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quinta-feira, 28 de maio de 2020

Boletim diário da ONU Brasil: “Crianças refugiadas sofrem impacto do fechamento de escolas por coronavírus” e 9 outros.

Crianças refugiadas sofrem impacto do fechamento de escolas por coronavírus

Posted: 26 May 2020 01:02 PM PDT

Muhammad, 10, diz que ficou muito entediado em casa durante o último mês de toque de recolher por coronavírus na Jordânia. Refugiado da Síria, ele vive com seus pais e quatro irmãos em um pequeno apartamento em East Amman. Foto: Lilly Carlisle/ACNUR

Ir à escola já era um desafio diário para muitas crianças refugiadas em todo o mundo. Agora, há o temor de que algumas não retomem os estudos depois que os bloqueios pela COVID-19 forem suspensos. Isai* ficou dois anos sem estudar enquanto sua família tentava não ser afetada por conflitos sociais no seu país natal, a Nicarágua. Eles precisaram fugir para Honduras e depois para a Guatemala.

Aos oito anos, Isai finalmente conseguiu voltar para a sala de aula no início do ano letivo da Guatemala, em janeiro deste ano. Sua mãe, Lisseth*, contou que quando ele começou a fazer amigos, a COVID-19 atingiu o país e o governo ordenou o fechamento de todas as escolas.

“Ele tinha apenas dois meses de experiência na vida escolar quando tudo desmoronou”, disse Lisseth. “Ele está muito triste e angustiado. Para ele, é como se estivesse na Nicarágua novamente.”

Mesmo antes da pandemia de coronavírus bloquear o acesso às escolas no mundo todo e interromper as aulas de quase 1,6 bilhão de estudantes, as salas de aula já estavam fechadas para milhões de crianças refugiadas, segundo o UNICEF.

Menos da metade das crianças refugiadas em idade escolar estavam matriculadas, enquanto apenas uma em cada quatro cursava o ensino médio. A paralisação de atividades escolares por meses pode colocar em risco pequenos ganhos recentemente adquiridos na maximização do acesso à educação para crianças refugiadas.

Para a chefe de educação da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), Rebecca Telford, há um grande risco de que as desigualdades na educação aumentem. “Embora muitos países tenham agido rapidamente para implementar programas de ensino à distância, foram poucas as iniciativas direcionadas para garantir acessibilidade aos refugiados”.

“A questão é sobre o acesso e se as pessoas têm um celular ou outro dispositivo em casa. As famílias também podem não conseguir pagar por uma conexão de internet. Muitos campos de refugiados estão em áreas remotas sem sinal FM das estações de rádio nacionais, por exemplo. Assim, as crianças não têm como ouvir nem mesmo transmissões de aula via rádio”, disse a chefe de educação do ACNUR.

Desde que as escolas fecharam na Jordânia, em meados de março, Mustafa e Sherin, refugiados da Síria que moram no leste de Amã, tiveram que estabelecer um cronograma para garantir que cada um de seus cinco filhos usasse a TV e o celular da família para fazer as tarefas da escola.

Clique para exibir o slide.

O ministério da educação da Jordânia está transmitindo aulas na TV e as empresas de telefonia estão fornecendo dados gratuitos para acessar uma plataforma de aprendizado online, mas Mustafa disse que teve que comprar dados adicionais para o WhatsApp, aplicativo que os professores de seus filhos usam para enviar vídeos. O gasto adicional com dados obrigou a família a reduzir outras despesas.

O isolamento também impediu Mustafa de ganhar a vida como habitualmente fazia: coletando plástico e metal descartados para reciclagem. A esposa Sherin não conseguiu continuar trabalhando como diarista. A família conta com os 150 dinares da Jordânia (cerca de R$ 1.235) em assistência financeira que recebe mensalmente do ACNUR para continuar para comprar comida e pagar o aluguel. No entanto, este apoio não está disponível a todas as famílias de refugiados.

Vinte e três por cento dos refugiados sírios que vivem na Jordânia não têm acesso à internet em casa e 46% dos entrevistados em uma pesquisa recente disseram que seus filhos não estavam acessando a plataforma online de aprendizado do governo.

Embora crianças de famílias de baixa renda nas comunidades de acolhimento sejam igualmente afetadas pela desigualdade de acesso digital, as crianças refugiadas, que muitas já se ausentaram da escola por longos períodos, passam pelo agravante de perder assistências adicionais muito necessárias em suas escolas, como aulas de idiomas e apoio psicossocial.

Após o fechamento das escolas na Bulgária, as crianças refugiadas inicialmente lutaram pelo acesso à educação online, em parte porque não possuíam dispositivos, mas também devido à barreira do idioma, de acordo com Borislav Grozdanov, coordenador de informações públicas do ACNUR na Bulgária. O Conselho de Mulheres Refugiadas e a Cruz Vermelha Búlgara estão agora fornecendo laptops e tablets doados a famílias de refugiados. Outra ONG, a Caritas Sofia, está oferecendo também cursos de idiomas online.

“Todos os meus cinco filhos estão participando dos cursos de idiomas online”, disse Wisam, refugiado da Síria que agora vive na capital búlgara. “Estou muito feliz por eles continuarem praticando a língua. Mas os cursos online não podem substituir a escola. Meus filhos querem voltar para a escola porque sentem falta dos amigos e dos professores”.

