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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Boletim diário da ONU Brasil: “ONU oferece bolsa para jovens jornalistas cobrirem eventos em Nova Iorque; prazo é 7 de maio” e 10 outros.

Boletim diário da ONU Brasil: “ONU oferece bolsa para jovens jornalistas cobrirem eventos em Nova Iorque; prazo é 7 de maio” e 10 outros.

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Posted: 18 Apr 2018 01:21 PM PDT
Bolsistas de 2017 do Programa para Jornalistas Memorial Reham Al-Farra com o secretário-geral da ONU, António Guterres. Foto: ONU
Bolsistas de 2017 do Programa para Jornalistas Memorial Reham Al-Farra com o secretário-geral da ONU, António Guterres. Foto: ONU
O Departamento de Informação Pública das Nações Unidas (DPI) abriu vagas para o Programa de Bolsas para Jornalistas Memorial Reham Al-Farra (RAF), que leva repórteres para cobrir o debate anual da Assembleia Geral em Nova Iorque. Esse ano, o Programa acontecerá de 16 de setembro a 6 de outubro. O prazo para inscrições se encerra em 7 de maio de 2018.
Os candidatos (as) devem ser jornalistas com idade entre 22 e 35 anos; possuir fluência em inglês oral e escrito; ter um passaporte válido por pelos menos seis meses contados a partir do início do programa; e ser de países em desenvolvimento ou de economias em transição, conforme definido pelo Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas (DESA).
A ONU pagará as passagens de ida e volta para Nova Iorque e fornecerá diárias para cobrir as despesas com alimentação e acomodação.
O Programa de Bolsas para Jornalistas Memorial Reham Al-Farra (RAF) é uma oportunidade para jovens jornalistas observarem de perto a ONU em ação, entrevistarem funcionários do alto escalão e compartilharem experiências com pessoas do mundo todo. Nos anos anteriores, os bolsistas se reuniram com o secretário-geral António Guterres, com o presidente da Assembleia Geral e com representantes permanentes nas Nações Unidas.
Os jornalistas aprovados também terão a oportunidade de visitar empresas de comunicação como o New York Times, a Democracy Now! e a rádio WYYC. Desde a sua fundação em 1981, a bolsa já foi concedida a 581 jornalistas de 168 países, incluindo o Brasil.
 
Posted: 18 Apr 2018 01:04 PM PDT
Chile concluiu o processo de adesão à Convenção de 1954 relativa ao Estatuto dos Apátridas e à Convenção de 1961 sobre a Redução da Apatridia. Foto:  ACNUR.
Chile concluiu o processo de adesão à Convenção de 1954 relativa ao Estatuto dos Apátridas e à Convenção de 1961 sobre a Redução da Apatridia. Foto: ACNUR.
O Chile tornou-se o mais novo país a aderir às convenções internacionais sobre a apatridia. Na semana passada, iniciou formalmente, no escritório da ONU em Nova Iorque, sua adesão à Convenção de 1954 relativa ao Estatuto dos Apátridas e à Convenção de 1961 sobre a Redução da Apatridia.
Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) informou ter recebido “com alegria” o compromisso do país de proteger e promover o direito fundamental à nacionalidade. De acordo com a agência, sem uma nacionalidade, as pessoas podem ser impedidas de se matricular na escola, acessar serviços médicos, procurar empregos formais ou até mesmo se casar.
A apatridia afeta milhões de pessoas em todo o mundo, e o ACNUR trabalha para que ela seja erradicada. A adesão do Chile às duas convenções representa um passo importante em direção a esse objetivo, afirmou a agência.
A determinação do Chile em combater a apatridia também é reforçada por um projeto conhecido como Chile Reconoce – atualmente sendo implementado no país.
Estima-se que 2 mil crianças ainda corram o risco de se tornar apátridas no Chile. Por causa de uma interpretação administrativa da norma constitucional, negou-se a essas crianças o direito de acesso à nacionalidade chilena quando nasceram, pois seus pais não tinham sua situação migratória regularizada. Em 2014, as autoridades alteraram a interpretação para atender aos padrões internacionais de direitos humanos.
Em 2016, foi lançado o projeto Chile Reconoce, com o objetivo de identificar e auxiliar todos os afetados pela interpretação legal anterior a 2014. Até o momento, 258 crianças tiveram sua nacionalidade chilena reconhecida por meio dessa iniciativa conjunta do governo do país, do ACNUR, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e da sociedade civil.
O Chile é o 90º Estado a aderir à Convenção de 1954 e o 71º a aderir à Convenção de 1961. A Convenção de 1954 procura assegurar que os apátridas desfrutem de um conjunto mínimo de direitos até que possam obter uma nacionalidade. A Convenção de 1961 define as formas de reduzir a apatridia ao longo do tempo e de impedir que os indivíduos se tornem apátridas.
 
Posted: 18 Apr 2018 12:29 PM PDT
Razia Sultana, ativista de direitos humanos e advogada, fala durante debate aberto do Conselho de Segurança da ONU em nome de grupo de trabalho de ONGs sobre mulheres, paz e segurança. Foto: ONU/Mark Garten
Razia Sultana, ativista de direitos humanos e advogada, fala durante debate aberto do Conselho de Segurança da ONU em nome de grupo de trabalho de ONGs sobre mulheres, paz e segurança. Foto: ONU/Mark Garten
O Conselho de Segurança da ONU não conseguiu impedir a crise de refugiados rohingya em Mianmar, e o órgão de 15 membros precisa encaminhar os casos de violência sexual e outros crimes contra o grupo étnico para o principal tribunal criminal do mundo, disse na segunda-feira (16) a advogada dessa população muçulmana, durante debate na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque.
“De onde eu venho, mulheres e meninas têm sido estupradas por gangues, torturadas e mortas pelo exército de Mianmar, somente por serem rohingya”, disse Razia Sultana em nome de organizações não governamentais, durante debate aberto do Conselho de Segurança sobre a prevenção da violência sexual em conflito.
O debate, dirigido pela subsecretária-geral da ONU, Amina Mohammed, e pela representante especial do secretário-geral para a violência sexual em conflito, Pramila Patten, foi realizado enquanto o Conselho de Segurança se prepara para uma visita no final deste mês a Mianmar e a Bangladesh, onde centenas de milhares de refugiados Rohingya estão abrigados.
A advogada pediu que os membros do Conselho se reúnam com mulheres e meninas que sobreviveram aos ataques. Desde agosto de 2017, mais de 670 mil rohingya fugiram de Mianmar. “Este é o movimento de refugiados mais rápido desde o genocídio de Ruanda”, disse Sultana.
“Contudo, a comunidade internacional, sobretudo o Conselho de Segurança, falhou conosco. Essa última crise poderia ter sido evitada se os sinais de aviso desde 2012 não tivessem sido ignorados”, complementou.
A advogada declarou ainda que suas pesquisas e entrevistas dão evidências de que as tropas do governo de Mianmar estupraram mais de 300 mulheres e meninas em 17 aldeias no estado de Rakhine. Com mais de 350 aldeias atacadas e queimadas desde agosto, esse número é, provavelmente, apenas uma fração do total real.
“Meninas de apenas seis anos foram estupradas por gangues”, declarou. O relatório deste ano do secretário-geral da ONU sobre violência sexual em conflito cita pela primeira vez os militares de Mianmar.
A advogada pediu que o Conselho de Segurança encaminhe rapidamente o caso de Mianmar ao Tribunal Penal Internacional (TPI).
“Este ano, em Mianmar e em muitas outras situações de conflito, a ameaça e a violência sexual, mais uma vez, têm sido usadas como uma tática para avançar objetivos militares, econômicos e ideológicos”, disse Amina. “Novamente, isso tem sido um impulsionador do deslocamento forçado massivo”, completou.
“Vamos intensificar nossos esforços para acabar com o horrível flagelo da violência sexual em conflitos, para que mulheres, meninas, homens e meninos tenham um fardo a menos para carregar enquanto trabalham para reconstruir suas vidas.”
Uma década atrás, o Conselho adotou a resolução 1820, que tratou a questão da violência sexual relacionada a conflitos como uma ameaça para a segurança e um obstáculo para alcançar a paz.
A iniciativa procura “desmascarar os mitos que alimentam a violência sexual”, rejeitando a noção de estupro como um “subproduto inevitável da guerra” ou como mero “dano colateral”. Desde então, a questão tem sido sistematicamente incluída nas missões de manutenção da paz.
Mas as palavras no papel não refletem a realidade atual. “Ainda não saímos das resoluções para soluções duradouras”, disse Pramila Patten, representante especial do secretário-geral sobre violência sexual em conflito. “É uma farsa e uma crueldade que nem um único membro do Estado Islâmico ou do Boko Haram tenha sido condenado por violência sexual como um crime internacional”, disse Pramila.
Como recomendação, ela pediu que a comunidade internacional estabeleça um fundo de reparações para sobreviventes de violência sexual relacionada a conflitos, e enfatizou a necessidade de uma ação mais eficiente para acabar com o estigma, bem como a necessidade de patrocinar fundos sustentáveis como uma resposta à violência de gênero.
Uma nota conceitual distribuída antes desta reunião pediu aos delegados que compartilhassem experiências nacionais sobre medidas específicas tomadas para prevenir a violência sexual relacionada a conflitos, especialmente iniciativas de longo prazo voltadas para o empoderamento de mulheres, promovendo a igualdade de gênero e garantindo que os autores de crimes sejam levados à Justiça.
A nota também apresentou outras questões para debate, incluindo uma sobre como o Conselho pode ser mais eficiente ao promover a igualdade de gênero, o empoderamento de mulheres em situações de conflito e pós-conflito e a responsabilização pelos crimes de violência sexual.
 
Posted: 18 Apr 2018 12:28 PM PDT
Da direita para a esquerda, Maristela Baioni, representante-residente assistente do PNUD no Brasil, e Didier Trebucq, diretor de país do PNUD. Profissionais da agência da ONU inauguraram escritório novo no Piauí. Foto: PNUD
Da direita para a esquerda, Maristela Baioni, representante-residente assistente do PNUD no Brasil, e Didier Trebucq, diretor de país do PNUD. Profissionais da agência da ONU inauguraram escritório novo no Piauí. Foto: PNUD
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) lançou na terça-feira (17), em Teresina, o “Projeto ODS Piauí”, que promoverá o alinhamento de políticas públicas e iniciativas de crescimento no estado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, os ODS. A estratégia tem o apoio do governo estadual, da ContourGlobal, da Chesf e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES).
Durante cerimônia de apresentação da iniciativa, o secretário de Planejamento do Piauí, Antonio Neto, afirmou que “vamos diminuir as desigualdades e fortalecer a capacidade de geração de renda e emprego”. “Com a participação do setor privado, governos, do PNUD e da sociedade civil temos todas as condições de transformar as políticas públicas com foco no alcance dos ODS”, completou o chefe da pasta.
Na primeira etapa, o projeto terá ações em três regiões: Cocais, Serra da Capivara e Vale do Itaim. As boas práticas identificadas nessas áreas serão replicadas no restante do estado.
Para o diretor de país do PNUD, Didier Trebucq, “precisamos de políticas públicas inclusivas, que atendam às necessidades locais”. Na sua avaliação, a iniciativa da agência da ONU permitirá fortalecer programas voltados para territórios específicos do Piauí. “Isso elevará os índices sociais do estado e também poderemos fazer o monitoramento da implementação dos ODS”, acrescentou o dirigente.
De acordo com Trebucq, o marco de cooperação entre o PNUD e o Brasil determina que a região Nordeste seja uma das prioridades do trabalho da agência da ONU. “A internalização da Agenda 2030 é um desafio, por isso a formação de parcerias locais é essencial”, completou o representante do programa.
A vice-governadora do Piauí, Margarete Coelho, ressaltou que a parceria entre as instituições será fundamental. “A possibilidade de fazer a interlocução entre os nossos territórios de forma integrada, com o apoio de todos os envolvidos, é o principal componente da iniciativa. Firmamos um pacto para o futuro”, disse.
O chefe de gabinete do BNDES, Caio Cavalcanti, explicou que “as empresas comprometidas com a região em que atuam fazem investimentos por meio do subcrédito social, o que impacta diretamente no desenvolvimento econômico”.
Também na terça-feira foi inaugurado o Escritório de Projetos do PNUD no Piauí. Localizado na Secretaria estadual de Planejamento, o organismo fornecerá apoio para governos, setor privado e sociedade civil na condução de iniciativas que dialoguem com o desenvolvimento local e a implementação da Agenda 2030 da ONU na região.
 
Posted: 18 Apr 2018 11:30 AM PDT
Campanha 'Ela Decide Seu Presente e Seu Futuro' será lançada em São Paulo em evento gratuito. Imagem: UNFPA/Ela Decide
Campanha ‘Ela Decide Seu Presente e Seu Futuro’ será lançada em São Paulo em evento gratuito. Imagem: UNFPA/Ela Decide
Organizações do setor privado e instituições filantrópicas, em parceria com o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e o apoio da Embaixada dos Países Baixos, lançam em 26 de abril, em São Paulo, um movimento pela saúde sexual e reprodutiva que coloca as mulheres e adolescentes no centro do debate sobre seus direitos.
A campanha Ela Decide Seu Presente e Seu Futuro mobilizará ações de empoderamento para que brasileiras possam tomar decisões autônomas sobre sua sexualidade – sobre engravidar ou não, sobre quando e quantos filhos ter e sobre como vivenciar a maternidade. O evento de lançamento é gratuito e aberto ao público.
Inspirada na ação global “She Decides”, a iniciativa visa ampliar e qualificar o debate público sobre o assunto e angariar contribuições técnicas e financeiras de cada um dos apoiadores. A campanha nacional é a primeira realizada pela Aliança pela Saúde e pelos Direitos Sexuais e Reprodutivos no Brasil.
Os altos índices de gestações não planejadas, de mortes em decorrência de complicações durante a gravidez, o parto e o pós-parto (morte materna) e o aumento de infecções sexualmente transmissíveis demonstram a urgência do envolvimento de toda a sociedade para fazer frente ao problema.
Dados da pesquisa Nascer no Brasil, da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), revelam que aproximadamente 30% das mulheres que deram à luz em hospitais selecionados disseram que não desejaram a gestação atual. Ainda conforme a instituição de pesquisa, a cada 100 mil bebês nascidos vivos, 143 mães morriam antes de 1990. Esse número caiu consideravelmente entre 1990 e 2015, mas, seguiu elevado e preocupante: para o mesmo número de bebês nascidos vivos, 61 mulheres vieram a óbito em 2015.
“As mulheres são centrais nesse debate porque é sobre o corpo delas que os efeitos da desinformação e da discriminação de gênero recaem de forma muito mais impactante e com consequências para toda a sociedade. Por isso, é fundamental que as mulheres brasileiras decidam seu presente e seu futuro”, afirma Jaime Nadal, representante do UNFPA no Brasil.
Para o dirigente, o desenvolvimento do país não é apenas uma responsabilidade do Estado, mas de vários diferentes setores, entre eles o setor privado. Por isso, o Fundo da ONU busca parcerias amplas, como a Aliança pela Saúde e pelos Direitos Sexuais e Reprodutivos no Brasil.
A campanha Ela Decide Seu Presente e Seu Futuro busca também promover especialmente três dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas — o ODS 3, que visa assegurar vida saudável e promover o bem-estar para todas as pessoas, em todas as idades; o ODS 5, que defende a igualdade de gênero e o empoderamento de todas as mulheres e jovens; e o ODS 17, que determina o fortalecimento de parcerias globais para o desenvolvimento sustentável.

Sobre a Aliança pela Saúde e pelos Direitos Sexuais e Reprodutivos no Brasil

A Aliança é uma iniciativa dos setores privado e filantrópico em parceria com o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e apoio da Embaixada dos Países Baixos, para a promoção da saúde e garantia dos direitos sexuais e reprodutivos. A primeira grande ação da aliança é a campanha Ela Decide, que tem como objetivo promover o empoderamento e os direitos das mulheres para que alcancem seu pleno potencial e possam fazer valer suas decisões sobre sua sexualidade e reprodução. Em outras palavras, para que as mulheres no Brasil possam decidir livremente sobre sua sexualidade e, também, sobre quando e quantos filhos desejam ter ou não ter.
Fazem parte da Aliança o Fundo de População das Nações Unidas e as empresas Bayer, MSD, Reckitt Benckiser, Semina e o Instituto Ethos.
Serviço
Lançamento da campanha Ela Decide Seu Presente e Seu Futuro e apresentação pública da Aliança pela saúde e pelos direitos sexuais e reprodutivos no Brasil
Data: 26 de abril de 2018
Horário: a partir das 18h
Local: Auditório do 3º andar do Rooftop 5/Complexo do Instituto Tomie Ohtake (Rua Coropés, 88, Pinheiros, São Paulo)
Entrada gratuita com vagas limitadas, mediante inscrição prévia.
Para saber mais e fazer a inscrição para o evento, acesse www.eladecide.org/lancamento
 
Posted: 18 Apr 2018 11:21 AM PDT
Clique para exibir o slide.Proteger a terra e os direitos dos povos indígenas não só garantiria segurança para grupos historicamente explorados como ajudaria na luta global contra a mudança climática e a perda da biodiversidade, disseram na segunda-feira (16) palestrantes do Fórum Permanente das Nações Unidas sobre Questões Indígenas, que ocorre na sede da ONU em Nova Iorque.
Em discurso de abertura, a presidente do Fórum, Mariam Wallet Aboubakrine, uma médica de Tombuctu, no Mali, disse que a terra dos povos aborígenes é “parte da nossa história e herança”. “Mas poucos países tem agido para defender os direitos desses povos”, acrescentou.
“A aplicação da lei é inadequada ou inexistente, e outros elementos da legislação vão contra esses direitos”, completou. As medidas necessárias para dar sentido aos direitos à terra, como a delimitação de posse e a alocação de títulos de propriedade, frequentemente não são implementadas.
Além disso, ela continuou, aqueles que defendem os direitos dos povos indígenas continuam sendo alvo quando levantam suas vozes — particularmente quando Estados ou instituições privadas buscam os recursos dessas populações para o desenvolvimento agressivo, como a exploração madeireira.
“Enquanto os nossos direitos sobre as nossas terras, territórios e recursos não forem reconhecidos, os povos indígenas correm o risco de ficar longe do que pedem os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU”, complementou. “Da mesma forma, o mundo corre o risco de perder a batalha contra a mudança climática e a destruição do meio ambiente”, disse.

ONU para todos os povos

O presidente da Assembleia Geral da ONU, Miroslav Lajcák, declarou que é papel das Nações Unidas defender os direitos dos povos indígenas. “Mas ainda não podemos dizer que esta Organização abriu suas portas o suficiente”, afirmou. “Precisamos ser mais ambiciosos”, completou.
Lajčák pintou um quadro sombrio da situação enfrentada pelos povos indígenas hoje, assinalando que, embora constituam apenas 5% da população mundial, eles representam 15% das pessoas mais pobres do mundo.
“Isso é chocante”, declarou, acrescentando que essas pessoas têm tido seus direitos humanos violados, estão sendo excluídas e marginalizadas e enfrentando violência por exigirem direitos básicos.
A respeito da temática envolvendo terras indígenas, territórios e recursos, ele ponderou: “povos indígenas estão sendo privados”. “Eles estão perdendo as terras que os seus antepassados chamavam de casa”, disse.
Mas com a atenção global voltada para os direitos dos povos indígenas, Lajčák viu razões para ter esperança. “Os sinais parecem positivos”, declarou, notando que as equipes da ONU estão firmando parcerias importantes, com o objetivo de empoderar essas comunidades.
“Deveríamos ter esperança. Contudo, não podemos ignorar os desafios, que são muito reais e muito sérios. Eles projetaram uma sombra sobre o futuro de várias comunidades indígenas. E elas exigem a nossa atenção urgente”, pontuou.
Presente no evento, o presidente boliviano, Evo Morales Ayma, lembrou que há 500 anos os povos indígenas da América têm travado uma campanha de resistência para defender sua dignidade e identidade. “Somos todos descendentes da Mãe Terra, então, somos todos irmãos e irmãs”, declarou.
Estabelecido em 2000, o fórum oferece consultoria especializada e recomendações sobre questões indígenas ao Conselho Econômico e Social da ONU (ECOSOC), bem como a agências especializadas que trabalham com questões como desenvolvimento, agricultura, proteção ambiental e direitos humanos.
 
