Boletim diário da ONU Brasil: “Ciclone Idai em Moçambique, Zimbábue e Malauí: saiba como ajudar” e 4 outros.
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Posted: 23 Mar 2019 12:54 PM PDT
Passagem do ciclone Idai no Malauí. Foto: UNICEF
O ciclone tropical Idai chegou à terra durante a noite de 14 para 15 de março de 2019, perto da cidade de Beira, província de Sofala, no centro de Moçambique. O ciclone provocou chuvas torrenciais e ventos nas províncias de Sofala, Zambézia, Manica e Inhambane.
A cidade da Beira, na província de Sofala, região central de Moçambique, perdeu a comunicação. O impacto total do ciclone ainda está por ser estabelecido. No entanto, os relatórios iniciais indicam pelo menos 500 mortos e danos significativos na infraestrutura em Beira e arredores.
O ciclone Idai continuou em terra como uma tempestade tropical e atingiu o leste do Zimbábue com fortes chuvas e fortes ventos. A tempestade causou ventos fortes e precipitação intensa nos distritos de Chimanimani e Chipinge, causando inundações ribeirinhas e repentinas e mortes subsequentes, bem como destruição de meios de subsistência e propriedades.
Saiba abaixo como ajudar
A ONU coordena respostas de emergência como a provocada pelo ciclone Idai por meio do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários ( OCHA). Doações podem ser feitas pelo site https://crisisrelief.un.org/Mozambique-flash-appeal. Informações adicionais sobre a resposta coordenada pelo OCHA estão disponíveis clicando aqui.
O Programa Mundial de Alimentos ( PMA) é uma das agências da ONU que lideram a resposta de emergência na região. Para doar, acesse: https://give.wfp.org.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância ( UNICEF) abriu um canal direto para doações. Acesse em https://secure.unicef.org.br/Default.aspx?origem=emergencia.
A Agência da ONU para Refugiados ( ACNUR) está atuando na região e recebe doações pelo link https://doar.acnur.org.
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Posted: 22 Mar 2019 03:06 PM PDT
Cecilia Borges e seu filho Fernandinho Armindo caminham por um assentamento informal destruído em Beira, Moçambique. Foto: UNICEF/de Wet
O secretário-geral da ONU, António Guterres, cobrou mais apoio da comunidade internacional a Moçambique, onde enchentes e um ciclone na semana passada desalojaram 400 mil pessoas e deixaram outras 259 mortas, segundo dados obtidos por agências das Nações Unidas.
Em pronunciamento nesta sexta-feira (22), o chefe das Nações Unidas enfatizou que, mesmo com a liberação de 20 milhões de dólares do Fundo de Resposta de Emergências da Organização, mais recursos são necessários para enfrentar as consequências do desastre.
Ao final da semana passada, o ciclone Idai atingiu Moçambique, Malauí e Zimbábue, deixando uma rastro de destruição e morte por onde passou. O território moçambicano foi o mais atingido pela tempestade, que registrou ventos de 150 km/h.
“Com lavouras destruídas no celeiro (região produtora de alimentos) de Moçambique, mais pessoas estão em risco de passar insegurança alimentar em todos os três países. E casas, escolas, hospitais e estradas estão em ruínas”, alertou Guterres.
De acordo com a Organização Internacional para as Migrações ( OIM), 259 pessoas foram mortas pelo ciclone em Moçambique e outras 217 estão desaparecidas.
O Programa Mundial de Alimentos (PMA) solicitou a doadores um orçamento de mais de 121 milhões de dólares para levar comida e assistência a 1,7 milhão de moçambicanos pelos próximos três meses.
Segundo o organismo internacional, as províncias de Sofala e Manica foram as mais atingidas, com danos extensivos a estradas e pontes importantes. Essas rotas estão agora intransponíveis. Redes de energia também foram destruídas e o abastecimento, cortado. O PMA afirma que é provável que comunidades fiquem sem eletricidade por várias semanas. A agência está utilizando drones para localizar e ajudar populações isoladas pelas chuvas.
“O PMA e parceiros têm corrido para ajudar dezenas de milhares que perderam tudo, mas conforme a imensa escala do dano está se tornando mais clara, os números de pessoas em necessidade estão aumentando rapidamente, e mais precisa ser feito. O Programa Mundial de Alimentos precisa de apoio financeiro urgente dos governos e indivíduos para alcançar centenas de milhares com assistência imediata capaz de salvar vidas”, afirmou o porta-voz da agência, Hervé Verhoosel.
Em meio à resposta da tragédia, o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA) ressaltou que “muitas áreas permanecem inundadas e, tragicamente, a contagem dos mortos levará algum tempo”. Organizações internacionais estimam que o número de óbitos pode chegar a 1 mil.
O OCHA aponta ainda que 11,4 mil casas foram completamente destruídas e pelo menos 385 mil hectares de lavouras sofreram danos — o que, segundo o organismo, deve afetar a segurança alimentar da população pelos próximos meses.
Na quinta-feira (21), o Instituto Nacional de Gestão de Desastres anunciou que mais de 100 mil pessoas ainda estavam isoladas e sem qualquer assistência em Chimoio, Dombe e outras localidades da província de Manica.
Em Sofala, na cidade portuária de Beira, o epicentro da crise, a situação permanece crítica, segundo o porta-voz do OCHA, Jens Laerke. “A cidade ainda está sem energia, os preços dos alimentos teriam triplicado, com longas filas se formando para (a aquisição de) itens básicos, como pão e combustível”, afirmou o representante.
O escritório de assuntos humanitários da ONU também informou que 11 helicópteros da ONU e outras nações estão sendo utilizados em operações de emergência, com mais veículos a caminho. Outros 30 barcos estão sendo mobilizados para os esforços de resgate e assistência humanitária, por meio de financiamento do PMA.
A brasileira e representante do PMA em Moçambique, Karin Manente, está na linha de frente da resposta humanitária à tragédia do Idai. Em entrevista à ONU News, a profissional da agência da ONU conta o que viu em viagens a algumas das regiões mais afetadas pelas chuvas. Uma das aldeias que sobrevoou estava praticamente submersa, com a água na altura dos telhados das casas.
No Zimbábue, autoridades relataram 139 mortes e 189 desaparecidos após o ciclone e enchentes, com mais de 4,3 mil pessoas deslocadas pelo fenômeno. O PMA estima que 200 mil indivíduos precisem com urgência de doações de comida — uma ajuda que precisará ser mantida pelos próximos três meses.
Embora tenha sido menos atingido pelas chuvas e alagamentos, que tiveram início em 5 de março, o Malauí viu 920 mil cidadãos serem afetados de alguma forma pelas fortes precipitações.
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Posted: 22 Mar 2019 02:36 PM PDT
Sede do Tribunal Penal Internacional (TPI) em Haia, na Holanda. Foto: TPI
Advertências feitas pelo secretário de Estado e pelo assessor de Segurança Nacional dos Estados Unidos sobre medidas contra o Tribunal Penal Internacional (TPI) não podem prejudicar a habilidade da Corte de cumprir seu mandato, disseram especialistas em direitos humanos das Nações Unidas nesta sexta-feira (22).
“Estamos especialmente preocupados à luz de relatos recentes de funcionários seniores do TPI se afastando de seus cargos como consequência destas ameaças”, disseram os especialistas.
Em discurso em 10 de setembro de 2018, o assessor de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Bolton, alertou que juízes, procuradores e funcionários do TPI iriam enfrentar medidas se seguissem adiante com investigações sobre supostos crimes de guerra cometidos pelos EUA, por Israel e por outros aliados norte-americanos.
Ele afirmou que as medidas incluiriam “todos os meios necessários”; como proibição de entrada de juízes e procuradores do TPI nos EUA; congelamento de seus fundos no sistema financeiro norte-americano; e, por fim, processos judiciais. Ele disse que o mesmo se aplicaria a empresas ou Estados que auxiliassem qualquer investigação do TPI sobre cidadãos norte-americanos.
Em março de 2019, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, disse que os EUA iriam revogar ou negar vistos para membros do TPI envolvidos em investigações contra tropas norte-americanas no Afeganistão ou outros países. Além disso, ele ameaçou impor sanções econômicas.
“Estas ameaças constituem interferência imprópria na independência do TPI e podem prejudicar a habilidade de juízes, procuradores e funcionários do TPI realizarem seus deveres profissionais”, disseram os relatores especiais.
“Para garantir acesso igual e eficaz à justiça e a um julgamento justo de acordo com padrões internacionais, o sistema judicial e os juízes precisam ser independentes e livres de quaisquer interferências impróprias”.
Os especialistas expressaram profunda preocupação com a intimidação. “Estas ameaças podem desencorajar defensores dos direitos humanos, organizações da sociedade civil, representantes de vítimas, companhias ou outras partes de cooperarem com o TPI na busca por verdade e justiça”, disseram.
Os especialistas são o francês Michel Forst, relator especial sobre a situação de defensores dos direitos humanos, e o peruano Diego García-Sayán, relator especial sobre a independência de juízes e advogados.
Ambos os relatores estão em contato com autoridades dos Estados Unidos sobre o assunto.
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Posted: 22 Mar 2019 02:04 PM PDT
Chefe humanitário da ONU, Mark Lowcock, e a chefe do UNICEF, Henrietta Fore, durante visita à República Democrática do Congo em março de 2019. Foto: OCHA
A chefe do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e o coordenador humanitário da ONU afirmaram na quinta-feira (21) que é necessário financiamento urgente e contínuo para uma resposta liderada pelo governo da República Democrática do Congo à crise humanitária no país.
Após uma missão de averiguação de fatos nesta semana, a diretora-executiva do UNICEF, Henrietta Fore, e o coordenador humanitário da ONU, Mark Lowcock, disseram que fundos são urgentemente necessários para atender as necessidades de crianças, famílias e comunidades vulneráveis, incluindo pessoas com deficiências.
“A transição política relativamente pacífica acontecendo na República Democrática do Congo é uma oportunidade que devemos aproveitar”, disseram as autoridades em comunicado, se referindo à primeira transferência pacífica de poder, após a eleição de 30 de dezembro.
“Podemos derrotar a enorme e prolongada crise humanitária. Mas precisamos urgentemente que doadores forneçam financiamentos generosos, conforme as necessidades continuam superando os recursos (disponíveis)”, disse Lowcock. Segundo ele, a República Democrática do Congo precisa de contínuo engajamento internacional para criar as condições para paz, segurança e desenvolvimento de longo prazo.
Embora o país tenha conseguido progressos nos anos recentes em algumas áreas, incluindo uma queda no número de crianças mortas antes de completarem 5 anos, a situação humanitária geral permanece alarmante. Cerca de 13 milhões de pessoas passaram fome no ano passado, frente a 7,7 milhões em 2017. Ao menos 4 milhões de crianças estão malnutridas, enquanto cólera, sarampo e ebola “continuam arruinando muitas vidas”.
“A desnutrição severa deve atingir neste ano 1,4 milhão de crianças com menos de 5 anos e colocá-las em risco iminente de morte”, disse Fore. “Em áreas do país afetadas por conflito, crianças e jovens estão sendo recrutados como combatentes e são agredidos sexualmente”. Além disso, Fore afirmou que estes jovens estão tendo seus direitos à educação e saúde negados.
“Juntos, a comunidade internacional e o novo governo podem – e devem – fazer o melhor para crianças”.
Conversas construtivas
Em Kinshasa, os dois representantes da ONU participaram de conversas com o presidente recém-eleito, Félix Tshisekedi, que reiterou o comprometimento do governo do país em liderar a resposta humanitária no país.
Em Goma, na província de Kivu do Norte, eles visitaram um centro de assistência para mulheres, incluindo sobreviventes de violência sexual e com base em gênero. Fore e Lowcock também se encontraram com sobreviventes de estupros que recebiam assistência médica, psicológica e legal, com apoio do UNICEF e parceiros.
Em Bunia, na província de Ituri, as autoridades visitaram um local para pessoas deslocadas internamente, onde se encontraram com uma mãe de quatro filhos que ficou ferida e cujo marido foi morto quando seu vilarejo foi atacado.
Trabalhos com moradores para combater ebola
Fore também viajou para Beni e Butembo, onde visitou centros para tratamento contra o ebola, conforme o surto continua. Além disso, ela expressou preocupação de que a luta contra a doença seja paralisada por conta de ataques recentes contra centros médicos.
Ela então visitou centros onde sobreviventes do ebola, agora imunes ao vírus, cuidam de crianças pequenas cujas mães estão sendo tratadas para a doença e correm o risco de desenvolvê-la.
Crianças representam um terço de todos os casos de ebola – mais do que em qualquer surto anterior. Mais de 1 mil crianças foram separadas de seus pais ou ficaram órfãs por conta da doença.
Os dois representantes da ONU concordaram que, para a eliminação do surto atual de ebola ter sucesso, é preciso maior engajamento da comunidade. “Somente se populações locais estiverem totalmente envolvidas e forem consultadas o surto será derrotado”, disse Lowcock.
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Posted: 22 Mar 2019 01:56 PM PDT
Ao final do prefão da bolsa, representantes da ONU e do setor privado tocaram a campainha pela sustentabilidade nos negócios. Foto: Pacto Global/Bruno Noda
Em São Paulo (SP), empresas e investidores se reuniram com representantes do governo na quarta-feira (20) para discutir como o setor privado pode mobilizar investimentos em prol dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. Com mais de 140 representantes do mundo corporativo, setor público, sociedade civil e academia, o SDG Investment Forum — o primeiro realizado no mundo — enfatizou que a agenda da ONU é uma oportunidade para os negócios.
“O know how empresarial é muito valioso e determinante para dar escala a boas práticas que viabilizem uma economia sustentável”, afirmou no evento o coordenador-residente da ONU no Brasil, Niky Fabiancic.
Durante o encontro, promovido pelo Pacto Global da ONU, lideranças empresariais discutiram os desafios de alinhar os interesses do setor privado aos ODS. Companhias brasileiras apresentaram casesligados às metas da ONU. “Sustentabilidade não é um custo adicional, não é um pedágio, é um investimento para melhores negócios”, defendeu o CEO da Natura, João Paulo Ferreira.
Organizações do mercado financeiro ressaltaram que a inclusão da agenda de sustentabilidade nas estratégias corporativas tem chamado atenção de investidores.
“Nós da Pimco vemos como uma feliz oportunidade ajudar a criar um mercado de títulos ODS. Encorajamos empresas e governos a considerar instrumentos ligados aos ODS para financiar seus objetivos sustentáveis. Essa é uma maneira que podemos ajudar para responder os bilhões-para-trilhões de desafios dos ODS”, disse Gavin Power, chefe de sustentabilidade da gestora de investimentos.
Realizado na sede da B3, na capital paulista, o fórum contou com uma cerimônia em que representantes da ONU e do setor privado tocaram a campainha pelos negócios sustentáveis.
A série de SDG Investment Forums, que ocorrerá em outros países, é uma oportunidade para governos entenderem os desafios que empresas e investidores enfrentam ao coordenar suas operações com base no proposto pelos Objetivos Globais.
“Para atingir os ODS, precisamos engajar negócios e investidores em todas as partes do mundo. Nossos fóruns regionais nutrem um diálogo colaborativo para refletir sobre o papel que o setor privado pode desempenhar ao direcionar o capital em torno dos ODS, ajudando a inspirar ações para fechar a lacuna de financiamento dos ODS. Juntos com nosso co-organizador (Principle Responsible Investment — PRI), temos o potencial para realmente fazer os Objetivos Globais e os negócios locais”, disse Lise Kingo, CEO do Pacto Global.
O evento em São Paulo teve o apoio da Pimco, B3, ONU Meio Ambiente, Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas (UNDESA) e Banco Itaú.
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