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quinta-feira, 28 de junho de 2018

Boletim diário da ONU Brasil: “Agricultura tradicional de flores sempre-vivas pode ser 1º patrimônio agrícola mundial brasileiro” e 13 outros



Boletim diário da ONU Brasil: “Agricultura tradicional de flores sempre-vivas pode ser 1º patrimônio agrícola mundial brasileiro” e 13 outros.

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Posted: 21 Jun 2018 02:29 PM PDT
Parque Nacional das Sempre-Vivas, em Minas Gerais. Foto: Wikimedia Commons/Carolina Teixeira de Melo Franco (CC)
Parque Nacional das Sempre-Vivas, em Minas Gerais. Foto: Wikimedia Commons/Carolina Teixeira de Melo Franco (CC)
O sistema de agricultura tradicional da Serra do Espinhaço, no território Alto Jequitinhonha, em Minas Gerais, pode ser o primeiro Patrimônio Agrícola Mundial brasileiro. Nesta região, vivem comunidades rurais tradicionais que, ao longo de séculos, realizam a coleta de flores sempre-vivas e mantêm o cultivo ancestral de roças e criação de animais.
Os apanhadores serão a primeira candidatura brasileira ao programa de reconhecimento de Sistemas Importantes do Patrimônio Agrícola Mundial (Sipam), concedido pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
A candidatura ao selo de Patrimônio Mundial da FAO será oficializada esta semana durante o I Festival dos Apanhadores e Apanhadoras de Flores Sempre-Vivas, que ocorre em Diamantina até sexta-feira (22).
Durante a solenidade, será entregue ao representante da FAO no Brasil, Alan Bojanic, um dossiê com a história das comunidades, a maioria quilombola, e o plano de conservação do sistema agrícola mantido pelas famílias.
O documento foi elaborado pela Comissão em Defesa dos Direitos das Comunidades Extrativistas da Serra do Espinhaço de Minas Gerais (Codecex), em parceria com o governo de Minas Gerais, as prefeituras onde as comunidades estão localizadas, e universidades.
Alan Bojanic explica que este reconhecimento concedido como Sipam tem como objetivo valorizar práticas ancestrais que têm sido preservadas ao longo do tempo.
“São poucos lugares no mundo que têm este reconhecimento. Reconhecer os apanhadores de flores de sempre-viva vai promover investimentos, políticas públicas adequadas, geração de empregos e, certamente, mais renda para estas famílias. Vai ser um grande orgulho para esta região de Minas Gerais e também para o Brasil, já que será o primeiro sitio do país.”
Na América Latina, o corredor Cuzco – Puno tem o reconhecimento como Sipam. O lugar guarda uma história de domesticação de cultivos e animais de quase 10 mil anos.
Atualmente, são 51 patrimônios agrícolas em todo o mundo que têm este reconhecimento da FAO.

Modo de vida de quilombolas e descentes de indígenas

O sistema agrícola tradicional dos apanhadores de sempre-vivas fica na parte mineira da Serra do Espinhaço e abrange os municípios de Bocaiúva, Olhos D’Água, Diamantina, Buenópolis, Couto Magalhães, Serro e Presidente Kubitscheck.
O sistema representa o modo de vida de cerca de 20 comunidades, entre quilombolas e descendentes de indígenas, que se estabeleceram há séculos na região. Nesta primeira etapa, o Sipam vai abranger apenas os municípios de Diamantina, Presidente Kubitschek e Buenópolis.
As sempre-vivas são espécies características endêmicas do cerrado. As comunidades preservam conhecimentos ancestrais no manejo das flores, no cultivo de roças e na criação de raças caipiras de animais.

Guardiões

Os apanhadores de sempre-vivas se intitulam guardiões tanto das sementes das flores como de outras plantas agrícolas tradicionais.
Estudos da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) mostram que os mais de 90 tipos de flores sempre-vivas já identificados foram preservados pelas comunidades. A contribuição está na técnica ancestral de fazer a coleta, prática da agroecologia, rotatividade no plantio das roças e o uso de sementes crioulas, cultivadas ao longo de gerações.
“Os apanhadores de sempre-vivas são os guardiões da biodiversidade e da água locais, que com o seu modo de vida tem preservado esse território até hoje”, afirma Maria de Fátima Alves, a Tatinha, que é membro da Codecex.
Ela, que é apanhadora de flores, considera a candidatura ao selo de Patrimônio Agrícola Mundial um grande passo para o reconhecimento e valorização da tradição e cultura milenar das comunidades da região.
“Estamos falando de famílias que lidam com mais de 200 espécies de flores, folhas e frutos secos do cerrado, além da plantação de roças tradicionais e da criação de gado curraleiro e outros pequenos animais”, salienta Tatinha. O curraleiro é a primeira raça de bovino trazida para o Brasil na época da colonização.

Conhecimento transmitido entre gerações

Na família de dona Jovita Maria Correia, de 60 anos, da comunidade Mata dos Crioulos, a coleta de sempre-vivas vem de gerações. Ela conta que desde a infância acompanhava os pais nas idas para o alto da serra. “Meus pais me levavam desde bebê para colher flor na chapada. Sempre foi a renda da família”, relata.
A quilombola passou os conhecimentos ancestrais para os sete filhos que hoje a acompanham na plantação de roças e coleta de flores.
Dona Jovita, em sua simplicidade, tem consciência da importância da candidatura ao selo de Patrimônio Agrícola Mundial pela FAO. “Vamos ver se a gente consegue alguma coisa, né. Vai ser muito bom para preservar nosso modo de vida. Do mesmo jeito que eu fui criada eu quero criar meus filhos, netos e bisnetos”, diz otimista.

Reconhecimento das tradições culturais

O programa de reconhecimento de Sistemas Importantes do Patrimônio Agrícola Mundial (Sipam), identifica e reconhece sistemas de acentuada relevância sociocultural e agrícola por meio de um “selo”.
O SIPAM tem em seu escopo o reconhecimento de patrimônios agrícolas desenvolvidos por povos e comunidades tradicionais em diversas partes do mundo. São sistemas que atravessaram adversidades ao longo da história e, mesmo assim, foram capazes de manter suas tradições culturais, diversidade agrícola e cumprir uma função ecológica.

Apoio

O Governo de Minas Gerais criou um grupo de apoio ao sistema agrícola tradicional dos apanhadores de sempre-vivas integrado pelas Secretarias de Estado de Desenvolvimento Agrário (SEDA), Educação (SEE), Direitos Humanos e Participação Social (SEDPAC), Emater/MG, Comissão Estadual de Povos e Comunidades Tradicionais, Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (IEPHA) e Fóruns Regionais de Governo.
“O governo mineiro, ao envolver seus órgãos públicos no apoio a essa candidatura, sinaliza a valorização das práticas agrícolas tradicionais dessas comunidades como uma política pública essencial para garantia dos direitos humanos e socioambientais “, afirma Marcilene Ferreira da Silva, assessora da SEDA e coordenadora dos trabalhos.
Segundo Marcilene, a aceitação da candidatura ao selo de Patrimônio Mundial pela FAO já é um importante passo para o reconhecimento do modo de ser, de fazer e de viver dos apanhadores de flores sempre-vivas.
 
Posted: 21 Jun 2018 01:47 PM PDT
Memorial dos Povos Indígenas, em Brasília. Foto: Agência Brasil/Fabio Rodrigues
Memorial dos Povos Indígenas, em Brasília. Foto: Agência Brasil/Fabio Rodrigues
O Memorial dos Povos Indígenas, no Eixo Monumental, em Brasília, será neste sábado (23) ponto de encontro de diversas culturas e nacionalidades que vivem no Distrito Federal. Reunidos para lembrar o Dia Mundial do Refugiado (20 de junho) e a Semana do Migrante, o MigrArte 2018 será uma celebração intercultural por meio da integração de brasileiros com pessoas de países como Síria, Bangladesh, República Democrática do Congo e Venezuela.
O evento acontece das 10h às 22h30, com atrações como feira gastronômica “Sabores do Mundo”, feira de artesanatos, mostra de filmes e espaço “Crianças sem Fronteiras”.
A novidade desta edição são os shows musicais (parcerias entre brasileiros e pessoas de outras nacionalidades), o espaço de Meet Business e o Fórum Internacional Sonhos em Movimento — nos quais as “Mulheres que inspiram o Mundo” (projeto do coletivo Bambuo) serão porta-vozes das causas pelas quais lutam.
Na ocasião, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) fará o pré-lançamento do documentário “Zaatari, Memórias do Labirinto”, selecionado para o Festival Internacional de Documentários “É Tudo Verdade” de 2018. A obra mostra a pior crise de migração da história da humanidade desde a Segunda Guerra Mundial, provocada pelo conflito na Síria.
O filme é uma coprodução internacional GRIFA FILMES e NÓS, com Gebrueder Beetz Filmproduktion, Globo Filmes, Globo News, Canal Brasil e os canais ZDF /Arte, da Alemanha. A direção é de Paschoal Samora.
O MigrArte faz parte da campanha “Mais Pontes Menos Muros”, que tem como objetivo tornar conhecida a realidade de migrantes e pessoas em situação de refúgio no Distrito Federal, além de promover a celebração da paz pela troca cultural, incentivando reflexões que contribuam para a construção de um mundo onde o direito de migrar seja efetivamente respeitado.
O evento lançou uma campanha de financiamento coletivo (http://juntos.com.vc/pt/MigrArte2018) para a programação musical, com o objetivo reunir pessoas e colaborações em prol da causa.
As colaborações na plataforma podem ser feitas a partir de 5 reais, e há a possibilidade de receber recompensas como camisetas, livros, ensaio fotográfico com a Vértice Fotografia, ficha para experimentar um quitute estrangeiro no dia do evento, obra de arte em mosaico, entre outros.
Pensando na inclusão e a participação em rede, a equipe realizadora do evento também está selecionando voluntários que queiram ajudar na organização. As inscrições serão feitas por meio de preenchimento do formulário disponível no link: http://bit.ly/SomosTodosAliens.
Acesse a programação completa do MigrArte 2018 no Facebook: https://www.facebook.com/events/924411217739139/
 
Posted: 21 Jun 2018 01:14 PM PDT
Claudine, estilista da República Democrática do Congo, participou da primeira edição da feira do Rio Refugia. Foto: ACNUR/Luciola Villela
Claudine, estilista da República Democrática do Congo, participou da primeira edição da feira do Rio Refugia. Foto: ACNUR/Luciola Villela
O Rio Refugia, festival gastronômico, cultural e social, chega ao seu segundo ano em um novo espaço: a unidade do Sesc Tijuca, na zona norte do Rio de Janeiro. O evento reunirá novamente brasileiros e pessoas em situação de refúgio de cerca de 11 nacionalidades no próximo sábado (23), das 10h às 17h. Com entrada gratuita, o festival é uma realização conjunta do Programa de Atendimento a Refugiados da Cáritas RJ, do Abraço Cultural, do Chega Junto e do Sesc RJ.
O evento apresentará ao público diversas manifestações culturais dos países de origem das pessoas refugiadas, incluindo uma feira gastronômica com várias tradições culinárias e quitutes desconhecidos pelos cariocas, apresentações musicais com ritmos latinos e africanos, moda étnica e atividades infantis, além de oficinas e atrações culturais gratuitas para que os visitantes embarquem numa pequena volta ao mundo.
Na feira gastronômica, será possível degustar pratos típicos de países como Haiti, Síria, Congo, Venezuela, Índia, Líbano, Colômbia, Nigéria e Camarões. Entre as iguarias venezuelanas haverá bolos e arepas (massa de pão feito com milho moído); patacón (pedaços de bananas verdes fritas muito popular na América Hispânica) e pabellón criolo (prato nacional venezuelano feito com carne desfiada, feijão preto e arroz branco).
Do Haiti, o visitante poderá degustar sopa de abóbora e o prato mais comum das ruas haitianas, o fritay. Na barraca da Nigéria, a estrela será o arroz jollof, prato muito comum na África Ocidental, feito principalmente de arroz, com adição de tomate e pasta de tomate, cebola e especiarias. A África será representada igualmente por Congo e Angola, com receitas à base de arroz, banana da terra frita, aipim cozido e “cassoulet” congolês, feito com feijão, molho de tomate, alguns pedaços de carne de porco e salsichas. Os sírios também terão espaço no evento, com barracas de salgados árabes, falafel e kebab.
Estão programadas ainda oficinas de danças regionais, pintura, música e outras atividades que visam valorizar a cultura desses países e os próprios refugiados residentes no Rio de Janeiro. Entre as ações, haverá oficina de tranças, pintura facial para crianças (Colômbia), tatuagem de henna (Venezuela), caligrafia árabe (Marrocos) e percussão Djembe para crianças (Senegal/Haiti).

Música e Artesanato

Os convidados do Rio Refugia terão a oportunidade de dançar aos shows de Zola Star, do Congo, e da banda de salsa Saoko, da Colômbia. Também será possível conferir artesanato e bijuteria típicos colombianos, além de um estande com moda étnica do projeto Mulheres do Sul Global.
O Dia Mundial do Refugiado, comemorado no dia 20 de junho, é uma oportunidade para celebrar a força, a coragem e a perseverança de pessoas que foram forçadas a deixar suas casas e seus países por causa de guerras, perseguições e violações de direitos humanos. Atualmente, cerca de 5 mil refugiados e solicitantes de refúgio vivem no estado do Rio de Janeiro.
O Programa de Atendimento a Refugiados da Cáritas RJ trabalha há 42 anos na proteção e na integração dos refugiados que vivem no Rio. O Abraço Cultural promove a inserção dos refugiados no mercado de trabalho através do ensino de idiomas. A feira Chega Junto é um projeto que une o universo da gastronomia e famílias em situação de refúgio, celebrando o encontro e a troca cultural. O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) apoia a celebração.

Serviço

Rio Refugia
Local: Sesc Tijuca (Rua Barão de Mesquita, 539)
Data: 23 de junho
Horário: das 10h às 17h
 
Posted: 21 Jun 2018 01:01 PM PDT
Testatem de HIV. Foto: Marcelo Camargo/ABr
Testatem de HIV. Foto: Marcelo Camargo/ABr
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) promoveu nesta quinta-feira (21) em Manaus (AM) a audiência pública “Os desafios no tratamento e prevenção do HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) no Amazonas”.
O evento foi uma iniciativa da agência das Nações Unidas, por meio do Projeto Viva Melhor Sabendo Jovem Manaus, e da Frente Parlamentar Mista de Enfrentamento e Defesa dos Direitos da Pessoa com IST/HIV/AIDS e Tuberculose (FRENDHAT).
O objetivo é promover uma ampla discussão entre os diversos atores da sociedade manauara, diante da “juvenização” da epidemia do HIV/Aids e outras infecções sexualmente transmissíveis e da mortalidade por Aids no estado.
A audiência é parte da Plataforma dos Centros Urbanos, ação desenvolvida pelo UNICEF e a Prefeitura de Manaus para promover os direitos das crianças e dos adolescentes mais afetados pelas desigualdades intramunicipais.
Para o presidente da FRENDHAT, deputado Luiz Castro (Rede), é preciso retratar o cenário epidemiológico a partir dos indicadores, com recorte para as populações-chave, como jovens, gays, homens que fazem sexo com homens (HSH), travestis e transexuais, e conseguir não só conhecer, mas também definir de forma coordenada as estratégias de enfrentamento ao HIV/Aids, outras ISTs e hepatites virais que estão sendo desenvolvidas em Manaus (AM).
Como parte do evento, também se busca divulgar o Viva Melhor Sabendo Jovem, projeto que tem uma proposta de ação com a população mais jovem visando acelerar a resposta ao crescimento da epidemia e garantir espaço e voz aos adolescentes e jovens como protagonistas na construção coletiva, promovendo o trabalho de educação entre pares.
Participam do evento o deputado Luiz Castro, presidente Frente Parlamentar Mista de Enfrentamento e Defesa dos Direitos da Pessoa com IST/HIV/AIDS e Tuberculose; Bruno Cortez, da Rede Estadual de Adolescentes e Jovens Vivendo e Convivendo com HIV/Aids do Amazonas; e Efraim Lisboa, coordenador do Viva Melhor Sabendo Jovem Manaus; Gabriel Mota, do Coletivo Manifesta LGBT+; Joyce Alves, da Associação de Travestis, Transexuais e Transgêneros do Estado do Amazonas (ASSOTRAM).
Outros participantes foram Luiza Teixeira, chefe do escritório do UNICEF em Manaus; Marcelo Magaldi Alves, secretário municipal de Saúde (SEMSA); Francisco Deodato Guimarães, secretário de Estado de Saúde (SUSAM); além de representantes da Secretaria Estadual de Justiça Direitos Humanos e Cidadania (SEJUSC), Secretaria de Estado de Educação do Amazonas (SEDUC), Secretaria Municipal de Educação, Defensoria Pública e outras autoridades.
Durante a audiência, foram apresentadas diversas experiências de enfrentamento à epidemia de HIV/Aids pelo Fórum de ONG/Aids do Amazonas, por meio das seguintes organizações e articulações: Rede Estadual de Adolescentes e Jovens Vivendo e Convivendo com HIV/Aids do Amazonas; Aids Healthcare Fundation – AHF Brasil; Rede de Amizade e Solidariedade às Pessoas Vivendo com HIV; Fórum Permanente de Saúde; Manifesta LGBT+; e Assotram.

Sobre a epidemia de HIV/aids e outras ISTs

Os dados apresentados pelo UNICEF na 21ª Conferência Internacional sobre Aids (AIDS 2016) mostraram que, em 2015, a cada hora, 29 adolescentes entre 15 e 19 anos foram infectados por HIV e, por dia, mais de 100 morreram em decorrência da Aids, que continua sendo a segunda causa de morte entre jovens na faixa etária de 10 a 19 anos no mundo.
No Brasil, os dados epidemiológicos apresentados pelo Ministério da Saúde (MS) em 2017 mostraram que, num período de dez anos, as taxas de detecção de HIV aumentaram significativamente entre adolescentes (15 a 19 anos).
Os números mais que triplicaram, saltando de 2,4 casos em 2006 para 6,7 casos por 100 mil habitantes em 2016. Na faixa etária de 20 a 24 anos, os casos passaram de 16 em 2006 para 33,9 casos por 100 mil habitantes em 2016.
O Amazonas aparece em terceiro lugar no ranking dos estados brasileiros com uma das maiores taxas de detecção de HIV do Brasil (30,0). Manaus ocupa a 4ª posição na lista das capitais brasileiras com os maiores números de taxa de detecção de HIV do país (50) na população em geral, sendo que a maior incidência ocorre na população de gays, HSH, travestis e transexuais.
Entre as capitais brasileiras, Manaus é a que apresenta a maior taxa de detecção em jovens com idade entre 15 a 24 anos (58,6). Em um período de dez anos, a taxa de detecção de HIV na população jovem com idade entre 15 a 24 anos em Manaus passou de 27,5, em 2006, para 56,6 casos por 100 habitantes, em 2016.
No Amazonas, existem 16.452 mil casos de HIV/Aids registrados, grande parte concentrada na capital. Dos 3.138 casos em jovens de 15 a 24 anos no estado, 86% das ocorrências foram registradas em Manaus.
Mesmo que a mortalidade em decorrência da Aids tenha caído no Brasil (-42%), o índice de mortalidade no Amazonas (8,7) ultrapassa a média nacional (5,2). Apresenta tendência de aumento, principalmente, nas taxas de mortalidade de jovens com idade entre 15 a 24 anos, seguindo o padrão de infecção em nível nacional.
Os jovens de 18 a 24 anos ainda são o grupo mais vulnerável no tratamento: entre os jovens nessa faixa etária, apenas 57% estão em tratamento.
“Tenho algumas hipóteses para tantos jovens não estarem em tratamento. O serviço de saúde não está preparado para uma atenção específica aos jovens”, afirmou Adele Schwartz Benzaken, diretora do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, Aids e das Hepatites Virais, do Ministério da Saúde (DIAHV/SVS/MS).
“Talvez nos últimos anos tenhamos perdido a forma de nos comunicar com eles. Outra hipótese é a da negação psicológica da condição sorológica.”
A Plataforma dos Centros Urbanos 2017-2020 é uma iniciativa do UNICEF para promover os direitos das crianças e dos adolescentes mais afetados pelas desigualdades intramunicipais em dez centros urbanos brasileiros.
A iniciativa é realizada em cooperação com os governos municipais e estaduais, por meio da articulação de diferentes atores em torno de quatro agendas prioritárias comuns.
Nos próximos anos, a plataforma vai articular esforços para reduzir os homicídios de adolescentes; superar a exclusão escolar; promover os direitos da primeira infância (0-6 anos); e promover os direitos sexuais e reprodutivos dos adolescentes.
A iniciativa está em seu terceiro ciclo, chegando agora a dez capitais (Belém, Fortaleza, Manaus, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Luís, São Paulo e Vitória).
O Projeto Viva Melhor Sabendo Jovem promove o enfrentamento à epidemia e o diagnóstico precoce de HIV e das infecções sexualmente transmissíveis, como sífilis e hepatites, entre adolescentes e jovens com idade de 15 a 24 anos. Também estimula esses grupos a realizar a testagem e a adesão ao tratamento do HIV/Aids e promove a educação entre pares.
Realizado pela Secretaria Municipal de Saúde de Manaus (SEMSA) — por meio do Núcleo Municipal de DST/HIV/Aids e Hepatites Virais — e pela Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SUSAM) — por meio da Coordenação Estadual de DST/HIV/Aids e Hepatites Virais —, a inciativa conta com o apoio do UNICEF.
A articulação envolve instituições como Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (SEJUSC), Secretaria de Estado de Educação (SEDUC) e rede de jovens como a Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo e Convivendo com HIV/Aids núcleo Amazonas, por meio da Rede de Amizade e Solidariedade às Pessoas que Vivem com HIV/Aids.
A ação é uma resposta ao compromisso firmado por prefeituras do mundo todo com a Declaração de Paris. Essa Declaração foi primeiramente assinada pela prefeitura de Paris em 1º de dezembro de 2014, Dia Mundial da Aids, e tem por objetivo o compromisso para que cidades do mundo inteiro acelerem ações e respostas a essa epidemia.
A meta é, até 2020, todos os governos signatários conseguirem fazer com que 90% das pessoas vivendo com HIV saibam que têm o vírus; 90% das pessoas que sabem que têm o HIV estejam recebendo tratamento antirretroviral; e destas, 90% em tratamento antirretroviral tendo carga viral indetectável.
 
Posted: 21 Jun 2018 12:50 PM PDT
Secretário-executivo da Rede Brasil do Pacto Global da ONU, Carlo Pereira, um dos dois brasileiros nomeados para o conselho global da iniciativa. O outro é o fundador e copresidente do Conselho de Administração da empresa brasileira Natura, Guilherme Peirão Leal. Foto: Rede Brasil do Pacto Global
Secretário-executivo da Rede Brasil do Pacto Global da ONU, Carlo Pereira, um dos dois brasileiros nomeados para o conselho global da iniciativa. O outro é o fundador e copresidente do Conselho de Administração da empresa brasileira Natura, Guilherme Peirão Leal. Foto: Rede Brasil do Pacto Global
Foram anunciados nesta quarta-feira (20), em Nova Iorque, os novos membros do conselho do Pacto Global da ONU, instância máxima responsável por definir as estratégias e políticas da iniciativa empresarial das Nações Unidas.
Entre eles estão o secretário-executivo da Rede Brasil do Pacto Global, Carlo Pereira, e o fundador e copresidente do Conselho de Administração da empresa brasileira Natura, Guilherme Peirão Leal.
Os membros do conselho são indicados pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres. Sete novos membros foram indicados junto aos remanescentes e aos previamente anunciados vice-presidentes Bola Adesola e Paul Polman. O secretário-geral continuará em seu atual cargo como presidente do conselho.
“Estamos satisfeitos em anunciar o novo conselho do Pacto Global das Nações Unidas, liderado pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, com Bola Adesola e Paul Polman nos cargos de vice-presidentes”, disse Lise Kingo, CEO e diretora-executiva do Pacto Global da ONU.
“Esse novo conselho é o mais diverso e eficiente que o Pacto Global da ONU já teve, com membros representando negócios por todo o mundo junto à sociedade civil e outros atores. Juntos, eles irão ajudar a guiar a direção estratégica do Pacto Global da ONU, enquanto trabalhamos para mobilizar um movimento global de empresas e instituições sustentáveis para criar o mundo que queremos. Eu espero ansiosamente para trabalhar com cada membro de nosso conselho pelos próximos anos.”
O conselho do Pacto Global da ONU tem um papel importante na definição das estratégias e políticas da iniciativa, que atuam como o modelo de negócios sustentáveis das Nações Unidas. Proposto como um órgão de diferentes atores, o conselho fornece assessoria estratégica e diplomática para a inciativa.
Os membros do conselho são considerados aptos e dispostos a dar continuidade à missão do Pacto Global da ONU. Eles atuam em competência pessoal, honorária e não remunerada.
À medida que se aproxima o terceiro aniversário da adoção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), o conselho do Pacto Global da ONU será estratégico em ajudar a trazer o mundo dos negócios para a mesa, em suporte à Agenda 2030.
Para acessar a nova composição, clique aqui.
 
Posted: 21 Jun 2018 12:07 PM PDT
Crianças brincam no cais de Santarém, na Amazônia. Foto: Maicon Bruno/Flickr/CC
Crianças brincam no cais de Santarém, na Amazônia. Foto: Maicon Bruno/Flickr/CC
Até 31 de julho, 639 municípios da Amazônia terão realizado o 1º Fórum Comunitário. Esse evento é uma etapa obrigatória do Selo UNICEF, que se encontra em sua 3ª edição (2017-2020) e oferece oportunidade à população local para contribuir com discussões sobre os direitos de crianças e adolescentes.
Desde março deste ano, os municípios da região estão organizando e realizando essa etapa.
O 1º Fórum Comunitário é o espaço para garantir que a população seja ouvida antes e durante a elaboração das políticas públicas para as crianças e os adolescentes. No contexto do Selo UNICEF, é uma atividade obrigatória para os municípios que aderiram ao projeto.
Mais de 5 mil moradores de 37 municípios – incluindo adolescentes e pessoas com deficiência, da área urbana ou rural, membros de comunidades tradicionais como indígenas, quilombolas, ribeirinhos e também de assentamentos – participaram dos eventos realizados até o último dia 12 de junho.
Cerca de 15 mil crianças e adolescentes estiveram no Fórum. Para o adolescente Gabriel Ferreira, 16 anos, a participação no 1º Fórum Comunitário de Marituba (PA) foi uma oportunidade para ser ouvido. “Este é o primeiro evento de que participo e eventos como este são importantes para que a juventude possa dizer como nós podemos reduzir o envolvimento com a criminalidade e o extermínio dos jovens”, explica.
Ele, junto a outros participantes, foi envolvido na metodologia do Selo que prevê a discussão de 11 temas essenciais na certificação: registro civil; evasão escolar; programas, serviços e benefícios sociais para as famílias vulneráveis; alimentação infantil; gravidez na adolescência; pré-natal; óbito materno; qualidade da educação; direito à vida; violência contra a criança e o adolescente; e protagonismo juvenil.
.@olazaroramos tem uma mensagem sobre o 1º Fórum Comunitário. #SeloUNICEF pic.twitter.com/RP5w7qmFwW
— UNICEF Brasil (@unicefbrasil) 21 de junho de 2018

Alguns fóruns também discutirão saneamento básico e água e como esses temas poderão ser relacionados à melhoria de vida de crianças e adolescentes.
As conversas são baseadas no diagnóstico elaborado a partir de indicadores enviados pelo UNICEF e de informações do município.
“Nós temos que fazer um trabalho sempre baseado em políticas públicas que vão ter resultados a curto, médio e longo prazo. E essa parceria com o Selo UNICEF vem nos ajudar a olhar os indicadores, observar os desafios e superá-los. A gestão tem que trabalhar em cima de indicadores, porque não basta trabalhar por trabalhar. Temos que atuar com atenção aos problemas, e isso vai nortear o nosso trabalho, e vai gerar resultados que vão melhorar a condição de vida no nosso município”, esclarece o prefeito de Santarém (PA), Nelio Aguiar.
Durante as discussões nos fóruns, a população reflete e debate como esses problemas apresentados nos indicadores ocorrem na cidade e sugere meios para a melhoria na gestão pública focada nos direitos de meninos e meninas. Mais de 400 municípios confirmaram a realização do 1º Fórum Comunitário. A previsão é de que 50 mil pessoas sejam envolvidas nesses eventos.
Os debates proporcionarão a criação do Plano de Ação, que cada município deverá pôr em prática até 2020. Esse documento conterá as estratégias necessárias para que a gestão pública consiga ampliar o acesso aos direitos e melhorar a qualidade dos serviços oferecidos à criança e ao adolescente.
“Durante o evento, ao perceber a interação das diversas secretarias municipais, juntamente com a participação de jovens, buscando melhorias nas políticas públicas para eles e para crianças do município, ficamos motivados, pois percebemos que é possível a mudança na política pública”, declara a presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) de Rorainópolis (RR), Edjane Rego.

Participação Cidadã

Ocorrerão dois Fóruns ao longo do Selo UNICEF. O 1º Fórum é em 2018 e tem como objetivo oferecer oportunidade para que a comunidade local contribua nas propostas para o Plano Municipal de Ação pelos direitos das crianças e dos adolescentes.
Em 2020, está prevista a realização do 2º Fórum, que visa escutar novamente a população na avaliação do Plano de Ação principalmente sobre os resultados obtidos pelo município durante a aplicabilidade.
“Para mim é muito importante essa mobilização com os gestores, os adolescentes e a comunidade. A partir do momento em que vamos conhecendo melhor a metodologia do Selo, podemos saber como aplicar, pensar, agir nas políticas públicas, e o conhecimento vem em primeiro lugar”, avalia a articuladora do Selo UNICEF no município de Araguacema (TO), Rosamaura dos Anjos.
O 1º Fórum Comunitário deve ocorrer até julho de 2018 nos 639 municípios da Amazônia que aderiram ao Selo UNICEF em 2017.
Os municípios aceitaram o desafio de colocar a infância e a adolescência no centro da agenda municipal, para, a partir de várias atividades e ciclos de capacitação previstos na metodologia, ser reconhecidos com a certificação internacional concedida pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) em 2020.

Selo UNICEF

O projeto Selo UNICEF é realizado por esta agência das Nações Unidas em conjunto com nove Governos Estaduais da Amazônia e o Instituto Peabiru, e por meio de parceria estratégica com Cemar, Celtins, Energisa, Neve, Amil e RGE.
Essa certificação internacional reconhece avanços reais e positivos para a vida de crianças e adolescentes e recebê-la significa que os municípios realizaram esforços, por meio de políticas públicas, para promover, proteger e realizar direitos de meninos e meninas.
Municípios do Semiárido brasileiro também participam do Selo UNICEF. Saiba mais em www.selounicef.org.br.
 
Posted: 21 Jun 2018 11:49 AM PDT
Ulla Tørnæs, ministra da Cooperação para o Desenvolvimento da Dinamarca, ao lado de Michel Sidibé, diretor-executivo do UNAIDS. Foto: UNAIDS
Ulla Tørnæs, ministra da Cooperação para o Desenvolvimento da Dinamarca, ao lado de Michel Sidibé, diretor-executivo do UNAIDS. Foto: UNAIDS
A Dinamarca anunciou que aumentará sua contribuição para o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS) para 6,5 milhões de dólares em 2018. A quantia, que era de 30 milhões de coroas dinamarquesas em 2017, sobe para 40 milhões de coroas dinamarquesas neste ano.
O UNAIDS expressou seu “sincero agradecimento” à Dinamarca pelo apoio de longa data e saudou a decisão.
“O UNAIDS está intensificando seu trabalho para alcançar a igualdade de gênero, interrompendo a violência baseada em questões de gênero e buscando os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres e meninas, sendo todos cruciais para acabar com a AIDS”, disse Michel Sidibé, diretor-executivo do UNAIDS.
“Este importante aumento nas contribuições da Dinamarca para o UNAIDS ajudará significativamente no avanço do nosso compromisso compartilhado de colocar as mulheres no centro da resposta ao HIV.”
A Dinamarca é um dos principais doadores para o UNAIDS e está apoiando os esforços para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Ao apoiar o trabalho do UNAIDS nos países para acabar com a epidemia de AIDS como uma ameaça à saúde pública até 2030, a Dinamarca continua a avançar no progresso para alcançar um futuro mais saudável e mais justo para todos.
“O UNAIDS é primordial para acabar com a AIDS como uma ameaça à saúde global, com seu forte papel de advocacy e alto padrão na coleta e disseminação de dados”, disse Ulla Tørnæs, ministra da Cooperação para o Desenvolvimento da Dinamarca.
“O aumento do apoio da Dinamarca ao UNAIDS está associado à nossa forte ênfase nos direitos humanos e na igualdade de gênero, incluindo o avanço da saúde sexual e reprodutiva e os direitos de todos, como ponto central para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.”
O financiamento do trabalho do Programa Conjunto do UNAIDS é fundamental para acabar com a epidemia da AIDS e alcançar a meta do UNAIDS de zero novas infecções por HIV, zero mortes relacionadas à AIDS e zero discriminação.
 
Posted: 21 Jun 2018 11:08 AM PDT
Crianças refugiadas no campo de Zaatari, na Jordânia. Foto: ACNUR/Balqis Albsharat
Crianças refugiadas no campo de Zaatari, na Jordânia. Foto: ACNUR/Balqis Albsharat
Existem atualmente mais crianças deslocadas à força por causa de conflitos — cerca de 30 milhões — do que em qualquer outro momento desde a Segunda Guerra Mundial, disse o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) no Dia Mundial do Refugiado, lembrado na quarta-feira (20).
A agência da ONU dedicada à infância alertou que essas crianças vulneráveis precisam neste momento de proteção e acesso a serviços essenciais, bem como de soluções sustentáveis para garantir seu bem-estar no longo prazo.
Em meio a conversas em curso sobre um plano global de apoio aos refugiados, o UNICEF pede aos líderes mundiais que redobrem esforços para garantir os direitos, a segurança e o bem-estar das crianças mais vulneráveis do mundo – muitas das quais continuam deslocadas por causa de conflitos, violência e instabilidade política.
“No Dia Mundial do Refugiado, é importante lembrar as ameaças e os desafios que as crianças em deslocamento enfrentam diariamente”, disse o diretor de programas de emergência do UNICEF, Manuel Fontaine.
“Crianças deslocadas — sejam refugiadas, solicitantes de refúgio ou deslocadas internamente – enfrentam graves riscos para sua saúde e segurança, com barreiras significativas que limitam acesso aos serviços de que precisam para prosperar.”
“Essas crianças precisam de mais do que apenas um dia — elas precisam de esperança, oportunidades e proteção. Pedimos aos Estados-membros que renovem seus compromissos para cumprir os direitos e as aspirações dessas crianças”, declarou Fontaine.
Como números recordes de crianças refugiadas e forçadas a se deslocar, o acesso a apoio e a serviços essenciais, como saúde e educação, continua profundamente comprometido. Apenas metade de todas as crianças refugiadas, por exemplo, está matriculada na escola primária, e menos de 25% dos adolescentes refugiados estão na escola secundária.
O número global de crianças refugiadas e migrantes sozinhas também atingiu níveis inéditos, aumentando quase cinco vezes entre 2010 e 2015. Pelo menos 300 mil crianças desacompanhadas e separadas foram registradas em cerca de 80 países em 2015-2016, em comparação a 66 mil em 2010-2011.
O UNICEF estima que o número real de crianças que se deslocam sozinhas seja significativamente maior. Crianças desacompanhadas e separadas correm maior risco de tráfico, exploração, violência e abuso. As crianças representam aproximadamente 28% das vítimas de tráfico em todo o mundo.
A agência da ONU disse esperar que o Pacto Global sobre Refugiados e o Pacto Global para Migração, que deverão ser finalizados este ano, sirvam como base para compromissos firmes dos Estados-membros com os direitos das crianças deslocadas em todo o mundo.
O UNICEF divulgou uma agenda de seis pontos de ação para proteger as crianças refugiadas e migrantes, incluindo as recomendações de melhores práticas que podem ser incorporadas em ambos os pactos.

“O que nos apaixona nos une”

Em um momento em que o futebol une torcedores de todo o mundo, o UNICEF e seu parceiro criativo 180LA lançaram a iniciativa “O que nos apaixona nos une”, baseada na ideia de que, se o amor ao esporte pode transcender fronteiras, o mesmo pode ser aplicado ao apoio aos direitos de crianças refugiadas e migrantes.
A campanha é composta por um vídeo de dois minutos feito para a Internet que conta a história de Santi, um menino de 8 anos que migrou da Bolívia para a Espanha, teve problemas para encontrar amigos e, finalmente, encontrou aceitação em seu novo país por meio de um amor compartilhado pelo futebol.
Enquanto jogam, Santi e seus amigos recebem uma visita surpresa de seu herói, Sergio Ramos — capitão da seleção espanhola de futebol e embaixador do UNICEF.
Coincidindo com o vídeo, o “desafio do gol mais longo” também será lançado nas redes sociais. Para iniciá-lo, Ramos pede que todos se unam em apoio a crianças migrantes e refugiadas compartilhando, nas redes sociais, um vídeo de si mesmos gritando “gooooooooooool” o maior tempo possível, com as hashtags #LongestGoal #WorldCup.

 
Posted: 21 Jun 2018 10:42 AM PDT
Venezuelanos caminham pela estrada de Pacaraima até Boa Vista, capital de Roraima. Aqueles que não podem pagar o transporte público fazem a viagem de mais de 200 quilômetros a pé. Foto: ACNUR/Reynesson Damasceno
Venezuelanos caminham pela estrada de Pacaraima até Boa Vista, capital de Roraima. Aqueles que não podem pagar o transporte público fazem a viagem de mais de 200 quilômetros a pé. Foto: ACNUR/Reynesson Damasceno
No Dia Mundial do Refugiado, lembrado na quarta-feira (20), acordos de cooperação assinados entre a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC) e o Tribunal de Justiça de Roraima vão contribuir para a integração de venezuelanos e para a garantia dos direitos civis das pessoas mais vulneráveis entre essa população.
Os acordos foram assinados durante seminário “Nova Lei de Migração – Uma Janela de Oportunidades”, promovido pelo Fórum das Federações Representativas de Classes Empresariais de Roraima e pelo Comitê Federal de Assistência Emergencial, em parceria com o ACNUR e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Por meio do convênio de cooperação técnica e pedagógica assinado com o SENAC, cursos de português e de qualificação profissional serão oferecidos para refugiados, solicitantes de refúgio e imigrantes em Roraima, principal porta de entrada de venezuelanos no Brasil. Já o acordo de cooperação com o Tribunal de Justiça prevê o atendimento judicial itinerante aos venezuelanos em Roraima para evitar a violação de seus direitos fundamentais.
Os acordos de cooperação foram assinados pela representante do ACNUR no Brasil, Isabel Marquez, pelo coordenador do Fórum das Federações Representativas de Classes Empresariais de Roraima, Ademir Santos, e pela presidente do Tribunal de Justiça de Roraima, desembargadora Elaine Bianchi.
“Este é mais um importante passo que está sendo dado em prol da integração e da garantia de direitos dos venezuelanos em Roraima”, disse a representante do ACNUR durante o evento, que teve como objetivo apresentar a nova Lei de Migração para o empresariado do estado e sanar dúvidas com relação à contratação de trabalhadores refugiados e migrantes.
Para o empresário Ademir Santos, “a vulnerabilidade dos venezuelanos em Roraima é muito maior” que a de muitos brasileiros. Assim, a oferta de cursos de português a esta população “é a contribuição que podemos colocar”. Ele também orientou os empresários do estado a “cumprir a legislação” na hora de contratar estrangeiros, sejam refugiados ou migrantes.
“Devemos dizer não à xenofobia, pois o brasileiro é solidário e acolhedor, no sentido macro da palavra. O empresariado de Roraima está e continuará contribuindo com esta causa”, afirmou.
A presidente do Tribunal de Justiça de Roraima disse que o acordo de cooperação com o ACNUR é um “dever institucional de colaboração e ajuda” aos venezuelanos por parte do poder judiciário no estado, uma vez que o atual fluxo em direção ao Brasil “afeta toda a sociedade”.
A desembargadora Elaine Bianchi fez um apelo aos empresários e representantes da sociedade civil presentes no seminário para que apoiem os venezuelanos em ações de saúde, abrigamento e com oportunidades de emprego.
Para efetivar as aulas de português e os cursos profissionalizantes oferecidos pelo SENAC, o ACNUR irá disponibilizar espaço físico e equipamentos para aulas teóricas e práticas, divulgar a oferta de cursos junto à comunidade interessada e assegurar a escolaridade mínima exigida nas matrículas.
Os cursos também serão ofertados para outros estrangeiros além dos venezuelanos. O SENAC irá fornecer os professores e outros profissionais necessários à realização dos cursos e emitirá os certificados dos alunos aprovados.
No caso do Serviço Judicial Itinerante do Tribunal de Justiça, será dada prioridade para a homologação de acordos nas causas cíveis que envolvam matérias como reconhecimento e extinção de união estável, reconhecimento de paternidade, fixação, revisão e extinção de pensão alimentícia, posse e guarda de filhos menores e regulamentação de visitas.
O serviço também poderá processar e julgar pedidos de registro de nascimento de crianças nascidas no Brasil, emancipação e interdição, entre outros.
O Serviço Judicial Itinerante priorizará a conciliação, sempre que possível. As audiências poderão ser realizadas em espanhol, mas os atos processuais deverão ser redigidos em português. Os documentos apresentados não precisarão ser traduzidos para o idioma nacional. O Tribunal de Justiça arcará com os ônus (diárias e deslocamentos) da equipe da Justiça Itinerante.
“Ressalto o apoio que a ONU no Brasil tem dado às ações do poder público, da sociedade civil e do setor privado em Roraima. Esta solidariedade deve continuar para que os venezuelanos possam contribuir com o crescimento de Roraima e do Brasil”, disse a representante do ACNUR, Isabel Marquez.
A nova Lei de Migração, adotada pelo Brasil no ano passado, foi apresentada aos participantes pelo integrante do Conselho Nacional de Imigração do Ministério do Trabalho, Luiz Alberto Matos dos Santos. Ele ressaltou que a nova legislação oferece todos os mecanismos legais para a contratação formal de refugiados e migrantes no país.
Empresas como a rede local supermercados Goiana e a multinacional Sodexo apresentaram dados sobre a contratação de trabalhadores estrangeiros.
Com cerca de 850 funcionários, a rede Goiana tem cerca de 100 trabalhadores venezuelanos empregados por meio de programas como Jovem Aprendiz ou como pequenos empresários. Já a Sodexo possui aproximadamente 70 funcionários migrantes e/ou refugiados no Brasil.
“São talentos muito bons, com qualificação profissional e alto comprometimento, o que influencia a equipe na qual trabalham. Além disso, a contratação de estrangeiros impacta positivamente a imagem corporativa da empresa”, afirmou Lilian Rauld, gerente de diversidade e inclusão da Sodexo.
Um recente levantamento feito pelo ACNUR junto aos venezuelanos abrigados em Boa Vista em idade laboral (cerca de 1,6 mil pessoas) identificou uma centena de diferentes capacidades profissionais, incluindo pessoas com formação universitária e trabalhadores autônomos.
Um dos venezuelanos residentes no abrigo Tancredo Neves, Rafael Gonzáles, disse que 120 homens e 50 mulheres abrigados no local são “empreendedores e trabalhadores responsáveis” que estão com todos os documentos em dia e dispostos a conseguir uma vaga no mercado de trabalho. “Queremos seguir adiante”, disse ele.
Também presente no evento, a gerente de projetos da unidade de paz e governança do PNUD, Pollyana Miguel, ressaltou aos participantes a “dignidade relacionada ao trabalho” e a “sinergia necessária com o setor privado para trazer benefícios aos venezuelanos”.
O seminário “Nova Lei de Migração – Uma Janela de Oportunidades” integra a estratégia de reintegração socioeconômica de refugiados e migrantes venezuelanos no Brasil, desenvolvida pelo PNUD em parceria com o ACNUR e outras agências da ONU.
A sensibilização e fortalecimento de parcerias com o setor privado para aumento da oferta de vagas é um dos eixos desta estratégia.
A representante do ACNUR no Brasil informou a estruturação de um programa de reconhecimento às empresas apoiadoras da inclusão dos refugiados e migrantes em sua força de trabalho. O “Selo Acolhida” irá incentivar, estimular e reconhecer as organizações que utilizam mão de obra venezuelana, proporcionando melhores condições de reintegração socioeconômica.
Para a subchefe adjunta de articulação e monitoramento da Casa Civil da Presidência da República, Socorro Tabosa, os venezuelanos no Brasil passam por uma “situação excepcional” e a resposta do governo federal — por meio da acolhida, abrigamento e interiorização — é pautada “pelos direitos humanos, acima de tudo”.
Ela ressaltou ainda que o apoio é necessário para que eles possam “conseguir empregos e permitir que a cidade de Boa Vista viva com tranquilidade”.
Os acordos de cooperação foram assinados pela representante do ACNUR no Brasil, Isabel Marquez, pelo coordenador do Fórum das Federações Representativas de Classes Empresariais de Roraima, Ademir Santos, e pela presidente do Tribunal de Justiça de Roraima, desembargadora Elaine Bianchi. Foto: ACNUR/Luiz Fernando Godinho
Os acordos de cooperação foram assinados pela representante do ACNUR no Brasil, Isabel Marquez, pelo coordenador do Fórum das Federações Representativas de Classes Empresariais de Roraima, Ademir Santos, e pela presidente do Tribunal de Justiça de Roraima, desembargadora Elaine Bianchi. Foto: ACNUR/Luiz Fernando Godinho
 
Posted: 21 Jun 2018 10:18 AM PDT
Participantes do Fórum Permanente de Mulheres Negras no encerramento das atividades no Fórum Social Mundial 2018. Foto: Lis Pedreira
Participantes do Fórum Permanente de Mulheres Negras no encerramento das atividades no Fórum Social Mundial 2018. Foto: Lis Pedreira
Ativistas do movimento de mulheres negras reuniram-se esta semana em Brasília (DF) com equipes técnicas do governo federal, de institutos de pesquisa e das Nações Unidas para avaliar estratégias de implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) no Brasil.
Este foi o primeiro encontro do Comitê de Mulheres Negras Rumo a um Planeta 50-50 em 2030, parceiro da ONU Mulheres, que tem como objetivo avaliar o progresso dos ODS com foco em gênero e raça.
Sob a organização da ONU Mulheres Brasil e o apoio da Embaixada do Reino dos Países Baixos, foram realizadas cinco sessões técnicas sobre as demandas do movimento de mulheres negras e as possibilidades de resposta por parte da Agenda 2030 e da Década Internacional de Afrodescendentes.
“Por sugestão do Comitê Mulheres Negras Rumo a um Planeta 50-50 em 2030, a ONU Mulheres fez um levantamento sobre a pauta da Marcha das Mulheres Negras e os 17 Objetivos Globais”, disse Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres Brasil.
“As demandas têm relação com o conjunto dos ODS, porque elas propõem um novo pacto civilizatório para o Brasil, o que nos traz o desafio concreto para que as afro-brasileiras estejam no centro dos debates, análises e negociações, para impedir que elas continuem a ficar para trás no desenvolvimento”, completou.
De acordo com Nadine, o financiamento da Agenda 2030 ainda requer investimentos robustos. “Precisamos identificar ações e investimentos públicos e privados para que as mulheres negras não fiquem para trás no desenvolvimento sustentável”, declarou.
“A Agenda 2030 nos impele a inovar e buscar outras formas de agir para que possamos fazer as mudanças que o mundo e o Brasil precisam para um modelo inclusivo, justo e sustentável.”
Ela ressaltou que a sociedade civil é um dos agentes decisivos da Agenda 2030, e que o trabalho dos três dias de encontro foram também baseados no objetivo global número 17, que fala em estabelecer parcerias e meios de implementação.
Em sessão com o Grupo Temático de Gênero, Raça e Etnia da ONU Brasil, o Comitê Mulheres Negras Rumo a um Planeta 50-50 em 2030 apresentou a agenda do movimento de mulheres negras e como suas demandas se conectam com os mandatos das diferentes agências das Nações Unidas.
Um dos destaques foi o Encontro Nacional de Mulheres Negras 30 anos: contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver – Mulheres Negras Movem do Brasil, que acontecerá em Goiânia (GO) em dezembro.
 
Posted: 21 Jun 2018 07:53 AM PDT
Clique para exibir o slide.O diretor do Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio), Maurizio Giuliano, realizou na quarta-feira (20) uma palestra no Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil (CCOPAB), no Rio de Janeiro, sobre coordenação civil-militar em operações de paz da ONU.
A apresentação, parte de curso de uma semana reconhecido pelas Nações Unidas, foi assistida por mais de 50 pessoas, entre oficiais militares do Brasil e de outros países da América Latina e da Europa. Também estiveram presentes pesquisadoras e pesquisadores do campo das relações internacionais, funcionários do Ministério da Defesa e do Ministério de Relações Exteriores.
O CCOPAB, também denominado Centro Sergio Viera de Mello, tem como missão formar militares e civis para sua possível participação em operações de paz das Nações Unidas.
Durante sua apresentação, o diretor do UNIC Rio explicou os conceitos de coordenação civil-militar humanitária das Nações Unidas (UN-CMCoord), uma doutrina liderada por atores humanitários que trata do diálogo essencial entre o pessoal humanitário e órgãos militares em operações de paz.
Os objetivos são respeitar e promover os princípios e o espaço humanitários, evitar fricções ou competição, assegurar a distinção e trabalhar em conjunto em prol de objetivos comuns.
Giuliano destacou que a UN-CMCoord é frequentemente associada a obrigações negativas, em torno de respeitar e “não atrapalhar” o outro.
“Mas além disso, existem enormes potenciais para trabalhar junto para objetivos comuns”, declarou. “Mesmo com mandatos muito diferentes, todos estamos lá para promover um futuro melhor”.
O especialista citou várias situações de cooperação civil-militar que viveu ou liderou no Mali, na República Democrática do Congo e no Sudão do Sul.
Segundo ele, em todos os casos, uma preocupação fundamental para trabalhadores humanitários é não estar associado aos militares. Giuliano lembrou que, apesar de muitos militares atuarem com imparcialidade, em muitas missões não são considerados tão neutros quanto os trabalhadores humanitários.
“Cada caso é distinto”, disse. “Na República Democrática do Congo, quando o Exército de Resistência do Senhor ainda aterrorizava as pessoas, ser visto perto dos militares que lutavam contra ele não era um problema enorme, porque o grupo rebelde não tinha quase nenhum apoio das comunidades”.
“Na Somália, com (a organização extremista) Al-Shabab, a situação é bem distinta, porque a organização tem muito apoio nas zonas que controlam, e os humanitários não podem ser vistos trabalhando juntos com militares da União Africana que tem como objetivo acabar com Al-Shabab”, explicou.
Giuliano citou um caso na República Democrática do Congo, quando trabalhadores humanitários receberam a informação de que milhares de pessoas se deslocavam internamente para fugir de um conflito.
Na ocasião, houve um importante debate sobre se os humanitários podiam coordenar com os militares a verificação daquela informação, de acordo com o diretor do UNIC Rio.
“Os princípios humanitários são claros, mas a sua aplicação não é preto no branco”, disse. “Nesse caso, muitos achavam que não era aceitável utilizar capacidades militares para verificar a informação. Eu achei que era apropriado e, enfim, conseguimos que os militares enviassem um helicóptero para tirar fotografias, mas o debate entre humanitários durou cinco horas”.
Giuliano destacou que duas coisas são prioritárias para conseguir uma boa UN-CMCoord: conhecer e entender o mandato, os princípios e o trabalho do outro, e estabelecer boas relações pessoais. Por meio de um diálogo regular, cada situação pode ser discutida de forma produtiva, salientou.
 
Posted: 20 Jun 2018 02:54 PM PDT
Campanha foi ao ar na Rede Globo para celebrar Dia Mundial do Refugiado, lembrado em 20 de junho. Foto: Reprodução
Campanha foi ao ar na Rede Globo para celebrar Dia Mundial do Refugiado, lembrado em 20 de junho. Foto: Reprodução
O ouvido estranha o sotaque, demora a identificar de onde vêm as vozes que entoam a canção. As diferentes pronúncias para as mesmas palavras em português revelam que são pessoas de vários lugares do mundo.
Elas protagonizam vídeo de campanha lançada pela Rede Globo, em parceria com a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), para o Dia Mundial do Refugiado, nesta quarta-feira (20).
O vídeo faz parte da iniciativa “Tudo Começa pelo Respeito”, e reúne pessoas refugiadas que encontraram no Brasil um lugar para recomeçar suas vidas com proteção. Elas emprestam suas vozes e olhares, cheios de esperança, para mostrar que buscam a mesma coisa — um lugar para viver em paz.
Juntos, cantam e relembram que, nas relações humanas, o respeito é mais importante do que as fronteiras que dividem os países. A peça, produzida pela comunicação da Globo, será veiculada durante toda semana do Dia Mundial do Refugiado, comemorado em 20 de junho.
Com apoio do ACNUR e de seus parceiros da sociedade civil, pessoas de Angola, Moçambique, Palestina, República Democrática do Congo e Síria representaram a luta das mais de 68 milhões de vítimas de deslocamento forçado, que deixaram suas casas devido a guerras, conflitos, perseguições e violações de direitos humanos.
Em uma só voz, entoaram os versos de uma canção escrita exclusivamente para a campanha para lembrar que, independente da origem, todos pertencemos a um lugar, a Terra.
A atriz Flávia Alessandra, conselheira da ONG I Know My Rights (IKMR), organização sem fins lucrativos que se dedica exclusivamente às crianças refugiadas no Brasil, empresta sua voz à narração do vídeo.
Na campanha, ela reforça que pouco importa onde nascemos, crescemos e como chegamos aonde estamos. Afinal, refugiados ou nativos, somos todos naturais da Terra.
“A mensagem é de união, tolerância, igualdade e, acima de tudo, de respeito. Especialmente por essas pessoas que encontraram em nosso país a oportunidade de reconstruir suas vidas”, disse Leandro Castilho, diretor de criação da campanha.
“Escolhemos a música como linguagem por sua capacidade de unir todo mundo. Ela é um convite para que mais pessoas façam parte do movimento por um mundo em que o respeito seja mais importante do que as fronteiras”, declarou.
Segundo levantamento da ONU, atualmente, o mundo passa pela maior crise humanitária desde a Segunda Guerra Mundial. A cada dois segundos, uma pessoa é forçada a abandonar seu lar, o que representa uma a cada 110 pessoas no mundo. E desse total, cerca de 53% são crianças. No Brasil, hoje, vivem mais de 10 mil refugiados, de 86 nacionalidades diferentes.
“Precisamos enxergar nas pessoas refugiadas o potencial que elas têm para exercer seus conhecimentos, saberes e experiências que seguramente podem agregar contribuições valiosas para nossa sociedade, basta que uma chance lhes sejam dada”, disse Isabel Marquez, representante do ACNUR no Brasil.
“Ajudar os refugiados a reconstruir suas vidas é uma responsabilidade de todos e devemos trabalhar juntos para que eles possam viver em paz com suas famílias, dar continuidade à sua formação profissional e contribuir para o desenvolvimento de sua comunidade e do Brasil como um todo”.
A plataforma ‘Tudo Começa pelo Respeito’ foi lançada pela Globo em agosto de 2016 para reforçar o compromi
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