Boletim diário da ONU Brasil: “Programa de interiorização beneficia mais de 5 mil venezuelanos no Brasil” e 11 outros.
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ter, 12 de mar 18:50 (há 3 dias)
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Posted: 12 Mar 2019 02:37 PM PDT
Na segunda fase do processo de interiorização, 233 venezuelanos vivendo em Boa Vista foram levados a São Paulo e Manaus. Foto: ACNUR
O Governo Federal realiza nos dias 13 e 23 de março mais duas etapas do programa de interiorização de refugiados e migrantes venezuelanos que vivem atualmente em Boa Vista, capital de Roraima. Com as duas viagens, o número de estrangeiros realocados para outros estados brasileiros chegará a 5.250. Projeto das autoridades tem o apoio da ONU Brasil.
Amanhã (13), um grupo de 234 pessoas será transportado para 14 cidades: Recife e Igarassu (PE), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo, Guarulhos e Araçariguama (SP), Brasília (DF), Cuiabá (MT), João Pessoa e Conde (PB), Porto Alegre (RS), Caicó (RN), Goioerê (PR) e Feira de Santana (BA).
Outros 130 venezuelanos chegarão a Dourados (MS) — cem deles vão voar no sábado (23) e 30 deixarão Roraima em voos comerciais ao longo das próximas semanas.
Às 8h desta quarta-feira, o voo partirá de Boa Vista com destino a Recife, onde vão desembarcar 63 venezuelanos — 24 seguirão para Igarassu, 31 vão para o estado da Paraíba e oito trocarão de aeronave com destino ao Rio Grande do Norte. De Recife, a aeronave segue para Guarulhos, onde desembarcam 123 venezuelanos. Desses, 11 trocarão de aeronave e seguirão para o estado do Paraná, enquanto 16 vão para o Rio Grande do Sul. Depois de Guarulhos, a próxima parada é o Rio de Janeiro, onde desembarcam 48 pessoas. Dessas, 17 seguirão para Brasília e 15 para Cuiabá. Mais quatro venezuelanos seguem de avião comercial de Boa Vista para Feira de Santana (BA).
No sábado (23), outro grupo de cem pessoas sairá de Boa Vista, com destino a Dourados. Para esse deslocamento, foi feito um acordo entre a Operação Acolhida e uma empresa alimentícia, que sinalizou oportunidades de trabalho para os beneficiários. O grupo que será transferido é composto principalmente por homens venezuelanos solteiros. O deslocamento desses beneficiários terá o apoio da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), que oferecerá bolsas de auxílio temporário aos venezuelanos realocados, e da Organização Internacional para as Migrações (OIM), que fretará o avião.
Os outros 30 venezuelanos seguirão em voos comerciais também viabilizados pela OIM e com bolsas financiadas pelo ACNUR.
Com essas viagens, a Operação Acolhida passa a contabilizar mais de 5 mil venezuelanos distribuídos entre 50 cidades de 17 estados. Veja a lista completa das realocações por estado:
Interiorização de venezuelanos no Brasil
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Amazonas | 503 |
Bahia | 75 |
Distrito Federal | 267 |
Goiás | 21 |
Mato Grosso | 190 |
Mato Grosso do Sul | 248 |
Minas Gerais | 75 |
Paraíba | 244 |
Paraná | 545 |
Pernambuco | 268 |
Rio de Janeiro | 283 |
Rio Grande do Norte | 102 |
Rio Grande do Sul | 918 |
Rondônia | 117 |
Santa Catarina | 482 |
São Paulo | 877 |
Sergipe | 35 |
TOTAL | 5.250 |
Operação Acolhida
A Operação Acolhida, que completará um ano em 23 de março de 2019, é uma iniciativa para dar assistência emergencial ao acolhimento de venezuelanos que se encontram em situação de vulnerabilidade, devido ao fluxo migratório provocado pela crise humanitária.
A estratégia de interiorização é coordenada por um Subcomitê Federal que envolve nove ministérios, em articulação com governos de estados e municípios receptores e organizações não governamentais. Além do ACNUR e da OIM, outras agências da ONU estão diretamente envolvidas com a estratégia de interiorização. São elas o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
Juntas, essas organizações identificam locais de acolhida em todo o país, realizam melhorias estruturais nos abrigos, prestam orientação sobre as cidades de destino, organizam a viagem e a recepção nos novos destinos, além de conscientizar o setor privado para a absorção da mão de obra refugiada. Os organismos também dão atenção especial às mulheres, crianças e grupos mais vulneráveis.
Em Boa Vista, as pessoas que aderem voluntariamente à estratégia de interiorização são registradas, documentadas e vacinadas. Os venezuelanos participantes também recebem orientações sobre as cidades de destino e materiais informativos sobre o acesso a serviços e assistência à saúde. As pessoas interiorizadas são acompanhadas durante o voo até as cidades de destino.
O intuito da estratégia de interiorização é reduzir o impacto da chegada de refugiados e migrantes venezuelanos a Roraima. A transferência permite que os venezuelanos tenham novas oportunidades de integração e ingresso no mercado de trabalho, recomeçando suas vidas e contribuindo para o crescimento das novas comunidades de acolhimento.
Mais informações:
Ministério da CidadaniaAssessoria de Comunicação Social E-mail: imprensa@cidadania.gov.brContato: (61) 2030-2649
Operação AcolhidaAssessoria de Comunicação Social E-mail: op.acolhida@gmail.comContato: (95) 99155-2450
Agência da ONU para RefugiadosAssessoria de Informação Pública E-mail: brabrpi@unhcr.orgContato: (61) 3044-5722
Organização Internacional para as MigraçõesAssessoria de comunicação E-mail: iombrazil@iom.intContato: (61) 3771-3772
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Posted: 12 Mar 2019 02:17 PM PDT
Jovem de Bissau coloca voto em urna durante eleições legislativas. Foto: Alexandre Soares
O vice-representante especial das Nações Unidas para Guiné-Bissau, no oeste da África, cumprimentou políticos, eleitores e autoridades do país pela realização pacífica da eleição para a Assembleia Nacional no domingo (10).
Falando ao UN News da capital do país, Bissau, David McLachlan-Karr descreveu o acontecimento como “um resultado muito positivo para o povo”.
Pessoas saíram para votar em grandes números e votaram pacificamente. Não houve relatos de grandes incidentes envolvendo segurança no país, acrescentou.
As Nações Unidas esperam que a eleição ajude a encerrar a crise política que tem abalado o país desde 2015. A expectativa foi expressa em recente relatório do secretário-geral da ONU, publicado em fevereiro, e em resolução aprovada na semana passada pelo Conselho de Segurança.
Em 2015, o então presidente José Mário Vaz dissolveu o governo do primeiro-ministro Domingos Simões Pereira, cujo partido havia conquistado maioria nas eleições de 2014. Desde então, o país teve sete chefes de governo.
No domingo, o vice-representante especial descreveu o dia como “um novo capítulo na história democrática do país. Isto irá abrir caminho para a formação de um novo governo, e para a criação, assim esperamos, das condições certas para reforma e para democratização, construção e estabilização da paz no futuro”.
O resultado oficial das eleições devem ser anunciados na quarta-feira (13). O partido que conquistar maioria dos assentos será convidado para formar um governo, de acordo com convenção política.
No mês passado, o Conselho de Segurança aprovou uma resolução que resultará no encerramento do Gabinete Integrado para a Consolidação de Paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS), até o final de 2020. McLachlan-Karr afirmou que, para os próximos dois anos, espera que “a Missão das Nações Unidas continue liderando bons ofícios para garantir que haja uma agenda de estabilização e construção de paz”.
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Posted: 12 Mar 2019 01:32 PM PDT
Membros da UNMISS fazem patrulha em Juba em maio de 2015. Foto: UNMISS
O acordo de paz apoiado pelas Nações Unidas no Sudão do Sul está sendo mantido e resultou em mudanças positivas, mas dezenas de milhares de civis ainda precisam de assistência humanitária vital, afirmou na sexta-feira (8) o representante especial do secretário-geral da ONU no país.
Em briefing ao Conselho de Segurança, David Shearer destacou quatro mudanças notáveis no país desde a assinatura do acordo, em setembro. Em primeiro lugar, políticos da oposição agora estão se movimentando livremente na capital, Juba, e participando de negociações para cimentar o frágil acordo de paz.
O enviado, que comanda a Missão da ONU no país (UNMISS), também descreveu um entusiasmo “palpável” entre os participantes de cerca de 70 fóruns relacionados às discussões de paz. Os fóruns envolvem representantes do governo e representantes da oposição.
O terceiro ponto positivo destacado por Shearer foi uma queda significativa em violência política. Finalmente, disse a membros do Conselho, o povo do Sudão do Sul está, pela primeira vez, expressando um desejo de voltar para casa. Cerca de 135 mil dos que se estimam ser 2,3 milhões de refugiados do país já fizeram o movimento.
O enviado especial reconheceu, no entanto, que o processo de paz enfrenta diversos desafios. Na região de Equatória Central, por exemplo, forças que não se juntaram ao processo de paz continuam lutando contra soldados do governo. Há relatos de saques, mortes de civis e contínuos abusos sexuais.
Garantir que autores de violências sexuais sejam levados à Justiça é parte vital da reconciliação, disse Shearer. A UNMISS está trabalhando junto ao governo para aumentar a capacidade do sistema de Justiça de lidar com estes crimes, operando um sistema judicial móvel ao levar procuradores e juízes a pontos específicos. A Missão também deu início a um novo tribunal especial apoiado pelas Nações Unidas para julgar crimes de violência sexual e de violência com base em gênero.
Manter o impulso ao processo de paz é outro desafio significativo, disse o representante especial da ONU, à medida que o cronograma aceito está atrasado e diversas questões fundamentais ainda precisam ser resolvidas. Entre estas questões estão a definição de fronteiras regionais, a formação de uma força armada unificada e a finalização de uma nova Constituição.
Ajuda humanitária ainda é vital para milhares
Embora o Sudão do Sul esteja passado por relativa estabilidade há cerca de cinco meses, a população ainda enfrenta altos níveis de insegurança alimentar e falta de serviços de saúde e educação.
Shearer destacou que a ajuda recebida pelo Sudão do Sul em 2018 – em torno de 1 bilhão de dólares – é mais de duas vezes o orçamento do país, descrevendo a situação como insustentável. “É uma realidade que líderes do Sudão do Sul frequentemente esquecem ou não valorizam. O país é apoiado por contribuintes do mundo todo”.
O enviado da ONU acrescentou que a UNMISS e outras agências estão focando no aumento de resiliência de comunidades em mais regiões estáveis do país para promover uma independência de assistência.
Shearer alertou que há apenas dois meses até que um governo de transição – que irá incluir representantes da principal oposição – assuma o poder. Segundo ele, um processo de paz fracassado pode gerar um retorno à violência.
“O custo do fracasso é impensável. Então, embora a responsabilidade esteja primariamente com as partes do conflito, também cabe a todos nós garantirmos que avancemos juntos para tornar este acordo uma realidade, pelo bem do povo do Sudão do Sul”.
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Posted: 12 Mar 2019 01:03 PM PDT
Clique para exibir o slide.Teve início na segunda-feira (11) o curso de verão da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), iniciativa conjunta com a Associação Brasileira da Propriedade Intelectual (ABPI) e o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), com apoio de diversos parceiros.
O curso chega a sua segunda edição no Brasil – a primeira foi em 2018 – e à centésima no mundo.
A iniciativa foi uma oportunidade para estudantes de graduação e pós-graduação, funcionários de governo e jovens profissionais aprofundarem seus conhecimentos sobre propriedade intelectual. Também foi a chance de entender a área como uma ferramenta para o desenvolvimento econômico, social, cultural e tecnológico, conhecendo a função da Organização na administração mundial da propriedade intelectual.
Participam desta edição 50 pessoas presencialmente no Rio de Janeiro, bem como outras cinco por videoconferência de Brasília (DF) e São Paulo (SP).
O diretor regional no Brasil da OMPI, José Graça Aranha, lembrou que a missão do organismo internacional é discutir e fomentar o tema da propriedade intelectual no mundo todo. “O objetivo do curso é fazer com que mais e mais pessoas participem do sistema de propriedade intelectual para que ele traga o desenvolvimento econômico que todos nós buscamos”.
“O principal problema da propriedade intelectual no Brasil é o tempo que se leva para conceder uma patente. O principal entrave para a melhoria do ambiente de negócios e para atrair novos investimentos de empresas nacionais e estrangeiras é o tempo que uma empresa leva para conseguir obter uma patente, que é exageradamente longo. Não há outro país que leve tanto tempo”, acrescentou Graça Aranha.
Apesar de ter subido cinco posições em 2018, o Brasil aparece em 64o lugar do Índice Global de Inovação, produzido pela OMPI e parceiros em 126 economias. Mesmo se considerada apenas a região da América Latina e Caribe, o Brasil aparece apenas em sexto lugar em uma relação de 18 economias. Os três primeiros são Chile, Costa Rica e México.
No Brasil, patente leva entre 12 e 15 anos para ser concedida
O presidente da Associação Brasileira da Propriedade Intelectual (ABPI), Luiz Edgard Montaury Pimenta, ressaltou que a organização tem muito interesse em divulgar o sistema de propriedade intelectual no Brasil e, com isso, chamar a atenção do novo governo para os problemas que existem e as possíveis soluções.
Ele concorda com Graça Aranha em relação ao maior desafio do país na área. “Queremos promover esses debates para chamar a atenção para o principal problema da propriedade intelectual, hoje, no Brasil, que é sem dúvida nenhuma o backlog (acúmulo de pedidos) de patentes. Uma patente levar hoje entre 12 e 15 anos para ser concedida é completamente inaceitável”, destacou Montaury.
Ele citou como possíveis soluções a autonomia financeira do INPI, para que o órgão possa se aparelhar, se modernizar e ter mais instrumentos para acelerar o exame das patentes; e a proposta de um procedimento simplificado de deferimento de patentes, já em discussão no governo federal.
Representando o INPI na mesa de abertura do curso, Felipe Melo de Oliveira afirmou que o curso é uma oportunidade não apenas de participar de um programa de capacitação e formação de quadros especializados em matéria de propriedade intelectual, mas também de pensar o Brasil.
Ele destacou desafios como a qualidade do ensino nacional, a falta de uma cooperação fluida entre universidades e empresas, o déficit de formados em ciências e engenharias, o baixo nível de investimento em pesquisa e desenvolvimento, bem como a preponderância de investimentos públicos em relação aos investimentos privados – argumentando que esse quadro é inverso nos países líderes em inovação –, entre outros pontos.
“Nesse emaranhado de problemas que é o Brasil, o conhecimento sobre propriedade intelectual, sobretudo para a indústria, não vai ser um mero coadjuvante no endereçamento das soluções. Esse evento sinaliza a importância da formação de capital humano especializado, ouvindo agentes públicos e privados, e pensando o sistema de propriedade intelectual a partir de uma realidade brasileira”, afirmou Oliveira.
O curso foi aberto por uma aula magna da professora Shirley Virgínia Coutinho, presidente do Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia (Fortec), coordenadora executiva da Agência PUC-Rio de Inovação e uma experiente liderança na área de propriedade intelectual.
Shirley falou sobre a dificuldade de promover pesquisa e inovação com recursos escassos. Para ela, o problema não é definir o que é propriedade intelectual, mas seu uso estratégico.
“É preciso mostrar que não é só o dinheiro que vale, mas também a propriedade intelectual. Todo mundo fala em inovação, mas alguém sabe o que é inovação? Sabe distinguir entre invenção de inovação? Para mim inovação é quando o dinheiro está no bolso e tem gente comprando o que eu quis vender”, afirmou.
Coutinho destacou que a inovação nasce do conhecimento, mas exige não só a criatividade brasileira, mas também uma estratégia de negócios.
“Você precisa querer fazer algo novo, melhor, mas para gerar riqueza, renda ou bem-estar social. O que a sociedade brasileira recebe pelo investimento que se faz em pesquisa e desenvolvimento nesse país que ocupa o 12o lugar em publicações científicas no mundo, mas está no 64o lugar no índice de inovação?”, questionou a professora.
Curso já formou quase 4 mil pessoas em todo o mundo
O curso de verão realizado no Brasil terá duração de duas semanas, a primeira na sede da ABPI e a segunda na sede da OMPI. Neste ano, já estão previstos cursos também em Santiago (Chile), Washington, D.C. (EUA), Genebra (Suíça), Daejeon (Coreia do Sul) e Kaliningrado (Rússia).
Desde 1998, os cursos de verão já formaram quase 4 mil pessoas. A edição brasileira deste ano é a de número 100, um marco na história do organismo internacional. Confira o programa clicando aqui.
O primeiro dia também teve a exibição de um filme sobre a brasileira Joana d’Arc Félix de Sousa, filha de curtidor e empregada doméstica que se tornou uma das mais importantes cientistas do país.
A professora, formada em Harvard, foi aclamada nacionalmente por sua defesa do ensino de ciências e por contribuir para que jovens de comunidades marginalizadas percebessem seu potencial para inventar, criar e empreender ( saiba mais aqui).
Sobre a OMPI
Com sede em Genebra, a OMPI tem como um dos objetivos centrais estimular a proteção da propriedade intelectual em todo o mundo mediante a cooperação entre os seus mais de 190 Estados-membros.
Além disso, busca estabelecer e estimular medidas apropriadas para promover a atividade intelectual criadora e facilitar a transmissão de tecnologia relativa à propriedade industrial para os países em desenvolvimento, com o objetivo de acelerar os desenvolvimentos econômicos, sociais e culturais.
Além disso, a OMPI – que foi criada em 1967 – também incentiva a negociação de novos tratados internacionais e a modernização das legislações nacionais.
Sobre o INPI
O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), fundado em 1970, é uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Economia. Sua missão é estimular a inovação e a competitividade a serviço do desenvolvimento tecnológico e econômico do Brasil, por meio da proteção eficiente da propriedade industrial.
Entre os serviços do INPI estão os registros de marcas, desenhos industriais, indicações geográficas, programas de computador e topografias de circuitos integrados, as concessões de patentes e as averbações de contratos de franquia e das distintas modalidades de transferência de tecnologia.
Sobre a ABPI
A Associação Brasileira da Propriedade Intelectual (ABPI), fundada em 1963, é uma entidade sem fins lucrativos voltada para o estudo da propriedade intelectual, notadamente o direito da propriedade industrial, o direito autoral, o direito da concorrência, a transferência de tecnologia e outros ramos afins.
A Associação promove conferências, congressos e seminários, edita publicações sobre o tema da propriedade intelectual e mantém, permanentemente, comissões de estudo e outros grupos de trabalho orientados para o aperfeiçoamento da legislação, doutrina e jurisprudência desse ramo do Direito.
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Posted: 12 Mar 2019 01:01 PM PDT
Diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, em Beni, Kivu do Norte, na República Democrática do Congo (arquivo). Foto: MONUSCO/Michael Ali
Em meio a um surto mortal de ebola, membros de uma milícia armada atacaram brutalmente no sábado (9) uma clínica para tratamento da doença na cidade de Butembo, leste da República Democrática do Congo, gerando um pedido do chefe de agência de saúde da ONU para “ proteger os centros de tratamento”.
Horas após o ataque, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, visitou o centro, que também foi atacado na semana passada. Ele agradeceu funcionários pela dedicação inabalável.
“Parte meu coração pensar nos agentes de saúde feridos e no policial que morreu no ataque de hoje, à medida que continuamos em luto pelos que morreram nos ataques anteriores, enquanto defendemos o direito à saúde”, disse. “Mas não temos escolha, a não ser continuar servindo as pessoas aqui, que estão entre as mais vulneráveis do mundo”.
A visita aconteceu após missão de três dias no país, junto a outros líderes da OMS e autoridades dos Estados Unidos. Os participantes da missão se encontraram com o presidente da RDC, autoridades governamentais, organizações parceiras e funcionários locais envolvidos na resposta ao surto. Ghebreyesus também conversou com um grupo de parceiros, autoridades e funcionários em Butembo.
Ele também destacou que “estes não são ataques cometidos por uma comunidade, mas contra ela”, realizados por “elementos que estão explorando o desespero da situação para seus próprios interesses”.
“Os moradores de Katwa e de Butembo, assim como em outras comunidades afetadas pelo ebola, querem e merecem um lugar para receber assistência e uma chance de sobrevivência”, disse. “Eles não merecem sofrer em suas casas enquanto infectam seus entes queridos, eles não merecem sofrer em centros de saúde inadequados enquanto infectam agentes de saúde”.
Após negociações cuidadosas, agentes de saúde receberam permissão para entrar na área, que abriga dezenas de grupos armados, de acordo com relatos da imprensa internacional. Porém, ataques contra centros de tratamento prejudicam enormemente a habilidade de conter a doença e, conforme forçam pessoas a fugir, possivelmente espalham o vírus ainda mais.
“A OMS solicitou e recebeu apoio da ONU e de forças policiais locais para proteger os centros de tratamento”, afirmou o chefe da OMS.
Para superar o ebola, disse, “precisamos atingir um equilíbrio delicado entre fornecer assistência acessível, manter a neutralidade de resposta e proteger pacientes e funcionários de ataques de grupos armados”.
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Posted: 12 Mar 2019 12:43 PM PDT
Sofia Djama, cineasta argelina. Foto: Festival do Filme Histórico de Pessac de 2017
Em visita ao Rio de Janeiro para a estreia nacional de seu primeira longa-metragem Os Afortunados, a cineasta argelina Sofia Djama acredita que a luta pelos direitos das mulheres é uma pauta universal, independentemente do país ou da religião em que se vive. Para a diretora, não existe democracia sem direitos para a população do gênero feminino e sem respeito pelas minorias.
“A condição pela qual uma sociedade pode pleitear a sua democracia é responder a todos. E a mulher faz parte integral da sociedade. Ela trabalha, ela é ativa, ela cria a sociedade do amanhã. Uma democracia precisa de todos esses atores: mulheres, homens, homossexuais”, disse a realizadora em entrevista ao Centro de Informação da ONU para o Brasil (UNIC Rio).
“Se a gente tolhe uma parte da sociedade da sua liberdade, não se pode falar em democracia.”
Sofia veio à capital fluminense para a mostra O cinema árabe feminino, que traz 37 produções audiovisuais de mais de dez países para o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) do Rio. Entres os filmes, estão oito longas-metragens inéditos em território brasileiro. O festival lança luz sobre obras dirigidas por cineastas mulheres de nações como Arábia Saudita, Líbia, Palestina, Marrocos e Argélia, entre outras. A mostra segue em cartaz até 25 de março, com entrada franca.
Na visão da diretora argelina, a iniciativa permite exibir a universalidade desse cinema e mostrar que existem lutas comuns, como o combate ao conservadorismo e à intolerância que, segundo Sofia, atacam a liberdade das pessoas na sua intimidade. Para a realizadora, o cinema também pode criar laços sociais e aproximar as pessoas — seu filme, por exemplo, utilizou atores profissionais e não atores que viviam em regiões pobres da Argélia, pessoas que não se conheceriam sem a produção da obra.
Em 2015, a diretora liderou uma mobilização virtual contra a proibição imposta a uma estudante de Direito na Argélia, que foi impedida de fazer uma prova porque sua saia foi considerada curta demais. A cineasta criou a página Minha dignidade não está no comprimento da minha saia, convidando mulheres a mandar fotos de suas pernas à mostra.
“A aquisição da independência das mulheres está altamente ligada à sua condição econômica, ao trabalho, ao acesso a trabalho”, afirma a diretora.
Em 2018, o Banco Mundial estimava que as mulheres na Argélia representavam apenas 15,3% da população economicamente ativa do país. “Elas ganhando uma independência econômica, seus filhos vão ganhar uma independência moral”, completa Sofia.
Traumas da história argelina
Premiado na Mostra de Veneza de 2017, Os Afortunados aborda as consequências de um turbulento período na história recente da Argélia.
Em 1988, manifestações da juventude contra a alta dos preços e a escassez de bens de consumo essenciais foram duramente reprimidas pelos militares. A agitação popular levaria ao fim do sistema de partido único, por meio de um referendo no mesmo ano. Em 1990, eleições testemunharam a popularidade de um novo partido, a Frente Islâmica de Salvação. Mas militares e forças de segurança impediriam que políticos eleitos assumissem, instituindo um novo governo e perseguindo lideranças e ativistas islâmicos.
A professora universitária Amal (à esquerda) conversa com Feriel, uma amiga de seu filho Fahim. Foto: Os Afortunados (Sofia Djama, 2017)
O acirramento das tensões entre as autoridades e grupos de oposição levou a confrontos armados e disputas dentro do território argelino. Os anos 90 veem uma sucessão de episódios de bombardeios, ataques contra civis e chacinas, sendo o massacre de Bentalha, em 1997, um dos capítulos mais conhecidos desse período. Estima-se que 150 mil pessoas morreram em meio às hostilidades ao longo da década.
“Não há um argelino que não tenha sido tocado pelo que nos aconteceu. Dez anos de guerra civil, isso foi violento. Não há um argelino que não tenha perdido alguém”, afirma Sofia Djama.
Os protagonistas adultos de Os Afortunados — um casal formado pela professora universitária Amal e pelo ginecologista Samir — têm de lidar com a memória das mortes e dos fracassos políticos. Já os jovens do filme buscam uma nova liberdade, que não passa pelas desilusões do passado, mas se expressa em pequenos gestos — desafiar a autoridade da família no caso de Fahim, o filho do casal, tatuar um texto sagrado no corpo, que é o anseio de seu amigo Reda, e andar sozinha à noite, como deseja a personagem Feriel.
“Eu não queria criar super-heróis com os meus personagens. Eu não queria fazer uma super mãe ou um super pai. Os pais fazem o que podem. Com amor e sem jeito. É o que eu tinha vontade de mostrar”, explica a cineasta.
A diretora conta ainda que, ao conceber o filme, queria escapar de clichês de gênero e mostrar também “homens frágeis, arruinados”. O médico Samir, por exemplo, é um desses homens e tem “medo de admitir um fracasso”. “Eu queria mostrar um homem frágil, que é abalado pela situação de um país”, acrescenta Sofia.
A argelina aposta na criação de imagens e de histórias como forma de romper mitos arraigados na sociedade. “A cultura é uma consciência coletiva. É urgente reabilitar a cultura. É ela que nos libera, ela libera os homens e as mulheres”, completa a cineasta.
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Posted: 12 Mar 2019 12:32 PM PDT
Alunos da ENAP visitam Casa da ONU em Brasília. Foto: PNUD/Júlia Matravolgyi
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento ( PNUD) recebeu nesta semana (11), em Brasília, alunos do curso de especialização da Escola Nacional de Administração Pública (ENAP) sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Estudantes puderam visitar a Casa da ONU na capital federal e conhecer as estratégias do PNUD para a implementação local dessas metas globais.
Os alunos eram, em sua maioria, servidores públicos municipais de diferentes partes do Brasil. Juntos, os estudantes representavam 88 cidades de todas as regiões do país. Durante a visita, além de saber mais sobre as metas da Agenda 2030 da ONU, os participantes aprenderam sobre a atuação do PNUD no país e seus mecanismos de cooperação técnica.
Para participar do curso da ENAP, foram selecionados cem participantes entre 1,1 mil inscritos, com média de 40 anos de idade e oriundos de mais de 80 municípios. Dessas cidades, 65% possuem população acima de 100 mil habitantes.
“Uma visita à Casa da ONU contribui para tangibilizar aos alunos o trabalho que o PNUD desenvolve em parceria com diferentes instâncias federativas”, avalia a gerente de projetos da Unidade de Paz e Governança do PNUD, Raíssa Teixeira.
“Isso diz respeito à regionalização dos ODS e ao desenvolvimento local.”
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Posted: 12 Mar 2019 12:15 PM PDT
Representantes da sociedade civil Mary Fatiya (Sudão do Sul) e Muniba Mazari (Paquistão) falam durante a 63ª sessão da Comissão das Nações Unidas sobre a Situação das Mulheres (CSW) na sede da ONU em Nova Iorque. Foto: ONU Mulheres/Ryan Brown
Uma mãe paquistanesa cadeirante que deseja visitar um parque sem ter que se preocupar com rampas de acesso e uma jovem mulher do Sudão do Sul que sonha em ter assistência de saúde acessível estiveram entre as palestrantes na segunda-feira (11) em Nova Iorque da abertura do maior encontro anual das Nações Unidas sobre igualdade de gênero e direitos das mulheres.
Em discursos à 63ª sessão da Comissão das Nações Unidas sobre a Situação das Mulheres (CSW), Muniba Mazari e Mary Fatiya pediram que proteções sociais básicas sejam garantidas para mulheres e meninas no mundo todo, com base em necessidade e em linha com seus direitos humanos inalienáveis.
“Ser uma mulher tem seus desafios. Estar em uma cadeira de rodas é a cereja no topo”, disse Mazari, que também é embaixadora da Boa Vontade para a ONU Paquistão, a milhares de ativistas, diplomatas e acadêmicos reunidos no hall da Assembleia Geral da ONU.
Fatiya, que descreveu a longa distância para uma escola onde havia apenas dois banheiros para cerca de 600 crianças, disse que seu mundo ideal é centrado em uma existência pacífica, acesso à saúde e boas infraestruturas. “Não estou pedindo uma estrada luxuosa. Eu só preciso de uma e é meu direito tê-la”.
O encontro anual da Comissão, que teve início em 1947, irá reunir mais de 9 mil representantes de organizações da sociedade civil nas Nações Unidas nas próximas duas semanas. O tema deste ano é “sistemas de proteção social, acesso a serviços públicos e infraestruturas sustentáveis para igualdade de gênero e o empoderamento de todas as mulheres e meninas”. Muitas das discussões também devem focar na Agenda 2030 para Desenvolvimento Sustentável.
Igualdade de gênero é uma ‘questão de poder’
Em seu discurso de abertura, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, disse que a Comissão sobre a Situação das Mulheres poderia ser igualmente chamada de “Comissão sobre a Situação do Poder”.
“Porque este é o cerne da questão. Igualdade de gênero é fundamentalmente uma questão de poder”, disse, acrescentando que o mundo tem registrado retrocessos no que se refere à garantia dos direitos das mulheres.
Guterres – que se definiu como um “feminista orgulhoso” – disse que, para mudar relações de poder, superar lacunas e vieses e lutar para preservar conquistas, é necessário envolver mulheres como participantes iguais na sociedade.
“Quando excluímos mulheres, todos pagam o preço. Quando incluímos mulheres, o mundo todo ganha”, disse.
Similarmente, a presidente da Comissão deste ano, a embaixadora Geraldine Byrne Nason, da Irlanda, disse em discurso que “resiliência está no DNA de mulheres e o mundo precisa da resiliência de mulheres mais do que nunca”.
Os tópicos que serão abordados nas próximas duas semanas variam de planejamento de espaço urbano a transportes públicos, com considerações sobre mobilidade e segurança de mulheres e aumento do acesso das mulheres rurais a parteiras experientes.
Investimentos para gerar oportunidades
A presidente do Conselho Econômico e Social (ECOSOC), Inga Rhonda King, também destacou a importância de serviços públicos e de proteção social para reconhecer e valorizar trabalhos domésticos – frequentemente executados por mulheres e meninas.
Investir nessa área é “essencial para liberar o tempo de mulheres e meninas, apoiar a mobilidade e o acesso de mulheres a oportunidades econômicas”, disse King.
Destacando o progresso alcançado nas décadas recentes, a chefe da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka, disse que graças a investimentos em infraestruturas e acesso a serviços públicos mais meninas estão na escola.
Ela ressaltou a necessidade de fechar lacunas, mas lembrou que 71% da população do mundo ainda não têm acesso completo a proteções sociais universais.
Phumzile pediu mais liderança, afirmando que mulheres e meninas possuem um papel essencial a ser desempenhado na formulação de políticas, serviços e infraestruturas que impactam suas vidas.
Entre outros palestrantes na abertura do encontro estava Marlène Schiappa, ministra de Estado da França para Igualdade de Gênero. A França está na Presidência do Conselho de Segurança neste mês.
Schiappa afirmou que envolvimento de mais mulheres em processos políticos e de paz é essencial para o empoderamento feminino, sendo um problema que afeta a comunidade diplomática. Ela instou o Conselho de Segurança a redobrar seus esforços para incluir mais mulheres em discussões.
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Posted: 12 Mar 2019 12:01 PM PDT
Homem tossindo com gripe. Foto: William Brawley (CC)
A Organização Mundial da Saúde ( OMS) lançou nesta semana (11) uma nova estratégia global de controle da influenza, mais conhecida como gripe. O plano, que contempla o período 2019-2030, visa prevenir a influenza sazonal, controlar a disseminação da gripe dos animais para os seres humanos e preparar governos e sociedades para a próxima pandemia desse tipo de infecção.
“A ameaça da gripe pandêmica está sempre presente”, afirma o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus.
“O risco contínuo de um novo vírus da influenza que se transmita dos animais para humanos e cause potencialmente uma pandemia é real. A questão não é se teremos outra pandemia, mas quando. Precisamos estar vigilantes e preparados – o custo de um grande surto de gripe superará em muito o preço da prevenção.”
A gripe continua sendo um dos maiores desafios de saúde pública do mundo. A cada ano, estima-se que haja 1 bilhão de casos de influenza. Dessas ocorrências, de 3 a 5 milhões são graves, provocando de 290 mil a 650 mil mortes por doenças respiratórias relacionadas.
A OMS recomenda a vacinação anual contra a gripe como a maneira mais eficaz de prevenir a doença. A imunização é especialmente importante para as pessoas com maior risco de complicações graves causadas pela influenza e também para os profissionais de saúde.
A nova estratégia do organismo internacional é a mais abrangente e de maior alcance que a agência já desenvolveu para a gripe. O plano traça um caminho para proteger as populações todos os anos e ajuda na preparação para uma pandemia por meio do fortalecimento dos programas de rotina.
O marco da OMS tem dois objetivos: o primeiro é construir nos países estruturas e mecanismos mais fortes de vigilância e resposta a doenças, de prevenção e controle e de preparação. Para alcançar isso, a agência faz um chamado para que todas as nações tenham um programa de influenza adaptado, que contribua para os esforços nacionais e globais, assim como para a segurança da saúde.
A segunda meta é desenvolver ferramentas melhores para prevenir, detectar, controlar e tratar a gripe. Isso inclui vacinas, antivirais e tratamentos mais eficazes. O aprimoramento desses recursos deve ter como alvo torná-los acessíveis a todos os países.
“Com as parcerias e o trabalho específico de cada país que temos feito ao longo dos anos, o mundo está melhor preparado do que nunca para o próximo grande surto, mas ainda não estamos preparados o suficiente”, acrescentou o chefe da OMS.
“Esta estratégia visa nos levar a esse ponto. Basicamente, trata-se de preparar sistemas de saúde para gerenciar choques. E isso só acontece quando os sistemas de saúde são fortes e saudáveis.”
Para implementar com sucesso esse plano, parcerias eficazes são essenciais. A OMS expandirá suas cooperações para aumentar a pesquisa, a inovação e a disponibilidade de ferramentas globais novas e aprimoradas para enfrentar a influenza. Ao mesmo tempo, o organismo vai trabalhar em estreita colaboração com autoridades nacionais.
A estratégia foi desenvolvida por meio de um processo consultivo com contribuições dos Estados-membros, academia, sociedade civil, indústria e especialistas internos e externos.
O novo marco contra a gripe se baseia e se beneficia de programas bem-sucedidos da OMS. Por mais de 65 anos, o Global Influenza Surveillance and Response System (GISRS) – sistema global de vigilância e resposta à influenza composto por Centros Colaboradores da OMS e centros nacionais de influenza – trabalhou em conjunto para monitorar tendências sazonais e vírus potencialmente pandêmicos. Esse mecanismo serve como a espinha dorsal do sistema de alerta global para a gripe.
Um fator muito importante para a estratégia tem sido o sucesso contínuo do Quadro de Preparação para a Influenza Pandêmica. Esse outro sistema apoia o compartilhamento de vírus potencialmente pandêmicos entre autoridades de saúde, além de dar acesso a vacinas e tratamentos que salvam vidas em caso de pandemia.
A OMS afirma ainda que apoiar os países para fortalecer suas capacidades de controle da influenza terá benefícios colaterais na detecção geral de infecções. Isso porque governos poderão identificar melhor outras doenças infecciosas, como o ebola ou o coronavírus associado à síndrome respiratória do Oriente Médio.
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Posted: 12 Mar 2019 11:09 AM PDT
Ministro do Meio Ambiente do Quênia, Keriako Tobiko, ao lado de Joyce Msuya, chefe interina da ONU Meio Ambiente, durante abertura da Quarta Assembleia da ONU para o Meio Ambiente. Foto: ONU Meio Ambiente/Natalia Mroz
- Mais de 4,7 mil pessoas se reúnem para discutir novas políticas, tecnologias e soluções inovadoras para alcançar o consumo e a produção sustentáveis.
- Os resultados do encontro vão definir a agenda global ambiental e impulsionar as chances de sucesso do Acordo de Paris e da Agenda 2030.
- O evento terá a divulgação de novas descobertas científicas sobre o estado do meio ambiente e sobre soluções para os desafios.
Mais de 4,7 mil chefes de Estado, ministros, líderes empresariais, oficiais seniores da ONU e representantes da sociedade civil estão se reunindo em Nairóbi para o encontro do organismo ambiental mais importante do mundo, onde os participantes tomarão decisões que vão colocar as sociedades globais num caminho mais sustentável.
A Quarta Assembleia da ONU para o Meio Ambiente ocorre de 11 a 15 de março com o tema Soluções Inovadoras para os Desafios Ambientais e Consumo e Produção Sustentáveis.
É o maior encontro na breve história da Assembleia, com o número de participantes tendo praticamente dobrado desde o último encontro, em dezembro de 2017. Líderes mundiais de destaque estarão presentes, incluindo os presidentes da França e do Quênia, Emmanuel Macron e Uhuru Kenyatta, além de CEOs de grandes empresas.
São aguardadas decisões e resultados ousados, conforme as delegações negociem noite adentro ao longo de cinco dias. Na mesa de negociações, estão resoluções para pressionar mais incisivamente por padrões sustentáveis de consumo e produção; para comprometer-se com a proteção do meio ambiente marinho contra a poluição plástica; para reduzir o desperdício de alimentos; e para avançar em inovações tecnológicas que combatam as mudanças climáticas e reduzam o uso de recursos e a perda de biodiversidade.
O status da Assembleia como o único organismo da ONU fora da Assembleia Geral onde todos os Estados-membros se reúnem e o poder do evento de unir todos os setores significam que a agenda ambiental global é definida aqui. As decisões têm um impacto profundo nas metas do Acordo de Paris e na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, assim como na agenda geral da ONU e na construção do caminho rumo à Cúpula da ONU sobre Mudança do Clima de 2019.
Às vésperas da reunião, a diretora-executiva interina da ONU Meio Ambiente, Joyce Msuya, fez um apelo às nações para que virem o jogo e comecem a implementar mudanças concretas.
“O tempo está se esgotando. Já se foi o tempo para promessas e politicagem. Já se foi o tempo de compromissos com pouca responsabilização. O que está em jogo é a vida, e a sociedade, como a maioria de nós conhece e usufrui hoje”, escreveu a dirigente numa carta aos Estados-membros.
Conforme delegações chegavam a Nairóbi para a Assembleia, a ONU Meio Ambiente expressou profunda tristeza pela notícia do acidente da Ethiopian Airlines. Nossos pensamentos e orações estão com as famílias dos que foram afetados. Estamos acompanhamento de perto os desdobramentos.
Um relatório de contextualização da ONU Meio Ambiente para a Assembleia, que serve de base para definir problemas e mostrar novas áreas de ação, defende firmemente ações urgentes. O relatório quantifica a perda de serviços ecossistêmicos entre 1995 e 2011 numa estimativa de 4 trilhões a 20 trilhões de dólares; mostra como práticas agrícolas estão colocando cada vez mais pressão sobre o meio ambiente, o que gera um custo estimado de 3 trilhões de dólares por ano; e estima que custos relacionados à poluição cheguem a 4,6 trilhões de dólares por ano.
“Como nunca, a hora de agir é agora”, afirmou o presidente da Assembleia da ONU para o Meio Ambiente e ministro do Meio Ambiente da Estônia, Siim Kiisler. “Sabemos que podemos construir sociedades mais sustentáveis, prósperas e inclusivas, com padrões sustentáveis de consumo e produção que enfrentem nossos desafios ambientais e não deixem ninguém para trás. Mas precisaremos criar as condições propícias para que isso aconteça. E precisaremos fazer as coisas de um jeito diferente.”
A Assembleia também terá o lançamento de novas pesquisas pela ONU Meio Ambiente, incluindo a última edição da única radiografia global e abrangente do meio ambiente: o Panorama Ambiental Global 6, que foi produzido por 252 cientistas e especialistas de mais de 70 países. Já o Panorama Global sobre Recursos, do Painel Internacional sobre Recursos, avalia a extração de materiais, incluindo as perspectivas futuras e recomendações sobre como usar recursos naturais de modo mais sustentável.
“Está claro que precisamos transformar o modo como nossas economias funcionam e o modo como valorizamos as coisas que consumimos”, disse Msuya. “A meta é romper o vínculo entre crescimento e um uso maior de recursos e acabar com a nossa cultura do descarte.”
A Assembleia não trata apenas de resoluções e ciência. Eventos paralelos e exposições dão oportunidade para os presentes de formar parcerias e acordos que beneficiem as pessoas e o meio ambiente.
A Sustainable Innovation Expo funciona como um polo de inovação, com mais de 40 tecnologias e inovações ambientais em exibição.
A Cúpula One Planet — co-organizada pelos governos da França e Quênia e o Banco Mundial — também está sendo realizada paralelamente à Assembleia, com foco nos desafios ambientais da África.
O Fórum da ONU Science-Policy-Business, realizado antes da Assembleia Ambiental da ONU, lançou iniciativas sobre o uso do big data, aprendizado automático de máquinas e startups de tecnologias verdes para resolver grandes problemas ambientais.
Nota para os editores
Para mais informação, visite o site da Assembleia da ONU para o Meio Ambiente.
Faça o download do apelo da diretora-executiva interina da ONU Meio Ambiente aos Estados-membros — clique aqui.
Participe do debate nas redes sociais usando as hashtags #SoluçõesInovadoras e #SolveDifferent e conte-nos o que você está fazendo para garantir um futuro sustentável para o nosso planeta.
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Posted: 12 Mar 2019 11:02 AM PDT
O ministro da Justiça e Segurança Pública (MJSP), Sérgio Moro, durante coletiva de imprensa. Foto: MJSP/Isaac Amorim
O representante regional do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), Rafael Franzini, reuniu-se na quinta-feira (7) com o ministro da Justiça e Segurança Pública (MJSP), Sérgio Moro, para discutir parcerias no enfrentamento ao crime organizado, à violência e à corrupção.
Com a transição para o novo governo, a reunião teve o objetivo de identificar áreas de interesse comum no contexto das políticas públicas a serem implementadas pelo ministério nos próximos quatro anos.
Franzini ressaltou a intenção de intensificar a cooperação, em especial, em temas como lavagem de dinheiro, administração de bens apreendidos, estatísticas em segurança pública, práticas anticorrupção e programas de interdição de tráfico de drogas em portos e aeroportos.
O ministro demonstrou disposição em estreitar a parceria com o UNODC, e solicitou um levantamento detalhado das iniciativas que podem ser desenvolvidas pela agência das Nações Unidas em conjunto com o ministério, trabalho que envolverá articulação e apoio da assessoria internacional da pasta.
Franzini reportou as crescentes apreensões de cocaína realizadas no Porto de Santos (SP), com a assistência técnica do Programa de Controle de Contêineres (CCP), uma parceria global entre o UNODC e a Organização Mundial de Aduanas (OMA), cujo objetivo é ajudar a criar controles eficazes de contêineres, mediante a melhoria das capacidades das aduanas nacionais, das polícias e das autoridades encarregadas de aplicar a lei.
Foi discutida também a participação do ministro em eventos do UNODC, como a 28ª sessão da Comissão sobre Prevenção do Crime e Justiça Criminal (CCPCJ) e a Conferência Internacional Anticorrupção em Assunção, no Paraguai que ocorrerá de 4 a 6 de junho.
Ao final da reunião, Franzini e Moro discutiram a realização de uma possível missão da diretora de operações do UNODC, Miwa Kato, ao Brasil nos próximos meses. Essa ocasião marcaria o início da concretização da parceria entre MJSP e UNODC no enfrentamento dos desafios colocados pela criminalidade e as drogas.
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Posted: 12 Mar 2019 11:00 AM PDT
Perfuração de poços de petróleo em Port Aransas, no Texas, EUA. Foto: Flickr (CC)/Ray
- A extração de recursos mais do que triplicou desde 1970, incluindo um aumento de cinco vezes no uso de minerais não metálicos e um aumento de 45% no uso de combustíveis fósseis.
- Até 2060, o uso global de materiais poderia dobrar e chegar a 190 bilhões de toneladas (na comparação com os atuais 92 bilhões de toneladas), enquanto as emissões de gases do efeito estufa poderiam aumentar em 43%.
- A extração e o processamento de materiais, combustíveis e alimentos contribuem com metade do total global de emissões de gases do efeito estufa e com mais de 90% da perda de biodiversidade e estresse hídrico.
O rápido crescimento da extração de materiais é o principal culpado pelas mudanças climáticas e pela perda de biodiversidade — um desafio que só vai piorar, a não ser que o mundo realize urgentemente uma reforma sistemática do uso de recursos, de acordo com um relatório lançado hoje (12) na Assembleia da ONU para o Meio Ambiente.
O Panorama Global sobre Recursos de 2019, preparado pelo Painel Internacional sobre Recursos, examina as tendências em recursos naturais e o seus padrões correspondentes de consumo desde os anos 1970, com o intuito de apoiar formuladores de políticas em tomadas estratégicas de decisão e na transição para uma economia sustentável.
Ao longo das últimas cinco décadas, a população dobrou e o Produto Interno Bruto (PIB) global aumentou quatro vezes. O relatório mostra que, no mesmo período, a extração global anual de materiais passou de 27 bilhões de toneladas para 92 bilhões de toneladas (até 2017). Com as atuais tendências, esse volume deve dobrar de novo até 2060.
De acordo com o relatório, “a extração e o processamento de materiais, combustíveis e alimentos respondem por cerca de metade do total global de emissões de gases do efeito estufa e por mais de 90% da perda de biodiversidade e estresse hídrico”. Até 2010, mudanças no uso da terra haviam causado uma perda global de espécies estimada em 11%.
“O Panorama Global sobre Recursos mostra que estamos avançando sobre os recursos finitos do planeta como se não houvesse amanhã, causando mudanças climáticas e perda de biodiversidade ao longo do caminho”, afirmou Joyce Msuya, diretora-executiva interina da ONU Meio Ambiente. “Francamente, não haverá amanhã para muitas pessoas se não pararmos.”
Desde 2000, o crescimento nas taxas de extração acelerou para 3,2% por ano, o que foi impulsionado principalmente por grandes investimentos em infraestrutura e por padrões materiais de vida mais elevados em países em desenvolvimento e de economia de transição, especialmente na Ásia. Contudo, os países mais ricos ainda precisaram de 9,8 toneladas de materiais por pessoa em 2017, um volume que foi mobilizado em outras partes do mundo, o que também está impulsionando essa tendência.
Numa perspectiva mais específica, o uso de minérios de metal aumentou 2,7% por ano e os impactos associados na saúde humana e nas mudanças climáticas dobraram durante 2000-2015. O uso de combustíveis fósseis passou de 6 bilhões de toneladas em 1970 para 15 bilhões de toneladas em 2017. A biomassa aumentou de 9 bilhões de toneladas para 24 bilhões de toneladas — a maior parte está associada a alimentação, matérias-primas e energia.
Usando dados de tendências históricas, o relatório faz projeções para 2060. De 2015 até lá, espera-se que o uso de recursos naturais cresça 110%, levando a uma redução de mais de 10% das florestas e a uma redução de outros habitats, como as pradarias, em torno de 20%. As implicações para as mudanças climáticas são severas, uma vez que haveria um aumento de 43% nas emissões de gases do efeito estufa.
O relatório diz que, se o crescimento da economia e do consumo continuar nas taxas atuais, esforços bem maiores serão necessários para garantir que um crescimento econômico positivo não cause impactos ambientais negativos.
O relatório defende que a eficiência em recursos é essencial, mas não é suficiente por si só. “O que é necessário é um movimento de fluxos lineares para fluxos circulares, por meio de uma combinação de ciclos de vida mais longos para os produtos, design inteligente de produtos e padronização e reuso, reciclagem e remanufatura”, afirma.
Se as medidas recomendadas forem implementadas, isso poderia acelerar o crescimento econômico, superando os custos econômicos imediatos de mudar para modelos econômicos que sejam consistentes com a limitação do aquecimento global a 1,5º C nesse século.
“A modelagem realizada pelo Painel Internacional sobre Recursos mostra que, com a eficiência certa em recursos e a implementação de políticas sustentáveis de consumo e produção, o crescimento do uso global de recursos pode desacelerar em 25% até 2060, o produto interno bruto global poderia crescer 8% — especialmente nas nações de renda média e baixa — e as emissões de gases do efeito estufa poderiam ter queda de 90%, na comparação com projeções que seguem as tendências históricas”, afirmaram os copresidentes do Painel, Izabella Teixeira e Janez Potočnik, no prefácio do relatório.
Nota para os editores
Para mais informações, visite o site do Painel Internacional sobre Recursos. Faça o download do relatório Panorama Global sobre Recursos 2019: Recursos Naturais para o Futuro que Queremos — clique aqui.
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