Boletim diário da ONU Brasil: “Doenças transmissíveis pela comida matam 420 mil pessoas por ano no mundo, diz ONU” e 14 outros.
ONU Brasil Cancelar inscrição
|
|
qui, 6 de jun 17:55 (há 15 horas)
| |
|
|
| |
Posted: 06 Jun 2019 01:38 PM PDT
Refeitório na base de Langley da Força Aérea dos Estados Unidos. Foto: Força Aérea dos EUA/Jarad A. Denton
Doenças transmissíveis por alimentos têm o mesmo impacto para a saúde pública que problemas como malária, tuberculose e AIDS, alerta uma especialista da ONU neste 7 de junho, Dia Mundial da Inocuidade de Alimentos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), todos os anos, pelo menos 600 mil pessoas no mundo caem doentes e 420 mil morrem após ingerirem comida contaminada.
“A maioria das pessoas passa muito pouco tempo pensando na inocuidade dos alimentos, a não ser que haja uma crise ou um escândalo de algum tipo. No entanto, com a exceção do ar que respiramos e da água que bebemos, não há nada com uma importância mais direta e rotineira para cada um de nós todos os dias”, afirma Renata Clarke, subcoordenadora regional da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
O dia mundial lembrado nesta sexta-feira é fruto de uma parceria entre a agência e a OMS, com base em resolução da Assembleia Geral da ONU. Com a data, observada pela primeira vez em 2019, os organismos internacionais querem conscientizar todo o planeta sobre a inocuidade dos alimentos. A proposta é provocar reflexões sobre as responsabilidades individuais no manuseio da comida e também sobre o papel das empresas e instituições nacionais da cadeia alimentícia.
Renata lembra que os efeitos no curto prazo de doenças causadas por bactérias e vírus presentes nos alimentos podem ser devastadores. Mas essas infecções têm consequências de longo prazo, como doenças crônicas de rim, transtornos neurológicos, artrite reativa e síndrome do intestino irritável.
A contaminação da comida por substâncias químicas também gera preocupações graves, de acordo com a especialista. O componente aflatoxin – o mais potente agente cancerígeno conhecido – é um poluente comum em alimentos como milho e amendoim, quando os produtos são manuseados e armazenados de forma inadequada.
Renata explica que a OMS já estimou que o impacto das infecções transmissíveis por comida tem a mesma magnitude que a malária, tuberculose e AIDS.
A especialista ressaltou ainda outros riscos de saúde pública associados à contaminação alimentar, mas nem sempre conhecidos pelo público em geral.
“As mudanças climáticas estão tendo um impacto na ocorrência desses contaminantes químicos e microbiológicos, ao mesmo tempo em que outros contaminantes ambientais, como metais pesados (por exemplo, mercúrio e chumbo) e poluentes orgânicos persistentes, (vindos) da atividade industrial, também podem chegar à cadeia alimentícia, afetando negativamente a saúde dos consumidores”, aponta Renata.
No início deste ano, o Banco Mundial divulgou um relatório onde afirma que a comida contaminada custa mais de 100 bilhões de dólares por ano a países de renda baixa e média, devido a perdas de produtividade. O investimento inadequado na inocuidade dos alimentos é, portanto, não apenas um problema de saúde pública, mas uma importante questão econômica.
O que você pode fazer para evitar a contaminação
Em casa, hábitos inadequados podem ser responsáveis por uma ampla proporção de surtos de doenças transmissíveis por alimentos. Práticas comuns, mas que devem ser abandonadas, incluem: deixar alimentos cozidos fora da geladeira por mais de duas horas; usar a mesma tábua de cortar para preparar carnes e vegetais; e descongelar carne fora da geladeira, em vez fazer isso dentro do aparelho.
Segundo a ONU, é importante que os consumidores protejam a si mesmos e as suas famílias em casa e também por meio de escolhas seguras na hora de procurar vendedores de alimentos e restaurantes. Indivíduos devem optar por estabelecimentos e comerciantes que seguem boas práticas de higiene.
Realidade caribenha
No Caribe, a maioria dos suprimentos alimentícios é importada. Por causa disso, consumidores dependem amplamente de um sistema “invisível” de controle, operado por produtores e governos que precisam manter esses alimentos seguros.
A confiança pública pode ficar fragilizada se as autoridades competentes nacionais não se comunicam de forma consistente e eficaz sobre os programas implementados para combater infecções alimentícias. Quando ocorrem contaminações, todos perdem – consumidores sentem-se vulneráveis, autoridades nacionais perdem credibilidade e as empresas perdem dinheiro.
A FAO aponta para a necessidade de medidas de compartilhamento transparente de informação. Segundo a agência, também é preciso uma vigilância e monitoramento contínuos dos sistemas alimentares.
Karen Polson-Edwards, assessora de Determinantes Climáticos e Ambientais de Saúde da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) em Barbados e no leste do Caribe, explica que “o agente mais comum que causa surtos de doenças transmissíveis por comida no Caribe é o norovírus, que é altamente contagioso e pode afetar todos”.
“Os sintomas são diarreia, vômito e dor estomacal, que às vezes vêm acompanhados de outros sintomas, como febre e dores de cabeça”, completa a especialista.
|
Posted: 06 Jun 2019 12:48 PM PDT
Baskut Tuncak, relator especial da ONU sobre direitos humanos e substâncias e resíduos tóxicos. Foto: UN Web TV
Estados precisam acabar com o comércio ilegal e antiético de combustíveis extremamente tóxicos entre a Europa e a África, disse um especialista em direitos humanos das Nações Unidas no Dia Mundial do Meio Ambiente. A data, lembrada na quarta-feira (5), tem como tema este ano a poluição do ar.
Baskut Tuncak, relator especial da ONU sobre direitos humanos e substâncias e resíduos tóxicos, disse que empresas sediadas na Europa continuam exportando para a África combustíveis que contêm altos níveis de enxofre e outras substâncias tóxicas e que não teriam venda permitida nos países de origem.
“Estima-se que o chamado ‘diesel sujo’ mate milhares de pessoas na África todos os anos, o que pode chegar a 31 mil mortes prematuras e incontáveis agravantes à saúde até 2030 se não houver resposta”, disse.
“Esta exploração de padrões de proteção mais baixos na África não é apenas imoral e antiética, mas também criminosa em certas circunstâncias e precisa acabar. A Europa e a África precisam encontrar urgentemente um caminho para transição para combustíveis mais limpos e menos tóxicos”, destacou.
