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terça-feira, 6 de março de 2018

Boletim diário da ONU Brasil: “Libaneses lembram guerra civil que forçou vinda para o Brasil” e 12 outros

Boletim diário da ONU Brasil: “Libaneses lembram guerra civil que forçou vinda para o Brasil” e 12 outros.

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Posted: 28 Feb 2018 11:53 AM PST
Marie (a segunda da direita para a esquerda) com os irmãos e a mãe, ainda no Líbano. Foto: Arquivo pessoal de Marie Obeid
Marie (a segunda da direita para a esquerda) com os irmãos e a mãe, ainda no Líbano. Foto: Arquivo pessoal de Marie Obeid
Marie Obeid não imaginava que, aos 18 anos, teria de deixar o Líbano e recomeçar a vida no Brasil. Em 1980, um dos seus cinco irmãos foi assassinado em Beirute, durante a Guerra Civil que dividia a nação. “Meu pai ficou completamente transtornado e não aguentava mais ficar nem um segundo no Líbano”, lembra a libanesa, hoje com 57 anos. A solução foi abandonar o país.
Atualmente, o Líbano acolhe 1,5 milhão de refugiados da Síria, segundo a Agência das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR). É o país com a maior população relativa de estrangeiros deslocados por conflitos e situações de violência generalizada. De acordo com um levantamento da Comissão Europeia divulgado em janeiro de 2018, 30% dos habitantes são refugiados.
Mas o território libanês já foi ponto de partida para pessoas inocentes que tiveram de deixar tudo para trás em busca de segurança. De 1975 a 1990, uma guerra opondo diferentes grupos político-religiosos destruiu a nação e deixou cerca de 120 mil mortos, segundo números reconhecidos pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU.
Uma das vítimas foi o irmão de Marie, que passeava com dois amigos quando recebeu três tiros de um franco-atirador. Uma das balas entrou pelas costas e saiu pelo coração. Ele morreu na hora.
“Naquele tempo, em 1980, quando a gente saiu (do Líbano), Beirute era dividida entre duas partes. Qualquer cristão que tentava passar por uma certa linha era baleado, esfaqueado, morto”, conta a libanesa. Ao recordar a vida na capital durante a guerra, Marie descreve um cenário de “destruição total, com sonhos acabados e jovens partindo e emigrando para fora do país a qualquer preço”.

Fragmentação nacional

O pesquisador e professor de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Murilo Meihy, atribui a eclosão do conflito ao acirramento das tensões entre setores com projetos de nação distintos. “O Líbano é construído como um Estado nacional independente sem uma unidade em relação a qual seria o futuro do país”, explica.
Em 1932, um censo é realizado para estimar a quantidade de cristãos e muçulmanos constituindo a população libanesa. Onze anos mais tarde, essas proporções adquiririam um peso político, com a adoção de um Pacto Nacional que determinava que certos cargos do governo deveriam ser ocupados por indivíduos de grupos religiosos específicos. O presidente da República e o comandante do Exército deveriam ser cristãos maronitas; o primeiro-ministro, um muçulmano sunita; e o presidente do Parlamento, um muçulmano xiita.
“Por ser um Estado multiconfessional e com uma divisão política baseada na separação entre esses grupos confessionais, a ideia de cada um deles é tomar para si o Estado libanês, porque, controlando o Estado libanês, há um controle sobre o país e sobre os recursos”, afirma Meihy sobre as disputas da Guerra Civil.
O historiador alerta, porém, que não é possível compreender o confronto sem olhar para o contexto regional — marcado pelo conflito israelo-palestino — e para a polarização global em meio à Guerra Fria.
O jogo da política libanesa estava atrelado ao equilíbrio demográfico — que é abalado com a chegada em massa de palestinos ao Líbano a partir de 1948, por conta da primeira guerra árabe-israelense. No início dos anos 1970, a resistência palestina armada deixa a Jordânia e se instala no território libanês.
“Do ponto de vista interno, você tem milícias cristãs, a principal delas era a Falange, que foi responsabilizada por uma série de massacres e atividades contra os palestinos. A família Frangieh também foi bastante atuante e uma série de outros grupos menores que, por essas alianças, acabavam compondo o grupo pró-Ocidente dentro da Guerra Civil”, explica Meihy.
Um dos episódios considerados como o estopim do conflito foi o massacre em Ain-al-Rumannah, um distrito de Beirute onde um ônibus levando palestinos e libaneses foi alvejado por falangistas no dia 13 de abril de 1975. Vinte e sete passageiros morreram e 19 ficaram feridos. O atentado teria sido uma retaliação contra ataques a uma igreja na região. O episódio precipitou novos embates entre grupos armados de palestinos e cristãos. Confrontos se espalharam progressivamente pelo restante do país, mobilizando outros setores da sociedade libanesa.
“Do outro lado, alguns grupos muçulmanos sunitas com a forte presença do ideário pan-árabe. Entre os xiitas, dois grandes movimentos concorrentes, mas, com o desenvolvimento da Guerra Civil, (apresentam) alguns elementos em comum. O primeiro deles era o grupo Amal, ligado a um líder xiita local chamado Nabih Berri, e um outro grupo que nasce nos anos 80, principalmente com a chegada dos israelenses ao conflito, que é o que nós chamamos hoje de Hezbollah, com uma aliança muito forte com os iranianos. Os drusos também têm uma força importante, com uma orientação bastante à esquerda e socialista”, acrescenta o especialista.
Forças externas também interviriam no conflito, como Israel, que invadiu o sul do Líbano em 1978. A ofensiva, orquestrada contra a resistência palestina, foi condenada pelo Conselho de Segurança da ONU e levou à criação da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL). A missão internacional ficou incumbida do monitoramento das regiões fronteiriças para confirmar a saída das tropas israelenses.
Em 1982, Israel avançou novamente sobre o território libanês, chegando até Beirute. No bojo das operações militares, falangistas que atuavam em coalizão com os israelenses entraram nos campos de refugiados de Sabra e Shatila, matando pelo menos 900 pessoas, entre mulheres, crianças e idosos, de acordo com estimativas da Anistia Internacional. A matança foi considerada um genocídio pela Assembleia Geral das Nações Unidas.
A Síria e outros Estados árabes também teriam participação proeminente na Guerra Civil, com envio de soldados e protagonismo em negociações políticas.

