Boletim diário da ONU Brasil: “Nações Unidas pedem fim da repressão contra manifestantes no Zimbábue” e 11 outros.
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seg, 21 de jan 18:15 (Há 13 dias)
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Posted: 21 Jan 2019 11:47 AM PST
“Estamos profundamente preocupados com a crise socioeconômica que está se desdobrando no Zimbábue e a repressão contra protestos em larga escala no país após a decisão do governo de aumentar preços de combustíveis”, disse a porta-voz do ACNUDH, Ravina Shamdasani. Foto: ONU/Violaine Martin
O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) afirmou na sexta-feira (18) que a violência e o suposto uso de munição letal por parte das forças de segurança contra manifestantes, que resultaram em mortes, precisam ser investigados de forma minuciosa e transparente pelo governo do Zimbábue.
“Estamos profundamente preocupados com a crise socioeconômica que está se desdobrando no Zimbábue e a repressão contra protestos em larga escala no país após a decisão do governo de aumentar preços de combustíveis”, disse a porta-voz do ACNUDH, Ravina Shamdasani.
“Pedimos ao governo para encontrar maneiras de se engajar com a população sobre suas queixas legítimas e para encerrar a repressão contra manifestantes”.
Falando a jornalistas em Genebra em entrevista coletiva, Shamdasani pediu para autoridades garantirem que as forças de segurança do país lidem com protestos e exerçam poder estritamente de acordo com obrigações internacionais de direitos humanos e princípios relevantes.
Estes princípios incluem legalidade, necessidade, proporcionalidade, precaução e responsabilização, explicou, antes de destacar que também houve acusações de “intimidações e assédios generalizados” por parte das forças de segurança, que teriam realizado buscas de porta em porta.
No mês passado, uma comissão nacional nomeada pelo governo do presidente Emmerson Mnanagagwa descobriu o uso de munição letal por parte do Exército durante atos violentos ocorridos após a eleição em agosto. Segundo a comissão, seu uso foi desproporcional e injustificado, destacou Shamdasani.
“O ponto principal é que munição letal foi usada por forças da segurança, força excessiva foi usada”, destacou em relação aos protestos mais recentes. “Nós não temos verificação sobre o número exato de pessoas mortas ou feridas, mas há associações médicas que estão compilando números, provavelmente mais de 60 pessoas foram tratadas em hospitais por ferimentos de tiros. Esta não é a maneira de reagir à manifestação de queixas econômicas da população”.
Em todo o país, mais de 600 pessoas foram presas em manifestações até o momento, de acordo com o ministro da Segurança Nacional do Zimbábue.
Entre os detidos, estão líderes da oposição e ativistas civis proeminentes, disse Shamdasani, antes de pedir rápida libertação de todos os presos por exercerem seus direitos à liberdade de expressão e de associação pacífica.
Relatos de que acesso à Internet teria sido cortado também são preocupantes, acrescentou a porta-voz. “Entendemos que acesso ao WhatsApp e ao Facebook também foram bloqueados em algum momento, acesso à Internet foi derrubado e posteriormente retomado”, disse. “Há relatos de que teria sido derrubado novamente. O governo tem dito que isso é para lidar com a desinformação que está se espalhando nas redes sociais”.
Perguntada sobre a natureza das manifestações, Shamdasani explicou que alguns relatos sugerem que manifestantes haviam queimado pneus e fechado estradas, enquanto outros haviam incendiado prédios e realizado roubos, embora seja difícil identificar os responsáveis.
“Também houve uso de violência por parte de manifestantes, incêndios foram promovidos”, disse. “Lojas e comércios foram saqueados; como sempre, é difícil determinar quem fez isso. Foram oportunistas tirando vantagem do caos? Foram os próprios manifestantes? É muito difícil saber. É muito difícil lidar com uma situação com esta”.
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Posted: 21 Jan 2019 11:46 AM PST
As variações e fenômenos climáticos extremos são umas das principais causas do aumento da fome no mundo, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura ( FAO). Com o crescimento da população mundial, a produção de comida enfrenta o desafio de alimentar mais pessoas em meio a condições ambientais imprevisíveis.
Mas é possível combater as mudanças climáticas e garantir que todos tenham uma alimentação saudável, inclusive por meio de pequenas ações rotineiras. Confira as cinco dicas da FAO e participe da luta contra o aquecimento global:
1. Tenha uma dieta mais sustentável e diversificada
Cardápio com menos carne é mais sustentável, segundo a FAO. Foto: PEXELS (CC)/Ella Olsson
Uma vez por semana, tente comer uma refeição 100% vegetariana (contendo leguminosas como as lentilhas, os feijões, as ervilhas e grão de bico) no lugar de uma refeição à base de carne. São necessários mais recursos naturais para produzir carne, principalmente água. Milhões de acres de floresta tropical úmida também são derrubados e queimados para transformar as terras em pastos para o gado.
Diversificando a sua alimentação, você poderá descobrir cereais “ancestrais”, como a quinoa. Existem, por exemplo, mais de 200 variedades de quinoa, adaptadas a diferentes tipos de clima.
2. Reduza o desperdício de comida
Desperdício de alimentos preocupa a FAO e o governo brasileiro. Foto: EBC
Por ano, um terço dos alimentos produzidos é desperdiçado. Isso quer dizer também que são desperdiçados os recursos — como água, mão de obra, transportes — usados na produção. Quando for ao mercado, compre apenas o que precisar, fazendo uma lista e estabelecendo as receitas e cardápios com antecedência, a fim de evitar as compras impulsivas.
Lembre-se que também é possível aproveitar as sobras e restos, que podem ser facilmente jogados fora, mas também podem servir de ingredientes para outras receitas ou ser congelados para consumo futuro.
Compre frutas e legumes “feios”, que são frequentemente desperdiçados porque não têm uma aparência perfeita. Não se deixe enganar: eles têm o mesmo gosto.
3. Use menos água
Escovar os dentes com a torneira fechada evita o desperdício de água. Foto: PEXELS (CC)/Moose Photos
A água é o elemento fundamental da vida e, sem ela, não é possível produzir comida. Os agricultores precisam aprender a utilizar menos água para o crescimento das suas culturas. Mas você também pode proteger os recursos hídricos do planeta reduzindo o desperdício alimentar. Quando você joga fora a sua comida, você desperdiça a água necessária para a sua produção. Você sabia que são necessários 50 litros de água para produzir uma laranja?
Você também pode reduzir o desperdício de água tomando banhos mais curtos e fechando a torneira ao escovar os dentes.
4. Conserve os solos e a água
Aterro sanitário em Payson, no Arizona, Estados Unidos. Foto: Flickr (CC)/Alan Levine
Alguns resíduos domésticos são potencialmente perigosos e não devem nunca ser jogados fora numa lixeira comum. São itens como pilhas, tintas, celulares, remédios, produtos químicos, fertilizantes, cartuchos. Eles podem infiltrar o solo e acabar em reservas de água, contaminando recursos naturais que possibilitam a produção de comida.
Isso sem falar no plástico — estima-se que um terço do plástico produzido no mundo está no solo. Reduza a utilização de plástico para manter os solos limpos.
5. Apoie os produtores locais
A cambojana Thoeun faz a colheita do milho na sua propriedade rural, em Kampong Cham, Camboja. Foto: Banco Mundial/Chhor Sokunthea
Os agricultores são os mais duramente afetados pelas mudanças climáticas. Mais do que nunca, eles precisam de apoio. Comprando produtos locais, você ajuda os agricultores familiares e as pequenas empresas do lugar onde vive. Você também contribui para a luta contra a poluição, reduzindo as distâncias de frete percorridas por caminhões e outros veículos.
A segurança alimentar e as mudanças climáticas estão ligadas. As escolhas feitas hoje são vitais para um futuro alimentar mais seguro.
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Posted: 21 Jan 2019 10:39 AM PST
O investimento estrangeiro direto (IED) global caiu quase um quinto em 2018, segundo a UNCTAD. Foto: EBC
O investimento estrangeiro direto (IED) global caiu quase um quinto em 2018, indo de uma estimativa de 1,47 trilhão de dólares em 2017 para 1,2 trilhão de dólares no ano passado, de acordo com dados mais recentes do Monitor de Tendências de Investimentos Globais da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), divulgados nesta segunda-feira (21).
A queda levou os fluxos de IED de volta ao ponto mais baixo alcançado após a crise financeira global, com declínio concentrado em países desenvolvidos, onde fluxos caíram até 40%, para uma estimativa de 451 bilhões de dólares.
“A tendência subjacente em IED mostrou crescimento anêmico desde a crise financeira global e está em trajetória de queda desde 2013”, disse James Zhan, diretor da Divisão de Investimentos da UNCTAD.
“Os fatores por trás desta tendência negativa, como menor rentabilidade do investimento estrangeiro e mudanças em cadeias globais de valor, não estão mudando no futuro próximo. O cenário macroeconômico também está deteriorando”, disse.
De acordo com a UNCTAD, a queda de 2018 deriva da reforma fiscal corporativa nos Estados Unidos. A partir de 2017, empresas multinacionais norte-americanas embarcaram em uma grande repatriação de ganhos estrangeiros acumulados, uma ação que afetou fortemente a Europa.
Em 2018, fluxos de investimentos estrangeiros na Europa somaram 100 bilhões de dólares – uma queda sem precedentes de 73% – e um valor visto pela última vez na década de 1990. Os Estados Unidos também viram seus fluxos caírem para 226 bilhões de dólares, uma queda de 18%.
Em contraste, fusões globais transfronteiriças e aquisições subiram 19% e investimentos greenfield (em empresas em estágio inicial) anunciados foram positivos, com alta de até 29%, indicando que IED podem melhorar em 2019.
Enquanto isso, os fluxos de IED em economias em desenvolvimento foram mais resilientes. A UNCTAD mostra que o IED em economias em desenvolvimento aumentou 3%, indo para 694 bilhões de dólares em 2018. Nações em desenvolvimento representaram metade das dez maiores economias anfitriãs para fluxos de IED.
Das economias em desenvolvimento, a Ásia e a África foram as regiões que mais se beneficiaram, com fluxos aumentando para países em desenvolvimento da Ásia em 5%.
O leste e o sudeste da Ásia, para onde os fluxos cresceram 2% e 11%, respectivamente, representam um terço do IED global em 2018, e quase todo o crescimento do IED para economias desenvolvidas.
“O sudeste da Ásia é o principal motor de crescimento de IED”, disse Zhan, com a região se recuperando de uma queda em 2017, impulsionada pelo crescimento na Indonésia e na Tailândia.
Anúncios de investimentos greenfield em economias em desenvolvimento cresceram 47%, alcançando uma estimativa de 539 bilhões de dólares.
A entrada de investimento estrangeiro direto na África cresceu 6%, embora esse aumento tenha se concentrado em apenas alguns países, como Egito e África do Sul.
“A recuperação econômica lenta na América Latina e no Caribe geraram queda de fluxo de 4%”, acrescentou Zhan.
O Brasil teve queda de 12% no fluxo de investimento estrangeiro direto ao país no ano passado, para 59 bilhões de dólares.
Cenário mundial desafiador
Embora o panorama seja mais positivo para 2019, com a expectativa de recuperação, Zhan afirmou que ainda há muitas incertezas na economia global.
“Além do impacto imediato de ventos econômicos contrários, as tendências subjacentes para o IED global permanecem fracas, conduzidas por fatores como reformas fiscais, mega-acordos e fluxos financeiros voláteis”, disse Zhan.
“À medida que a inundação inicial de repatriações de lucros nos Estados Unidos diminui, as coisas irão se normalizar, se recuperando a níveis ‘médios’ de fluxos. Mas o cenário para a economia global é sombrio, sustentado por fatores estruturais na economia”.
Entre estes fatores estão questões políticas, tensões comerciais e um retorno às tendências protecionistas. Além disso, o fortalecimento da economia digital e uma mudança em direção a intangíveis na produção internacional irão desempenhar um papel, junto às quedas significativas em retornos de IED, já evidentes nos últimos cinco anos.
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Posted: 21 Jan 2019 10:16 AM PST
Nigerianos chegam a Maiduguri, no estado de Borno, após fugirem da violência em outras partes da província, localizada no nordeste da Nigéria. Foto: OCHA/Leni Kinzli
A Agência da ONU para Refugiados ( ACNUR) criticou neste mês (18) a decisão de Camarões de expulsar refugiados da Nigéria, forçando-os a retornar para regiões como o nordeste nigeriano, onde conflitos armados ameaçam a vida da população. Atualmente, o território camaronês acolhe mais de 370 mil refugiados, dos quais 100 mil são nigerianos.
Em 16 de janeiro, 267 nigerianos que haviam chegado a Camarões em 2014 foram obrigados a voltar para o seu país de origem. Dois dias antes, na Nigéria, militantes atacaram e saquearam a pequena cidade fronteiriça de Rann, no estado de Borno, a 10 km da fronteira camaronesa. A ofensiva teve por alvo instalações militares, civis e humanitárias. Pelo menos 14 pessoas teriam sido mortas, segundo relatos, e estima-se que 9 mil indivíduos fugiram para Camarões.
O ACNUR disse na sexta-feira passada estar “gravemente preocupado” com a segurança e o bem-estar dos refugiados nigerianos por conta da nova política de retorno das autoridades camaronesas.
“Essa ação foi totalmente inesperada e coloca as vidas de milhares de refugiados em risco”, afirmou o chefe da agência e alto-comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi.
“Estou apelando a Camarões para que continue com sua política e práticas hospitaleiras, de portas abertas, e suspenda imediatamente quaisquer outros retornos e garanta a conformidade plena com suas obrigações de proteção de refugiados tanto sob sua própria legislação nacional, como sob o direito internacional”, disse o dirigente.
Imagem aérea da cidade de Rann, no estado de Borno, em julho de 2018. Foto: PMA/Inger Marie Vennize
O nordeste da Nigéria tem sido duramente atingido por movimentos insurgentes desde 2009. Segundo o coordenador humanitário no país, Edward Kallon, os episódios de violência em Rann levaram ao interrompimento da entrega de assistência para 76 mil deslocados que vivem na cidade.
“Os ataques em Rann, que são cada vez mais frequentes, estão tendo um impacto devastador sobre os civis que se refugiam nessa cidade isolada e estão afetando nossa habilidade de entregar uma ajuda capaz de salvar vidas para mulheres, homens e crianças em necessidade”, explicou o especialista.
Os criminosos saquearam e destruíram uma clínica, armazéns de suprimentos de assistência e acomodações de profissionais humanitários. Abrigos num acampamento e o mercado próximo foram incendiados. Até sexta-feira passada, a cidade estava inacessível para organizações humanitárias internacionais, tanto por terra quanto por ar.
“Esse ataque espalhou medo entre uma população já vulnerável e recursos humanitários também foram visados”, acrescentou Kallon, que pediu com urgência para o governo da Nigéria proteger civis, incluindo profissionais de assistência.
Desde novembro, incidentes em outras áreas do governo local, no norte do estado de Borno, forçaram mais de 43 mil pessoas a fugir de suas casas. Desse grupo, mais de 32 mil nigerianos decidiram buscar segurança em Maiduguri, capital da província. Muitos deles foram para acampamentos já lotados.
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Posted: 21 Jan 2019 10:07 AM PST
Gerentes de compras no Cazaquistão aprendem a usar aplicativo desenvolvido pela FAO. Foto: FAO
Chegou a hora de acelerar a inovação na agricultura, e fazer isso de forma a promover melhoras para as centenas de milhões de pessoas que produzem a maior parte dos alimentos do mundo na agricultura familiar, disse no sábado (19) o diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o brasileiro José Graziano da Silva.
“A FAO trabalha com as inovações digitais, com novas contribuições para os agricultores nas áreas rurais. Precisamos de uma boa governança e políticas adequadas que sirvam de apoio. Para isso, a FAO também ajuda os países a acessar essas novas tecnologias para promover a digitalização na agricultura”, disse Graziano a ministros da Agricultura de mais de 70 países e representantes de instituições como Banco Mundial, Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e Banco Africano de Desenvolvimento, reunidos para um encontro de alto nível em Berlim.
Garantir que as tecnologias digitais transformadoras não deixem ninguém para trás significa encontrar formas de permitir que os pequenos produtores rurais — incluindo os jovens — possam aproveitar seu uso, aumentar sua produtividade e melhorar seu acesso aos mercados, disse o responsável da FAO aos participantes do Fórum Mundial sobre Alimentação e Agricultura (GFFA, na sigla em inglês), centrado este ano no potencial da contribuição da tecnologia digital para o futuro da agricultura.
As tecnologias digitais permitem um amplo alcance com poucos investimentos ou recursos, o que pode melhorar o acesso dos pequenos agricultores aos mercados, o que é fundamental.
A FAO tem promovido o desenvolvimento de soluções digitais que podem ser encontradas localmente de maneira fácil, barata e sustentável, e que focam particularmente em áreas como serviços de extensão, informação meteorológica, controle de pragas e enfermidades, informação sobre mercados, seguros, gestão de recursos naturais e programas de proteção social.
Também são essenciais os investimentos que envolvem jovens — como atores comprometidos e não apenas beneficiários —, em especial na África subsahariana, onde a população e as necessidades alimentares crescem rapidamente, disse Graziano.
O diretor-geral anunciou também que a FAO — junto ao Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e o Banco Mundial — começará a preparar uma avaliação de impacto técnico sobre o que os países fazem no campo da digitalização, para informar os responsáveis pelas políticas sobre a tarefa que está adiante, assegurando que “o trabalho começará imediatamente”.
Trabalho da FAO
A FAO conta com diversas iniciativas que buscam aproveitar as tecnologias emergentes para fazer frente aos desafios que afetam os pequenos agricultores, os jovens e as metas associadas às questões de gênero no mundo em desenvolvimento.
Por exemplo, a FAO foi pioneira no uso de drones aéreos não tripulados para mitigar os riscos para a agricultura nas Filipinas, controlar a ameaça de pragas de gafanhotos e contribuir para cartografar e vigiar de forma avançada as florestas, o que foi possível graças a plataformas geoespaciais como OpenForis.
Outro exemplo é a iniciativa “Um milhão de cisternas para o Sahel”, que busca promover os sistemas de coleta e armazenamento de água da chuva para melhorar a segurança alimentar e nutricional local, assim como o acesso a água potável. A iniciativa também melhora as oportunidades locais de emprego e renda, seguindo o exemplo de sucesso do Brasil nessa área.
A agência da ONU destaca também os quatro aplicativos para celulares lançados pela organização em Ruanda e Senegal, que oferecem aos usuários informação em tempo real sobre controle de enfermidades e estratégias para a alimentação do gado, nutrição, previsões meteorológicas e calendários de cultivo, e permite aos agricultores obter diretamente dados sobre preços de mercado para seus produtos e insumos agrícolas. Os aplicativos foram desenhados levando em conta condições locais, como os níveis de alfabetização, a conectividade e os idiomas falados na região.
Em resposta à chegada à África do verme arame do milho — espécie invasora capaz de arrasar cultivos alimentares essenciais como o milho — a FAO introduziu rapidamente um aplicativo que permite aos agricultores publicar informações sobre suas fazendas para reforçar os sistemas e estratégias de alerta precoce, e outro que, por meio da tecnologia de voz e capaz de funcionar inclusive offline, pode confirmar rapidamente se o inseto é responsável pelo dano aos cultivos.
Outras iniciativas utilizam a tecnologia digital de forma inovadora para melhorar os meios de vida sustentáveis das comunidades de pescadores em pequena escala. A FAO trabalha de forma direta com empresas do setor privado para compartilhar os frutos da revolução digital, particularmente com o Google, para tornar mais acessível a cartografia geoespacial, e com a Telefónica, para otimizar o uso eficiente da água e os conhecimentos sobre nutrição na América Central.
A FAO realizou também uma importante conferência e um hackathon em Ruanda para incentivar jovens talentos locais a participar e influenciar positivamente nas mudanças em um mundo em crise. Mais de 100 propostas de 22 países da África foram recebidas.
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Posted: 21 Jan 2019 09:32 AM PST
Em Kenema, Serra Leoa, um menino joga futebol em uma ONG apoiada pelo UNICEF que presta serviços para crianças vivendo com HIV e AIDS. Foto: UICEF/Phelps
Em evento com ministros e autoridades de saúde, agências da ONU pediram neste mês (16), no Senegal, que países das regiões central e ocidental da África realizem mais ações para impedir novos casos de HIV entre crianças e adolescentes. Em 2017, em torno de 67 mil crianças (com até nove anos de idade) e 69 mil adolescentes (de dez a 19 anos) foram infectados pelo vírus nessas partes do continente africano.
“A maioria das crianças que vivem com HIV nesta região não está recebendo cuidados e tratamento porque não sabe que vivem com HIV, já que não foram testadas”, afirmou a diretora do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) na África Ocidental e Central, Marie-Pierre Poirier, durante a reunião em Dacar.
Em 2017, estimava-se que, nessas duas porções do continente, 800 mil jovens viviam com HIV — de recém-nascidos até adolescentes com 19 anos. O número é o segundo maior em todo o mundo, ficando atrás apenas das regiões sul e leste da África.
Menos da metade de todas as mulheres grávidas vivendo com HIV na África Ocidental e Central (47%) tiveram acesso a medicamentos para prevenir a transmissão do vírus para os seus filhos. Apenas 21% das crianças expostas ao HIV foram testadas nos primeiros dois meses de vida.
“Podemos reverter essa tendência se nos concentrarmos em uma abordagem centrada na família para testagem e tratamento do HIV e usarmos tecnologias inovadoras nos postos de atendimentos que aproximem os testes das unidades básicas de saúde e das comunidades onde as crianças vivem”, acrescentou Poirier sobre a necessidade de tornar acessíveis os exames diagnósticos.
Embora a cobertura de terapia antirretroviral tenha aumentado entre crianças, subindo de 18% em 2014 para 26% em 2017, o oeste e o centro da África ainda têm o índice mais baixo do mundo. Em torno de 52 mil crianças e adolescentes com até 19 anos de idade morreram de doenças relacionadas à AIDS em 2017. Desses óbitos, 34 mil eram de meninos e meninas que faleceram antes de completar cinco anos.
Alguns países tiveram progressos na prevenção de novas infecções por HIV entre crianças. De 2010 a 2017, 11 países registraram uma redução das novas ocorrências de mais de 35%. É o caso do Benim, Burkina Faso, Burundi, Camarões, Cabo Verde, Costa do Marfim, República Democrática do Congo, Libéria, Senegal, Serra Leoa e Togo. Mas outras nações — incluindo a Nigéria, que tem a maior epidemia na África Ocidental e Central — não tiveram nenhum tipo de declínio.
“Questões estruturais, incluindo a falta de investimento doméstico, sistemas de saúde frágeis, cobranças por usuário, desigualdade de gênero e estigma e discriminação generalizados devem ser urgentemente resolvidas para remover barreiras e salvar vidas”, disse o diretor-executivo do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), Michel Sidibé, também presente no encontro no Senegal.
Na Declaração Política de 2016 da ONU sobre o Fim da AIDS, os países da África Ocidental e Central comprometeram-se a reduzir o número de novas infecções por HIV entre crianças e adolescentes (com menos de 15 anos) para 6 mil casos até 2020. Nações também concordaram em garantir o acesso ao tratamento para 340 mil crianças e adolescentes até 2020. As promessas, porém, não foram acompanhados por um aumento do financiamento. Em 2017, os recursos totais necessários para uma resposta eficaz ao HIV na região foram 81% maiores do que os fundos disponíveis.
“Não devemos perder mais do futuro da África para a AIDS”, ressaltou o diretor da OMS para o continente, Matshidiso Moeti.
“O enfrentamento efetivo ao HIV em crianças e adolescentes precisa de serviços de saúde fortes e de qualidade. Ao firmar o compromisso com a cobertura universal de saúde, os países podem acelerar o progresso rumo a uma geração livre da AIDS na África Ocidental e Central.”
Segundo o UNAIDS, transformar compromissos em ação requer engajamento de líderes políticos e comunitários, a fim de ampliar drasticamente os investimentos e o uso de tecnologias inovadoras. Entre essas estratégias, estão a criação de postos de atendimento para o diagnóstico precoce de bebês, testes familiares e receitas com prazos maiores para a aquisição de medicamentos antirretrovirais.
O UNAIDS, UNICEF e OMS convocaram uma reunião de alto nível no Senegal para discutir a eliminação da transmissão vertical do HIV — de mãe para filho. Promovido do dia 16 a 18 de janeiro, o encontro também debateu meios para garantir a universalização da testagem e do tratamento pediátrico do HIV na África Ocidental e Central. A assembleia reuniu ministros da saúde, especialistas e integrantes da sociedade civil, bem como representantes de alto nível das Nações Unidas, da União Africana e das Comunidades Econômicas dos Estados das duas regiões.
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Posted: 21 Jan 2019 07:29 AM PST
Contingente da Guiné na MINUSMA, com sede em Kidal, no norte do Mali, desativa minas terrestres e garante a segurança da população civil. Foto: MINUSMA/Harandane Dicko
Dez capacetes-azuis da Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização do Mali (MINUSMA) foram assassinados no domingo (20) após um ataque terrorista contra o campo da missão em Aguelhok, região de Kidal, norte do Mali.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou fortemente o ataque que matou capacetes-azuis do Chade e deixou ao menos 25 feridos.
“As forças da MINUSMA responderam de forma robusta, e uma série de terroristas foram mortos”, disse o comunicado emitido pelo porta-voz de Guterres.
O secretário-geral da ONU enviou suas condolências ao governo do Chade e às famílias das vítimas, desejando rápida recuperação aos feridos. Ele elogiou a dedicação e a coragem de homens e mulheres da MINUSMA, em meio a grandes “sacrifícios e riscos pessoais”.
Uma proliferação de grupos armados combatendo forças governamentais e seus aliados no centro e no norte do Mali após um golpe militar seis anos atrás transformou a MINUSMA na missão de paz mais perigosa das Nações Unidas.
Guterres pediu que as autoridades do Mali, assim como grupos armados que assinaram o acordo de paz, “não poupem esforços” para identificar os perpetuadores do ataque, para que sejam levados à Justiça o mais rápido possível.
Lembrando que ataques que tenham como alvo capacetes-azuis da ONU podem constituir crimes de guerra sob a lei internacional, ele reafirmou que “tais atos não reduzem a decisão das Nações unidas de continuar apoiando o povo e o governo do Mali em seus esforços de construir paz e estabilidade no país”.
O chefe da missão, Mahamat Saleh Annadif, também condenou fortemente o ataque. “Esse ataque complexo e covarde mostra o quanto os terroristas estão determinados em semear o caos”, disse. “Isso demanda uma resposta robusta, imediata e coordenada de todas as forças para destruir a ameaça do terrorismo no Sahel”.
“Trabalhando junto de seus parceiros, a MINUSMA permanecerá ativa e não deixará esse ato bárbaro ficar impune”, declarou.
Situação humanitária “terrível”
Bintou Keita, assistente do secretário-geral da ONU para as operações de paz, e Oscar Fernandez-Taranco, assistente do secretário-geral para o apoio à construção da paz, reúnem-se com beneficiários da ONU Mulheres e do UNFPA em projeto de apoio a vítimas de violência sexual e de gênero em Gao, nordeste do Mali. Foto: MINUSMA/Marco Dormino
Uma autoridade sênior das Nações Unidas disse na quarta-feira (16) ao Conselho de Segurança que a situação humanitária no Mali “permanece terrível”, à medida que 800 escolas foram forçadas a fechar por conta de insegurança e 2,3 milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade irão precisar de ajuda neste ano.
A secretária-geral assistente para Operações de Paz na África, Bintou Keita, também informou o Conselho sobre a alarmante situação de segurança nas áreas do centro e norte do país africano, dizendo ser fonte de “grave preocupação” e que a situação gera “um grande desafio” para implementação do acordo de paz de 2015, apoiado pela ONU.
O Acordo para Paz e Reconciliação no Mali foi assinado em junho de 2015 pelo grupo armado Coordination des Mouvements de l’Azawad após assinatura em maio pelo governo e por uma terceira parte, a coalizão de grupos armados Plateforme.
O governo do Mali busca restaurar a estabilidade após uma série de retrocessos desde 2012, incluindo um golpe militar, confrontos renovados entre forças do governo e rebeldes tuaregues e a tomada de parte de território por extremistas radicais.
Keita destacou as “condições muito difíceis” sob as quais membros da MINUSMA e das forças de segurança do Mali continuam servindo, dizendo que “com demasiada frequência, eles pagam o preço final” no apoio à paz e à estabilidade do país. O Mali continua sendo o local mais perigoso do mundo para vestir o capacete-azul da ONU.
“Ataques assimétricos continuam mirando membros das forças de paz, forças nacionais e internacionais e cada vez mais civis”, afirmou.
Keita também relembrou o Conselho do “aumento significativo” no ano passado do uso de aparatos explosivos improvisados, dizendo que a divisão dentro da MINUSMA do Serviço de Ação Anti-Minas das Nações Unidas (UNMAS) está apoiando autoridades, incluindo com assessoria, treinamentos e equipamentos especializados para mitigar riscos.
“Permanecemos preocupados com a maior deterioração da situação de segurança no centro (do país), onde a violência entre comunidades, instrumentalizada por grupos armados extremistas, foi intensificada ao longo dos últimos meses”, declarou, destacando um ataque mortal no Ano Novo. Ela afirmou que a MINUSMA está trabalhando com o governo para proteger civis.
Keita destacou a importância de as partes no acordo manterem o impulso positivo e realizarem “progressos significativos, sem mais atrasos”.
“A resposta aos desafios enfrentados pelo Mali deve levar em consideração a dinâmica complexa entre fronteiras e impulsionadores do conflito ocorrendo dentro do contexto regional mais amplo”, afirmou, reiterando o pedido do secretário-geral, António Guterres, para que atores nacionais, regionais e internacionais “redobrem seus esforços para atacar as múltiplas ameaças perante o Mali e a região do Sahel”.
Keita afirmou que o Conselho da MINUSMA continua comprometido em apoiar as partes na implementação do acordo de paz.
Por sua vez, a ministra das Relações Exteriores e Cooperação Internacional do Mali, Kamissa Camara, destacou que medidas de segurança não são suficientes quando grupos estão trabalhando “implacavelmente” para destruir a coesão social, enfraquecer o Estado e estender seus controles territoriais.
Camara afirmou que o governo está trabalhando atualmente para construir um consenso nacional para encontrar “soluções compartilhadas por toda a nação do Mali”.
Enquanto o Conselho se reunia, foi relatado que atiradores haviam atacado dois vilarejos na região central de Menaka, perto da fronteira com o Níger, matando ao menos 20 pessoas – agravando ainda mais a situação volátil de segurança no país.
Em resposta ao briefing, o Conselho emitiu um comunicado elogiando as conquistas, enquanto ao mesmo tempo expressou impaciência “significativa” com atrasos persistentes na implementação de itens importantes do acordo.
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Posted: 21 Jan 2019 06:58 AM PST
Refugiados de países da África Subsaariana aguardam assistência e exames médicos da Cruz Espanhola no Porto de Málaga, após desembarcarem de um navio de resgate. Imagem de setembro de 2018. Foto: ACNUR/Markel Redondo
Após relatos na imprensa de que cerca de 170 refugiados e migrantes morreram ou desapareceram durante dois novos naufrágios no Mar Mediterrâneo, o alto-comissário da ONU para Refugiados (ACNUR), Filippo Grandi, afirmou no sábado (19) que “nenhum esforço deveria ser poupado” em salvar vidas no oceano. Em 2018, 2.262 indivíduos morreram durante tentativas de cruzar o Mediterrâneo com destino à Europa, segundo a Agência da ONU para Refugiados ( ACNUR).
De acordo com várias ONGs, em torno de 53 pessoas morreram na região oeste do Mediterrâneo. Um sobrevivente foi resgatado por um barco de pesca depois de passar mais de 24 horas à deriva na água. Ele está recebendo tratamento médico no Marrocos. De acordo com o ACNUR, embarcações de resgate do país e também da Espanha já procuram há vários dias — sem sucesso — pelo bote naufragado e outros sobreviventes.
A Marinha Italiana notificou outro naufrágio, envolvendo a morte ou desaparecimento de 117 indivíduos, segundo três resgatados que escaparam vivos e estão recebendo cuidados de saúde em Lampedusa. O barco que afundou partiu da Líbia e seguia pelo Mediterrâneo Central para o continente europeu.
“Não se pode permitir que a tragédia do Mediterrâneo continue”, afirmou Grandi.
“Não podemos fechar os olhos para os altos números de pessoas que morrem às portas da Europa.”
O ACNUR não conseguiu verificar de maneira independente o número de mortos nos dois incidentes, mas a agência internacional estima que, apenas no ano passado, mais de 2,2 mil pessoas morreram em travessias do Mediterrâneo.
Em comunicado, o organismo internacional diz “estar preocupado com o fato de que ações dos Estados estão cada vez mais impedindo ONGs de conduzir operações de busca e resgate”. A instituição da ONU pediu que essas medidas sejam suspensas imediatamente.
O ACNUR também afirmou que esforços maiores são necessários para evitar que refugiados e migrantes se arrisquem “nessas jornadas desesperadas”. Isso inclui, ressaltou a entidade, mais caminhos seguros e legais para ter acesso a asilo na Europa. Dessa forma, quem está fugindo da guerra ou de perseguições não vai achar que não tem escolha a não ser colocar suas vidas nas mãos de traficantes e contrabandistas inescrupulosos, completou a agência.
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Posted: 21 Jan 2019 06:58 AM PST
A FAO e o Governo da Suíça convidam indivíduos, empresas e instituições para apresentar suas indicações para o Prêmio Internacional de Inovação para a Alimentação e a Agricultura Sustentáveis, até o dia 28 de fevereiro de 2019. Foto: PEXELS
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e o governo da Suíça convidam indivíduos, empresas e instituições a apresentar até 28 de fevereiro suas candidaturas ao Prêmio Internacional de Inovação para a Alimentação e a Agricultura Sustentáveis.
O prêmio será dividido nas seguintes categorias:
– Prêmio de digitalização e inovação para sistemas alimentares sustentáveis (40 mil dólares): inovações que afetam mais de um nível da cadeia de fornecimento e fortalecem o vínculo entre agricultores e consumidores;
– Prêmio por inovações que capacitam os jovens na agricultura e nos sistemas alimentares (20 mil dólares): inovações que capacitam os jovens (menores de 35 anos) na agricultura e nos sistemas alimentares.
A FAO vê a inovação como uma força motriz fundamental para um mundo livre de fome e desnutrição, onde a agricultura e a alimentação possam contribuir para a redução da pobreza de maneira econômica, social e ambientalmente sustentável.
A agência da ONU lembra que inovação é um conceito que tende a estar diretamente relacionado à tecnologia. Mas, segundo a organização, a inovação é também o processo pelo qual indivíduos ou instituições colocam em uso produtos, processos ou formas de organização – novas ou existentes – pela primeira vez em um contexto específico; para aumentar a eficiência, a competitividade e a resiliência, a fim de resolver um problema.
As candidaturas podem ser enviadas por meio de formulário oficial de indicação até 28 de fevereiro de 2019.
Clique aqui para acessar os termos e condições gerais do prêmio.
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Posted: 21 Jan 2019 06:21 AM PST
Alunos da rede municipal de ensino em São Luís (MA). Foto: Agência São Luís/A. Baeta
No mês em que São Luís (MA) realiza a matrícula dos alunos da rede pública, o Fundo das Nações Unidas para a Infância ( UNICEF) reuniu-se com representantes de secretarias municipais para discutir estratégias de combate à evasão e ao atraso escolares. Em 2017, 4,6% dos alunos do ensino médio abandonaram colégios estatais na capital — o que corresponde a 1.817 estudantes.
O número consta no Censo Escolar 2017, que também documenta a exclusão no ensino fundamental. Nesse nível da educação formal, 1,7% dos alunos — 1.448 jovens — deixaram de frequentar escolas públicas em São Luís.
Dentro dos colégios, merecem atenção as crianças em situação de distorção idade-série — que, por causa disso, são consideradas em potencial risco de abandono. No ensino fundamental da rede pública, 20,9% dos alunos maranhenses tinham dois ou mais anos de atraso escolar em 2017, o equivalente a quase 17,8 mil estudantes. No ensino médio, a taxa de distorção era de 28,5% — 11.258 alunos.
A capital do Maranhão participa da Busca Ativa Escolar, uma iniciativa do UNICEF para articular gestores municipais e garantir que as crianças e os adolescentes fora da escola sejam identificados, as famílias sejam contatadas e a matrícula seja garantida.
O especialista em Educação do fundo da ONU, Ângelo Damas, reuniu-se nos dias 16, 17 e 18 de janeiro com assistentes sociais, educadores e gestores de saúde para melhorar seu conhecimento sobre como cada instituição pode integrar a Busca Ativa Escolar em São Luís, compartilhando soluções e experiências.
Com essa iniciativa, as Secretarias Municipais de Educação, da Criança e Assistência Social e da Saúde reconhecem que a inserção e o sucesso escolar são importantes não somente para o aprendizado, mas para a saúde física, mental e emocional dos jovens. O aprendizado também é central para a qualidade das relações sociais e o desenvolvimento integrado de crianças e adolescentes como cidadãos.
Sobre a Busca Ativa Escolar
A Busca Ativa Escolar é uma plataforma gratuita e uma tecnologia social que visa contribuir com os municípios e os estados para o enfrentamento da exclusão escolar. O projeto foi desenvolvido pelo UNICEF em parceria com a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME), o Colegiado Nacional de Gestores Municipais de Assistência Social (CONGEMAS) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS).
A intenção é apoiar os governos na identificação, registro, controle e acompanhamento de crianças e adolescentes que estão fora da escola ou em risco de evasão. A Busca Ativa Escolar possibilita ao município mapear as principais causas da exclusão. Também permite reconhecer os territórios mais vulneráveis, colaborando para o planejamento de políticas públicas específicas.
O projeto faz parte do programa mais amplo do UNICEF para as cidades brasileiras — a Plataforma dos Centros Urbanos (PCU), implementada em dez capitais para promover os direitos das crianças e adolescentes. Participam da plataforma Belém, Fortaleza, Manaus, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Luís, São Paulo e Vitória.
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Posted: 21 Jan 2019 06:10 AM PST
Clique para exibir o slide.O Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos (ONU-HABITAT) assinou na sexta-feira (18) na capital fluminense uma parceria com a Prefeitura do Rio de Janeiro para expandir o programa Territórios Sociais, cujo objetivo é reduzir o risco social e melhorar as condições de vida das famílias mais pobres e em situação de maior vulnerabilidade no município.
Em evento realizado no Palácio da Cidade, o termo de parceria foi assinado pelo prefeito Marcelo Crivella, pelo coordenador do escritório do ONU-HABITAT no Brasil e no Cone Sul, Alain Grimard, e pelo presidente do Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos – IPP, Mauro Osório.
Existente desde 2017, o programa Territórios Sociais já beneficiou 2.897 famílias de bairros periféricos do Rio de Janeiro. De forma integrada, equipes das secretarias municipais acompanham as famílias mais vulneráveis e as encaminham a serviços públicos aos quais elas têm direito — mas muitas vezes não conseguem ou não sabem que podem acessar.
Segundo Osório, do IPP, o programa atinge “os mais pobres entre os mais pobres”, melhorando indicadores de mortalidade infantil, acesso a água filtrada, acesso a programas de transferência de renda, frequência escolar, educação de jovens e adultos, segurança alimentar, entre outros. Os riscos sociais das famílias atendidas desde a implementação da iniciativa foram reduzidos em 85%.
Hoje restrito às regiões periféricas da cidade — a 180 setores com menores Índices de Desenvolvimento Social, indicador desenvolvido pelo IPP levando em conta acesso a educação, saúde e condições de moradia —, o programa será expandido aos dez principais complexos de favelas da cidade, podendo atingir 139 mil domicílios e uma população de 450 mil pessoas em dois anos.
“Esse projeto visa alcançar a população mais pobre e vulnerável. Justamente, um dos princípios fundamentais com os quais trabalhamos nas Nações Unidas e que está endereçado na Agenda 2030, que é não deixar ninguém para trás”, disse Alain Grimard, do ONU-HABITAT.
“(O programa) identifica ou atende as famílias que estão ‘invisíveis’ aos olhos da provisão de serviços básicos e que se encontram em situação de vulnerabilidade social, e visa reduzir os riscos sociais dessas famílias, superar sua vulnerabilidade e proporcionar o direito à cidade”, completou Grimard.
Aprovada pela comunidade internacional em 2015, a Agenda 2030 tem entre seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) a erradicação da pobreza e a redução das desigualdades sociais. O mandato do ONU-HABITAT está focado no ODS número 11, que prevê tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis.
De acordo com a oficial nacional do ONU-HABITAT, Rayne Ferretti, a agência da ONU compartilhará com a Prefeitura do Rio suas metodologias de trabalhos comunitários, urbanização de favelas e projetos para erradicação da pobreza urbana. “Nosso principal papel será compartilhar nossa metodologia, nossas experiências, fazer intercâmbios com outras cidades, intercâmbios internacionais, entre projetos com temáticas parecidas, dar visibilidade internacional”, declarou.
“Para essas famílias esquecidas, receberem a visita, serem encaminhadas para a assistência social, para o Bolsa Família e o Cartão Carioca, serem inscritas no Programa Saúde da Família e fazer seu exames, e as crianças irem para creche ou escola e receberem filtros, e reparos nas casas, foi um ano decisivo na vida deles. Um ano muito importante que poderá traçar um novo futuro, um novo destino”, declarou o prefeito Marcelo Crivella.
O ONU-HABITAT atua em parceria com a Prefeitura do Rio há mais de duas décadas. A cidade abriga o escritório regional da agência da ONU desde 1997, e a Prefeitura já financiou uma série de projetos semelhantes ao programa Territórios Sociais, avaliados em mais de 12 milhões de dólares.
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Posted: 21 Jan 2019 05:22 AM PST
Histórias de homens, mulheres e famílias venezuelanas que chegaram ao Brasil e estão conseguindo refazer suas vidas compõem primeiro momento da campanha. Fotos: Divulgação/Trópico
Reduzir a xenofobia e levar brasileiros e brasileiras a se colocarem no lugar de refugiados e migrantes que vêm da Venezuela para o Brasil. Este é o principal objetivo da campanha “Histórias em Movimento”, lançada nesta segunda-feira (21) pelo Fundo de População das Nações Unidas ( UNFPA) e a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), com o apoio da União Europeia.
Para a campanha estão previstos quatro momentos, com materiais e focos diferentes. Todos os conteúdos poderão ser conferidos nos sites e nas redes sociais do UNFPA Brasil e do ACNUR. Quem estiver em Boa Vista e Pacaraima, em Roraima, ou em Manaus, no Amazonas, também poderá ver algumas das peças no mobiliário urbano das cidades.
Nos materiais de estreia, são mostradas histórias de homens, mulheres e famílias venezuelanas que chegaram ao Brasil e estão conseguindo refazer suas vidas. É o caso da família Fernandes, que deixou a Venezuela em 2018 e hoje vive no Paraná. A família de seis pessoas chegou ao país por Roraima e viveu por algumas semanas nos abrigos em Boa Vista, antes de participar do processo de interiorização. Hoje, moram em uma casa alugada e trabalham para recomeçar a vida no Brasil.
Outros três momentos estão previstos para a campanha, ainda no primeiro semestre. Entre os temas que serão trazidos à reflexão estão o acesso a serviços básicos, como educação, saúde e segurança, as particularidades dos povos indígenas da Venezuela no Brasil, e as demandas de populações em situação de maior vulnerabilidade, como crianças, pessoas idosas e LGBTI.
Ação em conjunto
Desde 2015, mais de 85 mil venezuelanos e venezuelanas procuraram a Polícia Federal para solicitar refúgio ou residência no Brasil. A maior parte dessas pessoas chega ao país por via terrestre, cruzando a fronteira em Roraima. Para oferecer atendimento humanitário a essas milhares de pessoas, várias agências da ONU têm trabalhado na região junto com o Governo Federal. E, desde julho de 2018, UNFPA e ACNUR estão recebendo apoio da União Europeia para intensificar e aprimorar esses esforços.
Entre as atividades e ações apoiadas estão processos de registro, abrigamento dos grupos mais vulneráveis, acesso a informação e atuação com crianças e vítimas de violência de gênero. O projeto da União Europeia com as agências da ONU tem como objetivo melhorar o ambiente de proteção para venezuelanos e venezuelanas no Brasil e contribuir para uma convivência mais pacífica desta população nas cidades de acolhida.
Neste projeto, o ACNUR recebe o financiamento de equipes de registro e equipamentos necessários para a coleta de dados sobre venezuelanos e venezuelanas e para implementar projetos de coexistência entre venezuelanos e a comunidade de acolhida. Essas informações servem de base para compreender e dar resposta às necessidades da população venezuelana que chega ao Brasil.
O UNFPA é apoiado para promover iniciativas de prevenção e enfrentamento da violência de gênero e garantir o direito à saúde sexual e reprodutiva de mulheres e meninas estrangeiras. Também trabalha com redes de atendimento e proteção a mulheres, meninas, população LGBTI e pessoas em situação de maior vulnerabilidade.
Sobre o UNFPA
O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) é a agência de saúde e direitos reprodutivos da ONU. O UNFPA trabalha por um mundo onde todas as gestações sejam desejadas, todos os partos sejam seguros e cada jovem alcance seu potencial. Também colabora com governos e parceiros para promover o acesso universal a serviços integrados de saúde sexual e reprodutiva de qualidade. Em situações de emergência, trabalha para prevenir e responder à violência de gênero em parceria com responsável por formular as políticas públicas, sistemas de justiça, sistemas de saúde e parceiros humanitários.
Sobre o ACNUR
Criado em 1950 por resolução da Assembleia Geral da ONU, o ACNUR é responsável por liderar a resposta da comunidade internacional às necessidades de refugiados, solicitantes de refúgio, apátridas, deslocados internos e retornados. Para assegurar os direitos e bem-estar das pessoas em situação de refúgio, o ACNUR busca promover soluções duradouras que as permitam reconstruir suas vidas com paz e dignidade.
Atendimento à imprensaPaola Bello – pbello@unfpa.org.brVictoria Hugueney – hugueney@unhcr.org
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