Manter as crianças nas escolas em Honduras, país assolado por gangues, é visto também como uma segurança, um esforço para evitar mais violência e deslocamentos. Nas áreas urbanas hondurenhas, onde as crianças são frequentemente recrutadas ou alvo de gangues criminosas, as escolas são um dos poucos lugares onde elas podem se sentir protegidas.

“A escola pode salvar as crianças das gangues”, disse Luis*, diretor de uma escola em uma área de baixa renda de Tegucigalpa, capital do país da América Central. “Não somos apenas professores: somos psicólogos, conselheiros, guias”.

Ele explica que, desde que as escolas fecharam, seus alunos estavam lutando para acompanhar as aulas em casa, pois muitos não podiam pagar planos de internet e não tinham aparelhos de TV que lhes permitissem acompanhar as transmissões educacionais do governo.

A meio mundo de distância, em Bangladesh, as crianças refugiadas rohingya, que vivem em assentamentos espalhados por Cox’s Bazar, já tinham acesso limitado à educação antes mesmo do isolamento entrar em vigor no mês passado como uma medida de saúde pública para limitar a disseminação da COVID-19. Escolas em todo o país fecharam, bem como centros de aprendizagem nos campos.

Grupos de ajuda estavam se preparando para lançar um programa-piloto que permitiria que as crianças nos assentamentos começassem a aprender com a grade escolar de Mianmar pela primeira vez, após a aprovação bem-vinda do governo de Bangladesh em janeiro. Enquanto isso, centenas de centros informais de aprendizado temporário estavam oferecendo educação básica e uma chance para as crianças esquecerem as lutas diárias que enfrentam nos campos superlotados.

Babu Nisa, assistente de ensino para refugiados em um dos centros de aprendizado, disse que seus alunos ficaram “muito chateados” quando souberam que o fechamento dos centros faria parte do isolamento.

“Os centros de aprendizagem não são feitos apenas para estudos”, disse ela. “As crianças crescem aqui. Aqui, elas aproveitam seus lanches, seu tempo, além das aulas. Os abrigos são congestionados, são lugares onde as condições de vida não são favoráveis para os alunos estudarem adequadamente”.

Uma vez que as limitações contínuas à internet móvel nos abrigos tornam impossível o aprendizado online, o ACNUR e seus parceiros distribuem diretrizes para pais e responsáveis para ajudar as crianças a aprenderem em casa. Além disso, defende que a conectividade seja restabelecida nos campos e arredores das comunidades de acolhimento. Babu e seus colegas também estão tentando visitar seus alunos que moram perto.

“Nós os motivamos para que eles não percam a esperança e se sintam tristes. Eles gostam de estudar, mas em casa não podemos garantir um ambiente adequado de estudo para eles”, disse ela, explicando ainda que muitos pais são incapazes de ajudar seus filhos porque não são alfabetizados.

Além de desenvolver e distribuir materiais de aprendizagem impressos, o ACNUR está trabalhando com governos locais e ONGs parceiras para apoiar professores, pais e alunos enquanto as escolas permanecem fechadas. Em vários países, isso significou continuar pagando incentivos aos professores refugiados e ajudando-os a se adaptar à nova realidade permeada pela tecnologia digital.

Robert Kinyanjui, professor de ensino médio no campo de Dadaab, no Quênia, disse que os professores estão usando vários métodos para garantir que o aprendizado continue, incluindo realização de aulas através de grupos do WhatsApp, transmissões de rádio e até gravações de áudio.

Ele acrescentou que os estudantes nos campos continuam ansiosos para aprender e aproveitar todas as oportunidades disponíveis, apesar dos desafios. “Acompanhamos os alunos cuja participação no programa de educação alternativa é fraca”, afirmou.

Em países onde o aprendizado online é menos disponível, como no Sudão do Sul e no Níger, o foco tem sido a distribuição de pacotes de auto-estudo e rádios para que as crianças refugiadas possam acompanhar as lições transmitidas pelas estações comunitárias.

Jennifer Roberts, diretora sênior de educação do ACNUR, disse que o fechamento de escolas provocou algumas inovações na prestação de serviços de apoio educacional e no uso de tecnologia digital que podem ser inestimáveis à medida que as escolas começam a se preparar para reabrir com segurança. “Responder à pandemia nos dá a oportunidade de recuperar e desenvolver melhor a resiliência dos sistemas”.

As lições aprendidas com o fechamento prolongado de escolas em outros momentos, como durante o surto de Ebola na África Ocidental, mostram que as adolescentes correm maior risco de ficar para trás e não voltarem quando as escolas reabrirem.

“Precisamos começar a pensar agora em intervenções personalizadas para apoiá-las”, disse a diretora sênior de educação do ACNUR, acrescentando que os clubes de recuperação para meninas foram usados com sucesso após o fechamento de escolas por conta do Ebola.

Luis, diretor de uma escola em Tegucigalpa, enfrenta um problema ainda mais grave. Uma das gangues que aterroriza a área aproveitou o fato de a escola estar vazia para fazer dela a sede de suas operações. “Estou preocupado que eles não a devolvam mais”, disse ele.

*Nomes alterados para proteger os entrevistados

 

Com reuniões virtuais, OIT dá andamento a projeto de trabalho decente na cadeia do algodão

Posted: 26 May 2020 12:42 PM PDT

Desde 2009, OIT desenvolve "Projeto Algodão com Trabalho Decente - Cooperação Sul-Sul para a Promoção do Trabalho Decente nos Países Produtores de Algodão da África e da América Latina" com ABC e Instituto Brasileiro do Algodão (IBA). Foto: OIT

Desde 2009, OIT desenvolve “Projeto Algodão com Trabalho Decente – Cooperação Sul-Sul para a Promoção do Trabalho Decente nos Países Produtores de Algodão da África e da América Latina” com ABC e Instituto Brasileiro do Algodão (IBA). Foto: OIT

A pandemia da COVID-19 e seus efeitos sobre a saúde, a sociedade e a economia têm forçado governos, trabalhadores, trabalhadoras e empresas a se adaptarem a uma nova forma de trabalhar. Muitos conseguiram adotar a modalidade teletrabalho, ao passo que reuniões presenciais cederam lugar a interações em espaços virtuais.

Valendo-se ferramentas de videoconferência, gestores e formuladores de políticas públicas envolvidos em projetos de Cooperação Sul-Sul Trilateral podem seguir compartilhando experiências e conhecimentos em tempos de crise.

Nesse contexto, pela primeira vez, o projeto Algodão com Trabalho Decente reuniu de forma virtual seu Comitê Diretivo em uma videoconferência realizada no último dia 20. Órgão de governança compartilhada, o Comitê Diretivo reúne-se anualmente e é a principal instância de tomada de decisão do projeto, responsável por definir estratégias e as principais ações.

De Brasília (DF) a Belo Horizonte (MG), passando por Catuti, Divinópolis (MG) e Genebra, 24 representantes de Organização Internacional do Trabalho (OIT), Agência Brasileira de Cooperação (ABC), Ministério das Relações Exteriores e Instituto Brasileiro do Algodão (IBA) participaram de reunião virtual, na qual foram analisados e aprovados o relatório de progresso do projeto de 2019 e o plano de trabalho para 2020.

Representantes da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia (SEPRT), do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (ABRAPA), também participaram da reunião do Comitê, pela primeira vez.

“O Comitê Diretivo é a instância máxima de tomada de decisão do projeto, exemplo mais evidente da governança compartilhada deste projeto de Cooperação Sul-Sul Trilateral”, disse Fernanda Barreto, coordenadora do Programa de Cooperação Sul-Sul e Triangular da OIT, que apresentou o relatório de atividades do projeto em 2019 e o plano de trabalho para 2020.

Ao abrir a reunião, o diretor do escritório da OIT no Brasil, Martin Hahn, disse que o projeto enfrentou desafios e alcançou conquistas importantes em 2019. Ele destacou como exemplos concretos de intercâmbio de conhecimentos e de boas práticas para a promoção do trabalho decente no âmbito da Cooperação Sul-Sul, a articulação realizada com outros projetos e iniciativas, como a Iniciativa Regional América Latina e o Caribe livre de trabalho infantil e os projetos bilaterais implementados pela ABC.

Para Cecilia Malaguti, responsável pela área de Cooperação Sul-Sul Trilateral da ABC, “as instituições brasileiras cooperantes são atores fundamentais para a Cooperação Sul-Sul, pois sem elas, simplesmente não haveria Cooperação Sul-Sul”.

De Genebra, Anita Amorim, responsável pela Cooperação Sul-Sul da OIT, disse estar feliz por ter a oportunidade de acompanhar a reunião remotamente, ressaltando que “o que acontece no Brasil serve de modelo para outros países”.

Por sua vez, o Diretor Técnico do IBA, Gustavo Prado, destacou a “participação e o grande entusiasmo de todas as pessoas que participam do projeto” e pediu a realização de reuniões virtuais com mais regularidade para o compartilhamento de experiências.

Desde 2009, a OIT desenvolve o “Projeto Algodão com Trabalho Decente – Cooperação Sul-Sul para a Promoção do Trabalho Decente nos Países Produtores de Algodão da África e da América Latina ” com a ABC e o IBA. O objetivo do Projeto é promover o trabalho decente na cadeia produtiva do algodão, com ênfase nos Direitos e Princípios Fundamentais do Trabalho e na melhoria das condições de trabalho em quatro países produtores: Paraguai, Peru, Mali, e Moçambique.

 

Mulheres e meninas devem estar no centro dos esforços de resposta à COVID-19

Posted: 26 May 2020 11:14 AM PDT

Mãe e filha usam máscaras para se proteger contra o coronavírus em um centro de saúde em Abidjan, Costa do Marfim. Foto: UNICEF/Frank Dejongh

Mãe e filha usam máscaras para se proteger contra o coronavírus em um centro de saúde em Abidjan, Costa do Marfim. Foto: UNICEF/Frank Dejongh

Uma mesa-redonda virtual realizada em abril (20) reuniu lideranças femininas do mundo todo, incluindo chefes de Estado e de governo e membros da sociedade civil, para discutir a importância de mulheres e meninas estarem no centro da resposta à pandemia de COVID-19.

O evento foi presidido por Phumzile Mlambo-Ngcuka, diretora-executiva da ONU Mulheres, e Gabriela Ramos, chefa de gabinete da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O encontro também teve como objetivo identificar e priorizar medidas políticas que facilitem um caminho de recuperação mais inclusivo.

As mulheres líderes (lista completa abaixo), variando de chefas de Estado e de governo, incluindo presidenta, primeira-ministra e vice-presidenta, a membros da sociedade civil, lideranças de movimentos mundiais de mulheres e ativistas jovens, representaram as vozes de mulheres de vários setores para compartilhar seus conselhos com base em sua experiência anterior e durante a crise.

As líderes concordaram que garantir a igualdade de gênero e os direitos das mulheres é essencial para superar essa pandemia, recuperar-se mais rapidamente e construir um futuro melhor. Elas instaram os governos e todas as partes interessadas a colocar mulheres e meninas no centro de seus esforços e posicionar a liderança e as contribuições das mulheres no centro dos esforços de resposta, resiliência e recuperação da COVID-19.

Considerando a escassez de vozes das mulheres em todas as esferas de tomada de decisão, incluindo na crise, a mesa-redonda serviu para apresentar as medidas necessárias para evitar que esta se torne um grande revés para a segurança e o bem-estar de meninas e mulheres em todo o mundo.

Durante a reunião, Phumzile Mlambo-Ngcuka disse: “um dos aspectos mais devastadores dessa pandemia é o modo como a violência contra as mulheres, incluindo a violência doméstica, aumentou muito em muitos países”.

“Todos os governos devem declarar serviços para prevenir e responder à violência contra as mulheres como essenciais. Isso inclui linhas de apoio e abrigos. Eles não devem apenas receber a atenção e o financiamento de que precisam agora, mas esses recursos devem continuar após a pandemia. Além disso, os pacotes de estímulo socioeconômico devem incluir disposições especiais para mulheres. ”

Gabriela Ramos disse: “em um mundo desigual, uma crise de saúde como a que enfrentamos hoje fere desproporcionalmente as mulheres”. “As mulheres assumem a maioria dos trabalhos de assistência, remunerados e não remunerados, representando 70% da força de trabalho da área de saúde em todo o mundo e 95% da força de trabalho de longo prazo em toda a OCDE.”

“Elas estão arriscando suas vidas, mas seus salários, situação, reconhecimento social e visibilidade são limitados. Além disso, as mulheres estão potencialmente super expostas a essas consequências econômicas, pois estão super-representadas na economia informal sem proteção social adequada.”

“Essencialmente, enfrentamos duas opções ao responder a esta crise: podemos permitir que esses impactos desproporcionais exacerbem as desigualdades existentes ou podemos garantir uma incorporação de uma forte lente de gênero nos esforços de resposta e recuperação para emergir mais forte – e nossa escolha é óbvia. O mundo pós-COVID-19 nunca mais será o mesmo, e cabe a todas as pessoas garantir que as mulheres se saiam melhor.”

Participantes:

Chefa de Estado e Representantes de Governo

– C.E. Sahle-Work Zewde, presidenta da Etiópia

– C.E. Katrín Jakobsdóttir, primeira-ministra da Islândia e presidentado Conselho das Mulheres Líderes Mundiais

– C.E. Marta Lucia Ramírez, vice-presidenta da Colômbia

– Marlène Schiappa, ministra de Estado da Igualdade de Gênero e Luta contra a Discriminação

– Nadine Gasman, presidenta da Inmujeres México

Representantes da Sociedade Civil

– Anne-Birgitte Albrectsen, CEO da Plan International

– Hibaaq Osman, presidenta, The Think Tank para Mulheres Árabes, El Karama, The Dignity Fund

– Jaha Dukureh, fundadora da Safe Hands for Girls e embaixadora regional da Boa Vontade da ONU Mulheres

– Michelle Nunn, presidenta e CEO da Care USA

– Roopa Dhatt, presidenta da Women in Global Health

– Salam Al-Nukta, Líder Jovem e membra da Força-Tarefa da Juventude de Pequim +25

– Shantel Marekera, Líder Jovem e membra da Força-Tarefa da Juventude de Pequim +25

– Tarana Burke, fundadora do movimento #MeToo

Organizações intergovernamentais e filantropia

– Aya Chebbi, enviada para Juventude da União Africana

– Bineta Diop, enviada especial da União Africana para Mulheres, Paz e Segurança

– Gabriela Cuevas Barron, presidenta da União Interparlamentar

– Helena Dalli, comissária Europeia para a Igualdade

– Jayathma Wickramanayake, enviada da ONU para a Juventude

– Kalpana Kochhar, diretora do Fundo Monetário Internacional

– Natalia Kanem, diretora executiva do UNFPA

– Silvana Koch-Mehrin, presidenta da Women Political Leaders

– Stefania Giannini, diretora geral adjunta de Educação da UNESCO

As participantes da mesa-redonda identificaram as principais áreas de ação:

Sistemas de saúde e assistência médica: As mulheres representam 70% da força de trabalho global no setor de saúde, mas estão concentradas em cargos de nível e salários inferiores. Durante essa crise, as trabalhadoras da área da saúde têm intensificado e ampliado suas jornadas, respondendo aos efeitos imediatos dessa crise.

– Garantir condições de trabalho adequadas para as e os profissionais de saúde, incluindo fornecimento adequado de equipamentos de proteção, remuneração e liderança iguais e horas de trabalho razoáveis.

– Garantir que as necessidades das mulheres sejam levadas em consideração tanto como trabalhadoras quanto como pacientes, bem como financiamento adequado para os problemas de saúde das mulheres e os direitos sexuais e reprodutivos.

Impacto econômico: A contenção e o bloqueio (lockdown) são vitais para salvar vidas, mas estão tendo um impacto terrível no bem-estar econômico das pessoas em todo o mundo.

Estima-se que 2,7 bilhões de trabalhadoras e trabalhadores, ou cerca de 81% da força de trabalho do mundo, sejam atualmente afetadas por medidas de bloqueio. Mulheres com responsabilidades de cuidado, trabalhadoras e trabalhadores informais, famílias de baixa renda e jovens estão sob pressão particular.

– Garantir proteção social adequada para as mulheres que enfrentam riscos em seus empregos e renda. Essa proteção social deve assumir a forma de subsídios para as trabalhadoras que enfrentam demissões, mediação para adiar o pagamento de serviços públicos e aluguel, e suspender os despejos, aumentando o acesso à proteção dos serviços de saúde.

– Garantir apoio social adequado para as mulheres que participam do trabalho informal, incluindo a ampliação do acesso a benefícios de desemprego para trabalhadoras não padronizadas e informais.

– Apoiar a juventude que enfrenta perdas de emprego durante esse período e provavelmente enfrentará desafios de emprego após a crise. Garantir o acesso a oportunidades de aprendizado e qualificação digital, bem como ferramentas digitais para conectar jovens com oportunidades de emprego.

– Prestar apoio às trabalhadoras com responsabilidades de assistência ou de cuidado, acesso a instalações de cuidados infantis para trabalhadoras essenciais, promover acordos de trabalho flexíveis, subsídios financeiros para as empregadoras e empregadores que fornecem licença remunerada.

– Incentivar as empresas a realizar a devida diligência sobre os impactos adversos reais e potenciais sobre as mulheres nas cadeias de suprimentos.

Violência de gênero: Antes da crise, mais de 1 em cada 3 mulheres haviam sofrido violência física e/ ou sexual. Desde a crise, essas taxas aumentaram. Certos países tiveram um aumento de mais de 30% de chamadas nas linhas de apoio. Os serviços de suporte seguem trabalhando para atender as mulheres.

– Integrar esforços para prevenir e responder a todas as formas de violência contra as mulheres nos planos de resposta da COVID-19;

– Designar abrigos de violência doméstica como serviços essenciais e aumentar os recursos para eles e para os grupos da sociedade civil na linha de frente da resposta;

– Designar espaços seguros para as mulheres denunciarem abusos sem alertar os autores, inclusive on-line;

– Intensificar campanhas de conscientização, inclusive visando homens em casa.

Mulheres, paz e segurança e ajuda humanitária: Os efeitos desproporcionais dessa crise nas mulheres como trabalhadoras da saúde e cuidadoras são amplificados nos contextos dos países em desenvolvimento. Além disso, os orçamentos de ajuda estão ameaçados, pois os governos dos países doadores investem pesadamente em medidas para proteger as suas próprias populações.

– Garantir a liderança das mulheres nas respostas humanitárias e nas áreas de conflito.

– Garantir acesso a serviços básicos para os grupos mais marginalizados de mulheres, incluindo mulheres rurais indígenas, refugiadas e migrantes.

– Realizar trabalho de assistência humanitária de acordo com os padrões para acabar com a exploração, abuso e assédio sexual.

Para obter mais informações e análises sobre os impactos de gênero da Covid-19, consulte o Brief de Políticas da OCDE: Mulheres no centro da luta contra a crise da Covid-19 e o Brief de Políticas da ONU: O impacto da Covid-19 nas mulheres.

 

UNESCO lança publicação com orientações sobre práticas educacionais abertas durante a pandemia

Posted: 26 May 2020 10:27 AM PDT

Foto: UNESCO

Em resposta aos atuais desafios causados pela ampla interrupção da educação devido à pandemia da COVID-19, que afeta 1,57 bilhão de estudantes em 191 países, o Instituto Internacional para Tecnologias da Informação na Educação (IITE) da UNESCO, em Moscou, e o Centro de Categoria 2 da UNESCO, o Centro Internacional de Treinamento e Pesquisa para Educação Rural (INRULED), lançaram a publicação “Guidance on Open Educational Practices during COVID-19 pandemic”.

Essa publicação é motivada e inspirada pelas Recomendações Sobre Recursos Educacionais Abertos (REA) da UNESCO e tem como objetivo mostrar as implicações do uso de Práticas Educacionais Abertas (PEA) nos resultados da aprendizagem. Em particular, ela descreve, por meio de exemplos ilustrativos, abordagens inovadoras para o uso dos recursos e práticas educacionais abertas em todo o mundo durante o surto da COVID-19.

Essas experiências estão alinhadas com cinco áreas da Recomendação sobre REA da UNESCO, a saber: (i) capacitação das partes interessadas para acessar, usar, adaptar e redistribuir REA; (ii) desenvolvimento de políticas de apoio; (iii) incentivo a REA de qualidade, inclusivos e equitativos; (iv) fomento à criação de modelos de sustentabilidade para REA; e (v) facilitação da cooperação internacional.

Além disso, a publicação apoia a chamada de ação conjunta de apoio à aprendizagem e ao compartilhamento de conhecimento por meio de REA (Joint Call for Action Supporting Learning and Knowledge Sharing through OER), coassinada pelo diretor-geral adjunto de Comunicação e Informação da UNESCO, Moez Chakchouk, e pela diretora-geral adjunta de Educação, também da UNESCO, Stefania Giannini. Essa chamada destaca que é necessária uma ação conjunta para administrar os desafios desta e de futuras crises e pandemias para os estudantes, bem como para estabelecer as bases de uma integração sistemática das melhores práticas para aumentar o compartilhamento de conhecimento para o futuro da aprendizagem pós-COVID-19, com o objetivo de construir sociedades do conhecimento inclusivas, sustentáveis e resilientes.

Para mais informações, entre em contato com T. Zhan, diretor do IITE t.zhan@unesco.org.

 

VÍDEO: Como a natureza nos protege de pandemias?

Posted: 26 May 2020 09:59 AM PDT

Acompanhe o tema clicando aqui.

 

Empresas pedem atenção ao clima nos planos governamentais de recuperação da COVID-19

Posted: 26 May 2020 08:20 AM PDT

Empresários pedem que líderes de governo planejem uma economia verde na reconstrução pós COVID-19. Foto: Singkham / Pexels

Empresários pedem que líderes de governo planejem uma economia verde na reconstrução pós COVID-19. Foto: Singkham / Pexels

O Pacto Global da ONU, a iniciativa Science Based Targets (Metas baseadas na ciência), e a coalizão We Mean Business reuniram mais de 150 empresas que pedem que os líderes mundiais incluam ações climáticas ousadas no planejamento dos esforços de recuperação da COVID-19. Juntas, estas empresas empregam 5 milhões de pessoas em 33 países – incluindo o Brasil – e movimentam um mercado de 2,4 trilhões de dólares.

Os dirigentes das empresas assinaram o documento “Unindo Negócios e Governos para se Recuperar Melhor”, onde fazem o apelo aos líderes mundiais, lembrando que “a saúde humana depende da saúde do planeta”. Para eles, uma ação climática ambiciosa é mais necessária do que nunca.

“Enfrentamos uma pandemia global que devasta as pessoas e seus meios de vida, interrompendo as cadeias de suprimentos, aprofundando gravemente as desigualdades e desfazendo progressos nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Ao mesmo tempo, continuamos a enfrentar uma emergência climática global com impactos irreversíveis para as pessoas e todos os sistemas naturais que nos sustentam”, diz o documento. Para os empresários, as crises são interconectadas e é preciso enfrentar ambas.

Os signatários se comprometem a alcançar uma economia de carbono zero e pedem que os governos priorizem uma transição mais rápida e justa para uma economia verde, “alinhando políticas e planos de recuperação com a mais recente ciência do clima”.

Clique aqui para ler o documento e conhecer as empresas – inclusive as brasileiras – que o assinam.

Informações para a imprensa:

Matthew Hunter
UN Global Compact
+1 (631)-829-4275
media@unglobalcompact.org

 

 

Hackathon virtual reúne 82 propostas de transformação social diante da pandemia

Posted: 26 May 2020 08:13 AM PDT

Foto: PNUD

A maratona virtual de desenvolvimento HACKCOVID19, realizada entre 15 e 17 de maio, reuniu 983 participantes para pensarem soluções tecnológicas para os problemas impostos pela pandemia da COVID-19. Ao fim do hackathon, 82 propostas de soluções tecnológicas foram enviadas por brasileiros e estrangeiros residentes em diversas partes do mundo. Os participantes puderam se envolver de duas formas: como “hackers” para desenvolver um projeto em equipe; ou como ativadores para propor desafios.

As soluções propostas serão avaliadas, até o final deste mês, por uma equipe diversa de jurados e os participantes concorrerão a três prêmios “Cientistas pela Vida” na categoria geral e a um prêmio na categoria computacional.

O HACKCOVID19 é um hackathon, ou seja, uma maratona de programação em que desenvolvedores – às vezes chamados de “hackers” – se reúnem para trabalhar em códigos, discutir ideias e criar projetos com objetivos comuns. A iniciativa é do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), com apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

A coordenadora da unidade de Paz e Governança do PNUD, Moema Freire, afirmou que o HACKOVID19 foi importante para o engajamento da população na construção de soluções inovadoras para os desafios de resposta e recuperação à pandemia. “Esperamos que os projetos desenvolvidos possam gerar resultados muito em breve para a sociedade, contribuindo para o desenvolvimento do país”.

O evento

Durante os dias que antecederam a “maratona”, houve uma programação de palestras e discussões nas quais diferentes atores abordaram os problemas enfrentados no momento de pandemia. De fake news a virologia, de modelagens matemáticas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), as palestras tiveram a proposta de motivar os “hackers” a definir os problemas que abordariam ao iniciar o desenvolvimento das aplicações. Nessa
etapa, o PNUD colaborou facilitando a discussão sobre desafios à economia e ao desenvolvimento gerados pela pandemia.