Memórias da guerra no Brasil

“No nosso ver, como estudante e como progressista, não achávamos justo fazer um massacre de nossos irmãos dentro da nossa própria terra”, afirma George Hage, libanês que chegou ao Rio de Janeiro em 6 de fevereiro de 1976.
Nascido no norte do Líbano, ele estudava Informática em Beirute quando a guerra estourou. Com as hostilidades, o então universitário voltou para o interior. De lá, fugiu para a Síria e, posteriormente, para o Brasil. “O fanatismo religioso era tão grande que, como nossa região não concordava com a guerra, nossas casas foram bombardeadas”, lembra.
Depois de chegar a solo brasileiro, Hage saiu do Rio e foi para Franca, em São Paulo. Na cidade, o jovem de 25 anos comprava sapatos que revendia pelo interior, percorrendo uma rota que passava pelo Paraná e ia até o Mato Grosso, chegando a Goiás, Brasília e suas cidades satélites.
Após um ano e meio no ramo de calçados, Hage voltou para a capital fluminense e abriu uma loja na Penha. Desde então, o libanês — que também pode ser chamado de brasileiro, pois se apaixonou pelo país e se naturalizou — permaneceu na capital fluminense, onde se casou e teve três filhos.
Quando pensa na Guerra Civil que destruiu seu país, Hage lamenta que diferenças religiosas tenham sido usadas como justificativas para os confrontos.
“Qual a religião ou qual o Deus que manda matar?”, questiona. “O islamismo não tem nada a ver com Estado Islâmico, Al-Qaeda ou Talibã. O cristianismo não tem nada a ver com o fanático maronita que matava palestinos ou muçulmanos por serem palestinos ou muçulmanos.”
Migrações entre os dois lados do Atlântico não eram novidade para a família de Marie Obeid. Seu pai era brasileiro, filho de libaneses que emigraram para o país sul-americano em 1914. Os avós de Marie se estabeleceram na zona rural de Minas Gerais.
Já adulto, seu pai voltaria para o Líbano a serviço do Instituto Brasileiro do Café. Ele residiu em Beirute até o retorno para terras brasileiras, motivado pela Guerra Civil. A adaptação dos filhos ao novo país não foi fácil.
“As culturas naquele tempo (os anos 80) eram completamente diferentes porque não tinha tanto intercâmbio entre esses dois países. Também não tinha internet como hoje nem linhas telefônicas (de fácil acesso). Ninguém falava outros idiomas. A receptividade era boa, só que não tinha comunicação”, conta Marie.
Ela e a irmã também vieram para o Rio, onde Marie começou a trabalhar com comércio e turismo. Entre seus outros irmãos, um continuou no estado de origem do pai. Os outros foram para São Paulo e Amazonas. “Como esse Brasil é imenso, cada um ficou num estado completamente diferente. Nós saímos do Líbano para não se separar, mas acabamos nos separando aqui, dentro do território brasileiro.”
Os libaneses seriam considerados refugiados de acordo com as convenções internacionais da ONU sobre deslocamento forçado — a convenção de 1951 e o protocolo de 1967. Mas quando vieram para o Brasil na época da Guerra Civil, o país ainda não havia internalizado os dois marcos em sua legislação doméstica.
“Questões ligadas a refúgio ou à proteção e defesa dos direitos humanos não eram o principal elemento motivador da política externa durante o governo militar”, recorda Meihy. “O que favorece a vinda de libaneses para cá durante toda a Guerra Civil é o fato de que, já desde o final do século XIX, o Brasil era um território de recebimento de sírios e libaneses, por razões distintas.”
Esses migrantes que haviam se estabelecido por aqui formavam uma rede familiar de acolhimento para parentes que viviam no Líbano e queriam sair do país por causa do conflito. George Hage, por exemplo, foi acolhido por um tio que era bispo e liderava a comunidade cristã ortodoxa libanesa do Rio de Janeiro.
Passados quase 30 anos do final da guerra, Marie acumula o aprendizado de quem viu o sofrimento de perto. “A guerra não leva a nada. Ninguém sai ganhando. Todos têm que se desarmar e votar pela paz sempre.”
 
Posted: 28 Feb 2018 11:32 AM PST
Zona rural do Paraguai. Imagem de concurso de fotografia organizado pelo governo da Argentina sobre paisagens agrícolas paraguaias. Foto: Ministério da Cultura da Argentina
Zona rural do Paraguai. Imagem de concurso de fotografia organizado pelo governo da Argentina sobre paisagens agrícolas paraguaias. Foto: Ministério da Cultura da Argentina
Pela primeira vez, um projeto da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) será financiado pelo Fundo Verde para o Clima, principal mecanismo financeiro da ONU para patrocinar iniciativas de combate e adaptação às mudanças climáticas. Com uma verba de 90 milhões de dólares, a agência implementará uma iniciativa no Paraguai para reduzir a pobreza no meio rural e recuperar florestas do país.
O programa Pobreza, Reflorestamento, Energia e Mudança Climática, também conhecido pela sigla PROEZA, apoiará a transição do Paraguai para modelos sustentáveis de gestão florestal. O objetivo é diminuir a perda de cobertura vegetal e melhorar a qualidade de vida de 17 mil famílias que estão em situação de vulnerabilidade por causa do desmatamento e das transformações do clima.
Os beneficiários vivem em 64 distritos municipais, distribuídos por oito departamentos paraguaios. Muitos deles vêm de comunidades indígenas.
Do orçamento total, 25 milhões de dólares serão doados pelo Fundo Verde e outros 65,2 milhões serão injetados no programa em cofinanciamento com o governo do Paraguai. A aprovação do Fundo foi anunciada em meio à 19ª reunião da junta responsável pela gestão do mecanismo financeiro. Encontro teve início na terça-feira (27) e se encerra na próxima sexta (2).
“O PROEZA é um claro exemplo de projeto inovador, necessário para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e os compromissos do Acordo de Paris. Não podemos alcançar a Fome Zero sem criar meios de vida resilientes, com segurança alimentar”, afirmou o diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva.
O projeto dará apoio técnico e incentivos para a adoção de práticas agroflorestais responsáveis. Outras medidas incluem a melhoria da gestão da terra e do uso de biomassa por famílias rurais. Segundo a FAO, o foco da iniciativa é o uso de estratégias de proteção social do governo para garantir tanto a produção de alimentos pelas famílias pobres, quanto a utilização de métodos agrícolas com emissões baixas e resilientes às mudanças climáticas.
O PROEZA é parte do esforço do Paraguai para cumprir suas Contribuições Nacionalmente Determinadas, um conjunto de metas assumidas pelo país junto ao Acordo de Paris. A nível global, a agricultura é o segundo setor que mais contribui com as emissões de gases do efeito estufa.
 
Posted: 28 Feb 2018 10:36 AM PST
Juan Pablo Bohoslavsky. Foto: ONU/Jean-Marc Ferré
Juan Pablo Bohoslavsky. Foto: ONU/Jean-Marc Ferré
O impacto negativo das medidas de austeridade fiscal nos direitos humanos não pode continuar sendo ignorado, e as ações efetivas para reverter esse quadro não podem ser adiadas, disse nesta quarta-feira (26) o especialista da ONU sobre dívida externa, finanças e direitos humanos em Genebra, na Suíça.
“Existem lições bem documentadas acerca do impacto negativo das medidas econômicas adotadas em épocas de crise financeira”, disse Juan Pablo Bohoslavsky, que apresentou um relatório sobre o tema ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.
“Algumas dessas lições já levam décadas, mas continuam sendo ignoradas na tomada de decisões e, portanto, os mesmos erros são cometidos novamente. O papel instrumental que os direitos humanos podem e devem ter no desenho e na implementação de reformas econômicas não foi incorporado de maneira efetiva.”
Este é o primeiro relatório de uma série que busca enfatizar as deficiências das políticas de reforma econômica, tais como as medidas de austeridade, que têm graves consequências nos direitos humanos, em especial na segurança social, no trabalho, na saúde ou na moradia. Essas medidas também enfraqueceram as instituições democráticas, e podem derivar em insegurança, conflito e violência.
Bohoslavsky iniciou um projeto de um ano para desenvolver princípios para os Estados e outros atores relevantes que sirvam para avaliar as políticas de reforma econômica de uma perspectiva de direitos humanos, com o objetivo de aprender com os erros do passado e do presente. Alguns aspectos preliminares desses princípios foram esboçados em seu relatório apresentado nesta quarta-feira e têm como objetivo incitar a discussão e uma ampla participação neste tema.
“A gestão dos assuntos fiscais e econômicos é uma função central do governo, intimamente ligada às obrigações de direitos humanos”, disse Bohoslavsky. “O quanto os cortes orçamentários prejudicam os direitos humanos dependerá inteiramente de quem é consultado, quais prioridades são estabelecidas e como tais cortes são implementados”.
“Em última instância, as perguntas centrais que devemos formular são se os cortes orçamentários vão aumentar as desigualdades existentes e quem serão as pessoas mais afetadas como consequência dessas medidas econômicas.”
O especialista independente também apresentou três relatórios sobre suas visitas oficiais em 2017 a Tunísia, Panamá e Suíça, que incluem avaliações do progresso alcançado para limitar os fluxos financeiros ilícitos.
“A justiça tributária é um assunto urgente de uma perspectiva de direitos humanos”, disse Bohoslavsky. “Quanto mais ênfase colocarmos em sua dimensão internacional e em suas consequências para os direitos humanos, assim como na necessidade de que todos os países se envolvam no nível doméstico e internacional na luta contra a evasão fiscal e a falta de transparência em geral, mais perto estaremos de conseguir mudanças significativas”.
 
Posted: 28 Feb 2018 10:29 AM PST
Presidente do Chile Michelle Bachelet participou da abertura de fórum global da ONU sobre empresas e igualdade de gênero. Foto: Presidência do Chile
Presidente do Chile Michelle Bachelet participou da abertura de fórum global da ONU sobre empresas e igualdade de gênero. Foto: Presidência do Chile
Na abertura do IV Fórum Global de Empresas pela Igualdade de Gênero, a presidenta do Chile, Michelle Bachelet, defendeu na terça-feira (27), em Santiago, a participação das mulheres no mercado de trabalho e o fim das diferenças salariais entre elas e os homens. A chefe de Estado também criticou o fato de que a população do sexo feminino continua sendo a mais responsável pelo cuidado da casa e da família, um desequilíbrio que sobrecarrega as mulheres.
“Mulheres continuam a dedicar 2,6 vezes mais tempo ao trabalho doméstico e de cuidados não remunerados do que os homens”, afirmou Bachelet. O Chile tem buscado a igualdade de gênero por meio de “uma aliança público-privada que busca, até 2020, aumentar a participação laboral das mulheres, reduzir as lacunas salariais de gênero e diminuir as barreiras para a ascensão das mulheres”.
Também presente, a diretora da Divisão de Programas da ONU Mulheres, Maria Noel Vaeza, pediu políticas afirmativas para acelerar as mudanças em prol da equidade entre homens e mulheres no setor privado. Atualmente, o país sul-americano tem uma cota de 40% para mulheres ocuparem postos de liderança em empresas estatais.
George Molina, economista-chefe do escritório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) para a América Latina e o Caribe, ressaltou que, mesmo num cenário futuro de crescimento econômico, a segregação ocupacional segue como um problema e demanda ações específicas.

Empresas brasileiras no fórum

As empresas Schneider Electric, Banco do Brasil, O Boticário e PWC representam o setor privado brasileiro na conferência. As três companhias estão entre as 157 signatárias brasileiras dos Princípios de Empoderamento das Mulheres, uma iniciativa da ONU Mulheres e do Pacto Global.
Também na terça-feira (27), a presidenta da Schneider Electric para América Latina, Tânia Cosentino, participou de um painel sobre diferenças salariais motivadas por questões de gênero. A dirigente lembrou que apenas 20% da mão de obra do setor de energia é formada por mulheres. Nesse segmento da indústria, as disparidades médias de salário entre elas e os homens são de 31%.
“Diversidade é um bom negócio, é bom para as economias e empresas ter um quadro 50-50. Como faz para solucionar isso? Conscientização, compromisso e metas na alta liderança”, afirmou Tânia.
A Schneider Electric aderiu ao movimento ElesPorElas (HeForShe, no original em inglês) e assumiu o compromisso em ter, no futuro, 30% de mulheres em cargos executivos. Outra meta é eliminar completamente as diferenças salariais.
“A igualdade é uma questão econômica e de sobrevivência das empresas, tem que estar na agenda do ou da nº 1 das empresas por meio de indicadores e metas de transformação em favor do empoderamento das mulheres”, acrescentou Tânia.
Na avaliação da representante da ONU Mulheres no Brasil, Nadine Gasman, que também participa do fórum, as corporações do país “estão atentas para as mudanças na economia e afirmam o seu compromisso em tirar as mulheres das margens para o centro da sua atuação”.
A participação das empresas brasileiras no evento, completou a dirigente, “amplia a rede do setor privado comprometida com os direitos humanos das mulheres e o alcance da igualdade de gênero”.
Ainda no primeiro dia de fórum, Renato Amendôla, coordenador de Diversidade do Boticário, participou de debate sobre o equilíbrio entre vida profissional e familiar. O especialista apresentou dados da pesquisa Precisamos falar com os homens? Uma jornada pela igualdade de gênero, realizada em parceria com a ONU Mulheres no Brasil.
No segundo dia, a diretora regional da ONU Mulheres para Américas e Caribe, Luiza Carvalho, fará uma apresentação sobre a estratégia de empoderamento econômico das mulheres na região. Entre as empresas brasileiras, a PWC participará de sessão sobre gestão da diversidade, evento que terá uma apresentação da Fundação Avon Argentina. O Banco do Brasil participará de encontro sobre soluções para eliminar as diferenças salariais.
O evento em Santiago é organizado pelo governo chileno, o PNUD, a ONU Mulheres e a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
 
Posted: 28 Feb 2018 09:57 AM PST
Novo relatório publicado por agências da ONU mostrou que taxa brasileira de gravidez na adolescência está acima da média latino-americana e caribenha. Foto: EBC
Novo relatório publicado por agências da ONU mostrou que taxa brasileira de gravidez na adolescência está acima da média latino-americana e caribenha. Foto: EBC
A América Latina e o Caribe continua sendo a sub-região com a segunda maior taxa de gravidez adolescente do mundo, afirmou relatório publicado nesta quarta-feira (28) por Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA).
O relatório dá uma série de recomendações para reduzir a gravidez na adolescência, entre elas, apoiar programas multissetoriais de prevenção dirigidos a grupos em situação de maior vulnerabilidade e impulsionar o acesso a métodos anticoncepcionais e de educação sexual.
A taxa mundial de gravidez adolescente é estimada em 46 nascimentos para cada 1 mil meninas de 15 a 19 anos, enquanto a taxa na América Latina e no Caribe é estimada em 65,5 nascimentos, superada apenas pela África Subsaariana, segundo o relatório “Aceleração do progresso para a redução da gravidez na adolescência na América Latina e no Caribe“. No Brasil, a taxa é de 68,4.
Apesar de, nos últimos 30 anos, a fecundidade total na América Latina e no Caribe — ou seja, o número de filhos por mulher — ter diminuído, as taxas de fecundidade das adolescentes caíram ligeiramente, disse o documento.
A América Latina e o Caribe é a única região do mundo com uma tendência ascendente de gravidez entre adolescentes com menos de 15 anos, segundo o UNFPA. A estimativa é de que, a cada ano, 15% de todas as gestações na região ocorram em adolescentes com menos de 20 anos e 2 milhões de crianças nasçam de mães com idade entre 15 e 19 anos.
A maioria dos países com as taxas mais elevadas de fecundidade adolescente na América Latina e no Caribe está na América Central, liderados por Guatemala, Nicarágua e Panamá. No Caribe, República Dominicana e Guiana têm as taxas mais altas. Na América do Sul, a liderança fica com Bolívia e Venezuela.
Como comparação, as taxas de gravidez entre adolescentes nos Estados Unidos e no Canadá estão abaixo da média mundial e caíram de forma sustentada durante a última década. Nos EUA, houve diminuição recorde da gravidez adolescente em todos os grupos étnicos, com uma queda de 8% entre 2014 e 2015, para um mínimo histórico de 22,3 nascimentos a cada 1 mil adolescentes de 15 a 19 anos.
A taxa total de fecundidade na América Latina e no Caribe caiu de 3,95 nascimentos por mulher no período de 1980-1985 para 2,15 nascimentos por mulher em 2010-2015.
No mundo, a cada ano, ficam grávidas aproximadamente 16 milhões de adolescentes de 15 a 19 anos; e 2 milhões de adolescentes menores de 15 anos.
“As taxas de fertilidade entre adolescentes continuam sendo altas. Afetam principalmente as populações que vivem em condições de vulnerabilidade e demonstram as desigualdades existentes entre e dentro dos países. A gravidez na adolescência pode ter um efeito profundo na saúde das meninas durante a vida”, disse Carissa F. Etienne, diretora da OPAS.
“Não apenas cria obstáculos para seu desenvolvimento psicossocial, como se associa a resultados deficientes na saúde e a um maior risco de morte materna. Além disso, seus filhos têm mais risco de ter uma saúde mais frágil e cair na pobreza”, declarou.
A mortalidade materna é uma das principais causas da morte entre adolescentes e jovens de 15 a 24 anos na região das Américas. A título de exemplo, em 2014, morreram cerca de 1,9 mil adolescentes e jovens como resultado de problemas de saúde durante a gravidez, parto e pós-parto.
Globalmente, o risco de morte materna se duplica entre mães com menos de 15 anos em países de baixa e média renda. As mortes perinatais são 50% mais altas entre recém-nascidos de mães com menos de 20 anos na comparação com recém-nascidos de mães entre 20 e 29 anos, disse o relatório.
“A falta de informação e o acesso restrito a uma educação sexual integral e a serviços de saúde sexual e reprodutiva adequados têm uma relação direta com a gravidez adolescente. Muitas dessas gestações não são uma escolha deliberada, mas a causa, por exemplo, de uma relação de abuso”, disse Esteban Caballero, diretor regional do UNFPA para América Latina e Caribe. “Reduzir a gravidez adolescente implica assegurar o acesso a métodos anticoncepcionais efetivos”.
O relatório afirmou ainda que em alguns países as adolescentes sem escolaridade ou apenas com educação básica têm quatro vezes mais chances de ficar grávidas na comparação com adolescentes com ensino médio ou superior.
Da mesma maneira, a probabilidade de começar a conceber filhos é entre três e quatro vezes maior entre as adolescentes de lares no quintil inferior de renda na comparação com aquelas que estão nos quintis mais altos no mesmo país. As meninas indígenas, particularmente nas áreas rurais, também têm uma maior probabilidade de gravidez precoce.
“Muitas meninas e adolescentes precisam abandonar a escola devido à gravidez, o que tem um impacto de longo prazo nas oportunidades de completar sua educação e se incorporar no mercado de trabalho, assim como participar da vida pública e política”, disse Marita Perceval, diretora regional do UNICEF. “Como resultado, as mães adolescentes estão expostas a situações de maior vulnerabilidade e a reproduzir padrões de pobreza e exclusão social”.

