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quarta-feira, 17 de junho de 2020

Boletim diário da ONU Brasil: “ONU e empresas globais discutem formas de promover uma recuperação econômica sustentável” e 10 outros.

Posted: 17 Jun 2020 12:31 PM PDT
O secretário-geral da ONU, António Guterres. Foto: ONU/Eskinder Debebe
Nesta segunda-feira (15), o Pacto Global deu as boas-vindas a milhares de líderes mundiais que se reuniram virtualmente no 20º Leaders Summit. O evento, que celebra os 20 anos do Pacto Global, teve quase 26 horas seguidas de discussões sobre como promover uma recuperação econômica mais sustentável.
Na abertura, o secretário-geral da ONU fez uma chamada às empresas para que cumpram o seu papel em mundo que exige mais responsabilidades: “Enquanto grandes decisões estão sendo tomadas sobre nosso futuro, as empresas precisam lidar com os riscos ambientais, sociais e de governança de forma holística, e ir além da maneira usual de fazer negócios”, afirmou António Guterres.
A chanceler alemã, Angela Merkel; os presidentes de Botswana, Colômbia, Costa Rita e Etiópia; o ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore; o Enviado Especial de Finanças Climáticas da ONU, Mark Carney, e o ex-secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, são alguns dos líderes mundiais que participaram da conferência.
Os painéis também contaram com grandes nomes do mundo empresarial, como o vice-presidente do conselho do Pacto Global, Paul Polman, e o CEO da Schneider, Jean-Pascal Tricoire.
Confira alguns dos destaques do evento:
1. ODS e pandemia
Durante o evento, o vice-presidente do conselho do Pacto Global, Paul Polman, reforçou a relevância dos ODS em tempos de pandemia. “Os ODS são mais necessários do que nunca. A COVID-19 mostrou que não podemos ter pessoas saudáveis em um planeta doente”.
A chanceler alemã, Angela Merkel, fez coro a Polman e destacou a importância dos ODS e do Acordo de Paris durante a recuperação econômica.
O ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore, ressaltou que a recuperação após a COVID-19 não deve levar em conta somente a área da saúde, mas incorporar uma transformação sistêmica voltada a pautas sociais como racismo, equidade de gênero e diversidade. “Recuperar melhor significa chegarmos a um padrão de desenvolvimento e progresso sustentável diferente do que tínhamos antes. Há um despertar geral em nosso mundo, com todas essas crises”.
2. Brasileiros em destaque
O Brasil participou com um time de peso de CEOs: Viviane Martins (Falconi); Artur Grynbaum (Grupo Boticário); Eduardo Fischer (MRV); Guilherme Weege (Grupo Malwee); Jean Jereissati (Ambev); Marcos Matias (Schneider Electric Brasil) e Roberto Marques (Natura). Também marcaram presença o presidente do board da Rede Brasil, Rodolfo Sirol, e representantes de diversas empresas. Entre eles, os jovens da B3, Sodexo, Votorantim e Sicredi que participam do programa Inova 2030, e o diretor de People & Mgmt da Suzano, Argentino Oliveira, que falou em painel sobre igualdade de gênero.
“Sem as redes locais, os ODS não serão atingidos”, afirmou a vice-secretária-geral da ONU, Amina Mohammed. E nossa rede está fazendo a sua parte: discutimos recuperação econômica, ODS e Amazônia.
“O caminho a superar a crise atual e outros problemas da região é, em primeiro lugar, a industrialização sustentável, em segundo, investimentos consistentes em pesquisa e desenvolvimento”, afirmou o CEO da Ambev, Jean Jereissati, em painel com representantes de outros países latino-americanos que têm parte da floresta em seu território.
3. Importância da atuação conjunta
Em sua fala, o CEO da Natura, Roberto Marques, destacou a necessidade das parcerias. “Não resolveremos os problemas enquanto indivíduos ou enquanto empresas individualmente. Precisamos de todo o setor empresarial, academia e sociedade”.
A força das parcerias foi apresentada no painel sobre o coletivo Covid Radar e o enfrentamento à pandemia. Durante o evento, foram apresentadas as contribuições das empresas ao coletivo e a forma como a plataforma tem se mobilizado para ajudar a sociedade no combate à pandemia, seja ela por meio de doações, gerenciamento de dados e previsões de evolução da doença.
4. Nova liderança no Pacto Global
Lise Kingo, que liderou a visão e a estratégia do Pacto Global durante os últimos cinco anos, deu as boas-vindas à sua sucessora no cargo, Sanda Ojiambo. A nova diretora-executiva tem mais de 20 anos de experiência em sustentabilidade corporativa. Em seu discurso inicial, Sanda Ojiambo deixou a mensagem para o futuro: “desafios apresentam oportunidades para que as empresas possam se reinventar”.
 
Posted: 17 Jun 2020 12:17 PM PDT
Clique para exibir o slide.O Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS) adquiriu equipamentos e insumos médicos para o enfrentamento à COVID-19 em Santa Catarina.
O investimento de aproximadamente 200 mil reais foi destinada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), proveniente de multas aplicadas pelo órgão.
Os equipamentos foram entregues ao Hospital Regional São José – Homero de Miranda Gomes (HRSJ), o maior hospital público do estado, e ao Hospital Nereu Ramos, na Grande Florianópolis.
A entrega foi finalizada na última sexta-feira (12), com a instalação de um aparelho de ultrassom no Nereu Ramos.
Segundo a diretora do hospital, Ivete Yoshiko Masukawa, o aparelho será utilizado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
“É um aparelho muito útil na UTI, com uma diversidade de usos”, disse. Ela destaca que no contexto da COVID-19, serve para detectar pneumonia, por exemplo.
O equipamento tem duração média de 15 anos, podendo ser usado, após a pandemia, em outras áreas hospitalares.
O hospital público conta com 13 leitos de UTI nos quais os pacientes costumam passar, em média, uma semana, garantindo atendimento para mais de 50 pacientes por mês.
O diretor geral do HRSJ, Marcelo Borges Moreira, explicou que a doação de aparelhos de verificação de pressão evitará que haja uso compartilhado entre pacientes com suspeita e infectados pela COVID-19, garantindo a segurança de quem busca atendimento no hospital.
Ele afirma que os materiais doados pelo MPT vieram em boa hora, de forma a suprir materiais que faltavam após a criação de cerca de 40 leitos para enfrentamento da pandemia.
Além disso, de acordo com o diretor do HRSJ, “em função da pandemia, equipamentos e materiais que não haviam sido planejados passaram a ser necessários”.
Ele cita como exemplo lâminas e cabos de laringoscopia, que são utilizados para a realização de intubação dos pacientes que necessitam de ventilação mecânica, materiais que foram doados pelo MPT.
O procurador do Trabalho Sandro Eduardo Sardá, responsável pela destinação dos recursos, ressaltou a importância do Sistema Único de Saúde (SUS), especialmente diante da crise de COVID-19.
“É preciso apoiar o SUS e contribuir para que possa prestar o melhor tipo de serviço para população”, afirmou. Segundo ele, o MPT em Santa Catarina vem desenvolvendo uma série de ações em parceria com o UNOPS para apoiar a resposta à pandemia.
Em março, o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) recomendou a todos os membros dos MPs que destinem recursos ao enfrentamento da COVID-19.
De acordo com a representante do UNOPS no Brasil, Claudia Valenzuela, o MPT em diferentes estados tem buscado apoio do UNOPS para realizar compras que possam contribuir na resposta, seguindo a recomendação do CNMP.
“É importante que utilizemos nossa experiência em compras para contribuir neste momento tão complexo”, disse.
 
Posted: 17 Jun 2020 11:42 AM PDT
Visita de atendimento do programa Criança Feliz - Foto: Mauro Vieira/Ministério da Cidadania
Visita de atendimento do programa Criança Feliz – Foto: Mauro Vieira/Ministério da Cidadania
Não deixar ninguém para trás e acelerar o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) com foco nas populações mais vulneráveis e difíceis de ser alcançadas. É em torno dessa meta que o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) está liderando um conjunto de agências da ONU no Brasil para fortalecer os serviços públicos direcionados à primeira infância.
Esse trabalho conjunto ocorre no contexto do Programa Conjunto Fundo ODS (Joint Programme SDG Fund), que tem como objetivo incentivar os países a acelerar o alcance dos 17 ODS de uma maneira integrada, com o apoio do Sistema ONU.
No Brasil, cerca de 1 milhão de famílias e cuidadores/as de crianças de até 6 anos têm sido beneficiadas pela ação.
O Programa Conjunto Fundo ODS tem trabalhado com o Ministério da Cidadania para fortalecer o Programa Criança Feliz, que faz o acompanhamento de milhares de gestantes e crianças de até 6 anos em quase 3 mil municípios brasileiros.
“A primeira infância é uma janela de oportunidade única para que a criança possa desenvolver todo o seu potencial. Nessa etapa da vida, tão importante quanto cuidar da saúde da criança, é fundamental estimular o desenvolvimento cognitivo. O Programa Criança Feliz possibilita que crianças de famílias mais vulneráveis tenham seu direito a crescer e se desenvolver garantidos”, explica Cristina Albuquerque, chefe de Saúde e Desenvolvimento Infantil do UNICEF no Brasil.
Para apoiar o Programa Criança Feliz no contexto da pandemia, as agências parceiras do Programa Conjunto Fundo ODS – Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e ONU Mulheres – estão desenvolvendo uma série de conteúdos para fortalecer o trabalho dos visitadores familiares do programa.
“Neste momento, o trabalho das equipes de visitadores se encontra especialmente complexa. A pandemia traz novos desafios e questões sobre os quais os visitadores precisam orientar as famílias”, explica Cristina.
Toda semana, esses profissionais recebem vídeos, podcasts e conteúdos informativos com foco nos seguintes temas: saúde emocional familiar e os cuidados parentais; ansiedade infantil; depressão materna; jogos e brincadeiras no ambiente familiar; violência doméstica; garantia e direitos sociais às crianças e gestantes; acidentes domésticos envolvendo crianças.
No Brasil, o Programa Conjunto Fundo SDG tem como meta aumentar a participação e retenção dos municípios elegíveis ao Programa Criança Feliz, aumentando o número de beneficiários do programa (1000 novos municípios e 1 milhão de beneficiários em 2 anos); além de fortalecer as capacidades dos profissionais do PCF e a qualidade das intervenções multissetoriais, apoiando o Ministério da Cidadania a fortalecer as intervenções e ações voltadas às crianças e gestantes.
O Criança Feliz, que teve início em 2016, é uma política pública com foco no desenvolvimento adequado na primeira infância e articula um trabalho entre os setores de saúde, assistência social, educação, justiça, cultura e direitos humanos.
O programa já foi implementado em 2.787 municípios brasileiros, computando o atendimento de mais de 850 mil crianças e gestantes.
 
Posted: 17 Jun 2020 11:38 AM PDT
Foto: Gustavo Fring / Pexels
A diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa F. Etienne, convocou nesta terça-feira (16) os países a “trabalharem juntos para fortalecer a resposta à saúde em seus territórios e além-fronteiras” e conter a propagação de casos da COVID-19 entre migrantes e populações vulneráveis nas áreas de fronteira.
As Américas estão se aproximando rapidamente de 4 milhões de casos e a epidemia ainda está acelerando na região com quase 204 mil mortes notificadas pela COVID-19. Atualmente, os Estados Unidos respondem por 54% de todos os casos nas Américas e o Brasil possui 23% de todos os casos. “E não estamos vendo a transmissão desacelerar. Esse é o caso em quase todos os países da América Latina e alguns no Caribe”, enfatizou a diretora da OPAS.
A diretora da OPAS explicou que enquanto a maioria das infecções na região é notificada nas grandes cidades, onde a desigualdade econômica e a densidade populacional alimentam a transmissão, os dados da OPAS mostram uma tendência preocupante em direção à alta transmissão nas áreas de fronteira.
“A maioria das cidades fronteiriças carece de uma infraestrutura de saúde robusta e a qualidade e acesso aos serviços são geralmente baixos. Devido às instalações hospitalares limitadas, estas cidades costumam contar com laboratórios de capacidade também limitada e pequenas clínicas que atendem comunidades em vastas áreas de captação”, afirmou a diretora. O aumento da transmissão da COVID-19 nessas áreas “é motivo de séria preocupação e ação imediata”.
A OPAS também está preocupada com o Haiti e a República Dominicana, que compartilham uma fronteira ativa e continuam notificando um aumento no número de novos casos. A diretora da OPAS mencionou um aumento na transmissão no norte da Costa Rica, na fronteira com a Nicarágua, bem como na Guiana Francesa, que faz fronteira com o Brasil. Há também um aumento de casos em países vizinhos, como o Suriname. Além disso, há transmissão em curso nos estados do norte do Brasil que fazem fronteira com a Guiana e o Suriname; a região amazônica onde Venezuela, Brasil e Colômbia se cruzam; e as fronteiras entre Peru, Brasil e Colômbia.
A diretora da OPAS ressaltou que a organização está apoiando os países “a combater a propagação da COVID-19 nas áreas fronteiriças, seja estabelecendo uma presença local ou aumentando a capacidade das autoridades locais de saúde”. Citou o aprimoramento das capacidades locais em áreas fronteiriças com escritórios de campo na Amazônia, apoio a migrantes na fronteira Venezuela-Colômbia e o trabalho com parceiros da ONU em um centro de triagem na fronteira Haiti-República Dominicana.
O fortalecimento dos serviços de atenção primária nas áreas de fronteira e o compartilhamento de informações através das fronteiras são etapas importantes que os países podem adotar para melhorar a resposta à COVID-19. Para a diretora da OPAS, as instalações e equipes de emergência são necessárias para apoiar a capacidade local durante a pandemia nas comunidades fronteiriças e entre as populações transitórias. Ela recomendou também que as informações sobre prevenção sejam compartilhadas em idiomas e formatos que várias culturas possam entender.
A diretora da OPAS pediu parceria e cooperação para tratar desta questão na região das Américas e destacou a necessidade de “solidariedade com as comunidades mais afetadas pelo vírus”.
“São migrantes e pessoas que dependem da economia informal todos os dias para sobreviver. Eles estão entre os mais vulneráveis à COVID-19 e os menos propensos a receber cuidados. Temos a responsabilidade de não deixá-los para trás. O estigma e a discriminação em relação aos migrantes e outros grupos vulneráveis à COVID-19 não têm lugar em nossa região. Nem agora, nem nunca, e especialmente em meio a uma pandemia. Conto com todos os Estados-membros para defender esses valores, para que juntos possamos derrotar nosso inimigo comum: a COVID-19”, concluiu a diretora da OPAS.
Considerações feitas pela diretora da OPAS (inglês)
Coletiva de imprensa sobre situação da COVID-19 nas Américas (em inglês)
 
Posted: 17 Jun 2020 10:06 AM PDT
Criança e avó no interior do Rio Grande do Norte. Foto: Mariana Ceratti/Banco Mundial
Criança e avó no interior do Rio Grande do Norte. Foto: Mariana Ceratti/Banco Mundial
Benefícios universais para a criança, como pagamentos em dinheiro sem condicionantes, são essenciais no combate à pobreza infantil, mas só estão disponíveis em um de cada dez países, de acordo com um novo relatório publicado nesta quarta-feira (17) por Instituto de Desenvolvimento Ultramarino (ODI) e Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
O relatório Benefícios Universais para a Criança: Questões e Opções Políticas (Universal Child Benefits: Policy Issues and Options – disponível somente em inglês) destaca que os benefícios universais em dinheiro fornecidos a crianças em países de renda média a um custo de apenas 1% do PIB levariam a um declínio de 20% na pobreza em toda a população.
Em 15 países de alta renda, a prestação de benefícios universais para a criança isoladamente levou a uma redução de cinco pontos percentuais na pobreza infantil, em média. Também é comprovado que os benefícios universais para a criança reduzem a privação, melhorando o bem-estar geral, a saúde, a educação, a segurança alimentar, a produtividade e a capacidade das crianças de contribuir para suas sociedades e economias quando atingirem a idade adulta.
“Investir em crianças não apenas muda a vida delas, mas gera altos dividendos para suas comunidades e para a sociedade como um todo”, disse Henrietta Fore, diretora-executiva do UNICEF.
“Agora, mais do que nunca, como as consequências econômicas da COVID-19 ameaçam reverter anos de progresso na redução da pobreza, os benefícios universais para a criança podem ser uma tábua de salvação. Eles podem proteger as famílias vulneráveis do aumento dos níveis de pobreza e privação e podem salvar os países de impactos sociais e econômicos catastróficos”.
A universalização de benefícios reduz os riscos geralmente associados a formas mais restritivas de seleção de beneficiários, nos quais algumas famílias que precisam ficam sem apoio financeiro, inclusive devido a erros de exclusão. A universalização de programas de proteção social, como transferências em dinheiro, também ajuda a remover o estigma associado aos esquemas de benefícios em geral.
“Os benefícios universais para a criança desempenham um papel crítico na redução da pobreza e, ao mesmo tempo, promovem a coesão social e o apoio público à proteção social. Nos países com benefícios universais para a criança estabelecidos, eles constituem uma pedra angular dos sistemas nacionais de políticas sociais e são eficazes para aumentar a proteção social em tempos de crise”, afirmou Sara Pantuliano, CEO da ODI.
Francesca Bastagli, principal autora do relatório e diretora de Patrimônio e Política Social da ODI, acrescentou: “na prática, os países alcançaram alta cobertura populacional, ou benefícios universais para a criança completos, seguindo diferentes trajetórias. A realização progressiva é comum, por meio de um processo iterativo que envolve a adoção da legislação e regulamentação de políticas dos benefícios universais para a criança, fortalecendo a capacidade administrativa e financeira e construindo apoio político e público para políticas”.
É importante ressaltar que o relatório observa que os programas de transferência de renda não levam a uma redução na participação no trabalho remunerado entre a população em idade ativa. Em vez disso, as transferências de renda ajudam pais, mães e responsáveis a equilibrar as demandas de emprego com as necessidades de suas famílias.
O relatório deixa claro que a expansão da cobertura de esquemas de benefícios para crianças e famílias exige priorização nacional e solidariedade internacional no financiamento – especialmente para países de baixa renda lidando com grandes populações e orçamentos mais restritos devido à COVID-19. Também enfatiza que os benefícios universais para a criança devem ser apoiados por sistemas abrangentes de proteção social e serviços sociais de qualidade, incluindo assistência médica e educação.
O relatório destaca ainda os caminhos para alcançar a cobertura universal, incluindo maneiras pelas quais os países de baixa renda podem implementar transferências para crianças pequenas e aumentar a universalidade para todas as faixas etárias. Etapas que incluem a adoção de legislação e regulamentação de políticas, fortalecimento da capacidade administrativa e financeira e construção de apoio político e público para políticas são fatores críticos para alcançar benefícios universais para a criança.
Clique aqui para acessar o relatório completo (em inglês).
 
Posted: 17 Jun 2020 09:00 AM PDT
Equipe Trekkers levou o 1º lugar com um classificador de Raio X de pulmão. Foto: PNUD
Equipe Trekkers levou o 1º lugar com um classificador de Raio X de pulmão. Foto: PNUD
Quatro soluções inovadoras com potencial para contribuir no enfrentamento da pandemia da COVID-19 venceram o Hackcovid-19. O hackaton reuniu 983 participantes em uma maratona virtual de programação focada em criar soluções para os impactos da pandemia, entre os dias 15 e 17 de maio. A iniciativa é do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, da Fundação Oswaldo Cruz, e do Laboratório Nacional de Computação Científica com apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
A escolha dos vencedores, dentre 82 propostas enviadas, foi feita por uma comissão julgadora de 12 pessoas, considerando os critérios de criatividade, aplicabilidade da solução, apresentação do pitch (resumo do projeto para possíveis investidores), disruptividade da inovação e viabilidade tecnológica.
O PNUD apoiou as diferentes etapas do Hackovid-19, desde a disseminação da chamada pública até a publicização das propostas vencedoras, passando pela ativação e monitoria de iniciativas e a colaboração técnica com seu comitê de seleção.
A assistente de programa do PNUD e representante da instituição no comitê de avaliação explicou que cada membro da comissão avaliou os cinco critérios para cada uma das iniciativas, e uma plataforma fez a média das notas e gerou o ranking. “Foi uma tarefa difícil: muitas das soluções eram ideias simples, mas bem executadas e capazes de fazer a diferença”.
Para a coordenadora da Unidade de Governança e Justiça para o Desenvolvimento do PNUD, Moema Freire, o Hackovid-19 é um poderoso exemplo de como ações nesse formato podem gerar soluções voltadas à promoção do desenvolvimento.
Conheça as propostas de cada um dos vencedores do troféu #CientistasPelaVida, três deles na categoria geral e um na categoria computacional.
1º lugar – Trekkers: classificador de Raio X de pulmão
Formada pelos alunos de mestrado em Bioinformática da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a equipe Trekkers escolheu o desafio “Inteligência Artificial e Ciência de dados para apoio à decisão clínica” e criou um sistema de classificação e reconhecimento de imagens de Raio X do pulmão para facilitar o diagnóstico de pacientes infectados pelo novo coronavírus.
Cientes do fato de que o Raio X é um exame mais acessível do que as tomografias (essas, por sua vez, são mais precisas para detectar doenças pulmonares), a equipe propôs a construção de uma rede classificatória de imagens para auxiliar o diagnóstico.
“Se fosse possível utilizar imagens de Raio X para um indicativo da COVID-19, isso permitiria acelerar o diagnóstico, antecipar o tratamento e evitar maior contágio. Por esse motivo, a equipe propõe a construção de uma rede classificatória de imagens de radiografias nas classes “normal”, “COVID” e “outras doenças”, como um auxiliar na identificação de doenças pulmonares”, diz o texto enviado para a candidatura do time.
2º lugar – Hackcovid à Vera
Vice-campeã, a proposta Hackcovid à Vera foi idealizada por alunos de pós-graduação de diferentes áreas: computação, matemática, física e administração que atuam em projetos voltados para ciência de dados. O objetivo é combater fake news e boatos que circulam pela internet de forma precisa e automática.
Durante a pandemia, as informações falsas tornam-se especialmente perigosas: ao gerar desinformação, podem levar ao uso inadequado de medicamentos sem prescrição médica, por exemplo.
“Hoje em dia, temos uma variedade de APIs disponíveis para checagem de semântica do texto, pesquisas científicas na área de linguagem e mineração de texto. Vera nasce justamente para automatizar a utilização dessas APIs e métodos, ou seja, ela vai unir as medidas já existentes de combate a fake news e facilitar o uso para o usuário comum”, diz a página de candidatura do projeto.
Dra. June (3º lugar)
O terceiro colocado foi o chatbot Dra June, inspirado na cientista June Almeida, que identificou o primeiro coronavírus humano em 1964. A ferramenta é um meio de comunicação acessível, inclusivo e popular, de interface simples, capaz de orientar pessoas vulneráveis e auxiliar a vigilância em saúde na tomada de decisão acerca dos eventos da pandemia.
Quando entra em contato com a interface Dra. June, o usuário “conversa” com um robô programado para atendimento primário de pessoas com sintomas da COVID-19. Ele dá orientações de cuidados básicos domiciliares ou indica o posto de saúde ou rede hospitalar de referência mais próximos. O diálogo é feito via WhatsApp, por texto ou voz, e é programado para avisar às lideranças comunitárias e órgãos de saúde pública sobre os novos focos da doença detectados.
Coviseg (categoria especial #CientistasPelaVida – Computação)
A proposta vencedora da categoria computação é um software que segmenta imagens de tomografia computadorizada (TC) para ajudar diagnósticos clínicos como derrame pleural, opacificação e consolidação em vidro fosco.
A TC é uma das formas de detectar o coronavírus em pacientes. “Nos últimos anos, temos visto uma revolução no uso de Inteligência Artificial na medicina, portanto, buscamos aplicar métodos de Inteligência Artificial para segmentar as áreas de interesse para que os profissionais de saúde possam avaliar com maior detalhe”, explicam os autores da proposta da candidatura enviada.
 
Posted: 17 Jun 2020 08:27 AM PDT
Plantação de cana-de-açúcar. Foto: JamesDeMers
Plantação de cana-de-açúcar. Foto: JamesDeMers
Um projeto desenvolvido no Brasil com a palha da cana-de-açúcar para gerar energia renovável é candidato a um prêmio de inovação promovido pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF).
O Projeto SUCRE (Sugarcane Renewable Electricity) tem como objetivo reduzir as emissões dos Gases de Efeito Estufa (GEE) por meio da geração de energia renovável, com o aumento do uso de palha de cana, antes considerada “resíduo”, para complementar o bagaço já utilizado nas usinas.
O setor, que anteriormente queimava a palha da cana-de-açúcar, usa agora um sistema de manutenção da palha na superfície do solo, com apenas uma parte sendo recolhida para ser utilizada nas usinas como complemento ao bagaço, na geração de eletricidade.
A palha é considerada fonte de energia com baixa emissão de GEE e seu recolhimento sustentável contribui para as políticas setoriais e os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil para alcançar as metas de redução de emissões de gases de efeito estufa.
Os resultados mostram que, considerando o bagaço e a palha, o setor sucroenergético tem a possibilidade de suprir cerca de 80% da demanda residencial brasileira de eletricidade, impedindo anualmente a emissão de 50 milhões de toneladas de CO2 para a atmosfera.
O Projeto SUCRE é acompanhado pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores (MRE), e é gerido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
A iniciativa, que já completa cinco anos, é executada pelo Laboratório Nacional de Biorrenováveis (LNBR), do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), organização supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).
Para sua viabilização, contou com financiamento do GEF, de 7,8 milhões de dólares, ao longo dos anos de execução.

Repercussão

Parte dos resultados do Projeto SUCRE foram reunidos em uma edição especial sobre palha da revista científica BioEnergy Research. Entre os 38 artigos publicados, 12 são de profissionais do Laboratório Nacional de Biorrenováveis, no âmbito do Projeto SUCRE.
A publicação cobre os resultados obtidos ao longo da execução do projeto, no âmbito agronômico da remoção de palha dos canaviais, abordando questões como a qualidade do solo, ciclagem de nutrientes e manejo de fertilizantes, emissões de GEE, manejo de pragas, rendimento de culturas, soluções de engenharia e soluções industriais.
Esses resultados apoiam tomadas de decisão sobre o melhor uso dessa biomassa, podendo auxiliar estrategicamente a academia, o setor sucroenergético e o desenvolvimento de políticas públicas.

Bioeconomia

O projeto se insere no âmbito de projetos de cooperação internacional que visam promover soluções de bioeconomia e contribuir para a redução de gases de efeito estufa.
O Projeto SUCRE busca replicar os resultados obtidos por meio de acordos de cooperação firmados com instituições de cana-de-açúcar em países como Guatemala, Colômbia e Argentina.
O objetivo é expandir, para além do Brasil, os benefícios ambientais da biomassa como fonte de eletricidade. O país é o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo, o que lhe permite contribuir para mitigar os efeitos ambientais adversos relacionados à emissão de gases de efeito estufa.
O Fundo Global para o Meio Ambiente, em inglês Global Environmenl Facility (GEF), é um dos maiores financiadores de projetos ambientais no mundo.
A iniciativa de cooperação internacional reúne hoje 183 países e trabalha com instituições internacionais, organizações da sociedade civil e o setor privado. O GEF foi estabelecido em 1991 para apoiar a proteção do meio ambiente global e promover o desenvolvimento sustentável.
*Com informações da ABC e Projeto SUCRE
 
Posted: 17 Jun 2020 08:24 AM PDT

“A saúde da Humanidade depende da saúde do planeta. Hoje, o nosso planeta está doente.”
O alerta é do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, em mensagem em vídeo nessa quarta-feira (17) para o Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca. Ele destacou que um número alarmante de 3,2 bilhões de pessoas são afetadas pela degradação dos solos.
Segundo a ONU, 70% dos solos foram transformados pela atividade humana. “Podemos reverter esta tendência e trazer soluções para uma ampla gama de desafios, desde a migração forçada e a fome, até as mudanças climáticas”, disse.
Guterres afirmou que, no Sahel africano, o chamado “Grande Corredor Verde” está transformando vidas e meios de subsistência – do Senegal ao Djibuti.
Com a recuperação de 100 milhões de hectares de solos degradados, é possível manter a segurança alimentar, a subsistência das famílias e a criação de empregos. Tais esforços trazem de volta a biodiversidade, reduzem os efeitos da mudança climática e tornam as comunidades mais resilientes.
“Contas feitas, os benefícios superam os custos em dez vezes”, estimou António Guterres, apelando para um “novo contrato com a natureza”.
“Através da ação e da solidariedade internacionais, podemos aumentar a recuperação dos solos e as soluções baseadas na natureza para a ação climática e o benefício das gerações futuras. Ao fazer isso, podemos atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e não deixar ninguém para trás”, concluiu Guterres.
 
Posted: 17 Jun 2020 07:38 AM PDT
Este é o primeiro acordo que a OPAS formaliza com uma empresa de mídia social. Foto: Marcos Santos/USP Imagens
Este é o primeiro acordo que a OPAS formaliza com uma empresa de mídia social. Foto: Marcos Santos/USP Imagens
Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) ampliou sua aliança com o Twitter para disseminação de informações confiáveis sobre a pandemia de COVID-19 nas Américas.
Um acordo recentemente assinado com a rede social permitirá à OPAS continuar capacitando seus administradores de mídias sociais e utilizar créditos para difundir informações sobre COVID-19 baseadas em evidências. Este é o primeiro acordo que a OPAS formaliza com uma empresa de mídia social.
Em um comunicado, o Twitter afirmou: “enquanto a comunidade global enfrenta a pandemia de COVID-19, queremos compartilhar o trabalho que fazemos para ajudar as pessoas a encontrar informações confiáveis em tempo real, conectar-se a outras pessoas, promover interações produtivas, elevar a voz das autoridades e especialistas e continuar a proteger a saúde da conversa.”
“É muito importante que as pessoas tenham acesso a informações sobre medidas de prevenção para poder se proteger e salvar vidas. As informações devem ser factuais, oportunas e baseadas na ciência e são a melhor maneira de combater a desinformação”, disse Mary Lou Valdez, diretora adjunta da OPAS.
“Somos gratos ao Twitter por seu forte apoio à OPAS e aos países da região das Américas para garantir que mensagens e informações essenciais cheguem às pessoas quando elas mais precisam”, acrescentou Valdez.
O Twitter ativou no dia 30 de janeiro uma notificação de busca em toda a América Latina em colaboração com a OPAS. “Este aviso aparece quando as pessoas pesquisam no Twitter por palavras relacionadas à COVID-19 e destacam os recursos das autoridades com mais informações”.
Em colaboração com Ministérios da Saúde, essas notificações foram ativadas na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, El Salvador, México, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai. No restante da região, estes avisos continuam direcionando pessoas para as ferramentas, documentos e iniciativas da OPAS/OMS.
Como parte dos esforços de colaboração com a OPAS/OMS, representantes e chefes de comunicação de diferentes países foram capacitados sobre as melhores práticas para compartilhar informações durante uma crise, informou o Twitter.
“Por esse motivo, continuamos apoiando a OPAS/OMS, Ministérios da Saúde e organizações da sociedade civil com suas estratégias de comunicação no Twitter e orientando-as com as melhores práticas no uso de ferramentas, por exemplo, para transmissões ao vivo ou sessões de perguntas e respostas.”
Na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia e México, o Twitter possui um centro dedicado exclusivamente ao conteúdo sobre COVID-19 de fontes oficiais de saúde e governamentais.
 
Posted: 17 Jun 2020 07:01 AM PDT
O benefício do tratamento com dexametasona foi observado apenas em pacientes com COVID-19 em estado grave e não em pacientes com doença mais leve. Foto: pixabay/leo2014
O benefício do tratamento com dexametasona foi observado apenas em pacientes com COVID-19 em estado grave e não em pacientes com doença mais leve. Foto: pixabay/leo2014
Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou ter recebido com satisfação os resultados iniciais dos ensaios clínicos do Reino Unido, segundo os quais a dexametasona, um corticosteroide, pode salvar vidas de pacientes com COVID-19 em estado crítico.
De acordo com resultados preliminares compartilhados com a OMS, o tratamento demonstrou reduzir a mortalidade em cerca de um terço para pacientes em ventilação mecânica e em cerca de um quinto para pacientes que requerem apenas oxigênio.
O benefício foi observado apenas em pacientes com COVID-19 em estado grave e não foi observado em pacientes com doença mais leve.
“Este é o primeiro tratamento que demonstrou que reduz a mortalidade em pacientes com COVID-19 que necessitam de suporte de oxigênio ou ventilador”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.
“São ótimas notícias e parabenizo o governo do Reino Unido, a Universidade de Oxford e os muitos hospitais e pacientes no Reino Unido que contribuíram para esse avanço científico vital.”
A dexametasona é um esteroide usado desde a década de 1960 para reduzir a inflamação em uma variedade de condições, incluindo distúrbios inflamatórios e certos tipos de câncer. Faz parte da Lista Modelo de Medicamentos Essenciais da OMS desde 1977 em várias formulações e, atualmente, não está sujeita a patentes e é acessível na maioria dos países.
Os pesquisadores compartilharam ideias iniciais sobre os resultados do estudo com a OMS, que disse estar ansiosa para receber a análise completa dos dados nos próximos dias. A OMS coordenará uma meta-análise para aumentar a compreensão geral dessa intervenção. As orientações clínicas da organização serão atualizadas para refletir como e quando o medicamento deve ser usado para COVID-19.
As notícias de terça-feira (16) se baseiam na reunião WHO Research & Development Blueprint, realizada em Genebra em meados de fevereiro para acelerar as tecnologias de saúde relacionadas à COVID-19.
Na ocasião, foi destacada a necessidade de se priorizar mais pesquisas sobre o uso de esteroides. Os resultados reforçam a importância de grandes ensaios clínicos randomizados que produzem actionable evidence (evidências que podem ser implementadas).
A OMS afirmou que continuará a trabalhar em conjunto com todos os parceiros para desenvolver ainda mais terapias e vacinas vitais para combater a COVID-19, inclusive sob o guarda-chuva do Access to COVID-19 Tools Accelerator (acelerador de acesso a ferramentas contra a COVID-19).
 
Posted: 17 Jun 2020 05:56 AM PDT
Foto: Licia Rubinstein/Agência IBGE
A ONU Mulheres, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) apresentaram no dia 12 de junho o documento intitulado “Trabalhadoras Domésticas Remuneradas na América Latina e no Caribe em face da crise da COVID-19” (em espanhol), que oferece uma visão geral da situação de especial vulnerabilidade que as trabalhadoras e os trabalhadores domésticos enfrentam na região, destacando os impactos da atual crise causada pela COVID-19.
Na América Latina e no Caribe, entre 11 e 18 milhões de pessoas se dedicam ao trabalho doméstico remunerado, sendo que 93% delas são mulheres. O trabalho doméstico representa entre 14,3% e 10,5% do emprego das mulheres na região. No entanto, mais de 77,5% atuam em situação de informalidade, o que significa que uma parte significativa delas trabalha em condições precárias e sem acesso à proteção social. A renda das mulheres empregadas no serviço doméstico também é igual ou inferior a 50% da média de todas as pessoas ocupadas.
O documento apresenta as diferentes medidas adotadas por atores sociais e instituições nos países da região e mostra quanto ainda falta fazer para garantir os direitos trabalhistas de trabalhadoras e trabalhadores domésticos. O estudo contém uma série de recomendações para o desenho de ações que mitigam o impacto da crise sanitária, econômica e social sobre as trabalhadoras e os trabalhadores domésticos na América Latina e no Caribe.
Segundo a diretora regional de mulheres da ONU para as Américas e o Caribe, María Noel Vaeza, essa crise exacerbou as desigualdades e as crises sistêmicas anteriores e tem impactos significativos sobre as trabalhadoras domésticas em particular. “Os Estados devem reconhecer e proteger seus direitos para que ninguém seja deixado para trás. Temos que abrir espaços de diálogo e considerar as propostas de seus sindicatos como parte das respostas às estratégias de crise e recuperação socioeconômica promovidas pelos governos e instituições financeiras regionais e internacionais”.
Já o diretor da OIT para a América Latina e o Caribe, Vinícius Pinheiro, disse que “a crise exacerbou as vulnerabilidades e desigualdades existentes. Além do espectro do desemprego, a informalidade, a baixa cobertura da proteção social e a falta de contratos formais em muitos casos as impedem de acessar a ajuda estabelecida pelos governos”.
A secretária-executiva da CEPAL, Alicia Bárcena, destacou a importância do trabalho doméstico remunerado como um setor-chave da economia de cuidado na região e destacou sua contribuição fundamental para a sustentabilidade da vida e a reativação das economias. Ela apelou a uma “reconstrução melhor”, com igualdade em que os direitos das trabalhadoras e dos trabalhadores domésticos remunerados sejam garantidos.
A crise de saúde, social e econômica desencadeada pela COVID-19, assim como as medidas impostas na maioria dos países, levou a um aumento da responsabilidade por cuidados e pela manutenção das casas. As trabalhadoras e os trabalhadores domésticos remunerados ocupam um lugar crucial na resposta à pandemia da COVID-19.
No entanto, são um dos principais grupos afetados pela crise. Conforme relatado por sindicatos de trabalhadoras domésticas em alguns países, em certas situações elas foram persuadidas a passar a noite em seus locais de trabalho, ficando longe de suas famílias e sem descanso adequado.
Em outros casos, os contratos foram cancelados e a jornada de trabalho foi reduzida, com uma redução proporcional nos salários. Segundo estimativas da OIT, 70,4% das trabalhadoras domésticas são afetadas por medidas de quarentena, devido à diminuição da atividade econômica, ao desemprego, à redução de horas ou à perda de salário.
Clique aqui para acessar o documento.
 

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