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terça-feira, 19 de maio de 2020

JPC Notícias

O cristão em meio à polarização política

Posted: 17 May 2020 10:39 PM PDT


“Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.” (Pv 4.23)

Em meio à crise mundial decorrente da pandemia causada pelo Coronavírus, vemos que o ambiente de polarização instalado no Brasil, pelo menos desde 2013, não se esvaiu. Pelo contrário, parece estar pior. 

Nesse ambiente de polarização, não cabe meio termo, zona cinzenta; impõe-se uma adesão radical aos extremos, sob o risco de surgir uma acusação que coloca o interlocutor justamente no outro extremo de quem acusa.

O contexto facilita o desenvolvimento do sentimentalismo. A partir disso, não existe diálogo, existem apenas ofensas e insinuações maldosas. 


Você sente que tem obrigação de defender qualquer visão política por entender que nela está a verdade? Que o preço a ser pago não seja o respeito. Você entende que tem obrigação de alertar seu irmão que tenta te convencer a aderir a certo movimento ou espectro político? Que o sacrificado não seja o amor. Há momentos em que o melhor discurso é o silêncio.

Nosso dever é cobrar das autoridades que cumpram seu papel. Devemos orar por elas? Sim, no quarto, onde Deus nos vê. Devemos cobrá-las? Sim, na praça, onde a vida pública acontece. Faz parte da nossa luta por justiça. Uns se envolvem mais, outros menos, mas todos nós lutamos por justiça enquanto anunciamos a salvação que não se realiza nem se afasta nas realizações e frustrações temporais.


Cuide do seu coração para não depositar na política uma esperança escatológica que ela não é capaz de cumprir. Entenda, as autoridades públicas são chamadas a fazer justiça, não a salvar.

Dono do Coco Bambu se junta ao do Madero na defesa a Bolsonaro e cloroquina

Posted: 17 May 2020 10:17 PM PDT


Resumo da notícia

  • Afranio Barreira defende afrouxamento do isolamento social e adoção da cloroquina no tratamento da covid-19
  • Dono da Coco Bambu afirma que pessoas e planos de saúde já usam o medicamento
  • Após saída do ministro Saúde Nelson Teich, empresário disparou mensagens em apoio a Bolsonaro

O empresário Afranio Barreira, fundador da rede de restaurantes Coco Bambu, defende a postura do presidente Jair Bolsonaro em relação ao afrouxamento do isolamento social e ao uso da cloroquina no tratamento da covid-19. O empresário tem opinião semelhante a outro dono de rede de restaurantes, Junior Durski, do Madero, que também concorda com o presidente sobre a suspensão das medidas de isolamento social.
Após o anúncio da saída do ministro Saúde Nelson Teich do governo, Barreira disparou mensagens no WhatsApp para expressar sua opinião. Para o empresário, o assunto é tratado como tabu por "formadores de opinião justamente por ter sido o presidente Bolsonaro o primeiro a abordar o tema", segundo informa Veja São Paulo.


Bolsonaro quer enfiar cloroquina goela abaixo dos brasileiros


Ainda de acordo com a publicação, Barreira diz que foi infectado pelo novo coronavírus e fez uso do remédio sem relatar efeitos colaterais. "Graças a Deus passei de forma tranquila pelo período que estive infectado". A eficácia da cloroquina para o tratamento da covid-19, no entanto, ainda não é comprovada cientificamente.
"Muitos médicos, empresários e políticos quando adoeciam tomavam essas medicações. E o pior, pareciam querer esconder o seu uso, por razões obscuras, e que até hoje não entendo", disse o dono do Coco Bambu. "Hoje, muitas operadoras de saúde estão usando essas medicações já nas fases iniciais, mas esse protocolo de tratamento ainda não foi aplicado por todos os governos. Quantas vidas poderiam ter sido salvas? Quantas vidas ainda podemos salvar?".
Em entrevista a Veja São Paulo, Barreira afirmou que demitiu 1.500 funcionários em todo o país, dos quais 500 no estado de São Paulo. "Dos 4.800 que mantivemos, a metade está trabalhando [em delivery] e a outra, suspensa. Se não voltarmos a abrir em breve, outros serão infelizmente demitidos."

Gestão Dória é a campeã de mortes por Covid-19 no Brasil

Posted: 17 May 2020 10:10 PM PDT


Dória cometeu um erro atrás do outro
O apresentador José Luiz Datena destacou, em seu programa na Band, que São Paulo viverá um desastre humano em razão da covid-19. Ele fez duras críticas ao rodízio estendido, que tirou pessoas que iam sozinhas de carro e agora têm de pegar transporte coletivo lotado.

A gestão Dória ficará marcada com a que mais teve mortes na história do país.

O número de óbitos chegou a 5 mil, superando o da própria China, que foi o epicentro da doença.

Dória fez de tudo, lockdown, rodízio estendido, isolamento social e quarentena. Nada disso adiantou.
Só uma coisa poderia ter evitado essa tragédia: o cancelamento do carnaval.
Reprodução: Band 

Joseph Safra: o banqueiro mais rico do mundo é brasileiro

Posted: 17 May 2020 10:04 PM PDT


Avesso a risco, o Seu José construiu um império que tenta passar para seus filhos. Discretamente, como tudo em sua vida
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Quem é Joseph Safra

O homem mais rico do Brasil não nasceu aqui dentro. O banqueiro Joseph Safra veio ao mundo em Beirute, Líbano, e deixou seu país natal para tentar a vida na América Latina, seguindo o ofício de sua família.

Safra é descendente de uma longa linhagem de banqueiros, que financiavam e faziam o câmbio de moedas e ouro entre mercadores da Europa, Império Otomano, África e a Ásia.
Joseph trabalhou desde cedo no banco de seu pai, que veio a São Paulo para fundar o Banco Safra, hoje a 4ª maior instituição financeira privada do país.
O sucesso de Safra tem raízes em seu extremo conservadorismo financeiro: seguindo os ensinamentos do pai, o banqueiro detesta riscos e mantém liquidez necessária para que o banco seja reconhecido exatamente por isso.
Lenta e constantemente, Safra acumulou riqueza sempre pensando no longuíssimo prazo. Os resultados podem ser medidos no presente.
Sua fortuna supera a de qualquer outro brasileiro. Mas Safra se destaca também em outra briga de gigantes: ele é o banqueiro mais rico do mundo, com um patrimônio de US$ 20,4 bilhões.
Aos 82 anos, Safra saiu dos holofotes, deixando o comando do banco para seus filhos. Atualmente, o banqueiro passa mais tempo em sua mansão de 11 mil m² no bairro paulistano do Morumbi.

Fora do setor financeiro, o sobrenome Safra também é reconhecido no meio filantrópico com doações para hospitais, museus e à comunidade judaica.

Origens e família

Joseph Safra nasceu em 1938 em Beirute, no Líbano, dentro de uma família judaica com mais de um século de experiência no setor bancário. Suas origens também estão na cidade de Alepo, na Síria, onde seu pai Jacob Safra nasceu.
Muito antes de pensar em ter filhos e mudar-se para o Brasil, Jacob viveu na tradicional cidade do norte sírio, ponto de confluência dos três continentes e rota das caravanas que capitaneavam o comércio terrestre entre o Ocidente e o Oriente.
Aos 23 anos, Jacob foi enviado pelo tio Ezra Safra a Beirute, no Líbano, para abrir uma filial do Safra Frères & Cie, que pertencia à sua família desde meados do seculo XIX. A casa operava como um banco, fazendo empréstimos e câmbio entre ouro e moedas de países asiáticos, europeus e africanos.
No Líbano, Jacob fundou um novo banco em 1920. Dessa vez com seu nome: Banco Jacob E. Safra. Ampliou, assim, as atividades da família no Oriente Médio, ficando famoso por converter rapidamente os valores entre diversas moedas para seus clientes.

Jacob Safra também estabeleceu sua família na cidade, após se casar com Ester Teira Safra e ter nove filhos. Entre eles, nasceu Joseph.
A criação do estado de Israel e o início dos conflitos do novo país com seus vizinhos fez com que o ambiente para judeus no Oriente Médio ficasse mais instável. Apesar de o Líbano ter permanecido razoavelmente seguro para judeus da região, Jacob Safra decidiu deixar o país e partir para a América Latina.
“Meu pai imaginou que uma 3ª grande guerra não tardaria e começou a procurar um país mais tranquilo para viver. Escolheu o Brasil”, disse Joseph Safra à revista Veja.
Em 1952, Jacob Safra se instalou em São Paulo, cidade que vivia um ambiente de crescimento e estabilidade política, além de abrigar uma grande colônia sírio-libanesa.
Mas a família Safra não veio completa para a capital paulista. Joseph foi concluir o segundo grau na Inglaterra. Depois disso, seguiu para os Estados Unidos para trabalhar no Bank of America. Só em 1962, após uma passagem pela Argentina, ele se juntou a seu pai e irmãos no Brasil para tocar a instituição financeira fundada cinco anos antes.

Trabalhar em um banco não era uma novidade para Joseph – ou José, como ele passou a ser conhecido no Brasil. Na adolescência, ele apenas acompanhava o pai e trabalhava como mensageiro. Mas sua primeira incursão no mundo dos investimentos foi um desastre – e um grande aprendizado.
Acreditando na valorização da moeda egípcia, Jospeh adquiriu um valor equivalente a 300 dólares. Não deu certo e ele perdeu todo o dinheiro. O banqueiro conta que não conseguiu dormir direito por quase um mês pensando no que havia feito.
Dessa experiência aos 17 anos ele levaria para a vida uma lição: risco não era a sua área.

Vida de banqueiro

Após a morte de seu pai em 1963, os irmãos Safra continuaram tocando a instituição financeira. Mas ela ainda não desfrutava de confiança em São Paulo.
Aproveitando a experiência de mais de um século como banqueiros, a família Safra trouxe ao Brasil técnicas já desenvolvidas em mercados financeiros mais desenvolvidos, como o do Oriente Médio, mas ainda estranhas ao mercado nacional.

Entre as inovações, os Safra trouxeram o uso da letra de câmbio como meio de financiamento para operações e davam rendimento ao dinheiro em suas contas, em um primórdio da conta remunerada – hoje utilizada por diversos bancões e bancos digitais.
Apesar da desconfiança inicial, a estabilidade e o conservadorismo do Banco Safra – oficialmente fundado em 1967 com o nome de Banco de Santos – atraiu parte da riqueza paulistana e ganhou a fama de ser o “banco dos banqueiros.”
O lema do Banco Safra é uma frase de Jacob:
“Se escolher navegar os mares do sistema bancário, construa seu banco como construiria seu barco: sólido para enfrentar, com segurança, qualquer tempestade”
Para Joseph, a manutenção da reputação e da solidez do Safra é a alma de seu negócio.
Com o sucesso de suas operações, os Safra passaram a comprar outras instituições financeiras. Em 1972, com a aquisição do Banco das Indústrias, o nome Banco Safra passou a ser oficialmente utilizado.

Ciúmes de seus funcionários


A condução do banco seguiu sob o comando de dois dos três filhos de Jacob que fundaram o negócio: Joseph e Moise.
O irmão mais velho, Edmond, foi enviado pelo pai para Genebra, Suíça, e depois para Nova York, onde se transformou na figura mais pública da família Safra. Nos EUA, Edmond fundou os bem-sucedidos Trade Development Bank e o Republic National Bank of New York.
No Brasil, Joseph seguiu a tradição conservadora e extremamente discreta dos que levam o sobrenome Safra. Em torno de si e de sua família, o banqueiro levantou muros mais altos do que aqueles que circundam sua mansão de mais de 100 cômodos no bairro do Morumbi, em São Paulo.
Ao longo da vida, Joseph concedeu raríssimas entrevistas e nunca frequentou as colunas sociais, sempre repletas de bilionários e suas excentricidades.
As informações disponíveis sobre o grupo Safra vêm de comunicados oficiais, balanços e aquisições — além de poucos, mas significativos, escândalos.
Joseph sempre controlou o Safra de forma minuciosa. Seu estilo de gestão envolve muito estudo sobre os riscos dos negócios e um raro faro comercial.

Histórias contadas por quem trabalhou ao lado de “Seu José” mostram um dono de banco atento, mas muitas vezes severo.
Entre as “lendas” sobre Joseph estão ligações a seus executivos no domingo à noite, pressionando-os a fechar operações de câmbio que, segundo ele, não o deixavam dormir em paz.
Circula no meio empresarial a piada de que o banqueiro só empresta dinheiro a quem não precisa: ele pediria tantas garantias sobre a viabilidade dos negócios que ninguém consegue convencê-lo.
No mercado, também é conhecida a história de que José costumava presentear as esposas de seus executivos com joias, quando os casamentos deles passavam por crises. O mimo era uma forma de pedir desculpas pelas muitas horas extras que o banqueiro fazia seus maridos trabalharem.
Safra sempre cultivou uma relação próxima a seus funcionários, que têm liberdade para chamá-lo pelo primeiro nome e entrar em sua sala. A hora do almoço era o momento que José aproveitava para mostrar quem eram seus executivos e funcionários favoritos — o que gerava crises de ciúmes entre os não-escolhidos.
E o sentimento era recíproco. Quando um de seus executivos deixou o Safra após ser convidado por um concorrente, José ficou furioso. Como troco, ele contratou uma equipe inteira de seu rival. “Eu não gosto que tirem funcionários do meu banco. Tenho ciúme”, disse à Veja. No fim, os banqueiros fizeram as pazes.

Apostas na privatização

Na década de 1980, com a inflação galopante assolando o Brasil, Joseph aproveitou para lucrar em uma inusitada aplicação: a caderneta de poupança.
O banqueiro notou que o mês de maio de 1988 teria cinco finais de semana e que nenhum outro investimento conservador bateria o rendimento da poupança naquele mês.
Safra depositou 21 bilhões de cruzados – cerca de 125 milhões de dólares – em contas poupança do Banco Nacional de Crédito Cooperativo (BNCC) e da Caixa. Os bancos pagaram o rendimento combinado, mas trocaram as regras para restringir depósitos altos.
Mas as apostas de Joseph nem sempre foram certeiras.
Um de seus piores lances ocorreu durante a onda de privatizações da telefonia brasileira no fim da década de 1990. Safra se aliou à tele americana BellSouth e criou a BCP, primeira empresa a ter a permissão de explorar um espectro da rede de celular, quebrando o monopólio das subsidiárias da Telebras.

Os primeiros anos da BCP foram de sucesso comercial. A empresa se tornou a segunda maior do setor, atuando em São Paulo, Rio Grande do Norte, Ceará, Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Piauí.
Mas os resultados financeiros não acompanharam o bom resultado inicial. A empresa passou a rodar no vermelho, acumulando US$ 1,5 bilhão em dívidas. Em 2002, a BCP deu um calote de US$ 375 milhões em seus credores.
A BCP também perdeu a batalha tecnológica. A empresa apostou no sistema TDMA, enquanto o mercado de telefonia celular seria dominado pelo GSM e seus chips.
Em 2003, a BCP foi vendida por US$ 650 milhões para o grupo do bilionário mexicano Carlos Slim, controlador da Claro, que investia na migração do TDMA para o GSM e viu na BCP a oportunidade de entrar no mercado paulista. Os irmãos Safra não ficaram com centavo algum dessa operação.

Os Filhos de Jacob


A discreta vida íntima dos Safra raramente ganhou as manchetes. Mas, no final dos anos 1990, uma disputa entre os herdeiros da família acabou rompendo os limites domésticos.
Edmond, o irmão mais conhecido de Joseph, foi diagnosticado com Mal de Parkinson. As restrições físicas impostas pela doença o fizeram acelerar um antigo plano de se desfazer de seus negócios. À revelia de Joseph e Moise, Edmond vendeu as joias de seu patrimônio para concorrentes do mercado, colocando fim à ideia de manter os bens dentro da própria família.
Mas os problemas dentro da família começaram de fato com a crise da dívida da América Latina. Em 1983, Edmond precisou vender o Trade Development Bank para a American Express, por US$ 550 milhões, mas o negócio não ocorreu como o combinado.
Proibido de comprar o banco de volta, Edmond abriu um concorrente: o Safra Republic Holdings. A “provocação” gerou contra o banqueiro uma campanha global da Amex, que teria plantado notícias falsas sobre a ligação de Edmond com a máfia, cartéis de cocaína e outras polêmicas.

A disputa só teve fim em 1989, quando a American Express pediu desculpas publicamente e doou US$ 8 milhões a uma entidade apoiada por Edmond.
Anos mais tarde, foi a vez de Edmond vender o Republic, um banco considerado tão seguro que guardava reservas em ouro de concorrentes como o Citi, além de ser um dos responsáveis pela formação do preço internacional do metal.
O Republic era uma potência no varejo de Nova York. Mas, em 1999, Edmond se desfez do banco e a conclusão do negócio se aprofundou ainda mais a distância entre Edmond e sua esposa Lily com Joseph.
A separação dos irmãos teve um fim trágico. Em dezembro do mesmo ano, um incêndio criminoso matou Edmond em seu apartamento em Mônaco. Um enfermeiro foi condenado a 10 anos de prisão após confessar ter iniciado o incêndio para salvar os Safra e conseguir uma compensação financeira.
Na época, Joseph começava a traçar a sucessão do Banco Safra no Brasil e queria adquirir a parte de seu irmão Moise. A recusa do negócio fez com que José tomasse um dos maiores riscos de sua vida: o canibalismo de seu próprio império.

Joseph criou em 2004 o banco J.Safra, com sede em frente ao icônico prédio do Banco Safra no número 2.100 da Avenida Paulista. A condução do negócio foi entregue ao seu filho Alberto, na época com 24 anos.
A instituição atraiu os clientes e executivos que tocavam o Safra original, sangrando o patrimônio de Moise. Enquanto Joseph perdia dinheiro no Banco Safra, o banqueiro ganhava no J.Safra, do outro lado da rua.
Em 2006, Moise desistiu da batalha e aceitou vender, por um valor não revelado, sua participação no Safra. Joseph conseguia, então, manter o patrimônio da família para seus quatro filhos, cortando do negócio seus sobrinhos e seu irmão, que iria falecer em 2014.

Banco J.Safra
(Fonte: Getty Images)

Crise, pirâmide e a floresta

A ideia de Joseph era concluir em 2008 a sua própria sucessão, entregando o Safra para seus três filhos homens. Mas a crise mundial e os riscos de liquidez do sistema bancário internacional atrapalharam seus planos. Seus filhos ainda eram muito jovens e os clientes mais antigos — e mais abastados — poderiam ter dúvidas sobre a solidez do Safra.

Em meio à crise que varreu gigantes do mercado e faliu bancos até então considerados ‘grandes demais para quebrar’, Joseph pressionava seus executivos para garantir liquidez. Ele queria poder pagar todos os clientes que precisassem fazer saques, mesmo em um improvável cenário no qual que todos eles fizessem retiradas no mesmo dia.
Mas se Joseph conseguiu controlar o risco de liquidez, ele não pôde evitar um dos maiores escândalos do Safra, que abalaria a credibilidade do banco.
Com o estouro da bolha nos EUA, ruiu também o esquema criminoso tocado pelo banqueiro norte-americano Bernard Madoff: uma pirâmide financeira que movimentou mais de US$ 65 bilhões. O golpista tinha entre seus clientes diversas famílias judaicas. O problema era que seus produtos eram distribuídos pelo Safra como “investimento conservador”.
Corria no mercado a informação de que clientes do Safra tinham mais de US$ 300 milhões investidos na pirâmide de Madoff e que o dinheiro poderia estar perdido.

A crise de imagem do Safra foi agravada com o prejuízo bilionário da Aracruz Celulose após um investimento em derivativos. A empresa, que reportou perdas de US$ 2 bilhões, tinha Joseph e Moise entre seus acionistas, cada um com cerca de 7% dos papéis.
Novamente, o nome Safra aparecia nas capas de jornais associado a um investimento de risco, mesmo que dessa vez o banco da família não estivesse envolvido.
Mas a Aracruz não foi um investimento ruim para Joseph. Longe disso. Ele adquiriu a fatia da empresa por cerca de US$ 35 milhões em 1988 e a vendeu ao Grupo Votorantim por US$ 570 milhões em 2009. A companhia hoje faz parte do grupo Suzano, após ser rebatizada como Fibria.

Mas o resultado positivo de um investimento não era o mais importante para Joseph.
Para o banqueiro, o essencial era cumprir o ensinamento do seu pai que deu origem ao lema sobre a solidez do banco: ter o nome associado ao risco é fatal para seu modelo de negócio. O Safra deve ser o banco no qual o cliente deixa seu dinheiro sabendo que ele estará lá sempre que precisar.
A década seguinte traria novos danos à imagem de Joseph Safra. Apenas em 2015, o sobrenome Safra foi citado na Operação Zelotes, no SwissLeaks e na lista de clientes da empresa de consultoria do ex-ministro Antônio Palocci, que seria alvo da operação Lava Jato.
No ano seguinte, a Zelotes extinguiria a ação contra Joseph. Mas ainda pesam sobre o banqueiro as acusações de pagamento de caixa dois feitas por Palocci em sua delação premiada.

Na terceira safra, a mesma praga


A crise mundial atrasou, mas não cancelou os planos de sucessão do Safra. O tempo pesava contra Joseph, que sofre com o avanço do Parkinson, mesma doença que acometeu dois de seus irmãos mais famosos.
Em sua estratégia inicial, Jacob, seu primogênito, assumiria o comando das operações internacionais baseadas em Genebra, enquanto Alberto comandaria o banco comercial com foco nas médias empresas e o caçula Davi seria responsável pelo banco de investimento.
A solução não durou muito. Após uma disputa interna sobre o futuro e a condução do banco, Alberto deixou o Safra em outubro de 2019 para criar o ASA Bank, levando consigo o ex-presidente do Safra, Rossano Maranhão, e o vice-presidente, Eduardo Sosa.
Apesar dos amistosos comunicados publicados após a saída de Alberto, o mercado notou a semelhança deles as notas que eram divulgadas durante a tumultuada disputa entre Joseph e seu irmão Moise pelo controle do banco. A Veja publicou, em agosto de 2019, que os irmãos Jacob e Alberto até teriam ido às vias de fato dentro do banco, na frente de seus funcionários.
A batalha entre os irmãos ocorreu em meio a uma mudança no modelo de negócios do Safra, que se aproximou mais do varejo, com o lançamento da maquininha SafraPay e a carteira digital SafraWallet. O movimento era radical para um banco que construiu sua imagem ligado ao mercado corporativo e às grandes fortunas.
Além da mudança de comando no Brasil, Joseph, seus filhos e o Safra também surpreenderam o mundo com aquisições de peso.

Em 2012, no fim da crise financeira global, o Safra anunciou a compra do banco suíço Sarasin por US$ 1,1 bilhão. A aquisição adicionou ao banco uma poderosa carteira de clientes de US$ 107 bilhões, distribuídos entre a Europa, Ásia e Oriente Médio, dobrando o patrimônio em custódia do Safra.
Com a compra, o banco internalizou a carteira private banking do holandês Rabobank, a instituição financeira que por mais tempo sustentou o rating AAA após o estouro da crise de 2008.
Joseph Safra também fez duas aquisições imobiliárias de peso, com a compra de um prédio de escritórios na famosa Madison Avenue, em Nova York, por US$ 285 milhões e do icônico edifício Gherkin em Londres, por cerca de US$ 1,15 bilhão.
O apetite de compras de Joseph também incluiu bananas. Mais precisamente a Chiquita, uma das maiores produtoras de banana do mundo. A oferta de US$ 1,25 bilhão, feita em parceria com a Cutrale, lídere na produção de laranja no Brasil, fez o Safra superar a irlandesa Fyffes na disputa.

Arte e filantropia

A sobrenome Safra é reconhecido no mundo da filantropia. A família distribui parte de sua fortuna em iniciativas na medicina, nas artes e dentro da comunidade judaica.

Joseph é um dos principais doadores dos hospitais paulistanos Albert Einstein e o Sírio Libanês, além de apoiar associações beneficentes como a Fundação Dorina Nowill para Cegos, o GRAAC, a Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer, a Associação de Assistência à Criança Deficiente, a APAE e a Casa HOPE.
Na cultura, o banqueiro, por meio do Instituto J. Safra, adquiriu e doou esculturas de Auguste Rodin, Aristide Maillol e Camille Claude à Pinacoteca de São Paulo. O instituto também patrocina exposições e eventos de artistas brasileiros.
Joseph Safra também faz doações para escolas judaicas e sinagogas, além de ter patrocinado um livro que resgata as raízes das famílias judaicas que deixaram o Oriente Médio para se instalar no Brasil. Para o governo de Israel, Safra adquiriu e doou o manuscrito original da Teoria da Relatividade de Albert Einstein, exposto em um museu de Jerusalém.

Para saber mais:

Confira as indicações do InfoMoney para saber mais sobre Joseph Safra;
O super Safra (entrevista para a revista Veja, em 1998)
A aposta de Safra (reportagem para a revista Época Negócios, em 2013)

Fonte: InfoMoney

O armamento civil, além de moralmente correto, é extremamente necessário

Posted: 17 May 2020 09:52 PM PDT


O armamento civil, além de moralmente correto, é extremamente necessário

Além de ser completamente falsa a assertiva de que uma sociedade desarmada é mais segura, ela é imoral, inescrupulosa, autoritária e uma forma de violência indireta cometida pelo estado contra o indivíduo. Ninguém tem o direito de lhe dizer que você não pode andar armado. O positivismo legalista do estado atenta contra a ordem natural ao obrigar o indivíduo a aceitar a imposição vertical de um estado de vulnerabilidade compulsória como o padrão de normalidade. É autoritarismo coletivista se sobrepondo às circunstâncias e necessidades individuais.
Ao contrário do que muitas pessoas acreditam, uma sociedade desarmada se torna mais perigosa do que uma sociedade onde todos andam armados. Em uma sociedade onde todos os indivíduos — ou ao menos a grande maioria — andam armados, a tendência natural é evitar conflitos. Em um país como o Brasil, no entanto, onde as pessoas foram obrigadas a andar desarmadas pelo estado autoritário, a violência é a regra geral. E isso por um motivo muito simples. Criminosos, sabendo que a sociedade está desarmada, tem um incentivo substancial para praticar crimes.

Contraventores, bandidos, assassinos, criminosos em geral, sabem que podem matar, assaltar, roubar, estuprar à vontade, pois eles vivem em meio à cordeirinhos vulneráveis, prontos para o abate. E os fatos mostram isso muito bem. Depois que os brasileiros foram compulsoriamente desarmados, a violência só aumentou. Hoje, quase quinze anos depois da implementação da depravação autoritária que ficou conhecida como estatuto do desarmamento, o Brasil — que registra um índice de aproximadamente 60.000 homicídios por ano — está entre os dez países mais violentos do mundo.
Depois que muitos outros países passaram a adotar legislação desarmamentista, pessoas de todos os setores da sociedade — estudiosos, professores, governantes, analistas políticos —, ficaram estarrecidas ao constatar que a criminalidade não diminuiu, mas, antes o contrário, aumentou. Sem acesso a armas de fogo, criminosos e psicopatas passaram a cometer atrocidades com facas. Em países como China, Japão e Reino Unido, crime cometidos com facas aumentaram assustadoramente nos anos recentes.

Em 2014, um grupo de cinco homens matou a facadas mais de trinta pessoas em uma estação de trem na província de Yunnan, na China. Em maio desse ano, no Japão, um homem armado com duas facas atacou um grupo de estudantes em Kawasaki, ferindo dezesseis pessoas e matando duas. Uma das vítimas fatais era uma criança. O assassino cometeu suicídio depois do ataque.
No espaço de apenas um ano — entre março de 2017 e março de 2018 —, Inglaterra e País de Gales registraram um recorde de duzentos e oitenta e cinco homicídios por facadas, o pior índice desde 1946. Ou seja, fica muito evidente que tirar armas de fogo de circulação não faz a criminalidade ou o número de homicídios diminuir.

É totalmente fantasioso tirar armas de fogo de circulação achando que isso vai reduzir a criminalidade e a violência, assim como é imoral restringir o seu acesso ao cidadão comum, sob a falsa alegação de que ele não sabe como usá-las. Pior ainda é obrigar o cidadão a depender inteiramente do estado na questão da segurança, quando todas as pessoas — ao menos as sensatas e inteligentes — sabem que o estado não tem competência nenhuma para oferecer segurança à população. Policiais sempre aparecem depois que o crime já foi cometido, para registrar o boletim de ocorrência e recolher os cadáveres. A polícia não serve para proteger pessoas ou prevenir crimes, apenas para burocratizar os crimes que já aconteceram.
Ademais, por não operar em um ambiente de mercado — sendo regulado por um sistema de lucros e prejuízos —, o estado não tem qualquer incentivo para apresentar eficiência na questão da segurança (ou em qualquer outra questão). Pelo contrário, a polícia estatal irá operar sempre pelo axioma do menor esforço.

Além da questão moral — é malignidade proibir o indivíduo de resguardar a própria vida, e a de todas as pessoas cuja proteção dependem dele —, outro ponto importante é o da descentralização. Armas nas mãos de muitos sempre será muito mais eficiente para a segurança da sociedade, do que armas nas mãos de poucos. O monopólio da segurança, assim como qualquer outro monopólio, também é um crime.
O estado comete um crime abominável ao usurpar os direitos naturais do indivíduo. Deveria era deixá-lo em paz. O indivíduo é aquele que efetivamente cria, constrói e move o mundo. Os políticos são aqueles que usurpam e deturpam, autoritários proibicionistas que fazem de tudo por poder e controle.
Artigo originalmente publicado no jornal A Folha do Sudoeste, periódico bissemanal de Palmas, Paraná, edição de 28 de fevereiro a 06 de março de 2020. 

Governo do Maranhão adota protocolo de Floriano-PI e libera Cloroquina

Posted: 17 May 2020 09:50 PM PDT


A Secretaria de Estado da Saúde do Maranhão, orientada pelo governador Flávio Dino (do PCdoB), inseriu um novo protocolo medicamentoso para tratamento de pacientes diagnosticados com Covid-19 que estão com sintomas leves. A medida contempla pessoas com comorbidades, sem doença cardíaca, do 1º até o 5º dia de infecção do vírus, conforme a orientação do protocolo da cidade de Floriano-PI, que conseguiu zerar os pacientes no Hospital Tibério Nunes. 
Governo do Maranhão adota protocolo de Floriano-PI e libera Cloroquina


Orientado pela comunidade científica, o protocolo consiste em um kit de fármacos que combinam Hidroxocloroquina, Azitromicina, um corticoide, vitaminas C e D, além de remédios para febre e dores, como paracetamol e dipirona.
Desde a última terça-feira, 12 de maio de 2020, O Ambulatório de Covid-19 do Hospital Dr. Carlos Macieira, em São Luis, utiliza o protocolo. “Estamos recebendo os pacientes na fase inicial da doença, com sintomas leves, oriundos das Unidade de Pronto Atendimento (UPAS) e que possuem comorbidades tais como pressão alta, diabetes, entre outras. Aqui o paciente passa por criteriosa avaliação médica e realiza o exame de eletrocardiograma, para assim receber o kit. Os pacientes são informados da reação adversa e os que querem, levam o kit para tratamento em casa”, explicou o diretor geral do Hospital, Edilson Medeiros. 
O ambulatório já recebeu cerca de 150 pacientes que foram encaminhados pelas UPAS de São Luís. O transporte desses pacientes é feito em vans próprias para essa assistência. O ambulatório funciona de domingo a domingo, de 8 às 18 horas. 
Diabético e hipertenso, Márcio Veras, de 50 anos, esteve entre os primeiros pacientes atendidos pelo novo serviço. “Eu sai do trabalho com muita dor de cabeça, coriza, garganta inflamada e fui direto para UPA do Vinhais. Depois de uma avaliação, me enviaram para o ambulatório do Macieira. O atendimento foi excelente. Fizeram exames detalhados e depois de saber que 25% do pulmão estava comprometido e um exame de coração apontou alteração, passaram para mim a Azitromicina”, contou.

O médico Rodrigo Lopes, assessor especial da SES, ressalta que estudos recentes mostraram que o uso combinado dos fármacos Hidroxicloroquina + Azitromicina na fase mais grave e moderada da doença não possuía comprovação de sua eficácia. “Hoje as discussões são entorno do uso precoce dessa medicação para pacientes com sintomas leves e na fase inicial da doença, por isso o Maranhão, assim como outros estados, vem adotando o uso desse kit, na fase inicial da doença – principalmente nos grupos de risco, desde que com criteriosa avaliação do paciente e aceitação do mesmo em tomar a medicação”, explicou o médico.
No Maranhão, a Secretaria de Estado da Saúde recomendou  o uso da cloroquina e hidroxicloroquina para tratamento dos pacientes com Covid-19, desde o início do atendimento aos casos na rede pública estadual. Apesar de já ser usada há bastante tempo para tratamento de malária e outras doenças reumatológicas, por exemplo, a Hidroxicloroquina possui efeitos colaterais como qualquer outra medicação.
“Um pequeno grupo de pacientes pode apresentar problemas cardiológicos, oculares, por exemplo, por isso o uso precisa ser monitorado. A população não deve fazer o uso dessa medicação sem receita e monitoramento médico, pois existe um risco. O ideal é que o paciente não tenha doenças cardíacas, mas somente o médico pode fazer essa avaliação”, ressaltou Rodrigo Lopes. 

Outras unidades
Alem do Ambulatório de Covid-19 do Hospital Dr. Carlos Macieira, as UPAS

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