Boletim diário da ONU Brasil: “ONU pede que países da América Latina ratifiquem acordo inédito sobre direitos ambientais” e 5 outros.
ONU Brasil Cancelar inscrição
|
|
| |
|
|
| |
Posted: 07 Mar 2019 12:24 PM PST
Amazônia. Foto: Agência Brasil/Paulo Santos
Na semana que marca um ano da adoção do Acordo de Escazú, o primeiro tratado ambiental da América Latina e Caribe, a comissão econômica da ONU para a região, a CEPAL, pediu que todos os países assinem e ratifiquem o documento o mais rápido possível. Até o momento, 16 das 33 nações assinaram o texto, o primeiro pacto entre Estados no mundo com disposições específicas para proteger defensores de direitos humanos em temas ambientais.
Concluído em 4 de março de 2018, na cidade de Escazú, Costa Rica, após seis anos de negociações, o marco regional garante o acesso a informação, participação pública e justiça em questões de meio ambiente. O acordo foi aberto para assinatura em setembro último, durante o 73º debate geral da Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque.
“É importante recordar que o Acordo de Escazú é um acordo entre Estados, mas sobretudo, é um pacto de cada Estado com as suas sociedades. É um acordo cidadão, feito pelas e para as pessoas da nossa região”, afirmou a secretária-executiva da CEPAL, Alicia Bárcena, em carta aberta aos países-membros da comissão.
A dirigente acrescentou que o texto “reconhece nossas prioridades regionais, reconhece e desenvolve direitos democráticos fundamentais e coloca a igualdade no centro do desenvolvimento, buscando incorporar todos os setores da sociedade para enfrentar desafios ambientais de tamanha magnitude como as mudanças climáticas, os desastres naturais, a desertificação ou a perda de biodiversidade”.
“Hoje, mais do que nunca, a nossa região exige mais e uma melhor democracia ambiental e uma rápida entrada em vigor e implementação do Acordo de Escazú, em benefício dos nossos países e suas sociedades”, completou Alicia.
Entre os países que assinaram o acordo, estão Antígua e Barbuda, Argentina, Bolívia, Brasil, Costa Rica, Equador, Guatemala, Guiana, Haiti, México, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Santa Lúcia e Uruguai. Para entrar em vigor, o documento precisa da ratificação de 11 Estados.
A chefe da CEPAL lembrou ainda que a implementação do texto contribuiria para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS) e do Acordo de Paris.
Segundo Alicia, a assinatura e a ratificação do documento de Escazú por novos Estados latino-americanos e caribenhos serão ainda mais significativas devido à proximidade de eventos como o Terceiro Fórum dos Países da América Latina e Caribe sobre Desenvolvimento Sustentável, que acontece em Santiago, capital do Chile, entre 22 e 26 de abril. Em Nova Iorque, entre 9 e 18 de julho, a ONU promoverá um encontro para revisar pela primeira vez a implementação dos ODS que abordam as mudanças climáticas e paz, justiça e instituições eficazes.
|
Posted: 07 Mar 2019 10:06 AM PST
A iniciativa “Mulheres Artesãs”, implementada pela funcionária pública Janir Gonçalves Leite, foi uma das vencedoras do prêmio Viva Voluntário 2018. Foto: Acervo Pessoal
Mais que colares e pulseiras, o artesanato trouxe reconhecimento para a aldeia urbana Tico Lipú, localizada em Aquidauana (MS), e que enfrentava dificuldades para acessar serviços públicos.
A iniciativa “Mulheres Artesãs”, implementada pela funcionária pública Janir Gonçalves Leite, foi uma das vencedoras do prêmio Viva Voluntário 2018, na categoria Líder Voluntário, e receberá um financiamento de 50 mil reais da Fundação Banco do Brasil para próximos projetos.
Tudo começou porque a comunidade indígena faz parte de uma área de ocupação e, por isso, não possuía reconhecimento da Fundação Nacional do Índio (FUNAI).
Após anos de abandono e passando por situações de carência extrema, os moradores da aldeia se mobilizaram para ter seus direitos reconhecidos: a iniciativa partiu do cacique Francisco Gomes Lipú, que buscou a líder voluntária Janir Gonçalves Leite para auxiliá-lo na criação de um projeto que pudesse reverter o quadro de pobreza.
Foi assim que Janir, servidora pública da prefeitura municipal, iniciou seu trabalho na Aldeia Urbana Tico Lipú, em fevereiro de 2017.
Ela já havia desenvolvido um trabalho semelhante em 2008 na aldeia Ipegue, localizada no distrito de Toné, também no Mato Grosso do Sul.
Após um encontro com as mulheres da comunidade, ela elaborou um projeto de artesanato, com o objetivo de promover o resgate da cultura indígena, a participação ativa da comunidade e a geração de renda para essas famílias.
Biojoias
As atividades iniciais do projeto foram oficinas de orientação e confecção de biojoias a partir de sementes naturais e o plantio de uma horta comunitária.
As mulheres foram capacitadas em todas as fases da confecção, desde a seleção e tratamento das sementes até a criação e montagem de diferentes modelos de adereços.
As peças finalizadas são comercializadas em feiras quinzenais organizadas na cidade. Segundo Janir, as dificuldades iniciais foram muitas, principalmente quanto à falta de recursos para realizar o projeto. “Reuni o pouco que tinha de material para começar, e usávamos a furadeira que eu trazia de casa”, explica.
Mesmo com tantas dificuldades, o projeto avançou com apoio e participação da comunidade. Desde o início, as mulheres demonstraram interesse e disponibilidade para participar das oficinas, o que para Janir é o ponto mais importante para o desenvolvimento de qualquer atividade com uma comunidade.
“Para fazer qualquer coisa, em qualquer comunidade, é preciso ter pessoas dispostas e que acreditam na iniciativa. Se as mulheres não tivessem topado, o programa não teria acontecido”, esclarece a idealizadora.
Cidadania Tico Lipú
O projeto organizado por Janir já rendeu frutos para os moradores. O maior benefício foi o reconhecimento pela FUNAI, que permite que os residentes sejam identificados como pertencentes à aldeia e tenham seus direitos sociais e acesso a serviços públicos garantidos.
Antes dessa legitimação, as mães precisavam se deslocar até outras aldeias e dependiam da boa vontade do cacique local para conseguir registrar seus filhos como pertencentes a outra comunidade.
Com a certificação da FUNAI, o cacique local tem autoridade para registrar as crianças e demais moradores como provenientes da Aldeia Tico Lipú.
Além disso, as mulheres indígenas podem acessar outros direitos, como licença-maternidade e aposentadoria pelo INSS, disponibilizados devido à referência ao trabalho artesanal da confecção de biojoias e ao trabalho na terra, com o plantio da horta comunitária.
Reconhecimento
O projeto foi o vencedor do prêmio Acolher, organizado pela marca Natura Cosméticos. O recurso disponibilizado está sendo utilizado para melhorar as condições do espaço de trabalho das mulheres – entre as melhorias, estão a construção de banheiro, de uma sala fechada, de um depósito para guardar a matéria-prima, os equipamentos e a produção, além de mobiliário para as oficinas, como mesas e cadeiras.
Para manter o engajamento da comunidade, todas as mudanças estão sendo feitas pelos moradores em regime de mutirão.
Após a obra, o projeto vai aumentar o escopo e oferecer oficinas de capacitação para abarcar outras técnicas de artesanato indígena. As primeiras técnicas a serem incorporadas ao projeto serão de construção de cestaria de palha e de abanico, um tipo de leque feito de buriti, seguidas de técnicas de grafismo para pintura e produção de roupas.
Mães e filhos
Além das oficinas de artesanato, Janir desenvolveu atividades de contação de histórias na língua terena para as crianças da aldeia.
O projeto surgiu devido à percepção de que as crianças da comunidade ficavam sem atividades e sem cuidado enquanto as mães participavam do artesanato. “Tive essa ideia porque vi que havia muitas crianças na comunidade, muitas mesmo, que ficavam soltas, correndo, enquanto as mães estavam na atividade do artesanato”, explica.
À essa questão, somou-se que a língua terena, original dos indígenas da aldeia, estava se perdendo, já que as escolas da região não possuem um sistema diferenciado para essa população. Apenas cinco anciãos ainda a conhecem e a utilizam para se comunicar.
Na atividade, Janir conta uma história em português para os idosos, e eles recontam a mesma história na língua terena para as crianças e jovens. Dessa maneira a geração mais nova aprende a língua, se reconecta com a identidade indígena local e resgata a cultura da aldeia.