“Foi uma etapa importante, para dar destaque ao que a sociedade trouxe como relevante, assim, os hackers puderam focar no que é útil para a comunidade”, explicou o organizador do HACKCOVID19 Marcelo Albuquerque.

Segundo Marcelo Albuquerque, os critérios para selecionar os projetos vencedores são criatividade, aplicabilidade, pitch (apresentação aos investidores) e disrruptividade da inovação (quão moderna e nova ela é). “A tecnologia, por si só, não significa nada. Para significar, ela tem que ser inserida na vida das pessoas. Ela só tem sentido se as pessoas passarem a usá-la, tiverem acesso a ela. No Brasil, devido à desigualdade, esse é um desafio ainda maior – esse hackathon quer que a tecnolgia, com significado, chegue ao maior público possível”, concluiu.

Veja abaixo a entrevista com Marcelo Albuquerque, um dos organizadores do HACKCOVID19

PNUD: Como surgiu a iniciativa de promover um evento como o HACKCOVID19?

Em março de 2020, dois pesquisadores do CBPF, ao perceberem como a Alemanha estava reagindo bem ao enfrentamento da pandemia, propuseram que poderíamos fazer um movimento semelhante para mobilizar a sociedade brasileira para desenvolver aplicativos capazes de resolver demandas sociais com o apoio de pesquisadores. Mobilizamos diversas instituições e pesquisadores relevantes para convidar a sociedade a identificar e divulgar suas principais demandas de viés científico e, assim, auxiliar os desenvolvedores a conhecerem as demandas da comunidade. Com esse objetivo, em primeiro lugar, o evento chamou a sociedade, fez um “esquenta”, com pessoas de diferentes áreas: social, médica, virologia, entre outras, para que cada um desses atores falasse sobre como vêem os problemas nessa fase de pandemia. Desse modo, foi possível formar conceitos e iniciar o desenvolvimento das aplicações.

PNUD: Como um evento como o Hackovid contribui para promover os ODS?

A equipe do PNUD Brasil fez uma palestra, durante os preparativos do evento, abordando questões como a maturidade científica e a contribuição que as instituições de pesquisa podem dar para o desenvolvimento sustentável. A ciência é uma metodologia, uma forma de raciocinar em torno de um problema. O papel da ciência, neste momento, é nos trazer possibilidades de raciocínio mais concreto: trazer os problemas da sociedade e usar o método científico para produzir respostas. Esse é um momento de melhorar o acesso aos conhecimentos, de trazer para discussão os conceitos científicos, entender o papel que a ciência tem para buscar soluções. Nas palestras, foram abordados temas como a modelagem matemática, o uso de dados e outros conceitos que a ciência está trabalhando diretamente. A partir disso, pensamos: como isso pode ser aplicado para a solução de problemas mais imediatos?

PNUD: Como foi a experiência de promover um evento de forma totalmente virtual?

No começo de abril, ainda estávamos discutindo se faríamos o evento e, um mês depois, ele estava acontecendo. Tinha que ser feito agora! Foi uma maratona fazer um evento tão grandioso, com 983 participantes em um mês. Recebemos 225 demandas gerais da sociedade, que foram organizadas e selecionadas. Entre elas: como posso saber se alguém está infectado com o vírus? Como combater fake news? Como posso testar rapidamente e descobrir se uma pessoa está infectada? Como posso promover a interação entre comunidades? Como saber se um idoso saiu de casa? Dentre elas, mais de 155 demandas eram da área da saúde.

PNUD: Como será a etapa de avaliação das candidaturas?

A comissão será composta por um membro indicado pelas instituições que organizaram o evento e uma das instituições apoiadoras, compondo o todo com diferentes olhares. Teremos duas categorias de prêmio, uma geral (com três vencedores) e uma na área computacional (com um vencedor). O nome da premiação é “Cientistas pela Vida”, e o resultado deve ser divulgado até 31 de maio. Os critérios de julgamento são: criatividade do projeto, como aplicar dentro da realidade que existe, apresentação do pitch – como fala do investidor –, a disruptividade da inovação e a viabilidade para transformar o que foi feito em algo tecnológico.

PNUD: Qual o papel da tecnologia para promover a transformação social?

O acesso à tecnologia é o grande desafio da sociedade moderna. A tecnologia, por si só, não significa nada. Para significar, ela tem que ser inserida na vida das pessoas. Ela só tem sentido se as pessoas passarem a usá-la, tiverem acesso a ela. No Brasil, devido à desigualdade, esse é um desafio ainda maior – esse hackathon quer que a tecnolgia, com significado, chegue ao maior público possível. Sou um grande defensor da ciência e da tecnologia para que a vida das pessoas seja melhor. Isso permite que a gente passe pela pandemia de uma forma melhor. A ciência é um debate constante, um debate transparente, não é uma resposta fechada.

 

Especialistas discutem desafios da assistência social no contexto da COVID-19

Posted: 26 May 2020 08:05 AM PDT

O Sistema Único de Assistência Social (Suas) é um sistema público que organiza os serviços de assistência social no Brasil. Com um modelo de gestão participativa, ele articula os esforços e os recursos dos três níveis de governo, isto é, municípios, estados e a União.

No contexto de pandemia de COVID-19, as políticas de assistência social se mostram essenciais, tendo em vista que a população mais vulnerável se torna a mais atingida.

Nesta quinta edição da série de webinários População e Desenvolvimento em Debate, especialistas discutirão sobre os desafios da assistência social no contexto da COVID-19.

A série de webinários População e Desenvolvimento em debate busca promover a discussão entre academia, governo e sociedade civil sobre temas emergentes na Agenda de População e Desenvolvimento no contexto atual.

Assista a transmissão do webinário no canal do UNFPA Brasil no Youtube: https://youtu.be/2YKC78G3-iw

Caso queira receber o certificado de participação e ter acesso às apresentações do webinário, inscreva-se em: https://bit.ly/3cT30bz

Serviço

Webinário “Os desafios da assistência social no contexto da COVID-19”
Dia: 27/05/2020
Horário: 15h às 16h30
Local: Youtube UNFPA Brasil

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VOCÊ JÁ OUVIU O PODCAST “FALA, UNFPA”?

O Fundo de População das Nações Unidas no Brasil lançou o podcast “Fala, UNFPA” que aborda temas como saúde sexual e reprodutiva, equidade de gênero, raça e etnia, população e desenvolvimento, juventude, cooperação entre países do hemisfério sul e assistência humanitária. Tudo isso, claro, a partir de uma perspectiva de direitos humanos. Saiba mais clicando aqui.

 

Economista queniana é nomeada diretora-executiva do Pacto Global das Nações Unidas

Posted: 26 May 2020 07:51 AM PDT

Lise Kingo (esquerda) com Sanda Ojiambo em setembro de 2018 em Nova Iorque. Foto: Pacto Global

Lise Kingo (esquerda) com Sanda Ojiambo em setembro de 2018 em Nova Iorque. Foto: Pacto Global

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, anunciou na sexta-feira (22) a nomeação da economista queniana Sanda Ojiambo como diretora-executiva do Pacto Global.

Segunda mulher a ser nomeada para o cargo, ela sucederá Lise Kingo, da Dinamarca, elogiada pelo secretário-geral por sua dedicação e liderança estratégica à frente da organização, e por sua contribuição para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Sanda Ojiambo, que assume o cargo em 17 de junho, traz 20 anos de experiência para liderar o Pacto Global na mobilização de empresas para o alcance dos ODS.

Desde 2010, ela ocupa a posição de chefe de negócios sustentáveis e impacto social da empresa de telecomunicações Safaricom Plc (Quênia).

Também foi gerente sênior das Fundações Safaricom e MPESA, de 2008 a 2010, período durante o qual liderou a implementação de várias parcerias público-privadas entre Safaricom e organizações da ONU.

Ao longo de sua carreira, cultivou e gerenciou relacionamentos com entidades comerciais importantes e organizações da sociedade civil, incluindo seu trabalho de desenvolvimento de capacidades na Somália com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a CARE Internacional.

Ojiambo possui mestrado em Políticas Públicas pela Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, e bacharelado em Economia e Desenvolvimento Internacional pela McGill University, Canadá.

Lise Kingo, que anunciou no final do ano passado que deixaria o cargo de diretora-executiva após cinco anos, felicitou a nomeação do secretário-geral. “Fico feliz em entregar o bastão a uma líder tão forte do Sul Global para levar o Pacto Global da ONU à sua próxima fase.”

“Tenho imensa confiança de que a experiência, a integridade profunda e a visão inspiradora de Sanda promoverão impacto e acelerarão nossos esforços de mobilizar um movimento de empresas sustentáveis para criar o mundo que queremos”, disse ela.

Kingo passará o bastão para a próxima diretora-executiva em 16 de junho na Cúpula Global de Líderes (Leader’s Summit) do Pacto Global, que comemora os 20 anos da iniciativa com o lema “Unindo Negócios por um Mundo Melhor”.

A cúpula reunirá virtualmente as principais vozes de empresas, governo, Organização das Nações Unidas, sociedade civil e academia para uma conversa de 26 horas sobre como podemos reconstruir economias e sociedades mais inclusivas para estabelecer um novo caminho para uma sociedade justa, com economia de baixo carbono e um mundo resiliente ao clima, onde ninguém ficará para trás.

Lançado em julho de 2000, o Pacto Global é uma iniciativa do secretário-geral da ONU que apela ao alinhamento das operações e estratégias de negócios aos Dez Princípios universais nas áreas de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e anticorrupção, e motiva empresas a integrar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) em suas operações e estratégias de negócios.

Com mais de 10 mil participantes empresariais e 3 mil não empresariais em mais de 160 países e 68 redes locais, é a maior iniciativa de sustentabilidade corporativa do mundo.

Endossado pelos principais executivos, o Pacto Global oferece orientações práticas para o desenvolvimento, implementação de políticas e ações de sustentabilidade, engajando as empresas e compartilhando a responsabilidade de alcançar um mundo melhor.

 

VÍDEO: 5 razões pelas quais a pandemia afeta mais as/os jovens no mercado de trabalho

Posted: 25 May 2020 02:59 PM PDT

Saiba mais clicando aqui.

 

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