Posted: 18 Apr 2018 10:27 AM PDT
Venezuelanos que vivem na Praça Simón Bolívar, em Boa Vista, fazem fila para receber alimentos fornecidos por membros da comunidade local. Foto: ACNUR/Reynesson Damasceno
Venezuelanos que vivem na Praça Simón Bolívar, em Boa Vista, fazem fila para receber alimentos fornecidos por membros da comunidade local. Foto: ACNUR/Reynesson Damasceno
A Universidade Federal de Roraima (UFRR) e agências da ONU no Brasil inauguram nesta sexta-feira (20/04), em Boa Vista, um centro de referência voltado para o atendimento de pessoas refugiadas e migrantes. O objetivo do centro é prestar serviços de orientação, proteção e integração aos cidadãos venezuelanos e de outras nacionalidades que chegam ao estado de Roraima, além de atividades para a comunidade local. Cedido pela UFRR, o espaço funcionará no campus da universidade e não será destinado ao abrigamento de pessoas.
Após uma reforma financiada pelo ACNUR (Agência da ONU para Refugiados), o prédio do Malocão Cultural, localizado no campus da UFRR, reunirá serviços como emissão de carteira de trabalho e registro no sistema de Cadastro Único do Governo Federal. No espaço, que será administrado pela UFRR e pelo ACNUR, também serão desenvolvidas atividades culturais e esportivas conduzidas pela Universidade e voltadas para os alunos.
A equipe que atuará no Centro de Referência para Refugiados e Migrantes será composta por funcionários das Nações Unidas, da UFRR, de organizações da sociedade civil e dos governos municipal, estadual e federal. O local tem capacidade para atender até 200 pessoas por dia.
O ACNUR será responsável pela coordenação do Centro de Referência e oferecerá serviços de pré-registro e instruções para solicitação de refúgio, orientações sobre direitos e deveres, procedimentos para documentação e identificação de vulnerabilidades para encaminhamentos específicos.
Mulheres e meninas em situação de refúgio e migrantes contarão com um espaço dentro do Centro de Referência para esclarecer dúvidas e serem encaminhadas às redes de proteção de direitos da mulher. O UNFPA (Fundo de População das Nações Unidas) fará o atendimento e referenciamento para as entidades que integram esta rede. O trabalho será realizado de forma intersetorial com os serviços dos governos estadual e municipal, e também do Poder Judiciário, Ministério Público e Defensoria Pública.
A OIM (Organização Internacional para as Migrações) apoiará as atividades do centro de referência com orientação para solicitação de residência temporária. Também oferecerá informação sobre o processo de interiorização para as pessoas interessadas em se deslocar a outros estados do país.
A criação do Centro de Referência para Refugiados e Migrantes faz parte da resposta da ONU no Brasil à chegada dos venezuelanos em Roraima, que se intensificou com o agravamento da crise econômica e política no país vizinho. O centro poderá ser utilizado por outras agências do Sistema ONU que venham se estabelecer em Roraima.
De acordo com o último relatório do CONARE (Comitê Nacional para Refugiados), 33.866 pessoas solicitaram refúgio no Brasil em 2017, sendo que 17.865 pedidos foram feitos por cidadãos venezuelanos. De acordo com a Polícia Federal, cerca de 16 mil vistos de residência já foram emitidos pelo governo brasileiro para cidadãos venezuelanos.
Serviço
Inauguração do Centro de Referência para Refugiados e Migrantes
Data: 20/04/2018 às 16h
Local: UFRR, atrás do Restaurante Universitário (acesso pela passarela lateral)
Contatos para a imprensa:
• Flavia Faria (ACNUR): 95.98400-7890 faria@unhcr.org
• Éder Rodrigues (UFRR): 95.98119-5049 coordcom@ufrr.br
 
Posted: 18 Apr 2018 09:09 AM PDT
Clique para exibir o slide.Em julho de 2017, uma pesquisa realizada pelo Google BrandLab mostrou que, pela primeira vez no Brasil, houve maior número de buscas no Google por cabelos cacheados em comparação a lisos. Os dados mostraram um crescimento de 232% na busca por cabelos cacheados entre 2016 e 2017 e um crescimento de 309% por cabelos afro.
Especialistas em beleza observaram um recente aumento das vendas de produtos para cabelos crespos e cacheados. Mais empresas estão apostando nesses produtos, o que significa reconhecimento dessa população como consumidora.
O Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio) conversou com blogueiras, empresárias e cabeleireiras sobre como a aceitação do cabelo afro pode influenciar na construção de autoestima e da identidade negra.
Os dados disponibilizados pelo Google BrandLab mostraram que uma em cada três mulheres foi vítima de preconceito relacionado ao seu cabelo, e quatro em cada dez disseram já ter sentido vergonha dos cabelos cacheados. As mídias sociais têm tido um papel importante para reverter essa realidade.
De acordo com a pesquisa, três em cada cinco mulheres com cabelo cacheado usam o Youtube para conseguir dicas de cuidados, uma em cada três usam o site como fonte de informação sobre beleza e 50% das buscas são relacionadas a cabelo. De 2015 a julho de 2017, as buscas por “transição capilar”, período em que nenhuma química é usada até o crescimento total do cabelo natural, subiram 55%.
Além do Youtube, outras mídias sociais, como o Instagram e blogs, estão sendo cada vez mais usadas como espaços para debater assuntos como cabelo natural, identidade negra e representatividade.
A blogueira e jornalista Luiza Brasil destacou a importância do movimento na Internet para o autoconhecimento e a autovalorização que estimula o uso do cabelo negro natural. Para ela, o uso do cabelo crespo “não é moda, não é tendência, nem vai passar”. “É um ato político, um ato de ocupação”, declarou.
A modelo e empresária Yasmim Stevam enfatizou a importância do uso das plataformas digitais para atingir mulheres na construção de sua autoestima e de sua identidade como negras abordando temas como cabelo, estilo e cor de pele. Ela afirma ter sentido forte demanda do público por essas discussões e por detalhes sobre sua trajetória pessoal.
Renata Varella e Andressa Abreu, criadoras da primeira consultoria brasileira para cabelos sem química, o Clube das Pretas, observaram um aumento do número de produtos disponíveis no mercado para cabelos crespos e cacheados, assim como do reconhecimento do público negro como consumidor.
A cabeleireira Claudia Fernandes lembrou a importância de disponibilizar informações e produtos de beleza para a população negra, principalmente para crianças e jovens. O maior acesso a essas dicas permite que pais possam cuidar melhor dos cabelos dos filhos, enquanto os jovens podem ter mais alternativas de cuidados e penteados.
De acordo com a Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílio Contínua (PNAD), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em novembro de 2017, houve um aumento de pessoas que se autodeclaram pretas e pardas no Brasil entre 2012 e 2016. Uma explicação para esse crescimento é que mais pessoas passaram a se reconhecer como negras.
A pesquisa elaborada pelo Google BrandLab mostrou ainda que 24% das mulheres de 18 a 24 anos reconhecem seu cabelo como cacheado. “Agora, com esse movimento de libertação, de descobrimento, de redescoberta, a gente está conquistando a ‘permissão’ para ser negra”, disse Renata Varella.
A estética do cabelo natural ou com penteados afros busca a afirmação e resistência da identidade negra, fazendo com que a transição capilar preceda ou venha acompanhada da construção de autoestima e de autoconhecimento, disseram as especialistas.
“Depois que eu fui me aceitando, aceitei meu cabelo, minha cor, automaticamente o estilo mudou também e aí começou a mexer comigo. Então, eu comecei a me amar mais. O cabelo muda a pessoa, querendo ou não, por fora e por dentro também”, declarou Yasmim Stevam.

Cabelo crespo ou cacheado?

Apesar do progresso no que se refere à disponibilidade de informações e à maior aceitação do cabelo cacheado, ainda há o estigma e a falta de aceitação do cabelo crespo.
“Muitas mulheres não aceitam (seu cabelo). Às vezes tentam, mas se enxergam em mulheres de cabelos cacheados, quando o cabelo delas não é cacheado. (…) Isso acaba mexendo com a autoestima da pessoa e a decepcionando. Acho que ainda existe uma dificuldade de aceitação”, disse Yasmim.
A preferência por cachos definidos é uma das preocupações do movimento. “Estamos saindo de uma revolução alisada para entrar em uma revolução cacheada, mas nem todo cabelo forma cachos abertos, largos e soltos. (…) Não podemos sair de um padrão, de uma ditadura de beleza, para entrar em outra”, disse Andressa Abreu.
A maior presença de influenciadores negros nas mídias digitais reforça a representatividade. Porém, na televisão e nas revistas femininas, sua participação ainda é baixa. Quando existe, a retratação do negro é frequentemente estereotipada e colocada fora do protagonismo ou do referencial de beleza, de acordo com as entrevistadas.
“A mídia, de alguma forma, não abrange e não representa todos os tipos de afros e de mulheres negras. Muitas vezes, nos colocam em estereótipos, mas nós somos muito diversas”, declarou Luiza Brasil.
Para ela, o acesso a informações e ao conhecimento das leis brasileiras possibilita aos negros contestar a ideia de “boa aparência” baseada apenas no padrão branco, especialmente na vida profissional. Segundo as entrevistadas, muitas vezes o racismo se torna mais evidente quando optam por usar cabelos naturais com penteados afro.
“[Mulher negra] já sofre racismo 24 horas, às vezes sem ela perceber. Depois que tirei essa escama do meu olho, consegui ver o mundo e o dia-a-dia totalmente diferente”, declarou Yasmim Stevam.
Estabelecida pela ONU em 2013, a Década Internacional de Povos Afrodescendentes (2015-2024) defende esforços dos países, da sociedade civil e de outros atores relevantes para enfrentar o racismo, a discriminação e o preconceito racial, e tem como objetivo efetivar compromissos internacionais contra o racismo.
No ano passado, a ONU Brasil lançou a campanha Vidas Negras, visando ampliar junto à sociedade, gestores públicos, sistema de Justiça, setor privado e movimentos sociais, a visibilidade do problema da violência contra a juventude negra no país.
O Sistema ONU pretende com a iniciativa chamar atenção e sensibilizar a sociedade para os impactos do racismo na restrição da cidadania de pessoas negras, influenciando atores estratégicos para a produção e apoio de ações de enfrentamento da discriminação e da violência.

 
Posted: 18 Apr 2018 08:25 AM PDT
Centro de atendimento do Distrito Federal. Foto: Agência Brasília/Toninho Tavares
Centro de atendimento do Distrito Federal. Foto: Agência Brasília/Toninho Tavares
A atenção primária à saúde deve ser um dos principais caminhos para garantir a manutenção sustentável do SUS no Brasil. A avaliação é do representante da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) no país, Joaquín Molina, que participou na terça-feira de seminário sobre o sistema público. Realizado pela agência da ONU, encontro discute até o final desta quarta-feira (18) experiências com atendimento inicial, triagem e prevenção.
“Mesmo reconhecendo a complexidade do contexto no qual o SUS está imerso, estamos convencidos que a estratégia de Atenção Primária à Saúde (APS), que constitui um dos pilares do SUS, é um dos principais caminhos para a sustentabilidade do SUS, entendido como um sistema de saúde universal baseado no direito à saúde”, afirmou Molina em Brasília.
James Macinko, professor e pesquisador da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, apresentou uma série de dados científicos sobre o impacto da atenção primária na melhoria dos indicadores no Brasil e no mundo.
“Não existe sistema de saúde perfeito. Mas as melhores evidências mostram que um sistema baseado na atenção primária à saúde, com forte investimento nesse setor, vai ter melhores resultados, maior equidade e menor crescimento de despesas em saúde, comparado com outros sistemas que não têm essa base.”
Elisandrea Kemper, coordenadora de monitoramento e avaliação da Unidade Mais Médicos na OPAS, ressaltou os avanços trazidos pelo programa de cooperação com Cuba para a atenção primária brasileira.
“Houve aumento da cobertura, acesso, equidade e satisfação dos usuários. O Programa Mais Médicos vem representando uma mola propulsora ao desenvolvimento da APS e contribui para o SUS no alcance da saúde universal”, avaliou a gestora.
Também presente, o economista sênior do Banco Mundial, Esdon Araújo, lembrou que o Mais Médicos é uma resposta importante à baixa oferta de profissionais no Brasil. O especialista apontou que a maioria dos clínicos costuma trabalhar em grandes centros urbanos, ao passo que populações de cidades pequenas acabam ficando sem serviços. Segundo o representante do organismo financeiro, esse é um dos fatores estruturais para a ineficiência da atenção primária em alguns municípios.
“A maioria deles se beneficiaria com mais gastos em atenção primária. A cada real investido, mais se ganha com retorno em eficiência. Além disso, quanto mais eficiente é a APS, mais eficiente será a média e alta complexidade.”
Com exemplos dos Estados Unidos, Espanha, Tailândia e Portugal, a CEO da Aceso Global, Maureen Lewis, defendeu uma atenção de saúde integral e centrada nos pacientes, principalmente nos que possuem doenças crônicas não transmissíveis e necessitam de acompanhamento contínuo. Entre as medidas recomendadas, estão o uso da tecnologia para a integração de sistemas e o foco na melhoria da qualidade dos serviços prestados.
“Eficiência e qualidade andam juntas”, completou.
O seminário da OPAS tem o apoio do Ministério da Saúde do Brasil, do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS) e do Banco Mundial. O evento faz parte das atividades que marcam, neste ano, o 30º aniversário do SUS.
 
Posted: 17 Apr 2018 03:16 PM PDT
Projeto Dom Helder Câmara visa melhorar condições de vida de agricultores familiares do semiárido brasileiro. Foto: Agência Brasil/Wilson Dias
Projeto Dom Helder Câmara visa melhorar condições de vida de agricultores familiares do semiárido brasileiro. Foto: Agência Brasil/Wilson Dias
Retomado no ano passado, o projeto Dom Helder Câmara foi ampliado para beneficiar 60 mil famílias que vivem em zonas rurais do semiárido brasileiro. O programa, que é financiado pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), está presente agora em 11 estados. No início de abril, gestores da iniciativa rodaram por seis de todas as unidades federativas beneficiadas para divulgar ações futuras.
“Teve municípios também cuja cobertura foi aumentada em quase dez vezes. Já o número de famílias atendidas aumentou mais de quatro vezes a sua capacidade de incorporação, que passou de 13,5 mil para 60 mil famílias”, explicou Rodrigo Almeida, coordenador-geral da iniciativa.
O dirigente esteve em João Pessoa, Natal, Alagoas, Fortaleza, Aracaju e Teresina, onde se encontrou com representantes dos governos estaduais, municipais, sociedade civil, movimentos sociais, federações de agricultores e sindicatos.
A base do Dom Helder é a Assistência Técnica e Extensão Rural — conhecida pela sigla ATER — voltada para o semiárido. Dados do Censo Agropecuário revelam que os agricultores familiares que recebem esse tipo de acompanhamento regularmente têm rentabilidade por hectare até quatro vezes maior do que os que não têm acesso ao serviço. A consultoria permite aprimorar processos produtivos e concretizar planos de negócio que garantam subsistência e inserção comercial.
A primeira fase do Dom Helder teve início em 2001 e foi encerrada em 2010. O projeto foi implementado em sete estados com empréstimos concedidos pelo FIDA, responsável por trinta porcento do orçamento. Com a retomada do programa, em outubro do ano passado, o organismo internacional renovou a cooperação com os governos estaduais parceiros para disponibilizar a mesma parcela de recursos.
Em Natal, o titular da Delegacia Federal de Desenvolvimento Agrário do Rio Grande do Norte, Klebber Pinto, disse que na primeira fase, o projeto contemplava apenas ao Sertão do Apodi, região correspondente à cidade do Apodi e mais 16 municípios vizinhos. Com a expansão, um total de 85 cidades passará a fazer parte da iniciativa.
“Até 2020, serão atendidas 4.588 famílias, o que significa inserir esse agricultor familiar que, na maioria das vezes, não tem assistência técnica e que nem sempre pode acompanhar e se inserir nas políticas públicas, pois boa parte desse pessoal é analfabeto”, explicou Klebber.
 
Posted: 17 Apr 2018 02:55 PM PDT
O processo de urbanização na América Latina e no Caribe melhorou os indicadores de desenvolvimento, no entanto, as cidades ainda são espaços de desigualdades, segundo a CEPAL. Foto: ONU-Habitat/Lucille Kanzawa
O processo de urbanização na América Latina e no Caribe melhorou os indicadores de desenvolvimento, no entanto, as cidades ainda são espaços de desigualdades, segundo a CEPAL. Foto: ONU-Habitat/Lucille Kanzawa
A ativa participação da sociedade civil é indispensável para a tomada de decisões, o planejamento e a aplicação de políticas que fomentem o cumprimento da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável na América Latina e no Caribe.
A opinião é de representantes de mais de 200 organizações não governamentais (ONG) de vários países, autoridades e funcionários de organismos internacionais que se reuniram nesta terça-feira (17) na sede da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) em Santiago, no Chile.
No encontro, prévio à segunda edição do Fórum dos Países da América Latina e do Caribe sobre o Desenvolvimento Sustentável, que ocorre de 18 a 20 de abril na sede da CEPAL, os participantes dialogaram sobre a importância da inclusão dos cidadãos em todos os processos e fóruns regionais e mundiais relacionados a prestação de contas, cooperação internacional e cumprimento das metas do desenvolvimento sustentável.
A reunião, organizada conjuntamente pelo governo do México — em sua qualidade de país que exerce a presidência do fórum — e a CEPAL, foi aberta por Alicia Bárcena, secretária-executiva do organismo regional das Nações Unidas; Norma Munguía, diretora-geral para temas globais da Secretaria de Relações Exteriores do México; e Miguel Santibáñez, secretário-executivo da Associação Chilena de Organizações Não Governamentais (ACCION).
Em suas palavras de boas-vindas, Alicia Bárcena advertiu sobre o aumento da desconfiança dos cidadãos em relação às instituições (75% dos latino-americanos têm pouca ou nenhuma confiança nelas), a deterioração da relação com os serviços públicos (especialmente de educação e saúde), o aumento da corrupção na região e o temor frente às incertezas políticas e econômicas no nível mundial. Toda essa problemática ofuscou a importância que a Agenda 2030 deveria ter na discussão política, disse.
“A Agenda 2030 é uma agenda civilizatória e deve ser nosso horizonte. Não podemos permitir que desapareça do âmbito político. Deve transcender os governos e se transformar em uma política de Estado”, disse a alta funcionária das Nações Unidas.
Para isso, “é indispensável que a sociedade civil se envolva no desenvolvimento sustentável”. “Por isso, estamos orgulhosos de que sua voz já esteja sendo escutada em alguns processos de grande importância, como o acordo regional sobre o acesso à informação, à participação pública e à Justiça em assuntos ambientais (Princípio 10), recentemente aprovado por diversos países”, destacou Bárcena.
Ela lembrou que durante toda a semana do Fórum serão analisados os grandes problemas a serem enfrentados e como as organizações da sociedade civil podem servir como guia e indicador do que está sendo feito em seus países “para nos orientar a potencializar melhor nosso trabalho e fazer os governos verem que a Agenda 2030 é prioritária, necessária, sobretudo como um mapa do caminho para diminuir a desigualdade que afeta a região”, afirmou.
Bárcena convidou os representantes da sociedade civil a unir forças e assim chegar ao Fórum Político de Alto Nível das Nações Unidas, que ocorrerá em julho em Nova Iorque, com uma posição regional conjunta como contribuição para a Agenda 2030.
Norma Munguía enfatizou, por sua vez, que o envolvimento da sociedade civil tanto na negociação da Agenda 2030 como em sua implementação é fundamental. “A implementação da Agenda pelos governos não será a mesma se não houver participação contundente de vocês. A sociedade civil teve desde início um um papel importantíssimo na Agenda 2030 desde seu desenho”, completou.
Munguía disse que a Agenda 2030 é tema da sociedade civil e também do setor privado. Ela destacou que até julho deste ano serão 19 países da região os que apresentaram seus Relatórios Nacionais Voluntários ao Fórum Político de Alto Nível da ONU. Além disso, indicou que já existem 20 países que estabeleceram instituições intersetoriais de alto nível para coordenar a implementação da Agenda 2030 e muitos desses mecanismos contam com a participação da sociedade civil.
No entanto, Miguel Santibáñez declarou a disposição da ONG de construir um mecanismo institucional de participação e de vínculo entre a sociedade civil, a CEPAL e outros mecanismos, de diálogo horizontal que enriqueça as democracias da região.
“No entanto, constatamos com preocupação quão limitados são os indicadores da Agenda 2030, particularmente no campo da desigualdade. Além disso, os mecanismos de implementação da Agenda nos governos nacionais e também nas Nações Unidas, particularmente o Fórum Político de Alto Nível, são muito limitados quanto à participação cidadã. A participação cidadã praticamente não existe. Na nossa opinião, não é possível implementar a Agenda 2030 sem a participação da cidadania”, enfatizou.
Em paralelo a esta reunião da sociedade civil foi realizada também na sede da CEPAL um seminário sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e seu acompanhamento no Observatório de Igualdade de Gênero (OIG) da América Latina e do Caribe, da CEPAL, encontro que contou com a participação de Alicia Bárcena, Janeth Camilo, ministra da Mulher da República Dominicana, Lara Blanco, diretora adjunta do escritório regional da ONU Mulheres, e Mario Cimoli, secretário-executivo adjunto da CEPAL, entre outras personalidades.
Neste seminário, houve troca de experiências analíticas e metodológicas relativas ao OIG e sua contribuição à Agenda Regional de Gênero e à Agenda 2030.
“O ODS 5 da Agenda 2030 é dedicado à igualdade de gênero, mas nós da CEPAL pensamos que é muito importante olhar os 17 objetivos, porque todos devem ter uma perspectiva de gênero. Este observatório deve olhar não apenas o caso específico das mulheres, mas também toda a gama de obstáculos e problemas que elas enfrentam nos diferentes exercícios de sua autonomia, em suas três formas: a econômica, a física e a política”, declarou Bárcena.
A ministra Janeth Camilo avaliou o trabalho que vem sendo realizado pelo observatório da CEPAL, sobretudo sua importância na coleta e análise de dados gerados pelas diferentes políticas públicas dos países.
“Para as mulheres, foi importante a criação desse marco regional de indicadores sobre igualdade de gênero e que sem dúvida traçará as pautas para a execução e acompanhamento da Agenda 2030, cujo principal pilar é não deixar ninguém para trás. Daí a relevância de a CEPAL, por meio do observatório, acompanhar nossos países no seguimento e no cumprimento dos indicadores nos níveis nacional e regional e na criação de mecanismos de avanços para nossos governos”, disse a autoridade dominicana.
 
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