Prevenção

O relatório dá uma série de recomendações para reduzir a gravidez adolescente, que envolvem desde ações para criar leis e normas, até trabalhos de educação no nível individual, familiar e comunitário.
Entre as recomendações, o relatório sugere promover medidas e normas que proíbam o casamento infantil e as uniões precoces antes dos 18 anos; apoiar programas de prevenção à gravidez baseados em evidências que envolvam vários setores e que trabalhem com os grupos mais vulneráveis; aumentar o uso de contraceptivos.
Outras medidas incluem prevenir as relações sexuais sob coação; reduzir significativamente a interrupção de gestações em condições perigosas; aumentar o atendimento qualificado antes, durante e depois do parto; incluir as jovens no desenho e implementação dos programas de prevenção da gravidez adolescente; criar e manter um entorno favorável para a igualdade de gênero, a saúde e os direitos sexuais e reprodutivos das adolescentes.
Clique aqui para acessar o relatório (em espanhol).
 
Posted: 28 Feb 2018 08:11 AM PST
A cientista espacial Katherine Johnson é uma das mulheres lembradas na exposição da Maurício de Sousa Produções. Imagem: Maurício de Sousa Produções
A cientista espacial Katherine Johnson é uma das mulheres lembradas na exposição da Maurício de Sousa Produções. Imagem: Maurício de Sousa Produções
A Maurício de Sousa Produções inaugurou nesta quarta-feira (28), em São Paulo, uma exposição que homenageia 18 mulheres notáveis da história recente da humanidade. Mostra no Conjunto Nacional faz parte da Semana de Arte da iniciativa da ONU ElesPorElas (HeForShe, no original em inglês). Iniciativa celebra o Dia Internacional da Mulher, comemorado no próximo 8 de março.
Em 2018, a data também marca o aniversário de dois anos do projeto Donas da Rua, que divulga a trajetória de grandes mulheres por meio dos produtos e páginas online da Turma da Mônica. A campanha tem o apoio da ONU Mulheres e inspirou a exposição na capital paulista.
A mostra apresenta as personagens meninas da Turma da Mônica interpretando personalidades que se destacaram em vários campos, como Artes, Esportes e Ciências. Painéis apresentam a biografia de cada uma dessas mulheres.
Entre elas, estão a vencedora do Prêmio Nobel de Química e Física, Marie Curie, interpretada pela personagem Cascuda; a cientista espacial Katherine Johnson, vivida pela mais nova personagem da Turma da Mônica, Milena; a campeã de judô Rafaela Silva, nos traços da personagem Bonga, da Turma do Pelezinho; a pintora Tarsila do Amaral, na pele de Magali; a escritora J. K. Rowling, vivida por Carminha Fru-Fru; e a ativista e ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, Malala Yousafzai, interpretada pela Dona da Rua em pessoa, a Mônica.
#2018M Turma da Mônica homenageia grandes mulheres da História em exposição exclusiva para a Semana de Arte HeForShe https://t.co/BcDj55B14S #8M @ElesPorElas @mauriciodesousa pic.twitter.com/YMvDupcWHK
— ONU Mulheres Brasil (@ONUMulheresBR) 28 de fevereiro de 2018

“Queremos que as meninas sejam cada vez mais conscientes de suas forças, assim como a Mônica, e acreditamos que os exemplos dessas mulheres são uma inspiração para elas se sentirem confiantes para atuar em qualquer área. Queremos que as donas da rua possam deixar sua marca, construindo um legado de mulheres fortes que não pode parar”, defende Mônica Sousa, diretora-executiva da Maurício de Sousa Produções e criadora do projeto Donas da Rua.
A exposição é gratuita e estará aberta ao público até 9 de março.
Este é o segundo ano em que a Maurício de Sousa Produções participa da Semana de Arte HeForShe, evento global realizado pela ONU Mulheres nas grandes cidades em todo o mundo. Em 2016, para mostrar a representatividade das mulheres no mundo das Artes, a empresa convidou 23 artistas mulheres para redesenhar as personagens da Turma da Mônica com seus próprios traços. As releituras também foram expostas no Conjunto Nacional.
Serviço
Exposição Donas da Rua da História
Local: Conjunto Nacional – Avenida Paulista, 2073, Piso Térreo, São Paulo – SP
Data: de 28/02 a 09/03
Horário de funcionamento: de segunda a sábado, das 7h às 22h; domingos e feriados, das 10h às 22h
Gratuito
Mais informações sobre o projeto no sitewww.turmadamonica.com.br/donasdarua.
Mais informações sobre a Semana de Arte HeForShe no site www.HeForSheArtsWeek.org.
 
Posted: 28 Feb 2018 07:35 AM PST
Clique para exibir o slide.A igualdade de gênero é fator essencial para criar uma cultura de direitos humanos, paz e cidadania no Brasil, uma vez que os estereótipos são na maioria das vezes nocivos e limitam as oportunidades de meninos e meninas de ser o que quiserem e de realizar seus sonhos.
A avaliação é de Joana Chagas, gerente de programas da ONU Mulheres, que participou de debate na segunda-feira (26) no Rio de Janeiro sobre o papel da educação na formação do cidadão e na consolidação da paz, promovido pelo Instituto Net Claro Embratel.
“A educação é o fator mais transformador do indivíduo e da sociedade. A educação sozinha não vai transformar uma sociedade, mas a transformação não pode ocorrer sem educação”, disse Joana, dirigindo-se a uma plateia de formandos do projeto Dupla Escola, curso técnico profissionalizante em telecomunicações integrado ao ensino médio.
“E por que a igualdade de gênero é importante para uma cultura de direitos humanos, paz e cidadania? Porque a gente sabe que os estereótipos de gênero, que são aqueles papéis que a sociedade, a cultura, atribuem a homens e mulheres, são na maioria das vezes nocivos e limitam as oportunidades de meninos e meninas serem e realizarem seus sonhos”, disse.
Criado em 2014 pelo Instituto Net Claro Embratel em parceria com a Secretaria Municipal do Rio de Janeiro, a Fundação Xuxa Meneghel e a empresa Intel, o programa Dupla Escola formou sua segunda turma de técnicos e técnicas em telecomunicações, tendo como alunos adolescentes de baixa renda, moradores do subúrbio da capital fluminense.
De acordo com Daniely Gomiero, vice-presidente de projetos do Instituto Net Claro Embratel, do total de 126 formandos do curso em 2017, 60% são meninas. “Estou há 17 anos na empresa e, em 2001, eu era responsável pelo recrutamento e seleção. Contratei muitos técnicos e em nenhum processo seletivo havia mulheres. A velocidade da transformação foi muito rápida”, declarou a executiva.
Na plateia, algumas técnicas em telecomunicações pediram o microfone para contar casos de discriminação de gênero no trabalho e na família por terem escolhido uma profissão tradicionalmente ligada ao universo masculino. De maneira geral, esse(a) profissional tem como principais funções instalar, operar e fazer a manutenção de sistemas de telecomunicações.
“Se vocês quiserem pegar uma escada e subir num poste, se quiserem consertar uma TV, porque em telecomunicações também tem eletrônica, vocês podem. Eu sofri discriminação, sofri preconceito e abuso de cliente, nem por isso eu desisti”, disse uma das participantes.
Joana, da ONU Mulheres, afirmou que os estereótipos de gênero também intensificam a violência, na medida em que a ideia de que o homem precisa ser “machão, violento, valente” e a mulher “frágil” reforça essa cultura e uma dinâmica de poder que faz a sociedade aceitar a violência.
“No momento em que a gente desconstrói, questiona esses papéis através da educação com a juventude, a gente cria relações mais respeitosas, respeitando a pessoa por quem ela é, respeita o ‘sim’, o ‘não’, as escolhas, e a gente cria uma relação entre homens e mulheres, mulheres e mulheres e homens e homens que é muito mais pacífica”, disse.

Educação para a construção da paz

Também presente no evento, o chefe de educação do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) no Brasil, Ítalo Dutra, lembrou que a escola é a porta de entrada para a garantia do direito à educação, mas também da garantia de outros direitos de crianças e adolescentes.
“Não estar na escola muitas vezes significa não estar tendo seu direito garantido, o direito de aprender e se desenvolver; o direito à saúde; o direito à proteção; o direito à vida, inclusive”, declarou durante o debate “Diálogos Gigantes”.
Ele lembrou que metade dos estudantes brasileiros com idade entre 15 e 17 anos não está no ensino médio, enquanto 35% não chegam ao final dessa etapa. Mais de 65 milhões de brasileiros não concluíram a educação básica, salientou.
“Nosso esforço é olhar para cada um deles e estabelecer as ações para garantir que estejam na escola aprendendo com qualidade”, disse. “Ainda são poucos os adolescentes que tem essa oportunidade”.
Caroline Dantas Silva, formanda do programa Dupla Escola, disse que a educação abre possibilidades de ascensão. “Se não estudar, não vai ser ninguém”, disse. “O que é não ser ninguém? É ter negado seu direito de ser você, o direito à vida”.
“Quando a gente incentiva um jovem e mostra para ele que ele tem o poder de ascender de uma forma justa, digna, onde lá na frente ele seja reconhecido por isso, ele não vai procurar outra forma de ascender”, declarou, mencionando que todos os dias vê jovens em seu bairro entrando no mundo do crime.
Moderadora do debate, Ilona Szabó, especialista em segurança pública e diretora-executiva do Instituto Igarapé, citou dados sobre a relação entre escolaridade e criminalidade. No sistema prisional brasileiro — o terceiro maior do mundo —, 75% dos detentos não acessaram o ensino médio. Desses, 55% são jovens, têm entre 15 e 29 anos. Dos cerca de 60 mil brasileiros assassinados todos anos, mais da metade deles tem essa idade.
“É preciso a gente assumir a gravidade de tal quadro, mas também saber que é possível solucioná-lo”, declarou. “Eu vi ao longo da minha trajetória que a única maneira de a gente parar de fato de alimentar o ciclo da violência é investindo em educação”.

Ações das Nações Unidas no Brasil

A ONU Brasil tem uma série de projetos que abordam a questão da igualdade de gênero nas escolas, entre eles, “O Valente não é Violento”, currículo interdisciplinar disponível na Internet (clique aqui) que tem como objetivo abordar questões de sexualidade e de gênero para combater e prevenir a violência contra mulheres e meninas.
O currículo faz parte de iniciativa de mesmo nome que integra a campanha UNA-SE Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres, do secretário-geral das Nações Unidas. A ação é coordenada pela ONU Mulheres, tem o envolvimento de todas as agências da ONU e é financiada pela União Europeia.
Já a Busca Ativa Escolar é uma plataforma gratuita para ajudar os municípios a combater a exclusão escolar. Foi desenvolvida pelo UNICEF em parceria com a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME), o Colegiado Nacional de Gestores Municipais de Assistência Social (CONGEMAS) e o Instituto TIM.
A intenção é apoiar os governos na identificação, registro, controle e acompanhamento de crianças e adolescentes que estão fora da escola ou em risco de evasão escolar. Por meio da Busca Ativa Escolar, municípios e estados terão dados concretos que possibilitarão planejar, desenvolver e implementar políticas públicas que contribuam para a inclusão escolar.
 