Janir explica também que um dos maiores ganhos do projeto foi a consciência que as mulheres da comunidade passaram a ter sobre seus próprios problemas e a possibilidade de resolvê-los.
Ela acredita na força das mulheres para se organizar e buscar a garantia de seus direitos: “antes tinha muita reclamação sobre os problemas, mas ninguém fazia nada. Agora elas se mobilizaram e perceberam, criaram consciência de que precisam fazer algo para conseguir ajuda, elas precisam se ajudar e estão se mexendo”, descreve Janir.
A mobilização já está extrapolando o projeto de artesanato. A comunidade iniciou a construção de um posto de saúde em regime de mutirão e com recursos próprios, e está implantando uma rede de energia elétrica para atender a aldeia.
O projeto do artesanato é, portanto, um ponto de partida para permitir a autonomia dos habitantes locais. A líder voluntária acredita que os moradores vão continuar o desenvolvimento do projeto após sua saída, e vê em seu trabalho uma possibilidade de retornar à sociedade tudo o que ela pôde aprender em oportunidades e experiências.
Janir acredita que a melhoria nas condições de vida da aldeia tem consequências positivas na qualidade de vida da cidade como um todo. “Acredito que quanto melhor a vida da comunidade, melhor a minha vida também, e é isso que as pessoas têm que saber pra vivermos bem”, conclui.
|
Posted: 07 Mar 2019 09:42 AM PST
Enfermeiras e médicas avaliam o estado de saúde de um bebê prematuro em Bogotá, na Colômbia. Foto: OPAS
A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta quarta-feira (6) reformas mais abrangentes para modernizar e fortalecer o organismo internacional. As mudanças ajudarão a instituição a desempenhar seu papel como principal autoridade mundial em saúde pública de forma mais eficaz e eficiente.
As reformas foram projetadas para apoiar os países a atingirem as metas ambiciosas de “três bilhões”, que estão no centro do plano estratégico da OMS para os próximos cinco anos: “1 bilhão de pessoas a mais se beneficiando da cobertura universal de saúde; mais 1 bilhão de pessoas mais bem protegidas das emergências de saúde; e mais 1 bilhão de pessoas desfrutando de melhor saúde e bem-estar”.
Entre as mudanças, estão:
Alinhamento dos processos e estruturas da OMS às metas dos “3 bilhões” e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), adotando uma nova estrutura e modelo operacional para ordenar o trabalho da sede da Organização, dos escritórios regionais e dos escritórios nacionais, bem como eliminando a ‘duplicação’ e a ‘fragmentação’.
Reforço do trabalho normativo e de definição de padrões da OMS, apoiado por uma nova divisão, e melhora das oportunidades de carreira para cientistas.
Aproveitamento do poder da inovação e da saúde digital, apoiando os países a avaliarem, integrarem, regularem e maximizarem as oportunidades proporcionadas por tecnologias digitais e inteligência artificial, com o apoio de um novo departamento.
Tornar a OMS relevante em todos os países, revisando as capacidades da Organização para se engajar no diálogo político estratégico. Esse trabalho será apoiado por uma nova divisão de dados, análises e entrega, o que melhorará significativamente a coleta, o armazenamento, a análise e o uso de dados para impulsionar a mudança de políticas nos países. Essa divisão também acompanhará e fortalecerá a entrega do trabalho da OMS, monitorando o progresso em direção à meta dos “3 bilhões” e identificando barreiras e soluções.
Investimento em uma força de trabalho dinâmica e diversificada por meio de novas iniciativas, incluindo a Academia da OMS (WHO Academy), uma escola de ponta proposta para oferecer novas oportunidades de aprendizado para funcionários e profissionais de saúde pública em todo o mundo.
Outras medidas incluem um processo de recrutamento simplificado para reduzir o tempo de contratação pela metade, treinamentos de gerenciamento, novas oportunidades para oficiais nacionais e melhorias previamente anunciadas nas condições para estagiários.
Fortalecimento do trabalho da OMS para apoiar os países na prevenção e mitigação do impacto de surtos e outras crises de saúde, criando uma nova divisão de preparação para emergências como complemento ao trabalho já existente.
Reforço de uma abordagem corporativa para a mobilização de recursos alinhada aos objetivos estratégicos e impulsionamento de novas iniciativas de captação de recursos para diversificar a base de financiamento da OMS, reduzindo assim sua dependência de um pequeno número de grandes doadores e fortalecendo sua estabilidade financeira em longo prazo.
“As mudanças que estamos anunciando são muito mais do que novas estruturas. São sobre mudar o DNA da organização para produzir um impacto mensurável nas vidas das pessoas que servimos”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.
“Nossa visão permanece a mesma desde a fundação, em 1948: atingir o mais alto padrão de saúde para todas as pessoas. Mas o mundo mudou e é por isso que articulamos uma nova declaração de missão para o que ele precisa que façamos agora: promover saúde, manter as pessoas seguras e servir aos vulneráveis.”
As novas medidas foram desenvolvidas após um longo período de consultas com profissionais da OMS junto ao grupo Global Policy, também da instituição, composto pelo diretor-geral e por cada um dos seis diretores regionais da organização: Matshidiso Moeti (África), Carissa F. Etienne (Américas), Poonam Khetrapal Singh (Sudeste Asiático), Zsuzsanna Jakab (Europa), Ahmed Al-Mandhari (Mediterrâneo Oriental) e Takeshi Kasai (Pacífico Ocidental).
A nova estrutura corporativa da OMS será baseada em quatro pilares, refletidos em toda a organização:
Programas: apoiará o trabalho da Organização em relação à cobertura universal de saúde e populações mais saudáveis.
Emergências: será responsável tanto pela resposta às crises de saúde quanto pela ajuda aos países para que se prepararem.
Relações Externas e Governança: centralizará e harmonizará o trabalho da OMS na mobilização de recursos e comunicações.
Operações de Negócios: garantirá uma entrega mais profissionalizada das principais funções corporativas, como orçamento, finanças, recursos humanos e cadeia de suprimentos.
Os quatro pilares serão complementados pela Divisão do Cientista Chefe, na sede da OMS, em Genebra, para fortalecer o trabalho científico central da Organização e garantir a qualidade e a consistência das normas e padrões.
Subjacentes à nova estrutura, 11 processos de negócios foram redesenhados, incluindo planejamento, mobilização de recursos, comunicações externas e internas, recrutamento, cadeia de fornecimento, gerenciamento de desempenho, normas e padrões, pesquisa, dados e cooperação técnica.
O Global Policy Group enfatizou o papel do trabalho com parceiros. Tedros disse que a OMS deve desenvolver uma nova mentalidade para buscar e construir parcerias que aproveitem a força combinada da comunidade global de saúde – nos setores público e privado.
Um exemplo disso é o novo Plano de Ação Global para Vidas Saudáveis e Bem-Estar para Todos, no qual 12 organizações trabalham juntas para alcançar os ODS relacionados à saúde.
|
Posted: 07 Mar 2019 09:09 AM PST
Abastecimento de caminhões agrícolas em Bangladesh. Práticas não sustentáveis de agricultura estão tendo impactos incalculáveis na biodiversidade. Foto: FAO/Mohammad Rakibul Hasan
A diretora-executiva interina da ONU Meio Ambiente, Joyce Msuya, emitiu um forte apelo à ação antes da Quarta Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEA), que será realizada em Nairóbi, de 11 a 15 de março.
“O tempo está se esgotando”, escreveu Msuya em carta aos Estados-membros das Nações Unidas. “Já se foi o tempo para promessas e politicagem. Já se foi o tempo de compromissos com pouca responsabilização. O que está em jogo é a vida e a sociedade como a maioria de nós conhece e usufrui.”
O pedido foi feito enquanto ministros do Meio Ambiente de todo o mundo se preparam para viajar para Nairóbi, onde participarão do mais importante fórum ambiental global. Questões como o fim do desperdício de alimentos, a difusão de carros elétricos e o combate à poluição plástica nos oceanos estão entre os principais temas das negociações que deverão ocorrer durante a Assembleia.
“É chegada a hora de realmente darmos forma às transformações que serão exigidas para sustentar a vida humana – transformações em nossos sistemas alimentares, sistemas energéticos, sistemas hídricos, sistemas econômicos – e, até mesmo, nossos sistemas de valores”, declarou Msuya.
A chefe da agência ambiental da ONU também definiu cinco pontos-chaves para começar a alavancar as mudanças de que o planeta precisa: circularidade, um novo acordo para a natureza (New Deal Verde), cidades, refrigeração limpa e energia renovável.
“Se conseguirmos impulsionar mudanças sistêmicas nessas áreas, então contribuiremos para tirar pessoas da pobreza e construiremos um mundo mais seguro, saudável e equitativo. Ao proteger o planeta — como já vimos em diversas ocasiões —, também estamos protegendo seus habitantes.”
Ao destacar soluções inovadoras, tema da Quarta Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Msuya chamou a atenção para as diversas oportunidades que podem ser encontradas na transição para um mundo mais sustentável.
“Algumas das soluções mais importantes para a crise climática – e para a perda da biodiversidade e tantos outros desafios – surgirão da inovação. E temos provas de que políticas bem elaboradas podem impulsionar a inovação e ajudar a difundir novas tecnologias cruciais em velocidade e escala que teriam parecido impossíveis há apenas uma geração”.
Msuya encerrou a carta com um apelo forte e direto aos Estados-membros da ONU, pedindo que eles compareçam à Assembleia com coragem e determinação para lutar por um futuro sustentável.
“Vamos trabalhar juntos para elaborar soluções com determinação, que transformem o nosso nível de ambição. Vamos nos esforçar por resoluções que exijam que todos nós – ONU Meio Ambiente, nossos Estados-membros, nossos parceiros na sociedade civil e no setor privado, cidadãos – possam realizar o tipo de mudanças que a humanidade requer para prosperar.”
Sobre a Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente
A Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente é o fórum global de mais alto nível para questões de meio ambiente e reúne, entre outros, chefes de Estado, ministros do Meio Ambiente, presidentes de multinacionais, ONGs e ativistas para discutir e firmar compromissos globais para a proteção ambiental.
A Assembleia é a melhor oportunidade do ano para monitorar os mais recentes avanços em ações e políticas ambientais, relatar novas histórias e entrevistar tomadores de decisão, pioneiros ambientais e aqueles cujas vidas estão ameaçadas caso não embarquemos em um novo caminho rumo ao consumo e à produção sustentáveis.
A Quarta Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente elegeu os temas soluções inovadoras para desafios ambientais e consumo e produção sustentáveis com o objetivo de inspirar nações, empresas e indivíduos a buscar #SoluçõesInovadoras e ter um olhar crítico sobre como produzem e consomem.
Para a agenda mais recente, participantes e eventos, acesse:www.unenvironment.org/environmentassemblywww.solvedifferent.eco
Para informações, entrevistas e detalhes de credenciamento, contate:Flora Pereira, Gerente de Comunicação e Informação Pública da ONU Meio Ambiente no Brasil, florapereira.dasilva@un.org
|
Posted: 07 Mar 2019 08:37 AM PST
Quem ouve música muito alto pode estar em risco de perdas auditivas. Foto: PEXELS(CC)/Burst
A Organização Mundial da Saúde ( OMS) lançou neste mês um aplicativo gratuito que permite ao usuário checar se está ouvindo bem ou não. Com o app, a agência da ONU quer ajudar usuários de smartphones a detectar perdas auditivas precocemente. Segundo o organismo internacional, o software hearWHO beneficiará principalmente quem ouve música num volume alto ou quem trabalha em locais barulhentos.
Entre os sintomas do início da perda auditiva, estão a sensação de zumbido no ouvido, o fato de não conseguir ouvir partes de uma conversa ou o costume frequente de aumentar o volume de aparelhos de televisão, rádio ou dispositivos de áudio. A OMS lembra que a identificação com antecedência da perda auditiva é crucial para saber quais comportamentos de risco precisam ser modificados.
A detecção com antecedência também permite averiguar a ação mais apropriada para enfrentar esse problema de saúde. Por isso, a agência disponibilizou o hearWHO, que pode ser baixado no Google Play e na App Store da Apple. O aplicativo foi lançado às vésperas do Dia Mundial da Audição, 3 de março.
“Muitas pessoas que têm deficiência auditiva não percebem e, por isso, perdem oportunidades educacionais, profissionais e da vida cotidiana”, diz Etienne Krug, diretor de Prevenção da Violência, Lesões e Incapacidades da OMS. “Verificações regulares de audição garantem que a perda auditiva seja identificada e tratada o mais cedo possível.”
O organismo internacional lembra que profissionais de saúde auditiva podem determinar as intervenções mais adequadas para tratar ou prevenir perdas. Essas medidas podem variar de legendas e linguagem de sinais a próteses auditivas e implantes cocleares. Ações para evitar, diagnostica e lidar com prejuízos à audição são consideradas custo-efetivas.
Como funciona o aplicativo?
O hearWHO é baseado na tecnologia digits-in-noise (dígitos no barulho, em tradução livre para o português). Pede-se aos usuários que se concentrem, ouçam e insiram em seus dispositivos móveis uma série de três números, quando solicitados. Esses números foram gravados sobre níveis variados de som de fundo, simulando condições de escuta na vida cotidiana. O aplicativo exibe a pontuação do usuário, explica o que ela significa e armazena o resultado do teste para que a pessoa possa monitorar o status da sua audição ao longo do tempo.
É possível definir lembretes no aplicativo para fazer o teste regularmente. A ferramenta pode ser usada por indivíduos e profissionais de saúde para facilitar a triagem auditiva, especialmente em contextos com poucos recursos.
“Este aplicativo nos ajudará, acima de tudo, a aumentar a conscientização sobre a importância dos cuidados com a audição”, defende Shelly Chadha, oficial técnica da OMS. “Uma vez perdida, a audição não volta mais.”
Mais de 5% da população mundial – ou 466 milhões de pessoas – tem deficiência auditiva incapacitante. Esse contingente inclui 432 milhões de adultos e 34 milhões de crianças. Estima-se que, até 2050, mais de 900 milhões de indivíduos – ou um em cada dez habitantes do planeta – terão perda auditiva incapacitante. Em nível global, a perda auditiva não atendida representa um custo anual de 750 bilhões de dólares.
“Nós encorajamos as pessoas a verificarem sua audição a fim de ajudar a preservar esse presente valioso que nos ajuda a aproveitar a vida”, completa Shelly.
O app da OMS foi feito para pessoas que estão em risco de perder a audição ou que já experimentam alguns dos sintomas relacionados a esse problema. A agência da ONU lembra que o software poderá beneficiar também quem usa medicamentos prejudiciais à audição e quem tem 60 anos ou mais.
|
Posted: 07 Mar 2019 08:18 AM PST
O documento apresenta e analisa os mais recentes dados disponíveis sobre a saúde de jovens que vivem em 48 países e territórios das Américas. Foto: EBC
Metade de todas as mortes de jovens entre 10 e 24 anos nas Américas se deve a homicídios, mortes no trânsito e suicídios, todas elas evitáveis, revela novo relatório lançado pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
O documento apresenta e analisa os mais recentes dados disponíveis sobre a saúde de jovens que vivem em 48 países e territórios das Américas. Inclui informações sobre causas de morte, doenças com as quais sofrem, saúde sexual e reprodutiva, uso de substâncias, nutrição e níveis de atividade física.
“Embora tenham sido feitos progressos em toda a região para garantir um maior acesso aos cuidados de saúde, muitas das intervenções para evitar que os jovens morram precocemente estão fora do setor de saúde”, disse Carissa F. Etienne, diretora da OPAS. “Precisamos aumentar os esforços em todos os setores para garantir que os jovens não apenas sobrevivam, mas prosperem”, acrescentou.
Cerca de 237 milhões de jovens com idade entre 10 e 24 anos vivem nas Américas, representando um quarto da população total da região. Apesar de representar uma enorme prioridade demográfica, no entanto, as taxas de mortalidade juvenil diminuíram ligeiramente entre 2000 e 2015.
O relatório destaca seis recomendações para melhorar a saúde dos jovens nas Américas: assegurar que os programas de saúde para adolescentes e jovens sejam bem financiados e envolvam outros setores além da saúde; promover sistemas de saúde que respondam às necessidades dos jovens; usar abordagens baseadas em evidências que visam grupos vulneráveis; implementar programas de monitoramento e avaliação para que melhorias contínuas sejam feitas; treinar quem trabalha com jovens; e capacitar e engajar os jovens como agentes de mudança em suas comunidades e países.
Principais causas de morte e doença
As três principais causas de morte entre os jovens nas Américas são evitáveis. Os homicídios são os “principais assassinos”, sendo responsáveis por 24% de toda a mortalidade, seguidos pelas mortes no trânsito (20%) e pelo suicídio (7%).
O relatório revela que um número significativo de jovens na região continua sofrendo com problemas de saúde, sendo os indígenas, população negra, comunidade LGBTI e jovens migrantes os mais afetados. “Os países devem agir para que todos os jovens, incluindo os mais vulneráveis, tenham acesso aos serviços de saúde dos quais precisam, sem deixar ninguém para trás”, afirmou Sonja Caffe, assessora regional de saúde do adolescente na OPAS. “Uma juventude saudável garantirá adultos mais saudáveis no futuro”, acrescentou.
Taxa de mortalidade maior para homens
Oitenta por cento das 230 mil mortes anuais de jovens nas Américas ocorrem entre homens, incluindo nove em cada dez mortes por homicídio; quatro em cada cinco mortes no trânsito; e três em cada quatro mortes por suicídio.
As taxas de homicídio entre jovens de 10 a 24 anos variaram de 3 por cada 100 mil em Honduras a 121,3 por cada 100 mil nas Bahamas em 2013 e 2014. Para as mulheres, as taxas variaram de 0,2 por cada 100 mil em Honduras a 21,1 em São Vicente e Granadinas.
“É importante que os países reconheçam que taxas de mortalidade mais altas entre homens jovens se devem, em parte, à pressão que enfrentam para aderir às normas de gênero que podem contribuir para comportamentos prejudiciais, como agressão e assunção de riscos”, alegou Caffe. “É por isso que é tão importante que o setor de saúde trabalhe com famílias, escolas e comunidades, a fim de lidar com as normas sociais que afetam sua saúde física e mental.”
As taxas de suicídio também continuam aumentando em toda a região. Enquanto mais mulheres jovens tentam suicídio, mais homens jovens morrem por essa causa. As taxas de suicídio entre mulheres de 10 a 24 anos variaram de 0,7 por cada 100 mil em Porto Rico a 19,4 por cada 100 mil na Guiana Francesa em 2013 e 2014. Para os homens, as taxas variam de 1,6 por cada 100 mil em Honduras a 51,6 por cada 100 mil na Guiana Francesa.
Segunda maior taxa de gravidez na adolescência do mundo
A América Latina e o Caribe têm a segunda maior taxa de gravidez entre adolescentes no mundo, estimada em 66,5 nascimentos por cada 1.000 meninas entre 15 e 19 anos para o período de 2010-2015, em comparação com uma média mundial de 46 nascimentos por cada 1.000 meninas.
Embora o número total de crianças por mulher adulta tenha diminuído na América Latina e no Caribe nos últimos 30 anos, as taxas de gravidez na adolescência praticamente não decresceram. A América Latina e o Caribe também compõem a única região que experimenta uma tendência crescente de gravidez na adolescência entre meninas com menos de 15 anos. Alguns países, no entanto, estão começando a ver um declínio mais rápido nas taxas de gravidez de adolescentes.
A mortalidade materna foi a quarta principal causa de morte entre mulheres de 10 a 24 anos nas Américas durante 2010-2014, devido a complicações na gravidez e no parto em adolescentes.
Em números
Mais de 45 mil jovens entre 15 e 24 anos morrem por homicídio a cada ano nas Américas. Embora existam variações de um país para outro, 60%-70% delas envolvem armas de fogo.
Cerca de 30 mil jovens entre 15 e 24 anos morrem a cada ano em decorrência de acidentes de trânsito na região. Novos condutores adolescentes são até 10 vezes mais propensos a sofrerem acidentes do que adultos.
Cerca de 12 mil jovens entre 15 e 24 anos morrem por suicídio todos os anos no continente americano.
As adolescentes com educação primária ou menos têm até quatro vezes mais probabilidades de iniciar a maternidade do que meninas com ensino médio ou superior.
A porcentagem de usuários de tabaco entre adolescentes de 13 a 17 anos nas Américas varia de 1,9% no Canadá a 28,7% na Jamaica.
Em 21 países que possuem dados, entre 10% e 20% dos estudantes indicaram que às vezes acabam passando fome por não ter comida suficiente em casa.
A taxa de alfabetização de jovens entre 15 e 24 anos nas Américas é superior a 98%. No entanto, jovens matriculadas e matriculados no ensino médio variam entre 60% e 80% e, em alguns países, abaixo de 50%.
Clique aqui para acessar o relatório completo (em inglês).
|
|
|
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário