A virada excepcional do mercado financeiro ontem, na esteira da notícia de que o Federal Reserve vai comprar amplo portfólio de títulos corporativos nos Estados Unidos, ainda repercute no pregão desta terça-feira. As Bolsas europeias e futuros de NY sobem nesta manhã.
A generosidade do Fed, que informou ontem que começará a comprar uma carteira ampla e diversificada de títulos corporativos (corporate bonds), estendendo, portanto, o programa de recompra de bônus que até então estava limitado à compra de fundos negociados em bolsas de valores – os chamados ETFs. A essa notícia soma-se a decisão do BC japonês (BoJ) de estender o pacote de empréstimos corporativos para cerca de US$ 1 trilhão.
Na Ásia, o Nikkei 225, de Tóquio, subiu 4,88%. Já o índice Sanghai SE registrou variação positiva de 1,442% e o Hang Seng Index, de Hong Kong, avançou 2,39%.
Com o novo passo do Fed, é esperado que outros bancos centrais façam movimentos similares, garantindo assim a liquidez do mercado financeiro. Apesar do estímulo ter sido bem recebido, os investidores seguem preocupados com os efeitos de uma segunda onda da Covid-19.
O WTI (NYMEX:CL\N20) está sendo negociado a US$ 37,59, com alta de +1,3%. Os futuros internacionais de petróleo Brent (NYMEX:BZ\Q20) também operam em alta de +1,4%, negociado a US$ 40,29.
Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian fecharam estáveis, cotados a 781.000 iuanes, equivalente hoje a US$ 110,33
Bitcoin é negociado em alta de +0,81%, a US$ 9.510 e o ouro tem alta de +0,4%, negociado a US$ 1.726.
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Coronavírus
A empresa de biotecnologia Moderna anunciou, ontem à noite, acreditar que pode ter disponível até o final de novembro os dados sobre a eficácia da vacina contra o coronavírus. A empresa deve em 30 dias dar início aos estágios finais dos testes.
O mundo ultrapassou, no fim da noite desta segunda-feira (15), a marca de 8 milhões de casos confirmados do novo coronavírus, que causa a Covid-19.
Os Estados Unidos são o país com mais casos (2,1 milhões) e mais mortes (mais de 116 mil) pela doença. O Brasil é o segundo colocado nas duas contagens, com mais de 888 mil casos e próximo de 44 mil mortes.
Na sequência, entre os países com mais casos, aparecem Rússia (mais de 536 mil), Índia (mais de 332 mil) e Reino Unido (mais de 298 mil).
O mundo registra 8.051.732 de casos de coronavírus e 437.266 mortes, confirmadas hoje pela Universidade Johns Hopkins.
O Brasil teve 627 novas mortes e 20.647 novos casos de covid-19 registrados nas últimas 24h, de acordo com atualização do Ministério da Saúde divulgada ontem (15). Com esses acréscimos às estatísticas, o país chegou a 43.959 falecimentos em função do novo coronavírus e 888.271 pessoas infectadas.
Brasil
As atenções seguem em torno da crise política entre o presidente Jair Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal, que pode ter desdobramentos com os processos do caso das fake news e da interferência na Polícia Federal e novas ações contra apoiadores do governo. A possível saída do ministro da Educação, Abraham Weintraub, crítico do Supremo, se confirmada, pode trazer algum alívio nas tensões
O clima pesou ainda mais para o ministro da Educação, Abraham Weintraub, que participou, sem máscara, de protestos pró-governo no domingo
O Ministério da Economia confirmou, na tarde desta segunda, que Bruno Funchal irá substituir Mansueto Almeida na secretaria do Tesouro Nacional. Funchal assume a partir de 31 de julho e Almeida realiza transição até agosto. O novo secretário integra a equipe da Fazenda como diretor de programa desde o início do governo Bolsonaro.
Ibovespa e dólar ontem
O Ibovespa fechou em queda de 0,45%, aos 92.375,52 pontos, com volume de R$ 42,5 bilhões. Números aquém do esperado na economia da China e o temor de uma segunda onda de contaminação pelo coronavírus estressavam os mercados, que foram salvos pelo anúncio de que o Fed comprará títulos para socorrer empresas, em um programa de até US$ 750 bi. O exercício de opções movimentou R$ 11 bi na B3.
Maiores altas do Ibovespa
CIEL3 +14,01% / R$ 4,80
VVAR3 +6,69% / R$ 15,62
GOLL4 +5,23% / R$ 19,51
SUZB3 +4% / R$ 38,49
MRVE3 +3,18% / R$ 16,87
Maiores baixas do Ibovespa
IRBR3 -9,92% / R$ 10,35
ELET3 -3,61% / R$ 28,86
BPAC11 -3,49% / R$ 60,81
ELET6 -3,12% / R$ 30,45
EMBR3 -2,72% / R$ 8,58
O grande destaque do dia foi a Cielo. A empresa foi escolhida pelo Whatsapp como adquirente para seu serviço de pagamentos e transferência de dinheiro via aplicativo e subiu 14,01%, depois de disparar mais de 30%. O aumento da concorrência para os bancos fez o Índice Financeiro amargar o pior desempenho.
No câmbio, o dólar fechou a R$ 5,1422, com alta de 1,98%. O dólar futuro terminou em R$5.161,50, alta de 2,09% puxado pelas preocupações com a saída de Mansueto Almeida do Tesouro e o temor com segunda onda da Covid-19.
Agenda Econômica
Dados das vendas no varejo no Brasil (abril) e nos EUA (maio) estão em destaque na agenda do dia, que traz também o desempenho da indústria norte-americana no mês passado. Também serão conhecidos o primeiro IGP deste mês, o IGP-10 (08h00), os estoques das empresas nos EUA (11h00) e o índice de confiança das construtoras em junho. Na zona do euro, sai o índice ZEW de sentimento econômico. Além disso, o presidente do Fed, Jerome Powell, discursa no Senado.
As declarações de Powell, que deve reforçar sua cautela com a recuperação da economia e defender mais incentivos fiscais para ajudar na retomada, podem estimular os senadores a aprovarem o novo pacote de ajuda de US$3 trilhões já aprovado pela Câmara dos Representantes.
No Brasil, as vendas no varejo de abril calculadas pelo IBGE (09h00) devem pesar na decisão do Copom, cuja reunião começa hoje e termina na quarta-feira. O corte de 0,75 ponto percentual na Selic, hoje em 3,0%, é dado como certo.
Confira o que vai rolar hoje
Decisão de taxa de juros (00h00)
Taxa de desemprego mensal (03h00)
Índice de preços ao consumidor mensal/anual (03h00)
Índice ZEW percepção econômica mensal (06h00)
Índice ZEW percepção econômica mensal (06h00)
Índice IPC-S semanal e IGP-10 mensal (08h00)
Vendas no Varejo mensal/anual (09h00)
Vendas no varejo mensal/anual (09h30)
Produção Industrial mensal/anual (10h15)
Estoques das empresas mensal (11h00)
Variação estoque do petróleo API semanal (17h30)
Balança Comercial mensal (20h50)
■ Commodities
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