Boletim diário da ONU Brasil: “ONU Brasil lembra 50 anos da Batalha de Stonewall, a origem do orgulho LGBTI” e 18 outros.
ONU Brasil Cancelar inscrição
|
|
sex, 28 de jun 18:15 (há 2 dias)
| |
|
|
| |
Posted: 28 Jun 2019 01:47 PM PDT
Coordenador-residente do Sistema ONU no Brasil, Niky Fabiancic (ao centro), celebra Dia do Orgulho LGBTI com funcionárias e funcionários das Nações Unidas no país. Foto: UNFPA
No dia em que o levante de Stonewall completou 50 anos, o coordenador-residente do Sistema ONU no Brasil, Niky Fabiancic, assim como funcionárias e funcionários da Organização no país, lembraram em Brasília (DF) o Dia do Orgulho LGBTI (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Pessoas Trans e Intersexo) com a Campanha Livres & Iguais.
Em 28 de junho de 1969, uma série de manifestações violentas e espontâneas de membros da comunidade LGBTI contra uma invasão da polícia de Nova Iorque ao bar Stonewall Inn, em Manhattan, marcou simbolicamente o início do movimento, que tem demandado reconhecimento e direitos em todo o mundo.
A bandeira arco-íris, símbolo da luta por direitos das populações LGBTI, foi hasteada na Casa da ONU em Brasília, como uma forma de demonstrar o apoio das Nações Unidas ao Dia do Orgulho LGBTI, reafirmando o respeito à diversidade de orientação sexual, identidade ou expressão de gênero e características sexuais no ambiente de trabalho.
Em 1970, ocorreu a primeira parada do orgulho LGBTI. Hoje, as paradas e marchas acontecem em quase todos países e em muitas cidades do Brasil ao longo do ano.
A ONU Brasil lembra que, nos últimos 50 anos, houve avanços no que diz respeito à garantia de direitos para a comunidade LGBTI. No entanto, a perseguição, a discriminação e a violência contra essas pessoas continuam em muitos países.
Assista ao vídeo da Campanha Livres & Iguais:
Sobre a Campanha Livres & Iguais
A Livres & Iguais é a campanha das Nações Unidas pela promoção da igualdade de direitos de pessoas LGBTI. O projeto é uma iniciativa inédita e global do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH).
A campanha é motivada pelo reconhecimento de que a orientação sexual e a identidade de gênero atuam como fatores que estruturam desigualdades sociais e afetam negativamente a realização plena dos direitos humanos das pessoas LGBTI.
A Campanha Livres & Iguais tem por objetivo promover a conscientização sobre a violência e a discriminação homofóbica e transfóbica e impulsionar um maior respeito pelos direitos das pessoas LGBTI, em todos os lugares do mundo.
Implementada no Brasil em 2014, a iniciativa possui parcerias com órgãos governamentais e privados, contando com Daniela e Malu Mercury, a cantora Liniker e o cantor Johnny Hooker como seus Campeões da Igualdade.
Saiba mais sobre os projetos desenvolvidos para a população trans no âmbito da campanha Livres & Iguais clicando aqui.
Padrões de conduta LGBTI para empresas no Brasil
Em setembro de 2017, o ACNUDH lançou os Padrões de Conduta para Empresas no enfrentamento à discriminação contra pessoas LGBTI.
Atualmente, mais de 300 empresas do mundo todo manifestaram publicamente apoio à iniciativa — o Brasil está em terceiro lugar em número de empresas apoiadoras.
Os Padrões de Conduta indicam que corporações devem empreender esforços para eliminar toda forma de discriminação LGBTIfóbica — dentro e fora das empresas.
Preconceito e abusos de direitos humanos devem ser combatidos durante o recrutamento, contratação e em todo o ambiente corporativo.
As empresas devem eliminar ações discriminatórias no que tange a benefícios e ao respeito à privacidade dos empregados.
Baseados em normas e boas práticas reconhecidas internacionalmente, os Padrões de Conduta foram elaborados após um ano de reuniões consultivas regionais, com representantes de empresas e da sociedade civil de Europa, África, Ásia e Américas.
As diretrizes oferecem às empresas de pequeno, médio e grande porte — nacionais e multinacionais — orientações sobre como respeitar os direitos da população LGBTI. Entre essas orientações, estão cinco compromissos básicos:
• SEMPRE: Respeitar os direitos humanos de funcionários, clientes e membros da comunidade LGBTI; • NO LOCAL DE TRABALHO: Acabar com a discriminação contra funcionários LGBTI e apoiá-los no ambiente de trabalho; • NO MERCADO: Não discriminar clientes, fornecedores e distribuidores LGBTI, além de insistir que seus parceiros de negócios também não discriminem; • NA COMUNIDADE: Defender os direitos humanos de pessoas LGBTI nas comunidades onde realizam seus negócios;
Clique aqui para saber mais sobre os Padrões de Conduta.
As Nações Unidas têm uma iniciativa global desenvolvida e pensada por seus funcionárixs LGBTI — a UN Globe.
Trata-se de um grupo que representa a comunidade LGBTIQ+ dentro do Sistema ONU e promove debates e recomendações para todas agências, fundos e escritórios da ONU para eliminar homofobia, lesbofobia, bifobia, transfobia e intersexofobia.
Saiba mais em: http://www.unglobe.org/
|
Posted: 28 Jun 2019 01:15 PM PDT
Militares, representantes da ONU, diplomatas e civis estiveram presentes no evento no Palácio Itamaraty (RJ). Foto: UNIC Rio/Arthur Bomfim
Em comemoração ao Dia Internacional dos Trabalhadores das Forças de Paz da ONU (29 de maio), o Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio) e instituições parceiras reuniram no Palácio Itamaraty, no Rio de Janeiro (RJ), brasileiros que integraram missões da Organização e especialistas em manutenção da paz.
O evento homenageou os soldados que servem sob a bandeira das Nações Unidas. Os chamados capacetes-azuis da Organização são militares que ajudam a levar a paz e a estabilidade a regiões do mundo afetadas por guerras. Esses profissionais atuam em funções que vão desde a prevenção de conflitos até a proteção de civis nos territórios em crise, contribuindo assim com a manutenção da paz.
Niky Fabiancic, coordenador-residente da ONU no Brasil, destacou a importância deste trabalho para a proteção das populações mais vulneráveis. “Este é um dia muito especial para reconhecer o trabalho dos militares, policiais e civis, dos brasileiros que participam nas missões de paz. Desde 1956, quando ocorreu a primeira missão (de) que o Brasil participou, no canal de Suez, a participação brasileira nas Forças de Paz da ONU se mantém crescente e muito importante”, disse o dirigente.
A comemoração na capital fluminense foi organizada pelo UNIC Rio, Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil (CCOPAB), Centro de Instrução Almirante Sylvio de Camargo (CIASC) e Rede Brasileira de Pesquisa sobre Operações de Paz (REBRAPAZ). O evento contou com uma apresentação da Banda Sinfônica do Corpo dos Fuzileiros Navais do Rio de Janeiro.
Mulheres em missões de paz
O evento destacou a atuação de militares mulheres nas missões de paz da ONU. As brasileiras Marcia Andrade Braga, capitão de corveta da Marinha do Brasil e ganhadora do prêmio da ONU sobre igualdade de gênero em missões de paz, e Andréa Firmo, tenente-coronel do Exército Brasileiro, compartilharam suas experiências como “peacekeepers” (soldados da paz) nas missões da ONU na República Centro-Africana (MINUSCA) e para o Referendo no Saara Ocidental (MINURSO), respectivamente.
A ONU avalia a presença de mulheres nas missões de paz como fundamental para a garantia de melhores resultados. A participação dessas oficiais traz uma perspectiva de gênero para as ações militares, além de fortalecer a presença feminina em cargos ainda lidos socialmente como masculinos.
Na República Centro-Africana, a capitão Marcia atuou como assessora militar de gênero e ajudou a construir uma rede de assessores treinados para lidar com questões de gênero dentro das unidades da missão.
“Ter mulheres em linhas de frente, como patrulhas e atividades mais operativas, traz efetividade para as operações militares. A partir do momento que tenho grupos mistos, homens e mulheres, eu consigo interagir melhor com a comunidade local. Consigo obter informações dos diferentes grupos (homens, mulheres, meninas e meninos) e empregá-las nas ações militares de planejamento. Ou seja, consigo mapear as áreas que são mais sensíveis e os grupos que são mais vulneráveis”, destacou a capitão.
A tenente-coronel Andréa Firmo foi a primeira mulher a assumir o cargo de comandante de uma base militar da MINURSO. Na função de observadora militar, era responsável pelo monitoramento dos grupos mais vulneráveis, como mulheres e crianças.
“Como observadora militar, eu era engajada com a causa da proteção do civil. Numa missão, pode haver uma barreira de aproximação difícil de ser quebrada quando você está de uniforme, mas (com) a exposição como mulher, a troca fica mais possibilitada”, aponta a militar.
Clique para exibir o slide.
Dia Internacional dos Trabalhadores de Paz da ONU
O Dia Internacional dos Trabalhadores das Forças de Paz é uma oportunidade de prestar tributo à contribuição dos milhares de militares e civis que servem nas missões. A data também é uma ocasião para homenagear os mais de 3,8 mil capacetes-azuis que perderam suas vidas enquanto trabalhavam sob a bandeira da ONU desde 1948.
Atualmente, existem 14 missões de paz em quatro continentes, sendo que oito reúnem mais de 90% dos profissionais das forças de paz — em Abyei e Darfur (Sudão), República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Haiti, Líbano, Mali e Sudão do Sul.
A primeira missão de paz foi estabelecida em 29 de maio de 1948, quando o Conselho de Segurança da ONU autorizou o deslocamento de um pequeno número de observadores militares para o Oriente Médio, com o objetivo de monitorar o acordo de armistício entre Israel e os países árabes. Desde então, mais de 1 milhão de homens e mulheres já serviram em 72 missões de paz, protegendo os mais vulneráveis e salvando vidas.
|
Posted: 28 Jun 2019 01:09 PM PDT
Ativistas protestam contra a tortura em frente ao presídio central de Mogadíscio, na Somália. Foto: ONU/Tobin Jones
Enquanto a proibição da tortura é “absoluta, sob quaisquer circunstâncias”, o secretário-geral da ONU, António Guterres, lamentou na quarta-feira (26) o fato de “esse princípio ser violado todos os dias” em prisões, centros de detenções, delegacias, instituições psiquiátricas e outros lugares no mundo todo.
A declaração fez parte de sua mensagem para o Dia Internacional em Apoio às Vítimas de Tortura, que descreveu esse crime como uma perversa tentativa de obrigar uma pessoa a fazer o que não quer.
As Nações Unidas há tempos condenam a tortura como um dos atos mais perversos perpetrados pela humanidade, à medida que busca “aniquilar a personalidade da vítima” e nega sua dignidade inerente. Apesar da proibição absoluta sob a lei internacional, torturas continuam ocorrendo em todas as regiões do mundo e o ato é frequentemente usado sob o argumento da segurança nacional e fronteiriça.
Além disso, suas consequências frequentemente vão além de atos isolados em um indivíduo; podendo ser transmitidas por gerações, levando a ciclos de violência e vingança.
Atualmente ratificada por 166 Estados, o chefe da ONU disse estar “encorajado de que estamos seguindo em direção à ratificação universal da Convenção das Nações Unidas contra Tortura”, que alinha leis e práticas nacionais para levar a proibição da tortura da teoria para a prática.
“Tortura normalmente acontece a portas fechadas”, disse Guterres. “Logo, é crucial que mecanismos internacionais independentes e nacionais de direitos humanos abram essas portas”.
Ele explicou que o Subcomitê da ONU para Prevenção da Tortura “faz exatamente isso”, visitando prisões e outras instituições e entrevistando detidos, autoridades e equipes médicas todos os anos, em parceria com mecanismos nacionais de prevenção.
“Em todo o nosso trabalho, precisamos apoiar vítimas e garantir respeito ao direito à reabilitação e resposta”, enfatizou Guterres, destacando que “esta abordagem centrada na vítima guia o Fundo Voluntário da ONU para as Vítimas de Tortura”. O fundo ajuda quase 50 mil vítimas anualmente, em cerca de 80 países.
Além disso, ele afirmou que esse mecanismo também ajudou no entendimento das diferentes dimensões da tortura, incluindo o uso de violência sexual e com base em gênero, e a assistência específica de que cada sobrevivente precisa.
“Neste Dia Interacional em Apoio às Vítimas de Tortura, insto todos os Estados a acabarem com a impunidade para perpetradores e erradicarem estes atos condenáveis que desafiam nossa humanidade comum”.
|
Posted: 28 Jun 2019 12:51 PM PDT
Clique para exibir o slide.A chocante imagem de um migrante da América Central e de sua filha pequena afogados nas margens do rio na fronteira entre México e Estados Unidos continua gerando fortes reações, a mais recente delas da chefe do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
“A foto de partir o coração mostrando os corpos sem vida da pequena salvadorenha Valeria e de seu pai, Oscar, na margem do Rio Grande, é um duro lembrete dos perigos enfrentados por migrantes que tentam chegar aos EUA”, disse Henrietta Fore. “É uma imagem dura que deveria perturbar todos nós”.
Em pedido para que países de origem, trânsito e destino aumentem a proteção de migrantes vulneráveis, a diretora-executiva do UNICEF alertou sobre as condições dos abrigos governamentais na fronteira entre EUA e México.
Segundo Fore, estes centros causam danos duradouros em jovens que precisam de ajuda.
“Estresse tóxico” em centros de detenção causa danos irreparáveis
“Relatos recentes vindos de alguns desses centros são sombrios”, afirmou. “Crianças não deveriam estar em ambientes inseguros, que podem causar estresse tóxico e danos irreparáveis à saúde e ao desenvolvimento”.
Segundo Fore, “é difícil entender o que está acontecendo em um país com uma história tão rica de defesa das crianças em necessidade no mundo todo, especialmente aquelas que foram retiradas de suas casas e de comunidades por conta de crises”.
As declarações foram feitas depois da renúncia na terça-feira (25) do chefe interino da agência de proteção fronteiriça dos EUA, em meio a relatos de que crianças migrantes não tinham suas necessidades básicas atendidas, incluindo sabonetes e escovas de dente, em um centro no Texas.
Violência e pobreza nos fizeram fugir, dizem detidos no México
Descrevendo seu encontro nesta semana com famílias migrantes da América Central em um abrigo em Tijuana, no México, Fore explicou que alguns dos jovens ficaram traumatizados por eventos nos países de origem ou durante a rota na fronteira com os EUA.
“Ninguém queria deixar seus países, mas todos sentiam que não tinham escolha por conta da ameaça de violência de gangues ou da pobreza opressora. Esta é uma situação dura, que exige ação urgente e financiamento para fornecer às crianças e às famílias os serviços essenciais e apoio”.
Embora o UNICEF esteja trabalhando para dar às crianças migrantes melhor acesso a proteção, educação e outros serviços, “onde quer que estejam”, Fore instou autoridades nacionais a seguirem o exemplo, para garantir direitos, proteção, bem-estar e dignidade.
“Nenhum país consegue fazer isso sozinho”, afirmou. “Responder às causas da migração forçada e às necessidades de crianças deslocadas exige sério comprometimento e recursos”.
Presidente da Assembleia Geral destaca Pacto Global para a Migração
Comentando a trágica morte de pai e filha no Rio Grande, a presidente da Assembleia Geral, María Fernanda Espinosa, disse que “não podemos ter mais pessoas morrendo porque decidem migrar”.
Espinosa disse a jornalistas em Nova Iorque que “isso é precisamente o porquê de Estados terem se juntado e criado o Pacto Global para a Migração”. “Essa é a razão de termos fortes diretrizes internacionais para os direitos humanos. Pessoas em movimento são seres humanos e, como tais, precisam ter seus direitos fundamentais respeitados”.
Se os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) forem alcançados, “será o maior serviço e a maior estratégia preventiva à migração perigosa e insegura”, disse ela. Segundo Espinosa, o Pacto, formalmente endossado pela Assembleia Geral em dezembro, cria “um panorama para a migração ordenada, segura e regular”.
|
Posted: 28 Jun 2019 11:40 AM PDT
Apesar do avanço nas últimas décadas, a participação das mulheres no mercado de trabalho permanece inferior à dos homens na maior parte dos países. Foto: Agência Brasil
Um grupo de especialistas das Nações Unidas instou na quarta-feira (26) governos e empresas a adotarem medidas transformadoras para eliminar a discriminação contra mulheres e meninas, além de alcançar igualdade de gênero substancial no contexto de atividades empresariais.
Em novo relatório ao Conselho de Direitos Humanos, os especialistas propuseram diretrizes para Estados e empresas considerarem ao implementar os Princípios Guia das Nações Unidas sobre Empresas e Direitos Humanos.
“Em todas as regiões do mundo, mulheres e meninas não vivenciam apenas impactos adversos de atividades empresariais de forma diferente e desproporcional, mas também enfrentam barreiras na busca por soluções eficazes para responder a tais impactos”, disse a presidente do Grupo de Trabalho sobre Empresas e Direitos Humanos, Surya Deva.
“Contudo, tanto Estados quanto empresas estão na maior parte ignorando esses impactos diferenciados por gênero. Isso precisa mudar em favor de uma abordagem sensível ao tema”.
Os especialistas destacaram desafios relacionados a empresas e enfrentados por mulheres: elas estão sub-representadas em posições de gestão sênior e são mais afetadas pela mudança climática.
As mulheres lidam mais com trabalhos de cuidados (de crianças e idosos), enfrentam discriminação por gravidez e maternidade e enfrentam assédio sexual em todas as esferas da vida.
Além disso, o marketing de produtos e serviços perpetua estereótipos de gênero e objetifica os corpos delas. Mulheres defensoras dos direitos humanos também enfrentam riscos adicionais ao desafiar violações cometidas por empresas.
“Embora existam avanços positivos em colocar o tema do gênero em destaque nos negócios e no campo dos direitos humanos, governos e empresas precisam ir além da ‘representação simbólica’ e adotar medidas concretas para garantir mudanças sistemáticas às estruturas de poder discriminatórias, às normas sociais e aos ambientes hostis que são barreiras ao acesso igual de direitos humanos por parte de mulheres e meninas em todas as esferas”, disseram os especialistas.
O relatório do Grupo de Trabalho — que tem mandato para promover a disseminação e a implementação dos Princípios Guia — fornece diretrizes específicas sobre gênero para cada um dos 31 princípios. O relatório também lista medidas que governos e empresas devem adotar para integrar uma perspectiva de gênero na implementação de suas obrigações e responsabilidades com direitos humanos sob os Princípios Guia.
O documento do Grupo de Trabalho também enfatiza que governos e empresas devem garantir participação significativa de mulheres e organizações femininas em seus esforços para conquistar acesso igual de direitos humanos.
Segundo Deva, “Estados e empresas também precisam reconhecer que mulheres e meninas não são um grupo homogêneo, conforme sofrem com múltiplas formas de discriminação”.
“Empresas não vão respeitar direitos humanos de meninas e mulheres a não ser que contribuam para alcançar igualdade de gênero significativa.”
O relatório do Grupo de Trabalho segue um processo de engajamento de dois anos com uma série de envolvidos no mundo todo. O grupo também está compilando exemplos de boas práticas sobre como Estados e empresas estão respondendo à discriminação de gênero.
Além de Deva, o grupo é composto por mais quatro especialistas independentes, de representação geográfica equilibrada. Os membros atuais são: Elżbieta Karska, Githu Muigai, Dante Pesce e Anita Ramasastry.
|
Posted: 28 Jun 2019 10:39 AM PDT
Líderes da cúpula do G20 em Osaka, no Japão. Foto: G20 Osaka Summit 2019
O encontro anual do G20, grupo das 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia, começou nesta sexta-feira (28) em Osaka, no Japão, em meio ao que o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, descreveu como “um momento de altas tensões políticas”.
“Temos o aquecimento global, mas também temos o aquecimento político global, e isso pode estar relacionado a conflitos comerciais e tecnológicos, a situações em diversas partes do mundo, como no Golfo”, disse Guterres a jornalistas, antes de discursar à cúpula. Ele se referia aos recentes ataques a petroleiros em torno do Estreito de Ormuz e do Golfo do Omã.
A respeito das “incertezas sobre a economia global”, Guterres destacou conflitos comerciais, altos índices de dívidas, mercados financeiros possivelmente instáveis e o risco de desaceleração do crescimento mundial.
Na visão do chefe da ONU, “será muito difícil ter um avanço em relação a alguns dos desafios mais difíceis enfrentados pela comunidade internacional”.
Embora as Nações Unidas não sejam parte do G20, Guterres expressou agradecimento pela oportunidade de “falar a líderes e mostrar a eles nossas preocupações”.
“Salvar o planeta”
O secretário-geral ressaltou a urgência de responder à mudança climática como uma prioridade. Ilustrando um cenário de “ondas de calor na Europa, seca na África, tempestades acontecendo também na África e no Caribe” e a “multiplicação” de desastres naturais mais intensos e mais frequentes, Guterres disse que “a mudança climática está avançando mais rápido do que nós”.
“Todas as análises que podem ser feitas mostram que a situação, em termos práticos, está pior do que podíamos ter previsto e que a disposição política tem fracassado”, disse. Segundo Guterres, isto é “um paradoxo que precisa ser respondido”.
Admitindo sua crença na ciência, Guterres citou o relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC), que expressa que até o final do século 21 as temperaturas não podem ultrapassar 1,5°C. Isto se traduz em neutralidade de carbono até 2050, que exige mais ambição por parte de governo e de outros atores.
Guterres falou sobre a cúpula do clima, que será realizada em setembro em Nova Iorque, onde pedirá a líderes mundiais um maior compromisso com as ações climáticas. Os tópicos a serem abordados incluem “precificação de carbono, acabar com subsídios para combustíveis fósseis e não aceitar a ideia de uma aceleração da construção de usinas de carvão”. Segundo o chefe da ONU, estes temas são “absolutamente essenciais para salvar o planeta”.
Agenda 2030
A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável é outro desafio no qual “estamos ficando para trás”, disse.
“Se projetarmos os diferentes Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável, a evolução desde o começo até agora e até 2030, estaremos mais ou menos no meio do que a comunidade internacional determinou quando a Agenda 2030 foi aprovada”, disse.
“Países precisam fazer mais, mobilizando seus próprios recursos internos, melhorando suas governanças, reduzindo corrupção, implementando o Estado de Direito”.
Irã, China, EUA e a economia digital
Após discursar à imprensa, Guterres respondeu a uma série de perguntas, incluindo sobre tensões crescentes entre Estados Unidos e Irã. Guterres reiterou seu apoio ao Plano de Ação Conjunto e Abrangente (JCPOA, na sigla em inglês), que tem o objetivo de coibir a aquisição de armas nucleares por Teerã.
“Sempre acreditei e continuo acreditando que o JCPOA é um instrumento muito importante e um fator de estabilidade, e que será necessário preservá-lo”, afirmou. “Obviamente, é essencial desagravar a situação no Golfo” para evitar um confronto com o qual “o mundo não pode arcar”.
Quando perguntado sobre o quanto o presidente norte-americano Donald Trump é responsável por desacordos entre os líderes do G20, ele destacou a importância de diálogos entre os presidente da China e dos EUA. Segundo Guterres, o encontro entre os dois é “provavelmente o encontro bilateral mais relevante a acontecer no G20”.
Sobre economia digital, o chefe da ONU falou sobre o recém-concluído painel de alto nível para a cooperação digital, ressaltando o “grande impacto que” a cooperação – junto com a inteligência artificial – terá sobre a economia digital.
“Veremos uma destruição e uma criação massiva de empregos, mas eles serão diferentes”, disse. Para isso, é preciso “um forte compromisso” de países para garantir educação, proteção social e criação de empregos, a fim de “minimizar os impactos negativos” e “otimizar as contribuições positivas da quarta revolução industrial”.
|
Posted: 28 Jun 2019 10:21 AM PDT
Visualize o boletim também em www.nacoesunidas.org/boletim278
O número de venezuelanos deixando seu país alcançou 4 milhões, anunciou nesta sexta-feira (7) a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e a Organização Internacional para as Migrações (OIM). Globalmente, os venezuelanos são um dos maiores grupos populacionais deslocados de seu país.
O ritmo do fluxo de saída da Venezuela tem sido impressionante. De cerca de 695 mil no final de 2015, o número de refugiados e migrantes venezuelanos disparou para mais de 4 milhões até meados de 2019, segundo dados de autoridades nacionais de imigração e outras fontes. Em apenas sete meses desde novembro de 2018, o número de refugiados e migrantes aumentou 1 milhão.
Os países latino-americanos estão recebendo a vasta maioria dos venezuelanos, com a Colômbia respondendo por cerca de 1,3 milhão, seguida por Peru, com 768 mil, Chile (288 mil), Brasil (168 mil) e Argentina (130 mil). O México e os países da América Central e do Caribe também recebem um número significativo de refugiados e migrantes da Venezuela.
O campo de refugiados de Zaatari, na Jordânia, e o município de Resende, no estado do Rio de Janeiro, estão unidos por um elemento especial: o Pérolas Negras, clube de futebol da cidade.
No início de 2018, a comissão técnica do time foi a Zaatari selecionar jovens com potencial de se tornarem jogadores profissionais. Dos 150 que participaram da seleção, cinco foram escolhidos: Ahmad, Hafith, Jawdat, Omar e Quais.
Dois deles, Ahmad e Hafith, já estão inscritos oficialmente no Campeonato Carioca Série B2 Sub-20 e poderão entrar em campo já no próximo domingo (9), no estádio Alzirão, em Itaboraí, às 12h45. O Pérolas Negras enfrentará a equipe do Bela Vista. O relato é da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR).
O dicionário define: um dos significados da palavra “troca” é “transformação”. Por meio da partilha, as pessoas mudam, crescem, evoluem. Foi o que aconteceu na terceira edição do festival Rio Refugia, realizado na última quinta-feira (20), no SESC Tijuca, zona norte da cidade.
Com um público estimado em quase 4 mil visitantes, o evento para o Dia Mundial do Refugiado reuniu pessoas em situação de refúgio e brasileiros que celebraram juntos suas semelhanças e compartilharam experiências por meio da arte e da gastronomia.
O objetivo do Rio Refugia, organizado por Programa de Atendimento a Refugiados (PARES) da Cáritas RJ, SESC RJ, Abraço Cultural e feira Chega Junto, com o apoio da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), é valorizar os talentos das pessoas refugiadas e chamar atenção para os desafios que elas enfrentam, como a integração econômica e social.
|
|
|
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário