Boletim diário da ONU Brasil: “Encontro na Colômbia discute ações para erradicar febre aftosa da América do Sul” e 17 outros.
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ter, 28 de mai 18:08 (há 10 dias)
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Posted: 28 May 2019 12:50 PM PDT
A 46ª Reunião Ordinária ocorreu em Cartagena das Índias, na Colômbia. Foto: PANAFTOSA
Representantes dos setores público e privado dos 13 países que fazem parte da Comissão Sul-Americana para a Luta contra a Febre Aftosa (COSALFA), reuniram-se no início de maio (2 e 3) em Cartagena das Índias, na Colômbia, para sua 46ª Reunião Ordinária.
Na ocasião, revisaram o progresso alcançado pelos Programas Nacionais de Febre Aftosa, destacaram os desafios futuros e concordaram com ações para avançar na erradicação da doença no continente sul-americano.
O diretor do Centro Pan-Americano de Febre Aftosa (PANAFTOSA/OPAS/OMS), Ottorino Cosivi, fez um balanço positivo da reunião, afirmando que, “em termos gerais, é um panorama bastante positivo, onde quase todos os países da América do Sul estão livres (da doença), com ou sem vacinação. Isso é uma conquista muito importante”, disse.
No entanto, ele manifestou preocupação com a situação sanitária da Venezuela e a qualificou como crítica, já que representa um atraso constante para a conclusão da erradicação da febre aftosa nas Américas.
Na reunião, a PANAFTOSA esclareceu e tranquilizou todos os participantes da COSALFA, atualizando-os sobre a situação do risco regional. Também abordou as estratégias sanitárias a serem adotadas para enfrentar os desafios pendentes, manter as conquistas e completar o processo de erradicação da febre aftosa sem vacinação no continente americano.
A PANAFTOSA enfatizou também que uma grande parte da região tem condições epidemiológicas e estruturais para suspender o uso da vacina e iniciar uma transição para o status sem vacinação, caso haja confiança nos trabalhos executados e não exista um risco externo significativo.
Foram aprovadas resoluções que, primeiramente, reconhecem e felicitam o esforço feito pelo Instituto Colombiano Agropecuário (ICA) para o controle dos surtos ocorridos nos anos 2017 e 2018 e para a recuperação de seus status oficial como livre de febre aftosa com vacinação.
Além disso, a COSALFA resolveu manter sua colaboração com o programa de controle da Venezuela, e instou os atores privados que fazem parte da comissão a fornecer aportes para o Fundo Fiduciário para compra de vacinas, as quais serão aplicadas nos estados venezuelanos vizinhos à Colômbia com o objetivo de mitigar os riscos transfronteiriços.
Também foi autorizado o desenvolvimento de estudos genéticos com as cepas do Laboratório de Referência da PANAFTOSA, assim como a realização de missões de cooperação técnica com os laboratórios nacionais dos países da região.
Finalmente, a Comissão aprovou a preparação de um novo Plano de Ação do Programa Hemisférico de Erradicação da Febre Aftosa (PHEFA), que será apresentado na próxima reunião da COSALFA, que terá a Argentina como sede.
Antes da reunião, no fim de abril, foi realizado o seminário internacional “No limiar da erradicação da febre aftosa: mais além de 2020”, que contou com a participação de 225 profissionais de 19 países das Américas e da Europa.
O seminário teve cinco sessões temáticas que abordaram o controle da febre aftosa na Colômbia, o trabalho dos países livres para uma transição ao status livre sem vacinação, a contribuição do laboratório de diagnóstico de febre aftosa ao controle e à vigilância, novas ferramentas e enfoques para enfrentar o risco e a vigilância de febre aftosa e a experiência dos países da Europa como livres de febre aftosa sem vacinação.
Cosivi agradeceu o governo da Colômbia, por intermédio do Ministério da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, pelo apoio político dado ao evento e a gerência e grupo técnico do ICA pela hospitalidade e atenção dada durante a realização das reuniões.
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Posted: 28 May 2019 12:46 PM PDT
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Posted: 28 May 2019 11:54 AM PDT
Embaixador britânico no Brasil, Vijay Rangarajan, visitou recentemente as instalações do UNFPA em Roraima. Foto: UNFPA Brasil/Samara Cordeiro
As ações de assistência humanitária desenvolvidas em Roraima pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) junto às pessoas venezuelanas refugiadas e migrantes contam com diversos apoiadores e, neste contexto, os parceiros internacionais têm uma grande relevância.
Desde agosto de 2017, quando o UNFPA começou a atuar na região, as cidades de Boa Vista e Pacaraima foram visitadas pelos embaixadores de Espanha, Fernando Casas; Luxemburgo, Carlos Krieger; Irlanda, Seán Hoy; e, mais recentemente, Reino Unido, Vijay Rangarajan. O trabalho do UNFPA também foi acompanhado de perto por uma missão oficial da União Europeia.
Em contextos de emergências humanitárias, o UNFPA é a agência do Sistema ONU responsável por liderar a resposta e prevenção à violência sexual e à violência baseada em gênero, além de promover ações em saúde sexual e reprodutiva, garantindo que os direitos reprodutivos e a assistência em saúde materna, principalmente assistência ao parto, sejam garantidos.
Ao acompanhar a realização do trabalho da agência, os representantes internacionais têm a oportunidade de se inteirar sobre a magnitude da força-tarefa. As ações envolvem a mobilização de inúmeros atores, como outras agências do Sistema ONU no estado, governo local e federal, e Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica), responsáveis pela Operação Acolhida.
“Os parceiros internacionais e embaixadas são muito importantes para o trabalho do UNFPA e permitem que sejam feitas ações de fortalecimento das capacidades institucionais locais, desenvolvendo sistemas públicos de serviços em assistência e saúde que atendam não somente a população migrante e refugiada, mas também a comunidade brasileira”, disse o representante do UNFPA no Brasil, Jaime Nadal.
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Posted: 28 May 2019 11:38 AM PDT
A poluição do ar é o tema do Dia Mundial do Meio Ambiente deste ano, lembrado em 5 de junho. Foto: ONU Meio Ambiente
O Chile possui atualmente a maior frota de ônibus elétricos da América Latina e do Caribe. Os 200 veículos chegaram às ruas da capital, Santiago, este ano como parte de um plano para cortar emissões e reduzir a poluição do ar. Até 2040, o país busca ter uma frota totalmente elétrica em seu sistema público de transporte.
“Para enfrentar decisivamente a mudança climática, a mobilidade elétrica é essencial. Estamos dando um salto em direção a um sistema de transportes mais limpo, mais eficaz e sustentável”, disse Carolina Schmidt, ministra do Meio Ambiente do Chile e presidente da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP25.
Em dezembro, o país irá sediar a COP25 e liderar uma das negociações mais desafiadoras de nossos tempos: tentar conseguir compromissos mais ambiciosos para reduzir as emissões dos países com o objetivo de manter o aquecimento global abaixo de 1,5°C.
Transportes sustentáveis são essenciais para ações climáticas, mas também para proteger a saúde de cidadãos. Um ônibus elétrico pode evitar até 60 toneladas de emissões de carbono todos os anos.
No Chile, a poluição do ar causa ao menos 4 mil mortes prematuras anualmente. Além disso, 10 milhões de chilenos estão expostos diariamente a níveis de partículas finas acima dos limites estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de acordo com dados oficiais.
Um estudo de 2017 da ONU Meio Ambiente estima que a transição para uma frota totalmente elétrica de táxis e ônibus irá evitar 1.379 mortes prematuras até 2030.
Em nível nacional, o combate à poluição do ar irá gerar benefícios anuais à saúde de 8 bilhões de dólares, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente do Chile.
A mobilidade pública elétrica também está em alta em outras partes da América Latina. Guayaquil, a cidade mais populosa do Equador, lançou em março de 2019 uma frota de 20 ônibus elétricos, que irão transportar 10.500 usuários todos os dias. Na Colômbia, a cidade de Cali irá completar uma frota de 125 unidades neste ano, enquanto Medellín já comprou 64 ônibus do tipo.
A Costa Rica prometeu ter uma frota de ônibus e táxis totalmente elétrica até 2050, como parte de um plano nacional para redução de emissões de carbono. Outros países também estão apresentando incentivos para consumidores, como o Peru, onde um imposto sobre veículos elétricos foi suspenso em 2018.
A ONU Meio Ambiente, através de sua plataforma MOVE, e com apoio do projeto Euroclima+, está ajudando Argentina, Colômbia e Panamá com suas estratégias nacionais de mobilidade elétrica.
Hora de agir
No passado, a poluição do ar já paralisou Santiago. Em uma crise em 1999, um surto de influenza levou 3.500 crianças para hospitais diariamente. Em 2015, 1.300 empresas tiveram que fechar e 40% dos carros da cidade, que no total somam 1,7 milhão, foram tirados das ruas por conta de uma emergência ambiental.
Desde então, o país apresentou novas políticas para combater a poluição do ar e projetou 10 planos regionais de descontaminação, com medidas para melhorar sistemas de aquecimento e frotas de transporte de massa. O setor de transportes representa 24,5% das emissões de gases causadores do efeito estufa no Chile, e é neste ponto que a mobilidade elétrica pode desempenhar um papel significativo.
A transformação começou em Santiago, uma das cidades mais populosas da América Latina. Todos os dias, 18 milhões de viagens são feitas na cidade, 30% delas usando transporte público.
De acordo com a companhia chinesa BYD, que produziu os primeiros 100 ônibus elétricos do Chile, um veículo do tipo representa o equivalente às emissões de 33 ônibus movidos a gasolina.
Ao mesmo tempo, esta alternativa tem custos mais baixos. O Ministério dos Transportes do Chile estima que a operação e a manutenção da nova frota é 70% mais barata que a de ônibus movidos a diesel.
Como parte de seu plano energético nacional, o Chile também se comprometeu com um aumento de 40% da quantidade de veículos elétricos particulares.
Em torno de 500 veículos elétricos particulares estão atualmente nas ruas. Destes, 93 foram comprados nos primeiros meses de 2019 – quase quatro vezes mais que em 2018. Este ainda é um pequeno passo, mas é esperado que o mercado cresça. Uma pesquisa comissionada pela fabricante Nissan estima que 89% dos consumidores chilenos estão dispostos a comprar um carro elétrico.
O preço de veículos elétricos é considerado uma das principais barreiras no acesso a opções sustentáveis. Mas, conforme o custo das baterias tem caindo, o valor desses automóveis também reduziu. De acordo com a Bloomberg NEF, em apenas três anos os preços de veículos elétricos e regulares irão começar a se igualar.
Quando isso acontecer, a qualidade do ar de nossas cidades irá melhorar e milhões de mortes no mundo todo serão prevenidas.
A poluição do ar é o tema do Dia Mundial do Meio Ambiente deste ano, lembrado em 5 de junho. A qualidade do ar que respiramos depende de escolhas de estilo de vida que fazemos todos os dias.
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Posted: 28 May 2019 10:55 AM PDT
Crianças recebem alimentação em escola na Bolívia. Foto: PMA/Boris Heger
Os representantes do Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos (ONU-HABITAT), Alain Grimard; da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Rafael Zavala; e da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), Socorro Gross; participam de coletiva de imprensa com o subsecretário de Desenvolvimento Econômico da prefeitura do Rio de Janeiro, Epitácio Brunet, nesta quarta-feira (29), às 13h. Eles falarão sobre o 1º Fórum Regional das Cidades Latino-Americanas Signatárias do Pacto de Milão sobre Política de Alimentação Urbana na América Latina, organizado pela prefeitura.
O evento acontece de 29 a 31 de maio no Museu de Arte do Rio (MAR), debatendo políticas alimentares urbanas inclusivas e sustentáveis. Restrito a convidados, o Fórum será transmitido pelo canal da prefeitura no Youtube, no link http://bit.ly/ForumAlimentacaoUrbanaRio.
Participam do encontro representantes da OPAS/OMS de cidades latino-americanas e europeias, do Poder Executivo e representantes de iniciativas brasileiras, como a Maré de Sabores, que participa de mesa-redonda sobre Território e Sustentabilidade.
Mais de 70 especialistas participarão das discussões e devem assinar a Declaração do Rio, um documento com compromissos gerais para uma aliança latino-americana das cidades signatárias do Pacto de Milão.
O Rio de Janeiro foi escolhido entre as 187 cidades signatárias do Pacto de Milão para receber o fórum pelo protagonismo no setor de segurança alimentar, que inclui programa de alimentação escolar, restaurantes populares e circuito de feiras orgânicas.
O Pacto de Milão sobre Política de Alimentação Urbana foi assinado em outubro de 2015 na cidade italiana que dá nome ao documento e representa um dos legados mais importantes da EXPO 2015, evento mundial cujo tema foi “Nutrir o Planeta, Energia para Vida”. O objetivo da iniciativa é criar uma rede de cidades comprometidas com o desenvolvimento e a implementação de sistemas alimentares sustentáveis.
COLETIVA DE IMPRENSA:Dia 29 de maio – 13 horas Auditório do Museu de Arte do Rio (MAR) Credenciamento de imprensa no local a partir das 12h30
Assessoria de Comunicação da Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Emprego e Inovação: (21) 2976.3695 – acs.smdei@gmail.com
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Posted: 28 May 2019 10:52 AM PDT
A CID-11 foi atualizada para o século 21 e reflete avanços substanciais em ciência e medicina. Foto: EBC
As delegações da 72ª Assembleia Mundial da Saúde aprovaram uma série de resoluções sobre temas como segurança do paciente, emergência e cuidados e água e saneamento. Também concordaram com a adoção da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-11), que entrará em vigor em 1º de janeiro de 2022.
A seguir, um resumo das principais decisões adotadas no sábado (25).
Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-11)
Os Estados-membros concordaram em adotar a décima primeira revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, que entrará em vigor em 1º de janeiro de 2022.
A CID é a base para a identificação de tendências e estatísticas de saúde em nível mundial, e o padrão internacional para relatar doenças e condições de saúde. É o padrão de classificação diagnóstica para todos os fins clínicos e de pesquisa. A CID define o universo de doenças, transtornos, lesões e outras condições de saúde.
Também captura fatores que influenciam a saúde ou causas externas de mortalidade e morbidade, proporcionando uma visão holística de todos os aspectos da vida que podem afetar a saúde.
Compreender o que faz as pessoas adoecerem e o que acaba por matá-las está no cerne do mapeamento das tendências e epidemias, das decisões sobre como programar os serviços de saúde, alocar os gastos com atenção e investir na melhoria das terapias e da prevenção. A CID-11 também está apta para muitos usos, incluindo registro clínico, atenção primária, segurança do paciente, resistência antimicrobiana, alocação de recursos e reembolso, além de estatísticas de mortalidade e morbidade.
A CID-11 foi atualizada para o século 21 e reflete avanços substanciais em ciência e medicina. Pode estar bem integrada a aplicativos eletrônicos de saúde e sistemas de informação. Essa nova versão é totalmente eletrônica, permitindo que mais detalhes sejam gravados e é significativamente mais fácil de usar e implementar, o que levará a menos erros e custos mais baixos, além de tornar a ferramenta muito mais acessível, especialmente para configurações com poucos recursos.
Os Estados-membros observaram que a CID-11 foi produzida de forma transparente e colaborativa.
Segurança do paciente
Os Estados-membros reunidos na Assembleia Mundial da Saúde se comprometeram a reconhecer a segurança do paciente como uma das principais prioridades de saúde e a tomar medidas conjuntas para reduzir os danos aos pacientes nos ambientes onde a atenção é prestada.
A Assembleia também endossou o estabelecimento de um Dia Mundial da Segurança do Paciente, a ser celebrado no dia 17 de setembro de cada ano, e instou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a fornecer apoio técnico aos países para desenvolver capacidades nacionais de avaliação, mensuração e melhoria da segurança do paciente.
Solicitou que o organismo internacional formule um plano de ação global de segurança do paciente, em consulta com os países e todas as partes interessadas relevantes, para melhorar e garantir a segurança do paciente em nível mundial.
Os danos ao paciente por eventos adversos são uma das principais causas de morte e incapacidade globalmente. Estima-se que 134 milhões de eventos adversos ocorrem anualmente devido à atenção insegura em hospitais nos países de baixa e média renda, contribuindo para 2,6 milhões de mortes, enquanto se calcula que um em cada 10 pacientes seja prejudicado enquanto recebe atendimento hospitalar em países de alta renda.
Reconhecendo a segurança do paciente como central na prestação de atenção à saúde e no fornecimento da cobertura universal de saúde, a OMS e o Reino Unido lançaram em conjunto o “Global Patient Safety Collaborative”. O objetivo dessa iniciativa é garantir e ampliar a ação global em relação à segurança do paciente e colaborar estreitamente com países de baixa e média renda para reduzir os danos evitáveis aos pacientes e melhorar a segurança de seus sistemas nacionais de saúde.
Atendimento de emergência e trauma
Os Estados-membros concordaram ainda em preparar o caminho para melhores e mais rápidos serviços para condições de saúde que requerem atendimento de emergência, incluindo lesões, ataques cardíacos, saúde mental, infecções ou complicações na gravidez.
Um sistema de atendimento de emergência funcional é essencial para a cobertura universal de saúde, e investir no atendimento de primeira linha salva vidas, aumenta o impacto e reduz os custos em outras áreas do sistema de saúde.
Os passos acordados para fortalecer a atenção de emergência nos países incluem o desenvolvimento de políticas para financiamento sustentável, governança e acesso universal ao atendimento de emergência para todos, além da integração do atendimento emergencial em estratégias de provisão de saúde e treinamento em todos os níveis. Os Estados-membros também adotaram o uso da avaliação do sistema de atendimento de emergência da OMS para identificar lacunas e prioridades relevantes para o contexto.
Água, saneamento e higiene
Os Estados-membros também aprovaram uma nova resolução para melhorar os serviços de água potável, saneamento e higiene (WASH) nas unidades de saúde em todo o mundo. Observando que esta é uma medida essencial para prevenir a disseminação de infecções, reduzir as mortes de mães e recém-nascidos e alcançar a cobertura universal de saúde, a resolução insta os países a priorizar água potável, saneamento e higiene para cuidados de saúde mais seguros.
Atualmente, uma em cada quatro unidades de saúde carece de serviços básicos de água e uma em cada cinco não possui serviços de saneamento – afetando 2 bilhões e 1,5 bilhão de pessoas, respectivamente. Além disso, muitas unidades não têm instalações de higienização das mãos e não dispõem de sistemas para segregação e eliminação seguras de resíduos. Estima-se que 15% dos pacientes desenvolvam uma ou mais infecções durante uma internação hospitalar, com o maior risco em países de baixa renda.
À luz disto, a resolução solicita aos Estados-membros que desenvolvam roteiros nacionais, estabeleçam e implementem normas e invistam em sistemas de apoio a serviços sustentáveis de água potável, saneamento e higiene. Também solicita à OMS que forneça liderança, ajude a mobilizar recursos para investimento, informe sobre o progresso global e, em emergências, ajude a coordenar e implementar o controle e a prevenção de infecções nos serviços de saúde.
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Posted: 28 May 2019 10:23 AM PDT
A última ocorreu em 18 de maio, quando foram capacitadas 150 pessoas, entre elas 130 funcionários de uma empresa de segurança privada, que oferecerá suporte às Forças Armadas nos abrigos, e 20 militares recém-chegados. Foto: UNFPA
Um dos eixos que guiam o trabalho do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) no contexto de assistência humanitária em Roraima é a prevenção e resposta à violência baseada em gênero.
Prevenir todas as formas de agressão contra mulheres e meninas faz parte do dia a dia da atuação dos profissionais junto às pessoas migrantes e refugiadas no estado. Parte dessa prevenção passa por sensibilização e conscientização das equipes de trabalho.
Por isso, desde 2018, 1.605 militares e civis, além de 87 pessoas que fazem parte das agências das Nações Unidas na região, já foram capacitados pelo UNFPA para atuar nesse contexto. Foram ministradas, ao total, 11 oficinas.
As atividade de formação contra a exploração e o abuso sexual em contextos de emergência são voltadas para os profissionais que atuam dentro e fora dos abrigos da Operação Acolhida, e na recepção das pessoas venezuelanas que chegam ao país de uma forma geral.
Antes da oficina, as agências e fundos do sistema das Nações Unidas presentes em Roraima — UNFPA, Organização Internacional para as Migrações (OIM), Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e ONU Mulheres — apresentaram seus mandatos.
A Defensoria Pública da União (DPU) também esteve no local. A atividade aconteceu na 1ª Brigada de Infantaria de Selva, em Boa Vista, a convite do Comando Geral da Operação Acolhida.
“Nessas oficinas, as equipes são orientadas sobre como identificar uma situação de exploração ou abuso sexual, e sobre como oferecer respostas rápidas. Além disso, os profissionais são conscientizados sobre a importância de manter a violência sexual no radar e prevenir situações de risco junto às populações mais vulneráveis”, disse a especialista em violência de gênero do UNFPA, Patrícia Melo.
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Posted: 28 May 2019 09:19 AM PDT
Clique para exibir o slide.O presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, abriu formalmente a primeira Assembleia do Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos (ONU-HABITAT) na segunda-feira (28) no escritório da agência da ONU em Nairóbi, no Quênia.
Entre os convidados da cerimônia de abertura, estavam ministros e representantes de Estados-membros, governadores, prefeitos, representantes da sociedade civil e de organizações não governamentais, acadêmicos e empresários.
Na ocasião, Kenyatta enfatizou a necessidade de ação coletiva internacional para enfrentar os desafios de uma rápida urbanização, lembrando que muitas sociedades não estão preparadas para planejá-la adequadamente.
Ele disse que, diante desses desafios, o tema da Assembleia é “Inovação para uma melhor qualidade de vida nas cidades e comunidades”, o que segundo ele era apropriado e oportuno.
Delegados de Estados-membros das Nações Unidas elegeram Martha Delgado, sub-secretária de assuntos multilaterais e direitos humanos do Ministério de Relações Exteriores do México, como presidente da primeira sessão da Assembleia do ONU-HABITAT.
Depois de ser escolhida, ela disse: “gostaria enfatizar minha mais profunda apreciação a todos os Estados-membros que deram esta honra ao meu país, o México, ao me eleger como presidente”. “Posso garantir a vocês que farei o meu melhor”.
Falando ao público por meio de mensagem de vídeo, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse: “sua reunião ocorre em meio a um importante cenário: cerca de 60% da infraestrutura urbana necessária até 2030 ainda precisa ser construída”. “Isso cria enormes oportunidades”, declarou.
A diretora-executiva do ONU-HABITAT, Maimunah Mohd Sharif, disse: “ninguém aqui precisa ser convencido de que a urbanização sustentável é a questão-chave do momento”. “Como vamos superar os desafios e maximizar as oportunidades? O tema da assembleia diz. Se não inovarmos e se continuarmos a fazer negócios como antes, teremos poucas chances de progresso”.
Houve uma palestra de Ridwan Kamil, governador da ilha de Java, na Indonésia, e um discurso de um músico da Gâmbia, Sona Jobarteh, sobre as conexões entre juventude, cultura e desenvolvimento.
A manhã também incluiu músicas indígenas apresentadas pela adolescente canadense Emma Stevens, além de apresentações de diversos grupos quenianos, incluindo Ghetto Classics, Kenya Angklung Girls’ Chorale e Tarumbeta Africa. Houve também demonstrações de como o prédio escritório das Nações Unidas poderia ser redesenhado com a ajuda de um jogo computacional denominado Minecraft.
Um total de 113 países enviaram representantes para a abertura da Assembleia, mais da metade deles ministros ou vice-ministros. Além disso, mais de 60 prefeitos estavam entre os 2,2 mil delegados que participaram da cerimônia.
A Assembleia do ONU-HABITAT adotará normas e políticas globais que guiarão como as cidades e comunidades são planejadas, administradas e governadas. Sharif disse: “esta assembleia só acontecerá a cada quatro anos”. “O mundo está nos assistindo. Precisamos garantir que transformemos nossas palavras em ações para melhorar a vida de todos no mundo atual em urbanização”.
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Posted: 28 May 2019 09:08 AM PDT
Foto: Michael Pinsky
Os artistas são conhecidos por se inspirarem no mundo ao seu redor. Por isso, não é surpresa que alguns tenham começado a jogar luz sobre uma das questões ambientais mais urgentes do nosso tempo: a poluição do ar.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada ano cerca de 7 milhões de mortes prematuras são causadas pela poluição do ar, com nove em cada dez pessoas respirando ar tóxico. A poluição do ar também é conhecida por contribuir para a mudança climática e, portanto, os esforços para combatê-la também podem ajudar a enfrentar a crise climática.
A hora de agir é agora, e os artistas – como tantos outros – estão procurando maneiras de aumentar a conscientização sobre a poluição do ar, encontrar soluções para reduzi-la e até mesmo usá-la como um recurso.
‘Casulos da poluição’
Michael Pinsky inspirou-se nas diferenças entre os vários tipos de poluição do ar, quando se propôs a fazer os ‘Pollution Pods’ – ou casulos da poluição. O projeto consiste em cinco cúpulas, cada uma simulando o ar em cinco áreas diferentes do mundo: norte da Noruega, Londres, Nova Déli, Pequim e São Paulo. Conforme você se move pelas cúpulas, experimenta níveis variados e fontes de poluição do ar.
“Eu queria ter sensações muito diferentes de uma cúpula para outra”, disse Pinsky à ONU Meio Ambiente. “Não é apenas uma questão do quão forte é a poluição, mas também de características muito diferentes.”
Para Londres, Pinsky recria o cheiro do diesel. Para Pequim, ele mistura o cheiro de fumaça industrial, aquecimento a carvão ou madeira e emissões oriundas do transporte. Enquanto Nova Deli experimenta a poluição do plástico queimado e da grama, já que os cidadãos ainda queimam muito do seu lixo.
Felizmente, a poluição é apenas em cheiro e visibilidade, sem os gases nocivos reais. Mas Pinsky diz que a experiência, ainda assim, não é muito agradável. Esse é o ponto: a poluição do ar não é agradável.
Pinsky espera que os ‘Pollution Pods’ levem a uma abordagem mais “radical” ao lidar com a poluição do ar, particularmente em relação ao transporte. “Não é tão fácil aplicar a mesma defesa ou filosofia em diferentes cidades do mundo”, disse ele. “Mas, em alguns casos, você poderia reverter o problema em dois anos com as políticas certas.”
Torres livres de poluição
Vivendo em Pequim, Daan Roosegaarde testemunhou a luta da cidade pelo desenvolvimento econômico e pelo bem-estar dos cidadãos, quando criou a Torre Livre de Fumaça. O “maior aspirador de fumaça do mundo”, como Roosegaarde chama, suga o ar poluído, limpa e o libera de volta para a atmosfera.
“Eu pensei comigo mesmo: ‘eu não sou ministro, não posso dar 20 bilhões de euros para a energia verde hoje. Mas sou engenheiro e artista, posso criar um parque limpo, como um oásis.”
A premissa é que a torre livre de poluição fica em um parque da cidade, tornando o ar de 20 a 70% mais limpo do que o resto da cidade. Utiliza tecnologia de ionização positiva, que, segundo Roosegaarde, é a única maneira de limpar grandes volumes de partículas ultrafinas usando pouca energia.
Foto: Studio Roosegaarde
As torres agora são encontradas em todo o mundo na China, Polônia, Holanda e, em breve, na Coreia do Sul e no México. Também levou a uma campanha global, com parceiros locais em cada país replicando as torres. Roosegaarde introduziu agora o anel livre de poluição – feito de partículas de fumaça comprimidas – e a bicicleta livre de poluição.
“Isso não é utopia. É uma ‘pró-topia’ em que nós, passo a passo, tentamos melhorar nossas cidades”, disse. “O grande objetivo é que eles não sejam mais necessários, mas até lá você fará o que puder para se manter saudável.”
Tinta à base de poluição do ar
Anirudh Sharma estava visitando sua família em Mumbai, na Índia, quando começou a notar que à noite suas camisas brancas gradualmente se tornavam salpicadas de algo parecido com sujeira.
“Percebi que isso era poluição do ar, ou material particulado fuliginoso, feitas de partículas pretas liberadas do escape dos veículos”, disse Sharma ao laboratório de mídia do MIT (Massachusetts Institute of Technology). “Esta é uma questão importante de saúde.”
Quando retornou ao MIT, Sharma decidiu fazer algo sobre a poluição do ar em casa. Montou, então, a Graviky Labs – uma start-up que desenvolveu uma tecnologia que vinculado a sistemas de exaustão a diesel de modo a capturar partículas. A equipe da Graviky trata a fuligem para transformá-la em tinta – chamada Air-Ink – para uso de artistas de todo o mundo.
Até agora, o start-up capturou 1,6 bilhão de microgramas de material particulado, ou o equivalente a coletar 1,6 trilhão de litros de ar externo.
“Menos poluição, mais arte. É para aí que estamos indo”, disse Sharma.
A poluição do ar é o tema deste ano do Dia Mundial do Meio Ambiente, marcado em 5 de junho. A China é o país-sede da data em 2019. A qualidade do ar que respiramos depende das escolhas de estilo de vida que fazemos todos os dias.
Saiba mais sobre como a poluição do ar afeta você e o que está sendo feito para limpar o ar visitando o site oficial do Dia Mundial do Meio Ambiente ( www.worldenvironmentday.global/pt-br). O que você está fazendo para reduzir sua pegada de emissões e combater a poluição do ar?
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Posted: 28 May 2019 08:19 AM PDT
Evento ocorreu em shopping center de Cuiabá (MT). Foto: Divulgação/OAB-MT
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) disse nesta terça-feira (28) ter recebido “com muita preocupação” a informação sobre a realização, no dia 22 de maio, do evento “Adoção na Passarela” em Mato Grosso (MT).
A iniciativa organizada pela Associação Mato-grossense de Pesquisa e Apoio à Adoção (Ampara), em parceria com a Comissão de Infância e Juventude (CIJ) da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT), teve como objetivo promover o processo de adoção de meninas e meninos institucionalizados. Mas, segundo o UNICEF, acabou se configurando como um ato que viola o melhor interesse de crianças, não respeitando princípios fundamentais da proteção à infância.
“O UNICEF repudia esse tipo de iniciativa, na qual crianças e adolescentes são expostos, com especial gravidade, em um ambiente público como objetos a ser escolhidos por adultos, podendo, inclusive, gerar consequências emocionais negativas entre os participantes”, disse a agência da ONU em nota.
“É muito importante ressaltar que o Brasil possui uma rigorosa legislação na área de adoção, oferecendo um marco jurídico baseado no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) que prioriza a proteção, a confidencialidade e a privacidade dentro dos processos envolvidos para a restituição do direito a viver em família.”
Segundo o UNICEF, a adoção de crianças de idade mais avançada e, sobretudo, de adolescentes é um grande desafio, mas é fundamental respeitar os preceitos de proteção e salvaguarda expressos na legislação brasileira. Assim, cabe ao poder público encontrar soluções adequadas e que respeitem a proteção integral de meninas e meninos.
“O UNICEF ressalta que é dever de toda a sociedade zelar pela dignidade e proteção da criança, sempre priorizando seu melhor interesse”, concluiu.
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Posted: 28 May 2019 08:00 AM PDT
Dainielis e sua filha no Espaço Amigável, em Boa Vista. Foto: UNFPA/Fabiane Guimarães
A menor menção ao trabalho do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) faz os olhos da adolescente Dainielis Carmona, de 17 anos, brilharem. A jovem venezuelana, mãe de uma menina de 9 meses, deixou seu país junto ao companheiro e outros 13 familiares — metade deles mulheres — há cinco meses.
Em Boa Vista (RR), ela encontrou abrigo, participou de oficinas sobre saúde sexual e reprodutiva, conversou com especialistas e fez, em suas próprias palavras, grandes amigos nos espaços coordenados pela agência da ONU. Ela agora se sente mais empoderada e fortalecida para cuidar de si mesma e da filha.
“Somos muito gratos pela atenção recebida. São pessoas muito boas, que naquele primeiro momento me disseram para não chorar, para ficar tranquila”, conta.
Dainielis praticamente não teve acesso a serviços de pré-natal em seu país e foi somente em território brasileiro que conseguiu acompanhamento especializado para ela e a criança. Garantir que Dainielis recebesse atendimento na rede pública foi uma prioridade da equipe de assistência humanitária do UNFPA que a acolheu.
“Na Venezuela, não havia leite nem remédios para minha filha. Meu parto em si foi muito complicado. Tive pré-eclâmpsia e o hospital não tinha nada, apenas o médico. Foi um parto seco”, relata. Somente após o nascimento da criança, ela e a família decidiram partir. Não foi uma decisão fácil.
“Foi doloroso, tivemos que deixar muitas pessoas. Mas precisávamos fazê-lo, porque não tínhamos condições”, relata sua mãe, Deyanira Hernandez, de 48 anos. Em Roraima, 13 abrigos coordenados pela Operação Acolhida recebem as pessoas migrantes e refugiadas temporariamente.
Dainielis não pretende ter outros filhos. Pelo menos, não por enquanto. Para isso, ela e seu companheiro tiveram acesso a informações sobre contraceptivos e receberam preservativos, disponibilizados em rodas de conversa e salas de atendimento coordenadas pelo UNFPA.
“Agora quero ter minha estabilidade, planejar o futuro, ter um trabalho e continuar os estudos. Uma filha só está bom”, diz, sorrindo.
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Posted: 28 May 2019 07:46 AM PDT
Clique para exibir o slide.Teve início na segunda-feira (27) o curso “Temas Atuais em Matéria de Propriedade Intelectual para Juízes e Procuradores”, no auditório do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), no Rio de Janeiro.
O evento é resultado de ação de cooperação do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) com a Justiça Federal e o Ministério das Relações Exteriores (MRE).
Até quarta-feira (29), os magistrados discutirão o sistema internacional de Propriedade Intelectual (PI) e alguns de seus produtos, como marcas, patentes e desenhos industriais, além dos desafios na área, principalmente no que tange aos aspectos jurisdicionais.
Na abertura das discussões, o procurador-chefe do INPI, Marcos Couto, citou o processo de internacionalização do registro de marcas pelo Protocolo de Madri e o novo marco legal de Ciência e Tecnologia como alguns dos avanços na área.
Em seguida, Maximiliano Arienzo, chefe da Divisão de Propriedade Intelectual do Itamaraty, falou sobre o sistema internacional e a PI, destacando a importância dos ativos intangíveis como agregadores de valor. Segundo ele, um terço do valor de mercado dos produtos decorre de capital intangível, como tecnologia e marca.
Também estiveram presentes na mesa de abertura a juíza federal e coordenadora do evento, Márcia Maria Nunes de Barros; o diretor regional da OMPI no Brasil, José Graça Aranha; e o primeiro secretário da Associação de Juízes Federais do Brasil, Eduardo André Brandão de Brito Fernandes.
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Posted: 27 May 2019 03:14 PM PDT
Barcos com migrantes na costa da Itália. Foto: Marinha italiana/M. Sestini
Especialistas das Nações Unidas em direitos humanos condenaram em maio (20) uma proposta de decreto do ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, para multar pessoas que resgatam migrantes e refugiados no mar.
Em carta formal ao governo da Itália, os especialistas independentes pediram a retirada do projeto e afirmaram que “o direito à vida e o princípio de não devolução devem prevalecer sobre a legislação nacional ou outras medidas supostamente adotadas em nome da segurança nacional”.
Mais cedo neste mês, Salvini anunciou um projeto de lei que multaria embarcações por cada pessoa resgatada no mar e levada para o território italiano. Barcos de organizações não governamentais e de outras organizações que resgatarem migrantes também podem ter suas licenças revogadas ou suspensas.
“Instamos as autoridades a parar de colocar em perigo as vidas de migrantes, incluindo solicitantes de refúgio e vítimas do tráfico de pessoas, ao invocar a luta contra contrabandistas. Esta abordagem é enganosa e não está em linha tanto com o direito internacional geral quanto com o direito internacional de direitos humanos”, disseram.
“Em vez disso, políticas migratórias restritivas contribuem para exacerbar as vulnerabilidades de migrantes e só servem para ampliar o tráfico de pessoas.”
Os especialistas da ONU disseram que, se a proposta entrar em vigor, irá prejudicar seriamente os direitos de migrantes, incluindo solicitantes de refúgio, assim como vítimas de tortura, de tráfico de pessoas e de outros sérios abusos de direitos humanos. A proposta de decreto ainda precisa ser aprovada pelo governo.
Eles também pediram a suspensão de duas diretrizes anteriores que impedem embarcações de ONGs que resgataram migrantes das costas da Líbia de acessarem portos italianos. A segunda diretriz, em particular, atingiu o navio italiano Mare Jonio por ajudar pessoas que estavam no mar.
Declarar que portos líbios são “capazes de fornecer assistência logística e médica adequada para migrantes” é especialmente alarmante, disseram os especialistas. Relatos indicam que membros da guarda costeira da Líbia cometeram múltiplas violações de direitos humanos, incluindo conluio com redes de traficantes de pessoas, além de afundamento deliberado de embarcações.
Segundo os especialistas, quaisquer medidas contra agentes humanitários devem ser cessadas.
“Estamos profundamente preocupados com as acusações apresentadas contra a embarcação Mare Jonio, que não foram confirmadas por quaisquer autoridades judiciais competentes. Acreditamos que isto representa mais uma tentativa política de criminalizar agentes humanitários que fornecem serviços vitais, indispensáveis para proteger a vida e a dignidade de pessoas.”
De acordo com os especialistas, autoridades italianas fracassaram em considerar diversas normas internacionais, como o artigo 98 da Convenção da ONU sobre o Direito do Mar, que aborda o dever de ajudar qualquer pessoa em perigo no mar.
“O Artigo 98 é considerado lei consuetudinária. Aplica-se a todas as zonas marítimas e todas as pessoas em apuros, sem discriminação, assim como todas as embarcações, incluindo navios particulares ou de ONGs sob uma bandeira de um Estado”, disseram.
Além disso, as diretrizes estigmatizam migrantes como “possíveis terroristas, traficantes e contrabandistas”, sem fornecer evidências para tal.
“Estamos preocupados que este tipo de retórica irá aumentar ainda mais o clima de ódio e xenofobia, como anteriormente destacado em outra carta, que o governo italiano ainda precisa responder.”
Os especialistas contataram o governo sobre suas preocupações e aguardam uma resposta. Uma cópia da carta também foi entregue à Líbia e à União Europeia.
Os especialistas independentes das Nações Unidas são: Felipe González Morales, relator especial sobre direitos humanos de migrantes; Nils Melzer, relator especial sobre tortura e outras formas de punições ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes; Maria Grazia Giammarinaro, relatora especial sobre tráfico de pessoas, especialmente mulheres e crianças; E. Tendayi Achiume, relatora especial sobre formas contemporâneas de racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerâncias relacionadas; Michel Forst, relator especial sobre a situação de defensores dos direitos humanos; Obiora C. Okafor, especialista independente sobre direitos humanos e solidariedade internacional.
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Posted: 27 May 2019 02:50 PM PDT
Winnie Kakunta é chefe de desenvolvimento no Departamento de Relações Comunitárias da mineradora Barrick Lumwana, da Zâmbia. A companhia possui uma parceria com o Programa ‘Empregos Verdes na Zâmbia’, liderado pela OIT, para construir moradias com materiais verdes para seus funcionários. Foto: OIT/Crozet M. (2015)
Os resultados de empresas são melhores, às vezes em até 20%, quando empregam mais mulheres em posições de chefia, afirmaram especialistas trabalhistas das Nações Unidas na última quarta-feira (22). Eles alertaram que a maior parte das empresas expressa a ideia de igualdade de gênero apenas em reuniões, sem concretizá-las.
Em um relatório cobrindo 13 mil empresas em 70 países, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) afirmou que, globalmente, em torno de seis a cada dez organizações privadas concordaram que a diversidade de gênero melhorou os negócios. Os entrevistados citaram ganhos em criatividade, inovação e reputação.
Em termos de lucros, quase três quartos das companhias que monitoraram a diversidade de gênero em posições de gestão relataram aumentos entre 5 e 20%. A maioria teve crescimento de 10 a 15%.
Além de lucros mais altos, a autora do relatório, Jae-Hee Chang, também destacou que a presença de mais mulheres em salas de reuniões também leva a mais gestoras em níveis de entrada, médios e sêniores.
Apesar destas conclusões positivas, menos de um terço dos conselhos de companhias em todo o mundo possui pelo menos 30% de participação feminina. O número é “a massa crítica” quando os efeitos positivos de mais mulheres na gestão sênior começam a se mostrar, de acordo com a OIT.
“O que acontece na própria liderança sênior passa para baixo”, disse. “Isto tem uma associação e conexão com o desempenho de negócios.”
“É claro que ainda há menos mulheres neste tipo de cargos sêniores do que na força de trabalho como um todo, e quanto mais alto você for na cadeia de comando de uma empresa, menor é a probabilidade de encontrar uma mulher”, disse Deborah France-Massin, diretora do Departamento da OIT para Atividades de Empregadores.
Em nível nacional, o relatório da ONU também encontrou uma correlação entre mais funcionárias mulheres e o aumento de produção, com base em dados de 187 países, de 1991 a 2017.
“Esperávamos ver uma correlação positiva entre diversidade de gênero e sucesso empresarial, mas estes resultados são de abrir os olhos”, explicou France-Massin.
“Quando você considera os esforços que companhias fazem em outras áreas para conseguir apenas dois ou três por cento em lucros, a importância é clara: companhias devem olhar para o balanço de gênero como uma questão de base, não apenas como uma questão de recursos humanos.”
Apesar dos “vieses conscientes e inconscientes” que impedem mulheres de serem expostas a uma série de tarefas em empresas que ajudam a garantir progressão na carreira, há evidências de que esta discriminação está sendo respondida, insistiu France-Massin.
Isto se deve em parte ao aumento dos níveis de educação, que estão gradualmente criando um número maior de meninas talentosas em todos os lugares, disse, alertando que a discriminação de gênero no ambiente de trabalho é possivelmente um problema maior do que pensado anteriormente.
“Isto vai além do ambiente de trabalho”, disse. “Ambientes de trabalho são microcosmos de sociedades e da cultura em que surgiram. Companhias só podem ir até certo ponto, mas isto também é sobre mudanças sociais e o papel de mulheres na sociedade e a aceitação de que, conforme os ambientes de trabalho progridem, companhias precisam de talentos para avançar, e algumas das barreiras que costumavam existir precisam ser quebradas ainda mais.”
Acesse o relatório, disponível em diversos idiomas, clicando aqui.
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Posted: 27 May 2019 02:33 PM PDT
Sacos de cereais do Programa Mundial de Alimentos (PMA) na província de Taiz, no Iêmen. Foto: OCHA/Giles Clarke
A agência das Nações Unidas de ajuda alimentar de emergência afirmou na segunda-feira (20) que, sem acesso pleno e “liberdade para decidir”, pode ser forçada a implementar uma “suspensão em fases” para pessoas que recebem ajuda vital em áreas controladas por rebeldes houthis no Iêmen.
Em comunicado, o porta-voz sênior do Programa Mundial de Alimentos (PMA), Hervé Verhoosel, afirmou que, após mais de quatro anos de conflito brutal entre houthis e uma coalizão do governo por controle do país, “nosso maior desafio não vem das armas”, mas “do papel obstrutivo e não cooperativo de alguns líderes houthis em áreas sob o controle deles”.
Ele afirmou que agentes humanitários que trabalham no Iêmen não estão conseguindo acesso às pessoas em situação de fome. Além disso, comboios de ajuda estão sendo bloqueados e autoridades locais interferem na decisão de quem recebe comida.
“Isto precisa acabar”
Segundo o porta-voz, progressos com violadores precisam ser feitos, após repetidos avisos para acabar com desvio de alimentos.
“Esta suspensão faseada de operações do PMA será adotada como último recurso e faremos tudo dentro de nossos poderes para garantir que os mais frágeis e mais vulneráveis – especialmente crianças – não sofram.”
Ele acrescentou que esforços de ajuda que “miram diretamente crianças malnutridas e mulheres irão continuar”, como estratégia para “mitigar qualquer impacto lamentável que uma suspensão parcial possa ter sobre a saúde e bem-estar. Nós devemos isto ao povo do Iêmen e aos nossos doadores internacionais que apoiam nossa operação”.
O porta-voz sênior destacou que alguns dos líderes houthis fizeram “comprometimentos positivos” e estão trabalhando de perto com o PMA para permitir que “um processo humanitário totalmente independente de selecionar os mais necessitados” se torne realidade. Mas outros “infelizmente quebraram promessas que nos fizeram”.
Ele afirmou que um impasse anterior com a coalizão liderada pela Arábia Saudita em 2017 havia sido resolvido com sucesso. O impasse envolvia o bloqueio da entrada de novos contêineres e envios vitais de ajuda no porto crucial de Hodeida. “Os líderes da coalizão ouviram e, a tempo, os contêineres foram entregues, e o porto foi reaberto para ajuda.”
“O PMA ainda acredita que bom senso irá prevalecer e uma suspensão não irá acontecer”, disse Verhoosel. “A responsabilidade final pelo bem-estar de seu povo cabe à liderança iemenita. Se o PMA receber permissão de realizar uma operação que cumpra padrões mínimos internacionais, estaremos prontos para desempenhar nosso papel e garantir um futuro melhor para milhões de iemenitas que lutam para alimentar suas famílias.”
Segundo o coordenador humanitário da ONU, Mark Lowcock, “o espectro da fome ainda paira” sobre o Iêmen. Em torno de 360 mil crianças no Iêmen sofrem de má nutrição aguda severa. Além disso, o retorno do cólera afetou 300 mil iemenitas apenas neste ano.
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Posted: 27 May 2019 02:13 PM PDT
Mulheres e crianças deslocadas em um acampamento improvisado na cidade de Paoua, República Centro-Africana, no norte do país. Foto: Yaye Nabo Sène/OCHA
A especialista independente das Nações Unidas sobre a situação de direitos humanos na República Centro-Africana condenou veementemente ataques recentes contra vilarejos no município de Ouham-Pendé, que deixaram mais de 49 mortos entre 19 e 21 de maio.
“Para grupos armados reivindicarem seus lugares no processo de paz, eles precisam colocar imediatamente um fim à violência”, disse Marie-Thérèse Keita Bocoum.
“Eles também precisam lembrar que podem ser processados tanto por envolvimento direto na delegação destes atos hediondos ou pela posição de comando em relação a seus subordinados quanto pela influência e pelas responsabilidades como superiores.”
De acordo com informações repassadas à especialista independente, os ataques nos vilarejos de Koudjili, Ndondjom, Bohong, Lemouna e Koui, que aparentam terem sido coordenados, foram realizados por combatentes do grupo 3R.
“Estes ataques podem ser classificados como sérios crimes se for provada a natureza coordenada e planejada, assim como a intenção dos autores de matar uma grande parte da população destes vilarejos”, disse Bocoum.
Segundo a especialista, a maior necessidade atual é proteger populações, e o Estado tem a principal responsabilidade nesta área. Ela encorajou as autoridades, com apoio da missão das Nações Unidas de manutenção da paz na região, a MINUSCA, a fortalecerem patrulhas conjuntas nas áreas atingidas.
“Também é responsabilidade do Estado colocar ações públicas em vigor para processar os autores destes atos”, disse, pedindo para a MINUSCA apoiar as autoridades neste
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