Mais de 150 empresas se unem para pedir a líderes mundiais ações climáticas na retomada econômica Posted: 21 May 2020 12:07 PM PDT Um grupo de 155 empresas, que somam US$ 2,4 trilhões em valor de mercado, e representam mais de 5 milhões de funcionários, assinaram um comunicado pleiteando junto aos governos ao redor do mundo o alinhamento de seus esforços na recuperação econômica frente à crise instaurada pela COVID-19 aos estudos mais atuais em relação às ciências climáticas. À medida que os debates sobre pacotes de recuperação em todo o mundo aumentam nas próximas semanas, as empresas, que fazem parte da iniciativa Science Based Targets, pedem políticas que aumentem a resistência a choques futuros, apoiando os esforços para manter o aumento da temperatura global até 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, em linha com o alcance de emissões líquidas zero antes de 2050. No Brasil, as empresas que já participam da iniciativa são Movida, Grupo Malwee, AES Tietê, Lojas Renner, Natura, NELM Advogados e Baluarte. Os participantes são convocados pela iniciativa Science Based Targets (SBTi), pelo Pacto Global da ONU e pela coalizão We Mean Business a participar da campanha “Business Ambition for 1,5 °C”. O SBTi – que é uma colaboração entre o CDP, o Pacto Global da ONU, o World Resources Institute e WWF – avalia e valida independentemente as metas climáticas corporativas em relação às mais recentes ciências climáticas. A declaração surge quando governos de todo o mundo estão destinando trilhões de dólares em pacotes de estímulo para ajudar as economias a se recuperarem dos impactos da pandemia de coronavírus e se preparando para enviar planos climáticos nacionais aprimorados sob o Acordo de Paris. Nas próximas semanas, várias economias tomarão decisões importantes em seus esforços de recuperação, incluindo o Plano de Recuperação da União Europeia, novos pacotes de estímulo dos Estados Unidos e da Índia e a cúpula dos Chefes de Estado do G7, em junho. Para o diretor-executivo da Rede Brasil do Pacto Global, Carlo Pereira, é muito importante não só pensar na retomada, mas também em como retomar. “Por isso, estamos trabalhando para engajar as empresas globalmente desde o começo das nossas ações. Agora, precisamos combinar as questões econômicas com uma mudança profunda de atitude em prol do futuro do planeta. O cenário já era problemático e não podemos piorá-lo”. As 155 empresas já estabeleceram, ou se comprometeram a estabelecer, metas de redução de emissões baseadas na ciência. Ao assinar a declaração, eles reafirmam que suas próprias decisões e ações permanecem fundamentadas na ciência, enquanto pedem aos governos que “priorizem uma transição mais rápida e justa de uma economia cinza para uma economia verde”. Políticas e gastos que incorporem metas climáticas reduzirão a vulnerabilidade a futuros choques e desastres, criarão bons empregos, reduzirão as emissões e garantirão o ar limpo, segundo um estudo da Universidade de Oxford. A chefe de programas do Pacto Global da ONU e membro do Conselho da iniciativa Science Based Targets, Lila Karbassi, disse que os governos têm um papel fundamental a desempenhar, alinhando políticas e planos de recuperação com a mais recente ciência climática, mas não podem conduzir apenas uma transformação socioeconômica sistêmica. “Para lidar com as crises interconectadas que enfrentamos, precisamos trabalhar juntos como uma comunidade internacional para entregar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e o Acordo de Paris”. “O surto de coronavírus é uma forte lembrança da fragilidade do nosso sistema econômico atual. Também nos lembra que a ciência deve ser nosso guia coletivo no caminho para uma economia mais resiliente. Definir e trabalhar em direção a metas baseadas na ciência é a melhor maneira de empresas e governos se protegerem contra futuros negócios relacionados ao clima e interrupções econômicas”, explicou o CEO da CDP e um dos parceiros do SBTi, Paul Simpson. Já a CEO da coalizão We Mean Business, Maria Mendiluce, afirmou: “Os governos podem ter certeza de que as empresas estão implementando metas baseadas na ciência para nos colocar em uma trajetória de 1,5 °C. Eles estão pedindo políticas de recuperação que impulsionem a economia e aumentem a resiliência. Uma recuperação líquida zero alinhada permitirá que as empresas invistam e inovem no ritmo e na escala necessários para recuperar melhor, criando empregos decentes, protegendo a saúde, reduzindo as emissões e aumentando a resiliência no futuro”. “É imperativo que não apenas reiniciemos a economia mundial – mas também a redefinamos. Seria uma tragédia se, depois de gastar US$ 10-20 trilhões em dinheiro público, simplesmente reconstruíssemos a mesma economia desigual, vulnerável e de alto carbono que tínhamos antes”, disse o Presidente e CEO do World Resources Institute e membro do Conselho da SBTiDr, Andrew Steer. “Aplaudimos os líderes dessas 155 empresas, que não apenas se comprometem a redefinir suas próprias empresas, mas também exigem que os governos do mundo atuem à luz das melhores ciências e melhores economias, o que mostra que políticas inteligentes em termos de clima criarão mais empregos e estimular um crescimento econômico inclusivo e resiliente”. Signatários Além dos brasileiros Movida, Grupo Malwee, AES Tietê, Lojas Renner, Natura, Baluarte e Nelm Advogados, os signatários abrangem 34 setores, têm sede em 33 países e incluem: Abdi Ibrahim Pharmaceuticals, ACCIONA, Accor, Adobe, Agder Energi, Arabesque, Arc’teryx Equipment, AstraZeneca, Auchan Retail Portugal, Bayer, Beiersdorf, BIAL, Bonava, Burberry, Capgemini, Cargotec, Carlsberg Group, Cellnex, CEWE Stiftung & Co. KGaA, City Developments Limited, CMA CGM, Coca-Cola European Partners, Colgate Palmolive Company, Corbion, Cranswick, Dalberg Advisors, Dalmia Cement (Bharat) Limited, Danfoss Group, Diageo, Diam Group, dormakaba, Dutch-Bangla Pack, EcoVadis, EDF Group, EDP Energias de Portugal, Electrolux, En+ Group, Enel, ERM, Europcar Mobility Group, Ferrocarrils de la Generalitat de Catalunya, Firmenich, Gleeds, Glovo, Grundfos Holding, Grupo Red Eléctrica, H. Lundbeck, H&M Group, Henkel, Hewlett Packard Enterprise, Husqvarna Group, HP Inc., Iberdrola, ICA Gruppen, Inditex, Ingka Holding, Inter IKEA Group, Intuit, JLL, Kearney, Kelani Valley Plantations, Kuehne + Nagel Management, LafargeHolcim, Legrand, Lojas Renner, Maeda Corporation, Magyar Telekom, Mars, Marshalls, Marui Group, Media 6, MP Pension, Nestlé, Nomad Foods, Novartis, Novo Nordisk, NR Instant Produce Public Company, O. T. Sports Manufacture, Orange, Orbia Advance, Orkla, Ørsted, Pearson, PensionDanmark, Pernod Ricard, PVH Corp., Refinitiv, Ronald Lu & Partners, Royal DSM, RSE (Ross-shire Engineering), Safaricom, Saint-Gobain, Salesforce.com inc., Sanofi, Scania, Scapa Inter, Schneider Electric, Schüco International, SIG Combibloc, Signify, Sky, SkyPower Global, Sofidel, Sonae Sierra, Sopra Steria Group, Stora Enso Oyj, SUEZ, Symrise, Syngenta Group, Takasago International Corporation, Talawakelle Tea Estates, Tate & Lyle, Tech Mahindra, Telefonica, The Co-op, The Lux Collective, TMG Automotive, Unilever, Vattenfall, Vaude Sport, Verbund, Vestas Wind Systems, Vodafone Group, Wipro, Yarra Valley Water, YKK Corporation, e Zurich Insurance Group, entre outros. |
Diretor da OMS elogia resolução para acelerar resposta à COVID-19 Posted: 21 May 2020 12:05 PM PDT A Assembleia Mundial da Saúde adotou na terça-feira (19) uma “resolução histórica”, estabelecendo um roteiro claro das ações necessárias para sustentar e acelerar a resposta à COVID-19 nos níveis nacional e internacional, disse o diretor geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) em coletiva de imprensa na quarta-feira (20), um dia após a conclusão da reunião. Segundo o diretor geral da OMS, a pandemia ensinou muitas lições, inclusive que “a saúde não é um custo, é um investimento”. Tedros sinalizou quatro pontos essenciais na Resolução da Assembléia Mundial da Saúde: – Dar prioridade global para garantir a distribuição justa de todas as tecnologias essenciais de saúde de qualidade necessárias para combater a pandemia. – Aproveitar tratados internacionais relevantes quando for necessário, incluindo as disposições do acordo TRIPS (tratado da Organização Mundial do Comércio que trata de aspectos dos direitos de propriedade intelectual relacionados ao comércio). – Classificar as vacinas da COVID-19 como um bem público global para a saúde para pôr fim à pandemia. – Incentivar a colaboração para promover a pesquisa e o desenvolvimento entre o setor público e privado. Tedros afirmou que ainda há um longo caminho a percorrer na luta contra a pandemia. Ele ressaltou que nas últimas 24 horas (entre o dia 19 e 20 de maio), a OMS registrou 106 mil casos. Esse total é o mais alto registrado em um único dia desde o início da pandemia. Apenas quatro países relataram quase dois terços desses casos. O Brasil tem com 7.938 atrás dos Estados Unidos com 45.251 e da Rússia com 9.263. A Arábia Saudita teve 5.102 e a Índia 4.970 notificações. “Estamos muito preocupados com o crescente número de casos em países de baixa e média renda”, sinalizou o diretor geral da OMS. Durante a Assembléia Mundial da Saúde, os governos destacaram que seu principal objetivo era suprimir a transmissão de coronavírus, salvar vidas e restaurar meios de subsistência. Na luta contra a COVID-19, a OMS destaca a importância de garantir que os sistemas de saúde continuem funcionando com todos os serviços essenciais, incluindo a imunização infantil. Para o diretor-geral da OMS, “viver em um mundo seguro, garantir saúde de qualidade para todos não é apenas a escolha certa; é a escolha inteligente”. |
UNAIDS pede que governos garantam prestação de serviços de HIV liderados pela comunidade Posted: 21 May 2020 12:02 PM PDT A prestação de serviços de saúde liderados pela comunidade, um pilar importante na resposta ao HIV, tornou-se ainda mais crítica no contexto da COVID-19, à medida em que as necessidades dos membros de comunidades marginalizadas e a carga sobre setor de saúde estão aumentando. Isso torna crucial a garantia da provisão continuada de serviços de HIV, tuberculose e outros serviços de saúde. Organizações lideradas pela comunidade atuam como uma corda salva-vidas para populações mais pobres, marginalizadas e de difícil acesso, em todo o mundo. As restrições de distanciamento físico criaram desafios significativos para aqueles que precisam acessar serviços essenciais, criando uma carga maior para as organizações comunitárias, que estão no centro da prestação de serviços. O UNAIDS reconhece que as organizações comunitárias têm uma experiência incomparável em criar e fornecer respostas a crises de saúde e direitos humanos em suas comunidades. As muitas redes e grupos liderados pela comunidade que surgiram na resposta ao HIV possuem imensa experiência prática, força organizacional e acesso à comunidade, o que facilita a prestação de serviços que salvam vidas e a influência em práticas da vida real das pessoas para melhorar a proteção da saúde. As redes e organizações lideradas pela comunidade também desenvolveram importantes relações e papéis de trabalho nos sistemas de saúde e comunidade, inclusive nas funções de coordenação e troca de tarefas. Conforme evidenciado em muitos países, essas capacidades podem, com o apoio adequado, ser implantadas para facilitar o fornecimento de informações, serviços de prevenção, testes e vínculos com o atendimento à COVID-19. No entanto, sem o reconhecimento formal da natureza essencial de seu trabalho, essas redes comunitárias enfrentam barreiras significativas para continuar prestando serviços. O UNAIDS acredita ser fundamental para a resposta à COVID-19 e para minimizar os impactos mais amplos da pandemia na saúde pública, que organizações lideradas pela comunidade sejam apoiadas para continuar a fornecer serviços essenciais e ter o equipamento de proteção e o ambiente de políticas necessárias para alcançar estes objetivos. O papel das organizações comunitárias deve ser adequadamente reconhecido e apoiado no contexto da COVID-19, segundo o UNAIDS. Eles devem ser levados em consideração em todos os aspectos do planejamento, projeto e implementação de intervenções para combater a doença e os esforços necessários para mitigar seu impacto em outras áreas da saúde, incluindo HIV e tuberculose. Em particular, e como primeiros passos nesse esforço, o UNAIDS pede que comitês de crise da COVID-19 nos níveis nacional e distrital: Incluam a força de trabalho dos serviços de saúde liderados pela comunidade nas listas de prestadores de serviços essenciais e os tratem como equivalentes aos prestadores de serviços de saúde; criem restrições e políticas de distanciamento físico de maneira a permitir que os serviços liderados pela comunidade continuem operando com segurança. Os serviços essenciais incluem, entre outros, o fornecimento físico de serviços de HIV, tuberculose e COVID-19, além de outros serviços de saúde que incluem insumos de prevenção, incluindo preservativos, lubrificantes, agulhas limpas e terapia de substituição de opioides, contraceptivos, kits de higiene e de testagem, medicamentos, triagem e vinculação aos serviços de cuidado, apoio à adesão de medicamentos, pacotes de alimentos e outros itens essenciais, prestação de serviços legais e proteção aos sobreviventes de violência de gênero e outras formas de violência e discriminação. É necessário prestar atenção especial às pessoas com deficiência física. Também pede que forneçam autorização especial aos prestadores de serviços de saúde liderados pela comunidade para se mover livremente com equipamento de proteção individual adequado, para a prestação dos serviços quando e onde for necessário. O UNAIDS sugere ainda que os governos garantam que as organizações, redes e grupos liderados pela comunidade recebam equipamentos de proteção individual e treinamento, a fim de proteger a si mesmos e a seus pacientes no decorrer da prestação de serviços. Outra recomendação inclui tomar medidas urgentes para garantir a segurança e a expansão do financiamento existente para organizações lideradas pela comunidade, para que essas organizações possam continuar a fornecer serviços. O UNAIDS também pede a garantia de um governo inclusivo e transparente com relação às respostas da COVID-19, com órgãos de tomada de decisão que incluam representantes de organizações lideradas pela comunidade, incluindo aquelas focados em gênero, equidade e direitos humanos, para garantir que as políticas da COVID-19 sejam projetadas para apoiar a variedade de prestadores de serviços e atividades necessárias para uma resposta eficaz e equitativa. |
Direitos de mulheres e meninas em meio à pandemia é foco de campanha da ONU Posted: 21 May 2020 11:47 AM PDT A pandemia de COVID-19 trouxe novas dinâmicas na prestação de serviços públicos em todo o mundo. Para mulheres refugiadas, migrantes e solicitantes de refúgio, os serviços públicos são fundamentais para que possam organizar sua vida em abrigos e ocupações durante o período de distanciamento social. Em Roraima, o trabalho da força-tarefa de comunicação com as comunidades é liderado por ONU Mulheres, Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e Agência da ONU para Refugiados (ACNUR). A ação é parte do programa Liderança, Empoderamento, Acesso e Proteção (LEAP), com financiamento do governo de Luxemburgo, e está sensibilizando comunidades refugiadas e migrantes sobre a COVID-19. Cerca de 5,8 mil venezuelanas e venezuelanos vivem em 13 abrigos e 3.822 estavam desabrigados em março de 2020, vivendo em 19 ocupações espontâneas, espaços comunitários ou em situação de rua. Temas como saúde, prevenção e eliminação da violência de gênero e compartilhamento de tarefas e cuidados com a família são acentuados na pandemia, inclusive em abrigos e ocupações de refugiadas e refugiados. Iniciada em 22 de abril por ONU Mulheres e UNFPA, a campanha de sensibilização aborda questões de gênero nas redes sociais, com as hashtags #RespostaCovidComAsRefugiadas #RespostaCovidComAsMigrantes. Os conteúdos serão divulgados até o fim de maio. “A pandemia representa mais trabalho para as mulheres refugiadas nos abrigos. Homens e mulheres precisam seguir juntas e juntos nas tarefas de higiene pessoal, limpeza no lugar onde vivem e no cuidado da família”, diz a representante da ONU Mulheres Brasil, Anastasia Divinskaya. A continuidade da resposta de serviços públicos, como os de saúde, são fundamentais para assegurar os direitos básicos de mulheres e meninas. De acordo com Astrid Bant, representante do UNFPA no Brasil, as mulheres grávidas necessitam ser tratadas com a máxima prioridade. Comunicação nas comunidadesNa primeira fase de ação, a força-tarefa de comunicação com as comunidades, liderada por ONU Mulheres, UNFPA e ACNUR, em parceria com outras agências e organizações da sociedade civil, desenvolveu roteiros de sensibilização que comunicavam informações sobre prevenção, monitoramento de sintomas e resposta à COVID-19. Esses roteiros tiveram como objetivo a sensibilização de pessoas refugiadas e migrantes dentro de abrigos e ocupações espontâneas. Este diálogo envolveu a gestão desses abrigos e lideranças das ocupações, com o apoio de organizações da sociedade civil e agências da ONU. Atualmente, além dos 13 abrigos com gestão da Operação Acolhida, existem 19 ocupações espontâneas e espaços comunitários mapeados pela ONU. Essas ocupações são, normalmente, prédios públicos ou privados que estavam inutilizados. Hoje, são habitados por pessoas migrantes e/ou refugiadas. Muitas dessas ocupações possuem organização própria, com lideranças definidas e comitês estabelecidos. A ONU não possui a gestão dessas ocupações, mas presta apoio e serviços. Assim como as Forças Armadas, que atuam em 15 localidades, as equipes das Nações Unidas fazem rondas, sensibilizam, oferecem doações e prestam atendimento médico para a comunidade. Agora, na segunda rodada de sensibilização, o trabalho envolve grupos específicos e comunicação mais segmentada. Entre eles, estão o grupo das mulheres e o grupo de gestantes e lactantes, que necessitam de informações específicas dado o contexto diferenciado que estão vivendo. Neste momento, ONU Mulheres, UNFPA e ACNUR, em parceria com outras agências e organizações da sociedade civil, estão trabalhando na segunda rodada de abordagem, distribuindo materiais de comunicação nas ocupações espontâneas, nos espaços comunitários e dentro dos abrigos. Além disso, estão identificando as lideranças comunitárias que podem ficar responsáveis por ajudar na sensibilização e na comunicação com as comunidades. De acordo com Tamara Jurberg, gerente de Liderança e Participação em Ação Humanitária da ONU Mulheres, baseada em Roraima, o papel da comunidade é extremamente importante. “Estamos no meio desse processo que é constante. Utilizamos os materiais de comunicação desenvolvidos pela ONU Mulheres e pelo UNFPA para trazer as especificidades das mulheres no geral e das gestantes e lactantes em específico nesse momento de crise.” |
Posted: 21 May 2020 11:31 AM PDT Por Guy Ryder* Nestes tempos de pandemia da COVID-19 , nosso grande desafio é encontrar uma maneira de proteger a nós mesmos e nossas famílias contra o vírus e manter nossos empregos. Para os formuladores de políticas, isso se traduz em superar a pandemia sem causar danos irreversíveis à economia. Com mais de 3 milhões de pessoas infectadas e cerca de 217 mil mortes provocadas pelo vírus, até o momento, em todo o mundo, e com uma previsão de uma perda do equivalente a 305 milhões de empregos globalmente até o meio do ano, o que está em jogo não tem precedentes. Na busca pelas melhores soluções, os governos continuam ouvindo a ciência, sem contemplar as vantagens evidentes de uma maior cooperação global para dar uma reposta necessariamente global para um desafio global. Mas com a guerra contra a COVID-19 ainda a ser vencida, tornou-se algo comum dizer que o que nos espera após a vitória é um “novo normal” com relação à forma de organizar a sociedade e de trabalhar. Isso não é tranquilizador, porque ninguém parece ser capaz de dizer qual será o novo normal. Porque a mensagem é que ele será ditado pelas restrições impostas pela pandemia e não pelas nossas escolhas e preferências. E porque já ouvimos isso antes. Ouvimos isso na crise de 2008-2009, quando nos disseram que, uma vez desenvolvida e aplicada a vacina contra o vírus dos excessos financeiros, a economia mundial seria mais segura, mais justa e sustentável. Mas isso não aconteceu. A velha normalidade foi restaurada, castigando sem piedade a população mais desfavorecida e deixando-a numa situação pior. Agora é a hora de olhar mais de perto esse novo normal e começar a tarefa de torná-lo um normal melhor, não tanto para aqueles que já têm muito, mas para aqueles que obviamente têm muito pouco. Essa pandemia revelou, da maneira mais cruel, a extraordinária precariedade e as injustiças do nosso mundo do trabalho. Trata-se da destruição dos meios de subsistência na economia informal – na qual seis em cada dez trabalhadores ganham a vida – que provocou as advertências de nossos colegas do Programa Mundial de Alimentos (WFP), sobre a crescente pandemia de fome. São os buracos existentes nos sistemas de proteção social, mesmo nos países mais ricos, que deixaram milhões de pessoas em situação muito precária. É falta de segurança no trabalho que, a cada ano, condena quase 3 milhões de pessoas a morrer por causa do trabalho que exercem. E é a dinâmica incontrolável da crescente desigualdade que, em termos médicos, significa que o vírus não discrimina suas vítimas em termos de seu impacto social e econômico, discrimina brutalmente os mais pobres e vulneráveis. A única coisa que deveria nos surpreender em tudo isso é que estamos surpresos. Antes da pandemia, os déficits de trabalho decente se manifestavam principalmente em episódios individuais de desespero silencioso. Foi necessária a calamidade da COVID-19 para somá-los ao cataclismo social coletivo que o mundo enfrenta hoje. Mas sempre soubemos disso: simplesmente optamos por não nos preocuparmos. No geral, as escolhas políticas, por ação ou omissão, em vez de aliviar o problema, o acentuaram. Há 52 anos, em um discurso proferido para trabalhadores de saúde em greve e na véspera de seu assassinato, Martin Luther King lembrou ao mundo a dignidade inerente a todo trabalho. Hoje, o vírus voltou a destacar o papel sempre essencial e, às vezes épico, dos heróis que trabalham nessa pandemia. Em geral, são pessoas invisíveis, subvalorizadas, subestimadas e até ignoradas. Trabalhadores de serviços de saúde, cuidados e limpeza, caixas de supermercado, do setor de transporte, que muitas vezes estão entre as fileiras de trabalhadores pobres e desprotegidos. Hoje, negar dignidade a essas e outros milhões de pessoas é o símbolo de erros políticos passados e de nossas responsabilidades futuras. Esperamos que no Dia Internacional do Trabalho do próximo ano a emergência da COVID-19 tenha ficado para trás. Mas teremos diante de nós a tarefa de forjar um futuro do trabalho que resolva as injustiças que a pandemia expôs, juntamente com outros desafios permanentes e não mais postergáveis: as transições climática, digital e demográfica. Isso é o que define um “normal melhor”, que deve ser o legado duradouro da emergência de saúde global de 2020. *diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT) |
ONU lança iniciativa global para combater a desinformação Posted: 21 May 2020 10:41 AM PDT As Nações Unidas lançam nesta quinta-feira (21) a Verificado, uma iniciativa para combater o crescente flagelo de desinformação sobre a COVID-19 ao aumentar o volume e alcance de informação precisa e confiável. “Não podemos ceder nossos espaços virtuais a aqueles que publicam mentiras, medo e ódio”, afirmou o secretário-geral da ONU, António Guterres, que anunciou a iniciativa. “Desinformação é divulgada online, em aplicativos de mensagem e de pessoa para pessoa. Seus criadores usam produção e métodos de distribuição maliciosos. Para combater isto, cientistas e instituições como as Nações Unidas precisam alcançar pessoas com informação acurada, na qual possam confiar”. Verificado, liderada pelo Departamento de Comunicação Global (DCG) da ONU, oferecerá informação sobre três temas: ciência – para salvar vidas; solidariedade – para promover cooperação local e global; e soluções – para defender o apoio a populações impactadas. Também promoverá pacotes de recuperação que abordem a crise climática e tratem das causas principais da pobreza, da desigualdade e da fome. A iniciativa está chamando pessoas do mundo todo a se inscrever e se tornarem “voluntários da informação” para compartilhar conteúdo confiável para manter famílias e comunidades seguras e conectadas. Descritos como primeiros contatos digitais, os voluntários receberão diariamente uma lista de conteúdo verificado, otimizado para compartilhamento com mensagem simples e convincente que ou enfrenta diretamente a desinformação ou preenche um vácuo de informação. O DGC irá fazer parceria com agências da ONU e equipes de país da ONU, influenciadores, sociedade civil, empresas e organizações de mídia para distribuir conteúdo confiável e acurado e trabalhar com plataformas de mídia social para erradicar afirmações de ódio e prejudiciais sobre a COVID-19. “Em muitos países a crescente desinformação em canais digitais está impedindo a resposta de saúde pública e provocando instabilidade. Há esforços inquietantes de explorar a crise para avançar nativismo ou atingir grupos minoritários, o que pode piorar na medida em que a pressão aumenta nas sociedades e instabilidades econômicas e sociais entram em cena”, afirmou a sub-secretária-geral da ONU para Comunicação Global, Melissa Fleming. “A iniciativa Verificado também trabalhará para enfrentar a esta tendência com conteúdo de esperança que celebre atos locais de humanidade, as contribuições de refugiados e migrantes, e defenda a cooperação global”. A iniciativa é uma colaboração com a “Purpose”, uma das organizações líderes mundiais em mobilização social. tem o apoio da Fundação IKEA e Luminate. A oficial chefe de programas da Fundação IKEA disse: “A pandemia de COVID-19 é uma crise de saúde global sem precedentes. A Fundação IKEA tem orgulho de apoiar a Verificado, uma iniciativa que visa garantir que todos tenham acesso a ciência confiável e oriente aqueles que precisam manter suas famílias e entes queridos em segurança”. O diretor administrativo da Luminate, Nishant Lalwani, acrescentou: “A COVID-19 proporcionou um grande lembrete de que acessar informação confiável e acurada pode ser a diferença entre medo e resiliência, divisão e unidade, e até entre a vida e a morte. Estamos orgulhosos em apoiar a Verified e seu trabalho para vencer a “infodemia” de coronavírus ao rapidamente disseminar informação confiável, baseada na ciência, para proteger pessoas e comunidades ao redor do mundo”. Voluntários podem se inscrever aqui: www.shareverified.com/en. (inicialmente, apenas em inglês) Informações para a imprensa |
Refugiados participam de clipe da cantora Iza com apoio do ACNUR Posted: 21 May 2020 10:34 AM PDT No marco do Dia Mundial para a Diversidade Cultural e para o Diálogo e o Desenvolvimento, a artista brasileira Iza e o rapper norte-americano Maejor lançaram a música “Let me be the one” (Deixe-me ser aquele que faz a diferença, tradução livre). A música integra a campanha Be The One, cujo objetivo é apoiar as causas humanitárias, com destaque ao tema dos refugiados e migrantes, e inspirar um movimento global em torno de justiça, segurança e dignidade humana. Quatro pessoas refugiadas foram convidadas e participaram das gravações do clip da canção. Da Síria, participaram os refugiados Abdulbaset Jarour e Nour Koeder; da Venezuela, Charlin; e da República Democrática do Congo, Prudence Kalambay. Pudim é o prato preferido de Abdul, que aprendeu a falar português ouvindo música sertaneja. Nascido em Alepo, ele viu e viveu de perto os impactos devastadores de uma guerra. Contemplado com um visto humanitário, Abdul chegou ao Brasil com sentimento de alívio por estar longe do perigo. Com foco, dedicação e perseverança, aproveitou todas as oportunidades de crescimento que apareceram em seu caminho. Ao contar sobre sua própria história e cultura, ele diz saber que de alguma forma está contando também a de outros milhões de refugiados sírios que deixaram tudo para trás para escapar da guerra. Charlin nasceu em Guayana, cidade muito conhecida na Venezuela por seus pontos turísticos. Ela deixou seu país depois que a vida lá ficou muito difícil. Mesmo trabalhando, não havia garantia de ter o que comer: tomar café da manhã significava não almoçar ou jantar. Por ser mulher trans, Charlin encontrou dificuldades adicionais para recomeçar a vida no Brasil. Acolhida em um abrigo apoiado pelo ACNUR em Boa Vista (RR), começou aos poucos a recuperar a perspectiva de um futuro melhor. Ela participou do programa de interiorização e hoje mora em São Paulo (SP). Charlin sonha em estudar Comunicação Social para compartilhar com o mundo algo muito importante: a sua própria história. Quando estava no último ano da faculdade, Nour deixou a Síria para escapar da guerra. Ele foi para o Líbano apenas com a roupa do corpo. Recomeçar a vida do zero em um país onde não conhecia ninguém não foi nada fácil. Nour viajou ao Brasil para encontrar familiares que já estavam no país. Acabou encontrando também uma oportunidade de recomeçar sua vida e seguir os seus sonhos. Hoje, ele estuda Artes Cênicas em Campinas (SP) e produz figurinos e roupas sob medida para peças teatrais. Para ele, teatro, moda e arte estão interligados e são canais para expressar não só a sua criatividade, mas também a luta enfrentada por todas as pessoas talentosas que tiveram que deixar tudo para trás para sobreviver. Mulher, mãe de cinco filhos e avó. É assim que Prudence se apresenta ao mundo, mostrando o orgulho que tem da sua história. Prudence nasceu em Brazzaville, capital da República Democrática do Congo. Em seu país, ela trabalhava com política e com moda. Em 2004, foi eleita Miss. O aumento da violência em sua terra natal fez com que ela deixasse tudo para trás depois de sofrer ameaças e perseguições. A jornada em busca de segurança não foi nada fácil: Prudence atravessou um rio com a filha e só chegaram na fronteira com Angola depois de percorrer um longo caminho. A primeira cidade brasileira onde Prudence morou foi o Rio de Janeiro (RJ), mas foi em São Paulo onde se estabeleceu. Depois de participar do projeto Empoderando Refugiadas, que é apoiado pelo ACNUR, Prudence sentiu que sua vida mudou: a sua luta de empoderar e mostrar a força das mulheres acabou virando o seu trabalho. Leia também: |
Posted: 21 May 2020 10:13 AM PDT Clique para exibir o slide. By the end of 2019, Maria Lúcia Machado, a 67 year-old transsexual woman, was making plans to start a new job in the food sector in the following year. Last December, she and 23 colleagues, including transsexual men and women, graduated from the first course of professionalization promoted in the city of Rio de Janeiro by the Cozinha & Voz (Kitchen & Voice), which is a project that provides professional training for kitchen assistants and addresses the employability of vulnerable population groups. “The course was great and I was planning to find a job in a restaurant or in a hotel, as receptionist. This is my dream and I felt that I had improved my skills after the course”, said Maria Lúcia. The year 2020 has come, bringing with it the COVID-19 pandemic and its intertwined impacts on health, society and the world of work. The ILO estimates that more than four out of five people (81 per cent) in the global workforce of 3.3 billion are currently affected by full or partial workplace closures. Hotels and catering are among the hardest-hit sectors worldwide. As the pandemic evolves and social distance measures are implemented throughout Brazil, what can one do while life does not get back into a routine and employment opportunities become even more limited? Studying can be a way of dealing with loneliness and increasing the chances of finding a job amid the pandemic. Seeking to ensure continuous training and capacity building, the ILO in Brazil and the Federal Labour Prosecutor´s Office (MPT), partners in the Cozinha & Voz project, developed a contingency plan to guarantee students ‘professionalization with an innovative method comprising online classes taught via video conferencing tool and online chats. “Up to now, this Project has never been done in this format. It´s a great challenge for us to do courses online that require such a high level of direct attention to students. ”, said Thaís Faria, ILO Technical Officer for Fundamental Principles and Rights at Work. “If we achieve good results, we could use this format to reach people in remote parts of the country, so that they participate remotely in the Cozinha & Voz course”. That was how on Monday, 20 April, Maria Lúcia reunited herself with her classmates of the kitchen assistant course, by simply using a cell phone to get to the virtual classroom. “Out of sudden everything has changed. People are farther apart, but closer together, and that´s what matters. On behalf of all of us, I would like to say thank you, because it´s very important for us to feel valued as human beings. To try more easily to find our place in society ”, said Maria Lúcia. In all, a gender-balanced class of 50 students from the Brazilian states of Goias, Rio de Janeiro, Rondônia and São Paulo are participating in the weekly online classes for the next four months. The curriculum features lectures, debates and daily classes in music, poetry, and dance, gastronomy workshops, guidance on how to write a curriculum, talks by specialists from different areas on topics such as discrimination and rights in the workplace, among others. Psychologists will provide support to those participants who request it, thanks to an established partnership. In addition, each participant will receive monthly a scholarship of BRL 500 (USD 98,74) during the course, so that they can join the classes and remain protected in their homes. “The financial support is essential so that the students can dedicate themselves to the course with more tranquillity, while remaining safe and respecting the containment measures.”, explained Thaís Faria. In the face-to-face modality, Cozinha & Voz is structured upon two components. The “Kitchen” component is delivered under technical coordination of the Argentine chef Paola Carosella with the support of Neide Rigo and Fernanda Cunha. The “Voice” component is coordinated by the actress and poet Elisa Lucinda and by the actress and director Geovana Pires, members of the Casa Poema institute. This component consists of workshops, in which students, through poetry, learn how to better communicate at work and in life. The two-month course consists of nine lessons on basic skills required to work in a restaurant. The project also mobilizes companies to support the employability of graduates, one of the most difficult phases, since even in a sector that needs new entrants, such opportunities are often hard to find. Thus, the participation of companies in the project is essential. From the classroom to the living room – Just like Maria Lúcia, most students have never used a cell phone before to access a digital platform to study online or participate in meetings. Therefore, the atmosphere at Cozinha & Voz´ inaugural virtual class was full of expectations, curiosity and digital inclusion. “It’s been a very interesting and different thing because I had never use distance learning methods to study. It is an honour for me to participate in a renowned course such as Cozinha & Voz. ” said Larissa Raniel Pinto, live from the living room of her home in São Paulo. The Project General Coordinator, Geovana Pires, said ongoing adaptation and commitment are essential. “All of us will have to be vigilant during the project to understand how this new way of interacting works and we will need to adapt it throughout these four months of the course,” she said. Representatives of the MPT also joined the virtual class. “We´ve been working in this project for a long time and it´s an honour for me to participate in this class and have a closer contact will the students” said deputy Attorney General of Labour, Sandra Lia Simon. Labour Attorney of the state of Sao Paulo and manager of the LGBTQI + population employability project, Sofia Vilela said that Cozinha&Voz promotes the employability of the group and give them “opportunity and a voice”. From São Paulo to Brazil – In 2017, Cozinha & Voz course started in the city of São Paulo, with a class of 25 transsexual men and women. In the following years, the project reached other cities throughout the country. In each city and with each group, specific activities and courses are organized, such as discussion tables on legislation, health, labour rights, and classes in dance, art, music, photography, among others. The courses are supported by employers’ organizations such as Brazil`s National Confederation of Industry (CNI) and the National Confederation of Commerce of Goods, Service, and Tourism (CNC). Since its launch, Cozinha & Voz has trained more than 314 people as kitchen assistants. Currently, 70% of those are employed in companies or established their own businesses in the gastronomy sector. |
Da sala de aula para sala de casa: projeto da OIT utiliza treinamento inédito em meio à pandemia Posted: 21 May 2020 10:12 AM PDT Clique para exibir o slide. Quando 2019 terminou, Maria Lúcia Machado, uma mulher trans de 67 anos, tinha planos para começar a trabalhar no setor de alimentação no ano seguinte. Em dezembro passado, ela e outras 23 pessoas, entre homens e mulheres transexuais, haviam se formado na primeira turma organizada no Rio de Janeiro pelo projeto Cozinha & Voz, que capacita profissionais como assistente de cozinha e promove a empregabilidade de pessoas em situação de exclusão socioeconômica. “Foi muito bom o curso e eu tinha planos de trabalhar, conseguir emprego em um restaurante, ou um hotel, como recepcionista. Era um sonho meu e me senti mais preparada depois do Cozinha & Voz.”, conta Maria Lúcia. Mas 2020 chegou e junto com ele a pandemia de COVID-19 e seus graves impactos sociais, na saúde e no mundo do trabalho. Dados recentes da Organização Internacional do Trabalho (OIT) indicam que mais de quatro em cada cinco pessoas (81%), das 3,3 bilhões que compõem a força de trabalho global, estão sendo afetadas pelo fechamento total ou parcial de negócios. Entre os setores mais atingidos, estão justamente os serviços de alimentação e hospitalidade. Diante do avanço da pandemia e das medidas de isolamento social vigentes no país, o que fazer enquanto a vida não volta à rotina e quando as opções de trabalho são ainda mais escassas? Estudar pode ser uma saída para lidar com a solidão e aumentar as chances de trabalho. Para garantir a capacitação contínua e treinamentos essenciais em tempos de COVID-19, a OIT e o Ministério Público do Trabalho (MPT), realizadores do Cozinha & Voz, adotaram um plano de contingência para assegurar a profissionalização das alunas e dos alunos, com um método inédito de aulas online ministradas por meio de ferramenta de videoconferência, conversas virtuais e outras alternativas de conexão. “Esse é um Projeto que nunca feito nesse formato. É um desafio imenso fazer algo dessa natureza em uma época de pandemia, com um nível de cuidado direto com os alunos e as alunas, utilizando, inclusive, conversas individuais.”, relata Thaís Faria, Oficial Técnica de Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho, da OIT. “Esse formato, se bem testado e com bons resultados, pode ser utilizado para chegar às pessoas em pontos remotos do país para que façam parte do Cozinha & Voz a distância”, acrescenta. Foi assim que no fim de abril Maria Lúcia voltou a reencontrar colegas de classe do curso de assistente de cozinha usando apenas um telefone celular. “De repente tudo mudou, as pessoas estão longe, mas estão próximas e isso é que conta. Eu queria agradecer em nome de todos e todas porque isso é muito importante para a gente se sentir valorizada como ser humano. Para a gente tentar se inserir melhor na sociedade”, diz Maria Lúcia. Ao todo, 50 alunas e alunos do Rio de Janeiro, de São Paulo, de Rondônia e de Goiás participam das aulas semanais ministradas online, durante quatro meses. São palestras, debates e aulas diárias de música, poesia, dança, oficinas de gastronomia, orientações sobre como preparar um currículo, conversas com especialistas de diferentes áreas sobre temas como discriminação e direitos no local de trabalho, entre outros. Foram feitas parcerias com psicólogos para dar suporte mais urgentes aos participantes, que receberão também uma bolsa de R$500,00 mensais, por quatro meses, com a contrapartida de participar dos cursos e permanecer em isolamento. “O apoio financeiro é fundamental para que as alunas e os alunos possam se dedicar ao curso com mais tranquilidade e que permaneçam em segurança, respeitando o isolamento.”, explica Thaís. Na modalidade presencial, o Cozinha & Voz está estruturado em dois componentes. O componente Cozinha conta com a coordenação técnica da cozinheira Paola Carosella e com o apoio de Neide Rigo e Fernanda Cunha. Já o componente Voz é coordenado pela atriz e poeta Elisa Lucinda e pela atriz e diretora Geovana Pires, sócias da Casa Poema. É composto por oficinas, nas quais alunos e alunas, por meio da poesia, criam novas ferramentas para a comunicação no trabalho e na vida. O curso dura menos de dois meses, com nove aulas sobre as aptidões básicas do trabalho em uma cozinha de restaurante. O Projeto mobiliza ainda empresas para apoiar na empregabilidade das egressas e dos egressos do curso, uma das fases mais difíceis, já que é impossível garantir uma vaga de trabalho. É fundamental o envolvimento das empresas no projeto. Da sala de aula para a sala de casa Assim como Maria Lúcia, a maioria das alunas e dos alunos nunca havia utilizado plataformas digitais pelo telefone celular para estudar ou participar de reuniões. Por isso, o que se viu na aula inaugural virtual do Cozinha & Voz foi muita expectativa, curiosidade e inclusão digital. “Está sendo uma coisa muito interessante e diferente porque eu nunca tinha estudado a distância. Para mim é uma honra estar participando de um curso tão reconhecido como o Cozinha & Voz”, disse Larissa Raniel Pinto, direto da sala de sua casa em São Paulo. Para a coordenadora-geral do projeto, Geovana Pires, adaptação e engajamento constante serão fundamentais. “Todos os envolvidos vão estar atentos durante o projeto para ir compreendendo como é essa nova linguagem e ir mudando ao longo dos quatro meses do curso”, disse. Na sala de aula virtual do Cozinha & Voz estavam presentes também representantes do Ministério Público do Trabalho (MPT). “ Fazemos esse projeto há bastante tempo e é uma honra para mim participar do curso tendo um contato mais direto com as e os integrantes nesse momento”, disse a subprocuradora-geral do trabalho, Sandra Lia Simon. A procuradora do trabalho em São Paulo, Sofia Vilela, gerente do projeto do MPT de empregabilidade da população LGBTQI+, disse que a intenção é fazer com que o Cozinha & Voz promova a empregabilidade dessa população, “para que eles e elas tenham vez e voz”. O procurador do trabalho em Brasília, Charles Silvestre, acompanhou o curso online para planejar a implantação do projeto no Distrito federal. Já a poeta e atriz Elisa Lucinda, que abriu a nova versão do projeto com uma de suas poesias, disse que ferramentas online se tornaram presentes na rotina de várias pessoas. “Apesar de ser ruim o isolamento social, este pode ser um momento para aproveitar e ler mais, se reconstruir, se reencontrar”, disse ela. O Cozinha & Voz foi lançado em São Paulo em outubro de 2017, com uma turma de 25 homens e mulheres trans. Nos anos seguintes, o projeto avançou pelo Brasil. Em cada local e com cada grupo são realizadas atividades e cursos específicos, como rodas de conversa sobre legislação, saúde, retificação de documentos, direitos trabalhistas, elaboração de currículos, dança, arte, música, fotografia, entre outros. Os cursos contam com o apoio da organizações de empregadores, como a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Desde o lançamento, foram capacitadas mais de 314 pessoas como assistentes de cozinha em diversas cidades do país, sendo que 70% delas estão empregadas em empresas ou montaram o próprio negócio no setor de gastronomia. |
IBICT e UNESCO lançam portal com informações científicas sobre COVID-19 em acesso aberto Posted: 21 May 2020 10:06 AM PDT O Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), em parceria com a UNESCO no Brasil, lançou na quarta-feira (20) o portal Ciência Aberta é Vida, que reúne fontes de informação científica nacional e internacional, em acesso aberto, com conteúdo sobre a COVID-19. Além dos artigos científicos já publicados e outros ainda inéditos, o diretório apresenta dados de pesquisas, ensaios clínicos, teses, dissertações e outros materiais referentes à produção dos pesquisadores do mundo todo. O portal estará disponível em três línguas: português, inglês e espanhol (acesse aqui). Também será lançado um repositório de pré-impressões (chamados preprints), criado para agilizar a publicação de resultados de pesquisas. A ideia surgiu a partir de demandas espontâneas de alguns editores científicos brasileiros, que perceberam a necessidade de dar visibilidade às suas produções com mais rapidez, sobretudo diante da pandemia de COVID-19. Diferentemente de outros repositórios de pré-impressão existentes, este se destaca porque os depósitos são feitos pelos editores da revista, que fazem uma avaliação prévia da natureza científica dos artigos. “Este é um grande passo para o compartilhamento de informações sobre a pandemia da COVID-19, que vai ao encontro dos esforços que vêm sendo feitos pela UNESCO e todos os seus escritórios para promover a cooperação técnico-científica internacional contra a pandemia”, destaca a diretora e representante da UNESCO no Brasil, Marlova Jovchelovitch Noleto. “Mecanismos de ciência aberta, como os lançados recentemente pelo IBICT e MCTIC (Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações), constituem importantes contribuições para a livre troca de conhecimentos e pesquisas científicas sobre o novo coronavírus.” O Ciência Aberta é parte de uma ação desenvolvida pelo IBICT e o MCTIC, que colocará na Internet outros espaços de livre acesso com informações sobre o coronavírus. Um deles é a Rede Vírus MCTIC, com atividades promovidas pelo ministério; outro é o Infográfico Interativo, que permite a visualização de dados relacionados à COVID-19; já o Universo Científico apresenta as ações de disseminação de informações científicas para pesquisadores; e o Ciência em Casa MCTIC traz atividades científicas, jogos e informações destinados a levar à população o conhecimento científico de forma lúdica. |
ONU Brasil participa de lançamento de novo sucesso da diva pop Iza Posted: 21 May 2020 08:40 AM PDT Uma campanha global será lançada nesta quinta-feira (21) para inspirar um movimento de transformação social e mobilizar pessoas em apoio aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O lançamento mundial (que será realizado online @TheHumanityLab às 14h de Brasília) – organizado pela Humanity Lab Foundation em parceria com a Warner Music e em colaboração com Nações Unidas, UNESCO, Agência da ONU para os Refugiados no Brasil (ACNUR) e ACM/YMCA Mundial – visa gerar um debate em torno das ações necessárias para responder aos complexos desafios sociais e políticos atuais. “A transformação real só é possível com a participação e contribuição de todos: governos, empresas, organizações da sociedade civil e indivíduos”, disse o coordenador-residente das Nações Unidas no Brasil, Niky Fabiancic. “Especialmente agora, diante da crise da COVID-19, é claro que só poderemos reconstruir nossas vidas se cooperarmos e, trabalhando juntos, podemos reconstruir uma versão melhor do mundo, com mais unidade entre os povos, mais igualdade e justiça, melhores sistemas de saúde e educação e mais respeito ao meio ambiente.” Inspirada na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, que mobiliza a comunidade internacional desde sua adoção, em 2015, a campanha Be The One se utiliza de parcerias com mídias criativas para garantir que os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável sejam mais acessíveis, fáceis de entender e de se relacionar com pessoas e organizações de todo o mundo. O lançamento da campanha Be The One também servirá como a estreia mundial de uma nova música pop, “Let Me Be The One”, dos premiados cantores internacionais Iza (@IzaReal) e Maejor (@MAEJOR) que servirá como a música tema da campanha. O clipe da canção foi gravado em fevereiro deste ano, antes do isolamento social, com a presença da equipe do ACNUR como forma de orientação técnica sobre a realidade das pessoas refugiadas no Brasil. “Saímos para jantar antes do clipe e isso ajudou a entender a preocupação que o Maejor tem com essas causas. Fiquei muito animada com essa proposta, principalmente sendo uma campanha da ONU e do ACNUR, com quem eu sempre quis me envolver. Tem tudo a ver comigo e espero que esse projeto consiga tocar muitos corações”, afirmou Iza. Quatro pessoas refugiadas foram participaram das gravações, compondo os figurantes do clipe. Da Síria, participaram os refugiados Abdulbaset Jarour e Nour Koeder; da Venezuela, Charlin; e da República Democrática do Congo, Prudence Kalambay. Para o representante do ACNUR no Brasil, Jose Egas, a participação das pessoas refugiadas reforça o apelo global por solidariedade, acolhida e integração. “As pessoas refugiadas foram forçadas a abandonar seus países de origem devido a perseguições e guerras. Cabe a cada um de nós propiciar meios de fazer com que as pessoas refugiadas possam prosperar e tenham mecanismos de pôr em prática seus talentos e conhecimentos, contribuindo assim para o desenvolvimento de suas comunidades e do país como um todo”, afirma Egas. A campanha Be The One pretende facilitar o engajamento cívico e mobilizar ações para resolver complexos desafios globais, incluindo equidade, igualdade de gênero, erradicação da pobreza, promoção da paz, ação climática e direitos humanos. “Acreditamos que a música tem o poder de unir, promover mudanças e tocar a vida das pessoas. Por esse motivo, estamos extremamente felizes com esta parceria com a Humanity Lab Foundation, em apoio às Nações Unidas”, disse Sergio Affonso, presidente da Warner Music Brasil. A Be The One une pessoas, empresas, governos e sociedade civil em torno de uma visão compartilhada para alcançar um mundo melhor, fornecendo as ferramentas e uma comunidade de propósito para desbloquear a capacidade humana de criar mudanças duradouras. “Hoje, comemoramos o Dia Mundial da Diversidade Cultural para Diálogo e Desenvolvimento em meio a uma pandemia global sem precedentes. A crise atual precisa gerar novos esforços para aumentar a resiliência e a sustentabilidade do setor cultural, destacando a importância do patrimônio histórico, museus e criatividade”, disse Ernesto Ottone Ramírez, diretor-geral assistente de cultura da UNESCO. Concebido e com a curadoria de Hazami Barmada, a Be The One é organizada pela Humanity Lab Foundation. Desde 2017, a Humanity Lab Foundation desenvolve iniciativas para ampliar o envolvimento global em torno dos ODS em parceria com o Escritório de Parcerias da ONU e o Escritório do Presidente da 73ª Assembleia Geral das Nações Unidas. “Diante ao discurso global e do medo paralisante da disseminação da COVID-19 atualmente, a Be The One é lançada para gerar esperança, inspirar responsabilidade coletiva e motivar conversas em torno da criação coletiva do futuro que queremos”, afirmou Hazami Barmada, fundadora e CEO da Humanity Lab Foundation. Durante todo o ano, a Be The One vai desenvolver iniciativas educacionais e de advocacy para construir um movimento localizado em torno de ações. Os compromissos em andamento serão facilitados em colaboração com os parceiros e liderados pelos embaixadores da campanha, os artistas IZA e Maejor. Link para o site da campanha Be The One: betheone.care Para mais informações sobre a campanha, entre em contato com Hazami Barmada, CEO da Humanity Lab Foundation, hazami@humanitylabfoundation. Para mais informações sobre a música, entre em contato com Beatriz Von Zuben, Coordenadora de Imprensa da Warner Music Brasil, beatriz.vonzuben@warnermusic. Para mais informações sobre a ONU Brasil, entre em contato com Isadora Ferreira, isadora.ferreira@un.org |
Taís Araújo e Fórum Nacional das Mulheres Negras fazem live sobre violência doméstica na pandemia Posted: 21 May 2020 06:57 AM PDT Para dar visibilidade ao aumento dos casos de violência doméstica durante o isolamento social causado pela pandemia da COVID-19, celebridades vão abordar o problema em lives no Facebook e Instagram. Além de informações e orientações, serão apresentados os novos recursos para enfrentamento da violência doméstica da ISA.bot, uma bot voltada à segurança da mulher. A ferramenta foi criada pela ONG Think Olga e o Mapa do Acolhimento, projeto do Nossas.Org, com apoio do Facebook, Google e da ONU Mulheres. Taís Araújo, defensora da ONU Mulheres Brasil para os Direitos das Mulheres Negras, conversará com Clátia Vieira, do Comitê Mulheres Negras Rumo a um Planeta 50-50 em 2030 (vinculado à ONU Mulheres) e do Fórum Nacional de Mulheres Negras, na quinta-feira (21), às 19h, pela conta da atriz (@taisdeverdade) e de Clátia Vieira (@clatiavieira). O bate-papo abordará a violência doméstica com foco na situação das mulheres negras, que são as que mais sofrem violência doméstica no Brasil. Segundo o Atlas da Violência de 2019, mais de 60% das mulheres assassinadas no país são negras. A primeira live da série aconteceu com Juliana Paes, defensora da ONU Mulheres Brasil para Prevenção e Eliminação da Violência contra as Mulheres, e Maíra Liguori, diretora do Think Olga, em 8 de maio. O evento iniciou a série de bate-papos virtuais entre artistas e ativistas sobre violência doméstica e familiar contra as mulheres. A conversa entre Juliana e Maíra teve mais de 300 mil visualizações. De acordo com a ONU Mulheres, em diversos países, os índices de violência doméstica contra mulheres vêm crescendo durante a quarentena pelo coronavírus. No Brasil, uma pesquisa recente divulgada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública traz indícios desse aumento. O estudo aponta que o confinamento dificulta ainda mais as denúncias. Diante disso, serviços de atendimento online, como a ISA.bot, são ainda mais necessários para dar suporte às vítimas. Para ativar a ISA.bot, basta chamá-la no Messenger da Página IsaBot no Facebook, e ativando, por escrito ou verbalmente, por “OK Google, falar com Robô Isa” no Google Assistente. Atualmente, a ferramenta já é acessada por mais de 69 mil mulheres. Novos recursos da ISA.botA ISA.bot, bot para segurança de mulheres lançado no final de 2019, no Messenger e no Google Assistente, ganhou uma atualização para trazer informações e ferramentas para mulheres em situação de violência doméstica. Agora, a bot dá dicas e orientações para mulheres que estejam vivendo essa situação ou para pessoas que possam estar em condições de ajudar. São informações para se manter segura, como, por exemplo, informar alguém de confiança sobre o que está acontecendo, ou pedir que ligue diariamente para saber como está. Há ainda recursos sobre o que fazer em situações urgentes, como a linha telefônica policial, 190, e a linha de apoio específica para violência doméstica, 180. Caso não possam usar o telefone, as mulheres também encontrarão informações sobre ferramentas online, como o aplicativo PenhaS ou a plataforma do Mapa do Acolhimento, uma rede de solidariedade que conecta mulheres que sofreram violência de gênero a psicólogas e advogadas voluntárias de todo o Brasil. A ideia da bot nasceu durante um workshop criativo realizado pela Think Olga e pelo Facebook, quando 10 organizações de defesa aos direitos das mulheres, como a própria ONU Mulheres, se reuniram com o objetivo de pensar em ferramentas e recursos para promover uma internet mais segura para as mulheres. <img src="http://feeds.feedburner. |
politica evolutiva mundo laico pela separação da religião do estado por la separação de la religión del estado evolutionary secular political world ,the separation of religion from state Эволюционный светская политическая мир отделение религии от государства/العالم السياسي العلماني التطوري فصل الدين عن الدولة עולם פוליטי חילוני אבולוציונית הפרדת דת מהמדינה
quinta-feira, 21 de maio de 2020
Boletim diário da ONU Brasil: “Mais de 150 empresas se unem para pedir a líderes mundiais ações climáticas na retomada econômica” e 13 outros.
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