Boletim diário da ONU Brasil: “Nova presidente de órgão socioeconômico da ONU defende financiamento ao desenvolvimento” e 11 outros.
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qui, 25 de jul 19:30 (há 4 dias)
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Posted: 25 Jul 2019 02:40 PM PDT
Rhonda King (esquerda) passa o cargo de presidente do ECOSOC a Mona Juul. (25 de julho de 2019) Foto: ONU/Eskinder Debebe
Em seu discurso inaugural como presidente do Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (ECOSOC), a norueguesa Mona Juul ressaltou que o mandato do órgão hoje permanece “tão relevante e cativante” quanto em 1945, quando foi encarregado de “promover a cooperação internacional em questões econômicas, sociais e culturais”.
Tendo atuado como um dos quatro vice-presidentes do ECOSOC, Juul foi eleita por aclamação na manhã desta quinta-feira (25).
O Conselho deve promover “o respeito universal e a observância dos direitos humanos e liberdades fundamentais. Para todos”, disse a presidente recém-eleita. “Sem distinção de raça, sexo, idioma ou religião”.
“Hoje, também temos a abrangente Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”, afirmou, que “orienta nossos esforços para acabar com a pobreza, proteger o planeta e garantir a paz e a prosperidade para todos”.
O ECOSOC oferece “uma infinidade de oportunidades” para ajudar a comunidade global a alcançar os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), disse Juul, observando que “o ECOSOC e suas estruturas intergovernamentais formam todo um ecossistema”, com cada componente tendo uma função específica.
“A ONU deve ser valiosa para as pessoas”, enfatizou, prevendo que a reforma da ONU produzirá resultados “melhores, mais coerentes e mais eficazes”.
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Posted: 25 Jul 2019 02:03 PM PDT
Abdirahman Omar Osman, prefeito de Mogadíscio, durante cerimônia em março de 2018. Foto: ONU/Omar Abdisalan
O secretário-geral das Nações Unidas condenou os ataques terroristas de quarta-feira (24) contra escritórios da prefeitura de Mogadíscio, capital da Somália. Segundo a imprensa internacional, seis autoridades do governo foram mortas e diversas outras ficaram feridas — um dos sobreviventes é o prefeito da cidade, Abdirahman Omar Osman, que está inconsciente e deve ser levado à Turquia para tratamento.
De acordo com relatos da mídia, o ataque foi realizado por uma mulher-bomba em instalações do governo municipal. A autoria do atentado foi reivindicada pelo grupo extremista al-Shabaab.
António Guterres estendeu suas “profundas condolências” às famílias e aos entes queridos das vítimas. O secretário-geral reiterou o total apoio e a solidariedade da ONU ao povo e ao governo da Somália.
O enviado especial da ONU para o país africano, James Swan, havia se encontrado com Abdirahman Omar Osman mais cedo na quarta-feira, para discutir progressos e desafios na capital e em áreas próximas.
Swan, que também comanda a Missão de Assistência da ONU na Somália (UNSOM), descreveu o ato como um “ataque hediondo”, que “demonstra um violento desrespeito à santidade da vida humana”.
Nesta quinta-feira (25), Bahame Tom Nyanduga — especialista independente da ONU sobre a situação dos direitos humanos no país africano — elogiou o povo somali pela resiliência perante desafios extremos, como conflito armado, ataques terroristas e graves violações de direitos humanos. A população também precisa lidar com pobreza e falta de acesso serviços e bens básicos.
Os comentários de Nyanduga foram feitos em pronunciamento divulgado após visita à Somália. No comunicado, o especialista pediu para a comunidade internacional continuar ajudando a nação a fortalecer suas instituições e seus setores de justiça e segurança antes das próximas eleições.
Também neste mês, o al-Shabaab reivindicou a responsabilidade por um ataque à cidade de Kismayo, no sul do país, no qual um carro com explosivos entrou em um hotel. O prédio foi então invadido por atiradores. Pelo menos 26 pessoas foram mortas.
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Posted: 25 Jul 2019 01:13 PM PDT
Aminatou Sali deixou sua cidade no nordeste do Camarões depois de um ataque do grupo armado Boko Haram (janeiro de 2019). Foto: UN News/Daniel Dickinson
Progresso foi alcançado para consolidar democracias na África Ocidental e no Sahel, afirmou na quarta-feira (24) o representante especial das Nações Unidas para a região, citando eleições bem sucedidas e “diálogos políticos” como parte dos avanços.
Nos últimos seis meses, eleições presidenciais aconteceram em Nigéria (23 de fevereiro), Senegal (24 de fevereiro) e Mauritânia (22 de junho), disse Mohammad Ibn Chambas, que também comanda o Escritório das Nações Unidas para a África Ocidental (UNOWAS), ao Conselho de Segurança.
Antes das “eleições ferozmente disputadas”, ele disse ter transmitido a todos os candidatos presidenciais, parceiros regionais e internacionais “a necessidade de manter os mais altos padrões eleitorais na região”.
Além dos processos eleitorais relativamente tranquilos, disse Chambas, “os últimos seis meses também marcaram a abertura de diálogos políticos entre o governo em exercício e a oposição em Burkina Faso e Benin”. Em Gana, atores políticos “começaram um diálogo sobre grupos vigilantes”, disse.
Além disso, neste mês na Libéria “o governo respeitou o direito do povo a protestos pacíficos e aceitou iniciar um diálogo sobre fortalecimento da economia”.
No entanto, Chambas destacou que os períodos pré e pós-eleitoral “continuam sendo caracterizados por tensões e disputas antagônicas, incluindo emendas constitucionais não consensuais”.
“Responder a tais possíveis fontes de conflito continua sendo uma grande prioridade antes do próximo ciclo de eleições presidenciais na África Ocidental, marcadas para o ano que vem em Burkina Faso, Costa do Marfim, Gana, Guiné, Níger e Togo”, explicou.
Segundo Chambas, tensões próximas a períodos eleitorais “tiram a atenção necessária sobre a necessidade de responder a questões de desenvolvimento e desigualdade”.
Desafios
Diversos países na região continuam lidando com desafios envolvendo direitos humanos. O representante especial expressou preocupação particular com o que definiu como “instrumentalização do judiciário para objetivos políticos”, assim como um “sentimento predominante de impunidade para crimes violentos”, que enfraquecem o Estado de Direito.
Além disso, um persistente alto nível de desigualdade continua impactando negativamente as mulheres, “tornando-as propensas à violência com base em gênero”, destacou.
O chefe do UNOWAS citou “extremismo violento” como responsável pela volátil situação de segurança “em todo o Sahel”.
“Aumento de violência e insegurança gerou uma crise humanitária sem precedentes, deixando um total de 5,1 milhões de cidadãos de Burkina Faso, Níger e Mali em necessidade”, detalhou.
Embora grupos militantes dissidentes do Boko Haram continuem ameaçando a paz e a estabilidade na Bacia do Lago Chade, ações da Força-Tarefa Conjunta Multinacional resultaram na redução de 70% em ataques suicidas, em comparação com o ano passado.
No entanto, combatentes do Boko Haram mataram 23 soldados do Chade, no ataque mais mortal até o momento. Eles também tentaram realizar um ataque com foguetes contra o aeroporto de Diffa, na Nigéria e, até junho, sequestraram ao menos 147 civis na região de Diffa. Segundo Chambas, este é o número mais alto desde 2015.
O representante especial concluiu sua fala ao Conselho de Segurança com uma mensagem de esperança, dizendo que “a consolidação da democracia pode ser ainda mais estabelecida, e as atividades de extremistas violentos podem ser respondidas e contidas através de medidas preventivas”, com as quais o UNOWAS está comprometido.
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Posted: 25 Jul 2019 12:52 PM PDT
Ideeya Jimcaale, de 17 anos, em sua casa em um campo para pessoas internamente deslocadas na praia de Bossaso, Puntland, Somália (2018). Foto: UNICEF/Karel Prinsloo
Ainda há muito a ser feito na Somália em torno da situação política, econômica, social e de direitos humanos, apesar de “progressos consideráveis” nos últimos seis anos, afirmou nesta quinta-feira (25) um especialista das Nações Unidas, pedindo ajuda à comunidade internacional.
“Insto a comunidade internacional e o governo federal da Somália a responderem aos efeitos negativos da mudança climática sobre a população e garantirem acesso a direitos humanos básicos, como água, serviços de saúde e educação para todas as crianças, especialmente meninas”, disse o especialista independente Bahame Tom Nyanduga, ao fim de uma visita de 12 dias ao país.
Segundo Nyanduga, a Somália também enfrenta “muitos outros desafios”, incluindo conflito em andamento, discriminação e desemprego entre jovens, assim como na “entrega de direitos econômicos, sociais e culturais”.
O especialista independente elogiou o povo somali pela resiliência perante ataques terroristas, desastres naturais, graves violações de direitos humanos e outros desafios, como pobreza e falta de acesso a necessidades básicas para subsistência.
Ele também expressou preocupação com atraso na criação da Comissão Nacional de Direitos Humanos e em progresso sobre um Projeto de Lei de Ofensas Sexuais.
“Insto o governo federal e o Parlamento federal a responderem a estes desafios como uma questão de prioridade para aumentar proteção de direitos humanos no país”, disse.
A respeito dos progressos, ele citou territórios recuperados por instituições da segurança da Somália, por tropas da missão da União Africana e forças bilaterais; elogiou o aumento no número de mulheres no Parlamento e no gabinete; e elogiou a adesão da Somália à Convenção sobre os Direitos de Pessoas com Deficiência.
Direitos em primeiro plano
Nyanduga instou o Parlamento a incluir um mecanismo específico dentro da lei eleitoral proposta para garantir que mulheres, grupos minoritários e outros grupos vulneráveis estejam representados no Parlamento e não corram risco de perder ganhos obtidos em 2016.
Em meio a relatos de contínuas intimidações, prisões arbitrárias e assédios, ele destacou a importância de respeitar o direito à liberdade de expressão e opinião de jornalistas.
O especialista também pediu ação para encerrar o problema endêmico de violência sexual e violência com base em gênero, especialmente acusações de estupros coletivos em todo o país.
“Um judiciário e uma força policial fortes irão contribuir enormemente para a eliminação de violência sexual relacionada a conflito e outras formas de violência com base em gênero”, destacou.
Nyanduga também pediu para a comunidade internacional prestar atenção especial à crise hídrica do país, que tem sido a fonte de conflito letal entre clãs, e para ajudar o governo a encontrar soluções duráveis e de longo prazo.
“Acesso à água é uma necessidade básica da vida e um direito humano fundamental, e irá contribuir significativamente à paz e reconciliação entre clãs”, afirmou.
As conclusões do especialista independente após sua visita a Mogadíscio, Hargeisa e Nairóbi, assim como conversas com o governo federal e com autoridades da Somalilândia, serão apresentadas ao Conselho de Direitos Humanos da ONU em setembro.
Relatores especiais e especialistas independentes são nomeados pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU, sediado em Genebra, para examinar e relatar temas específicos envolvendo direitos humanos ou situações em países. As posições são honorárias e os especialistas não são funcionários da ONU e tampouco são pagos por seus trabalhos.
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Posted: 25 Jul 2019 12:09 PM PDT
Barco que transportava refugiados e migrantes à deriva no mar Mediterrâneo, pouco antes de ser resgatado pela Marinha italiana em 2014. Foto: Marinha italiana
A Organização Internacional para as Migrações (OIM) informou nesta quinta-feira (25) que em torno de cem refugiados e migrantes estão desaparecidos, após um naufrágio no Mediterrâneo. A embarcação que levava cerca de 250 passageiros deixou a Líbia, mas apresentou uma falha nos motores e virou perto da costa da cidade de Khums. Segundo a OIM, 145 pessoas conseguiram se salvar e retornar ao litoral líbio.
De acordo com relatos de sobreviventes — a maioria deles oriunda da Eritreia e do Sudão —, a embarcação levava cerca de 250 passageiros. Entre os desaparecidos, estão mulheres e crianças.
Em mensagem no Twitter, o chefe da OIM, António Vitorino, afirmou que essa é a pior tragédia ocorrida no Mediterrâneo em 2019. “Restaurar o resgate no mar, acabar com a detenção de refugiados e migrantes na Líbia, aumentar os caminhos seguros para fora da Líbia, (isso) precisa acontecer agora, antes que seja tarde demais para muitas outras pessoas desesperadas”, acrescentou o dirigente.
Também pela rede social, o porta-voz global da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) para a África e o Mediterrâneo, Charlie Yaxley, ressaltou que o status quo na forma como países estão lidando com a migração não pode continuar.
“Não podemos ignorar que as jornadas de barco estão se tornando cada vez mais perigosas. Este ano, uma pessoa morreu na rota da Líbia para a Europa para cada seis que chegaram à costa europeia. Uma taxa de morte chocante. Não podemos fechar os olhos”, disse o representante do organismo internacional.
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Posted: 25 Jul 2019 12:05 PM PDT
A Agência das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) afirma que milhares de venezuelanos continuam a deixar o país todos os dias. Foto: UNICEF/Santiago Arcos
A Agência das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) afirma que milhares de gestantes venezuelanas deixaram o país nos últimos anos para proteger suas vidas e a de seus bebês, enquanto as mortes maternas teriam crescido 65%.
Nos últimos anos, os hospitais da Venezuela vêm enfrentando a escassez de suprimentos e de pessoal, além de constantes cortes de eletricidade. De acordo com dados do governo, entre 2015 e 2016, as mortes maternas teriam crescido 65% no país. Já a mortalidade infantil, após seis dias de nascimento, teria tido um aumento 53%.
Roxibel Pulido, de 29 anos, é uma das gestantes que deixaram o país. Ela estava no terceiro mês de gravidez quando soube que o hospital mais próximo de seu bairro, na cidade de Maracaibo, havia sido fechado.
Ela conta que “o hospital estava sob investigação porque três bebês recém-nascidos haviam morrido devido à falta de um gerador”. Ela diz acreditar que “se houvesse alguma complicação”, o hospital não poderia ajudá-la e o seu “bebê morreria”.
A venezuelana afirma que “é um momento muito ruim para ser uma mulher grávida” na Venezuela e que muitas delas “estão fugindo por amor aos seus bebês”.
Grávida de seu terceiro filho, Roxibel lembra que não conseguia parar de se preocupar com a falta de acesso aos cuidados de saúde” e que por isso decidiu deixar o seu país de origem.
Colômbia
Juntamente com seus dois outros filhos, ela chegou a Maicao, uma cidade colombiana perto da fronteira norte com a Venezuela. De acordo com o ACNUR, a Colômbia é o país que hospeda o maior número de refugiados e migrantes venezuelanos, com mais de 1,3 milhão.
Depois de passar dois meses nas ruas, Roxibel e seus filhos encontraram segurança no novo centro de acolhimento da agência da ONU, que abriga temporariamente até 350 pessoas vulneráveis da Venezuela, a maioria mulheres e crianças.
No centro, uma enfermeira conferiu a saúde de Roxibel e de seu bebê, algo que ela não pôde fazer na Venezuela durante a gravidez.
Segundo a coordenadora de Ginecologia e Obstetrícia do hospital público San Jose, Zela Cuello, mais de 1 mil mulheres venezuelanas foram atendidas no local no primeiro trimestre de 2019. A representante disse que a equipe dá “atenção preferencial e integral a todas as mulheres grávidas, sem distinção de nacionalidade”.
Uma das mulheres atendidas no hospital em Maicao foi Yorgelis Garcia, de 23 anos, que fugiu da Venezuela uma semana antes de dar à luz. Desesperada por comida e assistência médica, ela e o marido trilharam caminhos informais perigosos para chegar à Colômbia.
Yorgelis conta que “foi uma jornada difícil” e que o marido teve que carregar o filho de dois anos e garantir que ela “não caísse no chão.” A venezuelana, que teve uma menina e que agora também está vivendo no centro do ACNUR, disse que está “muito agradecida à Colômbia e à atenção médica” que recebeu no país.
Agora grávida de cinco meses, Roxibel está convencida de que também vai ter uma menina. Ela diz que ninguém ainda confirmou a informação, mas que sente em seu coração que “ela é uma guerreira”.
A preocupação atual de Roxibel é a de não conseguir registrar seu bebê na Colômbia para obter documento de identidade. A maioria dos venezuelanos não consegue registrar as crianças nascidas no país como cidadãos venezuelanos porque não têm a documentação necessária e os serviços consulares não estão disponíveis no momento.
Para obter a cidadania colombiana, a Constituição do país estipula que pelo menos um dos pais seja colombiano ou, se não for o caso, pelo menos um deles possua visto de trabalho no país. Muitos venezuelanos lutam para consegui-lo.
O registro nacional da Colômbia estima que cerca de 23 mil crianças nascidas de pais venezuelanos estejam esperando para receber a nacionalidade colombiana. O governo trabalha com parceiros para resolver a situação e prevenir futuros casos de crianças em risco de se tornarem apátridas.
O Acnur destaca que hoje, milhões de pessoas em todo o mundo têm negada uma nacionalidade. A falta de documentação tem consequências muito sensíveis em suas vidas, como não ter permissão para ir à escola, consultar um médico, conseguir um emprego, abrir uma conta bancária, comprar uma casa ou até mesmo se casar.
Por meio de sua campanha #IBelong, #EuPertenço na tradução em português, a agência da ONU busca acabar com a apatridia em 10 anos.
Saiba mais sobre a campanha neste link.
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Posted: 25 Jul 2019 10:56 AM PDT
Professora de caratê Jhogsi Gómez dá aulas em espaço da Operação Acolhida em Pacaraima (RR). Foto: UNFPA/Fabiane Guimarães
Nos corredores da estrutura montada para receber refugiados e migrantes venezuelanos em Pacaraima (RR), na fronteira entre o país e o Brasil, a sensei faixa-preta em caratê Jhogsi Gómez treina novas alunas e alunos.
Campeã nacional do esporte na Venezuela — com 47 medalhas, sendo 17 de ouro —, a experiente professora dá aulas hoje em um cenário diferente. “Quando cheguei aqui, eu queria ajudar. Então, me cederam esse espaço para ensinar, principalmente as mulheres, a se defender”, conta.
Seus treinos coletivos ocorrem todas as noites, pontualmente às 19h, com a participação de pessoas que vivem no BV-8, o alojamento temporário da Operação Acolhida.
Jhogsi tinha uma vida estável com o marido e os três filhos pequenos na cidade de Cumaná quando a crise na Venezuela e a fome os impeliram a deixar tudo para trás, há dois meses.
Em Pacaraima, no Espaço Amigável do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), Jhogsi foi amparada e ouvida. E foi por sugestão e intervenção da equipe local da agência da ONU que ela começou a promover os treinos noturnos. A ideia era empoderar mulheres do abrigo com técnicas de defesa do esporte.
A prevenção e resposta à violência baseada em gênero é um dos eixos que guiam o trabalho do UNFPA no contexto humanitário. Prevenir todas as formas de agressão contra mulheres e meninas faz parte do dia a dia da atuação dos profissionais junto aos refugiados e migrantes em Roraima. Parte dessa prevenção passa pela promoção da resiliência e do empoderamento, pela valorização da autoestima e pelo compartilhamento de técnicas de defesa pessoal.
O objetivo do UNFPA é, até 2030, alcançar três zeros: zero mortes maternas evitáveis, zero necessidades não atendidas de contracepção e zero violências ou práticas nocivas contra mulheres e meninas.
A sensei revela que pretende continuar lecionando caratê, quando conseguir um lugar para se estabelecer definitivamente. “É o que sempre amei fazer e vou continuar fazendo”, garante.
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Posted: 25 Jul 2019 10:38 AM PDT
Clique para exibir o slide.Representantes do Além do Algodão, projeto do Centro de Excelência contra a Fome da ONU e da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) para fortalecer a cadeia do algodão e de seus subprodutos em quatro países africanos — Benim, Moçambique, Quênia e Tanzânia —, iniciaram na semana passada (15) visitas a escolas e agricultores familiares das províncias de Tete e Manica, em Moçambique.
A visita teve a participação de representantes da Universidade de Lavras (MG), do Instituto Algodão de Moçambique e do Programa Mundial de Alimentos (PMA) do país. A equipe em campo, formada por nutricionistas, engenheiros agrônomos e técnicos, está trabalhando no mapeamento das áreas geográficas prioritárias para a elaboração do projeto no país.
Dentro deste mapeamento, feito com a colaboração de técnicos e agricultores locais, está o estudo dos hábitos alimentares e de novos alimentos que possam ser produzidos e comercializados pelos agricultores familiares, com o intuito de enriquecer a dieta local.
As informações levantadas servirão de insumos para a implantação conjunta de novos métodos de plantio e de rotação de cultivos e agregação de valor aos subprodutos do algodão e dos cultivos alimentares. A visita servirá como norte para a escolha das comunidades que atuarão em projetos-piloto de implementação da iniciativa, além de receber subsídio para replicação em outros territórios no país.
O projeto Além do Algodão visa apresentar novos canais de comercialização institucionais e privados aos agricultores familiares, incentivando a diversificação de cultivos e garantindo, além do consumo de subsistência, a venda dos excedentes nos próprios territórios. O fortalecimento de capacidades técnicas é a principal estratégia utilizada nesta cooperação trilateral, visando impactos de longo prazo e com foco na sustentabilidade.
A ação é uma iniciativa conjunta entre a ABC, o Instituto Brasileiro do Algodão e o Centro de Excelência contra a Fome do Programa Mundial de Alimentos (PMA). A intenção é apoiar produtores familiares de algodão e instituições públicas de países africanos para conectar os subprodutos do algodão e as culturas alimentares associadas à produção de algodão a mercados estáveis, inclusive programas de alimentação escolar.
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Posted: 25 Jul 2019 08:19 AM PDT
Mahatma Gandhi, ativista que liderou mobilizações nacionais pela independência da Índia do Reino Unido. Foto: Wikimedia
O Instituto Mahatma Gandhi de Educação para a Paz e o Desenvolvimento Sustentável da UNESCO (MGIEP, na sigla em inglês) sediará a Conferência Mundial da Juventude sobre Bondade (World Youth Conference on Kindness – WYC 2019) em Nova Déli, Índia, de 20 a 23 de agosto de 2019.
Essa conferência está sendo organizada com o tema “Vasudhaiva Kutumbakam: Gandhi para o mundo contemporâneo — comemorando o 150º aniversário de nascimento de Mahatma Gandhi”, o evento contará com a participação de 100 jovens líderes convidados de todas as partes do mundo.
A WYC 2019 será composta por palestras e painéis de discussões com a participação de ganhadores do Prêmio Nobel, como o ativista indiano que luta pelos direitos das crianças Kailash Satyarthi. Além disso, oferecerá oficinas de capacitação para jovens sobre aprendizagem social e emocional. No encerramento da conferência, haverá um concerto com vencedores do Grammy, entre eles, o compositor indiano Ricky Kej e a atriz e cantora norte-americana Laura Dickinson.
Como as inscrições para o evento encerraram-se em 30 de junho, o UNESCO MGIEP convida para a participação virtual (online no site oficial e nas mídias sociais do evento — Facebook, Twitter , Instagram e YouTube)
Saiba mais
Página oficial da conferência: https://mgiep.unesco.org/wyc2019Nota conceitual: bit.ly/2Wlvw0I
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Posted: 25 Jul 2019 08:05 AM PDT
Em dezembro de 2018, crianças sírias preparam-se para o inverno em campo de refugiados em Ersal, no leste do Líbano, perto da fronteira com a Síria. Eles recebem suprimentos emergenciais do UNICEF, incluindo kits com agasalhos e roupas de inverno para ajudar a mantê-los aquecidos durante toda a estação. Foto: UNICEF
Em 2018, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) adquiriu 3,5 bilhões de dólares em bens e serviços para ajudar crianças em 150 países a ter uma vida melhor. Vacinas, roupas, medicamentos, kits de educação e livros escolares são alguns dos bens e serviços que as ajudaram a combater doenças, aprender e crescer – especialmente em países afetados por emergências e conflitos.
No ano passado, o UNICEF ajudou crianças ao adquirir 2,36 bilhões de doses de vacinas para combater uma série de doenças, incluindo sarampo, difteria, tétano e HPV, alcançando quase metade das crianças do mundo; fornecer acesso a água potável com 1,26 bilhão de comprimidos de purificação de água e sachês de cloração/floculação.
A agência da ONU também ajudou a protegê-las de doenças transmitidas por mosquitos usando 13,3 milhões de mosquiteiros; tratou as que sofrem de desnutrição com 47.760 toneladas de alimentos terapêuticos prontos para uso; ajudou as crianças a voltar à sala de aula, distribuindo 4,5 milhões de mochilas escolares e 84 mil kits de educação.
“Toda criança é única e suas necessidades também”, disse Etleva Kadilli, diretora da Divisão de Suprimentos do UNICEF em Copenhague. “Comprar suprimentos para crianças não é tão simples quanto comprar produtos da prateleira. Requer uma estreita colaboração com diversos parceiros para garantir que as crianças em diferentes países e áreas recebam o que precisam para viver, melhorar sua vida e estar seguras e saudáveis”.
À medida que as situações nos países se tornam mais complexas, especialmente durante emergências, a capacidade de se adaptar e fazer as coisas de maneira diferente pode ajudar a maximizar o impacto para as crianças e suas famílias.
Com uma rede global estratégica, o UNICEF está desenvolvendo novos produtos e abordagens para atender às necessidades dos mais difíceis de alcançar. Isso não se limita apenas à inovação de produtos, mas também inclui trabalhar com parceiros, especialmente empresas, para influenciar os mercados e tornar os produtos para crianças mais acessíveis, disponíveis, seguros e sustentáveis.
Para ajudar as crianças a se recuperarem da desnutrição, o UNICEF adquiriu um recorde de 65% de alimentos terapêuticos prontos para o uso de fabricantes localizados nos países com maior necessidade ou próximos a eles. Isso não apenas apoiou as economias locais, mas também tornou o transporte mais eficiente e reduziu a pegada de carbono.
Na Síria, apesar do conflito, o UNICEF está trabalhando com empresas locais que continuam a operar para fornecer kits de higiene e educação, bem como roupas quentes – ajudando o UNICEF a fornecer suprimentos para as crianças rapidamente.
Na Nigéria, o UNICEF convocou uma Consulta Regional da Indústria de Saneamento para incentivar a colaboração transnacional com Gana e a Costa do Marfim e identificar formas de melhorar a disponibilidade de sanitários e serviços de saneamento a preços acessíveis para as famílias.
“O apoio de governos, empresas, doadores e parceiros locais tem sido inestimável para nos permitir alcançar milhões de crianças o mais rápido possível”, acrescentou Kadilli. “No entanto, as necessidades continuam imensas. O financiamento sustentável e de longo prazo deve continuar sendo uma prioridade para atender às necessidades das crianças em situações cada vez mais complexas”.
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Posted: 24 Jul 2019 03:15 PM PDT
O judoca congolês Popole Misenga na Rio 2016. Foto: ACNUR/Benjamin Loyseau
A um ano das Olimpíadas de Tóquio 2020, a capital do Japão se prepara para receber atletas de todo o mundo, incluindo refugiados que vão competir sob a bandeira do Comitê Olímpico Internacional. O organismo está financiando a preparação de 37 competidores, que vão tentar uma vaga na Equipe Olímpica de Refugiados. Entre os atletas, estão os judocas congoleses Popole Misenga e Yolande Mabika, que residem no Rio de Janeiro (RJ).
Os quase 40 refugiados representam diferentes esportes — atletismo, badminton, boxe, judô, karatê, natação, taekwondo e levantamento de peso. Os atletas são oriundos do Afeganistão, Camarões, República Democrática do Congo, Eritreia, Etiópia, Irã, Sudão do Sul, Sudão e Síria.
O grupo está recebendo uma bolsa-atleta por meio da iniciativa de auxílios e fomento ao desenvolvimento do esporte do COI, a Solidariedade Olímpica. O projeto também tem a participação dos Comitês Olímpicos Nacionais dos países de acolhimento. Atualmente, os 37 beneficiários residem na Austrália, Bélgica, Brasil, Alemanha, Israel, Jordânia, Quênia, Luxemburgo, Portugal, Holanda, Turquia e Reino Unido.
Entre os atletas, estão os dez integrantes da primeira Equipe Olímpica de Refugiados, que estreou no maior evento esportivo do mundo em 2016, no Rio de Janeiro. Dois dos competidores residem na capital fluminense — os judocas congoleses Popole Misenga e Yolande Mabika. Misenga luta na categoria até 90 kg. Yolande, na faixa de peso até 70 kg.
Durante uma aula de judô, criança brasileira posa para foto com Yolande Mabika, refugiada congolesa que se tornou atleta olímpica e competiu nas Olimpíadas do Rio em 2016. Foto: ACNUR/Benjamin Loyseau
Em 2016, Popole foi eliminado após um embate com o então campeão mundial da sua categoria, o sul-coreano Gwak Dong-han. Yolande perdeu para a israelense Linda Bolder. Apesar das derrotas, a dupla saiu da Rio 2016 com otimismo por finalmente ter retornado ao esporte de alto rendimento — Yolande ficou dois anos sem treinar antes de ter a oportunidade de se preparar para as Olimpíadas do Rio de Janeiro.
Em 2017, os dois congoleses participaram do Campeonato Carioca, onde Popole levou prata. À época, os refugiados já sonhavam com Tóquio 2020 e treinavam mirando uma eventual vaga para viajar ao Japão.
‘Esporte transcende fronteiras, muros e guerras’
Com a bolsa-atleta, a Solidariedade Olímpica e os comitês nacionais ajudam os refugiados não apenas a treinar e se qualificar para as Olimpíadas, mas também a dar prosseguimento com suas carreiras no esporte e a construir um futuro.
Além da primeira equipe olímpica de refugiados, o COI chamou 13 novos esportistas para o programa de auxílio. Outros 24 atletas beneficiários estão se preparando em grupo no Centro de Treinamento de Refugiados de Tegla Loroupe, no Quênia.
Os integrantes da Equipe Olímpica de Refugiados serão anunciados em junho de 2020.
O presidente do COI, Thomas Bach, afirma que, com o auxílio financeiro e técnico, o comitê internacional deseja mostrar que os refugiados enriquecem o esporte e as sociedades. “A equipe enviará um sinal de esperança para todos os refugiados em todo o mundo e será um lembrete a todos da magnitude da crise de refugiados”, afirmou o dirigente.
De acordo com a entidade, o apoio dos comitês olímpicos nacionais e das federações esportivas mundiais será fundamental para assegurar o treinamento dos 37 atletas refugiados na preparação para Tóquio 2020.
Acesse a lista completa dos atletas beneficiários clicando aqui.
“O esporte é uma linguagem universal que transcende fronteiras, muros, guerras e outras barreiras”, enfatiza o alto-comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi.
“É uma ferramenta poderosa para ajudar refugiados a se curar (dos traumas), a crescer e a se tornar parte das suas novas comunidades. Esses atletas inspiradores são um símbolo para refugiados em todo o mundo. Eles mostram o que pode ser alcançando, contra todas as adversidades, por meio da resiliência, determinação e dedicação ao que você ama.”
Atualmente, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) mantém uma parceria com a Fundação Olímpica de Refúgio, do COI, que promove atividades esportivas para refugiados e outras vítimas de deslocamento forçado, incluindo por meio da construção de instalações para a prática de esportes. A meta da fundação é garantir que, até 2024, 1 milhão de jovens em situação de deslocamento forçado tenham acesso a esporte.
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Posted: 24 Jul 2019 01:48 PM PDT
As autoridades israelenses demoliram casas em comunidade vulnerável de beduínos em Abu Nwar, na Área C, perto de Jerusalém Oriental, na Cisjordânia. Foto: UNRWA
A “perigosa paralisia” que prevalece no conflito israelense-palestino está impulsionando extremismo e exacerbando tensões, levando à “perda de esperança” de que a paz um dia possa ser alcançada através de negociações, disse a chefe de Assuntos Políticos das Nações Unidas na terça-feira (23) ao Conselho de Segurança.
Rosemary Dicarlo disse que o desejo internacional de uma solução de dois Estados, com ambos os países vivendo lado a lado de forma segura, não é uma causa perdida. Mas, para solucionar todas as questões finais que dividem israelenses e palestinos, é preciso “liderança, vontade política e determinação para alcançar progresso tangível, apesar das dificuldades”.
Acontecimentos na região, no entanto, estão tornando a solução de dois Estados mais remota, alertou DiCarlo. O caminho legal em Israel agora está aberto para “regularização comercial” de até 2 mil unidades habitacionais em assentamentos considerados ilegais sob a lei internacional. Ela reiterou que os assentamentos continuam sendo “um obstáculo considerável à paz”.
Informando o Conselho sobre todos os aspectos do processo de paz no Oriente Médio ao longo dos últimos três meses, a subsecretária-geral DiCarlo disse ao debate aberto que a demolição e a tomada por autoridades israelenses de casas possuídas por palestinos continuam. No total, 66 estruturas foram destruídas ou tomadas, resultando no deslocamento de 90 palestinos, incluindo 58 crianças, e afetando as vidas de mais de 6,3 mil pessoas.
Violência diminui em Gaza
Embora a violência tenha diminuído no enclave de Gaza, em comparação com o auge dos protestos na cerca fronteiriça com Israel, um palestino foi morto pelas Forças de Defesa Israelenses (IDF) durante o último trimestre, e mais 736 palestinos ficaram feridos, incluindo 234 crianças. Tanto pipas incendiárias quanto lançamentos de foguetes também continuaram, mirando civis israelenses, mas o número de casos também caiu.
“O Hamas e a Jihad Islâmica da Palestina precisam cessar esta prática imediatamente”, disse DiCarlo, que também relatou que a violência continuou na Cisjordânia.
A situação humanitária, econômica e política na Faixa de Gaza, comandada pelo Hamas, continua sendo uma grande preocupação, disse DiCarlo. Segundo a subsecretária, a raiz de todos os problemas “continua política”. Ela pediu para todas as facções palestinas se unirem “sob um governo nacional único, democrático e legítimo”, que inclua Gaza em uma solução de dois Estados.
Declínio econômico continua
A chefe de Assuntos Políticos destacou que a economia palestina está “mostrando crescentes sinais de declínio”, e o governo continuou rejeitando a transferência parcial de receitas fiscais de Israel pelo quinto mês consecutivo.
Ela disse que, embora ambos os lados tenham se negado a negociar entre si, é “essencial adotar medidas temporárias para responder à crise fiscal da Autoridade Palestina”. Ela também encorajou Israel e a Palestina a trabalharem juntos “para encontrar tais soluções”.
“Encerrando, gostaria de enfatizar a gravidade da situação no Território Palestino Ocupado e a necessidade urgente de medidas tangíveis para reverter a trajetória negativa”, disse ao Conselho de Segurança.
As Nações Unidas, concluiu DiCarlo, “permanecem comprometidas em apoiar palestinos e israelenses em seus esforços para encerrar o conflito e para concretizar a visão de dois Estados, vivendo lado a lado em paz e segurança”.
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