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sexta-feira, 19 de junho de 2020

O ESSENCIAL: Brasil tem mais de 1 milhão de infectados; MP investiga R$ 286 mil para Flávio Bolsonaro

RIO, 19 DE JUNHO DE 2020
O DIA EM RESUMO
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Mais de um milhão de pessoas foram infectadas pelo novo coronavírus no Brasil, segundo país no mundo a atingir a marca, depois dos Estados Unidos. Desde a primeira confirmação, em 26 de fevereiro, 1.038.568 pessoas testaram positivos — 55.209 casos foram confirmados nesta sexta-feira. No mesmo período, 49.090 morreram , sendo 1.221 óbitos notificados nas últimas 24 horas.

O número real de contaminados, no entanto, é bem maior, afirmam especialistas. A maior pesquisa realizada no país projeta seis vezes mais casos do que os confirmados — mantida da proporção, o Brasil teria agora cerca de seis milhões de infectados.

Pesquisadores alertam ainda que não há clareza sobre o pico da epidemia, já que o coronavírus avança de maneira diferente em cada região, e que o país está longe de atingir um nível de imunidade “de rebanho”, que impediria o vírus de circular em ritmo intenso.

O que foi dito: o presidente Jair Bolsonaro voltou a minimizar os impactos da pandemia e a reclamar da atitude de governadores.

Em paralelo: o governo editou duas portarias com orientações para a retomada das atividades. Nos documentos, constam recomendações como evitar contato físico e conversas desnecessárias.

Em detalhes: o prefeito Marcelo Crivella admitiu risco de uma segunda onda de contágios no Rio, o que poderia adiar ou retroceder etapas da reabertura. Em São Paulo, o governador João Doria determinou que duas regiões do estado retomem a quarentena.
 
O mundo bateu recorde de casos de coronavírus em um único dia: foram 176 mil diagnósticos positivos na quarta-feira. O pico anterior, monitorado pela Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, era de 139,6 mil casos, registrado na véspera.

O Brasil teve o segundo maior número de confirmações diárias por país, com 32,2 mil casos, atrás do Chile, com 36,2 mil. A América Latina já responde por metade do número de novos casos da Covid-19 no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde.
 
O Ministério Público do Rio encontrou indícios de que o ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz movimentou R$ 286,6 mil em pagamentos e transferências em espécie para cobrir despesas do senador Flávio Bolsonaro e sua mulher. O dinheiro teria sido desviado do gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), segundo investigadores. O senador afirmou, em nota, que a investigação se trata “de mais uma ilação de alguns promotores de injustiça do Rio”.

Mais detalhes: ao pedir a prisão de Queiroz, o MP informou ter localizado mensagens da mulher do ex-assessor, Márcia Oliveira, que indicam a discussão de um plano de fuga para a família com participação de miliciano.

Márcia e as filhas de Queiroz, Nathália e Evelyn, receberam cerca de R$ 2,1 milhões em salários no gabinete de Flávio na Alerj.

Em paralelo: a Polícia Federal vai tomar os depoimentos de Flávio e Queiroz sobre suposto vazamento da Operação Furna da Onça, em 2018, que tornou pública as movimentações financeiras do ex-assessor preso.
 
Milhares de pessoas marcharam em cidades dos Estados Unidos na data que marca o fim da escravidão no país. Os atos dão sequência à onda de protestos antirracistas iniciados após o assassinato de George Floyd por um policial branco.

Em meio às celebrações, o presidente Donald Trump ameaçou adotar medidas contra os manifestantes durante comício em Tulsa, Oklahoma, no sábado. Há um século, a cidade foi palco de um massacre racial.

Em destaque: o Twitter sinalizou como “mídia manipulada” um vídeo de Trump sobre “bebê racista”.

Em paralelo: o Conselho de Direitos Humanos da ONU aprovou por consenso uma resolução que pede investigação sobre racismo sistêmico e violações de direitos de africanos e descendentes. A menção aos EUA foi retirada da versão final, que cita cinco vezes a morte de George Floyd.
Viu isso?
Encontro: Alexandre de Moraes, responsável por decisões contra aliados do governo, recebeu três ministros de Bolsonaro em SP.
Atos antidemocráticos: Alexandre de Moraes autorizou a Receita a investigar a movimentação bancária de parlamentares bolsonaristas.
Campanha: personalidades e instituições enviaram carta a embaixadores pedindo rejeição à indicação de Abraham Weintraub ao Banco Mundial. Parlamentares pediram apreensão de passaporte do ex-ministro.
Prejuízo: o pedido da PF para postergar operação contra bolsonaristas inviabilizou busca e apreensão em acampamento de militantes no DF.
Operação Favorito: o MPF denunciou 17 suspeitos por fraudes na saúde do Rio que superam R$ 500 milhões.
Vulneráveis: falha na atualização do iFood expôs dados de usuários do aplicativo. Internautas cobraram a empresa nas redes sociais.
Punição: tribunal da França confirmou multa de 50 milhões de euros ao Google por violação de privacidade.
Diplomada: símbolo da luta pela educação e Nobel da Paz em 2014, a paquistanesa Malala Yousafzai se formou na Universidade de Oxford.
Namastê: o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, recomendou ioga como proteção contra o coronavírus.
Luto nas artes: o ator Ian Holm, o Bilbo de “O Senhor dos Anéis”, morreu aos 88 anos em Londres. E o escritor Carlos Ruiz Zafón, autor de “A sombra do vento”, faleceu após luta contra um câncer, aos 55 anos.
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