nas redes do ACNUR:

Instagram: https://www.instagram.com/acnurbrasil/

Twitter: https://twitter.com/ACNURBrasil

Facebook: https://www.facebook.com/ACNURportugues/

Como doar para o ACNUR: https://doar.acnur.org/acnur/coronavirus.html

 

UNICEF apoia lançamento de guia sobre educação em tempos de pandemia

Posted: 26 Jun 2020 07:20 AM PDT

Foto: Jess Bailey Designs / Pixabay

A União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação (UNCME) entrega hoje (26) o guia “Educação em tempos de pandemia: direitos, normatização e controle social”, produzido pela entidade com apoio do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) para mais de 4,3 mil conselhos. O documento reúne orientações para que conselheiros municipais ajudem a garantir o direito à educação de crianças e adolescentes, jovens e adultos, durante o período da pandemia de COVID-19.

Cerca de 47,9 milhões de crianças e adolescentes brasileiros estão sem aulas presenciais, segundo dados do Ministério da Educação, e boa parte dos sistemas municipais de ensino suspenderam as atividades nas escolas desde o mês de março.

O Guia reúne histórias de como treze Conselhos Municipais de Educação (CME) em todas as regiões do Brasil têm ajudado a garantir o direito à educação, ouvindo professores, pais e alunos, desenvolvendo e compartilhando cartilhas e informações de qualidade para famílias e educadores, assegurando o acesso das crianças e dos adolescentes à alimentação, apoiando a oferta de atividades não presenciais para os estudantes do ensino fundamental e oferecendo sugestões aos pais das crianças da educação infantil.

“São diversos e criativos exemplos do trabalho dos Conselhos durante tempos de tanta insegurança. Não podemos nos esquecer que a educação é um direito humano e não pode esperar. Há muitas formas de assegurá-la, com criatividade e sempre com respeito ao que diz a lei sobre o direito de todos e todas à educação”, destacou o presidente da UNCME, Manoel Humberto Gonzaga Lima.

No documento estão citadas as principais leis sobre educação no Brasil – da Constituição à Base Nacional Comum Curricular. E ainda as normas específicas sobre a educação no período da pandemia: a Medida Provisória 934/20 – que suspende o número de dias letivos obrigatórios, mas mantém a obrigatoriedade das 800 horas letivas por ano – e o parecer do Conselho Nacional de Educação, CNE/CP 05/2020, que dispõe sobre a reorganização do calendário escolar e sobre a possibilidade de cômputo de atividades pedagógicas não presenciais para o cumprimento da carga horária mínima anual em 2020.

O documento destaca o importante papel dos Conselhos para ajudar os sistemas municipais de educação a equacionar questões como o calendário escolar, a avaliação e a prevenção à evasão escolar.

Na publicação, a UNCME reforça a importância do trabalho conjunto dos CMEs com as Secretarias Municipais de Educação e reforça a importância de se promover a participação de todos os atores da educação – estudantes, professores, pais, diretores, gestores, funcionários – na definição das soluções para assegurar o processo de ensino-aprendizagem enquanto as escolas estão fechadas.

O Guia traz ainda respostas às perguntas que a UNCME tem recebido de Conselhos em todo o Brasil. Com alguns dos mesmos conteúdos do Guia, a UNCME vai tornar disponíveis aos CMEs materiais de uso livre e gratuito para redes sociais e envio via WhatsApp, etc.

Conheça o Guia em: https://www.uncme.org.br/

 

OIT, UNAIDS e MPT lançam vídeo sobre direitos da população LGBTI+ em meio à pandemia

Posted: 26 Jun 2020 06:46 AM PDT

Foto: Reprodução

Foto: Reprodução

Para marcar o Dia Internacional do Orgulho LGBTI+, celebrado em 28 de junho, Organização Internacional do Trabalho (OIT), Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) e Ministério Público do Trabalho (MPT) lançam campanha em vídeo para garantir direitos e proteção da população lésbica, gay, bissexual, travesti, transexual e intersex (LGBTI+) no Brasil.

Em meio à crise de saúde da COVID-19 e seus impactos sobre sociedade, economia e mundo do trabalho, as agências afirmam ser fundamental voltar a atenção para as pessoas historicamente excluídas por preconceitos e discriminação em relação à sua orientação sexual e identidade de gênero.

No vídeo, homens e mulheres trans, lésbicas, gays e travestis dizem o que querem: respeito, dignidade, oportunidades de trabalho decente, ser feliz, direitos, e o fim da transfobia. E perguntam: “É diferente do que você quer? Pense nisso”. O vídeo termina com uma homenagem à Amanda Marfree, mulher trans de 35 anos, que faleceu na última terça-feira (23) vítima de COVID-19. Amanda é uma das participantes do vídeo da campanha e uma grande ativista.

“A OIT tem sua missão histórica de promover o trabalho decente que só pode ser concretizado em uma sociedade onde todas as pessoas sejam livres para existir em toda sua identidade e potencialidade. As pessoas do grupo LGBTI+, especialmente as pessoas transexuais, são excluídas historicamente, o que torna sua inserção e permanência no trabalho mais difícil. A sociedade ganha com a inclusão de trabalhadores e trabalhadoras livres para exercer sua profissão, com criatividade e direitos”, disse Martin Georg Hahn, diretor do Escritório da OIT no Brasil.

A Declaração do Centenário da OIT coloca as pessoas no centro de todas as ações de promoção de justiça social e do trabalho decente. E o próprio conceito de trabalho decente sintetiza a missão da Organização de promover oportunidades para que todas as pessoas obtenham um trabalho produtivo e de qualidade, em condições de liberdade, equidade, segurança e dignidade humanas.

Nesse contexto, a OIT, o UNAIDS e o MPT desenvolvem atualmente dois projetos direcionados à população trans, com objetivo de apoiar o grupo neste momento de crise, promover a capacitação profissional e o aumento do conhecimento sobre temas diversos.

O Web Cozinha&Voz atende a 100 pessoas trans em todo o país, fornecendo uma bolsa de capacitação no valor de 500,00 reais mensais e aulas de assistente de cozinha – coordenadas pela cozinheira Paola Carosella -, aulas de expressão, e de empreendedorismo, com apoio do SEBRAE. A iniciativa também promove debates com especialistas sobre temas relacionados a esta população e seus desafios.

Já o projeto Faces & Sustentabilidade, realizado em São Paulo, adquire mais de 500 quilos de alimentos diários de pequenos produtores rurais, que não estavam conseguindo escoar sua produção com a crise. Os alimentos são usados na produção de 1.000 marmitas por dia, por sua vez distribuídas em comunidades na cidade. A produção das refeições é feita pela escola de gastronomia Hotec e 30 alunos e alunas, incluindo 10 mulheres trans, auxiliam na preparação dos alimentos, enquanto participam de uma formação profissional.

Os alunos e alunas recebem também uma bolsa no valor de 500,00 reais, alimentação e auxílio deslocamento. O uniforme utilizado pelos estudantes é produzido por migrantes e refugiados, completando o ciclo de sustentabilidade. Além dos parceiros mencionados, o projeto conta com o apoio da Unicamp e do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA).

Experiências de estigma e discriminação

Segundo dados do Índice de Estigma em relação às pessoas vivendo com HIV/AIDS realizado em 2019 no Brasil, um estudo inédito no país conduzido em sete capitais brasileiras, mais de 90% da população trans já sofreu discriminação na vida por conta da sua identidade de gênero.

Entre as situações de estigma e discriminação mais comuns, comentários discriminatórios, principalmente por membros da família, são o que mais afeta a população trans: ao menos 80,6% das pessoas relataram já terem passado por essa situação. Assédio verbal (74,2%), exclusão de atividades familiares (69,4%) e agressão física (56,5%) também aparecem como as situações de violência relacionadas à identidade de gênero que mais afetam essa população.

Os dados foram levantados entre abril e agosto de 2019, com 1.784 pessoas vivendo com HIV e com AIDS em sete capitais brasileiras: Manaus (AM), Brasília (DF), Porto Alegre (RS), Salvador (BA), Recife (PE), São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ).

“Parece óbvio, mas vivemos num tempo em que ainda é preciso mostrar que somos todos iguais em nossos sonhos e em nossas buscas por uma vida melhor. E que temos orgulho de ser quem somos, temos solidariedade e amor”, diz Ariadne Ribeiro, assessora para apoio comunitário do UNAIDS no Brasil. “Este vídeo busca mostrar que podemos nos enxergar como humanos e abraçar todas as causas, sem deixar ninguém para trás”, conclui Ariadne, que é mulher trans e vive com HIV há mais de duas décadas.

Inclusão no mundo do trabalho

Por muito tempo, a discussão sobre identidade de gênero ficou à margem na sociedade. Populações LGBTI (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros e Intersex) possuem uma série de especificidades sociodemográficas e de identidade, além das intersecções que aumentam a discriminação, como gênero, raça, idade, religiosidade e etnia. Dentre desses grupos, homens e mulheres transexuais são os mais vulneráveis a toda sorte de estigma, preconceito e violência.

No mundo do trabalho, as pessoas LGBTI sofrem com disparidades salariais, maior informalidade, preconceitos e prejuízos oriundos da divisão sexual do trabalho, do racismo e da homolesbotransfobia. As opções profissionais LGBTI são frequentemente restritas a setores específicos, caracterizados por altos níveis de informalidade e por ocupações de baixa qualificação, ainda que tenhamos profissionais extremamente preparados(as), fortalecendo a vulnerabilidade e facilitando a exploração.

O debate sobre da empregabilidade de pessoas transexuais está sendo colocado em empresas e discutido, no Brasil, mais fortemente no Fórum Nacional de Empresas e Direitos LGBTI. De acordo com o Observatório da Diversidade e da Igualdade de Oportunidades no Trabalho, da OIT e do Ministério Público do Trabalho, de 5.570 municípios brasileiros, apenas 21 possuem conselhos de direitos LGBTI.

Para a Procuradora do Trabalho em São Paulo e gerente do Projeto do MPT de empregabilidade da população LGBTIQ+, Sofia Vilela: “É relevante darmos voz e oportunidades à população LGBTIQ+. Por isso, o MPT compreende que, além de haver um eficiente combate a todas as formas de discriminação em razão da orientação sexual e identidade de gênero, é preciso desenvolver e estimular políticas públicas para a inclusão dessa população no mercado de trabalho com a finalidade de oferecer trabalho decente, o qual haja respeito, dignidade e igualdade entre todas as pessoas.”

Para a Procuradora do Trabalho em São Paulo e gerente do Projeto do MPT de empregabilidade da população LGBTIQ+, Sofia Vilela: “É relevante darmos voz e oportunidades à população LGBTIQ+. Por isso, o MPT compreende que, além de haver um eficiente combate a todas as formas de discriminação em razão da orientação sexual e identidade de gênero, é preciso desenvolver e estimular políticas públicas para a inclusão dessa população no mercado de trabalho com a finalidade de oferecer trabalho decente, o qual haja respeito, dignidade e igualdade entre todas as pessoas.”

 

Reading becomes a learning opportunity for youths at Socio-Educational Centre in Ji-Paraná, Brazil

Posted: 26 Jun 2020 05:38 AM PDT

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To sit quietly and read a book by yourself has been a pleasant activity for many of us during the quarantine. Seventeen-year-old Antônio*, an HQ fan, has enjoyed it. He’s currently reading Daniel Silva’s The Black Widow, a thriller that tells the story of a widow of a member of ISIS who got killed in combat. Marcelo* reads Percy Jackson & the Olympians, a series of adventure novels that combine twenty-first century original characters with Greek mythology. The sixteen-year-old was already in the habit of reading books and biblical magazines.

The teenagers read at CASE, the Socio-Educational Centre Library at Ji-Paraná, a city in the Brazilian state of Rondônia. With both group activities and classes suspended because of the COVID-19 pandemic, individual readings are being promoted by the CASE team as a leisure option for teenagers. The library hasn’t been officially opened yet, but the initial idea was for it to be a place for group readings followed by discussions and debates. But as the coronavirus pandemic swept across the world, a change in plans was necessary.

Antônio believes that reading helps him to take his mind off things and it also provides him with a learning opportunity. Marcelo agrees that it’s been good to get out of the house and still be able to learn while in this current situation. Both say that they will continue to go to the library after quarantine is over.

Cristiano Cabral, a psychologist at the Centre responsible for monitoring the activities, adds that “the teens are delighted with reading”. According to him, the environment is so pleasant that teenagers feel that time flies by so quickly that they are surprised when reading time is over. Cabral explains that the reading is done on an alternating basis and that a lot of young people are eager for their turn.

The library is part of the Give a Book for a New Story (Dê um livro para uma nova história) project. Ivone Cristina Soares, a technical director for CASE who is involved in the project, says that the unit had room for a library, but books and equipment were missing. Thus, they came up with the idea to find additional resources. Youths were invited to help choose the books that would be purchased, to help encourage their interest in reading.

Online service – The library also has computer access, which allows its users to have online meetings with the Ji-Paraná’s Public Defender’s Office. Public defender Lívia Iglesias is in talks with both teenagers about their legal cases to establish a relationship of trust with them. She points out the importance of holding online meetings with the youth because before the outbreak of the pandemic, she used to visit the Centre once a week.

“They want to know a lot of things or just talk,” says Lívia, who has been working with children and teenagers for five years. According to her, the reassurance that technology brings to the teens is remarkable. Young people rate online conversations as “nearly the same” as face-to-face ones.

Uirapuru Project – The library was one of the proposals selected by Uirapuru, a project from the Ministry of Public Labor (MPT) in the states of Rondônia and Acre that works in partnership with the United Nations Office for Project Services (UNOPS). CASE was funded both by the money that the local branch of the MPT collected through fines and brought to life under UNOPS’ technical support in space creation and the purchase of books, furniture, and computers.

Through Uirapuru, the MPT aims to increase the social impact of its actions by promoting projects that contribute to the social well-being of the population under its regional influence. The local MPT’s goals are in alignment with the United Nation’s 2030 Agenda for Sustainable Development. Agenda 2030 is based on 17 global goals that serve as a blueprint to achieve a better and more sustainable future for all.

(*) The interviewees had their names withheld.

 

Leitura é alternativa de lazer individual para jovens de Centro Socioeducativo

Posted: 26 Jun 2020 05:37 AM PDT

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Sentar tranquilamente e ler um livro sozinho. Esta tem sido uma atividade agradável para muitos e muitas de nós nessa quarentena. Fã de gibis, Antônio *, de 17 anos, também tem feito isso. Ele está lendo o livro A Viúva Negra, que conta a trajetória de viúvas de terroristas do estado islâmico cujos maridos morreram em combate. Marcelo*, de 16 anos, lê Percy Jackson e Os Olimpianos, que conjuga lendas da mitologia grega com aventuras no século XXI. Ele já teve o hábito de ler livros e revistas bíblicas.

Os adolescentes lêem na Biblioteca do Centro de Atendimento Socioeducativo (CASE) de Ji-Paraná, em Rondônia. Com as atividades em grupo e as aulas suspensas em função da pandemia da COVID-19, leituras individuais estão sendo promovidas pela equipe do CASE, como uma opção de lazer para os adolescentes. A biblioteca ainda não foi inaugurada e o projeto era que ela servisse para leituras em grupo, seguidas de debates. Com a pandemia, foi necessário adaptar a proposta.

Antônio acredita que a leitura “distrai a mente” e é uma oportunidade de aprendizado. Marcelo concorda que têm sido bom sair do alojamento e que é possível aprender nestes momentos. Ambos afirmam que após a quarentena, seguirão frequentando a biblioteca, mesmo com o retorno das demais atividades.

Cristiano Cabral, psicólogo do Centro que acompanha a atividade, corrobora: “Eles estão encantados pela leitura individual”. Segundo ele, o ambiente criado é tão agradável que os adolescentes nem sentem o tempo passar e se surpreendem quando acaba o horário estipulado para a leitura. Ele explica que a leitura é feita em esquema de revezamento e há jovens ansiosos na fila.

A biblioteca faz parte do projeto Dê um livro para uma nova história. A unidade tinha um espaço para biblioteca, mas faltavam os livros e os equipamentos. Assim, surgiu a ideia de buscar recursos para isso, segundo a diretora técnica do CASE, Ivone Cristina Soares, que participou da elaboração do projeto. Como forma de despertar o interesse pela leitura, os jovens participaram da escolha dos livros que seriam comprados.

Atendimento online – Além dos livros, a biblioteca conta com um computador, usado nos atendimentos virtuais com a Defensoria Pública de Ji-Paraná. Atualmente, a defensora pública Lívia Iglesias conversa com os adolescentes sobre os processos e estabelecendo com eles uma relação de confiança. Ela ressalta a importância da retomada dos atendimentos de forma virtual – anteriormente, ela ia ao Centro uma vez por semana.

“Eles querem saber de muita coisa ou apenas conversar”, diz Lívia. Segundo ela, que atua há cinco anos na área da infância e da adolescência, foi possível perceber como o contato proporcionado pela tecnologia lhes deixou mais tranquilos. Os jovens avaliam que a conversa online é “quase a mesma coisa” que a presencial.

Projeto Uirapuru – A estruturação da biblioteca foi uma das propostas selecionadas pelo projeto Uirapuru, do Ministério Público do Trabalho (MPT) em Rondônia e Acre em parceria com o Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS). O CASE recebeu recursos da conversão de multas destinadas ao projeto pelo MPT local e apoio técnico do UNOPS para a compra de livros, mobiliário e computador para a criação do espaço.

Com o Uirapuru, o MPT pretende aumentar o impacto social de suas ações, promovendo projetos que contribuam para o bem-estar social das pessoas da região, alinhados aos temas estratégicos de sua agenda e da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, compromisso firmado pelos países para promover a vida digna para todas e todos.

(*) Nomes fictícios

 

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