Boletim diário da ONU Brasil: “Centro da ONU detalha financiamento de programa nacional de alimentação escolar” e 15 outros.
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sex, 12 de jul 18:26 (há 2 dias)
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Posted: 12 Jul 2019 01:53 PM PDT
Programas de alimentação escolar podem fortalecer agricultura local e garantir que crianças frequentam o colégio. Foto: PMA/Vinícius Limongi
O Centro de Excelência contra a Fome — fruto de uma parceria entre o governo brasileiro e o Programa Mundial de Alimentos (PMA) — e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação do Brasil publicaram na quinta-feira (11) artigo que explica a gestão financeira do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e seu histórico de financiamento desde a criação.
Ao revisitar os principais marcos e evoluções do PNAE ao longo de seis décadas, o artigo detalha os diversos instrumentos de arrecadação de impostos e criação de fundos que permitiram o financiamento estável do programa.
A experiência brasileira no financiamento da alimentação escolar ressalta a importância de previsão legal de alocação orçamentária para alimentação escolar com o objetivo de garantir a progressiva expansão da cobertura e da qualidade das refeições oferecidas pelo PNAE nos 27 estados e mais de 5 mil municípios do país.
O artigo integra a nova série Policy Briefs que trará informações complementares sobre diferentes dimensões do programa brasileiro, como financiamento, implementação e monitoramento do programa.
Os artigos farão parte do aporte de documentos de assistência técnica do Centro de Excelência, e são um importante veículo para a análise de modelos de elaboração e implementação de políticas públicas, destinados a formuladores de políticas e outros parceiros – sejam eles representantes do governo ou de outros setores.
O Centro de Excelência atua conjuntamente aos parceiros do governo brasileiro, promovendo a troca de experiências entre países e oferecendo assistência técnica para o aprimoramento das políticas públicas de segurança alimentar e nutricional em países em desenvolvimento.
Além do trabalho presencial oferecido, o Centro de Excelência apoia remotamente governos e outros escritórios do PMA através da provisão de aconselhamento técnico e político, do compartilhamento de informações e da elaboração conjunta ou revisão de documentos – como projetos de lei, planos de desenvolvimento, estratégias nacionais e documentos programáticos de alimentação escolar.
A série Policy Briefs contribuirá para o contínuo registo de experiências e boas práticas que podem inspirar a realização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) pelo mundo.
Clique aqui para acessar a publicação.
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Posted: 12 Jul 2019 01:36 PM PDT
Moradores da favela da Babilônia, no Rio de Janeiro. Foto: ONU/Evan Schneider
Com o objetivo de diminuir a pobreza e as desigualdades sociais, os países em desenvolvimento devem focar suas políticas de assistência e proteção social para o crescimento inclusivo. Mas como mensurar a eficácia dessas políticas públicas? Como assegurar que o investimento seja bem gasto e funcione para melhorar a vida daqueles que precisam?
Em artigo publicado pelo Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo (IPC-IG), os autores Luis Henrique Paiva, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), e Santiago Falluh Varella, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), abordam a literatura empírica acerca dos impactos da proteção social em aspectos comportamentais microeconômicos, que acabam tendo efeitos no crescimento econômico.
O artigo “Os impactos dos benefícios da proteção social em comportamentos potencialmente relacionados ao crescimento inclusivo: uma revisão de literatura” analisa efeitos das políticas de proteção social em pontos como consumo e poupança, oferta de mão de obra, educação, fertilidade, migração e inovação e tomada de risco.
A partir da análise de estudos consolidados do campo da proteção social, o artigo propõe uma visão ampla de como esses benefícios, sejam eles contributivos ou não contributivos, afetam o comportamento das escolhas econômicas do beneficiário.
Fazendo um paralelo, o tema tem relação direta com tópicos da economia comportamental, campo que aplica teorias psicológicas e econômicas nas tomadas de decisão monetárias. A elaboração e eficácia de políticas públicas em questões de proteção social depende diretamente do entendimento desses processos decisórios, hábitos e experiências pessoais.
Em relação à educação, os autores destacam evidências de relação positiva entre transferências de renda modestas — especialmente quando associadas a condicionalidades — e taxas de matrículas e frequência escolar.
Sobre a questão migratória, os resultados mostram que as transferências de renda ajudam a financiar a migração doméstica, o que pode beneficiar a renda das famílias. A mesma política é avaliada empiricamente por Paiva e Varella como agente viabilizador de pequenos investimentos, aprimorando estratégias na gestão dos riscos.
Ao mapear pontos negativos dos benefícios de proteção social, como uso do dinheiro em poupanças por trabalhadores de baixa renda e também os impactos dessas políticas na oferta de mão de obra, o estudo mostra que mesmo não havendo uma melhora nos índices de crescimento econômico, há melhora no bem-estar de agregados familiares.
Para os autores, as políticas em questão apresentam diversos caminhos que trazem uma visão otimista sobre os impactos gerais no crescimento econômico por vias microeconômicas.
Clique aqui para acessar o artigo.
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Posted: 12 Jul 2019 01:15 PM PDT
O hospital cirúrgico de Kafr Nubl, em Idlib, na Síria, foi alvo de ataques em maio deste ano. Foto: UNICEF/Khalil Ashawi
O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou na quinta-feira (11) ataques aéreos que teriam atingido várias instalações de saúde no noroeste da Síria. Entre os alvos, estava um grande hospital na cidade de Maarat al-Numan. As coordenadas da instituição haviam sido compartilhadas pelas próprias Nações Unidas com todos os lados do conflito armado.
As operações aconteceram em meio à escalada da violência observada desde abril em Idlib, o último enclave sob controle da oposição no país.
Cerca de 3 milhões de pessoas moram na região. Muitos desses habitantes são deslocados de outras partes da Síria, que foram forçados a abandonar as suas comunidades de origem por causa da guerra.
Guterres insistiu que civis e prédios públicos precisam ser protegidos, conforme previsto por um acordo de ‘desescalada’ de 2018, monitorado pela Rússia e Turquia.
O secretário-geral também enfatizou que os responsáveis por sérias violações do direito humanitário internacional devem ser responsabilizados.
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Posted: 12 Jul 2019 12:33 PM PDT
Capacitação do FIDA abordou protagonismo das mulheres na produção agrícola. Foto: ASA/Emanuela Castro
O Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) capacitou neste mês, em Recife (PE), cerca de 70 agriculturas brasileiras no uso de cadernetas agroecológicas. Com a formação, a agência da ONU quer impulsionar o monitoramento da produção feita por mulheres, lançando luz sobre as contribuições dessa parte da população para o setor agrícola.
O treinamento fez parte da programação do Seminário Semear Internacional-FIDA de Capacitação para uso das Cadernetas Agroecológicas, promovido pelo fundo das Nações Unidas em parceria com o Instituto Interamericano de Cooperação para Agricultura (IICA). Evento aconteceu do dia 3 a 5 de julho.
Durante a mesa de abertura do encontro, a reitora da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Maria José de Sena, defendeu a inclusão e a participação das mulheres na agricultura. “Com elas, temos a certeza e a segurança de que o alimento que consumimos tem nutrientes e nos faz bem”, afirmou a dirigente da instituição de ensino e pesquisa.
Já a coordenadora do grupo de trabalho de mulheres da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), Elisabeth Cardoso, ressaltou a necessidade de empoderar as agricultoras. “Se costuma dizer que, sem feminismo, não há agroecologia, mas vou além. Sem feminismo, não há convivência com o Semiárido.”
Cadernetas dão visibilidade para o trabalho das mulheres
Também presente, a coordenadora-executiva da Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA), Graciete Santos, explicou que a caderneta agroecológica é uma ferramenta importante para dar visibilidade às atividades não monetárias — como o trabalho doméstico e o consumo da família — a que as mulheres se dedicam. Essas práticas não são reconhecidas como geradoras de renda, mas são fundamentais à vida.
Por meio da caderneta, as mulheres também podem contabilizar o quanto investem e o quanto lucram com a produção agrícola no roçado e em casa. O acompanhamento permitirá observar evoluções na renda das mulheres, a fim de promover a sua autonomia. A expectativa é de que o uso das cadernetas fortaleçam o respeito e a inclusão das produtoras rurais.
Ao longo dos três dias de evento, a capacitação em Recife contou com atividades práticas e orientações sobre como preencher a caderneta. No último dia, foi discutida a sistematização do fluxo de informações que os documentos vão gerar.
“Estamos juntas e juntos construindo caminhos e instrumentos que nos possibilitem visibilizar, conhecer e sistematizar a contribuição econômica, ecológica, social e cultural das mulheres rurais para a economia familiar, para a segurança e soberania alimentar, a agroecologia e para a vida”, completou a gerente de Gestão do Conhecimento do Semear Internacional, Aline Martins.
Durante o evento, foi lançada a cartilha Mulheres que florescem o semiárido nordestino, uma publicação do FIDA que apresenta a luta de mulheres para ter seus trabalhos reconhecidos e valorizados no semiárido. Acesse a cartilha clicando aqui.
Acesse também o Guia Metodológico de Uso da Caderneta Agroecológica clicando aqui.
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Posted: 12 Jul 2019 12:00 PM PDT
As aulas serão ministradas por especialistas internacionais da FAO que abordarão aspectos sobre sanidade e inocuidade dos produtos pesqueiros destinados ao mercado europeu. Foto: ONU/Martine Perret.
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), junto com a Secretaria de Aquicultura e Pesca do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), promovem, a partir da próxima segunda-feira (15), o Workshop Internacional de Capacitação das Indústrias de Aquicultura e Pesca para o Mercado Europeu.
O evento, uma ação conjunta entre FAO, MAPA e Sindicato dos Armadores e das Indústrias de Pesca de Itajaí e Região (SINDIPI), promoverá uma série de cursos que ocorrerão entre os dias 15 a 19 de julho, na sede do sindicato, em Itajaí (SC).
As aulas serão ministradas por especialistas internacionais da FAO que abordarão aspectos sobre sanidade e inocuidade dos produtos pesqueiros destinados ao mercado europeu.
Saiba mais em: http://tiny.cc/jnjm9y
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Posted: 12 Jul 2019 11:55 AM PDT
Clique para exibir o slide.O Brasil tem se tornado uma referência internacional em resposta humanitária desde o início da Operação Acolhida. Com o apoio da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), conciliando esforços com outras agências das Nações Unidas e organizações da sociedade civil, a força-tarefa do Governo Federal foi criada para lidar com o crescente fluxo de refugiados e migrantes venezuelanos, reforçando o histórico do país como uma nação que acolhe pessoas vítimas de deslocamento forçado.
Mesmo com resultados expressivos até o momento, há muitos desafios diante da entrada diária de 500 venezuelanos, em média, por Roraima. A questão foi tema de debate das Comissões de Relações Exteriores e de Direitos Humanos do Senado em audiência pública realizada na quarta-feira (10), em Brasília (DF).
Foram convidados para compor a mesa de debate representantes de ACNUR, Ministério de Relações Exteriores, Ministério da Justiça, Associação Compassiva e Instituto Migrações e Direitos Humanos.
O embaixador Luis Fernando Abott Galvão, diretor do Departamento de Nações Unidas do Ministério de Relações Exteriores, fez questão de sublinhar que o Brasil se diferencia de outras nações no acolhimento de pessoas deslocadas à força.
“Muitos países dificultam ou até impedem a entrada de refugiados em seus territórios. Não é o caso do Brasil”, defendeu o embaixador. “Apenas 0,1% da população brasileira – uma a cada 1 mil pessoas – é refugiada ou solicitante de refúgio”, esclareceu Galvão.
Pablo Mattos, oficial de proteção do ACNUR, reforçou que na “balança migratória” brasileira, há mais brasileiros vivendo no exterior do que refugiados e imigrantes no Brasil. Ele também defendeu que em termos de proteção a refugiados, o país tem sido referência.
“O Brasil não apenas tem horado os compromissos internacionais, mas tem também servido de exemplo para toda a região e comunidade internacional. Entre os compromissos honrados, está o princípio da não devolução, que garante o acesso dessas pessoas ao território brasileiro, e o princípio do acesso universal ao pedido de refúgio”, pontuou Mattos.
Roraima em atenção
O Brasil, com suas dimensões continentais e especificidades regionais, tem amplas possibilidades de integração de refugiados. No entanto, pelas barreiras geográficas características do estado de Roraima, que dificultam o deslocamento da população, o compartilhamento da responsabilidade na resposta humanitária é fundamental.
“A responsabilidade de acolhida não é só do estado de Roraima. Os venezuelanos entram por aquela região, mas essa é uma demanda a ser respondida por todo o Brasil”, disse Rogenir Costa, do Instituto Migrações e Direitos Humanos.
Representando a sociedade civil, Costa destacou que a tendência é que boa parte dos deslocados venezuelanos permaneçam no Brasil por um tempo.
As organizações sociais presentes no debate e o ACNUR reconheceram a necessidade de contínuo apoio às ações desenvolvidas nos estados do Norte, principalmente Roraima: são necessários investimentos sólidos em setores básicos como educação, saúde e segurança tanto para a população brasileira como para a venezuelana.
Em sua fala, Pablo Mattos destacou que Roraima precisa de atenção e apoio do poder público. “É importante que a região e o estado estejam preparados para esse novo momento [de fluxo de venezuelanos]. Isso parte da premissa de que haja uma melhoria nos serviços públicos para que nem os brasileiros e nem os venezuelanos fiquem sem atendimento”.
Interiorização é prioridade
A estratégia de interiorização, que faz parte da Operação Acolhida, tem se tornado cada vez mais protagonista na resposta humanitária brasileira. Ordenamento de fronteira, acesso a documentação e abrigamento são indispensáveis para receber e acolher essa população. No entanto, o programa de realocação voluntária de refugiados e migrantes é a solução para desafogar o estado e facilitar a integração local.
“Interiorização se tornou mais importante. Temos que focar no aprimoramento e expansão dessa estratégia. Para isso, temos que sensibilizar os entes federais e a sociedade civil de maneira geral”, explicou André Furquim, diretor do Departamento de Migrações do Ministério da Justiça.
Uma importante etapa do processo de interiorização se refere à aproximação com os municípios e estados que têm potencial de acolher as pessoas venezuelanas. É o que defende Rogenir Costa. “Precisamos ampliar essa capacidade incluindo novos atores, estabelecendo uma frente de trabalho voltada às perspectivas das condições de permanência”, disse.
Revalidação de diplomas
A audiência pública abordou também a questão da revalidação de diplomas de refugiados no Brasil. Segundo pesquisa do ACNUR, divulgada em maio deste ano, pessoas refugiadas no país apresentam alto grau de escolaridade: 34,4% dos entrevistados concluíram o Ensino Superior – muitos com curso de pós-graduação, mas poucos conseguiram revalidar seus diplomas.
Para Camila Tardin, advogada da Associação Compassiva, é preciso desmistificar a ideia de que refugiados e migrantes não têm perfil profissional ou capacidade preencher vagas de alta qualificação. “Muitos dos refugiados e migrantes não estão inseridos em sua área de formação apenas porque não têm seus diplomas revalidados”, afirmou.
Segundo a advogada, a lista de documentos necessários para o processo de revalidação é extensa. “É uma raridade alguém que consiga toda essa documentação. Sem contar a oneração: é preciso apresentar tradução juramentada dos documentos. Essas traduções são muito caras e impedem que refugiados e solicitantes de refúgio realizem a revalidação do diploma. A taxa de revalidação também é muito alta, em média 7 mil reais para ensino superior. E se o caso é negado, o dinheiro não é devolvido”, exemplificou Tardin.
Ao fim da sessão, parlamentares propuseram a criação de um Grupo de Trabalho no Senado para debater políticas sobre o tema, a começar com uma visita a Boa Vista e Pacaraima de comitiva de senadores e deputados com o objetivo de produzir um diagnóstico das necessidades da Operação Acolhida. Igualmente, será solicitada uma consultoria sobre revalidação de diploma e o debate deve seguir na Comissão de Educação do Senado.
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Posted: 12 Jul 2019 11:29 AM PDT
Vans móveis levam serviços de HIV e aconselhamento para usuários de drogas injetáveis. Foto: Movimento Positivo
A maioria das infecções por HIV em Minsk, capital de Belarus, acontece pelo uso de drogas injetáveis. Para lidar com o problema, o governo e a ONG Movimento Positivo criaram clínicas móveis de diagnóstico do vírus, além de centros de acolhimento onde a população usuária de drogas recebe orientações de pessoas que já consumiram essas substâncias ou foram afetadas de alguma forma pela epidemia de HIV.
O diálogo “entre pares” — usuários e ex-usuários — permite estabelecer confiança junto a indivíduos que muitas vezes se afastam dos serviços oficiais de saúde. Nas clínicas, do tamanho de uma van, é possível não apenas fazer o teste de HIV, mas também conversar com um médico ou simplesmente beber chá e bater papo com conselheiros.
No ano passado, mais de 10 mil pessoas visitaram as três clínicas móveis em Minsk. Das 4 mil pessoas que usavam drogas injetáveis e decidiram fazer exames, mais de 500 tiveram resultados positivos para o HIV.
Dos 200 profissionais que trabalham nas clínicas, mais de 75% já foram afetados pelo consumo de drogas ou pela epidemia de HIV.
“No início, os funcionários eram pacientes, agora são membros do conselho”, conta Irina Statkevich, chefe do órgão diretor do Movimento Positivo.
“Acreditamos que a redução de danos funciona e que podemos derrotar a infecção pelo HIV”, diz a ativista, que chegou à ONG há oito anos.
Quando começou a trabalhar no projeto, lembra Irina, era impossível falar em agulhas ou em programas de troca de seringas.
Agora, a instituição tem centros de acolhimento abertos durante todo o dia, com instalações que fornecem agulhas e seringas novas, alimentos, testes de HIV e um lugar para se lavar. Também é possível ter acesso a aconselhamento jurídico e médico.
A consultora Julia Stoke, que trabalha com o diálogo entre pares, compara os centros a refúgios seguros.
“Esta é uma ilha de segurança”, diz a integrante do Movimento Positivo.
“Uma pessoa que usa drogas precisa, primeiro, de segurança, depois de confiança e, depois, de uma série de serviços.”
Julia Stoke, consultora da ONG Movimento Positivo que trabalha com diálogo entre pares. Foto: Movimento Positivo
O assistente social Vyacheslav Samarin concorda. Ele explica que as pessoas que usam drogas muitas vezes enfrentam situações difíceis, como perda de moradia, falta de documentos e saúde precária. Às vezes, não têm nada para comer ou onde dormir.
“Em muitos casos, um problema leva a outro”, explica Samarin.
“Muitos estão em negação quanto à sua saúde”, acrescenta o assistente social, que aponta que os usuários temem o estigma.
Samarin lembra ainda que é fundamental apoiar esses indivíduos e não deixá-los se sentirem derrotados e abandonados.
“No início, as pessoas não querem acreditar no seu diagnóstico, por isso temos o cuidado de falar com elas sobre como começar o tratamento.”
Segundo Samarin, hoje existem mais métodos de tratamento e as pessoas vivendo com HIV são muito mais ouvidas. Na avaliação do assistente social, houve melhorias significativas nas relações entre pacientes e médicos.
Vyacheslav Samarin, assistente social de Belarus. Foto: Movimento Positivo
Além disso, o governo de Belarus passou a apoiar muito mais as iniciativas em prol da saúde dos usuários de drogas e das pessoas que vivem com HIV.
Tatiana Migal, do Ministério da Saúde, confirma . “Ao trabalhar na prevenção do HIV entre pessoas que usam drogas e apoiando pessoas que vivem com HIV por nove anos, o Movimento Positivo não só ganhou experiência considerável neste campo, mas também contribuiu significativamente para reduzir a infecção pelo HIV entre as pessoas que usam drogas injetáveis.”
A especialista enfatiza a importância do aconselhamento entre pares, dos centros de apoio social e dos programas de troca de seringas, bem como da terapia de substituição com metadona.
“De acordo com estimativas da Organização Mundial de Saúde e do UNAIDS (o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS), os programas de redução de danos ajudarão a superar a epidemia de HIV em Belarus”, acrescenta Tatiana.
O “boca-a-boca” permite que as pessoas saibam onde as clínicas móveis estão estacionadas. O Movimento Positivo também lista as localizações em seu site.
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Posted: 12 Jul 2019 11:25 AM PDT
Em 2019, 48 países e territórios impõem alguma forma de restrição com base no estado sorológico ou exigem um teste de HIV. Foto: UNAIDS
Em 2019, 48 países e territórios impõem alguma forma de restrição com base no estado sorológico ou exigem um teste de HIV, o que impede as pessoas vivendo com o vírus de entrar, transitar ou estudar, trabalhar ou residir legalmente nesses países, informou o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS).
O tunisiano Mehdi Beji (nome fictício) mal podia esperar para começar seu novo emprego em um país do Oriente Médio. Ele já havia feito as malas, se despedido da Tunísia e preenchido toda a papelada solicitada por seu novo empregador. Antes do contrato ser aprovado, ele apresentou os resultados dos exames de sangue que haviam sido solicitados. Porém, depois de começar a trabalhar, foi pedido que fizesse novamente os exames laboratoriais.
“Depois de um mês, entraram em contato para que eu fosse buscar meu cartão de crédito, mas quando cheguei ao shopping, fui preso pela polícia”, disse Beji. Na delegacia de polícia, ele foi informado de que as leis do país negavam residência a pessoas vivendo com HIV.
“Eles me deportaram para a Tunísia sem dinheiro e eu não consegui recuperar meu salário de dois meses”, contou. “Quando entrei em contato com o banco, me informaram que a única maneira de acessar minha conta era através do cartão bancário que eles se recusaram a me conceder”.
Tratado como um criminoso
Durante 12 anos, Karim Haddad (nome fictício) viveu e trabalhou em um país do Oriente Médio. Durante a realização de exames médicos para obter a autorização de residência no país, o seu sangue foi testado para HIV sem o seu consentimento. No dia em que foi recolher os resultados do teste, os agentes da polícia o algemaram e o trancaram em uma sala.
Quatro dias depois, as autoridades informaram que sua deportação era iminente devido ao seu estado sorológico. “Eu não sabia nada sobre o vírus, então perguntei o que era HIV e não obtive resposta”, disse Haddad. Ele lembrou ter se sentido paralisado pelo medo.
Quando perguntou sobre sua esposa e filhos, disseram que todos embarcariam no mesmo voo e o encontrariam no aeroporto. Quanto aos seus direitos financeiros ou aos seus pertences, ele disse que não paravam de repetir: “você não tem direitos”.
“Deixei o país como se fosse um criminoso”, lembrou, ainda incrédulo.
Pesadelo
Os relatos acima são experiências que Amina Zidane (nome fictício) conhece muito bem. Ela deixou a Argélia aos 19 anos para trabalhar. Depois de alguns anos, o seu exame médico anual não correu como de costume.
“Eu podia ouvir as enfermeiras sussurrando umas para as outras: ‘é essa aí’”. Ela suspeitava de que algo estava errado, então, pediu à irmã, que a acompanhou até a clínica, para receber os resultados. “Minha irmã me disse que a polícia estava lá em baixo dizendo que tinham vindo ‘prender uma mulher com AIDS’”, contou.
Ela disse lembrar ter sido levada para a prisão e de rezar para que houvesse um erro ou que fosse apenas um pesadelo. “Eles não abriram a porta, apenas me davam comida através de uma pequena janela”, disse.
Uma semana depois, as autoridades a deportaram. “Eu fui deixada na fronteira com o meu passaporte e o meu filho”, lembrou. O marido fugiu porque não queria ser deportado. “Catorze anos da minha vida desapareceram sem mais nem menos e eu não fiz nada de errado.”
Filho perdido
Sabrina Abdallah (nome fictício) viveu em um país do Oriente Médio durante a maior parte da sua infância. Depois de se formar em ciências da computação, casou-se com um colega sudanês. Eles se alegraram quando tiveram um bebê.
Com apenas três meses de idade, o filho começou a sentir um frio que não passava. Apesar de estar em um hospital, sua condição não melhorou. “É muito difícil ver o filho sofrer e ao mesmo tempo vê-lo tão indefeso”, contou.
No início, o médico pensou que o filho poderia ter câncer, mas ele foi testado e recebeu um diagnóstico positivo para HIV. “Enquanto eu estava no meio da minha ansiedade e medo, espalharam fofocas sobre o meu filho, e o colocaram sozinho em um quarto, sem que ninguém cuidasse dele”, lembrou.
Abdallah fez o teste de HIV e descobriu que também estava vivendo com o vírus. “Me pediram para pegar meu filho e ir para casa”, disse ela. “Eles não o deixaram ficar internado no hospital e até designaram um policial para nos escoltar e garantir que não deixaríamos o bebê para trás.”
Com a criança nos braços, ela tentou obter algumas respostas. Foi quando o marido lhe disse que sempre soube do seu estado sorológico para o HIV. Ela não conseguia entender por que ele havia escondido algo assim. A polícia levou o marido para a prisão e dez dias depois foram todos deportados para o Sudão. Ela começou o tratamento, mas infelizmente era tarde demais para seu filho.
Estudante desenraizado
Durante dois anos, Miriam Pepple (nome fictício) estudou numa universidade da Europa Central. Pagou as taxas de matrícula e adaptou-se à vida estudantil longe de casa. Quando começou a ter dores abdominais, foi para a clínica de estudantes. Aconselharam que fosse operada. Ela fez exames de sangue, mas não pensou nisso, uma vez que tinha submetido os seus exames clínicos para obter uma licença de estudante enquanto estava no seu país natal, a Nigéria.
Ela disse que a universidade lhe pediu para fazer mais exames de sangue e trazer o passaporte. Depois de pedirem para que visitasse vários gabinetes do Ministério da Saúde, informaram que ela devia se apresentar em uma delegacia de polícia. Um dia depois, as autoridades entregaram-lhe um bilhete de avião para Abuja, na Nigéria, juntamente com uma carta do serviço de imigração que afirmava que ela era uma imigrante inadmissível.
O que a chocou ainda mais, disse ela, foi a carta que recebeu da sua universidade. “Eles disseram que eu havia terminado meus estudos por minha própria iniciativa”, lembrou Pepple.
“Perdi minha autoestima, dignidade e respeito”, disse. Sua esperança é que ninguém jamais receba o mesmo tratamento, por conta do enorme efeito social e psicológico que isso teve sobre ela.
Vida esmagada
Pradeep Agarwal (nome fictício) era um homem de negócios bem sucedido, que trabalhava em todo o Oriente Médio. Ele trabalhou em três países do Golfo por mais de dez anos até que viu sua vida desmoronar.
“Em questão de horas, perdi meu emprego, minha dignidade e meu lar”, disse Agarwal. “Fui informado de que vivia com HIV e que tinha de deixar o país”.
Ele contou que foi escoltado pela polícia até uma sala de quarentena. “Depois de ter sido tratado durante anos com respeito e dignidade, encontrei-me com outras pessoas de todas as nacionalidades, entre elas médicos e engenheiros, tratadas da mesma forma desumana”, disse ele.
“Nem sequer me deram um relatório médico que esclarecesse o que estavam acontecendo e falaram em árabe, idioma que não entendo”, disse ele. “De repente, virei um criminoso aos olhos deles”.
Após seu retorno à Índia, ele ficou deprimido e não conseguiu encontrar emprego. Ele disse acreditar que deportar pessoas que vivem com HIV dá aos governos uma falsa garantia de que suas sociedades estão seguras.
“Na verdade, essas restrições de viagem e expulsões levam as pessoas à clandestinidade, o que piora a situação”, disse Agarwal. “Quero que as pessoas estejam mais conscientes dessas violações”, acrescentou. “Eu quero que as restrições acabem, para que outros não sofram o mesmo destino horrível que eu sofri”.
O UNAIDS acredita que essas leis discriminam, violam os direitos humanos e não são justificáveis do ponto de vista da saúde pública.
“Para muitas das milhões de pessoas vivendo com HIV em todo o mundo, as restrições de viagem são um lembrete diário de que a discriminação continua enraizada em políticas prejudiciais”, disse Luisa Cabal, diretora interina do UNAIDS no Departamento de Apoio Comunitário, Justiça Social e Inclusão. “Elas negam a liberdade das pessoas e, pior ainda, forçam as pessoas a abandonar seu local de trabalho, sua escola e seu lar.”
Clique aqui para acessar a lista completa de países que restringem acesso de pessoas vivendo com HIV (em inglês).
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Posted: 12 Jul 2019 10:34 AM PDT
O primeiro curta-metragem, feito com o apoio do Instituto Iguá, conta a história um vilarejo no oeste do Pará, que testemunhou um salto na qualidade de vida dos seus 385 moradores. Foto: Reprodução
As empresas podem, por meio do seu negócio, melhorar a qualidade de vida das pessoas, se atuarem alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O “Futuro que a Gente Quer”, a mais nova campanha da Rede Brasil do Pacto Global, retrata vidas e mostra o poder do setor empresarial na construção de um mundo mais justo, igualitário e sustentável, que não deixe ninguém para trás.
A série de curtas-metragens será veiculada nas redes sociais da Rede Brasil e de cerca de 80 empresas signatárias com o objetivo de engajar mais organizações para a Agenda 2030.
O primeiro curta-metragem, feito com o apoio do Instituto Iguá, conta a história um vilarejo no oeste do Pará, que testemunhou um salto na qualidade de vida dos seus 385 moradores.
À beira do Rio Santarém, a pequena vila recebeu um sistema de tratamento de água, fruto da atuação conjunta da Aliança Água + Acesso. A iniciativa é formada por 15 empresas e organizações e já atua há mais de dois anos no local. Um dos resultados mais celebrados foi a redução da mortalidade infantil, problema ligado à falta de saneamento básico. Confira:
Quem assina a produção é a Social Docs, agência do publicitário Marcelo Douek e do diretor do documentário “Um Novo Capitalismo”, Henry Grazinoli. Cada vídeo retrata um ODS posto em prática por meio da atuação do setor privado.
Clique aqui para acessar a lista de empresas e organizações que divulgarão a campanha em seus canais digitais.
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Posted: 12 Jul 2019 10:05 AM PDT
Flávia Muniz, da ONU Mulheres Brasil, no I Seminário Estadual de Políticas Públicas, organizado pela Universidade Federal de Roraima. Foto: ONU Mulheres/Tamara Jurberg
Situação das mulheres, demandas sociais e capacidade de resposta das políticas públicas à igualdade de gênero estiveram em destaque em encontro acadêmico organizado pela Universidade Federal de Roraima, nos dias 27 e 28 de junho, em Boa Vista (RR).
O I Seminário de Políticas Públicas para Mulheres da Cidade, do Campo, das Florestas e das Águas de Roraima reuniu cerca de 250 pessoas. Foi organizado pela Coordenação de Políticas para Mulheres do Estado de Roraima e teve o apoio da ONU Mulheres Brasil e de outras instituições.
A ONU Mulheres colaborou com palestra sobre empoderamento econômico e participação política das mulheres refugiadas, migrantes e solicitantes de abrigo em Roraima. Uma das iniciativas concretas da ONU Mulheres Brasil no contexto da ação humanitária no estado é projeto Vamos Juntas!, desenvolvido no abrigo Rondon 1.
Cerca de 1.150 mulheres já foram beneficiadas pelas ações de empoderamento econômico desenvolvidas pela ONU Mulheres em Roraima. Parte dos produtos das mulheres participantes do projeto foram expostos e comercializados em feira de artesanato no evento.
Flávia Muniz, gerente de Empoderamento Econômico em Ação Humanitária da ONU Mulheres em Roraima, disse que uma das demandas das mulheres era por qualificação profissional. “Quando a gente dá a oportunidade para as mulheres se encontrarem e conversarem é impressionante as coisas que aparecem”, afirmou. Ela disse considerar que a articulação entre ação humanitária, direitos das mulheres e reconstrução de vidas passa por oportunidades com perspectiva de gênero, aquela que em que as mulheres são consideradas por suas especificidades e incentivo ao empoderamento.
Ação humanitária e gênero
O aumento do fluxo de cidadãos e cidadãs da Venezuela para o Brasil desencadeou novas demandas de atuação para a ONU Mulheres no Brasil. Pela primeira vez, a entidade participa de uma ação humanitária no país para apoiar as mulheres na sua retomada de vida por meio do empoderamento e da igualdade de gênero.
Para qualificar a resposta aos diversos desafios econômicos, políticos e sociais e ampliar o apoio às mulheres, a ONU Mulheres Brasil incorporou a perspectiva de gênero e empoderamento nas estratégias de programa no país, colaborando ativamente por meio da Plataforma de Coordenação Interagencial para Refugiados e Migrantes da Venezuela, liderada por Organização Internacional para as Migrações (OIM) e pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR).
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Posted: 12 Jul 2019 09:45 AM PDT
Em 2050, um em cada cinco latino-americanos e caribenhos será idoso. Foto: EBC
A população da América Latina e Caribe alcançará seu teto em 2058, com 767,5 milhões de pessoas. A partir daí, a tendência será de diminuição no número de habitantes — fenômeno associado à diminuição da fecundidade e a saldos migratórios negativos. Previsões foram divulgadas na quinta-feira (11) pela comissão econômica da ONU para a região, a CEPAL.
Para o período 2020-2025, estima-se que a população dependente — jovens com menos de 15 anos e pessoas com 65 anos ou mais — vai crescer mais do que a população em idade de trabalhar (dos 15 aos 64 anos). O fenômeno vai marcar o fim do bônus demográfico regional.
De acordo com a CEPAL, em 2047, os idosos — com 65 anos ou mais — vão superar o número de indivíduos com menos de 15 anos. Em 2050, um em cada cinco latino-americanos e caribenhos será idoso.
A contração demográfica regional a partir de 2059 contrasta com as previsões para o restante do planeta. A população mundial não deve encolher pelo menos pelos próximos 80 anos, aponta o organismo das Nações Unidas.
Causas da transição demográfica
Hoje, a América Latina e o Caribe são palco de um processo de transição demográfica, marcada por uma queda acelerada na fecundidade, estimada em 2 filhos por mulher. O número está, pela primeira vez, abaixo da chamada taxa de substituição — termo utilizado para designar um nível de fecundidade que permite à geração dos filhos substituir numericamente a dos pais. Estima-se que a fecundidade continuará diminuindo, chegando a 1,72 no período 2070-2075.
Outra previsão da CEPAL aborda a idade média com que as mulheres têm filhos. No início do século XXI, essa idade foi calculada em 27 anos. Desde então, o valor aumentou e deve alcançar 27,3 anos ao final do quinquênio 2015-2020. Em 2100, o número chegará a 30,7 anos, de acordo com as estimativas da comissão da ONU.
Segundo a instituição, a população regional registra atualmente um crescimento de 6 milhões de pessoas por ano. O número representa uma queda na comparação com 30 anos atrás — no período 1985-1990, o subcontinente viu o número de habitantes aumentar, em média, 8,2 milhões por ano.
A CEPAL lembra que essa diminuição foi precedida por uma redução prolongada da mortalidade, observada desde meados do século XX.
O reflexo das melhorias nas condições de vida e na saúde da população é a atual expectativa regional de vida — 75,2 anos. O índice está acima do verificado para a Ásia (73,3) e África (62,7), mas ainda distante das taxas da América do Norte (79,2) e Europa (78,4).
A comissão da ONU aponta que a América Latina e Caribe possuem o segundo menor aumento da expectativa de vida — o índice deverá ter crescimento médio de 0,8 ano no período 2015-2020. A região só não tem desempenho pior do que a América do Norte, que verá sua expectativa de vida diminuir em 0,07 ano ao longo do quinquênio.
O levantamento da CEPAL aponta ainda para discrepâncias dentro da região latino-americana e caribenha — na Martinica, por exemplo, a expectativa de vida chega aos 82,3 anos, ao passo que, no Haiti, o índice é estimado em 63,5 anos.
Mortalidade infantil
A CEPAL lembra ainda que a mortalidade infantil — de crianças com menos de cinco anos de idade — diminuiu na região, passando de 21,04 mortes por mil bebês nascidos vivos no período 2010-2015 para estimados 19,1 óbitos para 2015-2020. No entanto, o índice permanece alto e representa quatro vezes o valor observado na Europa.
Gravidez na adolescência
A comissão da ONU revela que a taxa de fecundidade das adolescentes de 15 a 19 anos está diminuindo — o índice deve cair de 68,1 bebês nascidos vivos por cada mil adolescentes em 2010-2015 para 63 no período 2015-2020. Apesar da queda, a taxa continuará 48% maior do que a média mundial. Segundo a CEPAL, no Brasil, o índice é de 59,1.
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Posted: 12 Jul 2019 09:23 AM PDT
Clique para exibir o slide.A iniciativa da ONU Meio Ambiente “Fé pela Terra”, cujo slogan é “um planeta, várias religiões, um objetivo”, busca fazer uso e cultivar a benevolência e poder das autoridades religiosas mundiais e de seus devotos em prol do meio ambiente global.
Julho de 2019 marca o quarto aniversário do Laudato Si’, a segunda encíclica do Papa Francisco, especificamente direcionada ao meio ambiente. Nela, o Papa clama a todas as pessoas do mundo para que ajam “de maneira global, unificada e rápida” contra práticas insustentáveis.
Para comemorar o quarto aniversário do Laudato Si’, a iniciativa “Fé pela Terra”, em conjunto com parceiros como a Rede da Juventude Católica pela Sustentabilidade Ambiental na África, a organização WWF e o Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, está organizando uma conferência nos dias 15 e 16 de julho no escritório da ONU Meio Ambiente em Nairóbi, no Quênia.
O encontro terá como temas centrais a emergência climática e a restauração dos ecossistemas, como forma incentivar governos e jovens a pensar em soluções para melhor gestão do meio ambiente global.
A iniciativa inter-religiosa pela Floresta Tropical é um exemplo deste comprometimento com ações.
“Estamos vendo uma cooperação real e um propósito compartilhado em todas a religiões do mundo para fazer da proteção das florestas e dos direitos das populações indígenas uma prioridade ética”, disse Charles McNeill, assessor sênior de políticas de florestas e clima da ONU Meio Ambiente.
“A juventude será a fundação de qualquer movimento baseado na fé para parar o desmatamento das florestas tropicais e nós saudamos a conferência como uma oportunidade para aprofundar e expandir comprometimentos de várias crenças e setores”.
Os palestrantes na conferência, liderada pelo cardeal Peter Turkson, apresentarão uma perspectiva científica sobre o estado atual do planeta para enfatizar a importância do engajamento da juventude.
A conferência também abordará as necessidades mais urgentes e as oportunidades na África, dando exemplos de boas práticas em vários continentes e o papel da liderança jovem e da inovação.
“A juventude africana sente uma responsabilidade urgente de garantir que as comunidades, países e continentes atuem de forma combativa por um futuro seguro, sustentável e produtivo para eles e as futuras gerações”, disse Allen Ottaro, diretor-executivo da Rede de Juventude Católica pela Sustentabilidade Ambiental na África.
A conferência será um espaço para reflexões profundas sobre os ensinamentos da religião – católica e outras – para a criação de uma perspectiva africana, enriquecida por visões globais.
“Essa conferência é sobre criar esperança e promover uma plataforma para organizações baseadas na fé, de juventude e povos indígenas, para que eles compartilhem suas visões e unam suas vozes,” afirmou Iyad Abumoghli, Coordenador da Iniciativa Fé pela Terra da ONU Meio Ambiente.
“Ao promover um fórum para líderes de fé discutirem as sinergias entre os ensinamentos da fé e da ciência sobre sustentabilidade ambiental, a Iniciativa Fé pela Terra está unindo líderes de organizações baseadas na fé e representantes de povos indígenas para inspirar ações de legisladores e devotos,” complementou.
A Cúpula pela Ação Climática da ONU irá acontecer em Nova Iorque no dia 23 de setembro de 2019 para aumentar a ambição e acelerar ações voltadas para a emergência climática global, apoiando a rápida implementação do Acordo de Paris. A Cúpula pela Ação Climática da ONU tem como anfitrião o secretário geral da ONU António Guterres.
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Posted: 12 Jul 2019 08:29 AM PDT
Ana Carolina Querino, representante interina da ONU Mulheres no Brasil, e Débora Ivanov, diretora da ANCINE, assinaram parceria para fomentar igualdade de gênero na indústria de audiovisual. Foto: Andréia Naomi
A ONU Mulheres e a Agência Nacional do Cinema (ANCINE) criaram recentemente a Aliança por um Audiovisual 50-50, que vai promover a igualdade de gênero na realização audiovisual do Brasil. A parceria quer garantir que mais mulheres ocupem funções de liderança nas áreas de produção, comercialização e distribuição. Outro objetivo é combater discriminações de gênero, raça e etnia na indústria.
“Esperamos que o audiovisual brasileiro possa ter cada vez mais produções livres de estereótipo, que promovam a igualdade e representem as mulheres em sua diversidade. E que haja cada vez mais mulheres na indústria audiovisual, principalmente em posições de liderança e tomada de decisão”, defende a representante interina da ONU Mulheres no Brasil, Ana Carolina Querino.
Débora Ivanov, diretora da ANCINE, explica que a cooperação com o organismo internacional busca “criar uma indústria audiovisual diversa e inclusiva, onde as oportunidades estejam abertas a todos os talentos”.
Entre as ações previstas no marco da Aliança, estão o compartilhamento e a produção de estudos para compreender as desigualdades de gênero, raça e etnia no setor audiovisual. As pesquisas devem investigar as causas do problema e apontar possíveis soluções.
A parceria inclui ainda a realização de capacitações sobre o tema e a criação de campanhas de conscientização. Outro eixo da Aliança será a promoção de seminários, mostras e festivais sobre igualdade de gênero.
A ONU no audiovisual
A ONU Mulheres vai incentivar parcerias de mídia e comunicação para produzir pesquisas e promover atividades alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS) na indústria audiovisual. O foco será o ODS nº 5 – alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as meninas e mulheres. A organização também deverá apoiar iniciativas do Estado brasileiro para o audiovisual.
Com base nos Princípios de Empoderamento das Mulheres, a agência da ONU oferecerá às empresas do setor orientações sobre como alcançar a igualdade de gênero e adotar práticas corporativas que valorizem as mulheres e promovam a sua presença em espaços de poder e decisão.
A instituição das Nações Unidas promoverá ainda a incorporação da ANCINE em campanhas globais pela igualdade, como a iniciativa ElesPorElas – HeForShe, a Aliança Sem Estereótipo, a estratégia Planeta 50-50 e as campanhas Vidas Negras, Livres e Iguais e UNA-SE.
A ANCINE vai dar visibilidade à importância da igualdade de gênero, raça e etnia na indústria e a iniciativas para a superação de disparidades. Outro compromisso da agência será visibilizar esse debate por meio do audiovisual, discutindo suas consequências econômicas e sociais.
A agência promoverá a formulação de políticas públicas sobre o tema, além de incluir estratégias corporativas para a igualdade na própria agência, tornando-se referência nacional e internacional na indústria audiovisual.
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Posted: 12 Jul 2019 08:24 AM PDT
Clique para exibir o slide.O sanduíche é uma solução para as refeições de trabalho no mundo todo. Práticos e saborosos, os sanduíches continuam populares na dieta dos trabalhadores, especialmente no Hemisfério Norte.
Quando o escritor e ativista britânico pela produção de alimentos com impactos socioambientais positivos Tristram Stuart visitou uma fábrica de sanduíches em 2016, percebeu algo marcante.
Todos os dias, 13 mil fatias de pão eram descartadas. Enquanto refletia sobre o problema, visitou o Projeto de Cervejas de Bruxelas e encontrou a inspiração de que precisava: uma cerveja deliciosa, produzida com uma receita ancestral chamada Babylone, era feita com um ingrediente inusitado — o pão.
Hoje, uma equipe liderada por Stuart promove a produção da Toast Ale, uma cerveja premiada feita de pães. Michael Lawrence, membro da equipe, está visitando bares em Londres para conscientizar as pessoas sobre os perigos do desperdício de alimentos e promover soluções simples, locais e inovadoras que possam ajudar a reduzir este problema.
“A cerveja de pão torrado é uma maneira incrível de readequar os excessos da produção de alimentos, e é também um produto delicioso resultante do estudo profundo de Tristam sobre o desperdício de alimentos,” disse Clementine O’Connor, oficial de programas para sistemas alimentícios sustentáveis da ONU Meio Ambiente. “É um grande exemplo de como soluções inovadoras para o desperdício de alimentos podem crescer e operar em maiores escalas”, complementou.
As principais preocupações de Lawrence estão na ligação entre o desperdício de alimentos e a poluição do ar. Aterros sanitários, para onde a maior parte do lixo orgânico é destinada, libera metano. Este gás nocivo, nas duas primeiras décadas após sua emissão, é 84 vezes mais potente do que outros gases do efeito estufa, como o dióxido de carbono. Para cada quilograma de comida que termina em aterros, quase quatro quilos de gases do efeito estufa são emitidos, relevou Lawrence.
Ele também explicou que todos os dias uma enorme quantidade de alimentos é transportada para aterros, resultando em emissões equivalentes a cerca de 39 milhões de veículos de passageiros. Conversamos com Lawrence para descobrir mais sobre a Ale Toast e as razões de sua paixão pela fabricação de cervejas.
ONU Meio Ambiente: Você tem percebido, recentemente, um aumento da conscientização sobre o desperdício de alimentos?
Michael Lawrence: Certamente. O desperdício de alimentos tem sido um tópico prominente dentro da discussão sobre a mudança climática. Quando participamos de eventos em vários lugares do país, notamos que o engajamento nesta questão está crescendo intensamente, tanto em nível local (como podemos reduzir o impacto em nossas casas) como em nível global (uma consciência do papel das indústrias sobre o problema).
Movimentos como a Rebelião Contra a Extinção e o programa Mudança Climática – Os Fatos de David Attenborough’s realmente ajudam a impulsionar esta agenda. O público está mais consciente sobre os problemas ambientais e também está procurando formas mais proativas de fazer a diferença. Reduzir o desperdício de alimentos em casa é um ótimo primeiro passo.
ONU Meio Ambiente: Como você planeja aumentar o seu impacto positivo no futuro?
Michael Lawrence: A missão maior da cerveja Toast Ale é resgatar 1 bilhão de fatias de pão que seriam desperdiçadas. Isso reflete a ambição do nosso negócio — iniciar um movimento global e mudar genuinamente a atitude da sociedade em relação ao desperdício de alimentos.
Queremos repensar o que constitui o “lixo” aos olhos do público. Nosso próximo passo é lançar nossa cerveja em latas de 330 ml por meio de uma campanha de financiamento coletivo. Elas conservam o gosto da cerveja e oferecem benefícios ambientais, pois são mais leves e fáceis de transportar e empilhar, reduzindo drasticamente as emissões. Nosso relatório sobre a Associação de Alumínio sugere que as latinhas podem reduzir as emissões em 35% por onça (unidades de medida equivalente a 28,57g).
ONU Meio Ambiente: Qual é seu conselho para jovens que querem começar um negócio para enfrentar desafios ambientais?
Michael Lawrence: Nosso conselho seria celebrar as soluções. É fácil ficar sufocado pela escala dos problemas, mas é importante manter o foco em coisas que motivam cada um de nós.
Mergulhe nisso e construa o máximo de conhecimento possível em sua área de atuação. Tenha a cabeça aberta e procure conselho nas comunidades que estão tentando fazer a diferença no mundo.
Recentemente, nos envolvemos com o Clube de Coquetéis do Clima — uma plataforma de encontros para conectar pessoas preocupadas com a sustentabilidade e reuni-las para tomarem um drink. Lançada em Dublin, hoje é um evento internacional — fique ligado na agenda de sua cidade!
ONU Meio Ambiente: Que conselho daria para alguém que gostaria de enfrentar o desperdício de alimentos?
Michael Lawrence: Desafie a si mesmo para ser criativo nas formas com as quais utiliza ingredientes, para que nada seja desperdiçado. Isso pode ser muito efetivo. Adoramos algumas contas de instagram, como @don’twastethecrumbs e @lindsayjeanhard — ambas têm várias ideias para diminuir o desperdício de alimentos, além de fornecer dicas básicas para fermentação, como, por exemplo, para fazer seu próprio kefir.
Ainda mais importante, se você puder, separe seu lixo orgânico dos outros tipos de resíduos. A realidade é que milhares de toneladas de alimentos, parte que seria completamente segura para consumo, é jogada fora toda semana. Isso é algo que estamos trabalhando diariamente para mudar e acreditamos que todos podem fazer a diferença.
Jovens empreendedores são encorajados a se inscrever no Prêmio Jovens Campeões da Terra, apoiado pela Covestro. O Prêmio é uma iniciativa importante da ONU Meio Ambiente para engajar jovens no enfrentamento dos desafios ambientais mais urgentes do nosso tempo.
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Posted: 11 Jul 2019 02:47 PM PDT
Mães utilizam creche no distrito de Sire, na Etiópia. Foto: Banco Mundial/Binyam Teshome
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