Powered By Blogger

quinta-feira, 3 de maio de 2018

Boletim diário da ONU Brasil: “Nicarágua: especialistas da ONU alertam para resposta violenta do governo a protestos pacíficos” e 12 outros.



Boletim diário da ONU Brasil: “Nicarágua: especialistas da ONU alertam para resposta violenta do governo a protestos pacíficos” e 12 outros.

Link to ONU Brasil

Posted: 01 May 2018 01:46 PM PDT
Mulher durante protesto em Manágua, Nicarágua, em abril de 2018. Foto: Foto: Celia Mendoza/Voice Of America
Mulher durante protesto em Manágua, Nicarágua, em abril de 2018. Foto: Foto: Celia Mendoza/Voice Of America
Especialistas em direitos humanos das Nações Unidas expressaram consternação pela resposta violenta das forças de segurança na Nicarágua aos protestos contra as reformas da seguridade social e pediram às autoridades que respeitem a liberdades fundamentais de expressão e de reunião pacífica.
Pelo menos 40 pessoas foram mortas, a maioria estudantes universitários, além de um jornalista e dois policiais, e dezenas de pessoas ficaram feridas durante os protestos nacionais contra as reformas anunciadas pelo presidente Daniel Ortega em 18 de abril. Dezenas de outras pessoas foram presas e um número desconhecido está desaparecido.
Em meio aos protestos, ocorreram nos últimos dias confrontos violentos entre manifestantes, forças de segurança e grupos afiliados ao partido no poder, e a polícia respondeu disparando munição real contra os manifestantes.
“O alto número de mortes de manifestantes é uma indicação clara de que um uso excessivo da força foi usado, em violação dos princípios de necessidade e proporcionalidade, conforme exigido por leis e regulamentos internacionais para fazer o uso legal da força”, disseram os especialistas na última sexta-feira (27).
“Se confirmado, isso qualificaria as mortes como execuções ilegais, incorrendo em responsabilidade por atos contrários ao direito internacional.”
“Estamos consternados com a resposta das forças de segurança. A violência nunca pode ser a resposta às demandas sociais e políticas das pessoas, porque só abre caminho para uma maior violência, o que leva a agitação social e política.”
“Estamos ainda mais indignados que as autoridades do Estado têm estigmatizado abertamente os manifestantes, chamando-os de ‘arruaceiros’ e os acusando ‘manipulação política’. Também estamos preocupados com as informações recebidas sobre campanhas de difamação, ameaças e intimidação contra os defensores direitos humanos pelo seu papel de defesa e supervisão durante os protestos.”
Os especialistas também se referiram com preocupação às informações obtidas indicando que alguns jornalistas foram atacados enquanto cobriam os protestos, bem como a ordem de bloqueio de vários canais de televisão pelo governo.
“Os ataques contra jornalistas e organizações de radiodifusão devem terminar imediatamente”, ressaltaram.
“Lembramos que os direitos à liberdade de expressão e protesto pacífico são a pedra angular das sociedades democráticas, sem as quais não pode haver solução pacífica e duradoura para os conflitos.”
“Instamos o Estado da Nicarágua a proporcionar à sociedade civil espaço suficiente para operar livremente, com respeito ao direito internacional, a fim de estabelecer as bases para um diálogo frutífero e inclusivo com todas as partes interessadas.”
“Também pedimos à Nicarágua que realize investigações independentes e transparentes sem demora e processe os responsáveis pela morte dessas pessoas.”
Os quatro especialistas independentes entraram em contato com as autoridades para buscar esclarecimentos.
 
Posted: 01 May 2018 01:26 PM PDT
Venezuelanos em abrigo nos arredores de Cúcuta, na Colômbia. Foto: ACNUR/Paul Smith
Venezuelanos em abrigo nos arredores de Cúcuta, na Colômbia. Foto: ACNUR/Paul Smith
Para levar comida a cerca de 350 mil venezuelanos que chegaram à Colômbia, o Programa Mundial de Alimentos (PMA) fez um apelo na semana passada (27) por 46 milhões de dólares. Verba também será usada para dar apoio às comunidades que estão acolhendo os migrantes. Em muitas dessas localidades, a população colombiana vive na pobreza.
“Precisamos urgentemente de fundos para que possamos levar ajuda vital às famílias de migrantes que deixaram suas casas para trás e que não sabem de onde virá a sua próxima refeição”, afirmou o diretor regional do PMA para América Latina e Caribe, Miguel Barreto.
O orçamento de mais de 40 milhões permitirá a implementação de um programa de assistência de oito meses, ao longo dos quais a agência da ONU fornecerá assistência alimentar para os venezuelanos, especialmente mulheres e crianças, vivendo em abrigos temporários. O organismo internacional também dará apoio emergencial a projetos de alimentação escolar e auxiliará as famílias de migrantes a se integrar nas comunidades anfitriãs.
Barreto elogiou a “grande generosidade” dos colombianos que receberam e continuam a abrir suas portas para os deslocados da crise da Venezuela.
O plano do PMA faz parte de uma resposta mais ampla, definida e implementada por outras agências da ONU na Colômbia, a pedido do governo nacional.
De acordo com o Programa Mundial de Alimentos, a assistência será estendida a comunidades indígenas vulneráveis, que também estão lidando com as consequências do fluxo de venezuelanos. Em algumas áreas, os migrantes já são mais da metade da população local.
Atualmente, o PMA trabalha com abrigos e cozinhas comunitárias administradas por organizações religiosas e outros parceiros. A agência das Nações Unidas compra os itens necessários ao preparo de refeições quentes para venezuelanos recém-chegados.
 
Posted: 01 May 2018 12:41 PM PDT
Cerimônia de nomeação dos representantes dos Conselhos Regionais das Redes Locais. Foto: Rede Brasil do Pacto Global
Cerimônia de nomeação dos representantes dos Conselhos Regionais das Redes Locais. Foto: Rede Brasil do Pacto Global
Rede Brasil foi nomeada representante da América Latina no Conselho Global das Redes Locais, uma das instâncias que compõem a nova estrutura de governança do Pacto Global da ONU.
O anúncio foi feito durante o Fórum Anual das Redes Locais que aconteceu nos dias 23 e 24 de abril, em Buenos Aires, Argentina. A Rede Brasil foi representada na cerimônia pelo seu secretário executivo, Carlo Pereira.
Além da América Latina, que conta com 15 redes locais, outras quatro regiões do mundo nomearam seus representantes que farão parte do conselho, que por sua vez elegerá um representante que fará parte do Conselho do Pacto Global, instância máxima da iniciativa que tem como presidente o secretário-geral da ONU, Antônio Guterres.
Recentemente, Guterres nomeou dois vice-presidentes para o Conselho: a nigeriana Bola Adesola, diretora-executiva do banco britânico Standard Chartered, e o holandês Paul Polman, presidente-executivo da Unilever.
O Pacto Global é uma iniciativa desenvolvida pelo ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan com o objetivo de mobilizar a comunidade empresarial internacional para a adoção, em suas práticas de negócios, de valores fundamentais e internacionalmente aceitos nas áreas de direitos humanos, relações de trabalho, meio ambiente e combate à corrupção refletidos em dez princípios.
Essa iniciativa conta com a participação de agências das Nações Unidas, empresas, sindicatos, organizações não governamentais e demais parceiros necessários para a construção de um mercado global mais inclusivo e igualitário. Atualmente, há mais de 12 mil organizações signatárias articuladas por cerca de 150 redes no mundo.
 
Posted: 01 May 2018 12:30 PM PDT
Asif à frente de sua peixaria, a Fiskeboua, em Mo i Rana, na Noruega. Foto: ACNUR/Max-Michel Kolijn
Asif à frente de sua peixaria, a Fiskebua, em Mo i Rana, na Noruega. Foto: ACNUR/Max-Michel Kolijn
Quando ofereceram a Asif a chance de comprar uma peixaria famosa no norte da Noruega, ele achou que era uma piada. “Eu não sabia nada sobre peixes!”, ri. Antes de escapar da guerra no Afeganistão, Asif nunca tinha visto o oceano.
“Agora eu sou o dono da Fiskebua e todos os meus amigos acham divertido que um refugiado do Afeganistão tenha se tornado um especialista em peixes”.
Por terra, o afegão viajou longas distâncias pelo Irã e pela Turquia antes de cruzar o mar pela primeira vez, quando pegou um barco com destino à Grécia.
Quando chegou pela primeira vez à Noruega, em 2004, Asif foi morar num centro de recepção, onde residiu por cinco anos. Lá, ele estudou norueguês e esperou que seu pedido de refúgio fosse processado. O afegão conta que foi uma época difícil em sua vida, pois estava ansioso para sair e começar a trabalhar.
Em 2007, depois de receber o status de refugiado, Asif mudou-se para Mo i Rana, uma pequena cidade no norte da Noruega, ao sul do Círculo Polar Ártico. Seu primeiro trabalho foi na mercearia local.
“Quando comecei a trabalhar, meu empregador disse que não poderia me oferecer mais do que um trabalho de meio período, mas logo ele estava me dando muitas horas a mais e fiquei muito feliz com isso. Eu queria trabalhar muito para economizar dinheiro. Queria comprar uma casa e trazer minha esposa para a Noruega”, lembra.
“Eu não tinha medo de trabalhar por muitas horas, e os clientes gostavam de mim.”
Asif e a ex-dona da Fiskeboua, Inger-Lise Kristiansen. Foto: ACNUR/Max-Michel Kolijn
Asif e a ex-dona da Fiskebua, Inger-Lise Kristiansen. Foto: ACNUR/Max-Michel Kolijn
Merete Torsteinsen, diretora do Centro de Educação de Adultos Mo i Rana, trabalha com refugiados há anos. A região luta para encontrar pessoas que estejam dispostas a morar e trabalhar lá. O município fez um levantamento perguntando aos refugiados o que eles desejavam para ficar na cidade.
“A pesquisa encontrou três pontos principais de que as pessoas precisavam para se estabelecer: a oportunidade de trabalhar, a oportunidade de comprar uma casa e o acesso a bons jardins de infância e escolas para as crianças”, conta Merete.
“É fácil esquecer que essas pessoas são como nós, mas acho que você poderia fazer a mesma pesquisa com quase qualquer família no mundo e ter as mesmas respostas.”
Depois de trabalhar na mercearia local por seis anos, Asif conhecia muito bem os clientes e os moradores de Mo i Rana. Em 2011, ele comprou uma casa na cidade e conseguiu trazer sua esposa Freshta do Afeganistão, por meio do programa de reunião familiar.
Um dia, Rolf Skjærvold, proprietário da Fiskebua, a famosa peixaria vizinha, se aproximou de Asif e perguntou se ele estaria interessado em assumir o negócio. Rolf e sua sócia Inger-Lise Kristiansen decidiram que, depois de trabalhar tantos anos, queriam começar a pensar em se aposentar.
“No começo, eu achava que ele estava brincando. Eu não sabia nada sobre peixes!”, Asif diz rindo. “Mas então ele explicou que acreditava que eu seria uma boa opção para a loja. Então, minha esposa e eu decidimos que iríamos tentar comprá-la juntos.”
Asif e sua esposa Freshta atrás do balcão da peixaria Fiskeboua. Foto: ACNUR/Max-Michel Kolijn
Asif e sua esposa Freshta atrás do balcão da peixaria Fiskebua. Foto: ACNUR/Max-Michel Kolijn
Diversos interessados já tinham se aproximado de Rolf e Inger-Lise com ofertas para comprar a peixaria, mas nenhum deles parecia a pessoa certa para os proprietários. Nenhum, até que Asif apareceu.
“Ser dono de uma peixaria é um trabalho árduo que requer um tipo especial de dedicação, que Asif tem. Ele aprende rápido, é uma pessoa gentil e muito bom no atendimento ao cliente. Trabalhar com ele foi realmente um prazer”, afirma Inger-Lise Kristiansen.
Hoje, a peixaria Fiskebua está prosperando com Asif e sua esposa Freshta atrás do balcão. Os antigos donos lhes ensinaram tudo que sabiam sobre pescado e sobre a gestão de uma empresa na Noruega. As vendas aumentaram e os clientes locais estão mais felizes do que nunca.
Solbjorg Ulriksen, senhora idosa que morou a vida toda em Mo i Rana, é há anos uma freguesa regular na Fiskebua.
“Quando queremos comprar peixe, a gente vem aqui”, diz. “Asif é sempre gentil conosco e sabe muito sobre peixes. O fato de ele ser do Afeganistão o torna ainda mais especial. Ele aprendeu muito!”
Para o afegão, a “Noruega é um país que é muito gentil com os refugiados”.
“Para aqueles que desejam viver aqui, tenho três dicas: aprender a língua o mais rápido possível e não ter medo de usá-la, trabalhar duro e construir uma rede de bons amigos noruegueses. Isso é essencial se quisermos ter sucesso aqui”, conta.
 
Posted: 01 May 2018 12:08 PM PDT
Depois que o barco de um contrabandista virou, sobreviventes resgatados foram atendidos no porto de Áden em março de 2009. Foto: ACNUR/Rocco Nuri
Depois que o barco de um contrabandista virou, sobreviventes resgatados foram atendidos no porto de Áden em março de 2009. Foto: ACNUR/Rocco Nuri
Sentindo uma dor intensa em consequência de semanas de espancamentos, sofrendo de gangrena e correndo o risco de ter uma perna amputada, o refugiado etíope Jon*, de 30 anos, nunca imaginou que sua busca por segurança no Iêmen resultaria em uma provação tão terrível.
“Desembarquei no Iêmen há cerca de um mês. Fui capturado por homens armados que me mantiveram em cativeiro por mais de um mês. Me espancaram tanto que perdi a noção do que estava acontecendo”, contou enquanto aguardava uma cirurgia.
O Iêmen é historicamente um país de migração, refúgio e trânsito para pessoas que fogem do nordeste da África. No entanto, mais de três anos de conflito mergulharam o país na mais profunda crise humanitária do mundo, e Jon é um dos muitos que atravessaram o Golfo de Áden em busca de segurança apenas para enfrentar novos perigos na chegada ao Iêmen.
No ano passado, de acordo com dados de parceiros humanitários, mais de 87 mil recém-chegados, incluindo refugiados e migrantes, cruzaram o nordeste da África rumo ao Iêmen.
A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) fez em abril (17) um alerta sobre o agravamento das condições no Iêmen como resultado de um conflito persistente, da deterioração das condições econômicas e do aumento da criminalidade que estão expondo as pessoas a perigos e exploração.
“Com conflitos prolongados e insegurança que ameaçam as instituições do Estado e enfraquecem o Estado de direito, há relatos crescentes de extorsão, tráfico e deportação”, afirmou o porta-voz do ACNUR, William Spindler, em coletiva de imprensa em Genebra.
Spindler disse que refugiados e migrantes que chegam à costa do Iêmen são rotineiramente presos, detidos, abusados ​​ou extorquidos e, em alguns casos, devolvidos à força pelos mesmos contrabandistas que os levaram para o país.
Desde fevereiro deste ano, o ACNUR vem acompanhando a situação de pelo menos 100 recém-chegados ao Iêmen que foram presos e mantidos em centros de detenção. Os relatos de abuso são numerosos e alguns recém-chegados estão sujeitos à violência física e sexual, bem como assédio moral.
Sobreviventes relatam ao ACNUR situações em que há tiroteios, espancamentos regulares, estupros de adultos e crianças, humilhações incluindo nudez forçada, execuções sumárias e privação de comida.
“Eles nos chicotearam nas costas e nas mãos”, contou Sam*, um solicitante de refúgio do nordeste da África, que chegou ao Iêmen há mais de um ano e foi mantido em vários centros de detenção em todo o país.
“Algumas noites eu nem conseguia dormir porque minhas costas estavam muito machucadas e inchadas de todos os espancamentos. Eu sentia uma dor agonizante.”
Detidos indefinidamente sem o devido processo legal, muitos estão agora definhando em centros de detenção superlotados e insalubres, onde, além do abuso, recebem ameaças de deportação para os países dos quais foram forçados a fugir de perseguições ou conflitos.
Tentativas do ACNUR de advogar sobre essas questões têm sido malsucedidas, dadas as complexas estruturas de responsabilidade e prestação de contas como resultado do conflito em andamento em todo o país.
A agência da ONU pede que todos os atores estatais e não-estatais que efetivamente controlam centros de detenção onde os recém-chegados são mantidos garantam que as pessoas detidas sejam tratadas digna e humanamente, de acordo com a lei sobre refugiados e os direitos humanos.
Também pede acesso irrestrito para ajudar aqueles que precisam de proteção internacional.
O ACNUR tem apoiado as autoridades do Iêmen no recebimento, registro e documentação de refugiados e solicitantes de refúgio, e está buscando aumentar o apoio à Autoridade de Imigração, Passaporte e Naturalização para melhorar ainda mais os dispositivos de recebimento para recém-chegados.
Com o conflito e a insegurança contínuos no Iêmen oferecendo pouca perspectiva de proteção, o ACNUR há tempos faz alertas sobre os riscos de cruzar o país atingido pela guerra.
Em fevereiro do ano passado, foi lançada uma campanha de conscientização regional intitulada Dangerous Crossings (Jornadas Perigosas, em tradução livre), cujo objetivo é conscientizar aqueles que fazem o perigoso trajeto do nordeste da África rumo ao Iêmen.
O solicitante de refúgio Sam* lamenta o fato de ter tido sua liberdade tirada de si no lugar onde buscou refúgio.
“Deixei o meu país em busca de liberdade, mas quando cheguei ao Iêmen fui preso e detido e a liberdade foi tirada de mim.”
*Nomes alterados para fins de proteção
 
Posted: 01 May 2018 11:36 AM PDT
Consulta no Cairo reuniu cerca de 300 estudantes de Medicina de 18 universidades de todo o Egito. Foto: UNAIDS
Consulta no Cairo reuniu cerca de 300 estudantes de Medicina de 18 universidades de todo o Egito. Foto: UNAIDS
No Cairo, cerca de 300 estudantes de Medicina, representando 18 universidades de todo o Egito, reuniram-se em abril (21) para uma consulta pública sobre discriminação, HIV e acesso à saúde. Apoiado pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), encontro debateu como o estigma impede que os indivíduos vivendo com o vírus recebam cuidados adequados.
“As pessoas que vivem com HIV devem ter direitos e oportunidades iguais. Negar o acesso aos serviços de saúde é inaceitável”, afirmou Walid Kamal, diretor do Programa Nacional sobre AIDS. Segundo o gestor, o evento foi uma oportunidade para compartilhar as atuais estratégias de enfrentamento ao preconceito nos sistemas de atendimento.
Durante a consulta, que contou com a presença de representantes da academia, sociedade civil, governo e do Sindicato dos Médicos, participantes concordaram que mecanismos de prestação de contas precisam ser aplicados para monitorar e avaliar as intervenções. Assim, será possível garantir que ações apropriadas sejam tomadas pelas autoridades competentes para lidar com as violações de direitos nos serviços de saúde.
Os gestores, especialistas e universitários também concordaram em priorizar o lançamento da Política do Ministério da Saúde e População pelo Fim do Estigma. Os participantes da consulta pediram ainda a inclusão de discussões sobre discriminação relacionada ao HIV na disciplina de ética, ensinada a todos os médicos que se formam no Egito.
Outra proposta acordada foi a liberação do acesso ao mecanismo de responsabilização e investigação do Sindicato dos Médicos do Egito para as organizações da sociedade civil e pessoas vivendo com HIV. Com isso, instituições e indivíduos poderão denunciar casos de discriminação.
“Estamos testemunhando uma oportunidade sem precedentes para abordar a discriminação nos serviços de saúde com apoio político e visão programática. Embora os recursos sejam escassos, contamos com o apoio dos estudantes de Medicina como os líderes de amanhã e com o poder do voluntariado para abordar essa questão”, avaliou Ahmed Khamis, diretor do UNAIDS no Egito.
As recomendações feitas durante a consulta foram endossadas pelo Programa Nacional sobre AIDS e serão incluídas no plano de ação do Egito. O progresso na implementação das orientações será monitorado por um grupo com forte representação de pessoas vivendo com HIV.
 
Posted: 01 May 2018 11:06 AM PDT
Clique para exibir o slide.A atuação das mulheres na mídia foi o tema da 62ª Comissão da ONU sobre a Situação das Mulheres (CSW 62)realizada no fim de março (23), na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque.
O tema foi discutido entre as pautas de revisão das Conclusões Acordadas na 47ª sessão da CSW, realizada em 2003.
Violência contra mulheres jornalistas e nos meios de comunicação e digitais, políticas de acesso a ciência e tecnologias de informação, estereótipos de gênero e participação feminina nos espaços de decisão e poder no mercado da comunicação permanecem como questões centrais, segundo a ONU Mulheres.
As discriminações contra profissionais de comunicação que atuam em áreas ainda muito masculinizadas do jornalismo – como a cobertura esportiva – também estiveram em debate.
Relatório apresentado recentemente pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, defendeu o avanço e o empoderamento das mulheres no acesso à mídia e às tecnologias da informação e comunicação.
O documento resumiu os progressos, lacunas e desafios relacionados às medidas tomadas pelos países, além das interações das resoluções de 2003 com as da Cúpula Mundial da Sociedade da Informação e a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
Durante a comissão, foram realizados painéis ministeriais com apresentações voluntárias dos países sobre as medidas que vêm implementando para o cumprimento das conclusões da 47ª CSW. O Brasil atuou como país-sócio da Argentina – sistematizando as ações desenvolvidas no território nacional.
Entre as resoluções sobre o tema mulheres e mídia aprovadas na 62ª CSW está o desenvolvimento e implementação de políticas e estratégias que promovam o acesso de mulheres e meninas rurais à mídia e às tecnologias de informação e comunicação (TICs), incluindo o fomento à alfabetização digital e acesso à informação.
Também foi estabelecida a necessidade de reconhecimento do papel que a mídia pode desempenhar na conquista da igualdade de gênero e empoderamento das mulheres e meninas rurais, inclusive por meio de medidas não discriminatórias e de uma cobertura que elimine os estereótipos de gênero.
Outros pontos citados foram incentivo à formação com perspectiva de gênero para profissionais da comunicação; desenvolvimento e fortalecimento dos mecanismos de autorregulação para promover representações equilibradas e não estereotipadas de mulheres e meninas, que contribuam para o empoderamento e a eliminação da discriminação e exploração de mulheres e meninas que vivem fora das áreas urbanas dos países.

Comunicação para empoderamento das mulheres

Mara Régia, jornalista, apresentadora e criadora do programa “Viva Maria”, na Rádio Nacional da Amazônia, festeja a consolidação do tema mulheres e mídia nas agendas de desenvolvimento da ONU.
“Porque você não empodera ninguém sem garantir acesso à comunicação, que é visibilidade, poder. Não por acaso, são raras as mulheres nas cúpulas dos meios de comunicação. Este é um tema fundamental”, disse.
Mara também elogiou o fato de as mulheres e meninas rurais terem sido o foco da 62ª CSW, e enfatizou a importância do direito humano à comunicação.
“Elas são as que mais padecem não só dos efeitos de uma comunicação e de uma mídia que nem sempre coloca o foco no valor essencial dessas bravas guerreiras para as vidas de todos nós, como também do isolamento. Então, dar foco ao empoderamento das mulheres rurais pela tecnologia é fundamental.”
O “Viva Maria” é o mais longevo programa de radiodifusão voltado aos direitos das mulheres, tendo iniciado suas transmissões em 1981. Mara foi também uma das articuladoras da campanha pela criação do Dia Latino-Americano e Caribenho da Imagem da Mulher nos Meios de Comunicação, data consagrada em 14 de setembro em homenagem ao programa.
A jornalista é uma das brasileiras fundadoras da Rede de Jornalistas com Visão de Gênero das Américas, criada em 2016.
Mara disse ainda que “é hora de uma ação mais concreta, porque desde (a Conferência de) Pequim temos os princípios de empoderamento das mulheres muito bem definidos”.
“Agora, falta criatividade e iniciativas para dar a essas mulheres o acesso à voz, como desenvolver programas tais quais aqueles de equidade de gênero e raça, incluindo aí as trabalhadoras rurais, buscar empresas que financiem esses projetos.”
“No Brasil, a gente tem programas como o Ligue 180, mas no interior do país as mulheres não têm acesso às vezes nem a um telefone. Não por acaso as lideranças rurais morrem a três por quatro”, disse.

Gênero, raça e etnia na mídia

Para a presidenta da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), Maria José Braga, o fato dos meios ainda não abordarem as questões de gênero, raça e etnia programaticamente, e o fato de as ditas minorias ainda serem tratadas de forma discriminatória reforça a importância da preocupação com a temática no fórum de maior peso para o debate internacional sobre os direitos das mulheres.
“O tema das mulheres e a mídia e das mulheres na mídia continua sendo urgente, porque estamos vivendo períodos de recrudescimento da violência contra as mulheres, do machismo exacerbado e dos assédios moral e sexual.”
“Precisamos falar sobre isso e buscar soluções dentro da sociedade para superar esses problemas. E a mídia tem um papel fundamental nisso que ainda não é cumprido, no Brasil e em grande parte do mundo”, ressaltou.
Em especial no Brasil, Maria José lembrou que os meios de comunicação precisam assumir seu papel educativo, previsto na Constituição.
“Apesar de haver ampla liberdade para a constituição de empresas privadas, a prioridade dos meios de comunicação é educativa e cultural, constitucionalmente falando”, acrescentou.
Outro aspecto importante do debate, na opinião de Maria José, é a representação das mulheres na indústria do entretenimento e das produções culturais, as quais “continuam sendo coisificadas, em pleno século 21”.
“Os meios de comunicação de alguma forma têm que ser responsabilizados por essa objetificação que fazem da mulher, mais nitidamente ainda na publicidade.”
“Também precisamos tratar da grave ausência das questões de interesse das mulheres como pauta jornalística, que não devem aparecer apenas no mês de março, e também da quase inexistência de mulheres como fontes”, declarou.
Maria José disse ainda que “isso também é reflexo do machismo na sociedade em geral, que leva a que tenhamos menos mulheres nos cargos de comando e atuação política, mas isso também precisa ser questionado e tratado pelo jornalismo”.
O relatório “Tendências Mundiais em Liberdade de Expressão e Desenvolvimento dos Meios de Comunicação“, produzido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) em 2016 sobre 522 agências de mídia em 59 países, mostrou que as mulheres ocupam apenas 27% dos cargos mais elevados de gerência nas organizações de mídia.
Outra pesquisa, realizada pelo Instituto Geena Davis com base em um estudo sobre 120 filmes populares em 11 países, atestou que somente 21% dos cineastas são mulheres, e somente três em cada dez papéis cujas personagens têm falas nessas produções são mulheres. Nos longa-metragens, somente 23% colocavam uma mulher como protagonista.

Eliminação do racismo na mídia

As plataformas da Conferência de Pequim (1995) e de Pequim+15 já apontavam as medidas necessárias para governos e instituições enfrentarem o sexismo nos meios de comunicação.
“No entanto, as mulheres continuam sub-representadas nos cargos de tomada de decisões, tais como nos órgãos consultivos, de gestão, reguladores e de fiscalização da indústria. E os estereótipos de gênero continuam impedindo que as mulheres sejam apresentadas de uma forma equilibrada e realista”, destacou Nilza Iraci, coordenadora de comunicação do Geledés – Instituto da Mulher Negra.
Somente na Conferência Mundial contra o Racismo, em Durban, em 2001, foi inserido entre as plataformas das Nações Unidas a temática do racismo e seus efeitos perversos na imagem das mulheres negras.
Nilza, que integra a coordenação da Articulação de ONGs de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB) e o Comitê Mulheres Negras Rumo a um Planeta 50-50 em 2030, declarou que apesar do momento de emergência dos discursos de ódio e de racismo, a potência das novas tecnologias de comunicação e das mídias sociais coloca novos desafios para governos, Estados e Sistema ONU.
De acordo com ela, é necessário “empreender recursos para uma política efetiva de formação, com recortes específicos de gênero e raça, que permita às mulheres negras disputar as narrativas da mídia hegemônica, mas também construir outras alternativas a partir de ferramentas que possibilitem uma comunicação independente, revolucionária, horizontal, plural e contra-hegemônica, colocando-as como agentes de sua própria identidade nos espaços midiáticos, quaisquer que sejam eles”.
 
Posted: 01 May 2018 10:31 AM PDT
Botes feitos com bambus e galões de água levam rohingyas para Bangladesh. Foto: ACNUR/Andrew McConnell
Botes feitos com bambus e galões de água levam rohingyas para Bangladesh. Foto: ACNUR/Andrew McConnell
A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) elogiou a ação dos governos da Indonésia e da Malásia, que resgataram três barcos levando refugiados rohingya. Cerca de 140 passageiros eram levados pelas embarcações, que deixaram Mianmar, o país de origem dos deslocados, em abril. Relatórios preliminares indicam que até dez pessoas teriam morrido no mar.
Os navios partiram de municípios no centro do estado birmanês de Rakhine, epicentro da crise de deslocamento forçado envolvendo a minoria rohingya. A travessia é o primeiro movimento marítimo de refugiados confirmado no Mar de Andamão desde maio de 2015, quando interceptações e problemas no desembarque levaram a dezenas de mortes no oceano.
O ACNUR já teve acesso aos refugiados recém-chegados à Indonésia e recebeu garantias da Malásia de que em breve poderá ter contato com os outros resgatados. O organismo internacional expressou gratidão aos pescadores e autoridades indonésias que prestaram assistência a esses refugiados.
Desde o início da crise de refugiados rohingya, em agosto de 2017, estimativas da ONU apontam que mais de 200 vidas foram perdidas no Golfo de Bengala, principalmente na travessia de Mianmar para Bangladesh.
A agência da ONU está preocupada com relatos de alguns refugiados de que seus navios foram parados por autoridades que não os desembarcaram no local seguro mais próximo. Tais práticas não apenas colocam em risco sua vida, como também podem violar o direito marítimo internacional.
“Para evitar mais mortes, o ACNUR pede a todos os governos da região para que mantenham suas obrigações marítimas e o espírito da Declaração de Bali de 2016, resgatando refugiados, desembarcando-os nos locais seguros mais próximos e evitando interceptações arriscadas no mar que não têm o intuito de salvar vidas”, disse James Lynch, representante do ACNUR para o Sudeste Asiático.

Operações de resgate

A primeira das três embarcações resgatadas aportou em Langkawi, na Malásia, no dia 3 de abril, depois de uma breve parada no sul da Tailândia, onde foi levada de volta ao mar pelas autoridades tailandesas. Ainda não está claro se isso foi feito por vontade dos próprios refugiados. Os 56 a bordo – 18 mulheres, 19 homens e 19 crianças – estão agora no Centro de Detenção de Imigração Belantik.
O segundo barco foi resgatado por pescadores indonésios com cinco sobreviventes: uma mulher, dois homens e duas crianças. Eles foram levados para Langsa, no litoral da Indonésia, em 6 de abril e foram registrados pelo ACNUR. Os passageiros disseram à agência que foram interceptados pelas autoridades de Mianmar e que mais de dez refugiados morreram ou desapareceram no mar.
Um terceiro barco transportando 79 refugiados – 12 mulheres, 31 homens e 36 crianças – foi resgatado por pescadores indonésios e desembarcou em Bireuen, na Indonésia, em 20 de abril. O ACNUR está registrando este grupo e tem trabalhado com autoridades locais para fornecer assistência médica, alimentação e abrigo temporário. Vários passageiros disseram que foram parados pelas autoridades tailandesas.
Embora as comunidades rohingya tenham relatado que outros barcos podem estar atravessando o Mar de Andamão, o ACNUR não pode confirmar a presença de nenhuma embarcação.
 
Posted: 01 May 2018 09:56 AM PDT
O fomento à inovação faz parte dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Foto: iHub/PNUD
O fomento à inovação faz parte dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Foto: iHub/PNUD
O Dia Mundial da Propriedade Intelectual foi lembrado no último dia 26 de abril com uma mesa-redonda no Rio de Janeiro que discutiu o papel das mulheres na inovação e na criatividade.
Este ano, a data celebrou o talento, a curiosidade e a coragem de mulheres que estão ajudando a mudar o mundo e o futuro por meio da pesquisa e inovação.
O evento, promovido pelo Escritório Regional da Organização Mundial da Propriedade Intelectual no Brasil (OMPI) e pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), foi realizado no auditório do INPI, no centro do Rio de Janeiro.
A mesa-redonda teve a participação da professora e cientista Joana D’arc Félix e da diretora da Associação dos Bananicultores de Corupá (Asbanco) Eliane Cristina Müller, duas pesquisadoras que têm impulsionado o desenvolvimento econômico e social ao criar formas de proteger o meio ambiente e tirar crianças da pobreza; Joana, por meio da física e da química; e Eliane pela agricultura.
O evento foi aberto pelo diretor regional da OMPI no Brasil, José Graça Aranha, e pelo diretor de patentes do INPI, Júlio César Moreira. O presidente do Instituto, Luiz Otávio Pimentel, encerrou o debate destacando o papel das mulheres no INPI. O diretor do Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio), Maurizio Giuliano, prestigiou o coquetel que encerrou a atividade.
A OMPI se dedica à constante atualização e proposição de padrões internacionais de proteção às criações intelectuais em âmbito mundial.
Em cooperação com o governo do Brasil, foi estabelecido o Escritório da OMPI no Rio de Janeiro, com o objetivo de promover novos enfoques e formas de interação e vinculação entre o setor produtivo e os usuários do Sistema de Propriedade Intelectual (PI), aproximando-os aos modelos globais dos serviços prestados pela Organização.
Da esquerda para a direita, Maurizio Giuliano, diretor do UNIC Rio; Luís Otávio Pimentel, presidente do INPI; José Graça Aranha, diretor regional da OMPI no Brasil; e Evelyn Montellano, consultora. Foto: OMPI
Da esquerda para a direita, Maurizio Giuliano, diretor do UNIC Rio; Luís Otávio Pimentel, presidente do INPI; José Graça Aranha, diretor regional da OMPI no Brasil; e Evelyn Montellano, consultora. Foto: OMPI
 
Posted: 01 May 2018 08:21 AM PDT
Bici-táxis no bairro antigo de Deli, Índia. De acordo com um novo relatório da OIT, cerca de 93% do emprego informal no mundo está em países emergentes e em desenvolvimento. Foto: OIT/Vijay Kutty
Bici-táxis no bairro antigo de Deli, Índia. De acordo com um novo relatório da OIT, cerca de 93% do emprego informal no mundo está em países emergentes e em desenvolvimento. Foto: OIT/Vijay Kutty
Mais de 61% da população empregada no mundo — 2 bilhões de pessoas — está na economia informal, segundo estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT)divulgado na segunda-feira (30), enfatizando que a transição para a economia formal é essencial para garantir proteção social e condições de trabalho decente.
“A alta incidência de informalidade em todas as suas formas têm múltiplas consequências adversas para trabalhadores, empresas e sociedades, e é um importante desafio para a conquista do trabalho decente para todos”, disse Rafael Diez de Medina, diretor do Departamento de Estatísticas da OIT.
As conclusões constam no mais novo relatório da OIT, “Mulheres e homens na economia informal: uma foto estatística“. O estudo também fornece estimativas comparáveis sobre o tamanho da economia informal e um perfil estatístico do setor, usando critérios de mais de 100 países.
“Medir essa dimensão importante, agora incluída nos indicadores dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), pode ser visto como um passo excelente rumo à ação, particularmente graças a dados mais comparáveis dos países”, disse Medina.
A distribuição geográfica do emprego no setor informal mostra um cenário impressionante.
Na África, 85,8% do emprego é informal. A proporção é de 68,2% na Ásia e no Pacífico, de 68,6% nos Estados Árabes, de 40% nas Américas, e pouco acima de 25% na Europa e na Ásia Central.
No Brasil, o índice de informalidade no emprego total é de 46%, sendo maior entre os homens (37%), do que entre as mulheres (21,5%) no setor informal.
De maneira geral, 93% do emprego informal do mundo está nos países emergentes e em desenvolvimento. Globalmente, o relatório também concluiu que o emprego informal é mais frequente entre homens (63%) do que entre mulheres (52,1%).
“Dos 2 bilhões de trabalhadores informais do mundo, pouco mais de 740 milhões são mulheres”, disse a OIT, lembrando que elas estão mais presentes nos mercados informais em países de baixa e média renda, onde estão em situação de maior vulnerabilidade.

Fatores que afetam o nível de informalidade

A educação é o principal fator a afetar o nível de informalidade, disse o estudo, notando que quanto maior a escolaridade, menor o nível de informalidade.
“Pessoas que concluíram a educação secundária e superior têm menos chance de estar no mercado informal na comparação com trabalhadores que não têm escolaridade ou só completaram a educação primária”, disse a OIT.
Além disso, pessoas vivendo em áreas rurais têm duas vezes mais chances de estar no mercado informal na comparação com os trabalhadores de áreas urbanas, acrescentou o estudo.
De acordo com Florence Bonnet, um dos autores do relatório, os dados sobre essas questões são cruciais para a elaboração de políticas públicas efetivas.
“Para centenas de milhões de trabalhadores, a informalidade significa falta de proteção social, direitos no trabalho e condições de trabalho decente, e para as empresas significa baixa produtividade e falta de acesso a financiamento”, disse.
Clique aqui para acessar o relatório (em inglês).
 
Posted: 01 May 2018 08:19 AM PDT
Imagem: CONALIFE
Imagem: CONALIFE
A ONU Mulheres e o movimento ElesPorElas apoiarão a realização do terceiro Congresso Nacional de Liderança Feminina (CONALIFE), que acontece em 24 de maio, em São Paulo. Evento terá debate sobre incentivos para que mais mulheres sigam carreira nas áreas de Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática.
Uma pesquisa global da agência das Nações Unidas aponta que as mulheres têm apenas 18% dos títulos de graduação em Ciência da Computação e representam somente 25% da força de trabalho da indústria digital.
No Brasil, o percentual de mulheres nas áreas de Tecnologia da Informação (TI) é ainda menor. Elas são 20% dos mais de 580 mil profissionais de TI que atuam no país, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2016.
Na terceira edição do CONALIFE, especialistas também analisarão as contribuições das mulheres para a revolução tecnológica e o avanço do empreendedorismo. As inscrições podem ser realizadas pelo site conalife.org.br.
Lançado em 2016, o congresso incentiva empresários e empresárias, autoridades públicas e as e os profissionais que atuam na gestão e influência de pessoas a ampliar a discussão sobre diversidade e igualdade de gênero. O objetivo é engajar os diversos setores da sociedade para promover a liderança feminina no mercado de trabalho e em todos os campos da vida pública.
 
Posted: 01 May 2018 07:41 AM PDT
Da esquerda para direita, Haroldo Cunha, presidente-executivo do IBA; João Almino, diretor da ABC; e Didier Trebucq, diretor de país do PNUD. Foto: ABC
Da esquerda para direita, Haroldo Cunha, presidente-executivo do IBA; João Almino, diretor da ABC; e Didier Trebucq, diretor de país do PNUD. Foto: ABC
Um projeto da ONU e do Brasil para o crescimento da produção de algodão em 15 países africanos receberá 22,5 milhões de dólares para ampliar suas ações. Fruto de uma parceria entre o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), iniciativa teve seu orçamento e cronograma de atividades revisados em abril (24).
O programa “Apoio ao Desenvolvimento do Setor Algodoeiro por meio da Cooperação Sul-Sul” visa resgatar uma cultura agrícola histórica, tradicional e capaz de gerar renda e emprego em diferentes países da África. O projeto tem o apoio também do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA).
Com estratégias para fortalecer e aprimorar as cadeias produtivas, a iniciativa do PNUD tinha um orçamento original de 19,8 milhões de dólares. Com os novos aportes financeiros, os recursos chegarão a 42,3 milhões. Fundos serão utilizados em projetos de cooperação técnica até 2022.
“Com o estreito diálogo entre todos os parceiros, foi possível redesenharmos o projeto, atendendo a todos os requisitos da cooperação internacional. Por meio da nossa relação horizontal, será possível executarmos as ações com bastante êxito”, afirmou o embaixador brasileiro e diretor da ABC, João Almino, durante a assinatura da revisão do programa.
Também presente, o coordenador-geral de Cooperação Técnica com a África, Ásia e Oceania da ABC, Nelci Caixeta, lembrou o caso do Mali, que estaria utilizando uma semente melhorada de algodão, técnica aperfeiçoada com as capacitações realizadas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA).
O uso da variedade já estaria contribuindo para um aumento significativo da produção de algodão.
“Por enquanto, elas são utilizadas por somente 10% dos pequenos produtores de algodão do Mali. Estamos com muitas expectativas em relação à próxima safra, quando serão utilizadas em larga escala, e poderemos observar claramente os efeitos decorrentes do projeto.”
O diretor do PNUD para o Brasil, Didier Trebucq, afirmou a importância do projeto para o programa da ONU e o compromisso da instituição em contribuir para o sucesso e agilidade na execução das iniciativas futuras.
 
Posted: 01 May 2018 06:52 AM PDT
Hilary Parle, médica aposentada, e seu marido Jim (à direita), professor de medicina, estão hospedando Yonasskindis, de 72 anos, um refugiado da Eritreia. Foto: ACNUR/Aubrey Wade
Hilary Parle, médica aposentada, e seu marido Jim (à direita), professor de medicina, estão hospedando Yonasskindis, de 72 anos, um refugiado da Eritreia. Foto: ACNUR/Aubrey Wade
O casal Hilary e Jim Parle, de Birmingham, na Inglaterra, decidiu acolher refugiados após ouvir a trágica história do sírio Alan Kurdi, de apenas três anos, cujo corpo foi encontrado em uma praia na Turquia, em 2015.
“Vimos a foto da criança deitada de bruços na praia e foi isso”, lembra Hilary, médica aposentada de 63 anos. “Nós tínhamos que fazer algo para ajudar.”
Com seus três filhos já criados e morando fora, ela e o marido, que é professor de medicina na Universidade de Birmingham, viram que sua casa de quatro quartos tinha espaço suficiente para abrigar quem precisa.
Pela Internet, Hilary encontrou a Birch Network, que busca residências para refugiados, e o casal logo recebeu hóspedes. Depois de acolher quatro pessoas, em janeiro deste ano foi a vez de Yonasskindis*, um eritreu de 72 anos que teve de fugir de seu país após receber ameaças de morte.
Ex-dono de bar e contador, Yonasskindis apoiou o principal movimento de independência do seu país de origem. Há oito anos, ele vive no Reino Unido.
Sua solicitação de refúgio foi rejeitada, mas o idoso recorreu e tem permissão para permanecer até que uma nova decisão seja proferida. Quando o pedido inicial de asilo foi negado, Yonasskindis foi expulso do alojamento onde morava.
“Eles são como meus irmãos”, conta o eritreu. “São pessoas muito boas. Eu sou diabético, tenho a pressão e o colesterol altos. Tenho que tomar cinco comprimidos por dia. Se não fosse por eles, eu estaria na rua.”
Hilary e Yonasskindis passam muito tempo juntos: fazem esculturas, compras, cozinham juntos e compartilham refeições.
“Estou surpreso com o quão fácil tem sido. Quando as pessoas nos dizem que o que estamos fazendo é extraordinário, respondemos que, na verdade, é bem fácil. Como eu, ele é um leitor voraz, nós nos sentamos juntos, tomamos chá e lemos”, diz Jim.
Yonasskindis tem deficiências auditivas, mas os Parles afirmam que isso não tem sido um problema.
“Ele ama história e é bastante inteligente”, conta Hilary. “O inglês dele é ótimo, mas ele é surdo, você só precisa falar alto.”
“As pessoas podem ter as próprias opiniões sobre imigração em geral, mas tudo muda quando conhecemos a história de alguém”, acrescenta Jim.
*Nome alterado por questões de proteção
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário