Boletim diário da ONU Brasil: “Atriz de filmes da Disney visita projetos do UNICEF em Pernambuco” e 6 outros.
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sex, 21 de jun 18:04 (há 2 dias)
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Posted: 21 Jun 2019 01:18 PM PDT
Ao centro, a norte-americana Sofia Carson, atriz e apoiadora do UNICEF, durante visita a Pernambuco. Foto: UNICEF/Fagundes
A atriz e cantora norte-americana Sofia Carson esteve em Pernambuco nesta semana (19) para promover os direitos das crianças e adolescentes. A artista — que é apoiadora do Fundo das Nações Unidas para a Infância ( UNICEF) — acompanhou atividades de empoderamento de meninas, educação e inclusão desenvolvidas pela agência da ONU e instituições parceiras no Recife e no semiárido pernambucano.
Nos encontros com cada um dos grupos, Sofia se emocionou ao ouvir depoimentos de meninas e meninos que falaram sobre como suas vidas foram transformadas por essas iniciativas.
“É uma imensa honra estar no Brasil com o UNICEF para fazer o que eu puder para contribuir com esse trabalho tão inspirador e acabar com a violência contra as mulheres e as crianças”, disse a atriz, conhecida por sua atuação na franquia de filmes Descendentes, da Disney Channel, e na série Pretty Little Liars: The Perfectionists.
Sofia visitou uma oficina do projeto Empodera, que busca capacitar adolescentes e contribuir com a redução da desigualdade de gênero. O objetivo é promover o empoderamento econômico e social das meninas e fortalecer as políticas públicas sobre o tema.
No Centro Comunitário da Paz (COMPAZ), localizado em uma comunidade vulnerável do Recife, a atriz ficou entusiasmada com o fato de que meninos também participam do projeto, a fim de entenderem os impactos prejudiciais das desigualdades entre homens e mulheres. Sofia conversou com os adolescentes sobre a importância de continuar esse trabalho de empoderamento nas próximas gerações. A artista ainda se juntou ao grupo de dança do centro em apresentações de street dance e frevo.
“Fui transformada para sempre por essas jovens que foram salvas graças ao UNICEF e seus parceiros no Brasil. Eles são a história fazendo líderes que lutarão até que a igualdade de gênero seja uma realidade indiscutível”, afirmou Sofia.
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Integrante do Empodera e a primeira de sua família a ingressar na universidade, Maria do Carmo Silvestre, de 17 anos, compartilhou a sua história com o UNICEF. “Nunca achei que poderia terminar a escola, quanto mais entrar na faculdade. Com o projeto, descobri que posso fazer o que eu quiser”, disse a nova aluna de Assistência Social da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Preocupada com os cuidados na primeira infância, Sofia também se emocionou com o projeto Redes de Inclusão, implementado pelo UNICEF e pela Fundação Altino Ventura para garantir assistência e serviços integrais às crianças com microcefalia e outras deficiências. A cantora conversou com médicos, voluntários e pacientes e se comoveu com a paixão e o comprometimento de todos os envolvidos no programa. Na sequência, a norte-americana visitou a Creche Municipal da Torre, onde conheceu a experiência de inclusão escolar desses meninos e meninas.
Semiárido
Em Panelas, município que fica a 200 km do Recife, Sofia pôde conhecer a implementação do Selo UNICEF — estratégia da agência das Nações Unidas que visa impulsionar políticas públicas para crianças e adolescentes no Semiárido brasileiro e também na Amazônia.
A atriz visitou um núcleo de cidadania de adolescentes (NUCA) e acompanhou as atividades de cultura que costumam acontecer no local, como forma de atrair e envolver os meninos e meninas em discussões relevantes a partir de temáticas propostas pelo UNICEF. Os debates sempre abordam os direitos dos jovens.
Em visita a uma escola municipal, Sofia acompanhou um diálogo sobre alimentação saudável e sobre a importância de espaços como o NUCA para o desenvolvimento dos adolescentes. A atriz e cantora também participou de brincadeiras e atividades artísticas com os jovens pernambucanos.
A implementação de um NUCA nos municípios inscritos no Selo UNICEF faz parte da metodologia do programa que, em sua Edição 2017-2020, conta com a adesão de mais de 1,9 mil municípios de 18 estados brasileiros.
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Posted: 21 Jun 2019 12:26 PM PDT
Trânsito intenso em Brasília. Foto: ABr/Fabio Rodrigues Pozzebom
A Organização Pan-Americana da Saúde ( OPAS) — braço regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) — lançou nesta sexta-feira (21) a versão em português de um guia para orientar jornalistas em matérias e reportagens sobre acidentes de trânsito. Com a publicação, a agência da ONU quer que os profissionais de mídia vão além da simples cobertura noticiosa, adotando uma abordagem que veja a segurança no trânsito como um tema crucial para a saúde pública no mundo.
A publicação Cobertura de segurança no trânsito: um guia para jornalistas é fruto do trabalho conjunto de editores e repórteres de veículos de comunicação de países de baixa e média renda, onde ocorrem 93% das mortes nas vias.
O objetivo do guia é auxiliar profissionais de comunicação a compreender as várias dimensões da segurança no trânsito. A OPAS espera ajudar os jornalistas a escrever matérias mais aprofundadas sobre o assunto, identificando oportunidades de expandir e manter a cobertura desse relevante problema de saúde pública.
O conteúdo do volume é distribuído em oito capítulos, que abordam os seguintes temas:
- Exemplos de como diferentes repórteres e veículos de comunicação têm desenvolvido matérias específicas sobre mortes no trânsito em um contexto mais amplo e significativo;
- Dicas de editores, jornalistas e especialistas em segurança no trânsito sobre novas maneiras de cobrir o tema;
- Recursos e ferramentas que podem agregar profundidade às matérias sobre segurança no trânsito.
A publicação traz também um livreto com ideias para reportagens que fogem da cobertura diária, considerando questões que vão além de “eventos meramente acidentais”. Entre as pautas sugeridas, estão o cumprimento das leis, a apresentação de possíveis soluções para problemas específicos, os usuários das vias públicas, a segurança no trânsito como questão de saúde pública e os serviços de atenção em saúde após os acidentes.
Acesse a publicação da OPAS clicando aqui.
Cenário global
As mortes no trânsito continuam aumentando: são, ao todo, 1,35 milhão de vidas perdidas a cada ano no mundo. Entre 20 e 50 milhões de indivíduos sofrem lesões não fatais — muitas delas resultam em incapacidade e deficiências.
As lesões no trânsito são hoje as principais causas de morte de crianças e jovens entre cinco e 29 anos de idade. Em todo o mundo, os usuários mais vulneráveis das vias — pedestres, ciclistas e motociclistas — correspondem a mais da metade das vítimas fatais no trânsito.
O risco de morte no trânsito continua a ser três vezes maior nos países de baixa renda do que nos países de renda alta, com taxas mais altas na África (26,6 óbitos por 100 mil habitantes) e menores na Europa (9,3 por 100 mil habitantes).
Na avaliação da OPAS, lesões nas ruas e estradas podem ser evitadas. Os governos devem adotar medidas para abordar a segurança no trânsito de maneira integral. Isso requer o envolvimento de vários setores, como transporte, segurança pública, saúde e educação, bem como ações sobre segurança viária, veículos e seus usuários.
A OPAS propõe uma série de intervenções eficazes para reduzir as mortes e lesões em situações de transporte e deslocamento:
- Desenhar uma infraestrutura mais segura e incorporar elementos de segurança viária na planificação do uso de solo e de transportes;
- Melhorar os dispositivos de segurança dos veículos e a atenção às vítimas de acidentes de trânsito;
- Estabelecer e aplicar normas relacionadas aos principais riscos;
- Aumentar a conscientização pública sobre o tema.
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Posted: 21 Jun 2019 11:58 AM PDT
Fachada do Museu Nacional do Rio de Janeiro, interditado após o incêndio do último domingo. Foto: Agência Brasil/Tânia Rêgo
Especialistas nacionais e internacionais em gestão do patrimônio cultural e em avaliação de riscos patrimoniais reúnem-se no Rio de Janeiro (RJ), em 26 e 27 de junho, para discutir formas de prevenir e combater incêndios em instituições culturais. O seminário internacional Patrimônio em chamas: gestão do risco de incêndios para o patrimônio cultural conta com a parceria e a participação da UNESCO no Brasil.
A programação traz debates e palestras que acontecem no Museu Histórico Nacional, no Museu Nacional e no Museu de Arte do Rio (MAR). O evento também prevê uma visita ao Museu Nacional para que os participantes vejam as ações em curso para a sua reconstrução. Em setembro último, a instituição foi atingida por um incêndio que destruiu grande parte do acervo e do interior do estabelecimento cultural e científico.
Com a tragédia, o museu brasileiro entrou para uma lista de tantas outras instituições e edifícios que preservam ou constituem patrimônios culturais e que foram palco de incêndios devastadores. São os casos da Escola de Artes de Glasgow (Reino Unido, 2014 e 2018), do Museu da Língua Portuguesa de São Paulo (Brasil, 2015), do Museu Nacional de História Natural da Índia (2016), da Catedral Saint Sava de Nova Iorque (EUA, 2016), do Museu Marítimo de Jacarta (Indonésia, 2018) e, mais recentemente, da Catedral de Notre-Dame (França, 2019). Nesses episódios, o patrimônio material foi danificado ou, em alguns casos, completamente perdido.
A precaução e o combate a esses acidentes são de suma importância quando se trata de patrimônios históricos e culturais, pois as peças dos acervos são quase sempre únicas.
A criação de novas legislações e políticas de prevenção, a implementação de novos procedimentos de manutenção e segurança, além do incentivo ao uso de tecnologias inovadoras na luta contra incêndios, tornam-se indispensáveis para lidar com os desafios contemporâneos de gestão do patrimônio. Essas e outras práticas para mitigar os riscos de destruição estão entre os temas do seminário internacional.
O encontro reunirá especialistas de diferentes áreas e disciplinas. Foram convidados gestores e autoridades de patrimônio, especialistas em seguros, avaliadores de risco patrimonial, engenheiros de incêndio, especialistas em legislação contra incêndios, chefes de bombeiros, conservadores e socorristas.
O evento é voltado para diretores, educadores e profissionais de museus e patrimônio, autoridades e gestores da área de patrimônio, agências nacionais de proteção contra incêndios e tomadores de decisão.
O seminário é organizado pelo Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), pelo Conselho Internacional de Museus (ICOM Brasil) e pelo Centro Internacional de Estudos para a Conservação e Restauro de Bens Culturais (ICCROM).
A série de conferências contam com as parcerias do British Council, do Museu Nacional/Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), da Representação da UNESCO no Brasil e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Tem também o apoio da Embaixada e Consulados dos EUA no Brasil, do Instituto Sprinkler Brasil, do Conselho do Patrimônio Cultural Sueco e da Embaixada do Canadá.
Veja a programação completa clicando aqui.
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Posted: 21 Jun 2019 10:12 AM PDT
O salão da Assembleia Geral recebeu a primeira aula de yoga da sua história. Foto: ONU
Os meteorologistas não poderiam imaginar que a chuva em Nova Iorque, na quinta-feira (20), causaria, em vez dos transtornos habituais, um marco histórico na sede da ONU. Por causa das intempéries, as comemorações do Dia Internacional da Yoga — 21 de junho — foram transferidas dos jardins do edifício para a Assembleia Geral, que acabou recebendo a primeira aula de yoga em toda a história do célebre salão onde chefes de Estado reúnem-se anualmente.
A yoga é uma prática física, mental e espiritual que tem origem na Índia. O nome da atividade deriva do sânscrito e significa “unir”. A etimologia do termo simboliza a união entre o corpo, a mente e a alma. Atualmente, a yoga é ensinada e realizada de várias maneiras em todo o mundo, crescendo sem parar em popularidade.
Em 2014, reconhecendo o apelo universal da prática, a Assembleia Geral da ONU proclamou o 21 junho como o Dia Internacional da Yoga. Em 2016, a yoga foi inscrita na Lista do Patrimônio Cultural Imaterial da UNESCO, que reconheceu a influência que essa manifestação tinha sobre a sociedade indiana e sua relação com a educação, as artes, a saúde e a medicina.
A UNESCO define a yoga como “uma série de posições, meditação, respiração controlada, cântico de palavras e outras técnicas concebidas para ajudar os indivíduos a construir a autorrealização, apagar qualquer sofrimento que eles possam estar vivendo e possibilitar um estado de liberação”.
Em um tweet para lembar o dia internacional, a agência da ONU afirmou que “a yoga é uma potência transformadora que pode nos dar a força e a visão de que precisamos para (alcançar) sociedades mais justas”.
A comemoração da data mundial para 2019 tem como tema “A Yoga pela Ação Climática”. A proposta é ressaltar como a yoga pode combinar pensamento e ação, incluindo a ação em prol do equilíbrio do meio ambiente e contra as mudanças climáticas.
Na quarta-feira, o prédio da sede da ONU recebeu uma projeção para começar as atividades em celebração à data.
Na quinta-feira, como parte da programação para o dia internacional, a Missão Permanente da Índia na ONU e o Departamento de Comunicação Global das Nações Unidas promoveram a aula “Yoga com Gurus”. Esse tipo de evento já tornou-se costumeiro na sede da ONU nos últimos anos, sendo organizado nos espaços abertos ao redor dos edifícios que formam o complexo das Nações Unidas.
Mas o mau tempo levou o aulão para a Assembleia Geral — que, pela primeira vez, transformou-se num palco de reflexão, meditação, alongamento, cânticos e canalização de energias por meio da yoga. Confira abaixo algumas imagens deste momento histórico:
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Posted: 21 Jun 2019 09:28 AM PDT
“Uma Vitória Leva à Outra” é um programa conjunto entre a ONU Mulheres e o Comitê Olímpico Internacional, em parceria com as ONGs Women Win e Empodera. Foto: ONU Mulheres
Em julho de 2019, a ONU Mulheres realiza no Rio de Janeiro (RJ) duas edições do treinamento sobre a metodologia Uma Vitória Leva à Outra, implementada pelo projeto homônimo que promove o empoderamento feminino por meio do esporte. As organizações que participarem da capacitação poderão se candidatar como instituições multiplicadoras da iniciativa. Inscrições para o treinamento vão até 23 de junho.
O treinamento possui, como público-alvo, organizações da sociedade civil, coletivos, projetos sociais, clubes e federações que desenvolvam atividades esportivas com adolescentes na capital fluminense. Todas as organizações participantes do treinamento estarão qualificadas a se candidatar para a segunda edição do edital Elas nos Esportes – Uma Vitória Leva à Outra.
O treinamento tem duração de quatro dias. Participantes poderão indicar a data de sua preferência: de 22 a 25 de julho ou de 29 de julho a 1º de agosto, das 9h às 16 horas, em local a ser informado posteriormente.
Até 23 de junho, as organizações interessadas poderão inscrever até dois ou duas profissionais para participar por meio deste link. É necessário que ao menos um participante da organização seja mulher. Para cada sessão do treinamento, serão oferecidas 25 vagas. Participantes serão selecionadas(os) com base nos seguintes critérios: comprometimento em participar da totalidade do treinamento; público-alvo; desenvolver ou ter interesse em trabalhar com projetos esportivos.
O treinamento é gratuito e a programação completa pode ser consultada clicando aqui. Serão oferecidos café da manhã e almoço no local.
Para mais informações, entre em contato com: contato@empodera.org.br.
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Posted: 21 Jun 2019 08:49 AM PDT
O oficial de Juventude e HIV do UNFPA, Caio Oliveira (em laranja), conversou com os jovens sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. Foto: Marista
Em Brazlândia, no Distrito Federal, o Fundo de População das Nações Unidas ( UNFPA) conversou com 80 estudantes de 16 estados do Brasil sobre o papel dos jovens no cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável — as metas da ONU para combater a pobreza e as desigualdades sociais, promover saúde, educação e igualdade de gênero e preservar o meio ambiente.
Durante o evento, que reuniu meninos e meninas do Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste, o oficial de Juventude e HIV do UNFPA, Caio Oliveira, propôs um diálogo sobre empoderamento, participação política, solidariedade e protagonismo.
“Para que o jovem compreenda seu papel na sociedade, é preciso que ele tenha informações sobre direitos, (que eles) conheçam os instrumentos garantidores desses direitos e participem ativamente das decisões de seu entorno. Dessa forma, eles e elas poderão se enxergar como cidadãos e cidadãs e poderão incidir no desenvolvimento da sociedade”, afirmou o especialista.
Oliveira explicou como a ONU funciona e explicou que os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável constituem um acordo global firmado em 2015 pelos países-membros das Nações Unidas. Esse acordo tem 169 metes que devem ser cumpridas até 2030 e que abordam temas como educação, miséria, fome, trabalho decente, direitos humanos, empoderamento das mulheres e meninas, mudanças climáticas e conservação da natureza.
Por meio de projetos e também do fortalecimento dos espaços de participação, o UNFPA contribui para o protagonismo e a liderança dos jovens em instâncias de deliberação e formulação de políticas para a juventude.
“Nossos esforços permitem que jovens desenvolvam habilidades e conhecimentos necessários para a participação política, tomada de decisão consciente em suas vidas sobre saúde, educação e ensino técnico profissionalizante, por exemplo. O jovem empoderado tem a capacidade de contribuir em suas comunidades e ajudar outros jovens que estejam em situação de vulnerabilidade”, ressaltou o oficial do fundo das Nações Unidas.
O incentivo à participação está entre as dez ações elencadas pelo UNFPA como essenciais para o investimento na juventude da América Latina e Caribe. A lista de medidas prioritárias é parte de um novo relatório sobre os 165 milhões de cidadãos entre dez e 24 anos de idade que vivem na região. Saiba mais sobre a publicação na matéria abaixo:
Fundo de População da ONU pede mais investimentos nos 165 milhões de jovens da América Latina e Caribe
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Posted: 21 Jun 2019 08:22 AM PDT
A jovem Filomena, de oito anos, tem epilepsia. Num centro de reabilitação psicossocial, em Maputo, em Moçambique, a menina e sua mãe colorem desenhos. Foto: UNICEF/Amminadab Jean
Em países de baixa renda, 75% das pessoas que vivem com epilepsia não recebem tratamento adequado, revelou nesta quinta-feira (20) a Organização Mundial da Saúde ( OMS). Em novo relatório sobre a doença, a agência da ONU aponta que a falta de acesso à terapia pode aumentar o risco de morte prematura e condenar indivíduos com epilepsia a uma vida permeada por estigma.
“A lacuna no tratamento para a epilepsia é inaceitavelmente alta, uma vez que sabemos que 70% das pessoas com a doença podem ficar livres de crises ao terem acesso a medicamentos que podem custar apenas cinco dólares por ano e ser administrados na atenção primária de saúde”, afirma Tarun Dua, do Departamento de Saúde Mental e Abuso de Substâncias da OMS.
A epilepsia é uma das doenças neurológicas mais comuns no mundo, afetando quase 50 milhões de pessoas. É uma condição caracterizada por uma atividade elétrica anormal do cérebro — o que causa convulsões ou comportamento e sensações incomuns. A doença também pode levar à perda de consciência.
A epilepsia pode se desenvolver em pessoas de todas as idades, com um número maior de incidência entre crianças e pessoas com mais de 60 anos. A patologia tem consequências neurológicas, cognitivas, psicológicas e sociais.
Morte prematura é três vezes maior entre pessoas com epilepsia
O risco de morte prematura entre pessoas com epilepsia é até três vezes maior do que entre a população em geral. Em países de baixa e média renda, a taxa de morte prematura entre indivíduos com esse problema de saúde é significativamente maior do que nas nações de renda alta.
As razões que explicam a mortalidade prematura acentuada estão provavelmente associadas à falta de acesso aos serviços de saúde quando as convulsões são duradouras ou ocorrem sem período de recuperação. A OMS também aponta para as chamadas causas evitáveis, como afogamento, ferimentos na cabeça e queimaduras.
Aproximadamente metade das pessoas adultas com epilepsia tem pelo menos outro problema de saúde. Os mais comuns são depressão e ansiedade — 23% dos adultos com epilepsia apresentarão depressão clínica ao longo da sua vida e 20% sofrerão com ansiedade. Condições de saúde mental como essas podem piorar as convulsões e reduzir a qualidade de vida.
A agência da ONU afirma ainda que de 30 a 40% das crianças com epilepsia enfrentam dificuldades de desenvolvimento e aprendizagem.
Os dados fazem parte da publicação Epilepsy, a public health imperative (Epilepsia, um imperativo de saúde pública, em tradução para o português), elaborada pela OMS em parceria com ONGs especializadas, com o Bureau Internacional para a Epilepsia e com a Liga Internacional contra Epilepsia.
Estigma é uma constante
Na avaliação de Martin Brodie, presidente do Bureau Internacional, “o estigma associado à epilepsia é um dos principais fatores que impedem as pessoas de procurar tratamento”.
“Muitas crianças com essa condição não vão à escola e os adultos têm o trabalho, o direito de dirigir e até de se casar negados. Essas violações dos direitos humanos enfrentadas por pessoas com epilepsia precisam ter fim.”
A OMS defende que a resposta de saúde pública à doença inclua campanhas de informação pública nas escolas, nos locais de trabalho e na comunidade em geral — para reduzir o estigma — e o estabelecimento de leis para prevenir a discriminação e as violações dos direitos humanos
Tratamento na atenção primária
O relatório também mostra que, quando existe vontade política, o diagnóstico e o tratamento da epilepsia podem ser integrados com sucesso à atenção primária de saúde. Programas-piloto criados em Gana, Moçambique, Mianmar e Vietnã, como parte de uma iniciativa da OMS, levaram a um aumento considerável no acesso aos serviços para identificar e tratar a doença. Os projetos levaram tratamento para 6,5 milhões de pessoas.
“Nós sabemos como reduzir a lacuna de tratamento da epilepsia. Agora, a ação de introdução das medidas necessárias para fazer a diferença precisa ser acelerada”, enfatiza Samuel Wiebe, presidente da Liga Internacional contra Epilepsia.
“Garantir o fornecimento ininterrupto e o acesso aos medicamentos anticonvulsivantes é uma das maiores prioridades, assim como a capacitação de profissionais de saúde não especialistas que trabalham em centros de atenção primária.”
OMS: 25% dos casos de epilepsia podem ser prevenidos
Entre as causas da epilepsia, estão lesões no momento do nascimento, lesões cerebrais traumáticas, infecções cerebrais como meningite ou encefalite e acidente vascular cerebral. Estima-se que 25% dos casos dessa doença neurológica possam ser prevenidos.
Intervenções eficazes para prevenir o problema podem ser implementadas como parte de programas mais amplos de saúde pública. Entre esses programas, estão os serviços de saúde materna e neonatal, as áreas de controle de doenças transmissíveis, de prevenção de lesões e de saúde cardiovascular.
A OMS elenca uma série de medidas que podem ajudar a prevenir a epilepsia:
- Triagem de complicações na gravidez e a presença de assistentes de parto capacitados(as) para prevenir lesões no nascimento;
- Imunização contra a pneumonia e a meningite;
- Programas de controle da malária em áreas endêmicas;
- Iniciativas para reduzir lesões no trânsito, violência e quedas;
- Intervenções na saúde e na comunidade para prevenir hipertensão, diabetes, obesidade e consumo de tabaco.
OMS em prol da saúde mental
A saúde do cérebro é uma área prioritária de trabalho para a OMS, devido ao considerável número de mortes e de casos de incapacidade causados por transtornos neurológicos.
O principal mecanismos de atuação da OMS é o Mental Health Gap Action Programme (Programa de Ação para as Lacunas de Saúde Mental, em tradução livre para o português). A iniciativa treina profissionais não especializados para que possam oferecer suporte de primeira linha nas áreas de transtornos mentais, neurológicos e abuso de substâncias.
A OMS dá apoio aos seus Estados-membros para que a saúde do cérebro seja incorporada a políticas e planos relevantes de saúde pública. Com isso, países podem melhorar a gestão dos transtornos neurológicos por meio de modelos de atendimento integrados à atenção primária de saúde.
Acesse o relatório da OMS na íntegra clicando aqui.
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