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segunda-feira, 26 de março de 2018

Boletim diário da ONU Brasil: “Em data contra discriminação racial, ONU pede promoção da tolerância e respeito à diversidade” e 10 outros.

Boletim diário da ONU Brasil: “Em data contra discriminação racial, ONU pede promoção da tolerância e respeito à diversidade” e 10 outros.

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Posted: 21 Mar 2018 12:23 PM PDT
Secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, durante reunião comemorativa por ocasião do Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial. Foto: ONU/Loey Felipe
Secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, durante reunião comemorativa por ocasião do Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial. Foto: ONU/Loey Felipe
Pessoas em todo o mundo estão sendo encorajadas pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, a pensar em como podem promover melhor a tolerância, a inclusão e o respeito pela diversidade.
O chefe da ONU fez o apelo em um discurso na Assembleia Geral em Nova York na terça-feira (20), um dia antes do Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial (21).
“Está na hora de todas as nações e todas as pessoas viverem de acordo com as palavras da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que reconhece a dignidade inerente e os direitos iguais e inalienáveis de todos os membros da raça humana”, afirmou.
Guterres disse que, embora tenha havido progresso desde a adoção da Declaração, há 70 anos – por exemplo, no avanço dos direitos de mulheres, crianças, povos indígenas e pessoas com deficiências –, ainda há muito a ser feito para acabar com atitudes, ações e práticas discriminatórias.
Ele listou questões urgentes, como a desigualdade de gênero; o “aumento alarmante” da xenofobia, do racismo e da intolerância; e um ressurgimento dos partidos políticos de extrema-direita e dos pontos de vista neonazistas.
Refugiados e migrantes também estão sendo privados de seus direitos, além de serem falsamente difamados como ameaças às sociedades que buscam aderir, acrescentou.
“Então, neste Dia Internacional, vamos considerar como podemos promover melhor a tolerância, a inclusão e o respeito à diversidade em todas as nações e em todas as comunidades”, disse.
“Vamos trabalhar para eliminar mensagens de ódio – o conceito de ‘nós’ e ‘eles’; a falsa atitude de que podemos aceitar alguns e rejeitar e excluir os outros simplesmente pela forma como eles se parece, no que creem ou quem amam”, concluiu Guterres
O alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos também destacou a Declaração Universal em seu discurso para o encontro. Zeid Ra’ad Al Hussein ressaltou como a discriminação contra os indivíduos afeta a sociedade como um todo.
“A Declaração Universal dos Direitos Humanos alerta muito claramente que, se os direitos não forem protegidos, o conflito pode continuar”, disse Zeid.
“A experiência demonstrou repetidas vezes que a discriminação, a intolerância, o preconceito e o uso de bodes expiatórios não só conduzem a divisões desastrosas nas sociedades, pondo em risco a coesão nacional; eles também frequentemente geram ameaças à paz regional e levam a um conflito.”
O Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial é observado anualmente em 21 de março.
A data lembra as 69 pessoas mortas durante uma manifestação pacífica em Sharpeville, na África do Sul, naquele dia em 1960.
Elas estavam entre milhares que protestavam contra uma legislação que exigia que cidadãos negros carregassem um tipo de passaporte que restringia seus movimentos – uma manifestação do então sistema do Apartheid que sustentava a segregação racial.
Guterres lembrou que o Apartheid “foi finalmente – e felizmente – enviado para a história” depois que Nelson Mandela foi libertado da prisão e chegou à presidência sul-africana.
Mandela, que morreu em 2013, foi o primeiro presidente democraticamente eleito da África do Sul e o primeiro chefe de Estado negro do país.
Embora a data especial da ONU forneça uma oportunidade para reafirmar a rejeição do racismo, da xenofobia e da intolerância, Guterres se disse “entristecido” com o fato de que essas atitudes persistem em países e em comunidades em todo o mundo.
“Um exemplo austero e trágico está no tratamento notório dos muçulmanos rohingya em Mianmar”, disse ele, referindo-se à minoria étnica cujos membros têm fugido para Bangladesh aos milhares para escapar da perseguição.

Discriminação racial assume muitas formas, diz UNESCO

A data é marcada desde 1966, por iniciativa das Nações Unidas, por conta das mortes de 1960. “Isso aconteceu há mais de meio século; desde então, o sistema do Apartheid teve decretado seu fim oficialmente, mas o racismo ainda causa danos de forma generalizada”, disse Audrey Azoulay, diretora-geral da UNESCO, em mensagem especial para a data.
“De insultos e humilhações a crimes de ódio e massacres, das dificuldades de se obter acesso ao mercado de trabalho às práticas racistas institucionalizadas, a discriminação racial assume muitas formas, que às vezes são extremamente brutais, enquanto em outras são ocultas e dissimuladas”, acrescentou Azoulay.
No entanto, em última instância, todas elas derivam da mesma e perigosa ignorância, acrescentou. “É por isso que a ideologia racista somente pode ser combatida de forma consistente com as armas da mente. Em primeiro lugar, por meio da ciência, que revela a desonestidade do pensamento racista e expõe suas principais forças sociais, ideológicas, políticas e históricas.”
Em segundo lugar, disse, “por meio da educação, que ensina que nenhuma pessoa vale menos do que outra, assim como que a diversidade é um valor que nós devemos respeitar”.
E finalmente, concluiu Azoulay, “por meio da cultura, a única forma pela qual nós podemos substituir uma hierarquia social mortal por um mundo moldado pela consciência do pertencimento a uma humanidade comum”.
Esses três pilares, essas três invenções humanas por meio das quais a humanidade ascendeu e se encontrou, formam a base da UNESCO e definem a sua missão, disse a chefe da UNESCO.
“Assim, o tema do Dia Internacional deste ano, conforme estabelecido pelas Nações Unidas – ‘Promover tolerância, inclusão, unidade e respeito pela diversidade no contexto do combate à discriminação racial’ –, é perfeitamente coerente com aquela missão”, acrescentou ela.
Os muitos projetos colaborativos desenvolvidos nos últimos anos em todas as partes do mundo, com especialistas, políticos locais e internacionais, escolas, museus e organizações da sociedade civil, são testemunhas do “nosso compromisso de lutar contra o racismo”, disse.
Ela citou o projeto de longo prazo ‘A Rota do Escravo’, lançado em 1994, que ainda está sendo realizado e tem trabalhado de forma efetiva na direção de uma melhor compreensão sobre o tráfico de escravos. A parceria estabelecida em 2014 com o Juventus Football Club reafirmou a necessidade urgente de se combater todas as formas de discriminação no esporte, afirmou. No ano passado, a exposição “Us and Them: From Prejudice to Racism” (“Nós e eles: do preconceito ao racismo”, em tradução livre), foi lançada no Museu do Homem, em Paris, com o patrocínio da UNESCO.

“Nós temos a intenção de continuar essa luta de maneira incansável, especialmente por meio da Coalizão Internacional de Cidades Inclusivas e Sustentáveis, apoiada pela UNESCO, e que, desde a sua criação em 2014 tem mostrado ser uma plataforma de compartilhamento de experiências, provenientes de todas as partes do mundo, com o objetivo de melhorar as políticas de combate ao racismo, à discriminação, à xenofobia e à exclusão”, afirmou Azoulay.
“É somente por meio desses esforços que nós seremos de fato capazes de construir um mundo no qual ninguém seja considerado inferior, e no qual, como acredita fervorosamente o filósofo Achille Mbembe, ‘a realidade de um destino comum objetivo pode superar o apego à diferença’”, destacou a chefe da UNESCO.

Década internacional

Uma das ações das Nações Unidas na temática é a Década Internacional de Afrodescendentes (2015-2024), proclamada pela resolução 68/237 da Assembleia Geral.
A data proporciona uma estrutura sólida para as Nações Unidas, os Estados-membros, a sociedade civil e todos os outros atores relevantes para tomar medidas eficazes para a implementação do programa de atividades nos três eixos da iniciativa: reconhecimento, justiça e desenvolvimento.
Existem aproximadamente 200 milhões de pessoas vivendo nas Américas que se identificam como afrodescendentes. Muitos mais vivem em outros lugares do mundo, fora do continente africano.
Seja como descendentes das vítimas do tráfico transatlântico de escravos ou como migrantes mais recentemente, estas pessoas constituem alguns dos grupos mais pobres e marginalizados. Estudos e pesquisas de órgãos nacionais e internacionais demonstram que pessoas afrodescendentes ainda têm acesso limitado a educação de qualidade, serviços de saúde, moradia e segurança. Saiba mais sobre a Década em decada-afro-onu.org.
 
Posted: 21 Mar 2018 11:46 AM PDT
Aroeiras do Itaim, Piauí. Foto: dgarkauskas/Flickr/CC
Aroeiras do Itaim, Piauí. Foto: dgarkauskas/Flickr/CC
O Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrário (FIDA) lançou na última quinta-feira (15), na sede do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), em Brasília, a nova fase do projeto ‘Semear Internacional’.
O objetivo é facilitar o acesso a boas práticas no meio rural e promover o desenvolvimento sustentável no nordeste brasileiro.
O programa – cujo nome oficial é ‘Capacitação para uma gestão com base em resultados e melhoria contínua de inovações em políticas públicas para o combate da pobreza rural no Nordeste brasileiro’, ou simplesmente ‘Semear Internacional’ – procura incrementar o impacto e a eficiência de programas e políticas de combate à pobreza rural no Nordeste do Brasil.
As iniciativas são gerenciadas pelas autoridades brasileiras através de projetos financiados pelo FIDA, com a construção de capacidades institucionais entre as agências do governo no monitoramento e avaliação de resultados.
“O FIDA é uma agência humanitária da ONU e também um fundo de desenvolvimento internacional da agricultura com a finalidade específica de reduzir a pobreza rural nas áreas mais isoladas. Trabalhamos prioritariamente na África, mas também temos atuação na América Latina”, explica o economista regional e gerente de programas do FIDA no Brasil, Paolo Silveri.
“No Brasil, trabalhamos há mais de 30 anos no nordeste. Com a experiência na África, desenvolvemos muitos conhecimentos para o semiárido. Com apoio do governo federal, por exemplo, temos capacitações e assistência técnica, além do fortalecimento da agricultura familiar e de grupos mais vulneráveis”, ressaltou Paolo ao programa ‘Brasil Rural’, da Rádio Nacional.
Na entrevista, Paolo cita também desafios na área rural do país como a fome, apesar da alta produção agrícola, e a falta de políticas públicas para a agricultura familiar. Acesse a entrevista na íntegra clicando aqui.
 
Posted: 21 Mar 2018 11:16 AM PDT
Foto: Marcello Casal Jr./Arquivo ABr
Foto: Marcello Casal Jr./Arquivo ABr
Acontece nos dias 21 e 22 de março em Gravatá, Pernambuco, a primeira etapa da capacitação para alfabetização na idade certa e enfrentamento da exclusão escolar para professores, gestores e técnicos de educação de 15 municípios pernambucanos que participam do Programa Educação Integrada (PEI).
Participam do encontro representantes do UNICEF (responsável pelo apoio técnico), da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) e do BNDES (parceiros financiadores) e do Governo de Pernambuco, responsável pelo PEI por meio da Secretaria de Educação.
O programa desenvolve estratégias de formação de professores e gestores, além de qualificação de ambientes pedagógicos para potencializar práticas comprometidas com a aprendizagem inclusiva e no tempo certo, contribuindo com a melhoria dos resultados e indicadores de escolas públicas em Pernambuco.
Segundo dados da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios de 2015, a taxa de analfabetismo estimada para Pernambuco, de 15,4%, é o dobro da média nacional, de 8,0%.
A distorção entre idade-ano também é mais acentuada no Estado do que a média brasileira, segundo os dados do Censo Escolar de 2016. Enquanto em Pernambuco 21% das crianças e dos adolescentes matriculados na rede pública de ensino estão com atraso superior a dois anos nos anos iniciais (1º ao 5º ano) e 36% nos anos finais (6º ao 9º ano) do ensino fundamental, a média brasileira gira em torno de 14% e 30%, respectivamente.
Os municípios contemplados pelo programa foram escolhidos com base em indicadores socioeconômicos e de desenvolvimento educacional aquém do esperado, considerando municípios com população entre 10 mil e 200 mil habitantes. As cidades são: Afogados da Ingazeira, Arcoverde, Bom Conselho, Bonito, Cabrobó, Camaragibe, Flores, Floresta, Itapissuma, Salgueiro, Santa Cruz do Capibaribe, São Bento do Una, Tamandaré, Timbaúba e Trindade.
As ações abrangem cerca de 55 mil crianças de mais de 350 escolas e envolvem cerca de 4.700 professores que serão capacitados ao longo do ano, respeitando o calendário letivo de cada município para que não haja interferência no calendário pedagógico.
A jornada de formação será iniciada na próxima semana com a capacitação dos gestores das escolas por meio de palestras e oficinas temáticas com foco em gestão democrática.
 
Posted: 21 Mar 2018 10:49 AM PDT
Em Roraima, ONU e parceiros promovem aula aberta de defesa pessoal para comunidade
Imagem: divulgação
Você já pensou em aprender técnicas do Jiu-Jitsu para defesa pessoal e conseguir se proteger sem precisar agredir o outro?
Nesta quinta-feira, 22 de março, será oferecida uma aula aberta de defesa pessoal voltada para mulheres, população LGBTI e pessoas em situação de vulnerabilidade social em Roraima. A atividade será oferecida em Boa Vista, na Praça Mané Garrincha, bairro Tancredo Neves, a partir das 18h30.
A atividade faz parte do mês em comemoração ao Dia da Mulher e é uma iniciativa do Fundo da População das Nações Unidas (UNFPA), Agência das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) e Organização Internacional para as Migrações (OIM), em parceria com a Universidade Federal de Roraima e apoio da Prefeitura de Boa Vista, Defensoria Pública do Estado de Roraima, Núcleo de Mulheres de Roraima e Coordenação de Políticas Públicas para as Mulheres da Secretaria do Trabalho e Bem-Estar Social do Governo do Estado de Roraima.
A aula será ministrada pela campeã brasileira Yvone Duarte e pelo professor de educação física e mestre de Jiu-Jitsu Pascoal Duarte.
“Tem um tempo que venho pensando em como colocar o Jiu-Jitsu em outra dimensão, que não seja só a da competição esportiva, mas também em uma perspectiva social”, afirma Yvone. Professora de Jiu-Jitsu e defesa pessoal, ela iniciou parceria em 2017 com o projeto “Escuta Diversa” na Universidade de Brasília (UnB), empregando técnicas da modalidade para a defesa de pessoas em situação de vulnerabilidade social, como mulheres e população LGBTI.
Em Boa Vista, ela e seu irmão, o professor Pascoal Duarte, vão iniciar o projeto em parceria com a Universidade Federal de Roraima. A proposta é levar as aulas de defesa social e rodas de conversa para pessoas que estejam sendo ameaçadas, com seus direitos violados e dignidade e integridade ameaçadas.
Uma pequena mostra das atividades que farão parte do projeto de extensão da UFRR poderá ser vivenciada pela população gratuitamente na praça.
“Nosso programa foi montado pensando em neutralizar ataques e agressões com técnicas de imobilização, bloqueio, chave de braço, torções e alavancas para dominar e paralisar o agressor sem inverter o papel”, explica Yvone. Segundo ela, a ideia não é passar de agredido para agressor, mas sim estimular a defesa pessoal da não violência: paralisar, sem agredir.
“Roraima infelizmente tem uma alta taxa de violência contra a mulher, bem acima da média nacional. É importante levantar o debate e criar formas de resiliência comunitária. Sabemos que nada substitui políticas públicas, é nesse sentido que deve vir a proteção a pessoas em vulnerabilidade, mas também faz parte incentivar as iniciativas de base comunitária enquanto alternativas”, pondera a oficial de Programa do UNFPA Ana Cláudia Pereira.
Além da aula aberta, o evento também contará com uma roda de conversa com a participação da coordenadora da Defensoria Especializada na Defesa da Mulher, Jeane Xaud, bem como representantes do Núcleo de Mulheres de Roraima e Universidade Federal de Roraima.
 
Posted: 21 Mar 2018 10:34 AM PDT
Adolescente brasileira grávida. Foto: Marcello Casal Jr/Abr.
Adolescente brasileira grávida. Foto: Marcello Casal Jr/Abr.

Entrevistador: Se tu pudesse escolher, como seria a tua vida daqui a dez anos?Entrevistada: Acho que a mesma. (Risos)
Entrevistador: Em relação a trabalho, o que que tu pensa? Tu queria tá trabalhando, não queria ou não importa?
Entrevistada: Não, tá bom mermo do jeito que eu tô.
Entrevistador: E tu pensa em voltar a estudar?
Entrevistada: Não.

No Brasil, 11 milhões de jovens, quase um quarto da população entre 15 e 29 anos, não estudam nem trabalham. Em um país cuja força de trabalho está ficando mais velha e começará a diminuir em 2035, um diálogo como esse soa preocupante.
Para jogar luz sobre os jovens que não estudam nem trabalham, pesquisadores do Banco Mundial fizeram 77 entrevistas qualitativas (como a acima) com jovens pernambucanos de 18 a 25 anos, moradores tanto de zonas urbanas quanto das rurais.
O resultado é o estudo “Se já é difícil, imagina para mim…”, lançado em março pelo Banco Mundial no Rio de Janeiro.
Segundo a autora, Miriam Müller, é preciso desconstruir o termo “nem-nem”, que não reflete as muitas diferenças entre esses jovens e joga sobre eles um enorme estigma.
“A culpa não é dos jovens. O estudo mostra que algumas condições relacionadas à pobreza e ao gênero produzem um conjunto de barreiras difíceis de superar. Essas limitações prejudicam sobretudo as mulheres, que se veem afetadas na capacidade de imaginar seus futuros, perseverar e ter resiliência”, avalia a cientista social alemã.
O fenômeno dos jovens fora da escola e do mercado de trabalho não é exclusividade brasileira: o documento lembra que ele persiste na América Latina e no Caribe, com consequências desafiadoras.
Trabalhos anteriores feitos na região sugerem, por exemplo, que o problema pode ameaçar a produtividade e o crescimento econômico a longo prazo. Além disso, como 66% dos nem-nens latino-americanos e caribenhos são mulheres, o tema também pode contribuir para uma transmissão intergeracional da desigualdade de gênero.

Discriminação e falta de apoio

Os jovens brasileiros considerados “nem-nens” ou “desengajados” têm diversas razões para estar assim. A primeira delas é o que as autoras chamam de barreiras à motivação interna, ou seja, falta de aspiração ou predisposição para voltar aos estudos ou ao trabalho.
Nesse perfil, encontram-se principalmente as mulheres casadas e com filhos pequenos, vivendo sob normas sociais que reforçam seu papel de cuidadoras e restringem suas oportunidades econômicas.
No segundo grupo, estão aqueles que expressaram motivação para voltar a trabalhar ou estudar, mas não tomaram uma providência porque lhes faltam as ferramentas necessárias para realizar essa aspiração. Embora muitos dos entrevistados tenham se inscrito no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ou enviado currículos, não deram continuidade a esses esforços.
“Como esses jovens não tiveram contato com pessoas cujas carreiras fossem interessantes, não conseguiram encarar suas aspirações como algo realista nem receberam informações sobre como realizá-las. A escola tampouco os apoiou”, informa o documento.
Por último, o estudo conta a história de jovens que, embora tenham se esforçado para estudar ou trabalhar, desistiram por causa de barreiras externas. Entre elas, os desafios de conciliar emprego e sala de aula, poucos recursos financeiros ou qualificação, falta de transporte público seguro para se locomover entre uma atividade e outra, e a crise econômica do país. As que já são mães ainda relataram a discriminação que sofreram por parte de potenciais empregadores.

A culpa não é dos jovens. O estudo mostra que algumas condições relacionadas à pobreza e ao gênero produzem um conjunto de barreiras difíceis de superar.Miriam Müller
Autora do relatório

Muito além dos cursos técnicos

Depois de ouvir esses jovens, suas frustrações e necessidades, as pesquisadoras fizeram uma série de recomendações de políticas públicas para fortalecer a capacidade dos jovens de aspirarem a objetivos, criar e levar adiante seus projetos de vida.
Segundo as autoras, provavelmente é insuficiente aumentar a oferta de cursos técnicos com o objetivo de viabilizar a participação dos jovens no mercado de trabalho se isso não estiver associado a intervenções que:
  • Facilitem o acesso a informações sobre oportunidades e como elas podem concretamente mudar suas vidas;
  • Incutam um sentimento de pertencimento e preparação entre os jovens que sentem que as oportunidades disponíveis não são para eles;
  • Ofereçam programas de apoio ou de mentoria para ajudar esses jovens a lidar com as dificuldades associadas ao cumprimento de objetivos.
A promoção das aspirações relacionadas a trabalho e educação, principalmente entre as mulheres, é uma importante porta de entrada para programas e políticas públicas, acrescenta o relatório: “Muitas das mulheres entrevistadas não conseguem imaginar uma vida em que seu papel não seja somente o de uma cuidadora”.
Finalmente, o documento propõe intervenções específicas para as áreas rurais, onde a divisão do trabalho ainda se baseia muito no gênero. No campo, ainda é preciso conscientizar sobre possibilidades de trabalho além da agricultura e conectar os jovens a oportunidades, garantindo mobilidade a preços acessíveis entre a zona rural e os centros urbanos.
Tudo isso pode fazer a diferença para os futuros integrantes da força de trabalho do país, donos de um potencial que o país não pode mais desperdiçar.
 
Posted: 21 Mar 2018 10:19 AM PDT
Plantação de café em São Paulo. Foto: Marcelo Camargo/ABr
Plantação de café em São Paulo. Foto: Marcelo Camargo/ABr
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e parceiros lançaram nesta terça-feira (20), durante o 8º Fórum Mundial da Água, em Brasília, o livro “Agricultura Irrigada Sustentável no Brasil: Identificação de Áreas Prioritárias”.
O lançamento ocorrei no estande da Confederação Nacional da Agricultura do Brasil (CNA), entidade apoiadora da publicação.
“Não poderia haver momento mais oportuno para lançar este livro [no Fórum Mundial da Água], já que é a água que vai ser a responsável por toda esta transformação necessária para que sejam produzidos alimentos em quantidade e qualidade para o Brasil”, afirmou o representante da FAO no Brasil, Alan Bojanic.
O estudo, produzido pela agência da ONU, apresenta um panorama de áreas prioritárias com potencial para o fomento da agricultura irrigada no Brasil por meio do uso adequado e sustentável das águas superficiais e subterrâneas – sem conflitos com os demais usuários –, além de definir metas e formas mais eficazes de utilização da irrigação.
A agricultura é a principal usuária dos recursos hídricos disponíveis, uma média de 70% do consumo mundial.
Segundo o estudo, a irrigação, se bem planejada e executada, possibilita o aumento da produção, da eficiência no uso da água, tanto em quantidade quanto em qualidade e regularidade, e da diversidade de culturas. As boas práticas podem contribuir significativamente no fomento da produção agropecuária e, consequentemente, no próprio PIB do país.
NOVO: livro da FAO apresenta um panorama de áreas prioritárias com potencial para o fomento da agricultura irrigada no 🇧🇷 👉https://t.co/yZQWmB7UEl @FAOAmericas @FAOclimate@FAOKnowledge @ONUBrasil @WaterForum8 @ANAgovbr @SistemaCNA @FAO_AgriFam pic.twitter.com/N3PAlDnzYN
— FAO Brasil (@BrasilFAO) 21 de março de 2018

Segundo o coordenador da publicação, José Borguetti, foram identificados 4,5 milhões de hectares em 20 estados e 1.142 municípios que estão aptos para iniciar o fortalecimento e o incremento da produção agroalimentar no Brasil “com o objetivo de contribuir para a segurança alimentar do país”.
“Este estudo é importante para a produção de alimentos, já que até 2050 vamos ter quase 10 bilhões de habitantes no mundo”, comentou o representante da FAO no Brasil.
A cerimônia contou com a presença do presidente da Confederação, João Martins. “Esse livro vai ao encontro do que a CNA ultimamente vem fazendo. Estamos buscando parcerias com diversas instituições que possam proporcionar benefício ao produtor rural”, afirmou.
O presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Maurício Lopes, parabenizou pelo estudo e disse que o Brasil tem uma agricultura gigante, mas ainda muito “dependente dos céus”, dependente de chuva.
“O Brasil irriga relativamente pouco, apesar de ser um país com uma riqueza hídrica extraordinária. Se bem conhecida e bem mapeada, pode dar suporte ao crescimento da agricultura irrigada que o Brasil precisará”, avaliou.
Acesse o livro clicando aqui.
 
Posted: 21 Mar 2018 09:32 AM PDT

Vem com a ONU dar um basta no racismo! Compartilhe essa ideia! Acesse: bit.ly/vnegras.
 
Posted: 20 Mar 2018 04:43 PM PDT
O coordenador-residente do Sistema ONU e representante do PNUD no Brasil, Niky Fabiancic, durante abertura da Conferência Internacional da Primeira Infância. Foto: Beto Barata/PR
O coordenador-residente do Sistema ONU e representante do PNUD no Brasil, Niky Fabiancic, durante abertura da Conferência Internacional da Primeira Infância. Foto: Beto Barata/PR
Compartilhar experiências e lições aprendidas com a ampliação de programas de desenvolvimento da primeira infância e estabelecer um consenso nacional duradouro em torno do programa Criança Feliz é a proposta da Conferência Internacional da Primeira Infância, que teve início nesta terça-feira (20) em Brasília.
Organizada pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), a conferência deverá alcançar público de aproximadamente 150 convidados brasileiros e estrangeiros, incluindo gestores de políticas públicas, pesquisadores e representantes de vários setores envolvidos no desenvolvimento da primeira infância.
A cerimônia de abertura da conferência teve a presença do presidente da República, Michel Temer; do presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos; do ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra; entre outras autoridades dos governos brasileiro e colombiano.
O coordenador-residente do Sistema ONU e representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) no Brasil, Niky Fabiancic, também compôs a mesa e destacou a relevância do programa Criança Feliz para o desenvolvimento inclusivo e sustentável.
“A promoção do desenvolvimento na primeira infância tem sido objeto de atenção mundial e prioridade nas políticas públicas. É consenso entre especialistas que as bases do desenvolvimento humano integral são construídas fundamentalmente nos primeiros seis anos de vida”, ressaltou Fabiancic.
“O desenvolvimento da menina e do menino na primeira infância é a chave para a implementação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, como também tem um efeito multiplicador em outros Objetivos Globais, incluindo aqueles relacionados a nutrição, saúde, educação e proteção”, completou.
Cinco organismos das Nações Unidas no Brasil apoiam o programa Criança Feliz desde sua concepção, em 2016: Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) e PNUD.
A UNESCO, o UNICEF e a OPAS/OMS colaboraram tanto na construção de referenciais teóricos e parâmetros metodológicos quanto no processo de capacitação de multiplicadores estaduais e municipais.
A UNESCO, também na organização da Conferência Internacional da Primeira Infância, contribui para a execução do programa em todo o país, por meio da contratação de consultorias especializadas, produção de conhecimento, elaboração de estudos técnicos e realização de capacitações.
O UNICEF e a OPAS/OMS têm apoiado e participado da capacitação de multiplicadores estaduais, que atuam junto a pais e cuidadores por meio da intervenção Cuidados para o Desenvolvimento da Criança (CDC), metodologia preconizada por ambas organizações, tendo sido adotada em todas as capacitações promovidas no âmbito do Programa Criança Feliz.
O PNUD tem apoiado o fortalecimento institucional da Secretaria Nacional do Desenvolvimento Humano, responsável pela gestão do ‘Criança Feliz’, além de participar da execução do projeto “Bases para a Avaliação de Impacto do Programa Criança Feliz”, que tem como objetivo definir e aplicar protocolo de avaliação de impacto, bem como elaborar questionários e instrumentos para a coleta de dados a nível municipal, em parceria com o MDS, a Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal e a Fundação Itaú Social.
 
Posted: 20 Mar 2018 03:46 PM PDT
Diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), José Graziano da Silva. Foto: FAO/Alessia Pierdomenico
Diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), José Graziano da Silva. Foto: FAO/Alessia Pierdomenico
O consumo mundial de água aumentou seis vezes durante o século passado, o dobro da taxa de crescimento populacional, e a escassez é agora um desafio ameaçador para a humanidade devido a uma série de fatores que vão desde mudanças climáticas e poluição até a falta de capacidade e infraestrutura.
Em uma mensagem de vídeo dirigida ao 8º Fórum Mundial da Água, realizado em Brasília, o diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), José Graziano da Silva, advertiu que dois terços da população mundial vivem em condições de escassez severa de água pelo menos uma parte do ano.
Isso tem um impacto particularmente grave sobre as pessoas que dependem da agricultura que, em alguns casos – especialmente entre os mais pobres – podem não ter alternativa senão emigrar em busca de melhores meios de subsistência. “Mas a migração deve ser uma opção, e não a única alternativa que resta”, disse Graziano da Silva.
A FAO apresentou os resultados de uma nova pesquisa, realizada em conjunto com a Aliança Mundial a favor da Água (‘Global Water Partnership’) e a Oregon State University, sobre o vínculo entre a água e a migração.
O relatório “Estresse hídrico e migração humana” (disponível em inglês), apresentado em um painel de alto nível no fórum, oferece mais de cem estudos detalhados, analisando seus resultados em termos demográficos, temperaturas da superfície e registros de chuvas. A FAO também contribuiu para um capítulo sobre “Soluções baseadas na natureza para gerenciar a disponibilidade de água”, no relatório da ONU também publicado por ocasião do Fórum.
“As estratégias de adaptação agrícola afetam a necessidade de muitas pessoas de migrar e devem ser levadas em consideração de maneira explícita nas políticas contra as mudanças climáticas, entre outras. Analisar as tendências da escassez de água e se preparar para isso é particularmente valioso, pois permite intervir para mitigar a pressão da migração forçada”, explicou Eduardo Mansur, diretor da Divisão de Terra e Água da FAO.
“Permitir uma adaptação proativa”, acrescentou, “é uma estratégia mais eficaz e sustentável do que oferecer uma resposta humanitária reativa diante de dificuldades em larga escala”.
Vídeo do Diretor-Geral #UNFAO @grazianodasilva: “Não haverá soluções para os problemas de hoje com a água se não dermos atenção aos nossos sistemas alimentares. E não haverá solução para os problemas enfrentados pela agricultura se não dermos atenção para a questão da água” pic.twitter.com/olVu0kbKxD
— FAO Brasil (@BrasilFAO) 20 de março de 2018

Uma conclusão-chave do relatório é a necessidade de mais informações sobre as dinâmicas do vínculo entre migração e água na Índia, Ásia Central, Oriente Médio e região central do Sahel, zonas onde se espera que estarão entre as primeiras a enfrentar temperaturas médias da superfície acima da média e uma maior escassez de água nos próximos 30 anos.
O Sul e o Sudeste asiáticos também são relativamente pouco estudados, devido ao grande comprimento de suas costas e às áreas baixas nos deltas dos rios. Embora a escassez de água na América do Sul e no norte da Ásia seja menos aguda, existem poucas evidências nessas zonas sobre as pressões migratórias.

Conclusões do estudo

O estresse hídrico refere-se, em geral, a situações em que a demanda não é atendida devido a uma combinação de problemas de acesso e diminuição da disponibilidade e/ou qualidade da água.
Isso tende a aumentar, como resultado de altas temperaturas, a crescente demanda dos setores agrícola, energético e industrial – e pode refletir em chuvas mais extremas ou na vulnerabilidade às inundações, além de condições mais frequentes de seca. A infraestrutura inadequada pode agravar os déficits na quantidade e qualidade da água.
Embora alguns estudos mostrem uma correlação entre o estresse hídrico e uma maior emigração, a interação causal ainda não é claramente compreendida, como argumenta o relatório.
“É essencial garantir que a interação entre escassez de água e migração não se torne um agravamento mútuo”, disse Olcay Unver, diretor adjunto da FAO responsável pela Divisão de Terra e Água.
A migração é um processo universal e comum e está ligada ao desenvolvimento de múltiplas formas, e a FAO apoia fortemente as políticas que ajudam a torná-la uma opção, e não uma necessidade. As evidências sugerem que os investimentos públicos em adaptação agrícola podem atenuar os fatores adversos da migração rural, explica o relatório.
Embora as intervenções oportunas possam mitigar a migração involuntária, o impacto dos migrantes sobre o estresse hídrico nos lugares que eles chegam também merece maior atenção, especialmente porque os assentamentos informais muitas vezes envolvem formas de uso da terra que empregam a água de forma ineficiente, danificam ciclos hidrológicos locais ou alteram sistemas tradicionais que incentivam a sua conservação.
Ao mesmo tempo, os migrantes podem contribuir positivamente para o gerenciamento e o desenvolvimento da água, tanto nas comunidades de origem quanto nas de acolhimento, por meio de boas práticas, transferência de habilidades e conhecimentos e uso de remessas.
O conceito de migrantes ambientais está despertando cada vez mais a atenção, e são necessários mais dados para entender e antecipar essas tendências em tempo hábil, segundo a FAO e a Organização Internacional para as Migrações (OIM), agências copresidentes dos esforços do Grupo Mundial sobre Migração em 2018 para ajudar a desenvolver um Pacto Global para migração segura, organizada e regular.
 
Posted: 20 Mar 2018 03:21 PM PDT
Clique para exibir o slide.Os países estão atrasados nos investimentos em infraestrutura necessários para atingir o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) número 6 até 2030, que prevê assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todas e todos.
A opinião é de Csaba Korosi, diretor de sustentabilidade ambiental do gabinete do presidente da Hungria, que faz parte de um painel de 11 chefes de Estado e um assessor especial convocado pelo secretário-geral da ONU e pelo Banco Mundial para discutir soluções para a gestão da água.
Segundo Korosi, o mundo precisa duplicar os investimentos em infraestrutura de água nos próximos cinco anos para atingir o ODS 6, em um montante anual de ao menos 600 bilhões de dólares.
“Investimentos em infraestrutura da água estão bem atrás do que deveriam estar para atingir a segurança hídrica até 2030”, declarou ele nesta terça-feira (20), durante painel no Fórum Mundial da Água, que ocorre até sexta-feira (23), em Brasília (DF).
“Comparado a outros setores de infraestrutura, a água ficou bem atrás nos últimos 30 a 40 anos. Acumulamos muitas dívidas em termos de infraestrutura para o desenvolvimento, não apenas nos países emergentes, em todos os países. Não há um país do mundo onde houve investimento apropriado e suficiente”, afirmou.
“Temos que garantir que o setor de água se torne atraente e eficiente o suficiente para receber os investimentos, a inovação, a tecnologia e para servir a população.”
Na semana passada, o painel divulgou um relatório no qual pede uma “mudança fundamental” na forma como o mundo administra a água. De acordo com o documento, 40% das pessoas em todo o mundo estão sendo afetadas pela escassez de água. Se o problema não for solucionado, cerca de 700 milhões de pessoas poderão ser forçadas a se deslocar em busca de água até 2030.
O painel de chefes de Estado fez mais de 60 recomendações para orientar as políticas públicas dos países. O documento defendeu a priorização das soluções de infraestrutura hídrica baseadas na natureza. “Essas solução são mais eficientes e melhores para o meio ambiente e o orçamento”, declarou o representante da Hungria.
Em entrevista ao Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio) após sua apresentação, Korosi disse que a comunidade internacional precisa unir esforços para a construção de um “mapa do caminho, um plano de ação” para a água, e que o relatório do painel é apenas o primeiro passo nesse sentido.
“Não há panaceia, não há uma só solução para uma crise global. Ainda estamos na posição de fazer dar certo. Mas a janela de oportunidade está se fechando.”
Ele não exclui a possibilidade de se criar um pacto global sobre a água, semelhante ao que a comunidade internacional adotou para as mudanças climáticas. No entanto, vê tal acordo como uma meta de longo prazo. “Seria muito bom, mas não tenho certeza de que seja algo a ser alcançado em dois ou três anos. Talvez, mais urgente seria garantir que existam estratégias nacionais para colocar a água no caminho certo”, declarou.
Na abertura do Fórum Mundial da Água, na segunda-feira (19), o presidente da Hungria, János Áder, afirmou que a “água é questão de vida ou morte” e que a escassez desse recurso não é mais um problema do futuro, mas do presente. Segundo ele, muitos dos demais objetivos globais dependem da universalização do acesso à água e ao saneamento.
“Precisamos utilizar menos água per capta, menos água na agricultura. Enquanto isso, a mudança climática ainda nos trará muitas surpresas. O drama hídrico se desdobra à nossa frente”, declarou no discurso, lembrando que enquanto algumas regiões sofrem com as secas, outras enfrentam enchentes e muitas a poluição dos recursos hídricos.
Organizado a cada três anos, o Fórum Mundial da Água é o principal encontro global em que a comunidade de profissionais do setor hídrico e os formuladores de políticas trabalham para estabelecer os planos de ação de longo prazo sobre os desafios relacionados à água. Com mais de 150 países representados, o fórum visa aumentar a conscientização e reforçar o compromisso político com relação ao uso e à gestão da água.
Além do Dia Mundial da Água, celebrado em 22 de março, este ano acontece a abertura da Década Internacional de Ação “Água para o Desenvolvimento Sustentável” (22 de março de 2018 a 22 de março de 2028). A Década visa fortalecer a cooperação e a mobilização internacionais, a fim de contribuir para a realização dos ODS.
 
Posted: 20 Mar 2018 02:30 PM PDT
O coordenador-residente do ONU no Brasil e representante-residente do PNUD no país, Niky Fabiancic (à esquerda), na cerimônia de abertura com o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg. Foto: Gabriela Borelli/PNUD
O coordenador-residente do ONU no Brasil e representante-residente do PNUD no país, Niky Fabiancic (à esquerda), na cerimônia de abertura com o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg. Foto: Gabriela Borelli/PNUD
Para fortalecer o debate sobre a implementação do ODS 6 – Água potável a saneamento, com base na Agenda 2030, o Governo de Brasília, a Secretaria de Governo da Presidência da República e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) abriram oficialmente o “Planeta ODS”, em Brasília, na última segunda-feira (19).
espaço terá atividades transversais ao 8º Fórum Mundial da Água, que acontece nesta semana. Até o próximo dia 23, mesas de debate, exibição de filmes no formato fulldome (360°) e de curtas metragens abordarão o tema água e desenvolvimento. A entrada no planetário é gratuita durante todo o evento.
Na cerimônia de abertura, o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, destacou que a Agenda 2030 é uma importante ferramenta para o alcance do desenvolvimento sustentável. “Nós já estamos exercendo os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Distrito Federal. Trabalhamos para fortalecer os ODS para que tenhamos uma nova consciência para o bem precioso que está em debate, que é a água”, disse.
O secretário nacional de articulação social do governo brasileiro, Henrique Villa, destacou que “os ODS são um compromisso de governo, uma oportunidade única ao Brasil de integrar o conjunto de atores até 2030”.

Para o diretor-presidente da Agência Reguladora de Águas do Distrito Federal (Adasa), Paulo Salles, o Fórum Mundial da Água e o “Planeta ODS” estão totalmente integrados com a perspectiva de desenvolvimento sustentável. “Vamos falar sobre compartilhar os direitos, o uso e os benefícios da água. Só com o diálogo, podemos abrir os caminhos para uma cultura de paz”, afirmou.
A secretária de Planejamento, Orçamento e Gestão do Governo do Distrito Federal, Leany Lemos, destacou que a principal missão de Brasília é se tornar uma cidade sustentável. “Temos muitos desafios. Temos desenvolvido trabalhos significativos com diversos parceiros, inclusive com o PNUD. Hoje fazemos a localização dos ODS no Distrito Federal com o intuito de popularizar essa agenda”, disse.
“O #ODS6 será o centro de nossas atenções durante o Fórum Mundial da Água, mas isso não significa que apenas esse objetivo estará em debate. Toda a programação aqui foi pensada p/ evidenciar as relações entre água e as outras temáticas contempladas na #Agenda2030”, Niky Fabiancic pic.twitter.com/Gp5AuIfKlo
— PNUD Brasil (@PNUDBrasil) 19 de março de 2018

Segundo o coordenador-residente do ONU no Brasil e representante-residente do PNUD no país, Niky Fabiancic, discutir as sinergias entre água e saneamento para o cumprimento dos ODS é o principal objetivo do “Planeta ODS”.
“Temos um evento transversal, com intensa programação. O Planetário de Brasília estará no foco das discussões nesta semana. Toda a programação evidencia a relação da água e saneamento com todos os ODS, de forma transversal”, afirmou.
Durante os quatro dias de programação, os visitantes do “Planeta ODS” participarão de debates sobre água e governança, colaboração do setor privado para o alcance das metas do ODS 6, empreendedorismo e gestão de recursos hídricos e desenvolvimento rural sustentável.
Representantes da sociedade civil, setor privado, governos e organismos internacionais participarão das mesas de discussão. Além dos debates, também haverá exposição de filmes no local. A programação do “Planeta ODS” ocorre transversalmente ao 8º Fórum Mundial da Água.
O “Planeta ODS” é resultado de uma parceria entre a Secretaria de Governo da Presidência da República, o Governo do Distrito Federal, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Centro Rio+.
Para conferir a programação completa do “Planeta ODS”, clique aqu

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