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sexta-feira, 12 de julho de 2019

Boletim diário da ONU Brasil: “ONU premia filme brasileiro de realidade virtual sobre desastre em Mariana (MG)” e 11 outros.

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Boletim diário da ONU Brasil: “ONU premia filme brasileiro de realidade virtual sobre desastre em Mariana (MG)” e 11 outros.

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Posted: 10 Jul 2019 02:28 PM PDT
Da esquerda para a direita, Ariel Alexovich, coordenadora do Festival ODS em Ação, o cineasta Tadeu Jungle, e Lisa Russell, cineasta e integrante do júri do Festival. Foto: ONU Objetivos Globais
Da esquerda para a direita, Ariel Alexovich, coordenadora do Festival ODS em Ação, o cineasta Tadeu Jungle, e Lisa Russell, cineasta e integrante do júri do Festival. Foto: ONU Objetivos Globais
O curta-metragem de realidade virtual Rio de Lama — que leva o espectador para dentro do desastre ambiental de Mariana (MG) — venceu o Festival de Filmes da ONU sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O brasileiro e diretor Tadeu Jungle da obra recebe na quinta-feira (11) o reconhecimento da mostra, que exibirá todos os filmes ganhadores em Nova Iorque, em meio às atividades do Fórum Político de Alto Nível.
Rio de Lama propõe uma imersão em 360º na devastação provocada pela ruptura da barragem do Fundão, em novembro de 2015, quando 62 milhões de metros cúbios de rejeitos de minério e água foram liberados sobre as cidades de Mariana e Bento Rodrigues.
Jungle considera o filme histórico por ter conseguido registrar as comunidades destruídas e seus habitantes pouco tempo depois da catástrofe. “Ali, a gente conta uma história de uma saudade ou de uma ausência. Eu entrevistei os moradores. Eu fiz no calor da tragédia, eu fui para lá fazer o filme e não tinha um roteiro. Eu não tinha um script”, conta o cineasta e videoartista em entrevista à ONU News.
Sobre a premiação nas Nações Unidas, o diretor diz esperar que o reconhecimento fortaleça diferentes demandas sociais.
“Não somente essas causas das (pessoas afetadas por) barragens em si, mas também da luta pelo meio ambiente. Todas as lutas que estão se fazendo hoje que são muito importantes. A demarcação das terras indígenas é muito importante. A questão do extrativismo e da mineração ilegal na Amazônia.”
A obra de Jungle foi escolhida vencedora na categoria realidade virtual/360º do Festival de Filmes ODS em Ação. Mais de mil produções audiovisuais se inscreveram na mostra.
 
Posted: 10 Jul 2019 02:16 PM PDT
Ao todo, 32 grávidas venezuelanas refugiadas e migrantes participaram da roda de conversa. Foto: UNFPA Brasil
Ao todo, 32 grávidas venezuelanas refugiadas e migrantes participaram da roda de conversa. Foto: UNFPA Brasil
Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) realizou, na última semana, uma roda de conversa direcionada para gestantes de um dos abrigos da Operação Acolhida em Boa Vista (RR). Ao todo, 32 refugiadas e migrantes venezuelanas e alguns de seus parceiros participaram da conversa sobre saúde sexual e reprodutiva, acesso a métodos contraceptivos e direitos.
Em contexto de emergências humanitárias, mulheres gestantes, assim como mulheres em geral, pessoas LGBTI, idosas e com deficiência – entre outras com necessidades específicas de proteção – são especialmente vulneráveis.
Por isso, o UNFPA é responsável por promover ações em saúde sexual e reprodutiva e prevenir a violência baseada em gênero, principalmente no caso das grávidas: de acordo com o último Relatório Sobre a Situação da População Mundial, ao menos 800 mulheres e meninas morrem todos os dias no mundo de complicações relacionadas à gravidez ou ao parto, devido à falta de serviços obstétricos adequados.
A especialista em saúde sexual e reprodutiva do UNFPA em Roraima, Leila Rocha, explica que grande parte das mulheres venezuelanas que chegam ao país não passaram por qualquer tipo de pré-natal. Em junho, por exemplo, o Fundo de População realizou 84 atendimentos a grávidas.
“É importante ter essa roda de conversa porque podemos orientar a mulher sobre todas as vacinas necessárias, seus direitos, a importância da amamentação e métodos contraceptivos modernos”, explica.
Na ocasião, também foi feita uma demonstração de como utilizar o preservativo feminino. Leila Rocha destaca, ainda, a participação dos companheiros das gestantes na conversa. “Foi muito legal a participação de alguns parceiros, que ficaram curiosos, conheceram um pouco mais sobre o preservativo feminino e outros métodos”, afirma.
 
Posted: 10 Jul 2019 01:55 PM PDT
Marcha das Mulheres Negras contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver, ocorrida em 2015, em Brasília. Foto: ONU Mulheres/Bruno Spada
Marcha das Mulheres Negras contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver, ocorrida em 2015, em Brasília. Foto: ONU Mulheres/Bruno Spada
Um a cada quatro latino-americanos identifica-se como afrodescendente, o que representa cerca de 133 milhões de pessoas. A maioria vive no Brasil e o restante está distribuído de maneira heterogênea nos demais países da região.
Apesar de, nos últimos anos, a região ter alcançado avanços em termos de reconhecimento e redução da pobreza, o relatório “Afrodescendentes na América Latina – Rumo a um marco de inclusão” aponta que falta muito para eliminar as barreiras estruturais que impedem a inclusão social e econômica completa desta população.
Para refletir sobre o tema e provocar o debate com entes da federação, o Banco Mundial lançou o documento na semana passada (5), em Salvador (BA). O evento teve a participação de gestores, pesquisadores, profissionais e atores sociais que debateram a pesquisa.
“O relatório é um passo importante para compreender melhor a situação vivida pelos afrodescendentes e para ajudar a direcionar os países rumo à inclusão social e econômica na América Latina”, declarou o líder de Programa para Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável do Banco Mundial, Paul Procee. Ele participou da abertura do evento com o especialista em Desenvolvimento Social Germán Freire e a consultora Flávia Carbonari, que fizeram parte do grupo que elaborou o relatório.
Constituindo parte desproporcionalmente alta dos mais pobres, os afrodescendentes tem 2,5 vezes mais chances de viver na pobreza crônica que os brancos e mestiços na América Latina. Juntando as populações de Brasil, Colômbia, Equador, Panamá, Peru e Uruguai, o grupo representa 38% da população total, mas 50% dos que vivem na pobreza extrema. Os afrodescendentes também são os que têm menos anos de escolarização, experimentam mais o desemprego e possuem pouca representação nos cargos de decisão, tanto na esfera pública quanto privada.
Para o especialista em Desenvolvimento Social do Banco Mundial Germán Freire, a capacidade de a América Latina acabar com a pobreza extrema e promover a prosperidade compartilhada dependerá, em grande parte, da inclusão social dos afrodescendentes. “Acredito que, para alcançarmos esse objetivo, a região deve primeiro entender e visualizar suas necessidades e interesses”, afirmou.
Ainda falta muito para solucionar o complexo problema de exclusão que está no centro dos esforços do Banco Mundial para diminuir a desigualdade. A meta é melhorar as oportunidades e o acesso a mercados e serviços para os grupos excluídos, respeitando suas visões e aspirações. Uma vez que os afrodescendentes são uma população heterogênea, as políticas devem ser construídas levando em consideração as condições específicas de cada país, subregião e, muitas vezes, de cada situação.
Para isso, são necessários mais e melhores dados, além da inclusão de marcadores com variável sobre afrodescendentes nos censos, que representa um primeiro passo importante. As políticas devem ter objetivos claros e mensuráveis, em áreas-chave como educação, oportunidades de emprego e igualdade de salários. Deve-se ainda abordar e eliminar os estereótipos raciais e empoderar as organizações afrodescendentes para dar voz, participação e poder de negociação, aproveitando os avanços alcançados nos últimos anos por seus líderes.

Avanços

Na década passada, a América Latina testemunhou uma melhora notável nas condições de vida de muitos afrodescendentes, que beneficiaram-se da ampla redução na taxa de pobreza regional.
Por exemplo, mais de 50% das famílias afrodescendentes saíram da pobreza no Brasil e no Uruguai, e mais de 20% em Equador e Peru. O grupo também teve mais acesso à educação, ainda que persista a lacuna em relação à população branca e mestiça.
O aparecimento de uma classe política de afrodescendentes e o crescimento das organizações de afrodescendentes empurraram os vários países a incorporar mudanças constitucionais em relação à discriminação, direitos de propriedade e o reconhecimento étnico-racial da sua população. Outros países aprovaram instrumentos legais para resguardar os direitos dos afrodescendentes, tais como ações afirmativas, campanhas de conscientização, leis antidiscriminação, e inclusão no censo.
De acordo com o relatório, o crescente reconhecimento dos afrodescendentes representa a tão esperada ruptura com o passado que deu início a um dos capítulos mais sombrios da história latino-americana: a escravidão e seu terrível legado de exclusão social.
Clique aqui para acessar o relatório completo.
 
Posted: 10 Jul 2019 01:37 PM PDT
Mulheres e meninas da Cooperativa de Agricultura Familiar do município de Itati, no Rio Grande do Sul. Foto: ONU Mulheres
Mulheres e meninas da Cooperativa de Agricultura Familiar do município de Itati, no Rio Grande do Sul. Foto: ONU Mulheres
Um projeto da Fundação Banco do Brasil e ONU Mulheres vai injetar 849,9 mil reais em 18 empreendimentos de agricultoras familiares, quilombolas e mulheres reassentadas pela reforma agrária. Iniciativa contempla cooperativas de 14 municípios espalhados por Rio Grande do Sul, Paraná e Rio de Janeiro. Convênio foi formalizado nesta quarta-feira (10), em Porto Alegre (RS).
O investimento social é destinado ao programa Mulheres Rurais em Rede: Agroecologia, Autonomia Econômica e Autogestão Solidária. O projeto vai beneficiar 180 mulheres de forma direta, com incentivos e escoamento da produção local. A implementação fica a cargo da Cooperativa de Comércio Justo e Consumo Consciente GiraSol.
Os negócios beneficiários estão localizados nos municípios fluminenses de Maricá, Magé, Teresópolis, nas cidades paranaenses de Mallet, Inácio Martins e Pitanga e nos municípios gaúchos de Porto Alegre, Portão, Gravata, Viamão, Terra de Areia, Torres, Mostardas e Piratini.
Os recursos financeiros vão ser utilizados na criação de um armazém, para permitir a comercialização da produção encabeçada pelas mulheres. A verba também permitirá a capacitação e a inclusão dos grupos apoiados pela Cooperativa Girasol, que visa construir uma rede de consumo para a aquisição de produtos provenientes da agricultura familiar e de pequenos empreendimentos.
A parceria entre a Fundação Banco do Brasil e a ONU Mulheres é fruto do compromisso do banco estatal com os Princípios de Empoderamento das Mulheres — um conjunto de diretrizes para promover a igualdade de gênero no mundo do trabalho. O Banco do Brasil é signatário dessas recomendações.
Com o novo projeto, o organismo financeiro quer mostrar como as fundações empresariais podem contribuir para o cumprimento do Objetivo do Desenvolvimento Sustentável de nº 5 das Nações Unidas — alcançar a igualdade de gênero e o empoderamento de todas as mulheres e meninas.
 
Posted: 10 Jul 2019 12:56 PM PDT
Clique para exibir o slide.As brasileiras Samara, de 18 anos, Rhillary, de 16, e Bianca, de 15, têm algumas coisas em comum: são jovens participantes do programa “Uma Vitória Leva à Outra” no Rio de Janeiro (RJ), jogam futebol desde pequenas e nunca tinham assistido a uma Copa do Mundo de Futebol Feminino na televisão, até junho deste ano.
As histórias das meninas e mulheres que jogam futebol, em geral, ainda têm início semelhante. Se interessaram pela bola nos pés dos meninos que jogavam na rua, e se juntaram a eles. Quase sempre, sozinhas, sem a companhia de qualquer outra menina. Salvo raras exceções, ouviram, durante anos, da família, das pessoas do bairro e de amigos e amigas que futebol não era coisa para mulher. Isso quando os comentários também não envolviam xingamentos e ofensas.
“Sai daí, menina! A gente vai jogar. Vai ficar com as outras meninas ali no canto, vai”. Era o que Bianca ouvia quando tentava jogar com os meninos da rua. Dentro de casa, o apoio também não vinha. Para a família, mulher jogando futebol era algo “feio” e “errado”.
Rhillary conta que até chegou a entrar em uma escolinha de futebol quando tinha 13 anos, mas, sem o incentivo das pessoas ao seu redor, logo desistiu. Samara se lembra de que sempre que ia a uma loja de brinquedos com a família, pedia uma bola e ouvia a mãe implicar. “Muitas vezes, eu chegava a acreditar no que as pessoas diziam e me perguntava: ‘será que futebol é só pra homem?’”, diz Samara. “Continuei por amor”, completa.
O amor pelo futebol feminino ganhou uma nova dimensão este ano. Não foi a primeira vez que a Copa do Mundo Feminina passou na televisão, mas a visibilidade agora é outra. Ainda não há ruas pintadas, bandeiras por toda a parte e o país não para para assistir aos jogos femininos como faz quando a Copa do Mundo é masculina. Mas, este ano, várias empresas aderiram ao movimento “Com Você Eu Jogo Melhor” e liberaram suas equipes para acompanharem os jogos do Brasil.
Este ano, Samara assistiu aos jogos com seu pai, vestida com a camisa da seleção e trocando mensagens com amigos que assistiam à mesma partida em outras casas. Rhillary também brincou com a mãe, que mesmo sem ter o costume de torcer por futebol estava nervosa no último jogo do Brasil contra a França. Bianca também viu as mulheres jogarem futebol na TV pela primeira vez, e passou a ter um novo ídolo – Marta, de quem nunca tinha ouvido falar. O pai de Bianca também esteve na audiência, mesmo achando que futebol não é para mulher, curtiu o jogo e não falou nada.
“Achei maneiro. Se eu entrar em uma escolinha de futebol outra vez, talvez, agora, minha mãe me apoie”, comenta Rhillary. “Me senti representada como mulher”, afirma Bianca. “E bate aquela emoção! Eu vejo essas mulheres jogando e eu quero ser igual”, diz Samara, que é fã número um da meia e volante Formiga, a camisa 8 da seleção. “Sempre que eu vejo a Formiga, eu aprendo alguma coisa com ela. Ela até parece uma amiga minha”, diverte-se.
A sensação entre elas é de que o futebol feminino, finalmente, está começando a ser valorizado. Entre as apostas das três para os próximos anos estão: maior cobertura de mídia, mais incentivo para que as mulheres se desenvolvam no futebol, mais campeonatos, mais oportunidades e até o mesmo nível de reconhecimento que possui o futebol masculino no Brasil.
A realidade ao redor das três, diariamente, coloca empecilhos para a realização de seus potenciais. “Aqui, dentro da favela, as coisas são mais difíceis. Parece que esse sucesso nunca vai acontecer comigo”, desabafa Samara. Caberá a agências internacionais, instituições públicas, privadas e sociedade civil organizada o papel de garantir que as esperanças e sonhos dessas meninas no esporte e na vida não terminem com o final da Copa.
No programa “Uma Vitória Leva à Outra” — iniciativa conjunta de ONU Mulheres e Comitê Olímpico Internacional, em parceria com as ONGs Women Win e Empodera — elas têm vivido uma experiência positiva nesse sentido.
Há alguns meses, mais do que uma oportunidade de jogar bola com outras meninas que também são apaixonadas por esporte, Samara e Rhillary também encontraram no programa, implementado pelo Instituto Companheiro das Américas com apoio metodológico da Empodera, um espaço seguro onde se sentem à vontade para trocar experiências e discutir sobre temas importantes para suas vidas. “Aqui é muito diferente das outras amizades que eu tenho na rua. Essas meninas animam o meu dia”, diz Samara.
Bianca, que participa do programa na Fundação Angélica Goulart, também diz adorar os encontros. Até agora, seu dia preferido foi quando as facilitadoras trouxeram uma dinâmica para discutir e desconstruir as crenças sobre o que era socialmente considerado “coisa de homem” e “coisa de mulher”.
“Nós, mulheres, podemos fazer tudo o que a gente quiser”, afirma a adolescente. “Tenho certeza de que muitas meninas vão se tornar uma Martinha, não importa o que falem”. Diante dos desafios cotidianos, Rhillary também se inspira na melhor jogadora do mundo: “não dá pra ter medo de tentar, é preciso seguir em frente e não desistir nunca”. E Samara já está de olho na nova onda de inspirações para o esporte feminino que o ano de 2020 promete trazer. “No ano que vem, nós vamos ganhar as Olimpíadas”.
 
Posted: 10 Jul 2019 12:34 PM PDT
Equipes do PMA monitoram encostas com risco de deslizamento. Foto: PMA/Gemma Snowdon
Equipes do PMA monitoram encostas com risco de deslizamento. Foto: PMA/Gemma Snowdon
Tempestades, alagamentos e deslizamentos de terra em Bangladesh destruíram instalações de educação, saúde e saneamento básico em campos de refugiados rohingya, deixando crianças e suas famílias em situação crítica. O alerta é do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), que informou na terça-feira (9) que mais de 750 centros de assistência e pelo menos 47 pontos de distribuição de água foram danificados.
A agência da ONU dá apoio a postos que oferecem atendimento médico e também atividades de aprendizagem para meninos e meninas rohingya nos acampamentos de Cox’s Bazar, cidade no sudeste de Bangladesh. O organismo internacional afirmou que cinco dessas instalações sofreram avarias graves e mais de 750 ficaram parcialmente danificadas. O resultado foi a interrupção das aulas em locais de ensino para mais de 60 mil crianças.
Em Cox’s Bazar, mais de 500 mil jovens rohingya precisam de assistência humanitária. Do total de refugiados, 80% dependem completamente da comida doada pelo Programa Mundial de Alimentos (PMA). Essa população deixou seu país de origem, Mianmar, há quase dois anos, fugindo de violações de direitos humanos e de perseguições violentas orquestradas pelas próprias forças de segurança birmanesas.

Saneamento e alimentação

De acordo com o UNICEF, as chuvas recentes danificaram ou afetaram mais de 600 latrinas. As tempestades estão associadas à chegada da estação de monções. Precipitações intensas foram registradas em Cox’s Bazar desde a semana passada.
Segundo o UNICEF, a destruição da infraestrutura de saneamento aumenta o risco de diarreia entre a população refugiada e de outras doenças transmissíveis pela água.
“As condições nos campos e nas comunidades de acolhimento estão se deteriorando rapidamente por causa do clima brutal”, afirmou o representante interino do UNICEF em Bangladesh, Alain Domsam.
Segundo o dirigente, espera-se que as necessidades humanitárias aumentem nos próximos dias, pois a previsão é de mais chuvas. O UNICEF está ampliando os seus esforços de assistência às crianças na região.
A agência já havia lançado um apelo de 152,2 milhões de dólares para dar apoio em 2019 às crianças refugiadas e aos meninos e meninas das comunidades de acolhimento. Atualmente, o orçamento tem um rombo de 68,7 milhões de dólares.
Por mês, o Programa Mundial de Alimentos já gasta 24 milhões de dólares para suprir as necessidades dos refugiados rohingya.
Em resposta às intempéries, o PMA afirmou que separou 65 toneladas de mantimentos alimentares altamente calóricos para os campos de refugiados. Suprimentos de emergência também foram reservados para permitir a entrega de assistência a mais de 160 mil pessoas. Até segunda-feira (8), o organismo já havia fornecido comida para 6 mil pessoas.
A agência também está apoiando projetos para prevenir o deslizamento de encostas.
“Considerando o dano provocado por essas chuvas torrenciais, é fácil imaginar a devastação que milhares de refugiados rohingya poderiam ter enfrentado se equipes não estivessem no terreno concluindo esses projetos de preparação antes que a estação de monções chegasse”, explicou o porta-voz do PMA, Herve Verhoosel.
“Quase dois anos após a chegada em 2017 de refugiados rohingya, a situação permanece crítica. A vulnerabilidade à insegurança alimentar permanece alta e (a situação) poderia se deteriorar rapidamente caso a assistência humanitária cessasse ou diminuísse.”
 
Posted: 10 Jul 2019 12:19 PM PDT
O Conselho de Direitos Humanos avaliou pela primeira vez a questão do HIV e dos direitos humanos há 29 anos, em 1990. Desde então, tem sido firme em afirmar que o progresso na resposta à epidemia de AIDS é indissociável do progresso em questões de direitos humanos. Foto: UNAIDS
O Conselho de Direitos Humanos avaliou pela primeira vez a questão do HIV e dos direitos humanos há 29 anos, em 1990. Desde então, tem sido firme em afirmar que o progresso na resposta à epidemia de AIDS é indissociável do progresso em questões de direitos humanos. Foto: UNAIDS
Profissionais do sexo estão 13 vezes mais expostos ao risco de infecção pelo HIV do que a população mundial no geral. Mas, na Austrália, onde o trabalho sexual é descriminalizado, esse grupo registra a mesma taxa de infecção que a população em geral. Daí a importância de um ambiente jurídico legal para essa população. A opinião é de Jules Kim, chefe da Scarlet Alliance, a associação australiana de trabalhadoras do sexo.
O Conselho de Direitos Humanos avaliou pela primeira vez a questão do HIV e dos direitos humanos há 29 anos, em 1990. Desde então, tem sido firme em afirmar que o progresso na resposta à epidemia de AIDS é indissociável do progresso em questões de direitos humanos. Hoje, ao discutir novas recomendações sobre direitos humanos e HIV, seu trabalho é mais importante do que nunca.
Um total de 48 países e territórios ainda mantém restrições de viagens para pessoas vivendo com HIV. Uma em cada cinco pessoas vivendo com HIV relata ter tido os cuidados de saúde negados por conta do estado sorológico positivo para o vírus e, em outras partes do mundo, pessoas que usam álcool e outras drogas e profissionais do sexo vivem com medo de serem presos por portar seringas ou preservativos.
As adolescentes e mulheres jovens pertencem ao grupo mais afetado em razão da falta de garantia de direitos. Em 2017, 79% das novas infecções entre jovens de 10-19 anos na África Oriental e Meridional ocorreram entre mulheres.
As desigualdades e as barreiras institucionais aumentam as vulnerabilidades e diminuem o acesso aos serviços de saúde. Jovens de 45 países não podem acessar serviços de saúde sexual e reprodutiva ou serviços de testagem de HIV sem autorização dos pais ou do responsável legal.
Em uma reunião realizada na 41º sessão do Conselho de Direitos Humanos, convocada por Brasil, Colômbia, Moçambique, Portugal e Tailândia, a vice-diretora-executiva do UNAIDS, Shannon Hader, convocou os países a desmantelar as barreiras que impedem o aceso a serviços de saúde essenciais.
“Já se passaram quatro anos desde que o mundo se comprometeu a acabar com a epidemia de AIDS até 2030 e três anos desde que a Assembleia Geral das Nações Unidas adotou a Declaração Política sobre o fim da AIDS, que incluiu um compromisso de remover as barreiras de direitos humanos até 2020. Temos menos de dois anos para cumprir essa promessa.”
O evento marca a apresentação de um relatório e de recomendações sobre o HIV e direitos humanos, apresentados pela alta-comissária das Nações Unidas para os direitos humanos, Michelle Bachelet, ao Conselho de Direitos Humanos, em Genebra, no dia 1º de julho.
O relatório é resultado de consultas feitas em fevereiro com sociedade civil, especialistas, governos e titulares de mandato da ONU, e inclui exemplos de melhores práticas, incluindo o treinamento de trabalhadores da saúde sobre a importância do fim do estigma e da discriminação, a descriminalização de pessoas que usam álcool e outras drogas e a atividade sexual de pessoas do mesmo sexo, as leis modelos sobre o HIV, a formação de juízes e advogados, advocacy da sociedade civil e oportunidades de financiamento internacional especificamente para a programação de direitos humanos.
“Não podemos tratar das dimensões dos direitos humanos do HIV sem a sociedade civil, que desempenha um papel crítico”, afirmou o embaixador de Portugal nas Nações Unidas em Genebra, Rui Macieira.
“A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável é uma importante agenda para as pessoas, o planeta, a prosperidade, paz e parceria, a fim de não deixar ninguém para trás. Os Estados devem aumentar seus esforços para alcançar as pessoas marginalizadas”, disse Peggy Hicks, diretora da Divisão de Engajamento Temático, Procedimentos Especiais e Direito ao Desenvolvimento do Escritório do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (ACNUDH).
Os Estados-membros examinarão as recomendações que destacam a forma como a reforma das leis penais é fundamental para o avanço dos progressos no sentido da eliminação do HIV, incluindo as leis que criminalizam a expressão de gênero ou o sexo adulto consensual, o trabalho sexual e as relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo, bem como o uso de drogas.
As recomendações incluem um apelo ao reforço da cooperação a nível regional, sub-regional e global para apoiar e investir em programas e serviços que promovam o direito à saúde e aos direitos das pessoas que vivem com HIV. Isso é importante no contexto da redução do financiamento de doadores para programas de HIV e saúde, inclusive em países de renda média recém-migrados.
“Eu vivo com HIV, venho de uma comunidade muito pequena, uma área de favela de uma cidade queniana. Se as recomendações deste relatório forem implementadas em um local em que eu possa ir caminhando todos os dias — um centro de saúde, uma delegacia, então este local vai trabalhar para fornecer os serviços de que precisamos e mereceremos como um direito humano básico”, conclui Lucy Wanjiku, uma jovem mulher vivendo com HIV.
 
Posted: 10 Jul 2019 11:28 AM PDT
Formação é feita com vários parceiros da força-tarefa da logística humanitária. Foto: UNFPA Brasil
Formação é feita com vários parceiros da força-tarefa da logística humanitária. Foto: UNFPA Brasil
As oficinas do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) sobre como prevenir casos de exploração sexual e abuso de crianças e adolescentes têm como alvo não apenas militares envolvidos na força-tarefa da Operação Acolhida, mas também civis e profissionais da ONU que trabalham dentro dos abrigos em Roraima, lidando diretamente com pessoas migrantes e refugiadas.
No último fim de semana de junho, 94 profissionais da organização Visão Mundial, contratados pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) para atuar em espaços educativos nos abrigos passaram pela formação.
As oficinas, chamadas de PSEA, são destinadas à capacitação de educadores, assistentes, supervisores, coordenadores e demais profissionais que atuam nos abrigos, que são orientados a reconhecer situações de abuso e, quando identificados flagrantes, sobre como proceder. As atividades são ministradas pela especialista em violência de gênero do UNFPA, Patrícia Melo.
“A ideia é que todas as pessoas envolvidas na resposta humanitária em Roraima sejam capacitadas. Desta forma, todos os parceiros de implementação das agências da ONU e da Operação Acolhida serão contemplados, de modo a conhecer, defender e cumprir os princípios ONU em relação à exploração sexual e abuso de crianças e adolescentes, aumentando a proteção e fortalecendo a resposta”, afirmou a especialista.
Na semana anterior, o UNFPA também orientou os profissionais do Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimento Sustentável (CIEDS), organização que fomenta o empreendedorismo, que estão em Roraima trabalhando com a população migrante e refugiada.
“A ação foi fundamental porque, nesse primeiro momento, estamos aplicando jogos sobre empreendedorismo dentro dos abrigos. A gente compartilha dos mesmos valores e cuidados que se têm que ter quando se trata do tema das pessoas migrantes e refugiadas, e tudo que envolve essa formação. Foi sensacional, o debate foi muito rico, ficamos felizes de contar com uma agência como o UNFPA no nosso trabalho”, afirmou o coordenador local da entidade, Rafael Morales.
 
Posted: 10 Jul 2019 10:44 AM PDT
A venezuelana Daniela Rojas, de 21 anos, passou pelo processo de interiorização e hoje vive no sul do país. Foto: UNFPA/Fabiane Guimarães
A venezuelana Daniela Rojas, de 21 anos, passou pelo processo de interiorização e hoje vive no sul do país. Foto: UNFPA/Fabiane Guimarães
Daniela Rojas, de 21 anos, morava em Caracas, na Venezuela, mas temia todos os dias por sua vida. Após enfrentar uma longa jornada de aceitação com sua família pelo fato de ser transexual – o pai não a apoia ainda hoje – ela decidiu sair do país. O perigo de existir, que já era grande, aumentou nos últimos tempos, o que apressou sua decisão. “Não havia uma lei que nos protegesse, havia muita transfobia e ameaças. Eu já não podia sair à noite”, conta.
Foram vários percalços até a chegada a Pacaraima (RR), na fronteira entre Brasil e Venezuela, e também posteriormente. Daniela foi agredida e teve todos os seus pertences roubados, além de ter sido ameaçada. A ajuda do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) foi providencial.
“Estou muito agradecida. Foram os únicos que me deram abrigo e instrução. Me disseram que, apesar de haver mais aceitação aqui, eu devia tomar certos cuidados”, relata.
O atendimento do UNFPA em Roraima, no caso específico das pessoas transexuais em deslocamento, visa fornecer informações e traçar uma estratégia de prevenção de violência de gênero e em saúde sexual.
As pessoas transexuais são informadas de todos os seus direitos no país e das políticas públicas existentes. Por exemplo, tomam conhecimento do direito ao nome social e o direito à saúde no Sistema Único de Saúde (SUS), como a existência de ambulatórios de saúde integral para pessoas transexuais, a possibilidade de tratamento hormonal, entre outros serviços.
De acordo com o levantamento mais recente, a equipe do UNFPA realizou 195 atendimentos de pessoas LGBTI em junho de 2019, em Roraima. Deste total, 100 foram direcionados a pessoas trans, o que corresponde a 51,28%. O UNFPA tem um olhar cuidadoso para o atendimento dessas pessoas.
“As pessoas trans têm necessidades específicas de proteção devido à própria transexualidade. São mais vulneráveis a violações de direito e violência de gênero. Além disso, devido ao estigma, discriminação e falta de oportunidades de trabalho, mulheres trans acabam sendo levadas a fazer sexo por sobrevivência; e são muitas vezes vítimas de tráfico de pessoas e exploração sexual”, explica a especialista em direitos humanos do UNFPA em Roraima Nathália Campos.
No caso de Daniela, o UNFPA atuou de forma a fornecer serviços em saúde sexual e garantindo que ela fosse alocada em um abrigo adequado. As pessoas trans têm o direito ao uso do nome social garantido em todos os alojamentos da Operação Acolhida.
Elas são informadas sobre seus direitos e, quando solicitado, seus documentos são emitidos com a identidade de gênero à qual pertence. A equipe do UNFPA articulou essas medidas de garantia de direitos e realiza formação em educação em direitos humanos para a população LGBTI atendida e para os colaboradores da Operação.
“Confiei neles e me sinto segura aqui”, garante Daniela. “Aqui, há leis e elas são respeitadas.”
Daniela foi uma das milhares de pessoas que passou pelo processo de interiorização da Operação Acolhida. Atualmente, ela vive no sul do Brasil.
 
Posted: 10 Jul 2019 09:21 AM PDT
Clique para exibir o slide.Até o final deste dia, muitas pessoas terão tomado decisões que mudarão suas vidas, confiando em seu melhor palpite ou em seu instinto. Alguns produzirão grandes resultados, enquanto outros colocarão indivíduos, corporações e comunidades em perigo.
As crises humanitárias exigem que façamos escolhas difíceis. À medida que se tornam cada vez mais complexas, assim como seu impacto no meio ambiente, as escolhas que fazemos devem ser corretas. E para tomar decisões sólidas e informadas, precisamos de dados.
Atualmente, todos aqueles que trabalham na área ambiental têm na ponta dos dedos uma combinação de dados e tecnologias ambientais globais e técnicas de ciência de dados. Estas ferramentas têm o potencial de criar insights que podem apoiar um futuro sustentável e transformar profundamente nosso relacionamento com o planeta.
Durante décadas, a ONU Meio Ambiente tem trabalhado com o Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) e parceiros como a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) para dar sentido aos dados ambientais com o objetivo de melhorar o planejamento humanitário.
Em dezembro do ano passado, a ONU Meio Ambiente, com o apoio do ACNUR, testou uma ferramenta inovadora para coleta de dados ambientais e avaliação de riscos, a Ferramenta de Avaliação Ambiental Nexus (NEAT+). A ferramenta foi implantada no campo de refugiados de Mantapala, no norte da Zâmbia.
Construído em torno das terras agrícolas, o campo de refugiados de Mantapala, perto de Nchelenge, no norte da Zâmbia, foi construído em 2018 para até 20 mil pessoas. Foi concebido para permitir que os refugiados ganhassem a vida enquanto contribuíam para o desenvolvimento local. A Reserva Florestal Mantapala subtropical úmida circundante – uma área caracterizada pela rica biodiversidade – inclui a produtiva Floresta de Miombo Molhada.
De acordo com o ACNUR, a Zâmbia abriga pelo menos 41 mil refugiados da República Democrática do Congo e o campo de Mantapala abriga cerca de 13 mil deles.
A vida cotidiana não é fácil. As inundações repentinas podem ser comuns durante as longas estações chuvosas, quando as precipitações são particularmente fortes. Além disso, menos de 20% dos domicílios do distrito de Nchelenge têm acesso à eletricidade e, quando têm, é tão cara que as pessoas preferem usar lenha e carvão como combustíveis para cozinhar.
“Com a pressão crescente em recursos naturais em todo o mundo, estamos explorando como apoiar agentes humanitários na coleta, compartilhamento e processamento de dados ambientais para melhor tomada de decisões usando ferramentas ambientais digitais inovadoras, como a Ferramenta de Avaliação Ambiental Nexus (NEAT +) e MapX— uma plataforma apoiada pelas Nações Unidas – no assentamento de Mantapala e além”, diz David Jensen, chefe de cooperação ambiental da ONU para a Construção da Paz e co-diretor do MapX.
O que torna o NEAT+ tão atraente é a sua simplicidade. É uma ferramenta de triagem ambiental amigável para os contextos humanitários, que combina dados ambientais com perguntas específicas do local para analisar automaticamente e sinalizar os riscos ambientais prioritários. A ferramenta foi desenvolvida por oito organizações humanitárias e ambientais como parte da Iniciativa Conjunta, um projeto de múltiplas partes interessadas que visa melhorar a colaboração entre atores ambientais e humanitários. O NEAT+ apoia os atores humanitários na identificação rápida de questões de interesse para aumentar eficiência, responsabilidade e sustentabilidade de intervenções de emergência ou recuperação.
“O NEAT+ responde à demanda de um processo simples para avaliar a sensibilidade do ambiente em configurações de deslocamento. Ele cobre as realidades ambientais com uma proposta de intervenção humanitária, identificando medidas de risco e mitigação”, diz Emilia Wahlstrom, oficial de programa da ONU Meio Ambiente/Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários.
O NEAT+ é executado no KoBo – uma plataforma de coleta de dados gratuita e de código aberto, criada pela Harvard Humanitarian Initiative – que permite que os dados sejam coletados por telefone, tablet ou computador. Depois que os dados são gravados, o programa gera automaticamente um relatório no Excel, categorizando o risco em alto, médio e baixo e fornecendo informações que podem ajudar a reduzir o risco.
Como próximo passo, o NEAT+ irá atrair cada vez mais o MapX, uma plataforma online, de código aberto e totalmente personalizável para acessar e visualizar dados ambientais geoespaciais. Oferece várias ferramentas para destacar diferentes riscos ambientais, como desmatamento, riscos naturais e riscos de enchentes. O NEAT usará o MapX para coletar e visualizar dados.
No campo de Mantapala, a ferramenta de avaliação do NEAT+ foi usada para identificar impactos ambientais e de subsistência negativos no campo, onde dados espaciais do MapX destacaram áreas próximas de preocupação ambiental.
Os resultados mostraram oportunidades de ação ambiental. Onde havia risco de desmatamento, meios de subsistência alternativos e programas agroflorestais poderiam ser apoiados. Áreas agrícolas vulneráveis ​​a danos causados ​​por enchentes estão sendo modificadas para evitar mais desmatamento e reduzir os riscos de enchentes.
“O desenvolvimento de um ecossistema digital para o meio ambiente oferece a possibilidade de acessar os melhores dados disponíveis para a tomada de decisões. Ferramentas como MapX e NEAT+ são essenciais para mitigar os efeitos de desastres naturais de início súbito e mudanças e degradação ambientais de início lento”, diz Jensen.
“Desenvolver e aplicar a ferramenta NEAT+ nos mostrou o valor agregado que a comunidade ambiental pode trazer para as linhas de frente da resposta humanitária. Ao aproveitar o tempo para compreender o contexto ambiental em que operam, os agentes humanitários estão projetando programas que estão economizando dinheiro, contribuindo para um ambiente saudável e apoiando a dignidade, a subsistência e a saúde das pessoas afetadas. Isso é crítico para um panorama global de crise humanitária cada vez mais complexo e prolongado”, comenta Wahlstrom.
Em 2019, os mesmos atores que desenvolveram a ferramenta NEAT+, os parceiros da Iniciativa Conjunta, lançaram o site Environment and Humanitarian Action Connect. Trata-se de uma ferramenta digital única que abrange o nexo humanitário-ambiental e representa o primeiro repositório on-line abrangente de ferramentas de ação e orientação ambiental e humanitária. É de fácil pesquisa e acesso, seja no escritório, em casa ou no campo. O conteúdo se alinha com o ciclo do programa humanitário com orientações específicas disponíveis para grupos e temas humanitários.
O Environment and Humanitarian Action Connect é administrado e atualizado pela Unidade Conjunta de ONU Meio Ambiente/Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários. Através da Unidade Conjunta, a ONU Meio Ambiente e o OCHA respondem juntos às dimensões ambientais das emergências. A parceria ajuda os países afetados por desastres e crises e trabalha para aumentar a sustentabilidade da ação humanitária. A parceria apoiou quase 100 países e realizou mais de 200 missões, e comemora seu 25º aniversário este ano.
 
Posted: 10 Jul 2019 08:48 AM PDT
Uma mãe sul-sudanesa com o filho num centro de trânsito para refugiados e deslocados em Ituri, uma província da República Democrática do Congo. Foto: ACNUR/Siegfried Modola
Uma mãe sul-sudanesa com o filho num centro de trânsito para refugiados e deslocados em Ituri, uma província da República Democrática do Congo. Foto: ACNUR/Siegfried Modola
Na semana em que o Sudão do Sul — a nação mais jovem do mundo — completa oito anos de sua independência, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) pediu que líderes sul-sudaneses se empenhem em garantir a paz no país. Desde 2013, o Estado mergulhou num conflito armado que teria provocado quase 400 mil mortes. A crise levou 2,3 milhões de cidadãos a buscar refúgio em outros países.
O porta-voz do ACNUR Charlie Yaxley lembrou na terça-feira (9) — dia da independência — que, após a criação do Estado sul-sudanês, o país “viu tragicamente mais guerra do que paz”. Além dos refugiados, o organismo estima que exista 1,9 milhão de pessoas deslocadas dentro do Sudão do Sul — esses indivíduos tiveram de abandonar suas casas e comunidades por causa da violência, mas permanecerem dentro do território nacional.
De acordo com um estudo da London School of Hygiene & Tropical Medicine, financiado pelo Departamento de Estado dos EUA, a guerra civil teria provocado em torno de 383 mil mortes. Metades dos óbitos estaria associada diretamente à violência armada — é o caso, por exemplo, de sul-sudaneses que morreram por causa de ferimentos de guerra. A outra metade foi atribuída às consequências do conflito, como o colapso do sistema de saúde, a falta de comida e a perda de meios de subsistência, bem como o deslocamento para acampamentos superlotados.
A situação dos sul-sudaneses expatriados é considerada a pior crise de deslocamento forçado da África. De acordo com o ACNUR, a conjuntura tem impactos desproporcionais sobre as crianças, que representam em torno de 65% de todos os refugiados do Sudão do Sul.
Segundo Yaxley, garantir que os jovens sul-sudaneses, incluindo os refugiados, tenham acesso a uma educação adequada e a oportunidades para realizar o seu potencial é essencial caso o Sudão do Sul queira se tornar uma nação próspera e pacífica.
O levantamento mais recente do Escritório das Nações Unidas de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) aponta que, até o final de julho, 6,9 milhões de sul-sudaneses — o equivalente a 61% da população do país — devem enfrentar fome aguda. O contingente de pessoas sem ter o que comer é o maior já registrado.
O OCHA e outras agências querem entregar suprimentos e ajuda para 5,7 milhões de sul-sudaneses. As operações exigem 1,5 bilhões de dólares. Do montante, apenas 38,7% foi disponibilizado por países e doadores.
O ACNUR e parceiros humanitários buscam ainda 1,4 bilhão de dólares para levar assistência humanitária aos refugiados sul-sudaneses em 2019. Mas até o momento, contribuições internacionais somam somente 21% do orçamento solicitado.
O ACNUR ressaltou que o Acordo de Paz de 12 de setembro de 2018 lançou as bases para acabar com os confrontos no país, após cinco anos de intensos confrontos. Na visão do organismo das Nações Unidas, houve progressos, mas pontos de tensão fundamentais continuam sem resolução, e a paz está longe de ser certa.
De acordo com informações da imprensa, nem todas as partes em conflito assinaram o termo de paz — o que tem provocado novos episódios de violência desde o início de 2019.
“O ACNUR acredita ser essencial que representantes das comunidades de refugiados e de deslocados internamente sejam participantes ativos e significativos do processo de paz. Qualquer acordo convincente deve incluir provisões claras e transparentes para a reconciliação”, afirmou a instituição.
 
Posted: 10 Jul 2019 07:25 AM PDT
Campus da Universidade do Estado da Califórnia, em Los Angeles, nos Estados Unidos. Foto: Wikimedia (CC)/Justefrain
Campus da Universidade do Estado da Califórnia, em Los Angeles, nos Estados Unidos. Foto: Wikimedia (CC)/Justefrain
Organizações que representam mais de 7 mil instituições de ensino superior de todos os seis continentes declararam nesta quarta-feira (10) uma emergência climática e acordaram um plano para neutralizar as suas emissões de carbono até 2030.
A estratégia para combater a crise climática está estruturada em três frentes: neutralizar as emissões de carbono até 2030; mobilizar mais recursos para a pesquisa e a criação de competências voltadas para ações climáticas; e ampliar a educação sobre meio ambiente e sustentabilidade no currículo escolar, tanto nas universidades como em programas para a comunidade.
Esta é a primeira vez em que organizações de ensino superior se unem para assumir um compromisso coletivo frente às mudanças do clima. A iniciativa é capitaneada pela Aliança para a Liderança Sustentável na Educação (EAUC), pela organização estadunidense Second Nature e pela Aliança para Juventude e Educação, da ONU Meio Ambiente. A carta assinada pelas três instituições será compartilhada com ministros de Estado durante o encontro da Iniciativa por uma Educação Superior Sustentável, em Nova Iorque.
Outras instituições que assinaram o documento incluem a Universidade de Strathmore (Quênia), a Universidade de Tongji (China), a Escola de Comércio KEDGE (França), a Universidade de Glasgow (Escócia), a Universidade do Estado da Califórnia (Estados Unidos), a Universidade de Zayed (Emirados Árabes Unidos) e a Universidade de Guadalajara (México).
O anúncio também foi apoiado pelas principais redes mundiais de educação, como a Aliança Global e a Iniciativa Global de Lideranças Responsáveis, que também se comprometeram com as metas de emissões.
“O que ensinamos molda o futuro. Nós elogiamos o compromisso das universidades para se tornarem neutras em carbono até 2030 e aumentar seus esforços nos campus acadêmicos”, disse Inger Andersen, Diretora Executiva da ONU Meio Ambiente.
“Os jovens têm liderado cada vez mais os apelos por mais ações endereçando os desafios climáticos e ambientais. Iniciativas que envolvem os jovens diretamente neste trabalho são uma contribuição valiosa para alcançar o desenvolvimento sustentável.”
Algumas instituições já implementam boas práticas de sustentabilidade, como a Universidade de Strathmore, que utiliza energia limpa e instalou seu próprio sistema fotovoltaico de 600 quilowatts. A Universidade de Tongji incorporou a sustentabilidade no currículo e instigou outras instituições a fazerem o mesmo.
Nos Estados Unidos, a Universidade da Califórnia se comprometeu a neutralizar suas emissões de carbono até 2025 e outras instituições, como a Universidade Americana e a Universidade de Colgate, já são neutras em carbono.
“Jovens em todo o mundo sentem que escolas, colégios e universidades têm sido lentos demais em suas reações à crise que recai sobre nós. Celebramos a notícia de que elas estão declarando a emergência climática. Não temos tempo a perder. Iremos convocar as instituições que ainda não apoiam a iniciativa para que se juntem a ela. E, claro, as ações que acompanham o apoio são o elemento mais importante”, afirmou a diretora para Alunos que se Organizam pela Sustentabilidade, Charlotte Bonner.
Leia a carta completa (em inglês) e veja quais redes confirmaram apoio — clique aqui.
Sobre o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, conhecido pela sigla PNUMA, é a principal autoridade ambiental global, que determina a agenda internacional sobre o tema, promove a implementação coerente da dimensão ambiental do desenvolvimento sustentável no Sistema das Nações Unidas e serve como uma defensora do meio ambiente no mundo. Sua missão é prover liderança e encorajar parcerias na proteção do meio ambiente, inspirando, informando e permitindo que países e pessoas melhorem sua qualidade de vida sem comprometer as futuras gerações.
Sobre a EAUC
A EAUC é a Aliança pela Liderança Sustentável na Educação. A rede representa mais de 200 instituições com um total de 2 milhões de alunos e quase 400 mil funcionários, com orçamentos de mais de 25 bilhões de libras. O organismo ajuda líderes, acadêmicos e profissionais a levar a sustentabilidade para dentro de suas instituições de ensino para maiores de 16 anos. Universidades e faculdades sustentáveis são instituições mais bem-sucedidas no longo prazo. Elas têm mais resiliência financeira e operacional, seus estudantes atingem melhores resultados e geram impactos sociais, pesquisas e inovações melhores.
Sobre a Second Nature
A Second Nature está comprometida em acelerar ações climáticas por meio da educação superior. Isto é feito mobilizando uma série de instituições para atuar em ações climáticas relevantes, aumentar as iniciativas pelo clima nos campus e criar soluções inovadoras. A Second Nature busca alinhar, ampliar e ser a ponte entre os esforços do setor e outros líderes globais para avançar as prioridades climáticas mais urgentes.
Para mais informações e contatos de imprensa:
Keishamaza Rukikaire, chefe de Noticias e Mídia, ONU Meio Ambiente, rukikaire@un.org, +254 722677747
Roberta Zandonai, Comunicação, ONU Meio Ambiente no Brasil, roberta.zandonai@un.org, (61) 3038-9231
 
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