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sexta-feira, 18 de maio de 2018

Boletim diário da ONU Brasil: “América Latina e Caribe é região mais desigual do mundo, revela comissão da ONU” e 5 outros. Entrada x

Boletim diário da ONU Brasil: “América Latina e Caribe é região mais desigual do mundo, revela comissão da ONU” e 5 outros.

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Posted: 07 May 2018 02:25 PM PDT
Vista do bairro de São Conrado, no Rio de Janeiro, com a Rocinha em primeiro plano. Foto: Wikimedia/Alicia Nijdam
Vista do bairro de São Conrado, no Rio de Janeiro, com a Rocinha em primeiro plano. Foto: Wikimedia/Alicia Nijdam
Ao longo da última década, a América Latina e Caribe alcançou seu menor índice de concentração de renda, mas a região continua sendo a mais desigual do mundo, com um coeficiente de Gini estimado em 0,5. É o que revela uma nova análise da comissão econômica das Nações Unidas para os 33 países latino-americanos e caribenhos, a CEPAL. Lançado nesta segunda-feira (7), relatório avalia como disparidades afetam acesso a serviços e perpetuam exclusão. Segundo a pesquisa, Brasil tem pior taxa regional de conclusão do Ensino Fundamental II entre população mais pobre.
O índice de Gini mede a diferença de renda entre as parcelas mais ricas e mais pobres de uma determinada população. Quanto mais próximo do zero, mais igualitária é a repartição de riquezas numa sociedade. Na África Subsaariana, a taxa é de 0,45. No Leste da Ásia e no Pacífico, o coeficiente chega a 0,4. Nos países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), a 0,3.
Divulgada no momento em que acontece em Cuba o 37º Período de Sessões da CEPAL, a reunião bienal mais importante do organismo, a pesquisa denuncia a predominância na América Latina e no Caribe de um modelo fiscal em que grande parte da carga tributária é indireta e regressiva, recaindo principalmente sobre o consumo.
Na região, a cobrança direta de impostos sobre a renda é inferior à média de países da OCDE. Em 2014, a taxa efetiva de tributação sobre os salários dos 10% mais ricos foi calculada em 4,8%, ao passo que, em média, nos países da União Europeia, o índice foi estimado em 21,3%.
De acordo com o relatório, o sistema tributário expressa uma cultura regional de privilégios que reduz o potencial de ações fiscais diretas para a redistribuição de renda. Enquanto essas medidas contribuem para uma queda média de 3% no coeficiente de Gini latino-americano e caribenho, o fornecimento de serviços públicos de saúde e educação seria responsável por diminuir o índice em 6%. Nas nações europeias e em outros países da OCDE, o imposto de renda tem uma participação de 17% na redução da taxa.
“A economia política de sociedades altamente desiguais e a cultura do privilégio são obstáculos para avançar em um desenvolvimento com igualdade. A região herdou os vestígios coloniais de uma cultura do privilégio que naturaliza as hierarquias sociais e as enormes assimetrias de acesso aos frutos do progresso, a deliberação política e os ativos produtivos”, avalia Alicia Bárcena, secretária-executiva da CEPAL.
Outro problema é a evasão fiscal que, segundo a comissão, alcança valores de 6,7% de Produto Interno Bruto (PIB) regional, somente em imposto de renda e imposto sobre valor agregado.

Brasil tem pior taxa de conclusão do Ensino Fundamental II entre população mais pobre

A CEPAL também analisou a relação entre renda e educação. Na comparação com 16 países latino-americanos e caribenhos, a comissão mostra que o Brasil tem o menor índice de conclusão do Ensino Fundamental II entre os 20% mais pobres. A taxa chega a quase 35%, valor bem inferior ao verificado no Chile, onde o índice fica pouco abaixo dos 70%. O número chileno é muito próximo da proporção de brasileiros (71%) entre os 20% mais ricos que terminaram esse nível da educação formal. O levantamento comparou países como República Dominicana, Nicarágua, México, Honduras, Peru, Equador e Bolívia.
O relatório também aponta que a parcela da população brasileira que não concluiu o Ensino Fundamental II teria ganhos na renda de mais de 7,5%, caso chegasse ao final desse ciclo. Aumentos semelhantes foram identificados no Uruguai e na Bolívia. Na Argentina e Paraguai, as variações foram estimadas entre 10 e 12,5%.

Saneamento

As desigualdades financeiras também se traduzem no fornecimento de serviços de esgoto. Entre os 20% mais ricos da população brasileira, o acesso a saneamento é 18% maior do que entre os 20% mais pobres, segundo estatísticas de 2015. A disparidade é a sexta mais alta numa lista da CEPAL que reuniu dados de 17 países.
Enquanto na Guatemala e na Nicarágua, as variações chegam a 46 e 36% respectivamente, na Argentina e no Chile, as diferenças são inferiores a 2,5%.

Acesso à Internet

O relatório aborda ainda as disparidades no acesso à Internet. No Brasil, quem nasce nos domicílios que estão entre os 20% mais pobres do país têm quase cinco vezes menos chances de estar conectado. Em 2015, pouco mais de 15% das famílias dessa parcela da população tinham Internet em casa. Entre os 20% mais ricos da população brasileira, a proporção era de pouco mais de 70%.
O país fica atrás do Uruguai, onde quase 40% do segmento com menor renda tem acesso à rede; da Costa Rica, país no qual o mesmo índice chega a quase 45%; e do Chile, onde a taxa ultrapassa os 50%.
Quando avaliada a penetração da internet entre os 20% mais ricos, os três países alcançam taxas maiores que a brasileira, com o Chile caminhando para os 90%, a Costa Rica com mais de 80% de cobertura, e o Uruguai com quase 80% dessa faixa populacional tendo acesso a conexão.

Desigualdades raciais, de gênero e étnicas

No mesmo relatório, a CEPAL avaliou diferenças de renda entre a população branca e afrodescendente da América do Sul, bem como entre homens e mulheres. Em levantamento que analisou informações de Brasil, Equador, Peru e Uruguai, o organismo mostra que trabalhadores negros ganham menos que seus colegas brancos mesmo quando têm formação igual. As disparidades aumentam com o nível de educação formal.
Entre os profissionais com 12 anos ou mais de escolaridade, homens negros ganham em média pouco mais de 1,1 mil dólares, valor que representa cerca de 500 dólares a menos que os homens brancos. A mesma diferença foi identificada entre homens brancos e mulheres brancas, que ganham menos que seus colegas do sexo masculino. Na comparação com as mulheres negras, a diferença é ainda maior — homens brancos ganham cerca de 750 dólares a mais do que essas trabalhadoras. A moeda norte-americana foi usada como referência para comparar a realidade dos países pesquisados.
Na faixa dos oito a 11 anos de escolaridade, a variação salarial entre homens brancos e negros é menor — por volta de cem dólares —, com os afrodescendentes contabilizando rendimentos médios de 750 dólares. Contudo, permanece elevada entre gêneros distintos. Homens brancos têm salários mais altos que as mulheres brancas, ganhando de 200 a 300 dólares a mais que suas colegas. Entre homens brancos e mulheres negras, a disparidade ultrapassa os 350 dólares.
Entre brancos e a população indígena, também foram identificadas diferenças salariais significativas na Bolívia, Brasil, Chile, Equador, Guatemala, México, Nicarágua, Peru e Uruguai. Em média, nesses países, os homens brancos com 12 anos ou mais de escolaridade têm salários mensais estimados em quase 1,5 mil dólares. O valor é quase 450 dólares mais alto que os rendimentos de homens indígenas e mulheres brancas com a mesma formação e cerca de 500 dólares maior que os ganhos de mulheres indígenas.

Encarceramento da população negra no Brasil

A CEPAL também alerta para a presença desproporcional de negros no sistema carcerário do Brasil. Segundo a comissão, o número de pessoas privadas de liberdade cresceu 74% no país entre 2005 e 2012. O número de afrodescendentes presos é 1,5 vezes maior que o número de brancos.
Acesse o relatório da CEPAL na íntegra clicando aqui.
 
Posted: 07 May 2018 01:38 PM PDT
Vacina contra a febre amarela. Foto: EBC
Vacina contra a febre amarela. Foto: EBC
A Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a recomendar a vacinação contra febre amarela para todos os viajantes internacionais que visitem qualquer área dos estados da região Sul do Brasil (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul). Até então, algumas partes desses estados não eram consideradas de risco para a doença.
A decisão foi tomada devido à progressão da transmissão da febre amarela observada no Brasil desde o final de 2016. Áreas metropolitanas densamente povoadas, como Rio de Janeiro e São Paulo (abrangendo uma população de mais de 32 milhões de habitantes), não eram consideradas de risco de transmissão do vírus causador dessa doença até abril de 2017. Além disso, entre 1º de julho de 2017 e 2 de maio de 2018, foram confirmados no Brasil 1.257 casos de febre amarela, incluindo 394 óbitos.
No mesmo período, foram notificados 19 casos confirmados de infecção pelo vírus causador dessa doença entre viajantes internacionais não vacinados, incluindo três detectados no Brasil e 16 em Alemanha, Argentina, França, Holanda, Reino Unido, Romênia e Suíça. Pelo menos nove desses 19 casos relatados haviam viajado para Ilha Grande, no município de Angra dos Reis (no estado do Rio de Janeiro).
Esse cenário leva a crer que, nos próximos meses, a disseminação do vírus causador da doença continue ao longo do ecossistema da Mata Atlântica no estado de São Paulo, em direção ao Paraná e aos outros dois estados do sul do país (Santa Catarina e Rio Grande do Sul). A vacina para viajantes internacionais já era recomendada para os estados das regiões Centro-Oeste, Sudeste e Norte do Brasil, além do Maranhão e partes dos estados da Bahia e Piauí. A Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) recomenda que a vacinação seja feita ao menos dez dias antes da viagem.
A determinação de novas áreas consideradas de risco de transmissão de febre amarela e com recomendação de vacina é um processo contínuo e atualizado regularmente pela OMS. A última mudança, no caso do Brasil, ocorreu em janeiro de 2018, com a inclusão de todo o estado de São Paulo como área considerada de risco.

Moradores do Brasil

A recomendação atualizada da OMS busca evitar a propagação internacional de doenças. Por isso, vale para pessoas que não moram no Brasil, mas se deslocam aos estados das regiões Centro-Oeste, Sudeste, Sul e Norte do país, além do Maranhão e partes dos estados da Bahia e Piauí.
As pessoas que moram no Brasil devem seguir as recomendações das autoridades nacionais de saúde. Em março deste ano, o Ministério da Saúde do país anunciou que todo o território brasileiro será área de recomendação para vacina contra a febre amarela.
A medida está sendo feita de forma gradual e deve ser concluída até abril de 2019. A ampliação é preventiva e tem como objetivo antecipar a proteção contra a doença para toda população, em caso de um aumento na área de circulação do vírus. A vacinação de rotina passará a ser feita, a partir de julho, nas áreas dos estados da região Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) que ainda não vacinavam.

Prevenção

A OPAS/OMS avalia que a medida mais importante para prevenir a febre amarela é a imunização. Quem se desloca para as áreas de risco deve estar com as vacinas em dia e se proteger de picadas de mosquitos. Apenas uma dose da vacina é suficiente para garantir imunidade e proteção ao longo da vida. Efeitos secundários graves são extremamente raros.
Os viajantes com contraindicações para a vacina contra a febre amarela (crianças abaixo de 9 meses, mulheres grávidas ou amamentando, pessoas com hipersensibilidade grave à proteína do ovo e imunodeficiência grave) ou com mais de 60 anos devem consultar seu profissional de saúde para avaliação cuidadosa de risco-benefício.
A OMS recomenda também procurar assistência à saúde em caso de sintomas e sinais de febre amarela, durante a viagem e após o retorno de áreas com risco de transmissão da doença.
 
Posted: 07 May 2018 01:18 PM PDT
Estudos mostram que a cor da pele é componente central na estruturação das desigualdades no Brasil, afetando o acesso ao emprego e a maiores níveis de desenvolvimento. No país, negros vivem, estudam e ganham menos do que brancos. Foto: Agência Brasil/Valter Campanato
Estudos mostram que a cor da pele é componente central na estruturação das desigualdades no Brasil, afetando o acesso ao emprego e a maiores níveis de desenvolvimento. No país, negros vivem, estudam e ganham menos do que brancos. Foto: Agência Brasil/Valter Campanato
Estudos mostram que a cor da pele é componente central na estruturação das desigualdades no Brasil, afetando o acesso ao emprego e a maiores níveis de desenvolvimento. No país, negros vivem, estudam e ganham menos do que brancos.
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), o número de desempregados no terceiro trimestre do ano passado estava em 13 milhões sendo que, desse total, quase 64% eram negros.
Em 2010, 62% da população branca com mais de 18 anos possuía o ensino fundamental completo. Na população negra, esse percentual caía para 47%.
Quanto à renda domiciliar per capita, a média da população branca era mais que o dobro daquela da população negra: 1.097,00 reais contra 508,90 reais, respectivamente, segundo estudo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Segundo a pesquisa, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal dos negros no Brasil tem dez anos de atraso comparado ao dos brancos.
“Desenvolvimento humano é quase um sinônimo de liberdade. Para que haja desenvolvimento humano é imprescindível que as oportunidades e capacidades existentes em uma sociedade sejam amplas, para que as pessoas possam escolher a vida que desejam ter”, disse Vanessa Zanella, integrante da equipe responsável pelo relatório do PNUD.
Para ela, a desigualdade nas oportunidades pode comprometer decisivamente o desenvolvimento humano. O acesso mais restrito à educação e ao trabalho formal tem reflexo direto na renda e, de forma mais ampla, no nível de desenvolvimento da população negra.
“Quando olhamos para o Índice de Desenvolvimento Humano e as dimensões consideradas para o cálculo — longevidade, educação e renda — vemos que educação e trabalho são inerentes ao índice e ao próprio conceito de desenvolvimento, possuindo peso duplo.”
“Infelizmente, a população negra está em desvantagem em todas as dimensões, por isso seu índice está abaixo da média brasileira”, declarou.

Acesso ao mercado formal e ao empreendedorismo

Assim como no caso de universidades, que implementaram ações afirmativas sem esperar por leis que tratassem em detalhe do assunto, as empresas podem fazer seus próprios programas de equidade racial, fundados no arcabouço legal da Constituição Federal, de tratados internacionais e outras normativas que, há décadas, já tornaram possível a adoção de ações afirmativas também no trabalho.
“Nos últimos 15 anos, o número de negros universitários triplicou. Portanto, as instituições públicas, privadas e do terceiro setor, nacionais ou internacionais, não têm mais justificativas para serem tão monocromáticas, vale dizer, brancas”, disse Daniel Teixeira, diretor de projetos do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT).
De acordo com Teixeira, a precarização das relações de trabalho tem um impacto maior nas famílias negras, já que seus membros têm, em geral, possibilidades menores de ingresso e mesmo de ascensão no mercado formal.
“As seleções de emprego muitas vezes incorrem no perfilamento racial, tendo em vista que os estereótipos ligados às populações negra e branca são opostos. Enquanto à primeira são conferidas características negativas como desleixo, incapacidade para comando, falta de higiene. À população branca confere-se o privilégio dos estereótipos positivos, tais como eficiência, capacidade de liderar, limpeza, etc”, declarou Teixeira.
Abrir o próprio negócio foi a resposta encontrada por alguns para driblar o racismo em processos de recrutamento de empresas.
De acordo com a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2016, realizada pelo Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade (IBQP) com o apoio do SEBRAE, os negros apresentam taxa de empreendedorismo superior à dos brancos: 38,5% no primeiro grupo e 31,6% no segundo.
No entanto, 34,8% dos empreendedores brancos recebiam de três a seis salários mínimos, frente a 21,2% dos negros. Segundo Mafoane Odara, coordenadora de projetos do Instituto Avon, é preciso enfrentar o racismo tanto em empresas quanto no universo do empreendedorismo.
“Vale lembrar que o preconceito institucional em todas as áreas, assédio moral e baixos salários são fruto do que chamamos de racismo institucional e, para lidar com ele, é necessário reconhecer que vivemos em um país que é desigual, sendo nossa responsabilidade enfrentar essa desigualdade”, declarou.
A especialista do PNUD Vanessa Zanella disse ser fundamental o comprometimento de toda a sociedade com a superação do racismo. No entanto, ela lembrou que o poder público tem um papel maior em zelar pela proteção e atendimento às populações afetadas por formas específicas de desigualdades, como é o caso da juventude negra.
“A implementação de ações afirmativas, de investimentos nos setores de saúde e educação e o comprometimento com a redução das desigualdades são algumas de nossas recomendações”, disse.
“Além disso, é necessário um aprimoramento das métricas para a produção de dados desagregados e atuais, para que haja maior compreensão da realidade concreta em que se encontra a juventude negra”, pontuou.
Embora sejam mais raros os dados oficiais a respeito do tema, cruzando raça e faixa etária, sabe-se que a juventude também tem sofrido de forma mais intensa com o desemprego no país. Em 2017, do total de pessoas desocupadas no Brasil, 32,6% tinham entre 18 e 24 anos.

Vidas Negras

Reafirmando o compromisso de implementação da Década Internacional de Afrodescendentes, o Sistema ONU Brasil lançou no Mês da Consciência Negra de 2017, a campanha nacional “Vidas Negras”.
A iniciativa busca ampliar, junto à sociedade, gestores públicos, sistema de Justiça, setor privado e movimentos sociais, a visibilidade do problema da violência contra a juventude negra no país.
O objetivo é chamar atenção e sensibilizar para os impactos do racismo na restrição da cidadania de pessoas negras, influenciando atores estratégicos na produção e apoio de ações de enfrentamento da discriminação e violência.

 
Posted: 07 May 2018 08:22 AM PDT
Ato realizado em março de 2018 pela ONG Rio de Paz lembra mortes de adolescentes e crianças vítimas da violência no Rio de Janeiro. Foto: Agência Brasil/Fernando Frazão
Ato realizado em março de 2018 pela ONG Rio de Paz lembra mortes de adolescentes e crianças vítimas da violência no Rio de Janeiro. Foto: Agência Brasil/Fernando Frazão
Na próxima quinta-feira (10), será lançado o Comitê para Prevenção de Homicídios de Adolescentes no Rio de Janeiro. Com a presença já confirmada de diversas autoridades públicas e representantes da sociedade civil, o evento acontece das 10h às 12h, no Centro Cultural da Justiça Federal, na Cinelândia. Ao todo, serão 22 instituições signatárias do ato de lançamento, que contará com o depoimento de familiares de adolescentes assassinados, bem como de meninos e meninas de diferentes comunidades da cidade falando sobre o impacto da violência em suas vidas.
Somente na capital fluminense, 335 meninos e meninas foram assassinados em 2016, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde. No ano anterior, foram 278 vidas interrompidas – quase todos meninos, negros, moradores das favelas. Segundo estimativa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), no Brasil, a cada dia, cerca de 29 meninos e meninas são assassinados. Diante de um desafio tão extremo e complexo, o Comitê nasce para promover o compromisso de ação convergente de diversas instituições para evitar que novas vidas de adolescentes sejam interrompidas.
Com foco inicial de atuação na capital, o Comitê terá linhas de ação complementares, inspiradas na experiência do Comitê Cearense para Prevenção de Homicídios na Adolescência, existente desde 2016. Já em 2018, o Comitê do Rio inicia sua atuação com uma pesquisa sobre as trajetórias de vida de adolescentes assassinados na capital e as dinâmicas de suas mortes, com o objetivo de compreender o que poderia ter sido diferente e como novas mortes podem ser prevenidas.
Outra prioridade, ainda este ano, será incidir no orçamento público estadual para garantir recursos para programas específicos de prevenção, como o PPCAM – Programa de Proteção à Criança Ameaçada de Morte. Outra ação central será aprimorar fluxos e procedimentos para garantir a responsabilização pelas mortes. Em médio prazo, o Comitê buscará propor um plano estadual para a prevenção de homicídios de adolescentes com políticas públicas integradas.
Articulado pelo UNICEF, o Comitê reúne Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro; Comissões de Direitos Humanos, da Segurança Pública e da Criança, Adolescente e Idoso da ALERJ; Secretaria Estadual de Segurança Pública, Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro e Instituto de Segurança Pública (ISP); Secretaria Estadual de Direitos Humanos e Políticas para Mulheres e Idosos; Conselho Estadual de Defesa da Criança e do Adolescente (CEDCA-RJ); Casa Civil da Prefeitura do Rio de Janeiro e Instituto Pereira Passos (IPP); além de atores da sociedade civil, como Centro de Defesa dos Direitos da Criança do Adolescente (CEDECA), Centro de Promoção da Saúde (CEDAPS), Instituto de Estudos da Religião (ISER), Laboratório de Análise da Violência da UERJ (LAV/UERJ), Luta pela Paz, Movimento Moleque e Observatório de Favelas.
SERVIÇO
O que: Lançamento do Comitê para Prevenção de Homicídios de Adolescentes no Rio de Janeiro
Quando: Dia 10/maio (quinta-feira), 10h às 12h.
Onde: Centro Cultural da Justiça Federal (Salão de Sessões), Cinelândia, Rio de Janeiro.
Para mais informações:
UNICEF Brasil — Immaculada Prieto (21) 98237-0856; iprieto@unicef.org e Elisa Reis (61) 3035 1979; ereis@unicef.org
 
Posted: 07 May 2018 07:58 AM PDT
Campanha da OMS aborda prevenção de infecções por meio da higienização das mãos. Imagem: OMS
Campanha da OMS aborda prevenção de infecções por meio da higienização das mãos. Imagem: OMS
A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou no último sábado (5), Dia Mundial da Higienização das Mãos, uma nova campanha para prevenir infecções em ambientes hospitalares. Voltada para profissionais de saúde, iniciativa lembra os principais momentos em que clínicos, enfermeiros e auxiliares devem realizar procedimentos de assepsia a fim de evitar a transmissão de agentes patogênicos.
De acordo com a agência da ONU, aproximadamente 70% dos profissionais de saúde e 50% das equipes cirúrgicas não praticam rotineiramente a higienização das mãos. Para reverter esse cenário, a instituição apresenta o projeto de conscientização “Está em suas mãos prevenir a sepse na assistência à saúde”.
A sepse é uma disfunção orgânica fatal, causada por uma resposta desregulada do corpo a uma infecção. Se não for reconhecida precocemente e tratada com rapidez, pode levar ao choque séptico, falência múltipla de órgãos e morte.
A OMS chama atenção para as cinco ocasiões em que procedimentos de limpeza são indispensáveis:
  • Antes de contato com um paciente;
  • Antes da realização de procedimentos assépticos;
  • Após risco de exposição a fluidos corporais;
  • Após contato com um paciente;
  • Após contato com as áreas próximas ao paciente.
De acordo com as Diretrizes da OMS sobre Higienização das Mãos em Serviços de Saúde, antes de tocar o paciente e de realizar qualquer procedimento asséptico, é importante que o profissional lave adequadamente as mãos para evitar a transmissão de micro-organismos que podem causar infecções.
Instruções divulgadas pela OMS para promover higienização das mãos em serviços de saúde. Imagem: Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS)/OMS
Instruções divulgadas pela OMS para promover higienização das mãos em serviços de saúde. Imagem: Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS)/OMS
A higienização também é fundamental após o contato com as pessoas atendidas, inclusive depois de remover as luvas. O profissional deve lavar as mãos mesmo que tenha tocado apenas as superfícies, mobília e objetos próximos ao paciente, assim como ao sair do ambiente de assistência.
Estudos demonstraram que a prática de lavagem e assepsia das mãos, quando realizada constantemente, reduz as infecções associadas aos cuidados de saúde. As recomendações da OMS são baseadas em evidências científicas e foram testadas em campo. As orientações foram elaboradas de modo a facilitar seu aprendizado e garantir sua aplicação em diferentes contextos.
 
Posted: 06 May 2018 04:59 PM PDT
Clique para exibir o slide.Venezuelanos que estavam acampados na praça Simón Bolívar, em Boa Vista, foram realocados neste domingo (6) para dois abrigos temporários na cidade. Em um trabalho coordenado pelo Exército Brasileiro e apoio da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), cerca de 870 pessoas foram encaminhadas aos abrigos Latife Salomão e Santa Tereza.
Todos as pessoas abrigadas foram identificadas, cadastradas e imunizadas. O trabalho também recebeu apoio da prefeitura de Boa Vista.
A retirada das pessoas começou às 5h30 deste domingo, com fornecimento de café da manhã. O ACNUR fez o cadastro dos venezuelanos, confeccionou cartões de acesso aos abrigos e coordenou a divisão dos abrigados nas tendas, levando em consideração necessidades específicas e vulnerabilidades identificadas durante o processo de registro.
A Agência da ONU para Refugiados comprou kits de higiene e limpeza para os abrigadose forneceu bebedouros para os abrigos, além de prestar assistência técnica para o planjeamento dos locais.
A prefeitura de Boa Vista forneceu vacinas e alugou a área do abrigo temporário de Santa Tereza, para onde foi levada parte dos imigrantes.
Todos os abrigados receberão três refeições diárias, preparadas pela Força Aérea Brasileira (FAB) e pelo Exército. Os novos abrigados são formados majoritariamente por homens adultos, seguidos de mulheres adultas. Apenas 17 crianças foram realocadas neste domingo.
O acolhimento de venezuelanos em situação de vulnerabilidade é uma das linhas de atuação do Comitê Federal de Assistência Emergencial do Governo Federal, presidido pela Casa Civil. O governo também trabalha no ordenamento da fronteira e no auxílio ao deslocamento de venezuelanos que querem viver em outros estados brasileiros – o chamado processo de interiorização. Com base em dados do controle migratório, a Polícia Federal estima que cerca de 48 mil venezuelanos encontram-se atualmente em território brasileiro.
Informações colhidas por diferentes agências das Nações Unidas indicam que os venezuelanos estão deixando o país por várias razões, incluindo insegurança, violência, falta de comida, remédios e serviços essenciais e perda de renda devido à situação econômica do país.
 
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