Boletim diário da ONU Brasil: “UNAIDS celebra resultados preliminares de nova forma de prevenção ao HIV para mulheres” e 17 outros. |
- UNAIDS celebra resultados preliminares de nova forma de prevenção ao HIV para mulheres
- Bolsas de valores do mundo todo lembram importância da igualdade de gênero
- Fundo de População da ONU lança campanha fotográfica sobre mulheres brasileiras
- Comissão Nacional para os ODS divulga plano de ação para implementar Agenda 2030
- UNESCO e Wikipédia se unem para contar histórias de mulheres notáveis em dia mundial
- ARTIGO: Ativismo nas ruas e nas artes
- Mais de 200 milhões de mulheres no mundo não têm acesso à saúde sexual e reprodutiva, alerta UNFPA
- Em dia internacional, ONU celebra coragem de mulheres que se manifestam contra desigualdades
- 8 de março: ONU Mulheres homenageia ativistas rurais e urbanas que mudaram o mundo
- ‘A questão central para a igualdade de gênero é uma questão de poder’, diz António Guterres
- Síria: chefe de direitos humanos da ONU volta a pedir investigação no Tribunal Penal Internacional
- Comissão de Inquérito sobre a Síria pede justiça imediata para vítimas do conflito
- ONU alerta para degradação da situação de direitos humanos na Venezuela
- Agência da ONU afirma preocupação com repatriamento forçado de congoleses em Angola
- Banco Mundial aponta necessidade de reformas para impulsionar emprego no Brasil
- Jornalistas brasileiras são reconhecidas em premiação da ONU sobre migração
- ONU condena ‘limpeza étnica’ contra muçulmanos em Mianmar
- OIT: participação das mulheres no mercado de trabalho ainda é menor que dos homens
Posted: 08 Mar 2018 12:08 PM PST
Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) celebrou os resultados preliminares de dois estudos que mostram que um anel vaginal que libera medicamentos antirretrovirais de longa duração tem até 54% de eficácia na prevenção de infecções por HIV entre as mulheres.
O O anel, que precisa ser trocado mensalmente, libera lentamente o medicamento antirretroviral dapivirine, e pode dar às mulheres uma opção adicional de prevenção ao vírus. “Estes resultados são significativos”, disse Michel Sidibé, diretor-executivo do UNAIDS. “Fatores estruturais, comportamentais e biológicos tornam as mulheres mais vulneráveis à infecção pelo HIV, por isso, é extremamente importante que elas tenham a oportunidade de se protegerem da maneira que preferirem”. Os resultados preliminares são de dois grandes estudos abertos — nos quais os participantes sabem qual medicamento está sendo usado, isto é, não são utilizados placebos — realizados na África do Sul e em Uganda. As pesquisas envolveram mulheres entre 20 e 50 anos. A pesquisa HOPE, que começou em agosto de 2016 e engajou mais de 1,4 mil mulheres até outubro de 2017 encontrou uma redução de 54% no risco de contrair HIV. Isto significa que a taxa de novas infecções por HIV foi de 1,9 mulher recém-infectada a cada 100 participantes em um determinado ano. Com base na modelagem estatística, os pesquisadores determinaram que a taxa de novas infecções teria sido de 4,1 a cada 100 se as mulheres não tivessem recebido o anel. A pesquisa DREAM, que envolveu 940 mulheres a partir de julho de 2016, teve conclusões semelhantes, com uma redução de 54% na taxa de incidência do HIV. Os resultados finais de ambos os estudos são esperados para 2019. A adesão mostrou-se alta em ambos os ensaios, ainda que os índices não fossem capazes de determinar se as mulheres usaram o anel todo o tempo, a maior parte do tempo ou apenas algumas vezes. O estudo DREAM mostrou que mais de 90% das mulheres usaram o anel pelo menos em uma parte do tempo durante o estudo, com base nos níveis residuais do medicamento. A pesquisa HOPE mostrou que 89% dos anéis retornados indicavam que ele era usado pelo menos algumas vezes no mês anterior. Esta é a primeira vez que uma eficácia maior que 50% foi observada em ensaios de prevenção ao HIV envolvendo apenas mulheres. Dois ensaios anteriores de fase III apresentados em 2016 — ASPIRE/MTN-020 e o Ring Study/IPM 027 — que incluíram um grupo de placebo, apresentaram apenas uma modesta proteção (30%) contra a infecção pelo HIV para mulheres. As mulheres do ASPIRE e do estudo do anel foram incluídas nos estudos HOPE e DREAMS. Outros avanços científicos na prevenção ao HIV apresentados nos últimos anos incluem os estudos PROUD e IPERGAY, que em 2015 relataram uma redução de 86% na infecção por HIV entre homens HIV negativos que tomaram medicamentos antirretrovirais para prevenir o HIV. O estudo 2011 HPTN 052 mostrou que o início precoce da terapia antirretroviral pode reduzir o risco de transmissão para um parceiro não infectado em 96%; e os estudos 2011 Parecs PrEP e TDF2 mostraram que uma pílula antirretroviral diária tomada por pessoas que não vivem com HIV pode reduzir seu risco de adquirir o vírus em até 73%. A pesquisa sul-africana Orange Farm Intervention, financiada pela Agência Nacional de Pesquisas sobre a AIDS (ANRS) e publicada em 2005, demonstrou uma redução de mais de 60% nas infecções por HIV entre homens circuncidados. “Esses avanços importantes mostram quão crítico é continuar investindo em pesquisa e desenvolvimento, em novas e efetivas opções de prevenção do HIV”, disse Sidibé. Os últimos relatórios mostram que, em 2016, o financiamento da pesquisa e do desenvolvimento da prevenção do HIV foi o seu nível mais baixo em uma década, sem indícios de aumento dos investimentos. O UNAIDS enfatiza que, apesar das descobertas científicas recentes, ainda não existe um método único que proteja totalmente contra o HIV. Para acabar com a epidemia de AIDS, o programa da ONU recomenda uma combinação de opções de prevenção ao HIV. Esta pode incluir o uso correto e consistente de preservativos masculinos e femininos, esperar mais tempo antes de fazer sexo pela primeira vez, ter menos parceiros, a circuncisão masculina médica voluntária, evitar relações sexuais com penetração, usar a profilaxia pré-exposição no caso de pessoas com maior risco de infecção pelo HIV e garantir que todas as pessoas vivendo com HIV tenham acesso imediato a medicamentos antirretrovirais. UNAIDS, uma organização no top 9 de responsabilidade de gêneroO UNAIDS foi destaque no primeiro relatório de Saúde Global 50/50, iniciativa que monitora a capacidade de resposta de gênero de 140 organizações. De acordo com o documento, o programa das Nações Unidas está entre as nove melhores organizações do setor.Publicado nesta quinta-feira (8), o relatório foi inspirado por uma crescente preocupação de que poucas organizações mundiais de saúde definem, programam, administram ou monitoram gênero em sua atuação. O documento pretende mostrar os desafios e o caminho a seguir. Segundo a publicação, o UNAIDS não tem apenas políticas que abordam a questão de gênero, mas também metas de paridade concretas e com prazo, conforme estabelecido em seu Plano de Ação de Gênero. Sob o plano, o UNAIDS viu a proporção de pessoal feminino subir, de modo que as mulheres representam 54% da equipe do programa. E o número de mulheres líderes no está aumentando, representando 48% dos diretores de país do UNAIDS, ante 27% em 2013. “A pesquisa de Saúde Global 50/50 mostrou que o compromisso do UNAIDS com a igualdade de gênero é forte. Estou decidido a aproveitar os nossos resultados e atingir todos os objetivos do Plano de Ação de Gênero do UNAIDS”, afirmou Sidibé. O programa das Nações Unidas também foi lembrado por ter uma definição de gênero em suas declarações públicas, estratégias ou políticas e por ter uma estratégia programática que busca melhorar a saúde para todos. Confira as 9 organizações com maior pontuação no relatório de Saúde Global 50/50: BRAC Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) Gavi Fundo Global de Luta contra Aids, Tuberculose e Malária Population Reference Bureau Save the Children International Sida Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) |
Posted: 08 Mar 2018 11:13 AM PST
igualdade de gênero e o desenvolvimento sustentável.
As principais bolsas de valores do mundo promovem, neste Dia Internacional da Mulher, a cerimônia Ring the Bell (Toque o Sino) com o objetivo de aumentar a conscientização das empresas sobre o empoderamento econômico das mulheres e a importância do setor privado para a Neste ano, 61 bolsas de valores fazem parte da mobilização — em 2017, foram 43. Como parte dos eventos, os participantes são encorajados a assumir compromissos para melhorar a igualdade de gênero em seus mercados, tais como a assinatura dos Princípios de Empoderamento das Mulheres, a melhoria da diversidade de gênero na alta administração e nos conselhos de administração das empresas. No Brasil, o evento ocorreu na manhã desta quinta-feira (8) na sede da BM&FBovespa, em São Paulo, com presença de Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres. “Este é um momento decisivo para tomarmos as decisões certas que nos levarão à concretização das mudanças para garantir os direitos humanos das mulheres. Saudamos o segundo ano consecutivo do Ring the Bell no Brasil, assim como a parceria estabelecida com 158 empresas que são signatárias dos Princípios de Empoderamento das Mulheres no país”, afirma Gasman. A ONU Mulheres acaba de assinar duas parcerias com a União Europeia na promoção do empoderamento econômico. Uma no âmbito dos países do G-7 e outra em seis países da América Latina: Brasil, Argentina, Uruguai, Chile, Costa Rica e Jamaica. “Com esse projeto, a ONU Mulheres espera alcançar um novo patamar no empoderamento econômico no Brasil e na América Latina. Se muitas empresas adotarem os Princípios de Empoderamento das Mulheres não só a vida de muitas mulheres no mundo do trabalho será melhor, mas muito mais empresas poderão criar serviços e produtos que apoiem uma melhor vida das mulheres”, declarou. Empoderamento econômico das mulheresDe acordo com o Relatório Global sobre Desigualdades de Gênero (2017), do Fórum Econômico Mundial, as desigualdades de