Os principais índices europeus e os futuros das bolsas americanas operam em queda refletindo os temores da piora da relação entre Estados Unidos e China, monitorando os casos de coronavírus pelo mundo e com a expectativa pela divulgação de novos indicadores econômicos.
A decisão do Senado norte-americano de aprovar uma lei que pode proibir empresas chinesas de serem listadas nas bolsas de valores dos EUA e retirar as que já estão, afetando Alibaba e Baidu, lança uma nuvem sobre a recente recuperação dos ativos de risco. As ações das duas empresas caem no pré-market americano.
No Twitter, o presidente Donald Trump colocou mais lenha na fogueira ao afirmar que a China está fazendo uma “enorme campanha de desinformação” porque está “desesperada” para que o rival democrata, Joe Biden, vença a corrida presidencial e continue “roubando” os EUA.
Em reflexo da piora da relação entre Estados Unidos e China e das preocupações em relação a uma cura para a Covid-19, as bolsas da Ásia fecharam em queda. O Nikkei 225, de Tóquio, registrou recuo de 0,21%. O Hang Sang Index, de Hong Kong, registrou variação negativa 0,49% nesta quinta-feira, e o índice Sanghai SE fechou com queda de 0,55%.
Os preços do Petróleo sobem na quinta-feira para o seu mais alto desde março, em resposta a confirmação dos cortes de produção por grandes produtores, ajudando a aliviar as preocupações sobre uma falha de fornecimento, compensando os medos sobre a queda econômica da epidemia Covid-19
O WTI (NYMEX:CL\N20) está sendo negociado a US$ 34,15, com alta de 1,9%. Os futuros internacionais de petróleo Brent (NYMEX:BZ\N20) operam agora em alta de 1,6%, negociado a US$ 36,33.
Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian fecharam em alta de 2,05%, cotados a 722.000 iuanes, equivalente hoje a US$ 101,73
Desemprego EUA - O número de pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos na semana passada foi de 2,44 milhões, em linha com a expectativa mediana dos economistas compilada pelo consenso Bloomberg, que apontava para 2,4 milhões de pedidos.
Bitcoin é negociado a US$ 9.312, negociando em baixa de 2,07%.
Coronavírus
Ontem tivemos a informação que a Inovio Pharmaceuticals teria registrado avanços em uma vacina contra o vírus em testes com ratos e porquinhos da Índia.
Infelizmente o mundo alcançou a marca de 5 milhões de casos de coronavírus, totalizando 5.014.943 e 328.368 mortes. O Brasil chega a 291.579 casos e 18.859 mortes confirmadas hoje pela Universidade Johns Hopkins.
A alteração do protocolo para o uso de hidroxicloroquina no tratamento contra a Covid-19, publicada ontem pelo Ministério da Saúde, repercutiu também internacionalmente. O diretor de emergências da OMS, Michael Ryan, disse que o medicamento pode causar efeitos colaterais, e que não possui eficácia comprovada contra o vírus.
O governador de São Paulo, João Doria, rechaçou o uso do medicamento e a população paulista aproveitou o feriado antecipado na capital e aumentou a movimentação nas estradas. O governador também afirmou que pode decretar lockdown, ou bloqueio total, caso a situação piore após o feriadão.
Brasil
Em meio a discussões sobre a redução das medidas de quarentena no Estado de São Paulo em junho, teremos a reunião hoje pela manhã entre o presidente Jair Bolsonaro e os governadores sobre o pacote de ajuda aprovado pelo Congresso. A expectativa é se o presidente baixará o tom ou manterá a guerra declarada aos Estados.
Um recuo do presidente com relação ao veto representará um forte desgaste para o ministro da Economia, Paulo Guedes, e sua política de controle de gastos.
Também teremos os desdobramentos das acusações envolvendo o filho 01 do presidente, o hoje senador Flávio Bolsonaro e a ansiedade em torno da divulgação do vídeo, na íntegra, da reunião ministerial de abril, apontada pelo ex-ministro Sergio Moro como prova da acusação de interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal.
Ibovespa e dólar ontem
O Ibovespa fechou em alta de +0,71%, aos 81.319 pontos, acumulando 4,46% em três altas consecutivas. O Índice acompanhou o bom humor externo após alta do petróleo e ata do FOMC.
O destaque positivo do dia foi a GOL, que chegou a se valorizar mais de 14% no pregão após o anúncio de ampliação dos voos e um discurso do Ministro Paulo Guedes, dizendo que o governo pretende apoiar o setor, comprando e revendendo “um pedaço” das empresas aéreas.
O dólar fechou em R$5,687, queda de 1,20%. O Banco Central rolou US$600 milhões de swap. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que pode aumentar a atuação no câmbio, caso seja necessário. Ele sinalizou que a autoridade monetária pode ampliar a venda de dólares das reservas internacionais.
Agenda Econômica
Na agenda doméstica saem os dados da prévia de maio da Sondagem da Indústria da FGV. No exterior, agenda carregada com dados deste mês sobre a atividade nos setores industrial e de serviços nos EUA e na zona do euro, ao longo da manhã.
Ás 09h30 sai o índice sobre a atividade na região da Filadélfia e os pedidos semanais de auxílio-desemprego feitos no país. os Indicadores Antecedentes e os dados de vendas de casas usadas, ambos de abril, saem 11h. À tarde, às 15h30, o presidente do Fed, Jerome Powell, volta a falar sobre economia em um webcast. Ele deve ser questionado sobre como a Covid-19 está afetando a comunidade, juros negativos e mais incentivos para a economia.
No fim do dia, o radar se volta para a China, onde, já na manhã da sexta-feira (hora local), tem início a sessão plenária do Congresso Nacional do Povo (NPC). Conhecido como as “Duas Sessões”, o encontro político teve início nesta quinta-feira, com a sessão anual do Comitê Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CPPCC).
■ Commodities
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