Boletim diário da ONU Brasil: “Banco Mundial lança plataforma interativa para observar avanços dos objetivos globais” e 15 outros.
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qua, 30 de jan 19:00 (Há 4 dias)
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Posted: 30 Jan 2019 10:25 AM PST
A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável foi adotada pelos países-membros da ONU no fim de 2015. Foto: ONU
O Banco Mundial lançou uma nova plataforma interativa que fornece ao público uma visão ampla dos avanços e indicadores relacionados a cada um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A informação foi divulgada pela Rede Brasil do Pacto Global das Nações Unidas.
O Atlas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável traz mais de 180 mapas e gráficos, distribuídos de acordo com as metas de cada ODS, indicando o panorama do desenvolvimento e da qualidade de vida da população global.
A ferramenta se baseia no World Development Indicators (Indicadores de Desenvolvimento Global), um banco de dados com mais de 1,4 mil indicadores de mais 220 economias, algumas delas com dados que podem ser comparados em uma linha histórica de 50 anos.
O atlas também explora informações de outros estudos, cientistas e pesquisadores para obter conteúdos inéditos de metas de ODS cujas medições ainda não contam com padrão definido.
Por exemplo, o capítulo sobre o ODS Vida na Água (ODS14) apresenta uma pesquisa liderada pelo Global Fishing Watch e publicada na Revista Science, uma das mais prestigiadas da área científica.
A equipe acompanhou mais de 70 mil embarcações de pesca industrial entre 2012 e 2016, o que resultou no processamento de 22 bilhões de mensagens automáticas para mapear e identificar a pesca em todo mundo.
O Brasil também está presente no atlas, com estatísticas comparáveis ao de outras nações. O país, por exemplo, faz parte do grupo de 61 países que observou o aumento da renda da população mais pobre acima da média entre os anos de 2009 e 2014 – dado que faz parte do capítulo do ODS de Redução de Desigualdades (ODS10).
O país figura ainda entre aqueles que têm leis contra discriminação de gênero no processo de contratação, informação que consta no capítulo de Igualdade de Gênero (ODS5).
Clique aqui para acessar a plataforma, ou baixe diretamente em PDF.
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Posted: 30 Jan 2019 10:13 AM PST
ONU busca jovens empreendedores que queiram proteger o meio ambiente e mudar os rumos do planeta. Imagem: ONU Meio Ambiente
Você gosta de provocar mudanças, é pioneiro e inovador? Você vê oportunidade onde outros veem crise? Você tem coragem de inventar o futuro?
Se você está à procura de um desafio para 2019 e tem uma ideia ou projeto ambiental que você gostaria de tirar do papel, você está no lugar certo. O prêmio Jovens Campeões da Terra celebra e apoia indivíduos com idade entre 18 e 30 anos que tenham um potencial extraordinário para criar um impacto ambiental positivo.
À medida que o aquecimento global força as nossas sociedades, economias e o mundo a mudar, a ONU Meio Ambiente está buscando empreendedores corajosos para trilhar os rumos de um futuro melhor. Um júri global vai selecionar sete vencedores de todo o mundo e apoiar os seus projetos com financiamento e mentoria.
Para incentivar você se inscrever na competição, as Nações Unidas reuniram cinco razões pelas quais vale a pena participar:
1. Mostre o que você pensa para o mundo
Você tem uma grande ideia para proteger o meio ambiente? Se você está pronto para liderar uma nova onda de mudança nas nossas sociedades e economias e transformar o modo como fazemos negócios, em prol de um futuro mais sustentável, se você quer romper com o status quo com uma nova ideia brilhante, então nossa conversa é com você mesmo. Nós estamos te convocando a se candidatar. A sua ideia será vista por milhões de pessoas em todo o mundo. Nós daremos para você e para a sua ideia uma voz e vamos te ajudar a amplificar essa voz, tanto no mundo online quanto presencialmente. Você vai inspirar pessoas em todos os lugares a liderar o movimento por um planeta mais saudável.
2. Conheça as pessoas certas
Ideias inovadoras nunca acontecem num vácuo. Elas são o resultado de muito brainstorming com indivíduos brilhantes. Talvez você já tenha uma grande ideia de projeto, mas você quer se conectar com um especialista na sua área para te ajudar a moldá-la? Podemos ajudar com isso. Se o seu projeto é focado em algum aspecto da proteção ambiental, vamos conectar você com a indústria certa ou com os especialistas técnicos que podem te ajudar na sua jornada.
3. Conecte-se com uma rede global
Hoje, a paisagem de negócios é global. Vamos assegurar que você esteja bem conectado com uma variedade de eventos de alto nível. Mesmo que você não possa participar em pessoa, a tecnologia pode nos ajudar a colocar você em contato com colegas, mentores e especialistas em todo o mundo. Não importa onde você vive, você pode se candidatar. Nós abraçamos a diversidade — insistimos nisso. Afinal, essa é uma busca global.
ONU recebe inscrições para prêmio internacional Jovens Campeões da Terra
4. Em 2019, cause impacto
Todas as boas ideias precisam de dinheiro ou de tempo para serem implementadas. Será que 2019 é o seu ano? Nosso capital semente de 15 mil dólares pode ser o pontapé financeiro de que você precisa para realmente lançar o seu projeto. Embora seja necessário ter trabalhado pelo menos seis meses em cima do seu projeto para se inscrever no prêmio Jovens Campeões, o seu trabalho não precisa estar completamente desenvolvido. Ganhar essa competição pode ser o impulso de que você precisa para começar a transpor suas ideias da cabeça para o mundo real e, assim, causar um impacto em 2019.
5. Conheça os seus colegas
Um dos aspectos mais desafiadores de se tornar um empreendedor é que frequentemente você tem que dirigir as coisas sozinho. Você pode até ter um parceiro de negócios, mas é improvável que você tenha colegas ou uma equipe grande logo no início para te apoiar quando a empreitada fica puxada. Sabemos o valor de construir parcerias e apoio entre pares. Trabalhamos com parceiros como a Do School e a CoalitionWILD para facilitar esse processo. Você vai construir uma rede global de outros Jovens Campeões em diferentes regiões — indivíduos com ideias semelhantes, que sabem o que estão fazendo, entendem onde você está no seu processo de criar uma start-up e podem te ajudar ao longo do caminho.
Saiba mais sobre o prêmio clicando aqui.
Os ambientalistas interessados com idade entre 18 e 30 anos podem inscrever suas ideias pela Internet até meia noite GMT (21h de Brasília) de 31 de março de 2019.
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Posted: 30 Jan 2019 10:02 AM PST
Foto: PNUD/Guilherme Larsen
Fortalecer as capacidades dos atores locais para a integração dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecer referências e elaborar insumos para o alinhamento da Agenda 2030 às necessidades dos territórios e promover a gestão do conhecimento para replicar as boas práticas.
Esse é o foco das ações do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em 110 municípios de 14 Estados brasileiros, em parceria com a Petrobras. O projeto acompanhará o processo de evolução de indicadores nos territórios para o alcance dos ODS, além de promover a capacitação de gestores públicos e mobilizar a sociedade civil e o setor privado na promoção de iniciativas que dialoguem com o desenvolvimento econômico, social e ambiental, de forma integrada.
A primeira etapa, que é a aproximação com gestores públicos municipais, teve início na segunda-feira (28). Representantes da Petrobras e do PNUD se reuniram com integrantes da prefeitura de São José dos Campos, interior de São Paulo, e discutiram formas de aprimorar os indicadores locais com base na Agenda 2030. De acordo com o prefeito da cidade, Felício Ramuth, a parceria entre as instituições será uma forma de acelerar o alcance dos ODS.
“A territorialização é fundamental para que possamos nos apropriar dos indicadores e das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. O apoio do PNUD e da Petrobras, sem dúvida, fará grande diferença aqui para a cidade e para a região. Temos um plano de governo com metas e indicadores. Essa iniciativa contribuirá para aprimorarmos nosso planejamento”, afirmou o prefeito de São José dos Campos.
Para fortalecer os municípios na identificação das metas da Agenda 2030 que precisam ser fortalecidas, o projeto também apoiará as necessidades das regiões por meio de diagnósticos locais, para auxiliar os gestores públicos com dados efetivos e que tenham como linha de base os ODS.
De acordo com a assessora de Desenvolvimento Territorial do PNUD, Ieva Lazareviciute, o projeto de territorialização e aceleração dos ODS fortalecerá as capacidades locais de forma a gerar engajamento e ações específicas, respeitando a realidade de cada lugar, para o cumprimento das metas da Agenda 2030. Segundo ela, a participação dos diferentes segmentos da sociedade será fundamental para que o desenvolvimento seja participativo e inclusivo.
“A Agenda 2030 traz essa vertente da integração econômica, social e ambiental, de forma equilibrada. Nós vamos trabalhar, por meio desse projeto conjunto com a Petrobras, em 110 municípios do país. Nosso maior objetivo é fortalecer a capacidade dos gestores em identificarem necessidades, com diagnósticos e dados específicos, para fortalecer o planejamento das políticas públicas. A mobilização da sociedade civil e do setor privado também vai ser essencial para que as ações aconteçam de forma integrada”, afirmou Ieva.
Na terça-feira (29), os representantes da Petrobras e do PNUD se reuniram com prefeitos e gestores públicos da região do litoral sul de São Paulo, quando apresentaram os objetivos do projeto e discutiram a formatação de políticas públicas baseadas na territorialização da Agenda 2030.
Leia mais:Gestores públicos de SP participam de projeto para implementar objetivos globais localmente
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Posted: 30 Jan 2019 09:33 AM PST
O novo programa “Futebol para as escolas” da FIFA visa tornar o futebol mais acessível para meninos e meninas em todo o mundo. Foto: ONU/David Mutua
Paralelamente ao Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, o presidente da Federação Internacional de Futebol (FIFA), Gianni Infantino, a diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), Audrey Azoulay, e o diretor-executivo do Programa Mundial de Alimentos (PMA) das Nações Unidas, David Beasley, assinaram carta de intenções para impulsionar o acesso de crianças ao esporte e promover importantes habilidades para a vida.
O programa “Football for Schools” (“futebol para as escolas”, em tradução livre) da FIFA visa tornar o futebol mais acessível para meninos e meninas em todo o mundo, incorporando atividades de futebol em currículos de educação física (ou como uma atividade extracurricular), contribuindo para educação, desenvolvimento e empoderamento das crianças.
A implementação do programa deve ocorrer em meados de 2019, com a implantação de projetos-piloto em África, Ásia e América Latina, com base no interesse manifestado pelas associações nacionais e pelas condições específicas de esportes e futebol locais nos países envolvidos. Um orçamento de 100 milhões de dólares foi alocado pela FIFA para o programa, que será implementado até 2022.
Como parte do roteiro estratégico da FIFA — “FIFA 2.0: A Visão para o Futuro” —, o design e a implementação do programa contribuem para o desenvolvimento do futebol nos países, colocando-o a serviço das comunidades locais. A iniciativa terá ações e ferramentas tangíveis, como o fornecimento de materiais educacionais e instrucionais (incluindo aplicativos e uma plataforma on-line) para professores.
Por meio dessa iniciativa, 11 milhões de bolas de futebol serão distribuídas para escolas nos territórios das 211 federações filiadas da FIFA, atingindo mais de 700 milhões de crianças. Uma plataforma online também será criada para informar os professores sobre como incorporar o futebol à educação.
Em particular, o programa se beneficiará do extenso histórico da FIFA no desenvolvimento do futebol técnico, da longa experiência da UNESCO em educação e esporte e no sucesso do programa de alimentação escolar do PMA, que ocorre em mais de 100 países.
A alimentação escolar ajuda a garantir que todas as crianças tenham acesso à educação, saúde e nutrição, proporcionando a elas refeições na escola, uma base importante para o esporte e a educação física.
Os três representantes das organizações parceiras enfatizaram a importância de parcerias entre organizações internacionais, governos, associações nacionais de futebol e FIFA para melhorar o acesso ao esporte, bem como aumentar a contribuição deste — e principalmente do futebol — para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Durante a cerimônia de assinatura, o presidente da FIFA, Gianni Infantino declarou: “após minha primeira reunião com o secretário-geral da ONU, António Guterres, no início de 2018, durante a qual concordamos em trabalhar juntos na promoção de valores positivos através do futebol, a formalização da nossa parceria é um marco importante e é ponto de partida para uma nova era de cooperação entre FIFA, UNESCO e PMA”.
“Usar o poder do futebol para promover a mudança social e a educação é o nosso interesse comum e as três organizações que agora unem forças estão em uma posição única para trazer esse potencial”, disse ele.
“A UNESCO tem orgulho de fazer parte dessa parceria inovadora com a FIFA e o PMA. Esta iniciativa destaca o poderoso papel desempenhado pelo esporte como uma ferramenta fundamental para a educação”, disse a diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay.
“Ensinar futebol nas escolas ajudará a disseminar valores esportivos como espírito de equipe e respeito. Este programa também ajudará a desenvolver habilidades para a vida, como autoconfiança, e promover a igualdade entre meninas e meninos. Promover a educação por meio do esporte contribui para a missão da UNESCO, como a agência da ONU para a educação”, salientou.
“Que diferença hoje fará para o futuro de meninos e meninas ao redor do mundo”, disse o diretor executivo do Programa Mundial de Alimentos, David Beasley. “A FIFA aproveitará a expertise em logística do PMA para levar o esporte mais popular do mundo a mais escolas, ajudando meninos e meninas a desenvolver importantes habilidades para a vida. Essa parceria do PMA-FIFA melhorará o perfil de nosso programa de alimentação escolar, e acreditamos que isso signifique estudantes mais bem preparados, que estarão prontos para aprender e em seu caminho para criar um futuro melhor para eles mesmos, suas comunidades e suas nações”.
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Posted: 30 Jan 2019 09:12 AM PST
Clique para exibir o slide.No Rio de Janeiro, estudantes de escolas públicas se encontraram em novembro passado com um sobrevivente do Holocausto para uma conversar sobre a Segunda Guerra Mundial e direitos humanos. Os colégios municipais Nelson Prudêncio, Anísio Teixeira e Rotary, na Ilha do Governador, zona norte da capital fluminense, participaram de uma jornada de conscientização sobre a perseguição aos judeus e outras minorias.
Anualmente, a ONU marca o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, 27 de janeiro.
“Muitas pessoas não acreditam que o Holocausto aconteceu. O Holocausto aconteceu, sim. Eu vivi essa parte da história. E o que eu gostaria de transmitir, e que os jovens assimilassem, é a história verdadeira e o respeito aos direitos humanos”, disse o sobrevivente do regime nazista, Jorge Trédler, em entrevista ao Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio).
Durante o encontro com os alunos da rede pública, no Ginásio Olímpico Nelson Prudêncio, na Ilha do Governador, Trédler contou que ele e sua família fugiram da Polônia em 1939, quando a Alemanha nazista invadiu e ocupou o país. Eles foram para a Rússia em busca de proteção. No entanto, assim que chegaram, os pais de Trédler foram levados pela polícia secreta soviética para um Gulag — campo de trabalho forçado da ex-União Soviética. Com apenas quatro anos, Trédler e a irmã, de sete, ficaram sozinhos. Sem pais, abrigo ou comida, o sobrevivente conta que se alimentava de grama e capim para não morrer de fome.
Para Trédler, falar sobre o Holocausto nas escolas brasileiras é transmitir para as crianças uma parte da história “que não pode ser esquecida”.
“O respeito aos direitos humanos é o respeito à história do nosso passado”, afirmou.
A aula especial fez parte da Jornada Interdisciplinar de Ensino do Holocausto, organizada pela Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro e pela Associação B’nai B’rith. Realizada todos os anos, a iniciativa promove uma programação de palestras e atividades para complementar o trabalho dos professores de História, que já abordam o tema nas aulas regulares. O evento também busca estimular entre os alunos uma reflexão sobre intolerância e preconceito.
Na avaliação do professor de História Roberto Antunes, as escolas devem discutir esse assunto junto com questões de direitos humanos e direitos do cidadão para que “as novas gerações ajudem a melhorar o nosso país”.
“Uma vez, trabalhando o regime nazista com uma turma de 6º ano, uma aluna minha começou a chorar. Ela disse que seu pai tinha sido morto em uma situação de intolerância e desrespeito aos direitos do cidadão. Aquilo me mostrou o quanto é necessário falar sobre esse tema”, explicou o docente.
“Como dizem os nossos amigos sobreviventes: esquecer jamais!”, completou Antunes.
De acordo com o professor, o Rio de Janeiro sempre deu ênfase a esse tema no currículo de História, mesmo antes da aprovação, em 2011, de uma lei municipal que torna obrigatório o aprendizado sobre o Holocausto no ensino fundamental.
Também presente na aula, a desembargadora Denise Trédler, casada com o sobrevivente, disse que é imprescindível que professores e pedagogos ampliem os conhecimentos sobre a história do povo judeu e da Segunda Guerra Mundial e promovam debates sobre racismo e antissemitismo no ambiente escolar.
“Não dá para falar sobre o Holocausto sem falar nas gravíssimas violações de direitos humanos dos judeus e de todos os outros que perderam os maiores bens que o ser humano pode ter: a liberdade e a dignidade”, disse a magistrada, observando que “os jovens precisam ter a memória dos fatos para evitar que eles se repitam”.
O Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto foi criado pela Assembleia Geral da ONU em 2005, com a adoção de uma resolução que não apenas estabeleceu a data, mas também rejeitou toda e qualquer negação do Holocausto como um evento histórico. O texto condena todas as manifestações de intolerância religiosa, incitação, assédio ou violência contra pessoas ou comunidades, com base em origem étnica ou crença religiosa, em qualquer lugar.
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Posted: 30 Jan 2019 08:58 AM PST
Clique para exibir o slide.Antes mesmo do primeiro dia de aula, as vagas já estavam esgotadas para a oficina “Criação de Artesanato com Fibras de Buriti”, realizada em janeiro pelo SESC-SP, na unidade do Belenzinho, região central de São Paulo. A grande procura reflete o interesse da população paulistana em aprender técnicas de trançado e pintura de duas etnias indígenas, Warao e Macuxi.
São muitas as diferenças sociais, culturais e regionais entre as duas etnias. Os Macuxi habitam a região de fronteira entre o Brasil e a Guiana, ocupando áreas de campo e de serras no extremo norte do estado de Roraima e o norte do distrito guianense de Rupununi.
Já os Warao são provenientes do Delta do Orinoco, nordeste da Venezuela e, desde 2016, passaram a viver na cidade fronteiriça de Pacaraima (RR), como resultado da delicada situação da Venezuela. Em comum, as etnias utilizam as fibras do Buruti, uma palmeira amazônica, como forma de produção de artesanatos e geração de renda.
“Nossa comunidade já estava estabelecida em Pacaraima e, com a chegada dos Warao, que se caracteriza como uma migração forçada pelas dificuldades que eles enfrentam na Venezuela, entendemos que seria preciso integrá-los em nossa rede. Esse é um importante passo para promover sua autossuficiência, sendo o artesanato um caminho possível”, disse a macuxi Marineide, de 49 anos.
Maricela é uma das seis artesãs Warao que integram esta troca de saberes entre ambas as etnias. A proposta, idealizada por Marineide, é buscar fortalecer o trabalho e a comercialização conjunta dos variados artesanatos produzidos, como cestarias, bolsas, miçangas, colares e outros produtos feitos à mão.
“Estou muito feliz de estar aqui em São Paulo para mostrar um pouco de como o nosso trabalho é feito. É muito bom também saber do interesse das pessoas daqui, que valorizam nossos saberes. Solicitei refúgio no Brasil e é difícil ter que recomeçar a vida, sem perspectivas de quando poderemos voltar para o nosso país com segurança. Espero que, por meio do artesanato, consigamos nos manter”, disse a artesã.
O abrigo Janokoida (que em Warao significa “casa grande”), localizado em Pacaraima, reúne cerca de 420 indígenas Warao e busca integrá-los à sociedade urbana. Gerido pela organização não governamental Fraternidade, parceira da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), além do abrigamento, o objetivo é garantir os direitos básicos dessa população e, da mesma forma, propiciar meios para que suas culturas e tradições sejam preservadas.
“Em Janokoida, onde estão registradas 40 mulheres indígenas artesãs, distribuímos alimentos uma vez por semana para que nos demais dias elas possam preparar sua própria comida, conforme sua tradição. Esta prática possibilita que não se tornem dependentes da ajuda humanitária, propiciando também a manutenção dos vínculos culturais e hábitos sociais”, declarou Rafael Levy, chefe do escritório do ACNUR na cidade fronteiriça.
Como facilitador do processo de adaptação dos Warao, a administração do abrigo promove ações socioeducativas, incentiva a prática de esportes e oferece aulas de português, história, educação cidadã, além de orientações sobre higiene e saúde. Apesar das importantes iniciativas de integração, o grande dilema para fortalecer a troca de saberes entre as diferentes comunidades indígenas é o custo de transporte entre o abrigo Janokoida e a comunidade Macuxi.
“Contamos com a solidariedade de pessoas que, por vezes, realizam o transporte das mulheres do abrigo Janokoida para a nossa comunidade. Nossa ideia era de realizar uma atividade todo fim de semana, mas por conta dessa dificuldade, os encontros só acontecem a cada quinze dias, dependendo da disponibilidade de caronas”, afirmou Marineide.
Ao saber desta dificuldade no norte do país, a aposentada Eunice, que participou da oficina de artesanato do SESC-SP, reforçou o potencial desta troca de saberes para que as identidades das etnias sejam preservadas e novos conhecimentos sejam compartilhados.
“Sou aprendiz de artesã e nunca havia tido contado com essa arte de cestarias. É impressionante o cuidado dos traçados, a forma sustentável como são utilizados os materiais naturais, o conhecimento por trás de cada gesto. E o produto final, é mesmo lindo”, declarou.
A oficina “Criação de Artesanato com Fibras de Buriti” terminou na última sexta-feira (25), quando a cidade de São Paulo comemorou 465 anos. Um bolo comemorativo desta data e pelos artesanatos que foram feitos ao longo da oficina simbolizou o agradecimento da turma às mulheres indígenas.
Estas, por sua vez, regressarão a Pacaraima com o sentimento de que seus saberes são muito valorizados na maior cidade da América do Sul – e seguramente os serão em qualquer cidade que sejam apresentados.
O ACNUR atua de forma articulada para integrar em seu plano de trabalho os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), incorporando a Agenda 2030 para promover sociedades pacíficas, justas e inclusivas, livres do medo e da violência.
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Posted: 30 Jan 2019 08:41 AM PST
Um bebê é resgatado pelo navio Sea Watch no Mediterrâneo. Foto: ACNUR/Hereward Holland
Em relatório divulgado nesta quarta-feira (30), a Agência da ONU para Refugiados ( ACNUR) afirma que 2.275 pessoas morreram ou desapareceram ao cruzar o Mar Mediterrâneo em 2018. Isso significa que, por dia, seis indivíduos perderam a vida no ano passado tentando chegar à Europa. Segundo o organismo da ONU, cortes nas operações de busca e salvamento reforçaram a posição da rota como a travessia marítima mais fatal do mundo.
Em 2018, 139,3 mil refugiados e migrantes chegaram ao continente europeu — o menor número em cinco anos.
“Salvar vidas no mar não é uma escolha nem uma questão de política, mas uma antiga obrigação”, afirmou o alto-comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi, por ocasião do lançamento do relatório Desperate Journeys (Jornadas Desesperadas).
“Podemos colocar um fim nessas tragédias tendo coragem e visão para olhar além do próximo barco e adotar uma abordagem de longo prazo baseada na cooperação regional, que coloque a vida humana e a dignidade como o principal foco.”
O relatório descreve como mudanças políticas por parte de alguns Estados europeus resultaram em vários incidentes em que um grande número de pessoas ficaram retidas no mar por dias a fio, à espera de permissão para atracar. As embarcações de ONGs e suas tripulações enfrentaram crescentes restrições nas operações de busca e resgate.
Em rotas da Líbia para a Europa, uma pessoa morreu no mar a cada 14 indivíduos que conseguiram chegar à Europa – um aumento significativo na comparação com o índice em 2017, de uma morte para cada 38 chegadas. Outros milhares de deslocados foram devolvidos à Líbia, onde enfrentam condições terríveis em centros de detenção.
O ACNUR lembra que, para muitos refugiados e migrantes, colocar os pés na Europa foi a parada final de uma jornada de pesadelo, na qual enfrentaram tortura, estupro e agressão sexual, além da ameaça de serem sequestrados e mantidos em cativeiro por resgate. Segundo a agência da ONU, os países devem tomar medidas urgentes para desmantelar redes de contrabando e levar os autores desses crimes à justiça.
Apesar dos desafios, o organismo internacional vê motivos para se ter esperança. Mesmo com o impasse político para avançar numa abordagem regional de resgate no mar e desembarque, vários países se comprometeram a realocar pessoas socorridas no Mediterrâneo central – o que representa uma base potencial para uma solução previsível e duradoura. Milhares de locais de reassentamento também foram prometidos pelos Estados para a retirada de refugiados da Líbia.
Em junho de 2018, o ACNUR e a Organização Internacional para as Migrações (OIM) fizeram um apelo por uma abordagem conjunta dos países europeus nas operações de salvamento no Mediterrâneo, a fim de garantir o desembarque adequado de pessoas socorridas.
Mudança de rota
O relatório também revela mudanças significativas nas rotas sendo usadas pelos refugiados e migrantes que tentam chegar à Europa. Pela primeira vez nos últimos anos, a Espanha se tornou a principal porta de entrada para o continente, com cerca de 8 mil pessoas entrando no país por terra (por meio dos enclaves de Ceuta e Melilla) e outras 54,8 mil por mar. Como resultado dessa variação, o número de mortos na parte ocidental do Mediterrâneo quase quadruplicou: de 202 em 2017 para 777 em 2018.
Cerca de 23,4 mil refugiados e migrantes chegaram à Itália no ano passado, o que representa uma redução de cinco vezes em comparação com 2017. Já a Grécia recebeu um número similar de chegadas marítimas, cerca de 32,5 mil pessoas em comparação com 30 mil em 2017, mas registrou um aumento de quase três vezes na quantidade de pessoas que chegaram pela fronteira terrestre com a Turquia.
A Bósnia e Herzegovina notificaram em torno de 24 mil chegadas, em meio ao deslocamento de refugiados e migrantes pelos Bálcãs Ocidentais. O Chipre recebeu vários barcos transportando refugiados sírios do Líbano, enquanto o Reino Unido testemunhou um pequeno número de travessias da França no final do ano.
Acesse o relatório na íntegra clicando aqui (em inglês). Acesse a versão em espanhol clicando aqui.
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Posted: 30 Jan 2019 07:44 AM PST
Martin Griffiths, enviado especial do secretário-geral da ONU para o Iêmen, durante entrevista coletiva na Suécia. Foto: Governo da Suécia/Ninni Andersson
O cessar-fogo em Hodeida, importante cidade portuária no Iêmen, está “no geral conservado” e prazos tiveram que ser aumentados. No entanto, o enviado especial das Nações Unidas afirmou na segunda-feira (28) que, “mais do que em qualquer momento do passado”, a disposição política permanece para acabar com anos de conflito, que deixaram milhões à beira da fome.
Martin Griffiths disse em entrevista ao jornal Asharq Al-Awsat, e em uma série de publicações no Twitter refletindo suas afirmações, que o “maior desafio é não fracassar com o povo do Iêmen”.
Forças do governo e seus parceiros de coalizão tentam assegurar os primeiros estágios de um acordo de paz com líderes rebeldes houthis, assinado nas Suécia em dezembro e mediado pela ONU.
Griffiths afirmou que um prazo estabelecido para a retirada de combatentes houthis em Hodeida, cidade portuária onde a grande maioria de bens e assistência entra no país, foi adiado e que conversas planejadas para trocas de prisioneiros ainda estão em andamento.
Ele também confirmou que o general holandês da reserva Patrick Cammaert, que lidera uma Missão avançada da ONU encarregada de supervisionar o cessar-fogo e conversas entre o governo e negociadores houthis, irá deixar o cargo. Ele negou que quaisquer discordâncias resultaram na renúncia.
“Não há elemento de verdade em tais relatos. Na realidade, o general Cammaert e eu temos trabalhado de perto para estreitar a lacuna entre as duas partes na implementação operacional do Acordo de Hodeida”, disse ao jornal.
“Nossos encontros com todas as partes foram muito construtivos na semana passada. O plano do general Cammaert era ficar no Iêmen por um pequeno período de tempo, ativar o Comitê de Coordenação para Remobilização (RCC) e abrir caminho para a criação da missão de Hodeida”, acrescentou.
O enviado especial afirmou ser “importante não perder de vista o plano geral necessário para resolver o conflito no Iêmen. Um panorama que irá desenhar um mapa em direção a um acordo político irá nos fornecer uma base para o fim; esta é a solução política para o conflito lá.”
Ele acrescentou que “nós vimos as duas partes demonstrarem memorável disposição política, primeiro para alcançar o acordo de cessar-fogo, e então para cumpri-lo. O que precisamos ver agora é a implementação das provisões do acordo, total e rapidamente.”
Griffiths reconheceu que “nós tivemos os prazos para implementação estendidos, tanto em Hodeida, quanto no acordo para troca de prisioneiros. Tais mudanças em cronogramas são esperadas. Os cronogramas iniciais eram muito ambiciosos. Nós estamos lidando com uma situação complexa.”
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Posted: 30 Jan 2019 07:11 AM PST
Construção no assentamento israelense de Ariel, na Cisjordânia. Foto: Annie Slemrod/IRIN
A comunidade internacional precisa tomar medidas decisivas em resposta à recente intensificação israelense de assentamentos na Cisjordânia ocupada, incluindo em Jerusalém Oriental, que representa um claro desprezo à solução de dois Estados, afirmou um relator especial das Nações Unidas nesta quarta-feira (30).
“Se estes passos adicionais de assentamentos de Israel forem deixados sem respostas pela comunidade internacional, estaremos passando o último retorno na estrada à anexação”, disse Michael Lynk, relator especial das Nações Unidas sobre a situação de direitos humanos no território palestino ocupado desde 1967.
“A comunidade global tem repetidamente afirmado que os assentamentos israelenses são uma violação flagrante da Quarta Convenção de Genebra de 1949. Os assentamentos também são suposto crime de guerra sob o Estatuto de Roma de 1998 e, como destaquei muitas vezes antes, assentamentos são a fonte de uma série de persistentes violações de direitos humanos”, disse o relator especial.
Houve um aumento evidente em incidentes de violência de colonos israelenses contra palestinos na Cisjordânia.
“Em muitos casos, forças israelenses, obrigadas a proteger a população palestina sob lei humanitária internacional, permanecem de braços cruzados enquanto oliveiras são destruídas, meios de subsistência são danificados e até mesmo enquanto pessoas são feridas, ou, na pior das hipóteses, mortas”, disse.
“Os eventos no vilarejo de Al Mughayyir, na Cisjordânia, em 26 de janeiro, são um exemplo deste fenômeno extremamente problemático, onde um aldeão palestino foi morto a tiros na presença de colonos e soldados israelenses. Estes incidentes não só violam diversos direitos humanos, como os direitos à vida, à segurança e à liberdade de movimento de palestinos, mas também servem para expandir a área de terras sobre as quais colonos israelenses têm controle”, acrescentou Lynk.
“É impossível conciliar apoio retórico da comunidade internacional por uma solução genuína de dois Estados com sua persistente falta de vontade de confrontar Israel com quaisquer injunções significativas para cessar e reverter estas medidas em direção à anexação.”
“Os assentamentos israelenses são o motor da ocupação de 51 anos. Esta ocupação não irá morrer de velhice, mas só com uma imposição firme de consequências sobre Israel por ignorar lei internacional e diversas resoluções das Nações Unidas”, acrescentou Lynk.
O relator especial também destacou que, em 8 de janeiro, Israel inaugurou a Rota 4370, que liga Jerusalém aos assentamentos ao norte e leste da cidade. Chamada de “estrada do apartheid” pelo jornal israelense Ha’aretz, a rota consiste em duas estradas paralelas – uma para israelenses e outra para palestinos na Cisjordânia – com um muro as dividindo.
A Rota 4370 é uma parte integral da rede de rodovias segregadas na Cisjordânia ocupada em apoio aos assentamentos.
“Concordo com defensores dos direitos humanos que destacaram que a rodovia é parte da estratégia de longa data de Israel para garantir contiguidade entre Jerusalém e assentamentos ao redor e para consolidar a reivindicação de Israel de soberania sobre a Área C, que cobre 60% da Cisjordânia.”
O relator especial também expressou preocupação com a emissão de propostas de construção para unidades de assentamento. De acordo com a organização ‘Peace Now’, 3.154 propostas foram emitidas em 2017. Em 2018, o número chegou a 3.800, o mais alto desde que o grupo começou a compilar dados, em 2002.
Lynk também criticou ações recentes do governo de Israel para expandir assentamentos existentes próximos a Belém e Ramallah e condenou a expulsão de refugiados palestinos de suas casas no bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, onde seriam substituídos por colonos israelenses.
“A transferência forçada de pessoas protegidas sob ocupação é uma grave violação da Quarta Convenção de Genebra e um crime de guerra. Também é possível que isto viole direitos internacionais à privacidade e à moradia adequada”, disse.
“Todas essas medidas, junto à legislação recente do Knesset (Parlamento de Israel) promulgada com propósito de legalizar postos avançados de assentamentos na Cisjordânia e permitir o confisco de propriedades privadas palestinas, não são somente ilegais, mas contribuem imensamente para as dificuldades imensuráveis vividas por aqueles que vivem nesta ocupação sem fim”, acrescentou Lynk.
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Posted: 30 Jan 2019 07:06 AM PST
Mulheres no México promovem conservação da natureza com o projeto Comitê Comunitário para a Redução do Risco de Desastres. Foto: PNUD México/Andrea Egan
Quando a diversidade na tomada de decisões não existe, é provável que os interesses públicos sejam traduzidos em políticas que representem apenas um grupo em detrimento de outros, gerando desconfiança e distanciamento do sistema democrático. A avaliação é do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento ( PNUD), que lançou na terça-feira (29) a Rede de Democracia Paritária, a fim de incentivar a participação das mulheres na política da América Latina.
Atualmente, na América Latina e Caribe, permanecem pequenas as condições de acesso, participação e permanência das mulheres em cargos políticos, ainda que a porcentagem das parlamentares eleitas tenha passado de 13,2% em 2000 para 31,5% em 2018.
De acordo com o Global Gender Gap Report 2018, relatório do Fórum Econômico Mundial sobre as desigualdades de gênero em 149 países, o Brasil ocupa a 112ª posição no ranking sobre o empoderamento político das mulheres. A Bolívia está na 14ª posição, à frente de países como Colômbia (59ª) e Paraguai (114ª).
Quando se avalia separadamente o número de mulheres eleitas para o Congresso, o Brasil aparece no 126º lugar da lista, índice um pouco melhor do que a taxa de participação feminina em cargos ministeriais (139ª posição).
Para avançar a participação das mulheres em espaços de decisão, foi lançada a Rede de Democracia Paritária, que faz parte da iniciativa Atenea, promovida pelo PNUD, ONU Mulheres e Instituto Internacional para a Democracia e Assistência Eleitoral (IDEA Internacional). Com especialistas regionais, atores políticos, líderes e formadores de opinião, a Rede vai promover trocas de experiências, estratégias e recomendações.
O lançamento da inciativa reuniu num seminário online a vice-presidente da Costa Rica, Epsy Campbell Barr, a diretora regional adjunta da ONU Mulheres para as Américas e o Caribe, Lara Blanco, e o diretor do Centro Regional do PNUD para a América Latina e o Caribe, Richard Barathe. O debate foi mediado pela coordenadora-residente da ONU na Costa Rica, Alice Shackelford.
A iniciativa Atenea
A Atenea é um mecanismo que busca aumentar a participação política das mulheres na América Latina, por meio de ações que lhes permitam ocupar posições de liderança e representação. Com isso, as mulheres também poderão influenciar o desenvolvimento das sociedades.
Promovida em conjunto pelo PNUD, ONU Mulheres e IDEA Internacional, a iniciativa já está presente em oito países (México, Guatemala, Panamá, Uruguai, Chile, Argentina, Peru e Honduras) e em fase inicial em três outras nações e uma província (Colômbia, Bolívia, Brasil e Córdoba/Argentina).
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Posted: 30 Jan 2019 07:00 AM PST
Na Somália, plantações e gado morreram em áreas onde não há água corrente há três anos por conta de falta de chuva. Foto: PNUD/Said Isse
Com a mudança climática sendo cada vez mais reconhecida como um “multiplicador de ameaças” por cientistas, representantes políticos e sociedade civil em todo o mundo, o Conselho de Segurança das Nações Unidas realizou um debate aberto na sexta-feira (25) para discutir seu impacto concreto sobre a paz e a segurança internacionais.
Os presentes também debateram maneiras tangíveis de amenizar os efeitos do aquecimento global.
“A relação entre riscos relacionados ao clima e conflitos é complexa e frequentemente perpassa fatores políticos, sociais, econômicos e demográficos”, disse Rosemary DiCarlo, subsecretária-geral da ONU para Assuntos Políticos.
“Os riscos associados a desastres relacionados ao clima não representam um cenário de algum futuro distante. Eles já são realidade para milhões de pessoas em todo o globo – e eles não vão embora”, destacou.
O encontro aconteceu quase dois meses após as 197 partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, UNFCCC, concordarem em uma maneira concreta de implementar o Acordo de Paris de 2015 – que busca manter aquecimento global abaixo de 1,5°C em relação a níveis pré-industriais – e antes da Cúpula do secretário-geral sobre o Clima, convocada para 23 de setembro deste ano.
Risco climático: debater ou não debater?
Se mudança climática é uma questão que deveria ou não ser examinada pelo órgão de paz e segurança da ONU tem sido um assunto controverso.
Alguns Estados-membros acreditam que isto tira espaço de outras entidades da ONU, com mandatos específicos para desenvolvimento social e econômico, ou para proteção ambiental.
O primeiro encontro do Conselho de Segurança para examinar os vínculos entre mudança climática e insegurança aconteceu em abril de 2007.
Desde então, o órgão da ONU tem dado cada vez mais passos que reconhecem efetivamente que os dois assuntos são relacionados: em julho de 2011, outro debate aberto sobre a questão foi realizado; em março de 2017, a resolução 2349 foi adotada, destacando a necessidade de responder aos riscos relacionados ao clima para responder ao conflito no Lago Chade; em julho de 2018, um debate sobre “entendimento e resposta a riscos de segurança relacionados ao clima” foi realizado.
Em um sinal da importância da discussão para muitos países, o debate teve a presença de mais de 70 Estados-membros e incluiu declarações de dezenas de ministros na câmara do Conselho, incluindo do Kuwait, Bélgica, Indonésia, Alemanha e Polônia.
“Acompanhando o desafio”
Após citar as diversas maneiras nas quais as missões políticas regionais ou nacionais da ONU já estão buscando ativamente meios de responder aos riscos de segurança relacionados ao clima, DiCarlo insistiu sobre a necessidade de focar em três áreas de destaque:
A primeira é desenvolver a capacidade analítica mais forte com panoramas integrados de avaliação de riscos; a segunda, coletar bases mais fortes de evidências para que práticas positivas sobre prevenção e gerenciamento de riscos climáticos possam ser replicadas em campo. E, finalmente, construir e reforçar parcerias para impulsionar capacidades existentes dentro e fora do Sistema ONU.
“Mais importante, para todos nós, é o reconhecimento de que atos devem seguir palavras. Grandes exércitos e empresas há tempos reconheceram a necessidade de se preparar para riscos relacionados ao clima, avaliando corretamente mudança climática como um multiplicador de ameaças”, disse a chefe política da ONU.
“Não podemos ficar para trás. Nós precisamos agir agora, com um senso de urgência e um compromisso de colocar pessoas, especialmente as mais marginalizadas e vulneráveis, no centro de nossos esforços”, afirmou.
O administrador do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Achim Steiner, também fez observações, por telefone. Ambientalista de formação, Steiner destacou que a mudança climática “não está só afetando a atmosfera, mas também a biosfera” e que o mundo “não está acompanhando o desafio”.
Ele pediu para o Conselho de Segurança para reconhecer a ciência e evidências empíricas, impulsionar todas as medidas possíveis que possam retardar o aquecimento global e investir em adaptação climática e redução de riscos para milhões de pessoas que já sofrem com os efeitos da mudança climática.
Steiner citou alguns dos diversos projetos realizados pelo PNUD em cerca de 140 países, incluindo um sistema de gestão de água nas Maldivas, o desenvolvimento de um índice de vulnerabilidade para facilitar prontidão e um esquema de apoio financeiro para moradias vulneráveis no Caribe.
Cientistas e jovens irão aconselhar o Conselho
Pela primeira vez em sua história, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) foi convidada para informar membros do Conselho sobre assuntos envolvendo clima e condições meteorológicas extremas.
O professor Pavel Kabat, chefe científico da OMM, apresentou claros dados científicos ao debate.
“Mudança climática tem uma infinidade de impactos à segurança – reduzindo os ganhos em nutrição e acesso a alimentos; elevando o risco de incêndios florestais e exacerbando desafios à qualidade do ar; aumentado o potencial para conflitos por água; levando a maior deslocamento interno e migração”, disse. “Isto é cada vez mais visto como uma ameaça de segurança nacional.”
Ele destacou que a OMM está pronta para apoiar a ONU e Estados-membros com “ciência de ponta” e “informação especializada” para que decisões informadas possam ser feitas.
Antes de o plenário ser aberto para membros do Conselho de Segurança, uma representante jovem e pesquisadora sobre segurança ambiental, Lindsay Getschel, foi convidada a discursar.
Ela foi ao encontro com três pedidos ao órgão da ONU: uma resolução reconhecendo oficialmente mudança climática como uma ameaça à paz e à segurança internacional; o segundo, uma avaliação sobre como mudança climática impacta juventudes locais – como por exemplo, através de deslocamento, desemprego, insegurança alimentar e recrutamento em grupos armados; e uma redução da dependência de energia de combustíveis fósseis em missões da ONU pelo mundo e compromisso de que 50% da energia usada sejam de fontes renováveis até 2025, com relatos regulares ao secretário-geral para monitoramento do progresso.
Ela finalizou lembrando aos presentes que muitas pessoas pelo mundo “não têm o luxo de se importar com este assunto” e pediu para líderes mundiais “cumprirem suas palavras”.
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Posted: 30 Jan 2019 06:54 AM PST
Porto de Santos, em São Paulo. Foto: Prefeitura de Santos
Representantes de prefeituras de municípios do litoral sul do estado de São Paulo participaram na terça-feira (29) da apresentação do projeto sobre territorialização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Resultado de parceria entre Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e Petrobras, a iniciativa fortalecerá as capacidades dos atores locais para a implementação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
Por meio da identificação de indicadores relativos às metas dos ODS, será possível promover políticas públicas para a erradicação da pobreza, o crescimento econômico inclusivo e a sustentabilidade ambiental, de forma integrada.
Em reunião na prefeitura de Santos, representantes do PNUD e da Petrobras discutiram com gestores públicos do município ferramentas para acelerar a implementação da Agenda 2030.
A identificação de indicadores locais, constituindo uma base de dados para a formatação de políticas públicas, será um dos benefícios do projeto. Com isso, prefeituras, sociedade civil e o setor privado poderão pautar o desenvolvimento em linha com as metas da Agenda 2030.
“Hoje, o litoral de São Paulo e a Baixada Santista compartilham uma série de situações, e as cidades precisam estar unidas, por mar, terra ou ar e, principalmente, economicamente”, disse o secretário municipal de Meio Ambiente da prefeitura de Santos, Marcos Libório.
“Quanto mais nos unirmos na construção de uma política pública, mais poderemos ultrapassar todas as barreiras possíveis em prol do desenvolvimento sustentável. A gente tem que trabalhar junto, tem que consolidar esforços e ter uma agenda construtiva e realmente de realização. Temos que destravar o desenvolvimento para incrementar o crescimento econômico e sustentável no litoral paulista”, completou.
No município de Peruíbe, participaram da apresentação do projeto representantes das prefeituras das cidades de Iguape e Mongaguá, além de gestores públicos locais. Na ocasião, foram debatidas as áreas de atuação do projeto e os principais objetivos para fortalecer a implementação da Agenda 2030.
“A territorialização é uma ótima oportunidade para fortalecermos um instrumento de gestão e planejamento das nossas políticas públicas. Dimensionando o que realmente temos como desafio diante de um diagnóstico, podemos nos subsidiar de informações e entender melhor nosso território e com certeza nos conectar com aquilo que é fundamental ao nosso desenvolvimento em diversas áreas”, disse a diretora do departamento de Agricultura e Meio Ambiente da cidade de Peruíbe, Rosângela Barbosa.
O projeto de territorialização dos ODS atenderá 110 municípios em 14 estados brasileiros. Após a apresentação da iniciativa a gestores públicos, sociedade civil e setor privado, serão produzidos indicadores para cada um dos municípios como forma de subsídio para a formatação de políticas públicas alinhadas às metas da Agenda 2030.
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Posted: 30 Jan 2019 06:34 AM PST
Foto: ONU Meio Ambiente
Os smartphones revolucionaram nossas vidas cotidianas. Com mensagens instantâneas na ponta dos dedos, a comunicação atual é rápida, eficaz e barata. Mas o quão inteligentes são nossos telefones no que se refere ao impacto ambiental? Você sabe o que tem dentro do seu celular?
Grandes nomes da indústria tomaram medidas significativas para melhorar sua pegada ecológica, mas as preocupações ambientais, sociais e econômicas permanecem, especialmente no que se refere aos direitos humanos e à extração de metais preciosos em geral.
Ouro, prata, cobalto, estanho, tântalo, tungstênio e cobre são componentes essenciais de telefones celulares e outros aparelhos elétricos que usamos diariamente. E, sendo a mineração um dos setores de uso mais intensivo de óleos combustíveis derivados de petróleo, a extração contribui significativamente para a mudança climática.
Pegada ambiental
A conscientização pública pode render frutos para a promoção de um setor minerador que contribua para o desenvolvimento socioeconômico sustentável. Embora impactos negativos da mineração sejam inevitáveis, muitos podem ser evitados.
Nossos smartphones estão entre os produtos manufaturados com uso mais intensivo de recursos naturais quando levado em conta seu peso. Eles também contêm paládio e platina e uma quantidade menos valiosa, porém significativa, de alumínio e outros metais raros difíceis de serem minerados.
Ainda assim, a maior parte das empresas publica poucas informações sobre seus fornecedores, mantendo desempenho e impactos ambientais fora de vista. Também há falta de urgência e transparência na resposta ao lixo eletrônico global.
Apesar de seus produtos conterem materiais valiosos, a indústria de eletrônicos gera até 41 milhões de toneladas de lixo por ano. Menos de 16% do volume do lixo eletrônico global são reciclados no setor formal.
Pensando além da pegada de nosso celular
Com 300 toneladas de ouro sendo usadas em uma ampla gama de eletrônicos a cada ano, equipamentos em fim de vida representam uma “mina urbana” e têm potencial massivo para reciclagem e fornecimento secundário de ouro.
“Além da pegada de carbono, a maior preocupação ambiental no que diz respeito ao lixo eletrônico é o impacto desses produtos no final da vida”, disse o oficial de programa da ONU Meio Ambiente para pensamento do ciclo de vida e produção e consumo sustentáveis, Feng Wang.
“Práticas de reciclagem, especialmente em países em desenvolvimento, significam que materiais perigosos e metais em locais de despejo podem ter graves consequências para o meio ambiente local e para os trabalhadores informais.”
O relatório “ Waste crime – Waste risks”, da ONU Meio Ambiente, destaca que lixo eletrônico — equipamentos elétricos incluindo computadores, telefones celulares, televisores e geladeiras — também emitem resíduos tóxicos como mercúrio, arsênico, zinco e retardantes de chamas bromados.
Tornando nossos celulares mais inteligentes
Mesmo tendo em vista o lixo eletrônico, cerca de 80% da pegada de carbono de um smartphone é registrada durante o processo de manufatura, 16% no uso do consumidor e 3% no transporte.
Conforme a demanda por smartphones cresce, a vida útil dos aparelhos diminui. Smartphones cada vez mais sofisticados são descartados. A competição acirrada faz com que empresas produzam o celular mais novo, mais fino, mais inteligente.
“O tempo de vida do produto está ficando menor e menor, logo, menos sustentável”, disse Wang. “Todos nós podemos desempenhar um papel, ao reciclar, revender ou reaproveitar nossos smartphones com organizações responsáveis. Mas reciclar ou comprar menos não resolve o problema sozinho”.
Em 2016, em torno de 435 mil toneladas de telefones celulares foram descartadas no mundo, com um custo estimado em materiais brutos de 10,7 bilhões de dólares. Se todos os telefones tivessem uma vida útil mais longa e pudessem entrar em um mercado de segunda mão, o valor poderia ser ainda mais alto.
“A rápida taxa de substituição de smartphones por desenvolvimento técnico e estratégia de mercado é insustentável, frequentemente gerando desperdício desnecessário de aparelhos em pleno funcionamento”, acrescentou Wang.
Para garantir a segurança dos dados e devido às conexões emotivas das pessoas com seus aparelhos antigos, a maior parte escolhe armazená-los em gavetas ou enviá-los para canais de coleta e reciclagem para tratamento responsável.
Mas para tornar nossos celulares realmente inteligentes, não é suficiente somente reciclar, reutilizar ou reaproveitar materiais usados neles. É necessário produzi-los para durar: reduzir nossa pegada de celulares e projetar modelos sustentáveis que tornem o lixo de longo prazo em algo do passado.
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Posted: 30 Jan 2019 06:19 AM PST
Em Florianópolis (SC), a Revolução dos Baldinhos estimula o aproveitamento de sobras de comida para a produção de adubo. Foto: Ministério do Meio Ambiente
O projeto Revolução dos Baldinhos, que promove a compostagem e o desenvolvimento da agricultura urbana em Florianópolis (SC), foi premiado na Alemanha pela organização World Future Council (WFC) como prática agroecológica de excelência. A iniciativa foi reconhecida neste mês (18) durante a Semana Internacional Verde, em Berlim, por atender a critérios de sustentabilidade da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura ( FAO).
Escolhida como uma das 15 vencedoras, entre 77 programas de 44 países do Sul global, a Revolução dos Baldinhos teve início em 2008, na comunidade Chico Mendes, região continental da capital catarinense. O objetivo inicial do projeto brasileiro era resolver um problema grave de contaminação pelo manejo incorreto do lixo, que chegou a causar infestação de ratos e a morte de pessoas por doenças.
O programa começou sensibilizando as famílias sobre a reciclagem das sobras de comida e sobre como transformá-las em composto orgânico. A ideia era promover o plantio como ferramenta de promoção da saúde e da alimentação saudável.
A iniciativa criou um sistema para recolher os resíduos orgânicos nas casas, escolas e creches e entregar adubo resultante da compostagem, que os moradores utilizam em suas hortas e pequenas plantações orgânicas. O lixo que sobra nas residências e instituições vai para a coleta pública, sem estar misturado com restos de comida. O material separado para descarte fica seco, sem mau cheiro e sem sujar a rua, além de ser facilmente manuseável. Ao separar o lixo, a comunidade faz a triagem dos resíduos, encaminhando aquilo que pode ser reaproveitado para a reciclagem.
Desenvolvida com o apoio do Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo (CEPAGRO), a iniciativa já havia sido reconhecida no ano passado pelo Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat).
Em 2011, a Revolução dos Baldinhos ganhou o prêmio nacional Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social. Dois anos depois, foi vencedora na mesma premiação, dessa vez na categoria Instituições de Ensino, Pesquisa e Universidades.
Cintia Aldaci Cruz é a coordenadora do projeto em Santa Catarina e diz que o trabalho do grupo pode ser reconhecido como uma política pública junto à comunidade. “Sabemos que estamos no caminho certo. Somos uma tecnologia social certificada pela Fundação BB e esperamos que este prêmio internacional também possa abrir portas para nosso trabalho”, avalia.
A Revolução dos Baldinhos também é uma das cinco inciativas escolhidas para ser implementada no Projeto Moradia Urbana com Tecnologia Social (MUTS), criado para mobilizar moradores de conjuntos residenciais financiados pelo Banco do Brasil.
Na avaliação de Júlio César Maestri, engenheiro agrônomo do CEPAGRO, os prêmios são importantes por estimularem a experiência comunitária dos moradores, que há tantos anos se dedicam para manter o projeto ativo.
“Muitas coisas aconteceram, mas o projeto é tão importante para a comunidade que se mantém vivo até hoje. Esses prêmios ajudam a dar esse reconhecimento, renovando a energia da comunidade. Nós, do CEPAGRO, estam
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