gênero em saúde, educação, política e trabalho aumentou pela primeira vez desde que os registros começaram, em 2006, passou de 31,7% em 2016 para 32% em 2017.A diferença salarial entre homens e mulheres continua elevada. Na maioria dos países, elas ganham, em média, de 60% a 75% dos salários dos homens. Além disso, as mulheres assumem responsabilidade desproporcional em atividades não remuneradas — dedicam de uma a três horas a mais por dia ao trabalho doméstico. Igualdade de gênero nos negóciosUma das prioridades da Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável dos Estados-Membros da ONU, a igualdade de gênero tem sido incorporada nas práticas de empresas. Isso conduz ao aprimoramento de práticas, a parcerias público-privadas e investimento de recursos para alcançar a igualdade entre mulheres e homens e o valor financeiro de longo prazo.A série de eventos Ring the Bell pretende incentivar as empresas a eliminar barreiras legais, sociais e econômicas que estão restringindo o empoderamento econômico das mulheres. A série de eventos é uma parceria da Iniciativa de Bolsas de Valores Sustentáveis juntamente com o Pacto Global da ONU, ONU Mulheres, Corporação Financeira Internacional (IFC, na sigla em inglês), a organização Women in ETFs e a Federação Mundial de Bolsas de Valores. |
Posted: 08 Mar 2018 11:06 AM PST
No mês em que o mundo celebra o Dia Internacional das Mulheres, observado hoje (8), o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) lança uma campanha fotográfica que representa as mulheres do Brasil. Ao longo de março, a agência da ONU divulgará — em suas páginas no Instagram e no Flickr — 27 imagens de fotógrafas brasileiras. Iniciativa apresenta diferentes histórias e retratos do país, por uma perspectiva inteiramente feminina. Em 2018, as Nações Unidas lembram o dia internacional com o tema “O Tempo é Agora: ativistas rurais e urbanas transformam as vidas das mulheres”. O UNFPA lembra que a localização geográfica das mulheres pode ser um fator muitas vezes decisivo para a jornada de cada mulher. O Relatório da Situação da População Mundial de 2017, publicação do fundo da ONU, ressalta que é necessário aumentar a atenção às mulheres do campo, muitas vezes privadas de informações sobre saúde sexual e reprodutiva e mais sujeitas à violência. Acompanhe as atividades da ONU para comemorar a data clicando aqui. |
Posted: 08 Mar 2018 10:41 AM PST
Criada em outubro de 2016, a comissão é uma instância de natureza consultiva e paritária, cuja finalidade é internalizar, difundir e dar transparência às ações relativas aos ODS. A entidade é apoiada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). “Levando em conta os diferentes contextos regionais, econômicos, sociais e ambientais, faz-se necessário que os benefícios dos ODS alcancem todos os brasileiros. Trata-se de uma oportunidade de ação conjunta, onde as políticas locais devem dialogar com a estratégia de ação nacional”, diz o texto da apresentação do plano, assinado pelo presidente brasileiro, Michel Temer. O Plano de Ação 2017-2019 pretende contribuir para a disseminação dos ODS em todo o território nacional e para o aprimoramento de políticas públicas que ajudem ao Brasil a alcançar as metas estabelecidas pela ONU. A iniciativa tem como eixos estratégicos gestão e governança, disseminação, monitoramento e territorialização dos ODS, sendo este último o processo que fortalece ações no âmbito local. Durante o evento desta quinta-feira, a Comissão Nacional também empossou o Comitê de Instalação da Câmara Temática – Parcerias e Meios de Implementação. Clique aqui para acessar o Plano de Ação 2017-2018. |
Posted: 08 Mar 2018 10:06 AM PST
UNESCO se uniu à plataforma de conhecimento e promoveu em sua sede, em Paris, uma maratona de edição de conteúdo. Organizada para o Dia Internacional das Mulheres, lembrado neste 8 de março, a iniciativa busca levar para o portal mais histórias de mulheres notáveis.
Atualmente, apenas uma em cada seis biografias publicadas na Wikipédia é sobre uma mulher. Para reverter esse desequilíbrio e chamar atenção para as desigualdades de gênero no universo digital, a Segundo a diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, um número cada vez maior de pessoas, espalhadas por todo o mundo, tem acesso às tecnologias de comunicação e informação. Mas a popularização das mídias digitais esconde “a diferença crescente entre a quantidade de homens e mulheres com presença online”, aponta a chefe da agência das Nações Unidas. “Em 2016, havia 250 milhões de homens a mais do que mulheres no ambiente online.” Outro problema é que as mulheres “são em geral menos treinadas em tecnologias digitais”. “Elas têm menor probabilidade de encontrar emprego no setor de alta tecnologia, e quando encontram, elas têm salários menores do que seus colegas homens”, ressaltou Audrey. “Além disso, jornalistas, blogueiras, autoras, artistas e outras figuras públicas mulheres muitas vezes enfrentam diferentes formas de violência na internet e nas mídias sociais, tais como insultos, ameaças e assédio. Com isso, muitas mulheres preferem se retirar do ciberespaço a se expor a essa violência inaceitável”, acrescentou a dirigente. Em parceria com o governo da Suécia e a Wikipédia, a UNESCO resolveu organizar uma maratona digital para dar mais visibilidade às mulheres nas páginas da plataforma, onde elas são sub-representadas. Voluntários foram à agência da ONU, na capital francesa, para redigir e publicar biografias de mulheres cujas realizações nas áreas de cultura, educação e ciência são inegáveis, mas que ainda não constam na enciclopédia online. A atividade foi acompanhada por especialistas da Wikipédia. Audrey afirmou que a ação “tem como objetivo combater a violência simbólica que circula no mundo digital e nos meios de comunicação”. Outros projetos da UNESCO vão na mesma direção. É o caso da iniciativa Mulheres Fazem as Notícias (Women Make the News), um encontro anual que começa nesta quinta-feira e reunirá, até 8 de abril, editores-chefes, jornalistas, blogueiros e o público para fazer um “check-up de igualdade de gênero”. A proposta é testar o grau de conscientização dos participantes sobre temas relacionados à igualdade entre homens e mulheres. Outra iniciativa apoiada pela agência da ONU é a YouthMobile, que busca formar jovens em programação de aplicativos de smartphones, a fim de buscar soluções de desenvolvimento sustentável. O programa tem como público-alvo as meninas, que são sub-representadas nesse campo tecnológico de atividade. “A UNESCO encoraja todas as partes interessadas em meios de comunicação e informação a tomar essas iniciativas como inspiração, a propor novas iniciativas e a se mobilizar para promover o respeito a uma verdadeira igualdade entre homens e mulheres nos meios de comunicação”, concluiu Audrey. |
Posted: 08 Mar 2018 10:05 AM PST
Neste Dia Internacional da Mulher, é hora de concentrar esforços no mundo inteiro para a reafirmação de nossos direitos. Palavras contra o machismo e outras formas de opressão ecoam nos grandes centros e em lugares distantes com a potência de um novo tempo, o tempo de mudar. Precisamos tornar a equidade de gênero uma realidade. As mulheres se recusam a ter seus direitos violados. Elas contestam e repudiam as regras perversas da dominação, propondo outro modo de vida, no qual sejam livres para conduzir o próprio destino. Gerações de mulheres têm dedicado a vida a enfrentar o patriarcado em casa, nas ruas, no trabalho, em escolas, nas redes e nas artes. Por muito tempo, a presença feminina nas artes visuais restringiu-se à representação de sua imagem, muitas vezes erotizada e reduzida ao fenótipo de indivíduos brancos. Como outras formas de expressão, a arte ocidental orientou-se por valores patriarcais, tendo sido feita por homens, financiada por homens e destinada ao deleite dos homens. Mulheres artistas foram deixadas de fora dos livros, das coleções e das salas de museus, instituições criadas por homens para preservar valores patriarcais. Assim como a história social, a história da arte vem sendo construída sem proceder a uma revisão profunda dos valores que a ancoram. É hora de a arte assumir responsabilidade sobre a questão da equidade de gênero. As estruturas conservadoras, contudo, não se deixam modificar sem resistência. Assim, é necessário ter a consciência de que essa mudança exige a redistribuição das forças políticas que governam as instituições dominantes no mundo da arte. As ações contestatórias já estão sendo embasadas por dados empíricos crescentes que evidenciam situação de sub-representação de mulheres em coleções públicas e privadas, sua desvalorização comparativa no mercado de arte e sua sub-representação na bibliografia e em cursos sobre a história artística. A partir dessas constatações objetivas, instituições de arte ao redor do mundo não podem mais se eximir de ações inclusivas. No mês das mulheres, o MAM e a ONU Mulheres realizam um dia de atividades que se inscrevem no escopo do Movimento ElesPorElas-HeForShe, liderado pela Organização das Nações Unidas em escala global. A inserção do MAM na agenda mundial da Semana de Artes HeForShe enfatiza a necessidade de os museus promoverem a igualdade de gênero. Ações nesse sentido fortalecem a representação das mulheres no campo das artes visuais, propagando noções essenciais ao equilíbrio das sociedades contemporâneas, como identidade de gênero, raça, etnia e orientação sexual. Vivemos um momento de transformações — e estas não podem acontecer sem que se renove a maneira como a arte é criada, curada, exibida e consumida. As artes refletem o tempo das sociedades. A história que estamos vivendo hoje não poderá ser contada sem a pluralidade de gênero. *Milú Villela, psicóloga, é presidente Museu de Arte Moderna de São Paulo; Nadine Gasman, médica, é representante da ONU Mulheres Brasil |
Posted: 08 Mar 2018 09:47 AM PST
Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), Natalia Kanem.
As desigualdades econômicas que afligem grande parte do mundo de hoje são reforçadas por muitas outras, incluindo desigualdades em saúde sexual e reprodutiva, alertou nesta quinta-feira (8) a diretora-executiva do “Mais de 200 milhões de mulheres — muitas delas pobres e vivendo em partes rurais e remotas do mundo — têm carência de acesso voluntário a métodos de planejamento reprodutivo. Além disso, mais de 800 mulheres grávidas, muitas delas em frágeis situações socioeconômicas, morrem todos os dias por complicações relacionadas à gravidez e ao parto”, alertou em comunicado para o Dia Internacional das Mulheres. A oficial da ONU lembrou que, em muitas partes do mundo, o acesso aos serviços é particularmente limitado ou, até mesmo, inexistente para mulheres rurais e indígenas, enfraquecendo seu poder de exercer seus direitos reprodutivos. “Sem acabar com a discriminação à qual estas mulheres são sujeitadas nas esferas públicas ou privadas, muitas delas permanecerão presas a um ciclo vicioso de pobreza, inúmeras gestações, capacidades diminuídas, direitos humanos não garantidos e potencial não realizado”, declarou. “Negar direitos reprodutivos não causa danos apenas aos indivíduos, mas também pode prejudicar as economias e sufocar o desenvolvimento dos países”. Para a oficial da ONU, universalizar a saúde reprodutiva e torná-la acessível não ajudaria apenas uma mulher pobre e rural a cumprir seus direitos reprodutivos, mas também permitiria que ela se mantivesse saudável, obtivesse educação e participasse de todas as esferas da vida, incluindo a vida econômica. “Esses benefícios se acumulariam em sua vida, na de sua família e na de seu país. É por isso que nossa missão no UNFPA é trabalhar com nossos parceiros para pôr fim à demanda insatisfeita por planejamento reprodutivo e serviços, erradicar mortes maternas evitáveis, acabar com violência de gênero e outras práticas prejudiciais contra mulheres e meninas até 2030”, declarou. Movimentos lançam luz ao abuso e ao assédio sexualOs recentes movimentos de mulheres que lançam luz sobre o abuso e o assédio sexual frequente em diversos países dão significado especial ao Dia Internacional das Mulheres deste ano, na opinião do administrador do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Achim Steiner.“Os movimentos de mulheres dominam o discurso global. Do #MeToo e do #TimesUp, que lançam luz sobre o abuso e o assédio sexual, até o #NiUnaMenos, de protesto contra o feminicídio, as vozes das mulheres exigindo igualdade cruzam o planeta, e um sentimento palpável de mudança está no ar”, declarou. Na opinião do oficial das Nações Unidas, esses movimentos e marchas infundem de significado especial o Dia Internacional das Mulheres deste ano. “Hoje, celebramos as ativistas que trabalham, sem cansaço, para ‘enfrentar o patriarcado’ e impulsionar todas e todos nós a conquistar direitos iguais para as mulheres”, disse. “Agora é a hora de por fim ao abuso e ao assédio sexual. Prevenir esse comportamento é nosso imperativo moral coletivo, pois ele precisa ser erradicado onde quer que esteja. Devemos trabalhar todas e todos juntos para mudar nossas culturas e criar ambiente seguro para a denúncia.” Segundo o administrador do PNUD, agora é a hora de por fim à violência contra as mulheres. “Em 49 países, faltam leis que protejam as mulheres da violência doméstica e, em 37 países, estupradores estão livres de processo se forem casados com a vítima ou se casarem com ela depois”. “Agora é a hora de promover a participação política das mulheres. Elas representam somente 23,5% de parlamentares no mundo. O mundo precisa que as mulheres tenham a mesma voz na tomada de decisão”, afirmou. O oficial da ONU também alertou que agora é o momento de acabar com as desigualdades salariais de gênero. A lacuna salarial global baseada em gênero é de 23% e levará 100 anos para acabar se mantido o ritmo de mudança atual. “Precisamos valorizar o trabalho das mulheres e reduzir o fardo desproporcional de assistência e trabalho doméstico. Esse tipo de trabalho priva as mulheres de tempo para ganhar dinheiro e envolver-se na vida pública, e priva as comunidades e nações das contribuições das mulheres de forma integral”. Mais mulheres e meninas são afetadas pelo HIVNo Dia Internacional das Mulheres, o diretor-executivo do UNAIDS, Michel Sidibé, lembrou que as mulheres e meninas continuam sendo afetadas pelo HIV de maneira desproporcional. Globalmente, as mulheres jovens são duas vezes mais propensas a se infectarem pelo HIV do que os homens jovens. Na África subsaariana, três em cada quatro novas infecções por HIV entre pessoas de 15 a 19 anos acontecem entre mulheres jovens. Globalmente, cerca de 30% das mulheres sofrem violência física e/ou sexual por um parceiro íntimo pelo menos uma vez na vida.“Mas a mudança está acontecendo. Este ano, o Dia Internacional da Mulher está sendo celebrado em um momento de destaque muito necessário sobre questões de assédio sexual em vários setores, incluindo o setor privado, governos, organizações internacionais e a sociedade civil”, declarou em comunicado para a data. “Movimentos como #MeToo (#EuTambém) estão desafiando comportamentos e crenças que perpetuam a desigualdade de gênero, a violência de gênero e o assédio sexual. O UNAIDS reafirma seu compromisso de zero tolerância ao assédio sexual e assume sua responsabilidade em relação ao exercício dos mesmos padrões de ética, equidade e respeito que promove e exige dos outros”, disse. “Cada vez mais vozes se unem para desafiar as desigualdades socioculturais, econômicas e políticas que tornam as mulheres e as meninas mais vulneráveis ao HIV. Essas mudanças são boas para elas. Sabemos que, ao apoiar que mulheres e meninas usufruam de seus direitos à saúde, à educação e à autodeterminação, a transformação torna-se possível. As infecções por HIV diminuem. A saúde melhora. A educação aumenta. Mulheres e meninas prosperam.” |
Posted: 08 Mar 2018 07:40 AM PST
Em mensagem para o Dia Internacional das Mulheres, observado neste 8 de março, a diretora-executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka, celebrou a coragem de mulheres que ousaram se manifestar contra as desigualdades e a violência de gênero. Para a dirigente, “o ativismo de hoje precisa transformar o modo como ouvimos e olhamos as mulheres, a fim de reconhecer o poder dos estereótipos em influenciar como valorizamos as pessoas”. “Homenageamos as (mulheres) que falaram abertamente e com bravura para ganhar acesso à justiça, como as (participantes) do movimento #MeToo, que nos últimos meses encontraram suas vozes nas redes sociais, em mais de 85 países, para expor os que se aproveitaram das que estão em menor posição de poder”, lembrou a chefe da agência das Nações Unidas. Segundo Phumzile, o #MeToo — #EuTambém, na tradução adaptada para o português — mostrou ainda como, quando as mulheres dão apoio umas às outras, é possível superar o estigma e garantir que suas histórias sejam levadas a sério. Defendendo que comunidades saudáveis têm espaço para uma diversidade de opiniões e posicionamentos, a dirigente alertou que “onde faltam vozes, há uma lacuna importante no tecido da sociedade”. “Quando essas vozes silenciadas somam milhões, sabemos que há algo errado com nosso mundo”, afirmou. Em 2018, o dia internacional é comemorado pelas Nações Unidas com o tema “O Tempo é Agora: ativistas rurais e urbanas transformam as vidas das mulheres”.
“Homenageamos as mulheres que se pronunciaram no Tribunal Penal Internacional, onde seus testemunhos levaram à responsabilização dos que usaram o estupro como arma de guerra. Celebramos as ativistas que militaram por direitos iguais para lésbicas, gays, bissexuais, pessoas trans e intersexo e reconhecemos as que defenderam reformas legislativas em países como a Tunísia, a fim de acabar com provisões (legais) que permitiam a estupradores escapar da punição caso casassem com suas vítimas”, acrescentou Phumzile. “Reconhecemos as (mulheres) que foram às ruas na Índia denunciar o assassinato e o estupro de jovens crianças, transformando protestos em movimentos de base mais ampla que mobilizaram comunidades inteiras. Honramos as líderes indígenas que defenderam seus direitos de custódia da terra e suas práticas tradicionais e (honramos) ativistas de direitos humanos que chegaram a morrer pela causa (que defendiam).” Participação dos homensA chefe da ONU Mulheres disse ainda que o movimento feminista tem de continuar ampliando sua diversidade, bem como o número de pessoas trabalhando pela igualdade de gênero. Isso inclui homens e meninos, jovens e organizações confessionais.Esses grupos, avaliou Phumzile, devem apoiar e construir a agenda, “de modo que os homens jovens e os meninos aprendam a valorizar e a respeitar as mulheres e meninas e que os homens possam mudar a forma como se comportam”. Segundo a dirigente, a luta por direitos iguais também precisa de homens feministas. “Isso tem de ser um ponto de inflexão e (trazer) um fim para a impunidade e para o sofrimento silencioso das mulheres em áreas urbanas e rurais, incluindo as mulheres trabalhadoras domésticas”, completou Phumzile. Gênero e pobrezaA dirigente ressaltou que, em todas as regiões, as mulheres têm mais chances do que os homens de viver na pobreza extrema. “Essa diferença de gênero chega a 22% para o grupo etário dos 25 aos 34 anos, para o qual mudanças e ações políticas são muito necessárias”, afirmou Phumzile.“A cultura da pobreza baseada em gênero, do abuso e da exploração tem de acabar com uma nova geração de igualdade que perdure”, concluiu a dirigente.
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Posted: 07 Mar 2018 04:42 PM PST
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Posted: 07 Mar 2018 04:41 PM PST
Confira abaixo a mensagem em texto, na íntegra: Dia Internacional das Mulheres – 8 de março de 2018Mensagem do secretário-geral das Nações Unidas, António GuterresEstamos em um momento decisivo para os direitos das mulheres. As desigualdades históricas e estruturais que deram origem à opressão e à discriminação estão aparecendo como nunca. Da América Latina à Ásia, através da Europa, nas redes sociais, conjuntos de filmes, fábricas e ruas, as mulheres pedem uma mudança duradoura e que não sejam toleradas agressões sexuais, assédio nem tipo de discriminação. Alcançar a igualdade de gênero e empoderar mulheres e meninas são tarefas pendentes do nosso tempo e constituem o maior desafio em termos de direitos humanos no mundo. O ativismo e as campanhas realizadas por gerações de mulheres deram frutos: mais meninas do que nunca vão à escola; mais e mais mulheres têm um emprego remunerado e ocupam cargos de responsabilidade no setor privado, academia, política e organizações internacionais, como as Nações Unidas; a igualdade de gênero é consagrada em numerosas leis; e práticas prejudiciais, como mutilação genital feminina e casamento infantil, são proibidas em muitos países. No entanto, continuam a existir obstáculos importantes para pôr fim aos desequilíbrios históricos de poder em que se baseiam a discriminação e a exploração. Mais de um bilhão de mulheres em todo o mundo não possuem proteção legal contra a violência sexual dentro de casa. A desigualdade salarial por razões de gênero no mundo é de 23% e atinge 40% nas áreas rurais, e o trabalho não remunerado feito por muitas mulheres passa despercebido. A representação média das mulheres nos parlamentos nacionais é ainda inferior a 1/4 e nos conselhos de administração é ainda menor. Sem ação concertada, milhões de meninas serão alvo de mutilação genital na próxima década. Com frequência, as leis atuais são violadas, questionadas e desqualificam as mulheres que buscam compensação. Agora, sabemos que o assédio e o abuso sexual têm sido constantes nos locais de trabalho, em espaços públicos e em casas de países orgulhosos de sua trajetória de igualdade de gênero. As Nações Unidas devem servir de exemplo ao mundo. Eu reconheço que nem sempre foi assim. Desde que assumi o cargo, no ano passado, fiz alterações na sede da organização, em nossas missões de operação de paz e em nossos escritórios ao redor do mundo. Pela primeira vez, na equipe de direção conseguimos a paridade de gênero e estou determinado que o mesmo acontecerá no resto da organização. Estou absolutamente comprometido com a tolerância zero contra o assédio sexual e estabeleci estratégias para aumentar a apresentação de relatórios e a responsabilização. Além disso, trabalhamos em estreita colaboração com países de todo o mundo para evitar casos de exploração e abuso sexual cometidos por forças de paz, para enfrentar e auxiliar as vítimas. Nas Nações Unidas, apoiamos a luta das mulheres em todo o mundo para superar as injustiças que enfrentam, sejam elas mulheres de áreas rurais, vítimas de discriminação salarial; mulheres de áreas urbanas que se unem para impulsionar a mudança; mulheres refugiadas que correm o risco de exploração e abuso ou mulheres que sofrem vários tipos de discriminação: viúvas, mulheres indígenas, mulheres com deficiência e mulheres que não se ajustam às normas de gênero . O empoderamento das mulheres é um tema central da Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável. Se avançarmos no cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, também avançaremos na causa de todas as mulheres em todo o mundo. Por meio da iniciativa ‘Spotlight’ que lançamos em conjunto com a União Europeia, serão destinados recursos para a eliminação da violência contra mulheres e meninas, um pré-requisito para a igualdade e empoderamento. Serei claro: não se trata de fazer um favor às mulheres. A igualdade de gênero tem a ver com os direitos humanos, mas também é do interesse de todos: homens e meninos, mulheres e meninas. A desigualdade de gênero e a discriminação contra as mulheres prejudicam a todos e todas. Demonstrou-se amplamente que investir em mulheres é a forma mais eficaz de prosperar as comunidades, as empresas e os países. A participação das mulheres torna os acordos de paz mais sólidos, as sociedades mais resilientes e as economias mais vigorosas. Normalmente, quando as mulheres são discriminadas é porque existem práticas e crenças que prejudicam a todos. Por outro lado, a licença de paternidade, as leis contra a violência doméstica e a legislação que promove a igualdade de remuneração nos beneficiam. Neste momento decisivo para os direitos das mulheres, é hora de os homens apoiarem as mulheres, ouvi-las e aprender com elas. É primordial que haja transparência e responsabilidade para que possam alcançar seu potencial total e nos ajudar a prosperar na comunidade, na sociedade e na economia. Tenho orgulho de fazer parte desse movimento e espero que ele continue se expandindo nas Nações Unidas e em todo o mundo. António Guterres Secretário-geral das Nações Unidas |
Posted: 07 Mar 2018 01:59 PM PST
falou sobre a situação na Síria ao encerrar a 37a sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra.
Na quarta-feira (7), o alto-comissário da ONU para os direitos humanos, Zeid Ra’ad Al Hussein, O conflito no país, disse, entrou em uma “nova fase de horror”. Além do “assustador derramamento de sangue” em Ghouta Oriental, que foi discutido em debate urgente na semana passada, a escalada da violência na província de Idlib coloca em risco cerca de 2 milhões de pessoas, informou. Em Afrin, a ofensiva da Turquia também ameaça um grande número de civis. Pessoas em Damasco – a capital síria, controlada pelo governo – estão sofrendo uma nova escalada de ataques terrestres. E a ofensiva contra grupos extremistas resultou em perda de vidas civis em grande escala, afirmou Zeid. “Mais de 400 mil pessoas foram mortas no conflito sírio e mais de 1 milhão de feridas, muitas feridas muito severamente; muitas crianças. Centenas de milhares de pessoas vivem sob cerco, a grande maioria impostas pelas forças governamentais e seus aliados”, informou o chefe de direitos humanos da ONU. Mais de 11 milhões de pessoas foram obrigadas a deixar suas casas. Dezenas de milhares de pessoas são detidas, frequentemente em condições desumanas, incluindo tortura; muitas outras sofreram com desaparecimentos forçados.
“Hospitais, escolas e mercados foram massivamente e, em alguns casos, deliberadamente danificados e destruídos: em 2017, um centro de saúde foi atacado a cada quatro dias”, alertou Zeid. “O meu escritório também documentou mais de mil ataques aéreos e ataques terrestres em 2017 e numerosas violações e abusos intoleráveis dos direitos humanos por parte de todas as partes no conflito: forças governamentais, suas milícias aliadas, atores internacionais e grupos de oposição armados – entre eles o ISIL.” “É preciso lembrar como as violações maciças cometidas pelo governo da Síria e seus aliados locais, a partir de 2011, criaram o espaço inicial em que os grupos armados extremistas floresciam mais tarde. Lembre-se do Shabeehah?”, questionou.
“As recentes tentativas de justificar ataques indiscriminados e brutais contra centenas de milhares de civis pela necessidade de combater algumas centenas de combatentes – como no Ghouta Oriental – são legais e moralmente insustentáveis. Além disso, quando você está preparado para matar seu próprio povo, mentir também é fácil. As reivindicações do governo da Síria de que está tomando todas as medidas para proteger sua população civil são francamente ridículas.” E acrescentou: “Neste mês, é Ghouta Oriental, que é, nas palavras do secretário-geral, o ‘inferno na Terra’; no próximo mês ou no mês seguinte, será em outro lugar onde as pessoas enfrentam um apocalipse – um apocalipse destinado, planejado e executado por indivíduos dentro do governo, aparentemente com o apoio total de alguns de seus apoiantes estrangeiros. É urgente reverter esse curso catastrófico e encaminhar a Síria ao Tribunal Penal Internacional”.
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Posted: 07 Mar 2018 01:58 PM PST
divulgou nesta terça-feira (6) seu novo relatório sobre violações ocorridas entre julho de 2017 e janeiro de 2018.
A Comissão de Inquérito sobre a Síria O documento é baseado em informações obtidas em mais de 500 entrevistas, destacando ações militares contra o Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIL) em Ar-Raqqah e Dayr al-Zawr. O grupo criado pelas Nações Unidas documenta também o aumento da violência em Idlib e em Ghouta Oriental. ImpunidadeO principal ponto do relatório é um pedido à comunidade internacional para que tome, com urgência, medidas que garantam justiça às vítimas do conflito. A Comissão de Inquérito sobre a Síria denuncia também a “completa impunidade” dos autores dos crimes.O professor brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro preside a Comissão e declarou ser impossível entender a falta de justiça aos sobreviventes da guerra síria. Ele falou com a ONU News de Genebra, na Suíça, onde foi lançado o relatório, destacando a questão dos desaparecidos e detidos. Confira abaixo a entrevista à ONU News: https://news.un.org/pt/sites/ Recomendações“As famílias sírias faz sete anos que estão cobrando, elas não sabem onde estão seus entes queridos. Essa questão é algo que começa a ser tratado pelo triplo mecanismo de investigação independente, que deverá preparar os casos a serem submetidos aos tribunais. Analisamos a situação e fazemos várias recomendações, inclusive a criação de um organismo patrocinado pelos Estados para justamente fazer esse levantamento. Mas isso só pode ter lugar no bojo da negociação política.”
Segundo a Comissão de Inquérito sobre a Síria, as ofensivas bem-sucedidas para retirar os terroristas do Isil de Ar-Raqqah e de Dayr al-Zawr tiveram um preço muito alto para os civis. FomeO relatório também denuncia ações tomadas pelo governo sírio, que levaram a população a passar fome, como explica Paulo Sérgio Pinheiro.“Quando você fala desses ataques ao Estado Islâmico, as pessoas se esquecem que existe uma população civil aterrorizada e submetida por essa organização terrorista. E evidentemente a derrota do Estado Islâmico, através de bombardeios, atingiu severamente a sobrevivência dessas populações civis. Desde a manutenção alimentar até o problema do seu acesso aos direitos mais básicos de sobrevivência.”
A Comissão de Inquérito sobre a Síria lembra que a guerra no país começou há sete anos e que o cerco em Ghouta Oriental acontece há cinco anos, levando aos “piores casos de desnutrição” no país e marcado por “ataques indiscriminados a civis”. Entrega de alimentosTambém nesta terça-feira (6), o Escritório da ONU para Coordenação de Assistência Humanitária (OCHA) explicou que ataques aéreos e bombardeios em Duma, Ghouta Oriental, e bombardeios na capital Damasco atrapalharam a distribuição de comida para 27,5 mil pessoas.Depois de nove horas, as equipes humanitárias resolveram sair da área por razões de segurança. Do comboio de 46 caminhões, não foi possível descarregar mantimentos de 14 caminhões.
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Posted: 07 Mar 2018 01:57 PM PST
situação dos direitos humanos na Venezuela, alertando sobre a possibilidade de crimes contra a humanidade estarem sendo cometidos no país.
Em pronunciamento no Conselho de Direitos Humanos da ONU, o alto-comissário das Nações Unidas Zeid Ra’ad Al Hussein manifestou preocupação nesta quarta-feira (7) em Genebra com a “A situação dos direitos humanos na Venezuela está profundamente alarmante. A desnutrição aumentou dramaticamente por todo o país, afetando particularmente crianças e idosos, e informações confiáveis indicam que os programas de assistência governamentais são frequentemente condicionados a considerações políticas”, disse Zeid. O chefe de direitos humanos da ONU afirmou estar profundamente alarmado com a erosão das instituições democráticas e com a possibilidade de que crimes contra a humanidade tenham sido cometidos no país. “O princípio fundamental da separação de poderes foi severamente comprometido, enquanto a Assembleia Nacional Constituinte continua a concentrar poderes irrestritos”, disse. “Os dois principais partidos de oposição foram desqualificados pelo Conselho Eleitoral, e o a coalizão oposicionista oficial foi invalidada pela Corte Suprema.” Segundo Zeid, a liberdade de expressão, opinião, associação e de reunião pacífica está sendo reprimida e severamente restringida. “Meu escritório também recebeu informações confiáveis de centenas de assassinatos extrajudiciais nos últimos anos, tanto durante protestos como em operações de segurança”, afirmou. “Estou seriamente preocupado com o fato de que esse contexto de nenhuma forma representa as condições mínimas para eleições livres e confiáveis. Estou profundamente chocado com o crescente êxodo de venezuelanos de seu país, muitos dos quais em busca de acesso a alimentos e serviços básicos. Mais uma vez, encorajo o Conselho a considerar criar uma Comissão de Inquérito para investigar violações de direitos humanos na Venezuela”, concluiu. |
Posted: 07 Mar 2018 01:31 PM PST
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