Posted: 28 Feb 2018 07:29 AM PST
Da esquerda para a direita, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha; o representante da OPAS/OMS, Joaquín Molina; o presidente do Brasil, Michel Temer; e o ministro da Saúde, Ricardo Barros. Foto: Ministério da Saúde/Rodrigo Nunes
Da esquerda para a direita, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha; o representante da OPAS/OMS, Joaquín Molina; o presidente do Brasil, Michel Temer; e o ministro da Saúde, Ricardo Barros. Foto: Ministério da Saúde/Rodrigo Nunes
A Presidência da República do Brasil concedeu na terça-feira (27) a medalha de mérito Oswaldo Cruz na categoria ouro a três dirigentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) — o diretor-geral da instituição, Tedros Adhanom Ghebreyesus, a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), escritório regional da OMS, Carissa Etienne, e o representante da OPAS/OMS no Brasil, Joaquín Molina.
A honraria foi recebida por Molina em cerimônia realizada no Palácio do Planalto. A distinção reconhece os serviços prestados pelo organismo internacional à saúde pública brasileira. Inspirada em um dos mais reconhecidos cientistas e sanitaristas do Brasil, Oswaldo Cruz, a premiação homenageia pessoas que se destacam no campo das atividades científicas, educacionais, culturais e administrativas para a saúde individual e coletiva dos cidadãos.
Ao receber a medalha, Molina ressaltou a importância da colaboração entre a OPAS/OMS e o Brasil para garantir o direito à saúde para a população por meio do fortalecimento do SUS.
“No país, a cooperação técnica oferece uma oportunidade de interatuar com vários parceiros e de intercambiar informações para melhorias nas condições de saúde”, disse o representante nacional da OPAS/OMS. “Dessa forma, podemos atender às prioridades das agendas nacional, regional e global para superar os desafios e contribuir para o desenvolvimento em saúde.”
A OPAS trabalha com os países das Américas para melhorar a saúde e a qualidade de vida de sua população. Fundada em 1902, é a mais antiga agência internacional de saúde pública do mundo. A instituição atua como Escritório Regional da OMS para as Américas e é a agência especializada em saúde do sistema interamericano.
 
Posted: 28 Feb 2018 07:03 AM PST
UNAIDS confronta pessoas com situações hipotéticas para suscitar reflexões sobre discriminação. Imagem: UNAIDS
UNAIDS confronta pessoas com situações hipotéticas para suscitar reflexões sobre discriminação. Imagem: UNAIDS
Às vésperas do Dia Mundial de Zero Discriminação, celebrado em 1º de março, o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) chama cidadãos de todos os países a se posicionar por uma sociedade mais justa e igualitária. Para lembrar a data, a agência da ONU realiza uma campanha de conscientização em que mostra como o preconceito pode estar presente em situações cotidianas.
Através de artes com casos hipotéticos, o organismo internacional desafia as pessoas a se colocar em um determinado contexto e a pensar em como reagiriam se isso acontecesse com elas. O UNAIDS faz questionamentos sobre quais atitudes indivíduos tomariam.
Clique para exibir o slide.Os materiais podem ser compartilhados com amigos, familiares e seguidores em geral por qualquer usuário das redes sociais. É possível encontrar mais artes no Flickr do UNAIDS Brasil — acesse clicando aqui.
Para o UNAIDS, a discriminação não desaparecerá sem que as pessoas enfrentem ativamente a ignorância, assim como as práticas e crenças que a alimentam. “Todos podemos desafiar a discriminação e divulgar o conhecimento”, defende a campanha.
Com a iniciativa, a agência da ONU reafirma que ninguém deve ser discriminado por causa de sua idade, gênero, orientação sexual, deficiência, raça, etnia, idioma, saúde, incluindo o estado sorológico positivo para o HIV, localização geográfica, situação econômica ou migratória — ou por qualquer outro motivo.

“Não alcançaremos nossa visão para a saúde ou os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ​​se não enfrentarmos a discriminação”, disse o diretor-executivo do UNAIDS, Michel Sidibé, por ocasião do lançamento da campanha.
O organismo internacional também preparou um livreto informativo com depoimentos reais de pessoas que sofrem discriminação. A publicação traz dez sugestões para países contribuírem com a construção de sociedades livres de preconceito.
Entre as recomendações, estão a garantia da educação gratuita em todos os níveis para todas a pessoas; o fim das desigualdades de gênero; a eliminação da discriminação nos locais de trabalho contra profissionais lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transgênero e intersexo; e a anulação de leis punitivas que tenham resultados negativos para a saúde.
O documento foi traduzido para o português e pode ser acessado gratuitamente em meio online — leia a cartilha clicando aqui.
A publicação também divulga cinco atitudes que qualquer pessoa tomar para enfrentar o preconceito: tratar as pessoas com respeito e não discriminar; defender os direitos das pessoas deixadas para trás, como profissionais do sexo, pessoas que usam drogas, homens gays e outros homens que fazem sexo com homens, travestis e transexuais, mulheres, meninas e migrantes; denunciar a discriminação pelas redes sociais e outras plataformas; escrever para parlamentares cobrando reformas de leis discriminatórias; e pressionar o governo, lembrando que ele tem a obrigação, nos termos do direito internacional de direitos humanos, de garantir o exercício de todos os direitos humanos por todos os cidadãos.
A equipe do UNAIDS no Brasil convida todos os interessados a acompanhar a campanha e conhecer o Programa nas páginas da agência no FacebookTwitter e Instagram.
Para conhecer a Agenda para Zero Discriminação nos Serviços de Saúde, elaborada pelo UNAIDS, clique aqui.
 
Posted: 27 Feb 2018 02:07 PM PST
Indígenas em manifestação em Brasília. Foto: Mídia Ninja
Indígenas em manifestação em Brasília. Foto: Mídia Ninja
As mais de 240 recomendações de direitos humanos feitas ao Brasil no ano passado pela comunidade internacional são uma oportunidade de o país ter um norte sobre o trabalho pendente no tema, disse nesta terça-feira (27) Xavier Mena, representante regional adjunto do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH).
As declarações foram feitas durante audiência pública em Brasília (DF) que discutiu a possibilidade de o Brasil criar mecanismos ou um plano nacional para monitorar o cumprimento das centenas de recomendações de direitos humanos recebidas pelo país em 2017 e que precisam ser cumpridas até meados de 2021.
“Fazer uma análise das recomendações aceitas pelo Brasil nos permite ter um norte sobre o trabalho pendente que existe em matéria de direitos humanos no país. Nos permite também saber com o quê o país se comprometeu”, declarou Mena.
Em setembro do ano passado, o Brasil recebeu 246 recomendações de direitos humanos realizadas no âmbito da Revisão Periódica Universal (RPU), do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, em uma espécie de sabatina à qual os Estados-membros são submetidos a cada quatro anos e meio. O Brasil aceitou cumprir 242 dessas recomendações feitas pelos países até o próximo ciclo da RPU.
A maior parte das recomendações (48) referiu-se ao tema da Justiça criminal e da violência policial no Brasil. O segundo tema mais mencionado pela comunidade internacional foi a situação de violação de direitos dos povos indígenas (29 recomendações), seguida pela questão da igualdade de gênero (26) e da igualdade racial (18), segundo levantamento feito pela organização não governamental Conectas Direitos Humanos, também presente no evento em Brasília.
Mena lembrou que, ao aceitar as recomendações internacionais, o país se comprometeu a trabalhar para melhorar a situação de direitos humanos no país. “O Brasil se comprometeu a combater a pobreza, a assegurar o acesso dos brasileiros e brasileiras ao emprego, à saúde e à educação”, disse.
“Sobre a situação de insegurança, é valioso hoje destacar que o Brasil, durante a RPU, também se comprometeu a trabalhar sobre os temas de perfilamento racial (ou racismo na abordagem policial); as incidências de maus-tratos e tortura nas prisões, além de trabalhar para melhorar a eficiência do Poder Judiciário com audiências de custódia”, declarou.
“A questão da segurança pública representa claramente preocupação central da comunidade internacional em relação ao Brasil”, disse diretora-executiva da Conectas Direitos Humanos, Juana Kweitel.
Representante do Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares (GAJOP) lembrou durante a audiência números do Ministério da Justiça, segundo os quais o Brasil encerrou o segundo semestre de 2016 com mais de 726 mil presos, a terceira maior população carcerária do mundo.
Segundo a organização, o Sistema Judiciário brasileiro insiste em enxergar a prisão como principal meio para combater a criminalidade, enquanto a prisão preventiva tem sido regra e não a exceção como previsto no ordenamento jurídico do país.
Para o GAJOP, a guerra às drogas adotada pelo Brasil ainda enxerga o tema como um “elemento de polícia e do Direito Penal e não como de saúde pública e de cuidado”, o que provoca o encarceramento massivo de jovens pobres e negros.
Paulo Tupiniquim, representante da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), que representa mais de 800 mil indígenas brasileiros, criticou a violência contra essas populações e projetos de lei em tramitação no Congresso que violam seus direitos. “Como os povos vão ter a garantia de sua sobrevivência, sendo que tramitam vários projetos de lei que tiram o direito do indígena sobre sua terra?”, questionou.
Presente na audiência, o ministro interino dos Direitos Humanos, Gustavo Rocha, disse que o Ministério está aberto a manter “um diálogo franco e aberto” com a sociedade civil para a implementação de políticas públicas voltadas aos direitos humanos no Brasil. “Algumas políticas não podemos implementar por ausência de competência, mas isso não impede que as acompanhemos. É isso que a gente pretende fazer no Ministério”, declarou.
Para Alexandre Ghisleni, diretor do departamento de direitos humanos e temas sociais do Ministério de Relações Exteriores, a RPU é uma “conquista da arquitetura internacional de direitos humanos para tratar do tema em escala global”.
“Do ponto de vista da política externa brasileira, dar vazão às recomendações significa garantir o progresso do sistema internacional de direitos humanos e evitar que essa conquista seja esvaziada”, disse, salientando, por outro lado, os desafios que o Brasil enfrentará para atender todas as recomendações.
A audiência pública sobre a RPU integra a agenda de celebrações pelos 70 anos da Declaração Universal de Direitos Humanos. O evento foi promovido pela Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC) — órgão do Ministério Público Federal — e pelas organizações da sociedade civil que compõem o Comitê Brasileiro de Direitos Humanos e Política Externa (CBDHPE).
Clique para exibir o slide.
 
Posted: 27 Feb 2018 01:28 PM PST
Carmen estava grávida quando fugiu da violência na #Colômbia. Buscando uma vida melhor para sua família, transformou sua habilidade de fazer sapatos em um negócio https://t.co/ikONbJGYiN @ACNURBrasil @ACNURamericas pic.twitter.com/G1e1IM8XVI
— ONU Brasil (@ONUBrasil) 27 de fevereiro de 2018

Acompanhe o tema em bit.ly/refmig e bit.ly/objetivo5.
 
Posted: 27 Feb 2018 01:22 PM PST
Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra. Foto: ONU/Elma Okic
Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra. Foto: ONU/Elma Okic
Em meio a retrocessos globais contra os direitos humanos, o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) fez um apelo orçamentário inédito de 278,3 milhões de dólares para 2018. Em média, 40% do orçamento da agência vem dos recursos financeiros regulares da ONU. O restante é de doações voluntárias de países e instituições internacionais. O Brasil não está entre as nações que fazem essas contribuições.
A porta-voz do ACNUDH, Liz Throssell, afirmou nesta terça-feira (27) que, em 2017, as contribuições voluntárias alcançaram uma soma recorde — 142,8 milhões de dólares. Mesmo assim, o escritório não conseguiu verba suficiente para atender a todas as solicitações de assistência que recebeu. Apenas 63 Estados-membros da ONU doaram recursos voluntariamente no ano passado, segundo documento divulgado pelo organismo.
Liz elogiou a decisão da Noruega de aumentar em 3 milhões de dólares as suas contribuições, que chegarão a 18 milhões de dólares anuais para os próximos quatro anos.
Outro país escandinavo lembrado pela representante do ACNUDH foi a Dinamarca, que resolveu dobrar suas doações para 2018. O montante passa dos cerca de 5 milhões de dólares do ano passado para 10 milhões.
Em 2017, a Suécia foi o segundo maior doador do escritório, com quase 16 milhões de dólares, ficando atrás apenas dos Estados Unidos (20 milhões).
A porta-voz da agência da ONU disse esperar que em 2018, com o aniversário de 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, mais países se comprometam a fazer doações voluntárias. “Isso é essencial não apenas para financiar nosso trabalho, mas (também) para mostrar a verdadeira diversidade e amplitude do apoio internacional aos direitos humanos”, disse Liz.
Em 2018, o ACNUDH deverá apresentar um planejamento para os próximos quatro anos. “A meta é angariar apoio em todo o mundo, de governos e outros atores, para os direitos humanos, para ajudar a prevenir a violência e expandir o espaço cívico”, completou Liz.
 
Posted: 27 Feb 2018 01:03 PM PST
Cidade de Deir Ezzor, na #Síria, ficou sob ocupação do ISIS por 3 anos e meio. Missão do Programa Mundial de Alimentos foi à região documentar a situação. Essa é a primeira vez que as @NacoesUnidas vão ao local desde que ele havia se tornado inacessível https://t.co/L4BA01nBzh pic.twitter.com/69narDhsWX
— ONU Brasil (@ONUBrasil) 27 de fevereiro de 2018

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