Sob a lei internacional, é crime exportar substâncias, incluindo combustíveis, que sejam proibidas ou não tenham registros em países que são partes da Convenção de Bamako. Vinte e sete Estados africanos ratificaram a Convenção.
Estas exportações sem restrições de combustíveis mortais para a África acontecem “frente à repetida aceitação do setor privado de sua responsabilidade de prevenir e mitigar impactos aos direitos humanos”, disse o relator especial. Segundo ele, o caso ilustra a necessidade de Estados fazerem com que empresas tenham diligência devida em direitos humanos e levem em conta os riscos por exposição à poluição tóxica.
“Governos europeus e de outras regiões não podem continuar virando as costas para esta prática repugnante de exportar substâncias proibidas para países com menores padrões de proteção”, disse.
“Estados precisam garantir que empresas em sua jurisdição respeitem os direitos humanos de todos, incluindo o direito de respirar ar limpo”.
|
Posted: 06 Jun 2019 12:14 PM PDT
Mãe e recém-nascido em maternidade de Ulaanbaatar, na Mongólia. Foto: UNICEF/Jan Zammit
Mulheres grávidas estão colocando suas vidas e as de seus bebês em risco por conta dos custos de saúde “catastróficos” e proibitivos, afirmou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), na segunda-feira (3).
Em novo relatório destacando que poucas grávidas pobres têm acesso a médicos, enfermeiros ou parteiros quando mais precisam, o UNICEF afirmou que mais de 800 mulheres morrem diariamente de complicações, enquanto outras mães sobrevivem com desfechos “debilitantes”.
Ao menos 7.000 casos envolvendo natimortos acontecem diariamente – metade sendo de bebês que estavam vivos quando o trabalho de parto começou. Além disso, 7 mil bebês também morrem no primeiro mês de vida todos os dias, segundo o UNICEF.
“Para famílias demais os custos totais do nascimento podem ser catastróficos. Se uma família não arca com estes custos, as consequências podem ser até mesmo fatais”, disse a diretora-executiva do UNICEF, Henrietta Fore. “Quando famílias pegam atalhos para reduzir os custos da assistência à saúde materna, tanto mães quanto filhos sofrem”.
Mais de 5 milhões de famílias em África, Ásia, América Latina e Caribe gastam ao menos 40% de suas despesas domésticas não alimentares para o ano inteiro apenas em serviços de saúde materna, de acordo com o Fundo.
Aproximadamente 1,9 milhão destas famílias está na África, enquanto cerca de 3 milhões estão na Ásia. Em comparação com a maioria dos países ricos, onde um assistente de parto qualificado está presente em quase todos os partos, o número cai significativamente em países menos desenvolvidos, segundo o relatório.
Estes Estados incluem Somália (9,4%) e Sudão do Sul (19,4%), junto a Madagascar (44,3%), Papua Nova Guiné (53%), Afeganistão (58,8%) e Mianmar (60,2%), com base em dados de 2013 a 2018.
Dentro de países, a diferença também é acentuada entre mulheres que podem pagar por ajuda e as que não podem. No sul da Ásia, por exemplo, mulheres mais ricas recebem quatro ou mais visitas de cuidados pré-natais do que mulheres de famílias mais pobres.
No que diz respeito às mulheres que dão à luz em uma instalação especializada, a diferença entre as mulheres mais ricas e mais pobres é mais que o dobro na África Central e Ocidental.
“Embora a cobertura global de assistência especializada ao parto tenha mostrado crescimentos acentuados nos anos recentes, grandes lacunas na cobertura entre países persistem”, afirmou o UNICEF em comunicado.
De acordo com dados do Fundo, de 2010 a 2017, o número de funcionários da área da saúde aumentou em muitos países. No entanto, este aumento foi “mínimo” nos países em desenvolvimento, onde níveis de mortalidade materna e neonatal são os mais altos.
Por exemplo, de 2010 a 2017, a cobertura aumentou de quatro para cinco funcionários da área da saúde para cada 10 mil pessoas em Moçambique, e de três para nove na Etiópia. A Noruega, por exemplo, passou de 213 para 228 no mesmo período.
“Médicos, enfermeiros e parteiros desempenham uma função crítica para salvar mães, ainda assim milhões de nascimentos acontecem todos os anos sem um assistente especializado”, afirmou o UNICEF.
Focando no acesso desigual a assistência emergencial ao redor do mundo, a agência da ONU destacou o valor de uma cesárea, que pode salvar vidas.
Em torno de 30 milhões de cesáreas foram realizadas em todo o mundo em 2015, quase o dobro em relação a 2000. A preponderância na América Latina e no Caribe, no entanto – 44% de todos os nascimentos em 2015 –, foi mais de 10 vezes maior que na África Central e Ocidental.
“Esta porcentagem baixa de cesáreas na África Central e Ocidental é alarmante, sugerindo uma falta extrema de acesso a esta intervenção que pode salvar vidas”, alertou o UNICEF. O relatório também destaca que complicações relacionadas à gravidez são a principal causa de morte entre meninas de 15 a 19 anos em todo o mundo.
Como ainda são adolescentes em fase de crescimento, noivas-crianças correm mais riscos de complicações se ficarem grávidas. O relatório indica que é menos provável que recebam assistência médica adequada enquanto estão grávidas ou deem à luz em uma instalação adequada, em comparação com mulheres que se casaram adultas.
Em Chade, Camarões e Gâmbia, mais de 60% das mulheres que agora têm entre 20 e 24 anos e que se casaram antes de completar 15 anos têm três ou mais filhos. O número é bem acima dos 10% de mulheres da mesma idade que se casaram adultas.
Apesar das preocupações, a agência da ONU afirmou que, no geral, o número de mulheres e meninas que morrem anualmente de problemas relacionadas à gravidez e ao parto caiu mais de 40% nos últimos 20 anos, de 532 mil em 1990 para 303 mil em 2015.
|
Posted: 06 Jun 2019 12:12 PM PDT
Bandeira do orgulho trans hasteada em São Francisco, nos Estados Unidos. Foto: Flickr (CC)/torbakhopper
A Organização Mundial da Saúde ( OMS) removeu da sua classificação oficial de doenças, a CID-11, o chamado “transtorno de identidade de gênero”, definição que considerava como doença mental a situação de pessoas trans – indivíduos que não se identificam com o gênero que lhes foi atribuído no nascimento.
Em 25 de maio, a OMS aprovou uma resolução para remover o “transtorno de identidade de gênero” da CID-11 e criou um novo capítulo no documento, dedicado à saúde sexual. A transexualidade foi incluída nessa nova seção da publicação. A decisão foi celebrada por especialistas das áreas de saúde pública e direitos humanos.
“Esperamos que esta reclassificação impacte positivamente a percepção errada de que algumas formas de diversidade de gênero são patologias ou doenças e que isto facilite o acesso a uma melhor assistência de saúde”, disseram Victor Madrigal-Borloz, especialista independente das Nações Unidas sobre proteção contra a violência e discriminação com base em orientação sexual e identidade de gênero, e Dainius Pῡras, relator especial da ONU sobre o direito à saúde.
Os analistas elogiaram o “grande avanço” representado pela decisão da OMS. A dupla também pediu para países revisarem suas classificações médicas e adotarem sólidas medidas proativas, a fim de eliminar o estigma social associado à diversidade de gênero.
Ainda de acordo com os especialistas, negar a existência da diversidade ou de estilos de vida leva à violência, incluindo o chamado “estupro corretivo” e a “terapia de conversão”. O apagamento da diferença, na visão de Madrigal-Borloz e Pῡras, também está na raiz de tratamentos e procedimentos forçados, coercitivos e involuntários, feitos para “normalizar” a atração sexual e os corpos humanos.
“É hora de o mundo reconhecer e celebrar a rica diversidade da natureza humana”, concluíram.
Nova classificação
A coordenadora do Departamento de Saúde Reprodutiva e Pesquisas da OMS, Lale Say, explicou que a nova classificação da CID sobre pessoas trans – incluída no área de sexualidade e não mais na de transtornos mentais – é chamada “incongruência de gênero”.
Segundo a especialista, a alteração aconteceu porque a agência de saúde da ONU teve um “melhor entendimento de que isto não é realmente um problema de saúde mental”. A decisão reflete avanços críticos na ciência e na medicina.
Para Lale, a reclassificação vai reduzir o estigma, ao mesmo tempo em que garantirá o acesso a intervenções de saúde necessárias.
A incongruência de gênero pode ser descrita como um sentimento de angústia vivenciado quando a identidade de uma pessoa entra em conflito com o gênero que lhe foi atribuído no nascimento.
A nova categorização da OMS vai ajudar a diminuir a discriminação, uma grande barreira que impede o acesso a serviços de prevenção, testagem e tratamento para o HIV.
A importância da CID e a saúde pública
A OMS define a sua classificação internacional de doenças como “o alicerce para estatísticas de saúde”. Dados precisos e claros, por sua vez, podem compor “verdadeiros retratos do bem-estar de um país”, acrescenta o organismo.
A partir da CID, governos elaboram indicadores e pesquisas que formam a base para quase todas as decisões de saúde tomadas atualmente.
“Os códigos (de doenças e questões de saúde) da CID podem ter enorme importância financeira, à medida que são usados para determinar onde é melhor investir recursos cada vez mais escassos”, explica a OMS.
|
Posted: 06 Jun 2019 11:59 AM PDT
Clique para exibir o slide.A alimentação escolar vinculada à agricultura local não serve só para alimentar crianças, mas também para promover inclusão social e econômica em áreas rurais e para garantir acesso a alimentos a populações que sofrem com a insegurança alimentar.
Essa foi a principal mensagem do Centro de Excelência contra a Fome — fruto de uma parceria entre governo brasileiro e Programa Mundial de Alimentos (PMA) das Nações Unidas — aos 130 participantes do Seminário Global de Alimentação Escolar, em Roma. O evento reuniu equipes do PMA em 70 países para discutir a estratégia institucional para impulsionar a alimentação escolar.
O Centro de Excelência participou de sessão sobre alimentação escolar vinculada à agricultura local e destacou a importância de integrar agricultores familiares aos programas de alimentação escolar e as diferentes maneiras de fazer isso.
A última vez que o PMA tinha realizado uma reunião global sobre alimentação tinha sido em 2011. O PMA está no processo de desenhar uma nova estratégia de alimentação escolar para aprimorar e ampliar iniciativas de alimentação escolar e para promover o desenvolvimento de capacidades nos países parceiros.
A estratégia vai contribuir para o desenvolvimento infantil nos primeiros 8 mil dias de vida. Vai também posicionar o PMA para prestar assistência aos governos na criação e implementação de programas nacionais de alimentação escolar que sejam multissetoriais e contribuam para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
E 14 a 16 de maio, os participantes discutiram o componente nutricional dos programas de alimentação escolar, a ampliação desses programas e o papel da alimentação escolar em contextos de emergências.
Eles também falaram sobre a oportunidade de proteção social que a alimentação escolar representa e sua contribuição para os ODS, inclusive igualdade de gênero. As implicações da nova estratégia para o trabalho nos países, as diferentes formas de engajar governos e doadores e o fortalecimento de capacidades também estiveram entre os temas discutidos.
|
Posted: 06 Jun 2019 11:57 AM PDT
Um dos objetivos do seminário foi capacitar os técnicos para a preparação a eventuais emergências de febre aftosa. Foto: OPAS
Em São Paulo (SP), o Centro Pan-Americano de Febre Aftosa ( PANAFTOSA), vinculado à Organização Mundial da Saúde (OMS), promove em julho e agosto uma capacitação sobre o diagnóstico molecular de vírus causadores de doenças vesiculares em animais. A instituição convida laboratórios de referência dos países das Américas a participar da formação.
O curso terá o apoio do Instituto Biológico de São Paulo (IBSP), onde serão realizadas as aulas. O treinamento acontece entre 22 de julho e 2 de agosto.
O objetivo da iniciativa é capacitar equipes de saúde em exames de biologia molecular. Essas análises são feitas para detectar e tipificar o vírus da febre aftosa. Os testes também podem mapear os agentes causadores de outras doenças, que muitas vezes são confundidas com a febre aftosa.
O PANAFTOSA vai priorizar a participação de profissionais envolvidos diretamente na realização desse tipo de exame. Para mais informações, entre em contato com o centro pelo telefone +55 21 3661-9083.
O Instituto Biológico de São Paulo fica localizado na Avenida Conselheiro Rodrigues Alvez, 1252, na Vila Mariana, em São Paulo.
|
Posted: 06 Jun 2019 11:04 AM PDT
Scott Warren trabalhava como voluntário para a organização No More Deaths. Foto: No More Deaths
Especialistas em direitos humanos das Nações Unidas expressaram na quinta-feira (5) sérias preocupações com acusações criminais apresentadas contra Scott Warren, um cidadão dos Estados Unidos que trabalha para uma organização que fornece água e ajuda médica para migrantes no deserto do Arizona. O julgamento de Warren começou em 29 de maio deste ano e ele pode ser condenado a até 20 anos de prisão.
“Fornecer ajuda humanitária não é um crime. Instamos autoridades dos Estados Unidos a derrubarem imediatamente todas as acusações contra Scott Warren”, disseram os especialistas.
Warren, de 36 anos, mora na cidade desértica de Ajo, no Arizona, onde ajudou a criar a organização No More Deaths, que fornece assistência humanitária ao longo das rotas de migração. Durante os últimos dez anos, ele ajudou migrantes e solicitantes a refúgio que tentavam cruzar a fronteira entre Arizona e México através do deserto de Sonora.
Agentes de controle da fronteira prenderam o defensor de direitos humanos em 17 de janeiro de 2018 no “Celeiro”, um abrigo humanitário no deserto de Sonora, enquanto ele fornecia assistência para dois migrantes sem documentos.
A prisão aconteceu horas depois da divulgação de um relatório da No More Deaths, que documentava a participação de agentes de controle da fronteira na destruição sistemática de suprimentos humanitários, incluindo armazéns de água. O documento também denunciava assédios, intimidações e vigilância contra agentes humanitários.
Warren enfrenta duas acusações por abrigar migrantes e uma por “conspirar para transportar e abrigar” migrantes.
O Arizona é palco de um dos corredores migratórios mais mortais na fronteira dos EUA, representando mais de um terço das mais de 7 mil mortes na fronteira registradas por autoridades norte-americanas nas duas últimas décadas. Os números reais são possivelmente maiores, à medida que os corpos de muitos que morreram não foram recuperados.
“O trabalho humanitário legítimo e vital de Scott Warren e da No More Deaths sustenta o direito à vida e previne mortes de migrantes e solicitantes a refúgio na fronteira EUA-México”, disseram os especialistas.
Segundo eles, os processos contra Scott Warren representam um agravamento inaceitável de padrões existentes que “criminalizam defensores dos direitos humanos nas rotas de caravanas de migrantes”. Os especialistas estão em contato com autoridades norte-americanas sobre o assunto.
Os especialistas que assinaram o comunicado são: Michel Forst, relator especial sobre a situação de defensores dos direitos humanos; Felipe González Morales, relator especial sobre os direitos humanos de migrantes; Agnes Callamard, relatora especial sobre execuções extrajudiciais, sumárias ou arbitrárias.
O documento também foi assinado por Clément Nyaletsossi Voulé, relator especial sobre os direitos à assembleia e associação pacíficas; Dainius Puras, relator especial sobre o direito à Saúde; e Maria Grazia Giammarinaro, relatora especial sobre tráfico de pessoas, especialmente mulheres e crianças.
|
Posted: 06 Jun 2019 10:49 AM PDT
Clique para exibir o slide.Aos 32 anos, Bidal Abraham já teve que fugir de sua casa no Sudão do Sul três vezes. Em cada uma delas, conseguiu chegar de forma segura ao país vizinho, Uganda. E nas viagens, notou que havia cada vez menos árvores no caminho.
“A primeira vez que vim, existiam muitas árvores. A segunda vez, de alguma forma, tinham menos. Da terceira vez, árvores estavam escassas”, disse.
Bidal não podia parar a guerra que deixou para trás, mas podia plantar árvores e cuidar da terra que o recebeu, assim como seus colegas refugiados.
“Plantar árvores é importante porque árvores são vida”, ele explica. “Elas podem fornecer sombra para nós e para os animais e mais oxigênio para o ar que respiramos. Cortamos árvores para fazer lenha e é importante que plantemos constantemente para que, se algum dia voltarmos para o Sudão do Sul, podemos deixar esse local como o encontramos”.
À medida em que as árvores crescem, elas amenizam a mudança climática ao absorver dióxido de carbono do ar, armazenando carbono nas árvores e no solo e liberando oxigênio na atmosfera. Uma árvore pode absorver mais de 21 quilos de dióxido de carbono por ano e pode sequestrar uma tonelada de dióxido de carbono no momento em que atinge 40 anos de idade.
“Precisamos plantar árvores para substituir as que cortamos para carvão e para construir nossos abrigos”, disse Bidal. “Eu sempre falo com as pessoas (sobre plantar árvores). Se você fala com 100 pessoas em um dia, as que captam a mensagem positivamente são poucas. Mas não desistimos, nós continuamos”.
A fuga mais recente de Bidal ocorreu em maio de 2018, quando os combates irromperam em sua cidade natal, Yei. Ele cruzou a fronteira com sua esposa grávida e sua filha e se estabeleceu em um pequeno terreno em Omugo Extension, uma área de 5,4 quilômetros quadrados que abriga cerca de 30 mil refugiados na região norte do Nilo, no norte da Uganda. Uma vez coberto de árvores e mato, o assentamento agora é usado em grande parte para residências e áreas agrícolas.
Atualmente, Uganda abriga 1,2 milhão de refugiados. Eles têm acesso à terra para que possam construir uma casa e cultivar os próprios alimentos. Tanto os refugiados quanto a comunidade local usam lenha para as necessidades cotidianas, como cozinhar. Além disso, centenas de milhares de novos refugiados precisam de madeira para construir abrigos. As atividades afetaram o meio ambiente e a tensão sobre os recursos naturais estava aumentando.
“Há algumas pessoas na comunidade que apenas vão até o mato e cortam árvores”, diz Bidal. “A comunidade que nos acolheu se sente preocupada e às vezes nos confrontamos”.
A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e seus parceiros encorajam os refugiados a plantar mudas de árvores no perímetro de suas terras. Algumas serão cortados, mas outros sobreviverão à medida que formas alternativas de energia se tornarem mais disponíveis para os refugiados e as comunidades de acolhida.
“Sem árvores não haverá paz”, explica Asiku Dalili, um oficial de projeto da Iniciativa Rural para o Empoderamento da Comunidade (RICE) que trabalha com o ACNUR para implementar atividades de reflorestamento e reduzir as tensões decorrentes da competição por recursos.
“Mesmo antes dos refugiados, já haviam desafios ambientais aqui e a comunidade estava lidando com muitos problemas”, diz Asiku, acrescentando que havia problemas como as queimadas, o desflorestamento e a venda de carvão.
“Porque eles precisam sobreviver, você não pode persegui-los, eles precisam usar a lenha, eles precisam usar o solo, eles precisam usar os recursos hídricos”.
O ACNUR também apoia viveiros de árvores dentro dos campos, a distribuição de mudas para refugiados e comunidades de acolhida e a educação sobre os benefícios do reflorestamento.
Além disso, o ACNUR está trabalhando com o governo de Uganda para produzir 8,4 milhões de mudas de árvores este ano e restaurar centenas de hectares de árvores dentro de reservas e plantações.
Mais de 1,1 milhão de árvores foram plantadas em quatro campos na região do Nilo Ocidental desde 2017, mas apenas 55% sobreviveram ao clima severo e à condições variáveis do solo.
Todas as manhãs, Bidal rega as pequenas mudas que plantou em torno de sua casa e se orgulha de vê-las crescer. Sua paixão é importante.
“Me lembro que da segunda vez que estive em Uganda, encontrei as árvores que eu mesmo plantei. Alguém está vivendo lá agora, essa é a sua casa”, acrescenta ele com satisfação.
|
Posted: 06 Jun 2019 10:26 AM PDT
Especialista em violência de gênero do UNFPA, Patrícia Melo, foi quem ministrou a oficina. Foto: Divulgação
A prevenção e o combate à exploração sexual e abuso de crianças e adolescentes foi o tema de uma oficina ministrada pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) no fim de maio (29) a 53 pessoas envolvidas com o trabalho de assistência humanitária em Roraima.
Participaram equipes do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), da Visão Mundial e do Instituto Pirilampos que atuam dentro de cinco abrigos da Operação Acolhida, responsável pelas pessoas venezuelanas migrantes e refugiadas que chegam ao estado.
O objetivo da oficina foi capacitar educadores, assistentes, supervisores e coordenadores sobre como reconhecer uma situação de abuso e, em casos em que existe o flagrante, como proceder. As orientações foram fornecidas pela especialista em Violência de Gênero do UNFPA, Patrícia Melo.
“A ideia é que todas as pessoas envolvidas na força-tarefa logística humanitária sejam conhecedoras, defensoras e cumpridoras dos princípios ONU no que diz respeito a essa problemática, e saibam quais caminhos que devem ser seguidos em casos de evidências”, explica a especialista.
Por meio de seu programa de Assistência Humanitária, o UNFPA está presente em Roraima desde 2017. Entre 2018 e 2019, oficinas semelhantes sobre abuso e exploração sexual, conhecidas como PSEA, foram ministradas a 1.605 pessoas, principalmente militares, que atuam em Roraima por meio da Operação Acolhida, que coordena a resposta do país nesta questão.
Patrícia Melo explica que, no caso das equipes que atuam diretamente com crianças e adolescentes dentro dos abrigos, a orientação foi um pouco mais ampla.
“Discutimos qual era o papel de cada ator diante das evidências e no combate a casos de exploração sexual e abuso. Foram feitas atividades utilizando estudos de casos. Os presentes refletiram sobre casos reais, que podem ocorrer nos abrigos e demais espaços, onde vivem pessoas migrantes em situação de extrema vulnerabilidade.”
“Foi feito um chamamento para que todos se enxerguem como protetores de crianças e adolescentes. No Sistema ONU, o UNFPA tem a responsabilidade de promover a proteção nos casos de violência sexual e violência baseada em gênero e ajuda a disseminar informação para todos que atuam nos abrigos”, observa.
|
Posted: 06 Jun 2019 09:12 AM PDT
Jackeline Lozada quer estudar artes em uma faculdade brasileira. Foto: UNFPA/Fabiane Guimarães
Em Boa Vista, Roraima, uma colorida pintura toma conta do muro do Centro de Convivência e Atendimento Psicossocial para refugiados e migrantes venezuelanos. Na obra, uma mulher indígena carrega as bandeiras da Venezuela e do Brasil e recebe os recém-chegados com uma mensagem de acolhimento e amizade.
A artista por trás do painel saiu das fileiras de pessoas beneficiárias do centro: Jackeline Lozada, de 25 anos, trabalhou no mural enquanto estava grávida. Ela deu à luz uma menina poucas semanas após receber a equipe de reportagem do Fundo de População das Nações Unidas ( UNFPA).
Jackeline deixou a cidade de Puerto Ordaz com seu companheiro em setembro de 2018. Na ocasião, estava grávida de pouco mais de quatro meses e enfrentou sangramentos e um quadro de infecção urinária. Com auxílio do UNFPA, foi encaminhada à rede pública de saúde local.
“Algumas pessoas disseram que eu ia perder o meu bebê se saísse da Venezuela, mas eu sabia que não. No começo, depois que cheguei, eu quis voltar para o meu país, eu e meu esposo temos uma boa casa lá, mas infelizmente agora temos que pensar muito. Lá, não tenho as coisas de que preciso para o meu bebê”, afirma.
O pai de Jackeline e parte de sua família já estavam estabelecidos no Brasil há algum tempo no momento da chegada de Jackeline. O casal precisou procurar auxílio da Operação Acolhida, coordenada pelas Forças Armadas brasileiras, que lideram o trabalho com refugiados e migrantes em Roraima.
Imagem: UNFPA
Cinco meses após a chegada a Boa Vista, o casal conseguiu uma vaga em um dos 11 abrigos da capital roraimense. “Pela primeira vez desde que havia chegado ao Brasil, pude dormir tranquila”, conta a artista.
Veia artística
Jackeline deu à luz uma menina. Foto: UNFPA/ Fabiane Guimarães
Na Venezuela, Jackeline costumava desenhar com grafite e produzia pequenos retratos, apenas por prazer. “Nunca estudei, foi algo que nasceu comigo”, lembra a venezuelana. Dentro do abrigo, após a doação de materiais, começou a fazer alguns quadros, sempre reproduções. As obras chamaram a atenção, tanto de voluntários e coordenadores do Fundo de População das Nações Unidas, quanto dos locais. “Me perguntaram quanto eu cobrava, mas eu não sabia. Nunca tinha vendido nada”, conta a venezuelana rindo.
Sempre com o sorriso aberto e simpático, Jackeline confessa que sentiu a responsabilidade pesar quando lhe encomendaram a pintura do muro do Centro de Convivência. “Eu nunca havia feito algo tão grande e assim, saído da minha imaginação. Sempre fiz reproduções”, explica.
O resultado do trabalho é seu maior orgulho, o símbolo de sua resiliência e criatividade, duas forças que ela nem sabia que tinha. “Agora, quero fazer uma faculdade de artes. Seria um sonho realizado”, diz a venezuelana.
O Centro de Atendimento Psicossocial
O Centro de Convivência e Atendimento Psicossocial, onde está o muro pintado por Jackeline, é um projeto mantido pelo Fundo de População das Nações Unidas e pelo Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR), com recursos da União Europeia e em parceria com o Exército da Salvação.
O espaço é uma estratégia global do UNFPA para a resposta à violência de gênero em situações de emergência. O estabelecimento também fortalece a rede local de proteção das sobreviventes de violência e de refugiados e migrantes vítimas de outras violações. Até o momento, o projeto – que tinha uma meta de 5 mil atendimentos – já dobrou essa quantidade, com 13 mil pessoas assistidas.
|
Posted: 06 Jun 2019 08:39 AM PDT
O Projeto Dove pela Autoestima (2004) ajuda os jovens a desenvolver uma relação positiva com a própria aparência. Foto: Dove
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e a marca de produtos de higiene pessoal Dove, da empresa Unilever, firmaram na quarta-feira (5) parceria de três anos com o objetivo de apoiar, até 2022, 10 milhões de jovens de Brasil, Índia e Indonésia a aumentar sua autoestima e confiança em relação a seu corpo.
A parceria fará com que Dove e UNICEF adaptem os módulos educacionais sobre autoestima e confiança corporal do Projeto Dove pela Autoestima e os incluam nos programas do UNICEF que ensinam aos jovens habilidades essenciais para a vida.
“Os jovens são alguns dos melhores defensores, criadores e pensadores, no mundo. No entanto, sentimentos de falta de poder, baixa autoestima e falta de confiança muitas vezes os impedem de falar, defender o que acreditam e alcançar seu pleno potencial”, disse a diretora-executiva do UNICEF, Henrietta Fore. “Por meio da nossa nova parceria com o Projeto Dove pela Autoestima, esperamos mudar isso”.
Esta nova parceria reúne habilidades, experiência e recursos dessas duas organizações globais, ambas líderes em seus campos de atuação.
O Projeto Dove pela Autoestima, que até agora atingiu 35 milhões de jovens, é o maior provedor de educação em autoestima e confiança corporal no mundo. O Projeto Dove pela Autoestima tem trabalhado para entender melhor os danos que a baixa autoestima pode ter para os jovens.
Em 2017, novas pesquisas do Projeto Dove pela Autoestima revelaram que sete em cada dez meninas com baixa autoestima no mundo não conseguem se auto-afirmar ou pedir ajuda na escola, porque não se sentem confiantes com sua aparência. A mesma pesquisa mostrou que oito em cada dez meninas com baixa autoestima corporal colocam sua saúde em risco, por exemplo, ao não comparecer a uma consulta médica ou ao pular refeições.
“O Projeto Dove pela Autoestima chegou a 35 milhões de jovens e estamos muito felizes em fazer uma parceria com o UNICEF para capacitar 10 milhões de jovens, especialmente meninas. Questões como a autoestima e a confiança do corpo podem ter sérias implicações para o desenvolvimento das meninas. Por isso, é fundamental que trabalhemos para abordá-las e ajudar as meninas a se tornar líderes do amanhã”, disse o CEO da Unilever, Alan Jope, empresa-mãe da Dove.
Sobre a parceria UNICEF e Unilever
A parceria entre o UNICEF e o Projeto Dove pela Autoestima é a mais recente de uma série de colaborações entre o UNICEF e a Unilever, empresa proprietária da marca Dove.
O UNICEF firmou uma parceria com as marcas Domestos, Signal, Persil e Lifebuoy, da Unilever, e também está colaborando diretamente com a empresa em várias iniciativas que promovem mudanças transformadoras para comunidades e crianças em todo o mundo.
A Dove, como marca, está empenhada em tornar uma experiência positiva de beleza universalmente acessível a todas as mulheres.
O Projeto Dove pela Autoestima (2004) ajuda os jovens a desenvolver uma relação positiva com a própria aparência, para que não sejam retidos por preocupações e ansiedades, podendo alcançar todo o seu potencial.
Trabalhando com os principais psicólogos e especialistas em imagem corporal, o Projeto fornece ferramentas e recursos educacionais comprovados e validados academicamente para pais, professores e líderes jovens em todo o mundo.
Até agora, a iniciativa afetou a vida de mais de 35 milhões de jovens em 140 países, tornando o Projeto Dove pela Autoestima o maior fornecedor de educação sobre confiança corporal no mundo. Acesse selfesteem.dove.com.
|
Posted: 06 Jun 2019 08:28 AM PDT
Segundo OPAS/OMS, é essencial evitar alimentos ultraprocessados, que estão fortemente associados a sobrepeso, obesidade e doenças crônicas não transmissíveis. Foto: EBC
Representantes de 14 países das Américas reunidos em Brasília reafirmaram na terça-feira (4) seu compromisso em combater a epidemia de obesidade infantil. Delegações expressaram interesse em prorrogar um plano da ONU sobre o tema, com vigência até 2019. Estratégia prevê medidas como a taxação de alimentos pouco saudáveis e a regulação do marketing e da rotulagem de bens alimentícios.
Em todo o mundo, o número de crianças e adolescentes obesos, com idade de cinco a 19 anos, aumentou dez vezes nas últimas quatro décadas. Em 1975, esse grupo representava menos de 1% dos jovens nessa faixa etária – o equivalente a 5 milhões de meninas e 6 milhões de meninos. Em 2016, existiam 50 milhões de meninas e 74 milhões de meninos obesos, representando, respectivamente, em torno de 6% e 8% da população total de crianças e adolescentes de acordo com o gênero.
Também em 2016, outros 213 milhões de jovens de cinco a 19 anos de idade estavam com sobrepeso.
Segundo um estudo liderado em 2017 pelo Imperial College London e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), se as tendências atuais continuarem, haverá mais crianças e adolescentes com obesidade do que com desnutrição moderada e grave até 2022.
Para enfrentar esse problema no nível regional, o Ministério da Saúde do Brasil e a Organização Pan-America da Saúde ( OPAS) – braço regional da OMS – promoveram nesta semana um encontro com representações de 14 países. Participaram oficiais do Brasil, Argentina, Belize, Bolívia, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Risca, Equador, Granada, México, Panamá, Peru e Uruguai, além de membros da academia e sociedade civil.
As delegações reiteraram a importância do Plano de Ação da OPAS para a Prevenção da Obesidade em Crianças e Adolescentes 2014-2019. Os representantes nacionais também indicaram que uma extensão da estratégia favoreceria a implementação de ações que requerem mais tempo para serem concretizadas.
O plano apresenta cinco linhas de atuação, incluindo atenção primária à saúde e promoção do aleitamento materno e da alimentação saudável, a melhoria dos ambientes de nutrição e da atividade física escolar, políticas fiscais e regulamentação do marketing e da rotulagem de alimentos.
De acordo com Fábio Gomes, assessor regional de Nutrição e Atividade Física da OPAS, vários países das Américas estão buscando formas de estimar o impacto de medidas regulatórias na redução de doenças crônicas não transmissíveis.
“Por isso estamos desenvolvendo ferramentas de simulação de impostos sobre bebidas açucaradas, que permitirão aos países, por exemplo, trabalhar com distintas estruturas fiscais e valores de impostos, bem como os impactos na redução de vendas, entre outros”, afirmou o especialista.
O intercâmbio entre as nações sobre iniciativas voltadas para o tema foi um dos pontos elencados como prioridade para os próximos anos. Segundo Gomes, “a publicação de experiências exitosas realmente inspira outros países e os auxilia a entender não apenas seu impacto, mas qual o melhor caminho para ter sucesso”.
O encontro regional teve a participação da OPAS, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e do Centro de Excelência da ONU contra a Fome.
|
Posted: 06 Jun 2019 07:59 AM PDT
Cooperação técnica reforça parceria já iniciada entre as duas instituições por meio da adaptação local das Diretrizes sobre Feminicídio, desde 2016, e ações formativas, como cursos de comunicação nos anos de 2018 e 2019. Foto: TJ-MS
O Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul (TJ-MS) aderiu na quarta-feira (5), em Campo Grande, ao movimento ElesPorElas HeForShe, da ONU Mulheres Brasil. Termo de adesão e plano de trabalho foram firmados pelo desembargador Paschoal Carmello Leandro, presidente do TJ-MS, e pela representante interina da ONU Mulheres Brasil, Ana Carolina Querino.
Na assinatura do termo de adesão, o presidente do TJ ressaltou a importância deste movimento da ONU Mulheres Brasil para mudar a cultura brasileira e instituir a igualdade de gênero.
“Estamos em busca de alternativas para dar continuidade a todos os projetos já em andamento. Temos feito o possível em várias frentes, inclusive o nosso Comitê de Gênero, Raça e Diversidade, sob a coordenação do desembargador Odemilson Fassa, está em pleno trabalho e tem debatido o assunto tentando dar um apoio não só aos nossos servidores mas também para a população sul-mato-grossense”, disse o desembargador.
“Temos trabalhos sociais intensos, programas sociais, ações estas que desenvolvemos em benefício do jurisdicionado. Sejam bem-vindas, com certeza essa parceria vai dar certo, toda nossa esquipe está à disposição de vocês”, completou.
Querino ressaltou a importância do engajamento do TJ-MS com o acesso das mulheres à Justiça; iniciativas para atender grupos vulneráveis, entre elas, mulheres indígenas e mulheres negras; prevenção à violência contra as mulheres e engajamento de homens com a igualdade de gênero.
“O TJ-MS tem desenvolvido projetos diferenciados com foco em direitos das mulheres, inclusive mobilizando homens para relações equitativas. A adesão ao movimento ElesPorElas – HeForShe fortalecerá esse trabalho e possibilitará mais colaboração para que mulheres indígenas e mulheres negras sejam mais bem integradas nas iniciativas aos temas de gênero no estado do Mato Grosso do Sul”, afirmou Querino.
Para a coordenadora estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica, juíza Jacqueline Machado, a adesão à campanha ElesPorElas HeForShe é um grande passo para integrar os homens nesse tema da igualdade de gênero, previsto na Agenda 2030 (ODS 05), dentro do próprio Judiciário.
“Por isso, o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) criou o laboratório de inovação, inteligência e objetivos de desenvolvimento sustentável, a fim de unir conhecimento e cooperação em prol das metas globais da ONU. Entendo que os ODS devem ser pauta de todos que creem na ética, na humanidade, na igualdade e solidariedade entre os povos, o que vem ao encontro dos objetivos do Poder Judiciário do Mato Grosso do Sul”, ressaltou a magistrada.
Participaram do ato de assinatura a gerente de projetos de Liderança e Participação Política da ONU Mulheres, Fernanda de Carvalho Papa, e a assessora de Comunicação do órgão, Isabel Clavelin.
Trabalho conjunto
O anúncio da cooperação técnica reforça parceria já iniciada entre as duas instituições por meio da adaptação local das Diretrizes sobre Feminicídio, desde 2016, e ações formativas, como cursos de comunicação nos anos de 2018 e 2019.
A partir da adesão, o TJ-MS e a ONU Mulheres Brasil passam a colaborar, no período 2019-2020, para as seguintes iniciativas fundamentadas no ordenamento jurídico brasileiro e em normativas internacionais sobre direitos humanos das mulheres: ações de articulação e advocacy para acesso das mulheres à justiça, ações formativas, ações de mobilização social e monitoramento e avaliação.
Entre os destaques, estão as ações de mobilização social, que se destinam ao engajamento de diferentes grupos sociais, com vistas à sensibilização, conscientização e engajamento com a igualdade de gênero, empoderamento de mulheres e meninas, eliminação do racismo e de outras formas de violação de direitos humanos sob a liderança do TJ-MS em apoio ao movimento ElesPorElas HeForShe e ao mandato da ONU Mulheres Brasil.
Dentre os pontos de intensa mobilização estão o Dia Laranja pelo Fim da Violência contra as Mulheres, articulado no dia 25 de cada mês, e os 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, ambos relacionados à campanha internacional do Secretário-Geral da ONU “UNA-SE pelo Fim da Violência contra as Mulheres”, e o apoio à campanha Vidas Negras, da ONU Brasil, pelo fim do racismo e da violência letal contra a juventude negra.
Jornalistas participam de formação sobre direitos das mulheres
Curso forma segunda turma de profissionais de jornalismo e comunicação no Mato Grosso do Sul Foto: ONU Mulheres/Isabel Clavelin
Cerca de 40 jornalistas, comunicadoras e comunicadores participam da 2ª edição do Curso de Comunicação, Saúde e Direitos das Mulheres em Campo Grande. A iniciativa é do Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul (TJ-MS) e da ONU Mulheres Brasil.
A ação é voltada para aprimorar habilidades técnicas de profissionais nas temáticas de gênero, raça e etnia nas coberturas jornalísticas e na produção de conteúdos livres de comunicação no estado do Mato Grosso do Sul. A formação ocorreu na terça-feira (4) com facilitação de Cleidiana Ramos.
Um dos temas do curso é a prevenção e a eliminação da violência contra as mulheres, incluindo boas práticas e recomendações para a abordagem das vítimas, enfrentamento de estereótipos e desigualdades de gênero. O curso foi inaugurado na segunda-feira (3).
Por meio de saudação, a juíza Jaqueline Machado, titular da Coordenadoria Estadual da Mulher do TJ-MS, frisou a articulação de novas parcerias: o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a Escola Judicial do Mato Grosso do Sul (Ejud MS).
“A Coordenadoria da Mulher está trabalhando para fazer esse tipo de curso que aproxime a população e diferentes categorias profissionais para que consigam ter uma visão de gênero, das questões que acontecem na sociedade por causa do machismo, do racismo”, disse.
Para a ONU Mulheres Brasil, a experiência com o TJ-MS amplia as possibilidades de parcerias que podem responder aos problemas nacionais e locais, em geral, caracterizados por obstáculos concretos ao acesso das mulheres à Justiça.
“Fechar as lacunas de gênero implica agir em favor das mulheres onde elas vivem e atuar para que elas possam acessar seus direitos. Além disso, o TJ-MS tem investido em iniciativas para estar junto das mulheres e dos homens, inclusive por meio de uma relação diferenciada com a comunidade local e junto a grupos profissionais que são decisivos para que as mulheres possam se sentir mais fortalecidas”, declarou Querino, representante interina da ONU Mulheres Brasil.
A 2ª edição do Curso de Comunicação, Saúde e Direitos das Mulheres acontece como parte das ações da cooperação técnica do TJ-MS e da ONU Mulheres Brasil no âmbito do movimento ElesPorElas HeForShe, que prevê uma série de iniciativas, entre 2019 e 2020, para fortalecer o acesso das mulheres à justiça, atender grupos vulneráveis, entre elas mulheres indígenas, mulheres negras e juventude negra, engajar homens com a igualdade de gênero e mobilizar sociedade e poder público local para a prevenção e a eliminação da violência contra as mulheres. A 1ª edição do curso ocorreu em setembro de 2018 e fez parte da programação do 6º Seminário de Direito para Jornalistas.
|
Posted: 06 Jun 2019 07:37 AM PDT
Poluição na cidade de São Paulo (SP). Foto: Flickr (CC)/Gabriel de Andrade Fernandes
Na América Latina e Caribe, as lacunas de informação e de gestão ambiental para lidar com casos críticos de poluição do ar constituem um atentado contra o direito das pessoas a viver num meio ambiente saudável. A avaliação é da Comissão Econômica da ONU para a região, a CEPAL, que alertou nesta semana (4) para os problemas que a contaminação atmosférica traz para o desenvolvimento e o bem-estar da população.
O pronunciamento do organismo das Nações Unidas veio às vésperas do Dia Mundial do Meio Ambiente, lembrado em 5 de junho pela comunidade internacional. Em 2019, o tema escolhido pela ONU para marcar a data é a poluição do ar.
A CEPAL critica a falta de informação sobre as emissões de poluentes nos países latino-americanos e caribenhos. O organismo aponta também para a inexistência de planos de gestão que levem em conta as populações mais vulneráveis em episódios emergenciais de contaminação do ar.
Na visão da comissão, ambas as lacunas atentam contra o direito dos indivíduos a viver num meio ambiente saudável e ao desenvolvimento sustentável.
“A contaminação do ar vai ser agravada na região pelas mudanças climáticas, o que constituirá uma carga econômica adicional para os sistemas de saúde dos países”, acrescenta a agência da ONU.
Ainda de acordo com a instituição, lidar com a contaminação atmosférica local traria benefícios para a luta contra as alterações do clima.
A CEPAL chama seus países-membros a melhorar o monitoramento da poluição e a enfrentar o problema com políticas integrais, participativas e baseadas em evidências científicas. A instituição também pede uma ação coordenada entre os níveis local, nacional, regional e internacional.
Nesse sentido, acrescenta o organismo da ONU, o Acordo de Escazú — sobre acesso à informação, participação pública e justiça em assuntos ambientais — é um instrumento fundamental para combater a poluição, uma vez que é um marco para a participação informada em processos decisórios.
Aberto para assinatura em setembro de 2018, o acordo já foi assinado por 16 dos 33 países latino-americanos e caribenhos, mas somente um deles — a Guiana — ratificou o documento. Para entrar em vigor, o texto precisa da ratificação de 11 Estados.
O marco regional é o único tratado resultante da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, e o primeiro tratado ambiental dos países latino-americanos e caribenhos a ter disposições vinculantes e específicas sobre os defensores dos direitos humanos em temas ambientais.
|
Posted: 06 Jun 2019 07:30 AM PDT
Economia do Brasil deve crescer 1,5% em 2019, segundo o Banco Mundial. Foto: Governo de São Paulo/Diogo Moreira Diogo Moreira/Governo de Sao Paulo
O Banco Mundial revisou na terça-feira (4) a previsão para o crescimento econômico do Brasil em 2019. Em vez dos 2,2% estimados em janeiro, a economia do país deve crescer 1,5%. E, p
|
|
|
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário