Boletim diário da ONU Brasil: “Violações de direitos humanos em Mianmar afetam toda a região, diz relatora especial” e 11 outros.
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qua, 24 de jul 18:10 (há 4 dias)
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Posted: 24 Jul 2019 01:22 PM PDT
No campo de refugiados de Kutupalong, em Bangladesh, Hamida, de 22 anos e seu filho Mohammed, de 1 ano, esperam para receber ajuda alimentar junto com centenas de outros refugiados rohingya. Foto: ACNUR/Andrew McConnell
Violações de direitos humanos em Mianmar estão criando graves e crescentes problemas para o Sul e o Sudeste da Ásia, afirmou uma especialista das Nações Unidas, pedindo ações mais fortes de países da região na resposta às preocupações envolvendo paz e segurança.
A relatora especial Yanghee Lee citou na quinta-feira (18) os quase 1,5 milhão de refugiados de Mianmar que estão em Bangladesh, Índia, Indonésia, Malásia e Tailândia. Além disso, a especialista também mencionou o tráfico e o contrabando de pessoas de Mianmar e o comércio de drogas ilícitas dentro e fora da região como exemplos das crescentes preocupações.
Lee, relatora especial sobre a situação de direitos humanos em Mianmar, continua tendo acesso negado ao país e concluiu sua missão de 11 dias à Tailândia e à Malásia na semana passada.
“Cabe aos vizinhos de Mianmar reconhecer estas sérias questões e o fato de que elas foram criadas por Mianmar. As contínuas e graves violações de direitos humanos em Mianmar comprometem as vidas de pessoas pelo país e afetam os vizinhos de Mianmar de tal maneira que podem ameaçar a paz e a segurança do Sul e do Sudeste da Ásia.”
A relatora especial também instou países da região a adotarem uma posição mais contundente. “Quando Estados desta região se relacionam com Mianmar, os direitos humanos devem estar firmemente na agenda. Eu, portanto, insto fortemente a Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN, na sigla em inglês) a priorizar os direitos humanos em Mianmar, e a lembrar o governo de Mianmar sobre suas obrigações de respeitar, proteger e cumprir os direitos humanos”.
Durante sua visita, Lee recebeu relatos de que o conflito entre o Tatmadaw (forças armadas do governo) e o Exército Arakan, rebelde, segue firme e que violações e abusos de direitos humanos contra a população civil estão se agravando. O número total de pessoas deslocadas pelo conflito desde janeiro pode chegar a 55 mil nos estados de Chin e Rakhine.
“A situação é urgente e exige mais atenção da comunidade internacional”, disse a relatora.
Além disso, a especialista também afirmou que a suspensão de serviços de internet móvel por parte do governo, que já dura quase um mês, é inaceitável e sem precedentes. A suspensão está ativa em nove municípios do norte de Rakhine e do sul de Chin.
“Agora é a temporada de monções em Mianmar e houve enchentes terríveis em três municípios no estado de Rakhine. Não há acesso à internet móvel em nenhum destes municípios, o que significa que pessoas não foram adequadamente preparadas ou alertadas sobre enchentes que ocorreram. Isso resultou em deslocamento e na destruição de casas.”
Lee também conversou com pessoas de Mianmar, que possuem graves preocupações com a forma com a qual discursos de ódio e campanhas de desinformação estão sendo usados nas redes sociais. As campanhas estão ficando mais sofisticadas, coordenadas e estratégicas, com linguagens codificadas enganar restrições e seguir propagando mensagens de ódio.
Ela afirmou que empresas de redes sociais estão adotando medidas inadequadas e inconsistentes. Lee também declarou que medidas devem ser adotadas de forma transparente em consultas com a sociedade civil e organizações ligadas à tecnologia em Mianmar.
A relatora expressou preocupação com o fato de, durante a missão, ter recebido relatos de mulheres e meninas, algumas de 9 anos, traficadas de Mianmar para países vizinhos para trabalhos sexuais. Anos de conflito nos estados de Shan e Kachin deixaram famílias financeiramente desesperadas, tornando mulheres e meninas vulneráveis ao tráfico de pessoas.
Segundo a relatora, cabe à comunidade internacional promover justiça criminal em Mianmar. Além disso, vítimas também precisam receber reparações por danos causados e têm direito de saber a verdade sobre o que aconteceu com elas, seus familiares e suas comunidades. Garantias sólidas de que violações que ocorreram no passado, e continuam ocorrendo agora, não irão acontecer novamente no futuro também são essenciais.
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Posted: 24 Jul 2019 12:26 PM PDT
UNFPA participou de capacitação de servidores públicos com discussões sobre os grupos mais vulneráveis em contextos migratórios, como as mulheres, as crianças, os idosos e a população LGBTI. Foto: UNFPA/Yareidy Perdomo
Servidores públicos da Prefeitura de Pacaraima (RR) e conselheiros tutelares participaram na semana passada de uma capacitação sobre direitos humanos, migração e refúgio. Promovida pelo governo federal, secretarias municipais e agências da ONU, a iniciativa discutiu políticas de assistência social em resposta à chegada de venezuelanos a Roraima.
Pacaraima faz fronteira com a Venezuela e está na linha de frente do deslocamento em massa de venezuelanos para o território brasileiro. De acordo com a Polícia Federal, até abril de 2019, 46,6 mil venezuelanos viviam em Roraima.
O Brasil já contabiliza quase 100 mil solicitações de refúgio ativas de venezuelanos — o que representa mais da metade do total de 171,8 mil pedidos vigentes de asilo.
Segundo a secretária municipal de Assistência Social de Pacaraima, Izabel Cristina Sampaio, o objetivo da formação era atualizar os conhecimentos dos profissionais da Prefeitura sobre a legislação brasileira que diz respeito a refugiados e migrantes. O curso também abordou formas de atender a essas populações, com o intuito de melhorar a assistência que o governo tem prestado aos estrangeiros.
O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), com o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, participou da iniciativa com discussões sobre leis específicas para grupos vulneráveis em contextos migratórios — como as crianças e adolescentes, as mulheres, os indígenas, os idosos, pessoas com deficiência e indivíduos LGBTI. A agência da ONU promoveu reflexões sobre discriminação, racismo e xenofobia.
O Fundo de População integra a rede de instituições que atendem os refugiados e migrantes venezuelanos em Pacaraima. A agência trabalha no combate e prevenção da violência de gênero e na promoção da saúde sexual e reprodutiva.
“O migrante tem direito de escolher um país para viver se ele estiver com seus direito violados no seu país de origem”, ressaltou durante a formação a coordenadora do Subcomitê de Acolhimento e Interiorização do Ministério da Cidadania, Niusarete Lima.
A capacitação foi promovida pelo Ministério da Cidadania, em parceria com a Prefeitura local, o Ministério da Justiça e Segurança Pública, a Defensoria Pública da União, o Ministério da Defesa, a Casa Civil, a Secretaria Municipal de Assistência Social de Foz do Iguaçu (PR), o UNFPA, a Organização Internacional para as Migrações (OIM) e o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR).
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Posted: 24 Jul 2019 12:22 PM PDT
Inventora Yu Gao em feira de em Genebra. Foto: OMPI/Emmanuel Berrod
A Suíça é o país mais inovador do mundo, de acordo com a edição de 2019 do Índice Global de Inovação (IGI), publicada nesta quarta-feira (24) na Índia. Após a Suíça, estão Suécia, Estados Unidos, Holanda e Reino Unido, revelou o estudo da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI).
O Brasil desceu dois degraus, ocupando o 66º posto. Segundo o levantamento, a maior economia da América Latina e Caribe tem como áreas mais competitivas o investimento em pesquisa e desenvolvimento, a presença de empresas globais, publicações científicas e universidades de qualidade. O país também é o único da região com centros de tecnologia e ciência entre os 100 melhores do mundo.
A pesquisa também identificou outros líderes regionais, como Índia, África do Sul, Chile, Israel, China, Vietnã e Ruanda no topo dos seus respetivos grupos.
De acordo com o levantamento da OMPI, o panorama global da ciência, inovação e tecnologia passou por importantes mudanças nas últimas décadas. As economias de renda média, especialmente na Ásia, estão contribuindo cada vez mais para as taxas globais de pesquisa e desenvolvimento e de criação de patentes.
No entanto, “as despesas públicas com pesquisa e desenvolvimento, particularmente em algumas economias de alta renda, estão crescendo lentamente ou peramenecendo estáveis”.
Para os autores da pesquisa, “isso causa preocupações, dado o papel fundamental do setor público no financiamento de pesquisa básica para futuras inovações”.
A nova edição também afirma que o aumento do protecionismo apresenta riscos. Segundo a OMPI, se o aumento do protecionismo “não for contido, levará a uma desaceleração do crescimento da produtividade e da difusão da inovação em todo o mundo”.
Outra conclusão é que os produtos de inovação ainda estão concentrados em poucas economias. As divisões também persistem na forma como as economias obtêm retorno sobre os seus investimentos. Os autores afirmam que “algumas economias conseguem mais com menos.”
Estudo
O IGI é publicado há 12 anos e é uma referência global que ajuda autores de políticas públicas a entender melhor como estimular atividades de inovação, um dos principais impulsionadores do desenvolvimento econômico e social.
Integram a lista deste ano 129 países, com base em 80 indicadores. São levadas em conta medidas tradicionais, como investimento em pesquisa e desenvolvimento e aplicações de patentes e marcas registradas, até indicadores mais recentes, como criação de aplicativos para telefones celulares e exportações de alta tecnologia.
O estudo também examina o contexto econômico. Apesar dos sinais de desaceleração do crescimento, a inovação continua a florescer, particularmente na Ásia.
Os autores alertaram, no entanto, que “as pressões estão surgindo devido a interrupções no comércio e ao protecionismo” e que “um planejamento governamental sólido para a inovação é fundamental para o sucesso”.
Em nota, o diretor-geral da OMPI, Francis Gurry, disse que o IGI deste ano “mostra que os países que priorizam a inovação em suas políticas viram aumentos significativos em suas posições”.
Segundo o especialista, “a ascensão de potências econômicas como China e Índia transformou a geografia da inovação e isso reflete uma ação política deliberada para promovê-la”.
Saúde
O tema do IGI deste ano é “Criando Vidas Saudáveis - O Futuro da Inovação Médica”.
O estudo inclui uma seção sobre temas de saúde e 16 capítulos escritos por especialistas, analisando assuntos como uso de inteligência artificial, genômica e aplicativos de saúde baseados em telefones celulares.
O diretor-executivo do Instituto Europeu de Administração de Empresas (INSEAD) para índices globais, Bruno Lanvin, disse que “a inovação no campo da saúde está sendo cada vez mais impulsionada por dados e pela inteligência artificial, tanto no diagnóstico quanto no prognóstico”.
Para Lanvin, isso causa “desafios sem precedentes que precisam de atenção urgente nas dimensões ética, social e econômica”. Segundo o especialista, “se não houver uma ação rápida, a inovação em saúde e medicina pode se tornar uma fonte significativa de desigualdade”.
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Posted: 24 Jul 2019 11:48 AM PDT
Refugiados residentes em São Paulo. Foto: ACNUR/L. Leite
A secretária Nacional de Justiça, Maria Hilda Marsiaj Pinto, concede entrevista coletiva na quinta-feira (25) no Ministério da Justiça e Segurança Pública, em Brasília (DF), às 10h30, para divulgar a 4ª edição da publicação “Refúgio em Números”, que traz os dados atualizados sobre solicitações de refúgio e reconhecimento da condição de refugiado no país.
Participam também o coordenador-Geral do Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE), Bernardo Laferté, e o representante da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), Jose Egas.
Na ocasião, também será lançada a Plataforma Interativa de Decisões sobre Refúgio no Brasil – ferramenta inédita que permite a visualização de dados em gráficos e tabelas dinâmicas.
Jornalistas interessados em acompanhar devem enviar nome, veículo e CPF para imprensa@mj.gov.br até as 9h desta quinta-feira (25).
Serviço
Coletiva de imprensa – Refúgio em Números Data: Quinta-feira (25/07/19) Horário: 10h30 Local: T10 – Sala de imprensa do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Edifício Sede Informações: (61) 2025-9743 / imprensa@mj.gov.br
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Posted: 24 Jul 2019 11:37 AM PDT
Sede da CEPAL, em Santiago do Chile. Foto: CEPAL
A Comissão Econômica das Nações Unidas para a América Latina e o Caribe (CEPAL) apresenta na próxima quarta-feira (31) relatório com projeções atualizadas de crescimento para os países da região. O documento será divulgado pela chefe do organismo da ONU, Alicia Bárcena, em coletiva de imprensa com transmissão ao vivo pela Internet.
O Estudo Econômico da América Latina e do Caribe é uma das publicações mais tradicionais da CEPAL. Divulgado anualmente desde 1948, o levantamento analisa o desempenho econômico da região durante o primeiro semestre e apresenta as perspectivas para os meses subsequentes.
Essa edição do Estudo Econômico terá ainda uma seção sobre mudanças na estrutura do sistema financeiro e suas implicações. O capítulo examina abordagens para estudar as potenciais vulnerabilidades financeiras que os países da América Latina e do Caribe enfrentam. O texto também revisa os mecanismos de transmissão e os desafios para avaliar a vulnerabilidade dos choques externos.
O lançamento do relatório acontece na quarta-feira, 31 de julho, às 11h do Chile (12h de Brasília), na sede principal da CEPAL, em Santiago, no Chile. A coletiva de imprensa será transmitida ao vivo pelo site da CEPAL: www.cepal.org.
Os meios de comunicação estão convidados a assistir à divulgação da pesquisa no Escritório da CEPAL no Brasil (por videoconferência). Será possível fazer perguntas ao vivo para Alicia Bárcena. O escritório brasileiro da comissão fica em Brasília (SBS. Edifício BNDES, 17. Andar – Brasília – DF).
A edição digital do relatório completo, com dados de análise econômica para cada país da região, estará disponível no site da CEPAL na quarta-feira, após o final da coletiva de imprensa.
SERVIÇOO quê: Coletiva de imprensa — Lançamento do relatório Estudo Econômico da América Latina e do Caribe 2019Quem: Alicia Bárcena, secretária-executiva da CEPAL Quando: Quarta-feira, 31 de julho, às 11h do Chile (12h de Brasília) Onde: Sede principal da CEPAL em Santiago, Chile (Edifício das Nações Unidas, Av. Dag Hammarskjöld 3477, Vitacura, Sala Celso Furtado)
Para consultas sobre o lançamento e agendamento de entrevistas sobre o relatório, entre em contato com Guido Camú, chefe da Unidade de Informação Pública da CEPAL, em Santiago, no Chile.E-mail: prensa@cepal.orgTelefone: (56 2) 2210 2040
No Brasil, entre em contato com Pulcheria Graziani.E-mail: pulcheria.graziani@cepal.orgTelefones: (61) 3321-3232 — ramal 7016 — ou (61) 99976-8030
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Posted: 24 Jul 2019 11:35 AM PDT
Marcha das Mulheres Negras contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver, em 2015, em Brasília. Foto: PNUD/Tiago Zenero
Na quinta-feira, 25 de julho, é comemorado o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana, Caribenha e da Diáspora, e o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) esteve presente no evento de celebração, promovido pelo Governo do Distrito Federal, na terça-feira (23). O representante do UNFPA no Brasil, Jaime Nadal, reforçou a importância de lutar contra o racismo e o machismo, que também são obstáculos para o exercício dos direitos sexuais e reprodutivos.
Promovido pela Subsecretaria de Direitos Humanos e de Igualdade Racial (SUBDHIR) e pela Secretaria de Justiça e Cidadania (SEJUS) do DF, o evento “Homenagem às filhas de Tereza de Benguela” ofereceu um dia de programação que incluiu uma oficina de turbantes, um cine-debate e a disponibilização de uma cabine fotográfica para as participantes. O UNFPA também mediou a mesa que debateu a situação das “amefricanas” no Brasil e na Diáspora.
Além de fazer uma referência à vida da Tereza de Benguela, líder do Quilombo de Quariterê no século 18, a celebração teve o objetivo de refletir sobre o protagonismo das mulheres negras na formação social, cultural e política do Brasil e dos países da diáspora negra nas Américas, reconhecendo a desigualdade ainda existente. A data marca a luta pelo fim da violência doméstica e do feminicídio, pela garantia de acesso à saúde pelas mulheres negras, inclusive saúde sexual e reprodutiva, pelo direito de exercer práticas religiosas e culturais, entre outras.
O subsecretário de Políticas de Direitos Humanos e de Igualdade Racial do DF, Juvenal Araújo, agradeceu a presença do UNFPA no apoio ao evento. “É importante discutir e aproveitar esse dia para que possamos debater os passos e as políticas públicas para a inclusão da mulher negra nos serviços como educação e saúde, mostrando a realidade da discriminação”, afirmou.
Nadal, por sua vez, enfatizou a necessidade de celebrar figuras históricas como Tereza de Benguela, conhecida como Rainha Tereza, que foi esquecida pelos livros de história, apesar de ter sido líder de um quilombo durante duas décadas. “Sua trajetória inspiradora deve ser conhecida e honrada, assim como a de tantas outras mulheres negras latino-americanas”.
“Do ponto de vista do Fundo de População, ouso trazer um exemplo doméstico e faço referência a Natalia Kanem, atual subsecretária geral da ONU e diretora-executiva do UNFPA, uma das posições mais altas das Nações Unidas. Ela foi a primeira latino-americana a liderar o Fundo de População. Natalia é um exemplo de sucesso de um dos elementos que o UNFPA preconiza: garantir a igualdade de oportunidades e o direito às escolhas, para que cada jovem possa atingir seu potencial”, destacou.
Em seu discurso, o representante do UNFPA reforçou ainda a meta do Fundo de População de, até 2030, alcançar os três zeros: zero necessidades insatisfeitas de contracepção, zero violências ou práticas nocivas contra mulheres e meninas e zero mortes maternas evitáveis.
“Lamentavelmente, o desafio é muito pertinente porque os três zeros almejados não estão garantidos, ainda é preciso trabalhar muito para chegar a eles. E é preciso trabalhar contra práticas e fenômenos enraizados socialmente como o são o machismo e racismo. Cada um dos três desafios elencados, cada um dos zeros pretendidos, traz as marcas do racismo e do machismo”, lembrou.
Jaime Nadal falou sobre a importância de lutar contra o racismo e o machismo. Foto: UNFPA/Fabiane Guimarães
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Posted: 24 Jul 2019 11:03 AM PDT
A medida se dá no âmbito do Projeto de Gerenciamento e Destinação Final de SDOs, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e executado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Foto: PNUD
Para gerenciar o uso de gases contaminados e nocivos à camada de ozônio em aparelhos de refrigeração, centros de regeneração e armazenagem (CRAs) estão sendo beneficiados em diferentes regiões do país.
A medida se dá no âmbito do Projeto de Gerenciamento e Destinação Final de SDOs, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e executado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Os centros que têm apoio da iniciativa funcionam em empresas como a EcoSuporte, em Americana (SP), a Recigases, no Rio de Janeiro (RJ), e a Frigelar, em Osasco (SP).
No momento, os laboratórios desses espaços estão recebendo um equipamento capaz de avaliar a pureza de gases contaminados que passam pelo processo de regeneração.
De maneira eficaz, o cromatógrafo gasoso atesta a qualidade das substâncias regeneradas nos CRAs e avalia se o material foi, efetivamente, regenerado. Quando o fluido regenerado é aprovado nesse teste, ele pode voltar a ser comercializado como gás puro e de uso seguro nos equipamentos dos clientes.
Entre as substâncias que estão sendo regeneradas e testadas nos centros, estão os hidroclorofluorcarbonos (HCFCs), encontrados em refrigeradores e outros equipamentos. Os HCFCs integram a lista de substâncias controladas pelo Protocolo de Montreal por destruir a camada de ozônio, que filtra os raios ultravioletas nocivos aos seres vivos.
Óleo, umidade e impurezas estão entre os contaminantes encontrados nos gases que perdem a capacidade de uso. Esse material é recolhido, por exemplo, em segmentos como os de supermercados, que os usam em expositores frigoríficos de alimentos. Após a chegada aos CRAs, eles passam pela regeneração em processo específico e, após a avaliação de pureza no laboratório, podem ser comercializados novamente.
Segurança
O centro de regeneração e armazenagem de Americana (SP) recebeu o cromatógrafo recentemente e já iniciou os testes dos gases regenerados. O laboratório do espaço contém outros equipamentos necessários para o processo analítico, também fornecidos pelo projeto.
O diretor da EcoSuporte, Thiago Pietrobon, destaca a importância das atividades desenvolvidas no laboratório para a regeneração dos gases que agridem a camada de ozônio. “O CRA veio para agregar mais valor ao trabalho realizado porque, agora, a gente consegue avaliar todo o gás regenerado, tendo a garantia de que ele volte para o mercado com toda a segurança para a utilização”, avalia.
Os investimentos no laboratório, segundo ele, também ampliaram a lista de atividades possíveis. “Hoje, a gente consegue monitorar cada um dos passos do processo de regeneração de uma forma mais eficiente e mais econômica, além de desenvolver novas técnicas e novas oportunidades de negócios, agregando a qualidade do serviço à proteção da camada de ozônio e ao combate ao aquecimento global”, acrescenta.
Confiança
Situada no Rio de Janeiro, a Recigases também é um CRA apoiado pelo projeto. O diretor da empresa, Filipe Colaço, destaca a confiança no processo desenvolvido com o uso do cromatógrafo. “A regeneração só acontece quando você tem uma capacidade de analisar que aquele gás ficou dentro dos padrões de fábrica e de performance original”, explica. “É preciso atestar e garantir a qualidade da regeneração do gás que você está recolocando no mercado”, acrescenta.
O trabalho realizado pelo centro, segundo Colaço, gera benefícios econômicos para os segmentos que fazem uso desses gases em seus processos produtivos. Para ele, a comercialização após a regeneração torna-se mais atrativa e não envolve custos como as taxas de importação que incidem sobre os preços do gás novo.
O diretor do CRA ressalta, ainda, os benefícios do trabalho para a proteção da camada de ozônio uma vez que o processo incentiva as empresas a destinar o gás contaminado para a regeneração e, assim, reduz a demanda por gás novo. “São dois efeitos: a gente deixa de jogar um gás perfeitamente reutilizável fora e desestimula a fabricação de gás novo desnecessariamente”, explica.
Eficiência
Em Osasco, o CRA da Frigelar também recebeu o cromatógrafo e passou pelo treinamento para o uso do aparelho. O gerente da Divisão de Fluido Refrigerante da empresa, Carlos Logli, ressalta a eficiência do equipamento para a avaliação dos gases regenerados. “Um dos grandes problemas eram os fluidos de baixa qualidade. Agora, a gente pode certificar que o produto tem procedência e qualidade na pureza, que é um dos fatores principais para termos um produto adequado ao mercado”, afirma.
O apoio do projeto à montagem do laboratório foi classificado por Logli como extremamente positivo por propiciar mecanismos de certificação do trabalho do CRA. “O projeto é fundamental para dar uma consistência e mostrar para o cliente final que ele está comprando um produto de qualidade”, destaca.
Saiba mais
Os CRAs foram estabelecidos por meio de seleção realizada, em 2016, no âmbito do projeto. De acordo com a assessora técnica do PNUD Raquel Rocha, além de recuperar gases contaminados, os centros funcionam como gerenciadores desses resíduos, já que armazenam os fluidos que não são passíveis de regeneração e devem ser encaminhados para a destinação final.
O gerenciamento e a destinação final de SDOs devem ser compartilhados por todos os agentes envolvidos com o ciclo de vida do produto, conforme o Plano Nacional de Resíduos Sólidos. “Essa cadeia envolve fabricantes, distribuidores, importadores, comerciantes, consumidores e outros. É responsabilidade de todos proteger o meio ambiente”, explica Rocha.
As atividades dos CRAs incluem, além da regeneração e reciclagem de fluidos, a identificação dos fluidos, o armazenamento temporário das SDOs e a destinação final, em locais ambientalmente adequados.
O projeto já contribuiu com o aumento de capacidade de armazenamento dos CRAs e o fornecimento de todos os equipamentos analíticos, reagentes e vidrarias para laboratório, para a realização de análises conforme a AHRI 700 (norma de qualidade para fluidos de refrigeração). Em breve, realizará a logística necessária para o transporte dos resíduos inventariados pelo projeto, armazenados em cada CRA, para uma unidade de incineração, onde ocorrerá a destinação final adequada dos fluidos não passíveis de regeneração.
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Posted: 24 Jul 2019 10:49 AM PDT
Na imagem, poluição atmosférica na cidade de São Paulo. Foto: Flickr (CC)/Thomas Hobbs
Em preparação para a Cúpula de Ação Climática de 2019, a ONU, a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e a Coalizão Clima e Ar Limpo anunciaram na terça-feira (23) uma nova inciativa para mobilizar países a combater a poluição do ar e o aquecimento global.
A Iniciativa Ar Limpo chama governos nacionais e subnacionais a comprometer-se em alcançar uma qualidade do ar que seja segura para os cidadãos. O projeto também convoca os governos a alinhar as suas políticas de mudanças climáticas e de poluição do ar até 2030.
De acordo com a OMS, a cada ano, a poluição do ar causa 7 milhões de mortes prematuras. Desses óbitos, 600 mil são de crianças. Segundo o Banco Mundial, a poluição do ar custa à economia global estimados 5,11 trilhões de dólares em perdas sociais. Nos 15 países com os maiores volumes de emissões de gases do efeito estufa, os impactos de saúde da poluição do ar são estimados a um custo de mais de 4% do Produto Interno Bruto (PIB).
O cumprimento do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas poderia salvar mais de 1 milhão de vidas por ano até 2050. No marco dos esforços para alcançar as metas do acordo, a redução da poluição do ar, por si só, geraria benefícios de saúde estimados em 54,1 trilhões de dólares — o que equivale aproximadamente ao dobro das despesas com mitigação.
Governos em todos os níveis podem aderir à Iniciativa Ar Limpo por meio do compromisso com ações específicas, como:
- Implementar políticas de qualidade do ar e mudança climática que permitam alcançar os valores do Guia de Qualidade do Ar Ambiente da OMS;
- Implementar políticas de mobilidade elétrica e sustentável, bem como ações com o intuito de gerar impactos decisivos nas emissões do transporte rodoviário;
- Calcular o número de vidas que são salvas, os ganhos de saúde para as crianças e para outros grupos vulneráveis e os custos evitados para os sistemas de saúde devido à implementação dessas políticas;
- Monitorar progressos, compartilhar experiências e as melhores práticas por meio de uma rede internacional apoiada pela Plataforma de Ação Breathelife.
O anúncio da Iniciativa Ar Limpo foi feito na terça-feira, em Nova Déli, na Índia, pelo enviado especial do secretário-geral da ONU para a Cúpula de Ação Climática, o embaixador mexicano Luis Alfonso de Alba. A divulgação do projeto aconteceu após dois dias de reuniões com representantes de governos, empresas e sociedade civil.
“A crise climática e a crise da poluição do ar são causadas pelos mesmos fatores e devem ser combatidas por ações conjuntas. Os governos, em todos os níveis, têm tanto uma necessidade urgente quanto uma oportunidade urgente, não apenas de enfrentar a crise climática, mas também de melhorar a saúde e salvar as vidas de milhões de pessoas em todo o mundo, ao mesmo tempo em que fazem progresso nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável“, afirmou Alba.
“Chamamos governos em todos os níveis a apresentar-se à altura desse desafio e a trazer compromissos poderosos e planos concretos para a Cúpula de Ação Climática.”
Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, lembrou que “nove em cada dez pessoas globalmente respiram um ar que não é adequado ao consumo humano”.
“Precisamos concordar, sem equívocos, com a necessidade de um mundo livre da poluição do ar. Precisamos que todos os países e cidades se comprometam a cumprir os padrões da OMS de qualidade do ar”, enfatizou o dirigente.
“A Cúpula Climática do secretário-geral este ano será uma oportunidade importante para assegurar compromissos sólidos e investimentos em intervenções comprovadas para (promover) sistemas de saúde resilientes ao clima e (realizar ações também) no monitoramento e implementação de políticas sobre a qualidade do ar.”
O secretário-geral da ONU, António Guterres, convocou a Cúpula de Ação Climática para 23 de setembro, em Nova Iorque, e chamou líderes de governos, empresas e sociedade civil a trazer ações ousadas e uma ambição muito maior para os debates.
A Iniciativa Ar Limpo foi desenvolvida como parte da Área de Impulsionadores Sociais e Políticos de Ação, da Cúpula de Ação Climática. Essa área é liderada pela ONU, pelos governos do Peru e Espanha, pelo Departamento das Nações Unidas de Assuntos Econômicos e Sociais e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).
O chamado para melhorar a qualidade do ar é parte de um movimento mais amplo para canalizar mecanismos sociais e políticos, a fim de melhorar a saúde das pessoas, reduzir desigualdades, promover a justiça social e maximizar as oportunidades de trabalho decente para todos, ao mesmo tempo em que se protege o clima para as gerações futuras.
Na Cúpula de Ação Climática, a coalizão para os Impulsionadores Sociais e Políticos vai se comprometer com um futuro mais saudável e mais seguro para todos e chamar governos e instituições a se comprometer com ações pela saúde.
Governos de todos os níveis interessados em aderir à Iniciativa Ar Limpo podem entrar em contato pelo e-mail spdcast@un.org.
Para solicitações de imprensa e pedidos de entrevista para a OMS, entre em contato com Pippa Haughton pelo e-mail haughtonp@who.int.
Especialistas da OMS disponíveis para entrevistas:
Maria Neira — neiram@who.intDiarmid Campbell-Lendrum — campbelllendrumd@who.int
Para solicitações gerais de imprensa, entre em contato com:
Esra Sergi — sergie@un.orgDeb Greenspan — +1 203 824 4327
Siga @ladealba no Twitter para as últimas notícias sobre a Cúpula de Ação Climática.
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Posted: 24 Jul 2019 10:31 AM PDT
Mulheres venezuelanas escrevem suas histórias de vida durante atividade em Boa Vista (RR). Foto: UNFPA/Yareidy Perdomo
“Cada Vida Uma História” é o nome dado ao primeiro espaço de encontro que permitirá às pessoas que transitam pela Rodoviária Internacional de Boa Vista ter um momento para compartilhar suas experiências nos processos migratórios, por meio da escrita e da conversa. A atividade acontece dentro do espaço seguro que o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) abriu em junho, em parceria com as Forças Armadas, no âmbito da Operação Acolhida.
“O intuito da atividade é que as pessoas possam resgatar suas histórias e compartilhar as vivências, a troca de culturas, de momentos, de dificuldades e vitórias alcançadas nesses processos migratórios”, disse Camila da Costa, assistente social voluntária do Exército da Salvação.
Atualmente, as áreas de apoio da Rodoviária Internacional de Boa Vista contam com uma estrutura que permite aos migrantes que chegam à cidade em condições de vulnerabilidade ter acesso a diferentes serviços oferecidos por agências da ONU — UNFPA, Organização Internacional para as Migrações (OIM), Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) — e pelo Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados, entre outros.
Os serviços incluem emissão de carteira de trabalho, atendimento médico, espaço para guardar bagagem, recepção para processos de interiorização, área de pernoite, abrigamentos, recebimento de donativos, áreas de serviço para lavagem de roupas e banheiros. Essa estrutura faz parte da resposta das Forças Armadas no contexto da Operação Acolhida.
O UNFPA atua nesse espaço oferecendo atendimento às pessoas no espaço seguro por meio de escutas de proteção individualizadas e fornecendo informações, orientando e distribuindo insumos de saúde sexual e reprodutiva.
Mais atividades
O Exército de Salvação tem realizado diferentes atividades também vinculadas ao Centro de Convivência e Atendimento Psicossocial, que foi aberto no começo desse ano em parceria com o ACNUR e o UNFPA, com financiamento da União Europeia.
O centro presta serviço de orientações jurídicas e atenção psicossocial a brasileiros, migrantes e refugiados, além de realizar oficinas, palestras, cursos, rodas de conversa e outras atividades.
“Temos o objetivo de gerar autonomia das pessoas, principalmente dos migrantes, para que possam saber como acessar a rede e ter autonomia para resolver a demanda que estão trazendo”, afirmou Verônica Negreiros, assistente social do Exército de Salvação.
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Posted: 24 Jul 2019 09:35 AM PDT
Clique para exibir o slide.“Estamos felizes em anunciar que Malcolm Wood é o primeiro parapentista, empreendedor e cineasta ambiental a participar da campanha da ONU Meio Ambiente ‘Heróis da Montanha'”, disse o especialista em ecossistema de montanha da agência das Nações Unidas, Matthias Jurek.
“Ele se juntará a atletas famosos como o escalador canadense Will Gadd, o ciclista austríaco Michael Strasser, a esquiadora queniana Sabrina Simader e o aventureiro britânico Ben Fogle, que ajudam a chamar a atenção para questões ambientais emergentes nas montanhas, incluindo mudanças climáticas, gestão de resíduos e perda de biodiversidade.”
Como parapentista, Wood está acostumado a organizar expedições a alguns dos mais altos picos do mundo, com o objetivo de tentar uma descida de voo. Wood está planejando — em algum momento no futuro próximo, quando a logística e as condições estiverem boas — voar com velocidade do cume do Mont Blanc para chamar a atenção à pegada ambiental do turismo na região e à terrível situação de declínio das geleiras nos Alpes europeus.
Enquanto ele sobe e observa as montanhas, Wood acha difícil ignorar os sinais claros da mudança climática. O gelo derretido é um deles. Mer de Glace, uma das geleiras mais icônicas dos Alpes, está retrocedendo a taxas muito mais rápidas do que cinco ou dez anos atrás. Os alpinistas e esquiadores não podem deixar de notar e questionar o aumento das avalanches.
Com essas mudanças ocorrendo nas montanhas, a maioria das pessoas não percebe que quase um terço da população mundial depende da geleira e do gelo derretido para obter água doce. Com as geleiras desaparecendo em algumas das mais altas cadeias de montanhas, mais de 2 bilhões de pessoas serão afetadas em todo o mundo.
“O objetivo da campanha ‘Heróis da Montanha’ é aumentar a consciencialização sobre a crise climática nas montanhas e instar a ação climática global, de acordo com apelos semelhantes de António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas”, afirma Jurek.
Como cineasta ambiental, Wood e sua equipe decidiram recentemente usar parapentes para obter ângulos inéditos com a intenção de fornecer evidências da crise climática, aumentar a conscientização sobre as mudanças e inspirar ações para evitar uma maior deterioração do clima. Seu mais recente projeto, apropriadamente chamado de “The Last Glaciers” (As últimas geleiras, em tradução livre), tem como objetivo apresentar visualmente as mudanças radicais que estão ocorrendo em nosso planeta.
“Como piloto de parapente, acho que posso ter uma maior conscientização e compreensão sobre o meio ambiente”, diz Wood.
“Acho que qualquer pessoa com uma compreensão maior do que está acontecendo ou do que está vendo deve compartilhar essas experiências, esse conhecimento, com outras pessoas. Espero que, de alguma forma, possamos inspirar outros pilotos e indivíduos praticantes de parapente a contar suas histórias, compartilhar suas experiências com mais pessoas e tentar ajudar a enfrentar esse problema aterrorizante juntos, como uma comunidade.”
Desafio peruano
Uma das expedições dentro do projeto foi a da Cordillera Blanca, no Peru, onde muitas das geleiras tropicais do mundo podem ser encontradas.
Estudos mostram que as geleiras no Peru perderam um terço de sua área de superfície desde 1970, e há uma séria preocupação de que dentro dos próximos 40 anos essas geleiras podem desaparecer completamente — uma grande ameaça para as comunidades que dependem da água de degelo. Cidades como Huaraz, no centro do Peru, absorvem 90% de seu suprimento de água das geleiras durante a estação seca.
O agora inevitável degelo das geleiras no Peru reduzirá o abastecimento de água em lugares que já sofrem com a escassez — 28% da população rural do Peru não têm acesso a água potável, segundo o Instituto Nacional de Estatística e Informática.
Como parte dessa expedição ao Peru, Malcolm e sua equipe começaram a realizar o primeiro voo duplo de um pico de aproximadamente 6 mil metros, em uma das regiões mais turbulentas do mundo para parapente.
Depois de chegar ao cume pela primeira vez, no entanto, a equipe decidiu que as condições do vento eram muito fortes. Eles fizeram uma segunda tentativa no dia seguinte, apesar de terem ficado sem comida, o que levou a uma escalada exaustiva. Malcolm derrotou com sucesso o cineasta Craig Leeson depois de um voo duplo de parapente, permitindo que a equipe visse toda a cadeia montanhosa, proporcionando uma perspectiva única sobre o recuo do gelo e da neve.
Malcolm sempre esteve pronto para desafios extremos e agora está colocando isso à prova. Será que ele e outros podem inspirar um sistema quebrado e decadente à mudança, a fim de dar às gerações futuras a oportunidade de desfrutar da verdadeira beleza da natureza e nos permitir continuar a viver em harmonia com o nosso planeta?
A Cúpula de Ação Climática da ONU terá lugar em Nova Iorque, em 23 de setembro, para aumentar a ambição e acelerar as iniciativas sobre a emergência climática global e apoiar a rápida implementação do Acordo de Paris para o clima. A cúpula é organizada pelo secretário-geral da ONU, António Guterres.
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Posted: 24 Jul 2019 08:47 AM PDT
Mangues recém-plantados em Vanga, no Quênia. Foto: ONU Meio Ambiente/GRID-Arendal/Rob Barnes
Quando um método comprovado de restauração ecossistêmica também ajuda a reduzir a pobreza e a construir a resiliência econômica, os governos frequentemente decidem apoiar essa estratégia por considerarem que se trata de uma solução onde todos saem ganhando.
O Programa da ONU para o Meio Ambiente, o Serviço Florestal do Quênia, o Instituto de Pesquisa Marinha e de Pesca do país africano e instituições parceiras lançaram recentemente, no litoral queniano, o projeto Florestas Azuis, implementado no vilarejo de Vanga. A iniciativa propõe a comercialização de créditos de carbono associados à conservação e à restauração de manguezais.
“Todo esse vilarejo e outros vilarejos próximos dependem da pesca. E a floresta de mangue é, de fato, a área de procriação para os peixes”, afirma o chefe de Vanga, Kama Abdallah.
“Se os mangues fossem destruídos, haveria fome”, acrescenta Mwasiti Salim, um dos moradores do vilarejo.
Em junho de 2019, foi lançado em Vanga o plano de gestão participativa das florestas, da Associação Florestal da Comunidade de Vajiki. A proposta é parte da iniciativa apoiada pela ONU Meio Ambiente por meio do projeto Florestas Azuis, do Fundo Global para o Meio Ambiente, e por meio do projeto de incentivos para a conservação de recifes de corais, da própria agência das Nações Unidas.
De acordo com o plano de gestão, os mangues no condado de Kwale serão coadministrados pelo Serviço Florestal do Quênia e pela Associação Florestal da comunidade. A ONU Meio Ambiente ajudou a desenvolver o plano. Já o Instituto de Pesquisa Marinha e de Pesca do Quênia deu apoio técnico à comunidade.
Vista aérea do vilarejo de Vanga, no Quênia. Foto: ONU Meio Ambiente/GRID-Arendal/Rob Barnes
O plano de gestão inclui a venda de créditos de carbono no mercado voluntário de carbono, que é verificado pela padronização do comércio de carbono Plan Vivo. A estratégia foi inspirada no sucesso de um projeto similar em Gazi, uma comunidade localizada poucos quilômetros ao norte.
Em Gazi, os créditos de carbono associados aos mangues são comercializados desde 2012.
“Globalmente, esse é um dos primeiros projetos que está comercializando créditos de carbono (oriundos) da conservação e da restauração de mangues”, afirma o especialista em manguezais da ONU Meio Ambiente, Gabriel Grimsditch.
“O projeto vai conservar e restaurar mais de 4 mil hectares de mangues no condado de Kwale e apoiar os meios de subsistência de mais de 8 mil pessoas em comunidades pesqueiras na área, por meio de iniciativas de desenvolvimento da comunidade.”
Mudas para o plantio de manguezais em Vanga, no Quênia. Foto: ONU Meio Ambiente/GRID-Arendal/Rob Barnes
Lilian Mwihaki, do Instituto de Pesquisa Marinha e de Pesca do Quênia, ressalta os benefícios do comércio de carbono. “Com a venda dos créditos de carbono, eles terão fundos que poderão injetar na comunidade. A comunidade de Gazi conseguiu comprar livros para crianças em idade escolar. Também conseguiram comprar alguns equipamentos para o hospital deles. Conseguiram (até) levar água para a comunidade.”
O lançamento do plano de gestão foi um evento de alto nível, com a participação do secretário de Gabinete do Ministério do Meio Ambiente do Quênia, Keriako Tobiko, do cientista-chefe do Instituto de Pesquisa Marinha e de Pesca, James Kairo, e do presidente do instituto, John Mumba.
Os mangues são ecossistemas raros e férteis, encontrados na fronteira entre a terra e o mar. Os manguezais sustentam uma rica biodiversidade e oferecem um valioso berçário para peixes e crustáceos. Os mangues também atuam como uma forma de defesa natural da costa contra tempestades repentinas, tsunamis, o aumento do nível do mar e a erosão. Seus solos são tanques de carbono altamente eficazes, absorvendo vastas quantidades do carbono que contribui para o aquecimento global.
Apesar de sua importância, os mangues estão desaparecendo a uma velocidade de três a cinco vezes mais alta do que as floretas no geral. O problema tem impactos ecológicos e socioeconômicos sérios. Os números atuais indicam que a cobertura de mangues no mundo diminuiu pela metade ao longo dos últimos 40 anos.
“Estimativas sobre a área total de mangues no mundo variam, mas vão de 10 milhões a 20 milhões de hectares. O projeto em Vanga cobre apenas um porcentagem minúscula dessa área, mas as suas inovações são replicáveis e ampliáveis em escala — com modificações locais — globalmente”, afirma Grimsditch.
O Dia Internacional de Conservação do Ecossistema de Mangue, 26 de julho, foi estabelecido em 2015 pela Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
Para mais informações, entre em contato com Gabriel Grimsditch: gabriel.grimsditch@un.org.
Em 23 de setembro, em Nova Iorque, acontece a Cúpula de Ação Climática da ONU, convocada pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, para aumentar as ambições dos países e acelerar as ações contra a emergência climática global. O encontro quer promover a implementação rápida do Acordo de Paris sobre Mudança do Clima.
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Posted: 23 Jul 2019 02:00 PM PDT
Menino tenta atravessar rio em Bangladesh após chuvas. Ele coleta garrafas plásticas lançadas no rio para vendê-las à reciclagem, em julho de 2019. Foto: UNICEF/Thomas Nybo
Chuvas fortes, enchentes intensas e deslizamentos em Nepal, Índia e Bangladesh mataram ao menos 93 crianças e colocaram as vidas de milhões em risco, de acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). Estimativas revelam que mais de 12 milhões de pessoas foram afetadas até agora, e a expectativa é de que esse número deve aumentar.
“Milhões de crianças tiveram suas vidas viradas de cabeça para baixo pelas chuvas torrenciais, enchentes e deslizamentos”, disse Jean Gough, diretora regional do UNICEF para a Ásia Meridional, na semana passada (18).
Danos em estradas, pontes e ferrovias tornaram muitas áreas inacessíveis e crianças estão em necessidade urgente de água limpa, itens de higiene, alimentos e espaços seguros em abrigos.
O UNICEF está trabalhado em coordenação com governos e parceiros humanitários dos três países para aumentar a resposta às crianças e famílias afetadas.
Na Índia, mais de 10 milhões de pessoas foram afetadas em estados do nordeste do país, incluindo mais de 4,3 milhões de crianças. Conforme a situação se desenvolve, estes números devem aumentar. Enquanto partes do país sofrem com fortes chuvas e enchentes, outras ainda se recuperam das consequências do calor severo e da falta de água, que atingem quase metade do território indiano.
No Nepal, estima-se que haja 68.650 pessoas deslocadas temporariamente, incluindo 28.702 crianças. Em torno de 88 pessoas morreram até o momento, incluindo 47 crianças.
Além disso, ao menos 31 pessoas estão desaparecidas e outras 41 ficaram feridas no país, de acordo com dados mais recentes do governo nepalês. Na região central e oriental do Nepal, quase 12 mil residências foram temporariamente evacuadas.
Em Bangladesh, as chuvas de monção continuam afetando a maior parte do país, especialmente nas regiões centro-norte e sudeste, onde mais de 2 milhões de pessoas foram afetadas por enchentes, incluindo mais de 700 mil crianças.
Estimativas revelam que 367.340 casas foram danificadas ou destruídas e 1.865 escolas foram afetadas por enchentes. A região de Cox’s Bazar, no sudeste do país e lar de mais de 1 milhão de refugiados rohingya, foi atingida com força.
Crianças pagam ‘o preço mais alto’
Embora eventos extremos individuais não possam ser atribuídos especificamente à mudança climática, afirmou o UNICEF, sua crescente frequência e intensidade – incluindo recentes temperaturas altas e chuvas intensas – estão em linha com previsões de como a atividade humana está influenciando o clima global.
Além de morte e devastação, tais eventos contribuem para o aumento da disseminação de má-nutrição, malária e diarreia, entre outras possíveis causas de morte.
“Em toda a região, estamos vendo o impacto devastador de eventos climáticos extremos sobre crianças e famílias”, alertou Gough. “Conforme eventos climáticos se tornam mais extremos, imprevisíveis e erráticos, são as crianças que estão pagando o preço mais alto”.
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