As bolsas de valores da Ásia fecharam em queda nesta terça-feira, após o Escritório Nacional de Estatísticas da China ter informado que a inflação no varejo perdeu força e desacelerou a 3,3% no mês passado.
A deflação no atacado chinês, sinalizada pelo PPI, mostra que os produtores continuam sofrendo os choques da pandemia na demanda interna e externa. O índice registrou a maior queda em quatro anos, ao cair 3,1% em abril em relação a um ano antes, acelerando a trajetória de baixa, após ceder 1,5% em março. A previsão era de recuo menor, de -2,5%.
Outro dado negativo da região chegou do Japão, onde a Toyota – segunda maior fabricante de automóveis do mundo – reportou queda de 1% no lucro operacional no ano fiscal de 2020, mas projetou um recuo de 79% no seu lucro para o ano fiscal 2021, que para a montadora japonesa começou em abril.
As bolsas de valores da Europa abriram em leve alta, muito perto da estabilidade, com os investidores temendo os ativos de risco.
Os futuros de Nova York estão em terreno negativo. Os mercados avaliam os processos de reabertura das economias nos diversos estados americanos, que começaram nesta semana. Como na Ásia e na Europa, também nos EUA é temida uma segunda onda da Covid-19.
De um modo geral, os investidores olham para os danos causados na economia pela medidas de combate à disseminação do coronavírus e confiam em uma recuperação rápida do consumo e das empresas, como se o ambiente de crescimento fosse resgatado. Mas o cenário à frente traz dúvidas em relação a essa postura tão confortável.
A estatal Saudi Aramco, maior petrolífera do mundo, reportou queda de 25% no lucro líquido no 1º trimestre de 2020, com lucro de 62,5 bilhões de riais (US$ 16,6 bilhões), ante 83,3 bilhões de riais em igual período de 2019. A empresa de petróleo comunicou que pagará dividendos. Os preços do petróleo têm leve alta na manhã de hoje.
Os futuros internacionais de petróleo Brent (NYMEX:BZ\N20) operam agora em alta de 1,4%, negociado a US$ 30,03. O WTI (NYMEX:CL\M20) também sobe 3,0%, sendo negociado a US$ 24,87.
A redução, pela metade, nas recompensas de mineração do Bitcoin foram ativadas com sucesso no bloco 630.000, em 11 de maio. Considerado uma dos eventos mais importantes da industria de criptomoedas, o bloco do halving foi extraído pelo pool Antpool, comandado pela Bitmain.
O Bitcoin é negociado novamente em alta de +2,06%, valendo US$ 8.794.
Coronavírus
O aumento das infecções por Covid-19 coloca em dúvida a recuperação pós-coronavírus, testando o otimismo dos mercados com a reabertura das principais economias globais.
Os investidores internacionais estão mais receosos com uma segunda onda de contágio do coronavírus, o que ofusca as esperanças em relação à retomada das atividades.
Os números no Brasil seguem crescendo, com 169.594 casos e 11.653 mortes confirmadas hoje pela Universidade Johns Hopkins. No mundo, o número total de casos passa de 4.193.300 e 286.513 mortes…
Brasil
No Brasil, os investidores olham com cautela e medem a tensão política com a exibição do vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril, citada por Moro como prova da tentativa de interferência de Bolsonaro na Polícia Federal.
A gravação será apresentada a um grupo restrito de autoridades pela manhã. Às 15h, a Polícia Federal deve ouvir, no Palácio do Planalto, os ministros Augusto Heleno (Segurança Institucional); Braga Netto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo).
Ibovespa e dólar ontem
O Ibovespa fechou com queda de 1,49%, a 79.064 pontos. Na contramão do mercado, o grande destaque do dia foi a BRF (BRFS3), com alta de 11,26% após divulgação dos resultados do primeiro trimestre. A IRB Brasil despencou 14,82% em meio à fiscalização da Susep.
Após divulgar “follow on” pretendendo buscar R$ 5 bilhões para colocar dinheiro em caixa, a Via Varejo variou entre uma queda de 8,0% e alta de 4,4%, fechando praticamente estável em 0,34%.
O dólar comercial futuro voltou a fechar em alta, vendido a R$ 5,825. O Banco Central fez um leilão de swap extra de US$500 milhões, além de vender US$100,4 milhões em compromissadas de títulos soberanos, evitando mais um recorde da moeda americana em relação ao Real.
Agenda Econômica
O destaque do dia fica com a ata da reunião da semana passada do Copom (08h), que reduziu a taxa de juros de 3,75% para 3,0%, e pode confirmar a sinalização de um “último corte” da Selic em junho.
Ao surpreender o mercado com o corte de 0,75%, o Banco Central reconheceu que os efeitos decorrentes do coronavírus impõem um cenário desafiador, tanto em termos globais quanto para a atividade doméstica.
Alguns especialistas esperam mais um corte para 2,25%, indicando que o Brasil terá juro real (taxa nominal descontada a inflação projetada) negativo em breve,
Entre os indicadores, merece atenção a primeira prévia deste mês do IGP-M (08h) e os dados atualizados da safra agrícola. Também saem os dados do setor de serviços em março (09h), calculados pelo IBGE, que devem mostrar queda expressiva.
Lá fora, o calendário econômico traz como destaque o índice de preços ao consumidor (CPI) norte-americano em abril (9h30). Às 15h, sai o Orçamento do Tesouro dos EUA também no mês passado.
■ Commodities
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